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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

A história do primeiro católico do Butão que se tornou sacerdote graças à Madre Teresa

Madre Teresa e padre Kinley Tshering; Dom Stephen Lepcha
e padre KinleyTshering / Facebook de Kinley Tshering

DARJEELING, 06 set. 21 / 05:00 am (ACI).- Kinley Tshering havia se convertido ao catolicismo, embora em seu país, Butão, não fosse permitido. Mas, ele sentia o chamado a dar um passo a mais. Arrasado pela incerteza, pediu ao Senhor um sinal e este chegou quando Madre Teresa se sentou junto dele em um voo para Calcutá. Foi então que sua vida mudou.

Único católico convertido no reino budista de Butão, Kinley Tshering trabalhou em 1986 como representante de uma casa indiana de biscoitos e bebidas. Segundo ‘Religión en Libertad’, ele havia se convertido ao catolicismo na Índia, estudando em uma escola católica em Darjeeling, aos 15 anos, em 1974, e logo se aprofundou em sua fé, estudando com os jesuítas em Bangalore e Mumbai.

Tinha recebido os sacramentos em segredo: até 1995, não houve plena liberdade religiosa no Butão. “Desde 1974 sentia uma inquietação dentro de mim”.

“Eu sempre quis consagrar minha vida a Cristo como sacerdote. Mas, meus estudos profissionais, as pressões da família e meu estilo de vida não estavam ajudando a tomar uma decisão final”.

Nesses momentos, de esgotamento diante da incerteza da vocação, Kinley rezava a Deus para lhe dar um sinal. “Recordo de dizer a Deus: ‘tem que me dar um sinal como esse [dado] a Teresa do Menino Jesus, ao ver a neve no verão, mas o suficiente para que eu não duvide’. Assim, rezei naquela viagem em uma Missa, no domingo, perto do hotel”.

Foi quando encontrou com Madre Teresa em um voo para Calcutá.

“Meu coração batia com força e eu respirava com dificuldade (...) Ela ficou cheia de curiosidade quando lhe disse que vinha do Butão e era católico. Expliquei que eu tinha me convertido e, em pouco tempo com ela, soube da angústia do meu coração: meu desejo de ser sacerdote, mas todas as tentações que tinha. Tomou-me pela mãe e me disse: ‘Eu não digo isso a muitas pessoas, mas te digo: você tem uma vocação, seja generoso com Deus e Ele será generoso com você’”.

“Meus olhos se encheram de lágrimas e chorei todo o caminho para Calcutá, cheio de alegria. Eu tinha pedido a Deus por um milagre para afirmar a minha vocação e o Senhor me enviou um anjo, como [aconteceu] à Virgem Maria. Não tinha nada mais a dizer a não ser ‘aqui estou, sou o servo do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’”.

Poucos meses depois, Kinley Tshering entrou para o noviciado dos jesuítas no Monte Carmelo, em Kurseong.

Após sua ordenação sacerdotal, padre Kinley viajou a Calcutá para agradecer a Madre Teresa por sua ajuda. Ao vê-lo, a primeira coisa que ela disse foi: “Durante os últimos dez anos rezei por você”. Kinley foi o primeiro sacerdote católico de Butão e é atualmente o superior dos jesuítas de Darjeeling.

Fonte: ACI Digital

Irlanda: Bíblia de Jerusalém revisada será a base do novo Lecionário

A escolha Nova Bíblia de Jerusalém veio após uma ampla
consulta popular, lançada pelos próprios bispos em junho

“O processo de consulta popular já produziu mais de 200 contribuições relevantes por parte de indivíduos e outras 20 por parte de diversas organizações”. Alguns deles foram muito detalhados: a Associação de Missionários e Religiosos da Irlanda, por exemplo, falou em nome de seus 7.000 membros. Outros participantes, como a Associação Bíblica Irlandesa, compartilharam sua "profunda experiência de estudo das Sagradas Escrituras".

Vatican News

A Nova Bíblia de Jerusalém (Rnjb), revisada em 2019, será a base para a nova edição irlandesa do Lecionário, ou seja, o livro a partir do qual a Sagrada Escritura é proclamada durante a celebração da Missa. O anúncio da Conferência Episcopal da Irlanda foi dado por meio de uma nota assinada por Dom Francis Duffy, presidente do Conselho dos bispos para a Liturgia.

Editora Paulus
A escolha da Nova Bíblia de Jerusalém veio após uma ampla consulta popular, lançada pelos próprios bispos em junho. O Lecionário atualmente em uso, na verdade, data de 1984 e é baseado na Bíblia de Jerusalém de 1966; portanto, as cópias são difíceis de encontrar e uma simples reimpressão não seria suficiente.

Além disso, inúmeras mudanças ocorreram ao longo dos anos que levaram a uma atualização do texto, como por exemplo, o acréscimo de um certo número de novas celebrações, incluindo a Vigília de Pentecostes; a correção de algumas imprecisões na tradução original e a evolução da língua inglesa.

“O processo de consulta popular - informa a nota - já produziu mais de 200 contribuições relevantes por parte de indivíduos e outras 20 por parte de diversas organizações”. Algumas delas foram muito detalhadas: a Associação de Missionários e Religiosos da Irlanda, por exemplo, falou em nome de seus 7.000 membros. Outros participantes, como a Associação Bíblica Irlandesa, compartilharam sua "profunda experiência de estudo das Sagradas Escrituras".

No geral, as contribuições "expressaram uma clara preferência pela adoção da Nova Bíblia de Jerusalém como base do novo Lecionário irlandês": o texto de 2019 foi de fato considerado capaz de "encontrar o justo equilíbrio entre linguagem inclusiva e a sensibilidade de gênero".

De sua parte, os bispos irlandeses "decidiram iniciar uma possível colaboração com outras Conferências Episcopais de língua inglesa sobre o uso da Rnjb". O processo de preparação da nova edição do Lecionário exigirá, portanto, "vários anos" e "espera-se que sua publicação seja acompanhada de novo material catequético".

“A sua introdução - conclui a nota – dará a oportunidade para um aprofundamento da formação dos católicos sobre a Palavra de Deus”, especialmente à luz do «Domingo da Palavra de Deus», instituído pelo Papa Francisco em 2019, e do Motu proprio Spiritus Domini, com o qual, em janeiro deste ano, o Pontífice renovou os ministérios do Leitorado e do Acolitado, estabelecendo que sejam abertos às mulheres.

Fonte: Vaticano News Service -IP

São Liberato de Loro

S. Liberato de Loro | ArquiSP
06 de setembro

São Liberato de Loro

Liberato nasceu na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato, ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção à Virgem Maria, abandonou toda riqueza e conforto para seguir a vida religiosa.

Renunciou às terras e ao título de senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio, em favor de seu irmão Gualtério, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino. Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas, retirou-se ao pequeno e ermo Convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Lá, vestiu o hábito da Ordem dos Frades Menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes valeu-lhe a fama de santidade.

Em "Florzinhas de são Francisco", encontramos o seguinte relato sobre ele:
No Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e durante as orações chegava a elevar-se do chão. Por onde andava, os pássaros o acompanhavam, posando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas, quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, à penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos dedicavam-lhe grande consideração.

Quando atingiu a idade de quarenta e cinco anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada; por outro lado, recusava-se a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na sua abençoada Mãe. Ela milagrosamente o visitou e consolou, quando estava, em oração, preparando-se para a morte. Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, aproximou-se de sua cama. Ao vê-la, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo, e suplicou-lhe, em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, se tivesse tal merecimento.

Chamando-o por seu nome, a Virgem Maria respondeu: "Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para confortar-te antes de tua partida desta vida". Assim frei Liberato ingressou na vida eterna, numa data incerta do século XIII.

No século XV, o culto a Liberto de Loro era tão vigoroso que nas terras dos Brunforte recebeu autorização para ser chamado são Liberato. Até o novo convento, construído, por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano. E construíram, também, uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente Santuário de São Liberato. Porém só no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo papa Pio IX, que lhe deu a autorização canônica para ser chamado santo. A festa de são Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 6 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, na sua terra natal.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Fonte: Arquidiocese de São Paulo

domingo, 5 de setembro de 2021

DIA DA AMAZÔNIA

Foto: Ana Caroline Lira/Repam-Brasil | CNBB

DOM JOEL CONVIDA À CONTEMPLAÇÃO DO BIOMA E REFLEXÃO SOBRE DESCOMPASSO DA DEVASTAÇÃO E DAS AGRESSÕES

Nas comemorações do Dia da Amazônia, data civil no próximo domingo, 5 de setembro, foi celebrada uma missa na manhã desta sexta-feira, 3 de setembro, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O presidente da eucaristia, dom Joel Portella Amado, secretário-geral da CNBB, chamou atenção para duas atitudes fundamentais para a data: “contemplar agradecendo” e perguntar o porquê do descompasso diante da beleza da criação com devastação ambiental e agressões aos povos amazônicos.

No dia em que a Igreja faz a memória de São Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja no século VI, a celebração recordou o santo “que respondeu aos desafios do seu tempo com firmeza e com coragem” e também quis destacar o testemunho de mulheres e homens e instituições que trabalham para “promover novos caminhos de evangelização para a Igreja na Amazônia e para uma ecologia integral”.

Contemplar

Para dom Joel Portella Amado, é fundamental a atitude de contemplação, percebendo “como o criador apaixonado pela criação a fez tão detalhada, tão pujante, tão grandiosa, tão construída em comunhão, numa rede fortíssima de relações entre pessoas, culturas, meio ambiente”. Ao contemplar esse mistério de Deus “o que nos cabe é nos colocarmos de joelhos, agradecer e bendizer”.

Indagar

A pergunta que se deve refletir ao celebrar o Dia da Amazônia e contemplar a criação ali presente, é em relação ao descompasso. “Se o criador nos deu esse presente tão amoroso, tão detalhado, porque, afinal de contas, nós encontramos situações que nos apavoram quando nós olhamos a mesma realidade da Amazônia, quando nós alargamos o nosso olhar para os outros biomas e quando nós olhamos para o mundo inteiro?”, questiona dom Joel.

São vários os exemplos do descompasso diante da criação, como a devastação ambiental, as agressões aos povos amazônicos e sua diversidade, a falta de oxigênio na pandemia, entre outras realidades.

Perceber a presença de Cristo e as belezas Amazônicas

Citando o Evangelho de hoje (Lc 5, 33-39), dom Joel explica que ali está uma resposta muito clara. O bispo compara o povo que, tendo o Cristo presente preferiu “se manter nas suas opções, naquilo que vinham seguindo há séculos”, com a realidade atual a contemplação do bioma Amazônico.

“Assim como nós contemplamos a beleza, a grandeza, no caso do bioma amazônico, meio ambiente e pessoas – respeitadas as devidas proporções, é claro – o povo daquele tempo já tinha visto os milagres de Jesus. Aquelas pessoas estavam tão agarradas em uma determinada maneira de ver, que não reconheceram a presença do Verbo feito carne, não reconheceram a presença de Deus”, situou.

Na atualidade, o que ocorre segundo dom Joel é que “parece que o mundo está tão mergulhado numa lógica de espoliação, numa lógica que privilegia o lucro que não percebe as belezas presentes no bioma amazônico, nos povos, na solidariedade, na comunhão, na partilha. E preferem, apesar de tudo, manter-se naquilo que acreditam: devastando as florestas, com as queimadas, agredindo e tirando os direitos mínimos necessários dos povos que lá estão”.

Foto: Ana Caroline Lira/Repam-Brasil | CNBB
Vinho novo em odres novos

Assim como Jesus alerta no Evangelho sobre o que acontece com o remendo novo em pano velho, e a necessidade de odres novos para um vinho novo, dom Joel destacou que a atitude central que decorre do altar, da oração e da celebração é a conversão: “é a proposta de um mundo diferente que, olhando para Amazônia, olha para todas as outras situações que também são de dor”.

Voltar à Querida Amazônia

Como compromisso da celebração do Dia da Amazônia, dom Joel sugeriu ler ou ler novamente a exortação apostólica pós-sinodal Querida Amazônia e os sonhos ali indicados pelo Papa Francisco.

“Inspirados naquilo que o Santo Padre Francisco disse para nós nos quatro sonhos: não percamos o sonho. Um sonho que se traduz em atitudes, em ações muito concretas na defesa, no caso hoje, da Amazônia, com seu meio ambiente, seus povos, suas culturas. Não achemos que é um trabalho grande, porque somos instrumentos na mão de Deus. E olhemos para são Gregório, peçamos a intercessão desse santo que tinha diante de si também um momento de reconstrução. E o desafio de não colocar remendo novo em pano velho permanece: cada momento da história tem o seu perfil, cada momento da história tem o seu jeito de ser. O desafio é a perseverança”.

Plantio do Ipê

Após o final da celebração, que contou com a presença de assessores da CNBB, representantes de organismos e colaboradores da Repam-Brasil e da Comissão para a Amazônia, foi feito o plantio de uma muda de ipê no jardim da sede da CNBB. Os participantes da celebração levaram consigo uma corda, lembrando os romeiros do Círio de Nazaré, e também uma imagem da Rainha da Amazônia.

Foto: Ana Caroline Lira/Repam-Brasil | CNBB
Com cânticos, seguiram da Capela Nossa Senhora Aparecida até o local reservado, onde foram feitos agradecimentos a Deus por ocasião do Dia da Amazônia. Após a bênção de dom Joel, a diretora executiva da Repam-Brasil, irmã Maria Irene Lopes dos Santos, plantou a muda de ipê com a ajuda do colaborador da CNBB Marcos Silva.

Foto: Ana Caroline Lira/Repam-Brasil | CNBB

Foto: Ana Caroline Lira/Repam-Brasil | CNBB

O ipê é uma espécie característica do Cerrado brasileiro que, no período da seca, floresce embelezando a paisagem. Um dos motivos da escolha da árvore é a resistência que tem diante do longo período sem chuvas.

Também foi plantada uma muda na sede do Centro Cultural Missionário, onde fica o escritório da Repam-Brasil.

Fonte: CNBB

PAIS DA IGREJA: São Gregório Magno (Parte 3/7)

S. Gregório Magno | ECCLESIA

São Gregório Magno

«Antologia»

«Não se pode servir a dois senhores»

Escritos morais sobre Job, 34

Querer pôr a esperança e a confiança em bens passageiros é querer fazer fundações em água corrente. Tudo passa ; Deus permanece. Agarrarmo-nos ao que é transitório é desligarmo-nos do que é permanente. Quem, portanto, levado no turbilhão agitado de um rápido, consegue manter-se firme em seu lugar, nessa torrente fragorosa? Se quisermos recusar-nos a ser levados pela corrente, temos de nos afastar de tudo o que corre ; senão o objecto do nosso amor constranger-nos-á a chegar ao que precisamente queremos evitar. Aquele que se agarra aos bens transitórios será certamente arrastado até onde vão ter, à deriva, essas coisas a que se apega.

A primeira coisa a fazer é pois abstermo-nos de amar os bens materiais ; a segunda, não pormos total confiança naqueles bens que nos são confiados para ser usados e não para ser desfrutados. A alma que se prende a bens perecíveis, apenas, depressa perde a sua própria estabilidade. O turbilhão da vida actual arrasta quem nele se deixa ir, e é uma tonta ilusão, para aquele que é levado nesta corrente, nela querer manter-se de pé.

«As nossas candeias apagam-se»

Homilias sobre os Evangelhos, 12

"As cinco virgens loucas, ao tomarem as suas candeias, não levaram azeite consigo; as prudentes, com as suas candeias, levaram azeite nas almotolias". O azeite designa aqui o esplendor da glória; as almotolias são os nossos corações, onde guardamos todos os nossos pensamentos. As virgens prudentes levam azeite nas almotolias, porque guardam na sua consciência todo o esplendor da sua glória, tal como diz S. Saulo: "O que faz a nossa glória, é o testemunho da nossa consciência" (2 Co 1,12). As virgens loucas, pelo contrário, não levam azeite consigo, porque não guardam a sua glória no segredo do coração, isto é, pedem-na aos louvores dos outros.

"Mas, no meio da noite, ouviu-se um brado: 'Eis o esposo que vem, ide ao seu encontro!'" Então todas as virgens se levantam. Mas as candeias das virgens loucas apagam-se porque as suas obras, que, de fora, pareciam resplandecentes aos olhos dos homens, por dentro não são mais que trevas à chegada do Juiz; e não recebem de Deus nenhum a recompensa, considerando que já receberam dos homens os louvores de que gostavam.

«Jesus começou a fazer censuras
às cidades que não se tinham convertido»

Exposição sobre os sete salmos da penitência

Gritemos com David; ouçamo-lo chorar e vertamos lágrimas com ele. Vejamos como se corrige e alegremo-nos com ele: “Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa misericórdia” (Ps 50, 3).

Coloquemos diante dos olhos da nossa alma um homem gravemente ferido, quase prestes a exalar o seu último suspiro, que jaz nu sobre o pó do caminho. No seu desejo de ver chegar um médico, geme e pede àquele que compreende o estado em que se encontra que tenha piedade dele. Ora, o pecado é um ferimento da alma. Tu, que és esse ferido, compreende que o teu médico se encontra dentro de ti, e descobre-lhe as chagas dos teus pecados. Que Ele oiça os gemidos do teu coração, Ele que conhece todos os pensamentos secretos. Que as tuas lágrimas o comovam e, se for preciso procurá-Lo com uma certa insistência, do fundo do teu coração, faz subir até Ele suspiros profundos. Que a tua dor chegue até Ele e que também a ti te digam, como a David: “O Senhor apagou o teu pecado”.

“Tende piedade d e mim, Senhor, segundo a vossa misericórdia”. É pouca a misericórdia que atraem sobre si aqueles que fazem diminuir a sua falta porque não conhecem esta grande misericórdia. Por mim, caí pesadamente, pequei com conhecimento de causa. Mas Tu, médico todo-poderoso, Tu corriges aqueles que Te desprezam, instruis aqueles que ignoram a sua falta e perdoas àqueles que Ta confessam.

FONTE:

Evangelho Cotidiano

Fonte: https://www.ecclesia.org.br/

O triste relato do padre forçado a deixar a única igreja católica do Afeganistão

Youtube | Dodici Porte

O pe. Giovanni espera voltar um dia ao Afeganistão para retomar o trabalho da Igreja no país.

O padre forçado a deixar a única igreja católica do Afeganistão fez um breve e triste relato das últimas horas vividas no país antes de embarcar num voo militar junto com cinco religiosas da congregação da Santa Madre Teresa de Calcutá e 14 crianças deficientes que residiam no orfanato mantido pela Igreja em Cabul.

Missionário italiano, o pe. Giovanni Scalese é membro da congregação dos clérigos regulares de São Paulo, conhecidos como barnabitas, e era superior da missão católica no Afeganistão, além de responsável pela paróquia de Nossa Senhora da Divina Providência, a única da Igreja em todo o território afegão. A capela se localizava dentro da embaixada italiana.

Ao chegar a Roma nesta semana, ele declarou:

“Continuamos orando pelo Afeganistão. Não podemos abandonar esse país e o seu povo sofredor”.

O padre e as Missionárias da Caridade só conseguiram trazer consigo 14 das mais de 60 crianças de quem cuidavam no centro de atendimento para pessoas deficientes que a Igreja mantinha em Cabul desde 2006. As outras crianças, infelizmente, tiveram de permanecer no país. Seu futuro, assim como o do seu povo, é incerto.

Incertos também foram os dias anteriores à partida das freiras e do padre com as poucas crianças que puderam retirar de Cabul. O pe. Giovanni relatou à mídia italiana:

“Do lado de fora dos portões da nossa embaixada, havia talibãs que, se quisessem nos prejudicar, poderiam ter prejudicado. Mas não aconteceu absolutamente nada. Fiquei mais preocupado com as Missionárias da Caridade, que ficaram na sua casa e, portanto, estavam mais expostas e assustadas”.

Antes de conseguir embarcar, o grupo viveu uma tentativa frustrada na véspera: chegaram a se dirigir ao aeroporto, mas tiveram que dar meia-volta.

“Só conseguimos passar pela entrada na outra noite. Não foi fácil passar por tanta gente e por aquela tensão enorme. O Talibã, entre outras coisas, emitiu um aviso de que fecharia as vias do aeroporto para os afegãos e permitiria somente a passagem de estrangeiros. Assim que chegamos, eles nos embarcaram num voo militar que fez uma escala no Kuwait antes de chegar a Roma”.

A única igreja católica do Afeganistão, agora fechada

O sacerdote conta que não esperava que a saída do Afeganistão tivesse de ser “tão repentina e abrupta”:

“Todos esperávamos uma conclusão mais negociada, um governo de transição ou de unidade nacional. Mas, em poucos dias, tudo desmoronou: governo, exército, forças policiais. O Talibã nem lutou para tomar o poder: simplesmente assumiram o controle. Isso teve um lado bom, em parte, porque evitou um banho de sangue. Já houve mortes, mas não é uma guerra civil”.

O pe. Giovanni espera voltar um dia ao Afeganistão para retomar o trabalho da Igreja no país. Neste momento, porém, este é um cenário que não se vislumbra no horizonte.

Fonte: Aleteia

Dia da Amazônia: memória e compromisso

5 de setembro foi escolhido pois no ano de 1850, neste
mesmo dia, o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da
Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas)

Não podemos esquecer que a grandeza e a riqueza, tanto biológica como cultural, existentes na Floresta Amazônica fazem com que a mesma seja considerada um patrimônio nacional e internacional, ainda que sua soberania pertença ao território das nações onde geograficamente o bioma está relacionado. A Constituição Brasileira (Cap.225) afirma que a Floresta Amazônia é um patrimônio do Brasil.

Padre Josafá Carlos de Siqueira, SJ - Reitor e professor da PUC-Rio

A Amazônia é um grande bioma que está presente geograficamente em vários países da América do Sul, principalmente no Brasil, onde representa 40% do território nacional. Este bioma é citado no capítulo primeiro da "Encíclica Laudato Si'", do Papa Francisco, quando ele comenta o que está acontecendo com a nossa casa comum, em particular, sobre a perda da biodiversidade (L.S.38). Lendo a Encíclica com os olhos voltados para a Amazônia, entendemos a força de expressão na afirmação do Papa Francisco, quando explicita que esta região é considerada um pulmão do planeta, tanto por razões biológicas, como climáticas. A vasta extensão geográfica do bioma (que ocupa cerca de seis milhões de quilômetros quadrados, sendo 70% destes no território brasileiro), cuja riqueza de sua megabiodiversidade começou em tempos geológicos remotos, com o soerguimento dos Andes, a regressão do mar na Bacia Amazônica, as mudanças nos cursos dos rios e a migração da flora e da fauna da América Central e da Floresta Atlântica. A chamada Hileia Amazônica, que compreende vários ecossistemas florestais e campestres, é responsável pela maior acumulação de carbono do planeta, como também pela liberação do oxigênio resultante da fotossíntese. Embora a floresta libere também CO2, sobretudo quando ela é queimada, a produção de oxigênio da floresta viva ainda é bem maior. O pulmão climático controla os ventos e os regimes da chuva, garantindo a distribuição pluviométrica em regiões próximas e distantes. Alterações e mudanças deste pulmão climático poderão acarretar grandes problemas socioambientais. Na perspectiva antropológica, sociológica e teológica, podemos entender por que a "Laudato Si´" considera a Amazônia como um lugar especial para o planeta e o futuro da Humanidade. Primeiro, por ser uma região de grandeza continental, possuindo a maior bacia hidrográfica do mundo (sete milhões de quilômetros quadrados), a maior floresta tropical do planeta, a maior biodiversidade da Terra e a maior concentração de povos indígenas do mundo. Ali, podemos vislumbrar o ideal de uma ecologia integral, pois os aspectos ambientais, econômicos, sociais e culturais estão imbricados na relação entre o ecológico, o teológico e o antropológico.

Se existem na Amazônia escalas de grandezas consideráveis, também vamos encontrar diferentes olhares humanos sobre esta região, muitos dos quais incompatíveis com as perspectivas ética e teológica. Um olhar mitológico de território vazio e potencialmente inesgotável, não corresponde a um espaço que sempre foi ocupado pelos povos tradicionais e por milhares de seres vivos que ali vivem, cujo potencial das riquezas existentes são esgotáveis, sobretudo se continuarmos explorando de maneira insustentável as suas reservas minerais e biológicas. Também não cabe para a região um olhar mecanicista e utilitarista, que vê a Amazônia como patrimônio promissor para as geopolíticas e para os modelos de ocupação desordenados, motivando as migrações ilegais, a biopirataria, a grilagem de terras, a derrubada das matas, as contínuas queimadas e a aplicação de modelos agrícolas e econômicos não adequados à realidade ambiental, climática e social da região. Por trás destes olhares distorcidos também encontramos perspectivas preocupantes, como a visão da natureza como objeto de exploração, a quebra das relações entre povos nativos e as florestas, o enriquecimento de grupos que não têm compromisso com a sustentabilidade socioambiental, o desrespeito pela obra do Criador e os direitos das criaturas, o tráfico de plantas e animais nativos, o descompromisso com os bens comuns de toda a Humanidade e, finalmente, a falta de uma visão mais sistêmica de uma ecologia integral, conforme nos exorta a "Laudato Si´".

Não podemos esquecer que a grandeza e a riqueza, tanto biológica como cultural, existentes na Floresta Amazônica fazem com que a mesma seja considerada um patrimônio nacional e internacional, ainda que sua soberania pertença ao território das nações onde geograficamente o bioma está relacionado. A Constituição Brasileira (Cap.225) afirma que a Floresta Amazônia é um patrimônio do Brasil.

No entanto, dada a sua importância para todo o planeta Terra, nos últimos anos, pelas crises dos recursos hídricos, a diminuição da biodiversidade, o crescimento da extinção de espécies e as mudanças climáticas, tem se levantado a discussão de que a Floresta Amazônia é um bem de caráter universal que presta um serviço à toda Humanidade, sendo, portanto, um patrimônio da casa comum planetária. Não podemos negar que o grande território Panamazônico, que envolve sete países, é o único lugar do planeta onde se concentram as duas grandes riquezas: a cultural e a ambiental. Isto não se vê mais em nenhuma parte do planeta Terra. Quanto à riqueza de recursos hídricos, a região Panamazônica detém 15-20% de toda a água doce do planeta, manancial fundamental para a sobrevivência dos ecossistemas, das espécies da fauna e da flora, e da saúde e subsistência da espécie humana. Como eticamente a água é considerada um bem de caráter universal que não pode ser privatizado e apropriado unicamente por um país, a riqueza hídrica Panamazônica passa a ter uma relevância para o futuro da Humanidade, sobretudo com o aumento da escassez da água em escala mundial, intensificando os conflitos e guerras pela disputa deste bem da natureza. Tratando-se da megabiodiversidade da região Panamazônica, que abriga 15% das espécies existentes no planeta, a relação entre o caráter nacional e internacional da Floresta Amazônica é um pouco mais complexo. Primeiro porque o conceito de soberania geopolítica não se aplica integralmente às espécies da fauna e da flora, pois tanto no passado geológico, como na história atual, os gêneros e as espécies têm ligações biogeográficas com outros continentes e ecossistemas extraterritoriais. As rotas migratórias e os processos de especiação e dispersão vão além das fronteiras das nações, pois muitos animais migraram ou chegaram à floresta pelas ligações intercontinentais. O mesmo ocorre com algumas espécies de plantas, ora intercambiando com as florestas tropicais da América Central, ora com a floresta atlântica e as demais formações florestais.

Quando falamos do clima, que também é considerado bem comum de caráter universal, e um patrimônio de toda a Humanidade, vamos perceber que o mesmo está ligado a fatores e processos que vão além das fronteiras nacionais. Os ventos alísios que sopram trazendo umidade para a Floresta Amazônica são oriundos de outros lugares, muito além das fronteiras geopolíticas. As poeiras que trazem partículas suspensas de fosfato que nutrem o solo da floresta advêm dos desertos da África. Assim, as mudanças climáticas que afetam e alteram os ciclos e a dinâmica da floresta passam a ser também um desafio para toda a Humanidade, pois a sua grande escala rompe as fronteiras e as soberanias, modificando e trazendo consequências nefastas nas escalas local e global.

Finalmente, a Floresta Panamazônica pode ser teologicamente considerada um patrimônio local e global de toda a Humanidade na perspectiva criacional, pois foi o Criador que permitiu a evolução de todo o bioma, dotando as espécies da fauna e da flora de amor, beleza e inteligência, além de estabelecer uma aliança com todos os seres viventes, conforme os relatos do Livro do Gênesis (Cap. 9). Sendo um patrimônio também de caráter teológico, automaticamente é um patrimônio de toda a Humanidade, pois Deus, na perspectiva da fé, é o sentido absoluto de tudo o que existe. Daí nasce o compromisso do ser humano em administrar, nacional e internacionalmente, a obra do Criador, não como donos e proprietários, mas como guardiões responsáveis pelo direito da vida de todos os seres viventes que habitam a casa comum planetária, seja os que compõem a territorialidade amazônica, como também todas as demais territorialidades que integram os diversos biomas e ecossistemas do planeta Terra. Neste sentido, antropologicamente, a Floresta Amazônica é uma responsabilidade patrimonial dos brasileiros, dos países circunvizinhos e de toda a Humanidade. Usar os recursos hídricos, minerais e biológicos de maneira racional e sustentável é dever de todos, principalmente dos brasileiros que detêm a maior parte da região Panamazônica.

Assim podemos entender a relevância de um Sínodo da Igreja Católica sobre a Amazônia, realizado em Roma em outubro de 2019, convocado e acompanhado pelo Papa Francisco. Apesar de se tratar de um evento pastoral voltado para a evangelização, neste lugar nacional e internacionalmente tão particular para o planeta, o Sínodo nos deixou um legado de olhares, soluções e propostas da Igreja Católica, que há muitas décadas está presente em vários espaços da grandiosa e complexa Amazônia.

Pela presença de muitas universidades católicas no Brasil e em alguns países da América Latina, as nossas Instituições são convidadas a darem uma contribuição sobre a Amazônia, abordando diversas áreas do conhecimento científico. O olhar do mundo universitário, seja ele liberal ou conservador, certamente enriquece as leituras, os conceitos, e as soluções técnicas, contribuindo no diálogo entre ciência e fé.

Celebrar o Dia da Amazônia é abrir-se aos desafios presentes e futuros, missão de todos nós que somos guardiões da Criação, unindo esforços para proteger a casa comum planetária, na busca de um desenvolvimento socioambiental verdadeiramente sustentável para aquela região. Celebrar o Dia da Amazônia é assumir desafios e os seguintes compromissos: 1) Pensar a Amazônia numa escala global, pois ela é um território do planeta onde ainda se conservam as duas grandes diversidades da Humanidade, a saber, a diversidade ecológica e ambiental, e a diversidade antropológica e cultural; 2) Buscar mecanismos de desenvolvimento regional que levem em conta as especificidades ambientais, sociais e climáticas da região, sem perder a riqueza existente do patrimônio cultural e ambiental; 3) Valorizar as bases produtivas locais, potencializando e abrindo-as para as demandas do mercado nacional e internacional, dentro de modelos autossustentáveis; 4) Diante dos desafios das mudanças climáticas, discutir e estabelecer políticas que respeitem as soberanias dos territórios, o cumprimento das legislações ambientais e o consenso entre o uso sustentável dos recursos da natureza e a preservação da biodiversidade, pois a riqueza desse patrimônio é um legado que Deus colocou em nossas mãos para ser administrado com cuidado, respeito e responsabilidade; 5) Pensar a Amazônia na perspectiva ética, conservando os bons hábitos e costumes dos povos da floresta, não corrompendo-os com os paradigmas ideológicos da globalização que destrói as culturas locais com os processos perversos de homogeneização cultural e perdas de valores humanísticos, ambientais e religiosos; 6) Defender a Amazônia a partir do paradigma da ecologia integral, pois ali se vislumbra um laboratório vivo para os estudos da diversidade cultural e ambiental, dos processos de educação ambiental, de modelos de sustentabilidade socioambiental e de uma ecoteologia da Criação.

Fonte: Vatican News

O dia em que Madre Teresa de Calcutá disse: “A maior ameaça para a paz é o aborto”

Foto (Túrelio (CC BY-SA 2.0 DE))

REDAÇÃO CENTRAL, 04 set. 21 / 07:00 am (ACI).- Foi um dia histórico. Santa Teresa de Calcutá participou no Café da Manhã de Oração Nacional que é celebrado todos os anos em Washington (Estados Unidos). Foi em 3 de fevereiro de 1994, ante a classe dominante americana. A fundadora das Missionárias da Caridade proclamou com coragem a verdade sobre o crime do aborto.

Em seu discurso diante do então presidente Bill Clinton, da primeira-dama Hillary Clinton, do vice-presidente Al Gore e de sua esposa e outras figuras políticas que não estavam de acordo com ela, a religiosa de origem albanesa se referiu ao aborto como uma ameaça para paz.

“A maior ameaça para a paz hoje é o aborto, porque o aborto é declarar guerra à criança, a criança inocente que morre nas mãos de sua própria mãe. Se aceitarmos que uma mãe possa matar o seu próprio filho, como podemos dizer aos outros que não se matem? Como persuadir uma mulher para que não pratique um aborto? Como sempre, terá que fazê-lo com amor e recordar que amar significa doar-se até doer”.

“Jesus deu a sua vida por amor a nós. É necessário ajudar a mãe que está pensando em abortar; ajudá-la a amar, mesmo quando esse respeito pela vida do seu filho a obrigue a sacrificar seus projetos ou seu tempo livre. Por sua vez, o pai dessa criatura, seja quem for, também deve se doar até doer”.

“Ao abortar, a mãe não aprendeu a amar; tentou solucionar os seus problemas matando o seu próprio filho. E através do aborto, envia uma mensagem ao pai que ele não precisa assumir a responsabilidade pelo filho gerado. Um pai assim é capaz de pôr outras mulheres na mesma situação. Dessa forma, um aborto pode levar a outros abortos. O país que aceita o aborto não está ensinando o seu povo a amar, mas a aplicar a violência para conseguir o que deseja. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto”.

Além disso, recordou ‘Análisis Digital’, Madre Teresa pediu às mulheres que pensavam em abortar os seus filhos, para entregá-los a ela: “O maior presente que Deus deu à nossa congregação é lutar contra o aborto através da adoção. Já entregamos, somente na nossa casa em Calcutá, mais de três mil crianças para a adoção. E posso dizer-lhes quanta alegria, quanto amor e quanta paz essas crianças levaram para essas famílias. Foi um verdadeiro presente de Deus para eles e para nós”.

“Recordo que uma das crianças estava muito doente, então pedi aos pais que a devolvessem e eu lhes daria uma criança saudável. Mas o pai olhou para mim e disse: ‘Madre Teresa, leva a minha vida antes da criança’. É lindo ver quanto amor, quanta alegria essa criança levou a essa família”.

“Rezem por nós para que possamos continuar com esse lindo presente. E também faço uma proposta: nossas irmãs estão aqui, se alguém não quer uma criança, entreguem-me, pois eu a quero”.

Com as suas palavras, o fundadora das Missionárias da Caridade tocou o coração de muitos que estavam presentes e também deixou claro que a maior pobreza não encontrou nos subúrbios de Calcutá, mas nos países mais ricos onde falta o amor, nas sociedades que permitem o aborto.

“Para mim, as nações que legalizaram o aborto são as mais pobres, têm medo de um não nascido e a criança tem que morrer”.

Apesar do seu tamanho, ela não se encolheu em nenhum momento, pelo contrário, permaneceu firme como uma pedra e removeu as consciências dos poderosos dando voz aos não nascidos: “Com determinação, que nenhuma criança seja rejeitada ou não seja amada, ou que não se preocupem por ele ou não o assassinem e o joguem no lixo”.

Confira também:

Fonte: ACI Digital 

Reflexão para o 23º Domingo do Tempo Comum - Ano "B"

Evangelho do Domingo | Vatican News

Tocar os ouvidos primeiro, significa que a fé começa pela audição; depois tocar a língua, a fé provoca o anúncio; finalmente a ordem “abre-te”, todo seu ser está curado e deve anunciar a bondade de Deus, a redenção realizada pelo Verbo.

Padre Cesar Augusto Santos, SJ – Vatican News

Na segunda leitura, Carta de São Tiago 2, 1-5, lemos um fato que constantemente acontece em nossa vida social e, infelizmente, muitas vezes em ambientes religiosos, seja no templo ou em residências ou obras de pessoas referenciais da religião, ou seja, o preconceito social com o subsequente favorecimento do pertencente a uma classe econômica elevada, do bem vestido, daqueles que chamamos de “boa aparência”, do elegante, daquele de corpo sem algum handicap físico ou mental, do portador de um corpo que não deixa dúvidas quanto ao gênero, do pertencente à raça branca, daquele que pertence ao nosso grupo esportivo, nascido em um país do primeiro mundo, do “bem nascido”. Portamo-nos como juízes e prestadores de serviço ao bom senso e discriminamos as pessoas por causa de seu exterior. Como diz o versículo 4: “não vos tornastes juízes com critérios injustos?” Com isso defraudamos aqueles que não se ajustam aos nossos critérios seletivos. E, pode ser exatamente aí, nessas pessoas desprestigiadas por nosso preconceito e discriminação que estejam aqueles valores que almejamos, como está escrito no versículo 5.

A primeira leitura, extraída de Isaías 35, 4-7, se dirige precisamente a essas pessoas relegadas a segundo plano e, por isso, abatidas. O Senhor reverterá a situação desfavorável e a mudança acontecerá. Aí está a justiça de Deus, não castigando o preconceituoso, mas favorecendo sua conversão e libertando o oprimido de tudo aquilo que o oprimia e diminuía diante do olhar limitado do discriminador. Desse modo de agir de Deus, a Sagrada Escritura está repleta. Basta, como amostra, recordarmos das palavras de Maria no Magnificat, Lc 1, 46-55.

Mas vamos pensar grande e intuir se Isaías não usa cegos, surdos e paralíticos no sentido figurado, já que se dirige a um povo deprimido que aguarda a libertação deles mesmos e também da natureza. Ao povo dominado por esses deficientes do bom senso e sem discernimento algum, o Senhor se dirige através da voz de Isaías: “Criai ânimo, não tenhais medo!”  Essa possibilidade se torna robusta se olharmos para a segunda leitura e vermos que muitas pessoas marginalizadas pelo preconceito dos dominadores poderosos, possuem uma baixíssima autoestima e concordando com a dominação, nada fazem para se libertar. Também para eles Isaías diz: “Criai ânimo, não tenhais medo!”

O que vemos em situações de opressão seja no âmbito político, laboral, familiar e até no religioso, não nos sugere a necessidade de um Messias? Ora, sem a participação do que sofre a dominação, sem se apropriar do “Criai ânimo”, será muito difícil a libertação, já que Deus pede o desalojamento de nossa acomodação.

O Evangelho, Marcos 7, 31-37 anuncia que a chegada do Messias já aconteceu e confirma tudo o que foi dito anteriormente. Jesus retira um homem da multidão, uma multidão pagã, marginalizado pela surdez e pela consequente dificuldade em falar. Diz-lhe “abre-te”, e o cura, restabelecendo sua saúde e o reconduzindo à multidão com a missão de testemunhar que o Messias, o restaurador do mundo, é Jesus, pois ele “faz bem todas as coisas”.

Tocar os ouvidos primeiro, significa que a fé começa pela audição; depois tocar a língua, a fé provoca o anúncio; finalmente a ordem “abre-te”, todo seu ser está curado e deve anunciar a bondade de Deus, a redenção realizada pelo Verbo. Se a surdez o marginalizava, Jesus não o reintegra simplesmente à vida social, mas o reintegra como um profeta e a missão do profeta especialmente naquela sociedade é testemunhar a ação da Vida. Contudo, Jesus o proíbe de anunciar quem foi que o curou.

Também esse homem pode simbolizar aquele grupo de pessoas, o povo que quer ser curado, mas que a multidão envolvente o manipula e o transforma em massa de manobra. Jesus resgata o povo, e este passa a agir livremente, rompendo com os sistemas que o manipulam. Nesse ínterim surge a famosa proibição, típica do Evangelho de Marcos, de não contar a ninguém a ação maravilhosa de Jesus. Por quê? O Senhor não deseja ser confundido como um simples libertador, mas a futura ressurreição irá demonstrar que Messias é Jesus, o libertador de toda e qualquer opressão que sufoca o ser humano. Jesus, a Vida!

A sociedade justa de acordo com o desejo de Deus, é aquela em que os seres humanos se respeitam, se unem para testemunhar a beleza e a grandeza de sermos todos iguais e filhos do mesmo Pai, o Pai de Jesus Cristo, o Messias, o Ungido, aquele que nos liberta do preconceito e nos torna irmãos!

Fonte: Vatican News

Santa Teresa de Calcutá

Sta. Teresa de Calcutá | ArquiSP
05 de setembro

Santa Teresa de Calcutá

Agnes Gouxha Bojaxhiu, madre Teresa de Calcutá, nasceu, no dia 27 de agosto de 1910, em Skopje, Iugoslávia, de pais albaneses. Seus pais, Nicolau e Rosa, tiveram três filhos. Na época escolar, Agnes tornou-se membro de uma associação católica para crianças, a Congregação Mariana, onde cresceu em ambiente cristão. Aos doze anos, já estava convencida de sua vocação religiosa, atraída pela obra dos missionários.

Agnes pediu para ingressar na Congregação das Irmãs de Loreto, que trabalhavam como missionárias em sua região. Logo foi encaminhada para a Abadia de Loreto, na Irlanda, onde aprenderia o inglês e depois seria enviada à Índia, a fim de iniciar seu noviciado. Feitos os votos, adotou o nome Teresa, em homenagem à carmelita francesa, Teresa de Lisieux, padroeira dos missionários.

Primeiramente, irmã Teresa foi incumbida de ensinar história e geografia no colégio da Congregação, em Calcutá. Essa atividade exerceu por dezessete anos. Cercada de crianças, filhas das melhores famílias de Calcutá, impressionava-se com o que via quando saia à rua: pobreza generalizada, crianças e velhos moribundos e abandonados, pessoas doentes sem a quem recorrer.

O dia 10 de setembro de 1946 ficou marcado na sua vida como o "dia da inspiração". Numa viagem de trem ao noviciado do Himalaia, percebeu que deveria dedicar toda a sua existência aos mais pobres e excluídos, deixando o conforto do colégio da Congregação.

E assim fez. Irmã Teresa tomou algumas aulas de enfermagem, que julgava útil a seu plano, e misturou-se aos pobres, primeiro na cidade de Motijhil. A princípio, juntou cinco crianças de um bairro miserável e passou a dar-lhes escola. Passados dez dias, já se somavam cinqüenta crianças. O seu trabalho começou a ficar conhecido e a solidariedade do povo operava em seu favor, com donativos e trabalho voluntário.

Para irmã Teresa, o trabalho deveria continuar a dar frutos sem depender apenas das doações e dos voluntários. Seria necessário às suas companheiras que tivessem o espírito de vida religiosa e consagrada. Logo, uma a uma ouviram o chamado de Deus para entregarem-se ao serviço dos mais pobres. Nascia a Congregação das Missionárias da Caridade, com seu estatuto aprovado em 1950. E ela se tornou madre Teresa, a superiora.

As missionárias saíram às ruas e passaram a recolher doentes de toda espécie. Para as irmãs missionárias, cada doente, cada corpo chagado representava a figura de Cristo, e sua ajuda humanitária era a mais doce das tarefas. Somente com essa filosofia é que as corajosas irmãs poderiam tratar doentes de lepra, elefantíase, gangrena, cujos corpos, em putrefação, eram imagens horrendas que exalavam odores intoleráveis. Todos eles tinham lugar, comida, higiene e um recanto para repousar junto às missionárias.

Reconhecido universalmente, o trabalho de madre Teresa rendeu-lhe um prêmio Nobel da Paz, em 1979. Esse foi um dos muitos prêmios recebidos pela religiosa devido ao seu trabalho humanitário. Nesse período, sua obra já se havia espalhado pela Ásia, Europa, África, Oceania e Américas.

No dia 5 de setembro de 1997, madre Teresa veio a falecer, na Índia. A comoção foi mundial. Uma fila de quilômetros formou-se durante dias a fio, diante da igreja de São Tomé, em Calcutá, onde o seu corpo estava sendo velado. Ao fim de uma semana, o corpo da madre foi trasladado ao estádio Netaji, onde o cardeal Ângelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, celebrou a missa de corpo presente.

Em 2003, o papa João Paulo II, seu amigo pessoal, ao comemorar o jubileu de prata do seu pontificado, beatificou madre Teresa de Calcutá, reconhecida mundialmente como a "Mãe dos Pobres". Na emocionante solenidade, o sumo pontífice disse: "Segue viva em minha memória sua diminuta figura, dobrada por uma existência transcorrida a serviço dos mais pobres entre os mais pobres, porém sempre carregada de uma inesgotável energia interior: a energia do amor de Cristo".

Madre Teresa foi canonizada no dia 4 de Setembro de 2016 pelo Papa Francisco no ​Vaticano, cerca de 120 mil fiéis, provenientes de todas as partes do mundo participaram da cerimônia.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF