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terça-feira, 7 de setembro de 2021

JMJ: jovens portugueses entregaram símbolos a jovens espanhóis

Símbolos da JMJ 

Depois de Angola e Polónia, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora peregrinam por Espanha até ao dia 29 de outubro.

Rui Saraiva – Portugal

De Portugal para Espanha, os símbolos da JMJ foram da diocese da Guarda para a diocese de Ciudad Rodrigo para continuar a peregrinar. Foi no domingo dia 5 de setembro que teve lugar este belo bonito momento de partilha entre os jovens portugueses e seus vizinhos espanhóis. Uma forma de criar “mais proximidade” segundo informa a Agência Ecclesia. Os símbolos da JMJ “foram entregues por 10 jovens de Portugal a 10 jovens de Espanha”.

Passados 10 anos da JMJ de Madrid, a Cruz peregrina e o Ícone de Nossa Senhora vão agora peregrinar por Espanha “pelas dioceses espanholas de Zamora, Barcelona, Salamanca e Madrid até ao dia 29 de outubro”. Nesse dia conclui-se a peregrinação em Ayamonte, na diocese de Huelva, com uma Eucaristia e uma cerimónia de despedida, seguida de uma “travessia dos símbolos no rio Guadiana, para Portugal”.

Esta peregrinação dos símbolos da JMJ em Espanha vem na sequência do caminho já feito nas dioceses de Angola e da Polónia. “É muito importante para nós sentir que os símbolos são da Igreja, e sentimo-lo em Angola, na Polónia e agora em Espanha” – referiu à reportagem da Agência Ecclesia o padre Filipe Diniz, diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil da Conferência Episcopal Portuguesa.

De referir que em agosto de 2022 terá lugar em Espanha o Encontro Europeu de Jovens em Santiago de Compostela.

Após estes meses de setembro e outubro em Espanha, os símbolos da JMJ vão iniciar em novembro a grande peregrinação em Portugal por todas as dioceses até julho de 2023. 

Fonte: Vatican News

Santa Regina

Santa Regina | ArquiSP
07 de setembro

Santa Regina

Regina ou Reine, seu nome no idioma natal, viveu no século III, em Alise, antiga Gália, França. Seu nascimento foi marcado por uma tragédia familiar, especialmente para ela, porque sua mãe morreu durante o parto. Por essa razão a criança precisou de uma ama de leite, no caso uma cristã. Foi ela que a inspirou nos caminhos da verdadeira fé e da virtude.

Na adolescência, a própria Regina pediu para ser batizada no cristianismo, embora o ambiente em sua casa fosse pagão.

A cada dia, tornava-se mais piedosa e tinha a convicção de que queria ser esposa de Cristo. Nunca aceitava o cortejo dos rapazes que queriam desposá-la, tanto por sua beleza física como por suas virtudes e atitudes, que sempre eram exemplares. Ela simplesmente se afastava de todos, preferindo passar a maior parte do seu tempo reclusa em seu quarto, em oração e penitência.

Entretanto o real martírio de Regina começou muito cedo, e em sua própria casa. O seu pai, um servidor do Império Romano chamado Olíbrio, passou a insistir para que ela aprendesse a reverenciar os deuses. Até que um dia recebeu a denuncia de que Regina era uma cristã. No início não acreditou, mas decidiu que iria averiguar bem o assunto.

Quando Olíbrio percebeu que era verdade, denunciou a própria filha ao imperador Décio, que seduziu-a com promessas vantajosas caso renegasse Cristo. Ao perceber que nada conseguiria com a bela jovem, muito menos demovê-la de sua fé, ele friamente a mandou para o suplício. Regina sofreu todos os tipos de torturas e foi decapitada.

O culto a santa Regina difundiu-se por todo o mundo cristão, sendo que suas relíquias foram várias vezes transladadas para várias igrejas. Até que, no local onde foi encontrada a sua sepultura, foi construída uma capela, que atraiu grande número de fiéis que pediam por sua intercessão na cura e proteção. Logo em seguida surgiu a construção de um mosteiro e, ao longo do tempo, grande número de casas. Foi assim que nasceu a charmosa vila Sainte-Reine, isto é, Santa Rainha, na França.

Esta festa secular ocorre, tradicionalmente, em todo o mundo cristão, no dia 7 de setembro.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

PAIS DA IGREJA: São Gregório Magno (Parte 4/7)

S. Gregório Magno | ECCLESIA

São Gregório Magno

«Antologia»

«Vistes aquele que o meu coração ama?»

Homilias sobre os Evangelhos

É preciso calcular a força com que o amor tinha abrasado a alma desta mulher que não se afastava do túmulo do Senhor, mesmo quando os discípulos o tinham abandonado. Procurava aquele que não encontrava, chorava procurando-o e, abrasada pelo fogo do seu amor, ardia de desejo por aquele que ela julgava que tinham roubado. Por isso, foi a única a vê-lo, ela que tinha ficado para o procurar, porque a eficácia de uma boa obra leva à perseverança e a Verdade diz esta palavra: "Aquele que tiver perseverado até ao fim será salvo" (Mt 10,22)...

Porque a espera faz crescer os santos desejos. Se a espera os faz cair, é porque não eram verdadeiros desejos. Foi com um amor semelhante que arderam todos os que puderam atingir a verdade. É por isso que David diz: "A minha alma tem sede do Deus vivo: quando me encontrarei diante da face de Deus?" (Sl 41,3) E a Igreja diz também no Cântico dos Cânticos: "Estou ferida de amor" e, mais à frente: "A minha alma desfaleceu" (Ct 2,5). "Mulher, porque choras? Quem procuras?" Perguntam-lhe o motivo da sua dor, para que o desejo aumente, para que nomeando aquele que procura, ela torne mais ardente o seu amor por ele.

"Disse-lhe Jesus: Maria". Após a palavra banal de "mulher", ele chama-a pelo nome. Era como se dissesse: "Reconhece aquele que te conhece. Não te conheço de uma maneira geral, como a todas as outras; conheço-te de um modo pessoal". Chamada pelo nome, Maria reconhece então o seu Criador e chama-lhe imediatamente: "Rabunni, isto é, mestre", porque aquele que procurava exteriormente era o mesmo que lhe ensinara interiormente a procurá-lo.

«Recebestes de graça, dai de graça»

Homilias sobre os evangelhos, 6

Vós podeis, também, se o quiserdes, merecer este belo nome de mensageiros de Deus. Com efeito, se cada um de vós, segundo as suas possibilidades, na medida em que tiver recebido a inspiração do céu, desviar o seu próximo do mal, se tomar a seu cuidado trazê-lo para o bem, se recordar ao transviado do Reino o castigo que o espera na eternidade, é evidentemente um mensageiro das santas palavras de Jesus. E que ninguém venha dizer: Eu sou incapaz de instruir os outros, de os exortar. Façam ao menos o que vos é possível, para que um dia não vos peçam contas do talento recebido e mal conservado. Porque aquele que preferiu esconder o seu talento em vez de o fazer render não tinha recebido mais do que um talento (Mt 25, 14s)...

Arrastai os outros convosco; que eles sejam os vossos companheiros na estrada que leva a Deus. Quando, indo à praça ou aos banhos públicos, encontrardes alguém desocupado, convidai-o a acompanhar-vos. Porque as vossas acções quotidianas servem, ela s próprias, para vos unir aos outros. Ides a Deus? Tentai não chegardes lá sozinhos. Que aquele que, no seu coração, já escutou o apelo do amor divino tenha para com o seu próximo uma palavra de encorajamento.

«Começou a enviá-los dois a dois»

Homilias sobre o Evangelho

O nosso Senhor e Salvador, irmãos caríssimos, instrui-nos quer pelas suas palavras, quer pelas suas acções. As suas acções são, elas mesmas, mandamentos porque, quando faz alguma coisa sem nada dizer, ele mostra-nos como devemos nós agir. Eis, pois, que envia os seus discípulos a pregar, dois a dois, porque os mandamentos da caridade são dois: o amor a Deus e ao próximo. O Senhor envia os seus discípulos a pregar dois a dois para nos sugerir, sem o dizer, que quem não tem caridade para com o outro não deve de forma alguma empreender o ministério da pregação.

Fica muito claro que "os envia dois a dois à sua frente a todas as aldeias e localidades em que ele mesmo deveria ir" (Lc 10,1). Com efeito, o Senhor vem após os seus pregadores, porque a pregação é um preâmbulo; o Senhor vem habitar a nossa alma quando as palavras de exortação vieram à frente e prepararam a alma para acolher a verdade. É por isso que Isaías diz aos pregadores: "Preparai o cominho do Senhor, aplanai as veredas para o nosso Deus" (40,3). E o salmista diz-lhes também: "Abri caminho para aquele que se eleva ao pôr-do-sol (Sl 67,5 vulg). O Senhor ergue-se ao pôr-do-sol porque, tendo-se deitado por ocasião da sua Paixão, manifestou-se com maior glória na sua Ressurreição. Ergueu-se ao pôr-do-sol porque, ressuscitando, esmagou aos pés a morte que tinha sofrido. Abrimos, portanto, o caminho àquele que se eleva ao pôr-do-sol quando pregamos a sua glória às vossas almas para que, vindo a seguir, ele as ilumine pela presença do seu amor.

FONTE:

Evangelho Cotidiano


Fonte: https://www.ecclesia.org.br/

Caminhos para um Brasil melhor

Shutterstock | T photography
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

Ao longo da história, a Igreja tendeu a olhar com desconfiança a revoluções e golpes justamente por isto.

Um fenômeno paradoxal acontece com as nações, quando começam a melhorar: o povo, frequentemente, tem a impressão de que as coisas estão piorando! É fácil de entender o que acontece. Em situações muito corruptas e iníquas, as pessoas nem se dão conta das injustiças que estão ocorrendo. Saber que as coisas estão erradas já é um sinal de que elas estão melhorando. Nunca melhoram com a velocidade que gostaríamos, é verdade. Mas, estão melhorando – e isso já é muito importante. Mais assustadora é a crença acomodada que tudo vai bem, sinal de que o esforço pela construção do bem comum está adormecido em nós ou foi entregue a algum demagogo que diz resolver tudo sozinho – quando a verdade é que os problemas nunca são resolvidos sem o esforço e a luta de muitos.

Atalhos perigosos

O bem comum nunca é o resultado de um caminho curto. As sociedades humanas se esforçam para consegui-lo desde sempre – muitas vezes avançando, em outras retrocedendo. É natural que desejemos trilhar caminhos mais curtos e rápidos, mas os atalhos frequentemente são enganosos.

Ao longo da história, a Igreja tendeu a olhar com desconfiança a revoluções e golpes justamente por isso. Independentemente da índole e das convicções ideológicas das lideranças – que podiam ser mais honestas ou mais corruptas, mais idealistas ou mais interessadas no próprio poder – as rupturas históricas frequentemente geraram, no curto e médio prazo, violência e opressão. Os vencedores se autoproclamam justos e condenam os vencidos, vitimando multidões de inocentes e retardando, ao invés de acelerar, a construção coletiva do bem comum.

Pode haver rupturas necessárias ou desejáveis? Sim, mas as condições para que sejam úteis são muito exigentes. Têm que ser o resultado de processos construídos ao longo dos anos, que garantam ganhos reais à população e não apenas promessas demagógicas ou falas prepotentes. Não podem ser baseadas em lideranças discutíveis, que denunciam a corrupção quando praticada pelos adversários e a escondem quando praticada por aliados e familiares… E aqui a história recente do Brasil não perdoa a nenhum dos lados – em ambos temos exemplos de supostos defensores da integridade pública que obstruem o combate à corrupção quando eles e seus companheiros são denunciados. Por fim, as rupturas não podem se basear em discursos de ódio e violência, pois esse tipo de postura gera espirais de conflito intermináveis.

Por todos esses aspectos, parece difícil esperar um Brasil melhor a partir de rupturas institucionais…

A ruptura na continuidade propiciada pela democracia

A genialidade da democracia é permitir que rupturas aconteçam mantendo-se a continuidade da ordem. Cada vez que a oposição ganha as eleições, acontece uma ruptura, sem que a ordem institucional e a harmonia da vida social sejam quebradas. Nessas condições, a ruptura permite um verdadeiro aperfeiçoamento, e não o caos ou a supremacia do arbítrio, como costuma acontecer em golpes e revoluções.

Nesse caminho, a chave do sucesso é o aperfeiçoamento das instituições. A alternância de pessoas e partidos no poder é salutar, mas não significa que os vencedores são melhores que os perdedores. Contudo, cada grupo tende a mostrar e tentar corrigir os erros do adversário. Com isso, pouco a pouco as instituições vão se aprimorando.

Um dos maiores obstáculos nesse caminho, é justamente a permanência de políticos fisiológicos e corporativistas que não seguem nenhum programa político, apenas se deixam cooptar pelos vitoriosos, na condição de não perderem seus privilégios. Boa parte dos políticos brasileiros estão nesse grupo. É espantoso como líderes que apoiavam a esquerda se tornam a base política da direita quando mudam os ventos políticos – e vice-versa! O triste é que nossos governantes, estejam de um lado ou do outro no espectro ideológico, acabam se apoiando nesses políticos fisiológicos e repetindo os erros do passado.

A única forma de superar essa situação é com o voto, com uma crescente consciência política e participação do povo. O eleitor tem que ter tanto a informação necessária para escolher seu candidato, quanto as condições sociais e políticas para exercer seu direito de escolha. O mecanismo da urna, eletrônica, manual ou impressa, pode ajudar, mas o diferencial real está na participação cotidiana, na construção de espaços de mudança social e política, onde todos podem exercer sua dignidade. Um trabalho que só é dificultado pelo ressentimento e pela violência.

Aperfeiçoar as instituições

Aos olhos da doutrina social da Igreja, em todos os tempos, o compromisso ético das personalidades públicas e de todos nós é uma das bases para uma política melhor. Contudo, a sabedoria cristã nunca deixou de denunciar as limitações e os pecados de todos os seres humanos. Por isso, sabe que pessoas justas não se propõem a construir o bem comum só com base em seu poder individual. O bom político está sempre procurando construir instituições mais justas, que representam uma limitação ao despotismo de qualquer um – inclusive das tendencias autoritárias que ele mesmo pode ter.

A “fulanização”, supondo que o bem comum será construído com a destituição desse ou daquele “Fulano”, e não com o aperfeiçoamento das instituições, não constrói um país melhor. As polêmicas em torno dos atuais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) são um bom exemplo dos limites e dos retrocessos que podem acontecer com essa “fulanização”.

Todos temos visto os muitos problemas que cercam a atuação do STF no Brasil. Em certos momentos, os ministros parecem conviventes com os poderosos, em outros momentos parecem perseguir os políticos com os quais não simpatizam. São acusados de ativismo judiciário (interpretarem a Constituição com critérios ideológicos e particulares) ou de garantismo (invocarem direitos reconhecidos constitucionalmente mas que acabam impedindo a condenação dos culpados). Os mecanismos de decisão são frequentemente autocráticos, de modo que a decisão de um ministro pode ser totalmente oposta à de seu colega para uma situação equivalente. Esse conjunto de problemas têm levado a uma desconfiança crescente da população e uma insegurança jurídica trágica para o País.

Existem muitas propostas circulando nos meios jurídicos e políticos para superar ou minimizar esses problemas. Sem entrar no mérito de quais propostas seriam melhores, quais seriam piores, podemos listar algumas. Por exemplo, democratizar a escolha dos ministros, que hoje depende apenas do presidente e do Senado, incluindo a participação de associações de magistrados, Ordem dos Advogados do Brasil e outras instâncias. Hoje, os ministros são praticamente vitalícios, poderiam ter mandatos, mesmo que longos, como os dos senadores. Reduzir as situações em que os políticos têm fórum privilegiado, de modo que o STF não seja a única instância de julgamento dos eleitos. Obrigar os magistrados a tomarem decisões compartilhadas em situações que envolvem a política e o bem comum, reduzindo o risco de decisões autocráticas…

O importante aqui não é dizer o que fazer em relação ao STF, mas sim mostrar que, quando pensamos em rupturas ou decisões personalistas, apoiando ou condenando essa ou aquela personalidade pública, nos afastamos de um caminho de real melhoria da vida institucional e da política brasileira.

Fonte: Aleteia

A história do primeiro católico do Butão que se tornou sacerdote graças à Madre Teresa

Madre Teresa e padre Kinley Tshering; Dom Stephen Lepcha
e padre KinleyTshering / Facebook de Kinley Tshering

DARJEELING, 06 set. 21 / 05:00 am (ACI).- Kinley Tshering havia se convertido ao catolicismo, embora em seu país, Butão, não fosse permitido. Mas, ele sentia o chamado a dar um passo a mais. Arrasado pela incerteza, pediu ao Senhor um sinal e este chegou quando Madre Teresa se sentou junto dele em um voo para Calcutá. Foi então que sua vida mudou.

Único católico convertido no reino budista de Butão, Kinley Tshering trabalhou em 1986 como representante de uma casa indiana de biscoitos e bebidas. Segundo ‘Religión en Libertad’, ele havia se convertido ao catolicismo na Índia, estudando em uma escola católica em Darjeeling, aos 15 anos, em 1974, e logo se aprofundou em sua fé, estudando com os jesuítas em Bangalore e Mumbai.

Tinha recebido os sacramentos em segredo: até 1995, não houve plena liberdade religiosa no Butão. “Desde 1974 sentia uma inquietação dentro de mim”.

“Eu sempre quis consagrar minha vida a Cristo como sacerdote. Mas, meus estudos profissionais, as pressões da família e meu estilo de vida não estavam ajudando a tomar uma decisão final”.

Nesses momentos, de esgotamento diante da incerteza da vocação, Kinley rezava a Deus para lhe dar um sinal. “Recordo de dizer a Deus: ‘tem que me dar um sinal como esse [dado] a Teresa do Menino Jesus, ao ver a neve no verão, mas o suficiente para que eu não duvide’. Assim, rezei naquela viagem em uma Missa, no domingo, perto do hotel”.

Foi quando encontrou com Madre Teresa em um voo para Calcutá.

“Meu coração batia com força e eu respirava com dificuldade (...) Ela ficou cheia de curiosidade quando lhe disse que vinha do Butão e era católico. Expliquei que eu tinha me convertido e, em pouco tempo com ela, soube da angústia do meu coração: meu desejo de ser sacerdote, mas todas as tentações que tinha. Tomou-me pela mãe e me disse: ‘Eu não digo isso a muitas pessoas, mas te digo: você tem uma vocação, seja generoso com Deus e Ele será generoso com você’”.

“Meus olhos se encheram de lágrimas e chorei todo o caminho para Calcutá, cheio de alegria. Eu tinha pedido a Deus por um milagre para afirmar a minha vocação e o Senhor me enviou um anjo, como [aconteceu] à Virgem Maria. Não tinha nada mais a dizer a não ser ‘aqui estou, sou o servo do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’”.

Poucos meses depois, Kinley Tshering entrou para o noviciado dos jesuítas no Monte Carmelo, em Kurseong.

Após sua ordenação sacerdotal, padre Kinley viajou a Calcutá para agradecer a Madre Teresa por sua ajuda. Ao vê-lo, a primeira coisa que ela disse foi: “Durante os últimos dez anos rezei por você”. Kinley foi o primeiro sacerdote católico de Butão e é atualmente o superior dos jesuítas de Darjeeling.

Fonte: ACI Digital

Irlanda: Bíblia de Jerusalém revisada será a base do novo Lecionário

A escolha Nova Bíblia de Jerusalém veio após uma ampla
consulta popular, lançada pelos próprios bispos em junho

“O processo de consulta popular já produziu mais de 200 contribuições relevantes por parte de indivíduos e outras 20 por parte de diversas organizações”. Alguns deles foram muito detalhados: a Associação de Missionários e Religiosos da Irlanda, por exemplo, falou em nome de seus 7.000 membros. Outros participantes, como a Associação Bíblica Irlandesa, compartilharam sua "profunda experiência de estudo das Sagradas Escrituras".

Vatican News

A Nova Bíblia de Jerusalém (Rnjb), revisada em 2019, será a base para a nova edição irlandesa do Lecionário, ou seja, o livro a partir do qual a Sagrada Escritura é proclamada durante a celebração da Missa. O anúncio da Conferência Episcopal da Irlanda foi dado por meio de uma nota assinada por Dom Francis Duffy, presidente do Conselho dos bispos para a Liturgia.

Editora Paulus
A escolha da Nova Bíblia de Jerusalém veio após uma ampla consulta popular, lançada pelos próprios bispos em junho. O Lecionário atualmente em uso, na verdade, data de 1984 e é baseado na Bíblia de Jerusalém de 1966; portanto, as cópias são difíceis de encontrar e uma simples reimpressão não seria suficiente.

Além disso, inúmeras mudanças ocorreram ao longo dos anos que levaram a uma atualização do texto, como por exemplo, o acréscimo de um certo número de novas celebrações, incluindo a Vigília de Pentecostes; a correção de algumas imprecisões na tradução original e a evolução da língua inglesa.

“O processo de consulta popular - informa a nota - já produziu mais de 200 contribuições relevantes por parte de indivíduos e outras 20 por parte de diversas organizações”. Algumas delas foram muito detalhadas: a Associação de Missionários e Religiosos da Irlanda, por exemplo, falou em nome de seus 7.000 membros. Outros participantes, como a Associação Bíblica Irlandesa, compartilharam sua "profunda experiência de estudo das Sagradas Escrituras".

No geral, as contribuições "expressaram uma clara preferência pela adoção da Nova Bíblia de Jerusalém como base do novo Lecionário irlandês": o texto de 2019 foi de fato considerado capaz de "encontrar o justo equilíbrio entre linguagem inclusiva e a sensibilidade de gênero".

De sua parte, os bispos irlandeses "decidiram iniciar uma possível colaboração com outras Conferências Episcopais de língua inglesa sobre o uso da Rnjb". O processo de preparação da nova edição do Lecionário exigirá, portanto, "vários anos" e "espera-se que sua publicação seja acompanhada de novo material catequético".

“A sua introdução - conclui a nota – dará a oportunidade para um aprofundamento da formação dos católicos sobre a Palavra de Deus”, especialmente à luz do «Domingo da Palavra de Deus», instituído pelo Papa Francisco em 2019, e do Motu proprio Spiritus Domini, com o qual, em janeiro deste ano, o Pontífice renovou os ministérios do Leitorado e do Acolitado, estabelecendo que sejam abertos às mulheres.

Fonte: Vaticano News Service -IP

São Liberato de Loro

S. Liberato de Loro | ArquiSP
06 de setembro

São Liberato de Loro

Liberato nasceu na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato, ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção à Virgem Maria, abandonou toda riqueza e conforto para seguir a vida religiosa.

Renunciou às terras e ao título de senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio, em favor de seu irmão Gualtério, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino. Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas, retirou-se ao pequeno e ermo Convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Lá, vestiu o hábito da Ordem dos Frades Menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes valeu-lhe a fama de santidade.

Em "Florzinhas de são Francisco", encontramos o seguinte relato sobre ele:
No Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e durante as orações chegava a elevar-se do chão. Por onde andava, os pássaros o acompanhavam, posando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas, quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, à penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos dedicavam-lhe grande consideração.

Quando atingiu a idade de quarenta e cinco anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada; por outro lado, recusava-se a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na sua abençoada Mãe. Ela milagrosamente o visitou e consolou, quando estava, em oração, preparando-se para a morte. Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, aproximou-se de sua cama. Ao vê-la, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo, e suplicou-lhe, em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, se tivesse tal merecimento.

Chamando-o por seu nome, a Virgem Maria respondeu: "Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para confortar-te antes de tua partida desta vida". Assim frei Liberato ingressou na vida eterna, numa data incerta do século XIII.

No século XV, o culto a Liberto de Loro era tão vigoroso que nas terras dos Brunforte recebeu autorização para ser chamado são Liberato. Até o novo convento, construído, por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano. E construíram, também, uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente Santuário de São Liberato. Porém só no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo papa Pio IX, que lhe deu a autorização canônica para ser chamado santo. A festa de são Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 6 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, na sua terra natal.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Fonte: Arquidiocese de São Paulo

domingo, 5 de setembro de 2021

DIA DA AMAZÔNIA

Foto: Ana Caroline Lira/Repam-Brasil | CNBB

DOM JOEL CONVIDA À CONTEMPLAÇÃO DO BIOMA E REFLEXÃO SOBRE DESCOMPASSO DA DEVASTAÇÃO E DAS AGRESSÕES

Nas comemorações do Dia da Amazônia, data civil no próximo domingo, 5 de setembro, foi celebrada uma missa na manhã desta sexta-feira, 3 de setembro, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O presidente da eucaristia, dom Joel Portella Amado, secretário-geral da CNBB, chamou atenção para duas atitudes fundamentais para a data: “contemplar agradecendo” e perguntar o porquê do descompasso diante da beleza da criação com devastação ambiental e agressões aos povos amazônicos.

No dia em que a Igreja faz a memória de São Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja no século VI, a celebração recordou o santo “que respondeu aos desafios do seu tempo com firmeza e com coragem” e também quis destacar o testemunho de mulheres e homens e instituições que trabalham para “promover novos caminhos de evangelização para a Igreja na Amazônia e para uma ecologia integral”.

Contemplar

Para dom Joel Portella Amado, é fundamental a atitude de contemplação, percebendo “como o criador apaixonado pela criação a fez tão detalhada, tão pujante, tão grandiosa, tão construída em comunhão, numa rede fortíssima de relações entre pessoas, culturas, meio ambiente”. Ao contemplar esse mistério de Deus “o que nos cabe é nos colocarmos de joelhos, agradecer e bendizer”.

Indagar

A pergunta que se deve refletir ao celebrar o Dia da Amazônia e contemplar a criação ali presente, é em relação ao descompasso. “Se o criador nos deu esse presente tão amoroso, tão detalhado, porque, afinal de contas, nós encontramos situações que nos apavoram quando nós olhamos a mesma realidade da Amazônia, quando nós alargamos o nosso olhar para os outros biomas e quando nós olhamos para o mundo inteiro?”, questiona dom Joel.

São vários os exemplos do descompasso diante da criação, como a devastação ambiental, as agressões aos povos amazônicos e sua diversidade, a falta de oxigênio na pandemia, entre outras realidades.

Perceber a presença de Cristo e as belezas Amazônicas

Citando o Evangelho de hoje (Lc 5, 33-39), dom Joel explica que ali está uma resposta muito clara. O bispo compara o povo que, tendo o Cristo presente preferiu “se manter nas suas opções, naquilo que vinham seguindo há séculos”, com a realidade atual a contemplação do bioma Amazônico.

“Assim como nós contemplamos a beleza, a grandeza, no caso do bioma amazônico, meio ambiente e pessoas – respeitadas as devidas proporções, é claro – o povo daquele tempo já tinha visto os milagres de Jesus. Aquelas pessoas estavam tão agarradas em uma determinada maneira de ver, que não reconheceram a presença do Verbo feito carne, não reconheceram a presença de Deus”, situou.

Na atualidade, o que ocorre segundo dom Joel é que “parece que o mundo está tão mergulhado numa lógica de espoliação, numa lógica que privilegia o lucro que não percebe as belezas presentes no bioma amazônico, nos povos, na solidariedade, na comunhão, na partilha. E preferem, apesar de tudo, manter-se naquilo que acreditam: devastando as florestas, com as queimadas, agredindo e tirando os direitos mínimos necessários dos povos que lá estão”.

Foto: Ana Caroline Lira/Repam-Brasil | CNBB
Vinho novo em odres novos

Assim como Jesus alerta no Evangelho sobre o que acontece com o remendo novo em pano velho, e a necessidade de odres novos para um vinho novo, dom Joel destacou que a atitude central que decorre do altar, da oração e da celebração é a conversão: “é a proposta de um mundo diferente que, olhando para Amazônia, olha para todas as outras situações que também são de dor”.

Voltar à Querida Amazônia

Como compromisso da celebração do Dia da Amazônia, dom Joel sugeriu ler ou ler novamente a exortação apostólica pós-sinodal Querida Amazônia e os sonhos ali indicados pelo Papa Francisco.

“Inspirados naquilo que o Santo Padre Francisco disse para nós nos quatro sonhos: não percamos o sonho. Um sonho que se traduz em atitudes, em ações muito concretas na defesa, no caso hoje, da Amazônia, com seu meio ambiente, seus povos, suas culturas. Não achemos que é um trabalho grande, porque somos instrumentos na mão de Deus. E olhemos para são Gregório, peçamos a intercessão desse santo que tinha diante de si também um momento de reconstrução. E o desafio de não colocar remendo novo em pano velho permanece: cada momento da história tem o seu perfil, cada momento da história tem o seu jeito de ser. O desafio é a perseverança”.

Plantio do Ipê

Após o final da celebração, que contou com a presença de assessores da CNBB, representantes de organismos e colaboradores da Repam-Brasil e da Comissão para a Amazônia, foi feito o plantio de uma muda de ipê no jardim da sede da CNBB. Os participantes da celebração levaram consigo uma corda, lembrando os romeiros do Círio de Nazaré, e também uma imagem da Rainha da Amazônia.

Foto: Ana Caroline Lira/Repam-Brasil | CNBB
Com cânticos, seguiram da Capela Nossa Senhora Aparecida até o local reservado, onde foram feitos agradecimentos a Deus por ocasião do Dia da Amazônia. Após a bênção de dom Joel, a diretora executiva da Repam-Brasil, irmã Maria Irene Lopes dos Santos, plantou a muda de ipê com a ajuda do colaborador da CNBB Marcos Silva.

Foto: Ana Caroline Lira/Repam-Brasil | CNBB

Foto: Ana Caroline Lira/Repam-Brasil | CNBB

O ipê é uma espécie característica do Cerrado brasileiro que, no período da seca, floresce embelezando a paisagem. Um dos motivos da escolha da árvore é a resistência que tem diante do longo período sem chuvas.

Também foi plantada uma muda na sede do Centro Cultural Missionário, onde fica o escritório da Repam-Brasil.

Fonte: CNBB

PAIS DA IGREJA: São Gregório Magno (Parte 3/7)

S. Gregório Magno | ECCLESIA

São Gregório Magno

«Antologia»

«Não se pode servir a dois senhores»

Escritos morais sobre Job, 34

Querer pôr a esperança e a confiança em bens passageiros é querer fazer fundações em água corrente. Tudo passa ; Deus permanece. Agarrarmo-nos ao que é transitório é desligarmo-nos do que é permanente. Quem, portanto, levado no turbilhão agitado de um rápido, consegue manter-se firme em seu lugar, nessa torrente fragorosa? Se quisermos recusar-nos a ser levados pela corrente, temos de nos afastar de tudo o que corre ; senão o objecto do nosso amor constranger-nos-á a chegar ao que precisamente queremos evitar. Aquele que se agarra aos bens transitórios será certamente arrastado até onde vão ter, à deriva, essas coisas a que se apega.

A primeira coisa a fazer é pois abstermo-nos de amar os bens materiais ; a segunda, não pormos total confiança naqueles bens que nos são confiados para ser usados e não para ser desfrutados. A alma que se prende a bens perecíveis, apenas, depressa perde a sua própria estabilidade. O turbilhão da vida actual arrasta quem nele se deixa ir, e é uma tonta ilusão, para aquele que é levado nesta corrente, nela querer manter-se de pé.

«As nossas candeias apagam-se»

Homilias sobre os Evangelhos, 12

"As cinco virgens loucas, ao tomarem as suas candeias, não levaram azeite consigo; as prudentes, com as suas candeias, levaram azeite nas almotolias". O azeite designa aqui o esplendor da glória; as almotolias são os nossos corações, onde guardamos todos os nossos pensamentos. As virgens prudentes levam azeite nas almotolias, porque guardam na sua consciência todo o esplendor da sua glória, tal como diz S. Saulo: "O que faz a nossa glória, é o testemunho da nossa consciência" (2 Co 1,12). As virgens loucas, pelo contrário, não levam azeite consigo, porque não guardam a sua glória no segredo do coração, isto é, pedem-na aos louvores dos outros.

"Mas, no meio da noite, ouviu-se um brado: 'Eis o esposo que vem, ide ao seu encontro!'" Então todas as virgens se levantam. Mas as candeias das virgens loucas apagam-se porque as suas obras, que, de fora, pareciam resplandecentes aos olhos dos homens, por dentro não são mais que trevas à chegada do Juiz; e não recebem de Deus nenhum a recompensa, considerando que já receberam dos homens os louvores de que gostavam.

«Jesus começou a fazer censuras
às cidades que não se tinham convertido»

Exposição sobre os sete salmos da penitência

Gritemos com David; ouçamo-lo chorar e vertamos lágrimas com ele. Vejamos como se corrige e alegremo-nos com ele: “Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa misericórdia” (Ps 50, 3).

Coloquemos diante dos olhos da nossa alma um homem gravemente ferido, quase prestes a exalar o seu último suspiro, que jaz nu sobre o pó do caminho. No seu desejo de ver chegar um médico, geme e pede àquele que compreende o estado em que se encontra que tenha piedade dele. Ora, o pecado é um ferimento da alma. Tu, que és esse ferido, compreende que o teu médico se encontra dentro de ti, e descobre-lhe as chagas dos teus pecados. Que Ele oiça os gemidos do teu coração, Ele que conhece todos os pensamentos secretos. Que as tuas lágrimas o comovam e, se for preciso procurá-Lo com uma certa insistência, do fundo do teu coração, faz subir até Ele suspiros profundos. Que a tua dor chegue até Ele e que também a ti te digam, como a David: “O Senhor apagou o teu pecado”.

“Tende piedade d e mim, Senhor, segundo a vossa misericórdia”. É pouca a misericórdia que atraem sobre si aqueles que fazem diminuir a sua falta porque não conhecem esta grande misericórdia. Por mim, caí pesadamente, pequei com conhecimento de causa. Mas Tu, médico todo-poderoso, Tu corriges aqueles que Te desprezam, instruis aqueles que ignoram a sua falta e perdoas àqueles que Ta confessam.

FONTE:

Evangelho Cotidiano

Fonte: https://www.ecclesia.org.br/

O triste relato do padre forçado a deixar a única igreja católica do Afeganistão

Youtube | Dodici Porte

O pe. Giovanni espera voltar um dia ao Afeganistão para retomar o trabalho da Igreja no país.

O padre forçado a deixar a única igreja católica do Afeganistão fez um breve e triste relato das últimas horas vividas no país antes de embarcar num voo militar junto com cinco religiosas da congregação da Santa Madre Teresa de Calcutá e 14 crianças deficientes que residiam no orfanato mantido pela Igreja em Cabul.

Missionário italiano, o pe. Giovanni Scalese é membro da congregação dos clérigos regulares de São Paulo, conhecidos como barnabitas, e era superior da missão católica no Afeganistão, além de responsável pela paróquia de Nossa Senhora da Divina Providência, a única da Igreja em todo o território afegão. A capela se localizava dentro da embaixada italiana.

Ao chegar a Roma nesta semana, ele declarou:

“Continuamos orando pelo Afeganistão. Não podemos abandonar esse país e o seu povo sofredor”.

O padre e as Missionárias da Caridade só conseguiram trazer consigo 14 das mais de 60 crianças de quem cuidavam no centro de atendimento para pessoas deficientes que a Igreja mantinha em Cabul desde 2006. As outras crianças, infelizmente, tiveram de permanecer no país. Seu futuro, assim como o do seu povo, é incerto.

Incertos também foram os dias anteriores à partida das freiras e do padre com as poucas crianças que puderam retirar de Cabul. O pe. Giovanni relatou à mídia italiana:

“Do lado de fora dos portões da nossa embaixada, havia talibãs que, se quisessem nos prejudicar, poderiam ter prejudicado. Mas não aconteceu absolutamente nada. Fiquei mais preocupado com as Missionárias da Caridade, que ficaram na sua casa e, portanto, estavam mais expostas e assustadas”.

Antes de conseguir embarcar, o grupo viveu uma tentativa frustrada na véspera: chegaram a se dirigir ao aeroporto, mas tiveram que dar meia-volta.

“Só conseguimos passar pela entrada na outra noite. Não foi fácil passar por tanta gente e por aquela tensão enorme. O Talibã, entre outras coisas, emitiu um aviso de que fecharia as vias do aeroporto para os afegãos e permitiria somente a passagem de estrangeiros. Assim que chegamos, eles nos embarcaram num voo militar que fez uma escala no Kuwait antes de chegar a Roma”.

A única igreja católica do Afeganistão, agora fechada

O sacerdote conta que não esperava que a saída do Afeganistão tivesse de ser “tão repentina e abrupta”:

“Todos esperávamos uma conclusão mais negociada, um governo de transição ou de unidade nacional. Mas, em poucos dias, tudo desmoronou: governo, exército, forças policiais. O Talibã nem lutou para tomar o poder: simplesmente assumiram o controle. Isso teve um lado bom, em parte, porque evitou um banho de sangue. Já houve mortes, mas não é uma guerra civil”.

O pe. Giovanni espera voltar um dia ao Afeganistão para retomar o trabalho da Igreja no país. Neste momento, porém, este é um cenário que não se vislumbra no horizonte.

Fonte: Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF