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domingo, 5 de setembro de 2021

Dia da Amazônia: memória e compromisso

5 de setembro foi escolhido pois no ano de 1850, neste
mesmo dia, o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da
Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas)

Não podemos esquecer que a grandeza e a riqueza, tanto biológica como cultural, existentes na Floresta Amazônica fazem com que a mesma seja considerada um patrimônio nacional e internacional, ainda que sua soberania pertença ao território das nações onde geograficamente o bioma está relacionado. A Constituição Brasileira (Cap.225) afirma que a Floresta Amazônia é um patrimônio do Brasil.

Padre Josafá Carlos de Siqueira, SJ - Reitor e professor da PUC-Rio

A Amazônia é um grande bioma que está presente geograficamente em vários países da América do Sul, principalmente no Brasil, onde representa 40% do território nacional. Este bioma é citado no capítulo primeiro da "Encíclica Laudato Si'", do Papa Francisco, quando ele comenta o que está acontecendo com a nossa casa comum, em particular, sobre a perda da biodiversidade (L.S.38). Lendo a Encíclica com os olhos voltados para a Amazônia, entendemos a força de expressão na afirmação do Papa Francisco, quando explicita que esta região é considerada um pulmão do planeta, tanto por razões biológicas, como climáticas. A vasta extensão geográfica do bioma (que ocupa cerca de seis milhões de quilômetros quadrados, sendo 70% destes no território brasileiro), cuja riqueza de sua megabiodiversidade começou em tempos geológicos remotos, com o soerguimento dos Andes, a regressão do mar na Bacia Amazônica, as mudanças nos cursos dos rios e a migração da flora e da fauna da América Central e da Floresta Atlântica. A chamada Hileia Amazônica, que compreende vários ecossistemas florestais e campestres, é responsável pela maior acumulação de carbono do planeta, como também pela liberação do oxigênio resultante da fotossíntese. Embora a floresta libere também CO2, sobretudo quando ela é queimada, a produção de oxigênio da floresta viva ainda é bem maior. O pulmão climático controla os ventos e os regimes da chuva, garantindo a distribuição pluviométrica em regiões próximas e distantes. Alterações e mudanças deste pulmão climático poderão acarretar grandes problemas socioambientais. Na perspectiva antropológica, sociológica e teológica, podemos entender por que a "Laudato Si´" considera a Amazônia como um lugar especial para o planeta e o futuro da Humanidade. Primeiro, por ser uma região de grandeza continental, possuindo a maior bacia hidrográfica do mundo (sete milhões de quilômetros quadrados), a maior floresta tropical do planeta, a maior biodiversidade da Terra e a maior concentração de povos indígenas do mundo. Ali, podemos vislumbrar o ideal de uma ecologia integral, pois os aspectos ambientais, econômicos, sociais e culturais estão imbricados na relação entre o ecológico, o teológico e o antropológico.

Se existem na Amazônia escalas de grandezas consideráveis, também vamos encontrar diferentes olhares humanos sobre esta região, muitos dos quais incompatíveis com as perspectivas ética e teológica. Um olhar mitológico de território vazio e potencialmente inesgotável, não corresponde a um espaço que sempre foi ocupado pelos povos tradicionais e por milhares de seres vivos que ali vivem, cujo potencial das riquezas existentes são esgotáveis, sobretudo se continuarmos explorando de maneira insustentável as suas reservas minerais e biológicas. Também não cabe para a região um olhar mecanicista e utilitarista, que vê a Amazônia como patrimônio promissor para as geopolíticas e para os modelos de ocupação desordenados, motivando as migrações ilegais, a biopirataria, a grilagem de terras, a derrubada das matas, as contínuas queimadas e a aplicação de modelos agrícolas e econômicos não adequados à realidade ambiental, climática e social da região. Por trás destes olhares distorcidos também encontramos perspectivas preocupantes, como a visão da natureza como objeto de exploração, a quebra das relações entre povos nativos e as florestas, o enriquecimento de grupos que não têm compromisso com a sustentabilidade socioambiental, o desrespeito pela obra do Criador e os direitos das criaturas, o tráfico de plantas e animais nativos, o descompromisso com os bens comuns de toda a Humanidade e, finalmente, a falta de uma visão mais sistêmica de uma ecologia integral, conforme nos exorta a "Laudato Si´".

Não podemos esquecer que a grandeza e a riqueza, tanto biológica como cultural, existentes na Floresta Amazônica fazem com que a mesma seja considerada um patrimônio nacional e internacional, ainda que sua soberania pertença ao território das nações onde geograficamente o bioma está relacionado. A Constituição Brasileira (Cap.225) afirma que a Floresta Amazônia é um patrimônio do Brasil.

No entanto, dada a sua importância para todo o planeta Terra, nos últimos anos, pelas crises dos recursos hídricos, a diminuição da biodiversidade, o crescimento da extinção de espécies e as mudanças climáticas, tem se levantado a discussão de que a Floresta Amazônia é um bem de caráter universal que presta um serviço à toda Humanidade, sendo, portanto, um patrimônio da casa comum planetária. Não podemos negar que o grande território Panamazônico, que envolve sete países, é o único lugar do planeta onde se concentram as duas grandes riquezas: a cultural e a ambiental. Isto não se vê mais em nenhuma parte do planeta Terra. Quanto à riqueza de recursos hídricos, a região Panamazônica detém 15-20% de toda a água doce do planeta, manancial fundamental para a sobrevivência dos ecossistemas, das espécies da fauna e da flora, e da saúde e subsistência da espécie humana. Como eticamente a água é considerada um bem de caráter universal que não pode ser privatizado e apropriado unicamente por um país, a riqueza hídrica Panamazônica passa a ter uma relevância para o futuro da Humanidade, sobretudo com o aumento da escassez da água em escala mundial, intensificando os conflitos e guerras pela disputa deste bem da natureza. Tratando-se da megabiodiversidade da região Panamazônica, que abriga 15% das espécies existentes no planeta, a relação entre o caráter nacional e internacional da Floresta Amazônica é um pouco mais complexo. Primeiro porque o conceito de soberania geopolítica não se aplica integralmente às espécies da fauna e da flora, pois tanto no passado geológico, como na história atual, os gêneros e as espécies têm ligações biogeográficas com outros continentes e ecossistemas extraterritoriais. As rotas migratórias e os processos de especiação e dispersão vão além das fronteiras das nações, pois muitos animais migraram ou chegaram à floresta pelas ligações intercontinentais. O mesmo ocorre com algumas espécies de plantas, ora intercambiando com as florestas tropicais da América Central, ora com a floresta atlântica e as demais formações florestais.

Quando falamos do clima, que também é considerado bem comum de caráter universal, e um patrimônio de toda a Humanidade, vamos perceber que o mesmo está ligado a fatores e processos que vão além das fronteiras nacionais. Os ventos alísios que sopram trazendo umidade para a Floresta Amazônica são oriundos de outros lugares, muito além das fronteiras geopolíticas. As poeiras que trazem partículas suspensas de fosfato que nutrem o solo da floresta advêm dos desertos da África. Assim, as mudanças climáticas que afetam e alteram os ciclos e a dinâmica da floresta passam a ser também um desafio para toda a Humanidade, pois a sua grande escala rompe as fronteiras e as soberanias, modificando e trazendo consequências nefastas nas escalas local e global.

Finalmente, a Floresta Panamazônica pode ser teologicamente considerada um patrimônio local e global de toda a Humanidade na perspectiva criacional, pois foi o Criador que permitiu a evolução de todo o bioma, dotando as espécies da fauna e da flora de amor, beleza e inteligência, além de estabelecer uma aliança com todos os seres viventes, conforme os relatos do Livro do Gênesis (Cap. 9). Sendo um patrimônio também de caráter teológico, automaticamente é um patrimônio de toda a Humanidade, pois Deus, na perspectiva da fé, é o sentido absoluto de tudo o que existe. Daí nasce o compromisso do ser humano em administrar, nacional e internacionalmente, a obra do Criador, não como donos e proprietários, mas como guardiões responsáveis pelo direito da vida de todos os seres viventes que habitam a casa comum planetária, seja os que compõem a territorialidade amazônica, como também todas as demais territorialidades que integram os diversos biomas e ecossistemas do planeta Terra. Neste sentido, antropologicamente, a Floresta Amazônica é uma responsabilidade patrimonial dos brasileiros, dos países circunvizinhos e de toda a Humanidade. Usar os recursos hídricos, minerais e biológicos de maneira racional e sustentável é dever de todos, principalmente dos brasileiros que detêm a maior parte da região Panamazônica.

Assim podemos entender a relevância de um Sínodo da Igreja Católica sobre a Amazônia, realizado em Roma em outubro de 2019, convocado e acompanhado pelo Papa Francisco. Apesar de se tratar de um evento pastoral voltado para a evangelização, neste lugar nacional e internacionalmente tão particular para o planeta, o Sínodo nos deixou um legado de olhares, soluções e propostas da Igreja Católica, que há muitas décadas está presente em vários espaços da grandiosa e complexa Amazônia.

Pela presença de muitas universidades católicas no Brasil e em alguns países da América Latina, as nossas Instituições são convidadas a darem uma contribuição sobre a Amazônia, abordando diversas áreas do conhecimento científico. O olhar do mundo universitário, seja ele liberal ou conservador, certamente enriquece as leituras, os conceitos, e as soluções técnicas, contribuindo no diálogo entre ciência e fé.

Celebrar o Dia da Amazônia é abrir-se aos desafios presentes e futuros, missão de todos nós que somos guardiões da Criação, unindo esforços para proteger a casa comum planetária, na busca de um desenvolvimento socioambiental verdadeiramente sustentável para aquela região. Celebrar o Dia da Amazônia é assumir desafios e os seguintes compromissos: 1) Pensar a Amazônia numa escala global, pois ela é um território do planeta onde ainda se conservam as duas grandes diversidades da Humanidade, a saber, a diversidade ecológica e ambiental, e a diversidade antropológica e cultural; 2) Buscar mecanismos de desenvolvimento regional que levem em conta as especificidades ambientais, sociais e climáticas da região, sem perder a riqueza existente do patrimônio cultural e ambiental; 3) Valorizar as bases produtivas locais, potencializando e abrindo-as para as demandas do mercado nacional e internacional, dentro de modelos autossustentáveis; 4) Diante dos desafios das mudanças climáticas, discutir e estabelecer políticas que respeitem as soberanias dos territórios, o cumprimento das legislações ambientais e o consenso entre o uso sustentável dos recursos da natureza e a preservação da biodiversidade, pois a riqueza desse patrimônio é um legado que Deus colocou em nossas mãos para ser administrado com cuidado, respeito e responsabilidade; 5) Pensar a Amazônia na perspectiva ética, conservando os bons hábitos e costumes dos povos da floresta, não corrompendo-os com os paradigmas ideológicos da globalização que destrói as culturas locais com os processos perversos de homogeneização cultural e perdas de valores humanísticos, ambientais e religiosos; 6) Defender a Amazônia a partir do paradigma da ecologia integral, pois ali se vislumbra um laboratório vivo para os estudos da diversidade cultural e ambiental, dos processos de educação ambiental, de modelos de sustentabilidade socioambiental e de uma ecoteologia da Criação.

Fonte: Vatican News

O dia em que Madre Teresa de Calcutá disse: “A maior ameaça para a paz é o aborto”

Foto (Túrelio (CC BY-SA 2.0 DE))

REDAÇÃO CENTRAL, 04 set. 21 / 07:00 am (ACI).- Foi um dia histórico. Santa Teresa de Calcutá participou no Café da Manhã de Oração Nacional que é celebrado todos os anos em Washington (Estados Unidos). Foi em 3 de fevereiro de 1994, ante a classe dominante americana. A fundadora das Missionárias da Caridade proclamou com coragem a verdade sobre o crime do aborto.

Em seu discurso diante do então presidente Bill Clinton, da primeira-dama Hillary Clinton, do vice-presidente Al Gore e de sua esposa e outras figuras políticas que não estavam de acordo com ela, a religiosa de origem albanesa se referiu ao aborto como uma ameaça para paz.

“A maior ameaça para a paz hoje é o aborto, porque o aborto é declarar guerra à criança, a criança inocente que morre nas mãos de sua própria mãe. Se aceitarmos que uma mãe possa matar o seu próprio filho, como podemos dizer aos outros que não se matem? Como persuadir uma mulher para que não pratique um aborto? Como sempre, terá que fazê-lo com amor e recordar que amar significa doar-se até doer”.

“Jesus deu a sua vida por amor a nós. É necessário ajudar a mãe que está pensando em abortar; ajudá-la a amar, mesmo quando esse respeito pela vida do seu filho a obrigue a sacrificar seus projetos ou seu tempo livre. Por sua vez, o pai dessa criatura, seja quem for, também deve se doar até doer”.

“Ao abortar, a mãe não aprendeu a amar; tentou solucionar os seus problemas matando o seu próprio filho. E através do aborto, envia uma mensagem ao pai que ele não precisa assumir a responsabilidade pelo filho gerado. Um pai assim é capaz de pôr outras mulheres na mesma situação. Dessa forma, um aborto pode levar a outros abortos. O país que aceita o aborto não está ensinando o seu povo a amar, mas a aplicar a violência para conseguir o que deseja. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto”.

Além disso, recordou ‘Análisis Digital’, Madre Teresa pediu às mulheres que pensavam em abortar os seus filhos, para entregá-los a ela: “O maior presente que Deus deu à nossa congregação é lutar contra o aborto através da adoção. Já entregamos, somente na nossa casa em Calcutá, mais de três mil crianças para a adoção. E posso dizer-lhes quanta alegria, quanto amor e quanta paz essas crianças levaram para essas famílias. Foi um verdadeiro presente de Deus para eles e para nós”.

“Recordo que uma das crianças estava muito doente, então pedi aos pais que a devolvessem e eu lhes daria uma criança saudável. Mas o pai olhou para mim e disse: ‘Madre Teresa, leva a minha vida antes da criança’. É lindo ver quanto amor, quanta alegria essa criança levou a essa família”.

“Rezem por nós para que possamos continuar com esse lindo presente. E também faço uma proposta: nossas irmãs estão aqui, se alguém não quer uma criança, entreguem-me, pois eu a quero”.

Com as suas palavras, o fundadora das Missionárias da Caridade tocou o coração de muitos que estavam presentes e também deixou claro que a maior pobreza não encontrou nos subúrbios de Calcutá, mas nos países mais ricos onde falta o amor, nas sociedades que permitem o aborto.

“Para mim, as nações que legalizaram o aborto são as mais pobres, têm medo de um não nascido e a criança tem que morrer”.

Apesar do seu tamanho, ela não se encolheu em nenhum momento, pelo contrário, permaneceu firme como uma pedra e removeu as consciências dos poderosos dando voz aos não nascidos: “Com determinação, que nenhuma criança seja rejeitada ou não seja amada, ou que não se preocupem por ele ou não o assassinem e o joguem no lixo”.

Confira também:

Fonte: ACI Digital 

Reflexão para o 23º Domingo do Tempo Comum - Ano "B"

Evangelho do Domingo | Vatican News

Tocar os ouvidos primeiro, significa que a fé começa pela audição; depois tocar a língua, a fé provoca o anúncio; finalmente a ordem “abre-te”, todo seu ser está curado e deve anunciar a bondade de Deus, a redenção realizada pelo Verbo.

Padre Cesar Augusto Santos, SJ – Vatican News

Na segunda leitura, Carta de São Tiago 2, 1-5, lemos um fato que constantemente acontece em nossa vida social e, infelizmente, muitas vezes em ambientes religiosos, seja no templo ou em residências ou obras de pessoas referenciais da religião, ou seja, o preconceito social com o subsequente favorecimento do pertencente a uma classe econômica elevada, do bem vestido, daqueles que chamamos de “boa aparência”, do elegante, daquele de corpo sem algum handicap físico ou mental, do portador de um corpo que não deixa dúvidas quanto ao gênero, do pertencente à raça branca, daquele que pertence ao nosso grupo esportivo, nascido em um país do primeiro mundo, do “bem nascido”. Portamo-nos como juízes e prestadores de serviço ao bom senso e discriminamos as pessoas por causa de seu exterior. Como diz o versículo 4: “não vos tornastes juízes com critérios injustos?” Com isso defraudamos aqueles que não se ajustam aos nossos critérios seletivos. E, pode ser exatamente aí, nessas pessoas desprestigiadas por nosso preconceito e discriminação que estejam aqueles valores que almejamos, como está escrito no versículo 5.

A primeira leitura, extraída de Isaías 35, 4-7, se dirige precisamente a essas pessoas relegadas a segundo plano e, por isso, abatidas. O Senhor reverterá a situação desfavorável e a mudança acontecerá. Aí está a justiça de Deus, não castigando o preconceituoso, mas favorecendo sua conversão e libertando o oprimido de tudo aquilo que o oprimia e diminuía diante do olhar limitado do discriminador. Desse modo de agir de Deus, a Sagrada Escritura está repleta. Basta, como amostra, recordarmos das palavras de Maria no Magnificat, Lc 1, 46-55.

Mas vamos pensar grande e intuir se Isaías não usa cegos, surdos e paralíticos no sentido figurado, já que se dirige a um povo deprimido que aguarda a libertação deles mesmos e também da natureza. Ao povo dominado por esses deficientes do bom senso e sem discernimento algum, o Senhor se dirige através da voz de Isaías: “Criai ânimo, não tenhais medo!”  Essa possibilidade se torna robusta se olharmos para a segunda leitura e vermos que muitas pessoas marginalizadas pelo preconceito dos dominadores poderosos, possuem uma baixíssima autoestima e concordando com a dominação, nada fazem para se libertar. Também para eles Isaías diz: “Criai ânimo, não tenhais medo!”

O que vemos em situações de opressão seja no âmbito político, laboral, familiar e até no religioso, não nos sugere a necessidade de um Messias? Ora, sem a participação do que sofre a dominação, sem se apropriar do “Criai ânimo”, será muito difícil a libertação, já que Deus pede o desalojamento de nossa acomodação.

O Evangelho, Marcos 7, 31-37 anuncia que a chegada do Messias já aconteceu e confirma tudo o que foi dito anteriormente. Jesus retira um homem da multidão, uma multidão pagã, marginalizado pela surdez e pela consequente dificuldade em falar. Diz-lhe “abre-te”, e o cura, restabelecendo sua saúde e o reconduzindo à multidão com a missão de testemunhar que o Messias, o restaurador do mundo, é Jesus, pois ele “faz bem todas as coisas”.

Tocar os ouvidos primeiro, significa que a fé começa pela audição; depois tocar a língua, a fé provoca o anúncio; finalmente a ordem “abre-te”, todo seu ser está curado e deve anunciar a bondade de Deus, a redenção realizada pelo Verbo. Se a surdez o marginalizava, Jesus não o reintegra simplesmente à vida social, mas o reintegra como um profeta e a missão do profeta especialmente naquela sociedade é testemunhar a ação da Vida. Contudo, Jesus o proíbe de anunciar quem foi que o curou.

Também esse homem pode simbolizar aquele grupo de pessoas, o povo que quer ser curado, mas que a multidão envolvente o manipula e o transforma em massa de manobra. Jesus resgata o povo, e este passa a agir livremente, rompendo com os sistemas que o manipulam. Nesse ínterim surge a famosa proibição, típica do Evangelho de Marcos, de não contar a ninguém a ação maravilhosa de Jesus. Por quê? O Senhor não deseja ser confundido como um simples libertador, mas a futura ressurreição irá demonstrar que Messias é Jesus, o libertador de toda e qualquer opressão que sufoca o ser humano. Jesus, a Vida!

A sociedade justa de acordo com o desejo de Deus, é aquela em que os seres humanos se respeitam, se unem para testemunhar a beleza e a grandeza de sermos todos iguais e filhos do mesmo Pai, o Pai de Jesus Cristo, o Messias, o Ungido, aquele que nos liberta do preconceito e nos torna irmãos!

Fonte: Vatican News

Santa Teresa de Calcutá

Sta. Teresa de Calcutá | ArquiSP
05 de setembro

Santa Teresa de Calcutá

Agnes Gouxha Bojaxhiu, madre Teresa de Calcutá, nasceu, no dia 27 de agosto de 1910, em Skopje, Iugoslávia, de pais albaneses. Seus pais, Nicolau e Rosa, tiveram três filhos. Na época escolar, Agnes tornou-se membro de uma associação católica para crianças, a Congregação Mariana, onde cresceu em ambiente cristão. Aos doze anos, já estava convencida de sua vocação religiosa, atraída pela obra dos missionários.

Agnes pediu para ingressar na Congregação das Irmãs de Loreto, que trabalhavam como missionárias em sua região. Logo foi encaminhada para a Abadia de Loreto, na Irlanda, onde aprenderia o inglês e depois seria enviada à Índia, a fim de iniciar seu noviciado. Feitos os votos, adotou o nome Teresa, em homenagem à carmelita francesa, Teresa de Lisieux, padroeira dos missionários.

Primeiramente, irmã Teresa foi incumbida de ensinar história e geografia no colégio da Congregação, em Calcutá. Essa atividade exerceu por dezessete anos. Cercada de crianças, filhas das melhores famílias de Calcutá, impressionava-se com o que via quando saia à rua: pobreza generalizada, crianças e velhos moribundos e abandonados, pessoas doentes sem a quem recorrer.

O dia 10 de setembro de 1946 ficou marcado na sua vida como o "dia da inspiração". Numa viagem de trem ao noviciado do Himalaia, percebeu que deveria dedicar toda a sua existência aos mais pobres e excluídos, deixando o conforto do colégio da Congregação.

E assim fez. Irmã Teresa tomou algumas aulas de enfermagem, que julgava útil a seu plano, e misturou-se aos pobres, primeiro na cidade de Motijhil. A princípio, juntou cinco crianças de um bairro miserável e passou a dar-lhes escola. Passados dez dias, já se somavam cinqüenta crianças. O seu trabalho começou a ficar conhecido e a solidariedade do povo operava em seu favor, com donativos e trabalho voluntário.

Para irmã Teresa, o trabalho deveria continuar a dar frutos sem depender apenas das doações e dos voluntários. Seria necessário às suas companheiras que tivessem o espírito de vida religiosa e consagrada. Logo, uma a uma ouviram o chamado de Deus para entregarem-se ao serviço dos mais pobres. Nascia a Congregação das Missionárias da Caridade, com seu estatuto aprovado em 1950. E ela se tornou madre Teresa, a superiora.

As missionárias saíram às ruas e passaram a recolher doentes de toda espécie. Para as irmãs missionárias, cada doente, cada corpo chagado representava a figura de Cristo, e sua ajuda humanitária era a mais doce das tarefas. Somente com essa filosofia é que as corajosas irmãs poderiam tratar doentes de lepra, elefantíase, gangrena, cujos corpos, em putrefação, eram imagens horrendas que exalavam odores intoleráveis. Todos eles tinham lugar, comida, higiene e um recanto para repousar junto às missionárias.

Reconhecido universalmente, o trabalho de madre Teresa rendeu-lhe um prêmio Nobel da Paz, em 1979. Esse foi um dos muitos prêmios recebidos pela religiosa devido ao seu trabalho humanitário. Nesse período, sua obra já se havia espalhado pela Ásia, Europa, África, Oceania e Américas.

No dia 5 de setembro de 1997, madre Teresa veio a falecer, na Índia. A comoção foi mundial. Uma fila de quilômetros formou-se durante dias a fio, diante da igreja de São Tomé, em Calcutá, onde o seu corpo estava sendo velado. Ao fim de uma semana, o corpo da madre foi trasladado ao estádio Netaji, onde o cardeal Ângelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, celebrou a missa de corpo presente.

Em 2003, o papa João Paulo II, seu amigo pessoal, ao comemorar o jubileu de prata do seu pontificado, beatificou madre Teresa de Calcutá, reconhecida mundialmente como a "Mãe dos Pobres". Na emocionante solenidade, o sumo pontífice disse: "Segue viva em minha memória sua diminuta figura, dobrada por uma existência transcorrida a serviço dos mais pobres entre os mais pobres, porém sempre carregada de uma inesgotável energia interior: a energia do amor de Cristo".

Madre Teresa foi canonizada no dia 4 de Setembro de 2016 pelo Papa Francisco no ​Vaticano, cerca de 120 mil fiéis, provenientes de todas as partes do mundo participaram da cerimônia.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

sábado, 4 de setembro de 2021

Precisamos falar sobre o suicídio (e não apenas em setembro)

Iphotosmile - Shutterstock
Por Talita Rodrigues

Pensamentos suicidas aparecem com uma frequência muito maior do que imaginamos, atingindo jovens e idosos. Mas o diálogo pode salvar vidas.

O suicídio acontece por causa da perda de sentido e de propósito diante da vida. 

Fique ligado aos seus sinais, e aos sinais dos que estão próximos: 

– Pensamentos: pensamentos remoídos obsessivamente, sem esperança e concentração são um dos primeiros indícios do suicídio, assim como enxergar a vida como algo sem sentido ou propósito;

– Humor: alterações extremas no humor podem sinalizar emoções suicidas. Excesso de raiva, sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade e sentimentos intensos de culpa ou vergonha são sinais aos quais você deve ficar atento;

– Avisos: Frases como “a vida não vale a pena”, “estou tão sozinho que queria morrer” ou “você vai sentir a minha falta” estão diretamente ligadas a pensamentos sobre a morte. Se a pessoa se sente um fardo, precisa buscar ajuda;

– Desapego: caso você perceba que a pessoa está começando a “fechar pontas soltas”, doar seus pertences e até visitar vários entes queridos, faça uma intervenção o mais rápido possível;

– Irresponsabilidade: comportamentos irresponsáveis e perigosos, sem medir as consequências, como o uso excessivo de álcool e drogas, direção imprudente e sexo sem proteção são indícios de que a pessoa já não dá a importância devida a própria vida;

– Mudança na rotina: todo mundo tem um lugar que gosta de frequentar em especial, então repare em mudanças extremas na rotina. Caso a pessoa pare de ir a locais que sempre gostou de visitar, tome uma medida o mais rápido possível. Abandonar atividades que lhe davam prazer é um grande sinal de alerta.

Apoio e diálogo contra o suicídio

O apoio de um ente querido é importante. Converse, escute com  paciência, sem julgamentos, sem expor nenhum sentimento que faça a pessoa se sentir culpada e envergonhada. Seja direto, e pergunte se a pessoa está com pensamentos suicidas. Por meio da resposta você pode obter um forte indício para buscar ajuda profissional, salvar a vida desta pessoa querida e fazer com que ela (re)encontre o sentido para viver. 

Diálogos salvam vidas.

Siga a psicóloga Talita Rodrigues no Instagram

Fonte: Aleteia

Comportamento: Será que você é uma pessoa tóxica?

E+ Estadão

POR LUCIANA KOTAKA

29/08/2021

É interessante nos olharmos com mais critério e avaliarmos se estamos nos comportando de forma tóxica.

Conviver com pessoas tóxicas é uma tarefa desafiadora pois não conseguimos prever as suas reações, e quando menos esperamos algo acontece. Um comentário, um grito e a agressividade são demonstrados e atravessam a nossa alma. No começo nem sempre se mostram, principalmente em ambientes em que estão desprotegidos, mas aos poucos vão cometendo deslizes e revelando ao mundo as dores que carregam dentro de si mesmas.

Conseguimos enxergar o mundo interno da pessoa tóxica em situações em que os gatilhos são ativados e ela não se contêm, coloca para fora toda a raiva que sente, mágoas, traumas e frustrações que estavam controlando e direcionando em outra pessoa, no primeiro alvo fácil que cruzar a sua frente.

Normalmente são pessoas controladoras, não sabem relaxar, aquietar o coração, ouvir o que vem de dentro. Usam da comida, da bebida, do sexo, do cigarro, do trabalhar demais como mecanismos de defesa com intuito de amortecer todas as dores que estão contidas em seu sistema, precisam explodir para relaxarem. Algo aí precisa ser trabalhado e curado, é preciso tomar consciência do comportamento tóxico e então buscar ajuda profissional.

Infelizmente essa é uma realidade que raramente se concretiza, quem é tóxico foge da terapia, não tem tempo para essas frescuras como eles mesmo dizem, se acham bem resolvidos. Esse é o maior desafio, porque não tem como dialogar sem causar mais fricções, até a nossa tentativa de ajuda pode ser motivo de mais brigas e perdas de controle.

Por trás de todo comportamento agressivo há uma pessoa que foi muito ferida, que sentiu na pele as dores da agressão, os seus machucados estão à flor da pele, qualquer movimento não calculado, um esbarrão, o irá fazê-lo pular de dor. Pode ter sido uma infância difícil, adolescência, vida adulta, mas com certeza há um sistema cheio de muita dor e medo. Foram desrespeitadas em sua essência, podadas, controladas, usadas e manipuladas.

Muitas podem ser as situações que deixaram cicatrizes profundas e não podemos jamais julgá-las de acordo com os nossos crivos, pois cada um sabe o quanto foi machucado, qual o impacto que essas experiências deixaram em suas vidas. Essas pessoas vão desenvolvendo ferramentas internas para saírem do conflito, usam máscaras para enfrentarem a dor diariamente, e uma dessas máscaras é a agressividade querendo dizer para você não chegar muito perto.

Cada situação deve ser olhada com muito cuidado, é muito fácil para quem está de fora achar que sabe como resolver a situação, mas para a pessoa tóxica não é, pois se vê engolida pelos traumas, há uma forma negativa de enxergar a vida. A esperança, a alegria, os sonhos foram minados em algum momento, então é preciso que ela busque ajuda, ela faça esse movimento de cura. Às vezes o orgulho fala mais alto e a pessoa morre em sua dor, vai somente sobrevivendo dia após dia, mas é uma escolha.

Para quem está de fora olhando e sendo exposto a essas situações não é fácil manter o equilíbrio, também vamos nos intoxicando, nos sentimos acuados e agredidos. Pessoas que têm baixa autoestima são altamente impactadas e acabam sendo os principais alvos, assumem erros que não são seus, desistem de seus sonhos pois são frequentemente minados em suas ações, começam a morrer em vida por não terem força de cortarem essas relações tão destrutivas.

Todas as pessoas envolvidas com a pessoa tóxica podem precisar de ajuda, é saudável que procurem profissionais especializados em comportamento humano para ressignificarem as suas feridas, e assim se fortalecerem para seguirem em frente aprendendo a darem limites e serem respeitadas.

Fonte: https://emais.estadao.com.br/

PAIS DA IGREJA: São Gregório Magno (Parte 2/7)

S. Gregório Magno | ECCLESIA

São Gregório Magno

«Antologia»

«Dou-lhes a vida eterna»

Homilia 14 sobre o Evangelho

Aquele que é bom, não por um dom recebido mas por natureza, diz-nos: "Eu sou o bom Pastor". E continua, para que imitemos o modelo que nos deu da sua bondade: "O bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas" (Jo 10.11). No seu caso, Ele realizou o que tinha ensinado; mostrou o que tinha ordenado. Bom Pastor, Ele deu a vida pelas suas ovelhas, para mudar o seu corpo e sangue em nosso sacramento e saciar com o alimento da sua carne as ovelhas que tinha resgatado. Mostrou o caminho a seguir: desprezou a morte. Eis diante de nós o modelo a que temos de nos conformar. Em primeiro lugar, gastar-nos exteriormente com ternura pelas suas ovelhas; em seguida, se for necessário, oferecer-lhes a nossa morte.

Ele acrescenta: "Eu conheço - quer dizer, amo - as minhas ovelhas e elas conhecem-me". É como se dissesse de uma forma mais clara: "Quem me ama, siga-me!", porque quem não ama a verdade é porque ainda a não conhece. Vede, irmãos caríssimos, se sois verdadeiramente as ovelhas do bom Pastor, vede se O conheceis, vede se vos apropriais da luz da verdade. Não falo da apropriação pela fé mas pelo amor; vede se vos apropriais não pela vossa fé mas pelo vosso comportamento. Porque o mesmo evangelista João, que nos transmitiu esta palavra, afirma ainda: "Quem diz que conhece Deus e não guarda os seus mandamentos, é um mentiroso" (1 Jo 2,4) É por isso que, no nosso texto, Jesus acrecenta logo a seguir: "Assim como o Pai me conhece, Eu conheço o Pai e dou a vida pelas minhas ovelhas", o que equivale a dizer claramente: o facto de que Eu conheço o meu Pai e sou conhecido por Ele consiste em que Eu dê a vida pelas minhas ovelhas. Por outras palavras: este amor que me leva a morrer pelas minhas ovelhas mostra até que ponto Eu amo o Pai.

«O Reino dos céus está em nós»

Homilia 14 sobre o Evangelho

Jesus disse no Evangelho: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu conheço-as, elas seguem-me e eu dou-lhes a vida eterna” (Jo 10,27). Um pouco acima, ele tinha dito: “Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem” (v. 9). Porque entra-se pela fé, mas sai-se da fé pela visão face a face; passando da crença à contemplação, encontraremos pastagens para um repouso eterno.

São pois as ovelhas do Senhor quem tem acesso às pastagens, porque aquele que sai na simplicidade de coração recebe em alimento uma erva sempre verde. O que são estas pastagens das ovelhas senão as alegrias profundas de um paraíso sempre verdejante? A pastagem dos eleitos é o rosto de Deus presente, contemplado numa visão sem sombra; a alma sacia-se sem fim deste alimento de vida.

Nestas pastagens os que escaparam à rede dos desejos deste mundo são cumulados eternamente. Lá, canta o coro dos anjos, lá são reunidos os habitantes dos céus. Lá, é uma festa bem doce para os que regressam depois dos seus trabalhos numa triste estadia no estrangeiro. Lá se encontram o coro dos profetas de olhos penetrantes, os doze apóstolos juízes, a armada vitoriosa dos inumeráveis mártires tanto mais felizes quanto foram aqui em baixo rudemente afligidos. Nesse lugar, a constança dos confessores da fé é consolada recebendo a sua recompensa. Lá se encontram os homens fieis a quem os prazeres deste mundo não puderam amolecer a força de alma, as santas mulheres que venceram toda a fragilidade ao mesmo tempo que a este mundo; lá estão as crianças que pela sua maneira de viver se elevaram acima dos seus anos, os anciãos que a idade não pôde enfraquecer aqui em baixo e que a força para trabalhar não abandonou. Irmãos bem amados, ponhamo-nos em busca dessas pastagens onde seremos felizes em companhia de tantos santos.

FONTE:

Evangelho Cotidiano

Fonte: https://www.ecclesia.org.br/

POR OCASIÃO DO DIA DA PÁTRIA

CNBB

PRESIDENTE DA CNBB PEDE A BRASILEIROS QUE NÃO SE DEIXEM CONVENCER POR QUEM AGRIDE OS PODERES LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo divulgou nesta sexta-feira, 3 de setembro, um vídeo por ocasião do próximo Dia da Pátria, 7 de setembro. De acordo com o presidente da CNBB, a data deve inspirar em cada brasileiro o reconhecimento de que todos são irmãos, inclusive daqueles com quem não se concorda.

Essa verdade, segundo do Walmor, precisa ser contemplada e ajudar no reconfiguramento da interioridade de cada um frente a um contexto no qual o Brasil está sendo contaminado pela raiva e pela intolerância. De acordo com o arcebispo de Belo Horizonte, em nome de ideologias muitos dedicam-se à ofensas, chegando ao absurdo de defender o armamento da população.

“Quem se diz cristão ou cristã deve ser agente da Paz e a paz não se constrói com armas. Somos todos irmãos. Esta verdade é sublinhada pelo Papa Francisco na carta encíclica Fratelli Tutti”, disse.

Os ensinamentos da Fratelli Tutti, aponta dom Walmor, devem também inspirar cuidados com os que sofrem. “A fome é realidade de quase 20 milhões de brasileiros. Aquele pai que não tem alimento a oferecer para o próprio filho é seu irmão. Nosso irmão. Do mesmo modo, a criança e a mulher feridas pela miséria são suas irmãs, nossos irmãos e irmãs”, afirmou no vídeo.

De acordo com o presidente da CNBB, os católicos e cristãos não podem ficar indiferentes à realidade que mistura desemprego e alta inflação, num contexto agravado pela pandemia, situação que acentua as exclusões sociais. A saída, de acordo com o arcebispo, está na urgência em implementar políticas públicas para a retomada da economia e a inclusão dos mais pobres no mercado de trabalho.

Povos originários e a Casa Comum


“Nossa pátria não começa com a colonização europeia. Nossas raízes estão nas matas e florestas, num sinal claro nos ensinando que a nossa relação com planeta deve ser pautada pela harmonia. Os povos indígenas, historicamente perseguidos e dizimados, enfrentam graves ameaças do poder econômico extrativista  e ganancioso que tudo faz para exaurir nossos recursos naturais”, disse.O presidente da CNBB afirma que os olhares precisam voltar-se para os povos que estão mais sofrendo, como os indígenas, povos originários.

O presidente da CNBB dedica um parte da mensagem ao cuidado com a Casa Comum (meio ambiente). Dom Walmor reforça o alerta dos cientistas brasileiros sobre a gradativa queda nos mananciais de água potável no Brasil. “A exploração desmedida e irracional do solo, com a derrubada de florestas, está levando à escassez de água em nossas torneiras. Não podemos deixar que o Brasil, reconhecimento internacionalmente por ser rico em recursos naturais, seja devastado e torne-se uma terra arrasada”, exortou.

Exercício da cidadania e superação da crise

Dom Walmor enalteceu a importância do dia 7 de Setembro como caminho para contribuir para o exercício qualificado da cidadania. Na mensagem, o arcebispo defende que a participação cidadã na política, reivindicando direitos, com liberdade, está diretamente relacionada com o fortalecimento das instituições que sustentam a Democracia.

“Não se deixe convencer por quem agride os poderes Legislativo e Judiciário. A existência de três poderes impede a existência de totalitarismos”, disse. Dom Walmor defende que não é possível aceitar, independentemente das convicções político-partidárias de cada um, agressões aos pilares que sustentam a democracia. Agredir, eliminar, hostilizar, ignorar ou excluir, segundo o arcebispo, são verbos que não combinam com um sistema democrático.

No próximo 7 de setembro, dom Walmor fez um pedido aos brasileiros: “respeite a vida e a de seu semelhante. (…) a intolerância nos distância da Justiça e da Paz e afasta-nos de Deus. Somos todos irmãos. No dia da Pátria, 7 de setembro, rezemos para que o Brasil encontre um caminho para superar as suas crises. Rezemos também pelas vítimas da Covid-19 “, reforçou.

Dom Walmor encerra o vídeo recordando o trecho de uma mensagem do Papa Francisco: “O bem não é conquista mas uma construção permanente, demandando a nossa dedicação a cada dia”.

Conheça a íntegra da mensagem no vídeo abaixo:

https://youtu.be/wC8C4N-Tb1I

Fonte: CNBB

Papa Francisco alerta para o problema da desinformação

Sdecoret - Shutterstock
Por Octavio Messias

Em sua fala no Dia Mundial das Comunicações Sociais, pontífice valorizou o jornalismo de qualidade e criticou a distorção intencional de informação na internet.

São muitos os problemas que a humanidade enfrenta nos dias de hoje, boa parte deles novos, com os quais, historicamente, não aprendemos a lidar, advindos da tecnologia, do crescimento populacional e dos desafios geopolíticos dos novos tempos. Entre eles, três podem ser destacados como os principais e com estreita relação entre si: a crise do novo coronavírus, a polarização política e, acirrando ainda mais os dois primeiros, o fenômeno da desinformação.  

Foi a este último que o Papa Francisco se dirigiu no Dia Mundial das Comunicações Sociais, por ocasião da 54ª Jornada Mundial das Comunicações Sociais, que teve como tema “Vinde ver”: Comunicar encontrando as pessoas como e onde estão, tirado do livro João 1, versículo 46. 

Novas mídias

Atualmente, em meio à avalanche de desinformação que o mundo atravessa, o que contribui diretamente com a polarização política, o que, por sua vez, prejudica a divulgação de informações verdadeiras sobre as medidas e os protocolos de contenção do novo coronavírus, redes sociais como Facebook e Twitter e ferramentas como WhatsApp são apontados como principais responsáveis. Em sua mensagem, o papa alertou quanto a este problema: 

“Se é verdade que a internet constitui uma possibilidade extraordinária de acesso ao saber, verdade é também que se revelou como um dos locais mais expostos à desinformação e à distorção consciente e pilotada dos fatos e relações interpessoais, a ponto de muitas vezes cair no descrédito”. 

Agradecimento aos jornalistas

O pontífice ainda reconheceu a importância do jornalismo de qualidade no sentido de levar informação a respeito da situação dos menos favorecidos e mais suscetíveis aos problemas socioeconômicos trazidos pela pandemia.  Ele agradeceu aos profissionais de comunicação pela coragem e determinação ao retratar realidades tão distintas em todos os cantos do planeta: 

“O próprio jornalismo, como exposição da realidade, requer a capacidade de ir aonde mais ninguém vai: mover-se com desejo de ver. Uma curiosidade, uma abertura, uma paixão. Temos que agradecer à coragem e determinação de tantos profissionais (jornalistas, operadores de câmara, editores, cineastas que trabalham muitas vezes sob grandes riscos), se hoje conhecemos, por exemplo, a difícil condição das minorias perseguidas em várias partes do mundo, se muitos abusos e injustiças contra os pobres e contra a criação foram denunciados, se muitas guerras esquecidas foram noticiadas. Seria uma perda não só para a informação, mas também para toda a sociedade e para a democracia, se faltassem estas vozes: um empobrecimento para a nossa humanidade”, afirmou.

Gastar sola

Ao mesmo tempo em que enalteceu a categoria, Papa Francisco criticou o modo preguiçoso como muitas empresas de comunicação divulgam informações nos dias de hoje, baseada em pesquisas na internet, com cada vez menos apuração em campo: 

“A crise do setor editorial pode levar a informações construídas nas redações, na frente do computador, nos terminais das agências, nas redes sociais, sem nunca sair para a rua, sem gastar as solas dos sapatos, sem encontrar as pessoas para encontrar histórias”, afirmou.

Responsabilidade coletiva

Além de nos informarmos pelos veículos reconhecidos de imprensa, temos papel importante e uma responsabilidade coletiva no controle da disseminação desenfreada de fake news. Antes de compartilhar uma notícia ou qualquer conteúdo nas redes sociais ou pelo WhatsApp, sempre dê um Google para checar se aquela informação foi veiculada nas plataformas tradicionais, cruze os dados e veja se ela ainda se sustenta. Na dúvida, não compartilhe. 

Fonte: Aleteia

O Sacramento do Batismo e a nossa real dignidade

Guadium Press
O Batismo contém em si tesouros de inestimável valor, ao mesmo tempo arma e escudo contra o mal.

Redação (03/09/2021 17:36Gaudium Press) Dentre os maiores mistérios que compõem a Fé cristã está o impressionante fato de que, a partir do momento em que sobre nós é derramada a água batismal juntamente à fórmula prescrita pela Igreja, nos tornamos templos da Santíssima Trindade, filhos de Deus e coerdeiros do Reino dos Céus, em virtude da força santificadora conferida aos Sacramentos, pelos méritos da Paixão de Cristo.

O Sacramento do Batismo, com efeito, foi instituído por nosso Senhor Jesus Cristo não apenas por suas palavras, mas pelo seu próprio exemplo: quis Ele receber o batismo de São João — preparatório, evidentemente, ao Batismo Cristão — para assinalar-nos os benefícios desta torrente purificadora.

Um Sacramento esquecido?

É de lastimar, entretanto, que muitas vezes o católico se esquece deste dom que recebeu, deste selo indelével que o separa e o eleva sobre os outros homens. Basta dizer que, sem o Batismo, o homem estará reduzido à simples qualidade de criatura. “O batizado passa ao domínio de Cristo[1], é o que ensina a Teologia, pois é recebendo este inefável dom que passa a ser posse de Deus, filho de Deus propriamente.

É de se perguntar, pois, por que não se vive considerando o Batismo como o mais precioso dos dons, superior a qualquer bem terreno; é possível que haja algo mais extraordinário?

Força e proteção contra todo inimigo

Lê-se na história da conversão dos francos, povo bárbaro ancestral dos franceses, as sublimes palavras de uma carta do Bispo Santo Avito, dirigida ao rei franco Clóvis no dia de seu Batismo:

“Que direi da solenidade do vosso batismo? Oh! como essa noite sagrada nos encheu de consolo ao evocarmos a vossa pessoa! Que espetáculo, dizíamos, ver reunidos um grupo de pontífices servir com solicitude no batismo de um grande rei, contemplar aquela cabeça temida pelas nações curvar-se diante dos servos de Deus; ver aquela cabeleira crescida sob o capacete militar receber, com a sagrada unção, o capacete da salvação; ver aquele guerreiro deixar por algum tempo a couraça para usar vestes brancas. Não duvideis, ó mais florescente dos reis, a maciez dos novos trajes emprestará nova força às vossas armas; e tudo quanto a vossa boa sorte realizou até agora, a vossa piedade realizará ainda melhor”.[2]

Muito mais do que uma bela recordação do passado, o católico deve ter sempre diante de si o que significa ser batizado propriamente; como sabiamente diz São Paulo, “sepultemo-nos” nas águas batismais como Cristo, para que também sejamos ressuscitados com Ele em sua glória.[3]

O Batismo é, pois, um escudo, mas sobretudo a arma capaz de vencer o inimigo infernal e de abrir o caminho até a Salvação.

Por André Luiz Kleina


[1] OÑATIBIA, Ignacio. Bautismo y Confirmación: Sacramentos de iniciación. Madrid: BAC, 2000, p. 190.

[2] Cf. ROHRBACHER, René François. Vida dos Santos. São Paulo: Américas, 1960, v. 17, p. 186.

[3] Cf. Rm 6,4.


Fonte: https://gaudiumpress.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF