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domingo, 12 de setembro de 2021

Reflexão para o 24º Domingo do Tempo Comum - Ano B

Evangelho de Domingo | Vatican News

Até para o amor que protege, faz bem dizer não, amadurece! Seguir Jesus é aceitar as vicissitudes da vida e continuar fazendo o bem, mesmo que isso signifique uma grande abnegação.

Padre Cesar Augusto Santos, SJ – Vatican News

A liturgia deste domingo nos interpela sobre quem é Jesus para nós, não tanto um questionamento aguardando uma resposta teórica, mas sobretudo a resposta de uma vida cristã. 

Já na primeira leitura, extraída do Livro do Profeta Isaías 50, 5-9, temos a imagem do Servo de Javé, aplicada por Jesus a ele mesmo Jesus Cristo. Portanto esse Jesus identificado por ele como o Servo Sofredor desta perícope de Isaías, aceita o sofrimento imposto pelos ímpios e os acolhe na intelecção proporcionada por Deus e O tem como seu justificador e defensor.

Por outro lado, o seguidor de Jesus Cristo também deverá ter uma postura misericordiosa e atenta aos marginalizados. Isso nos ensina a segunda leitura, tirada da Carta de Tiago 2, 14-18.

A fé precisa e deve ser praticada em gestos concretos.  “‘Comei à vontade’ sem lhes dar o necessário para o corpo, que adiantará isso?” E prossegue: “... a fé, se não se traduz em obras, por si só está morta.”

Finalmente o Evangelho, Marcos 8, 27-35 nos enriquece com as duas respostas dadas por Pedro, uma bastante diferente da outra, e os comentários de Jesus.

Na primeira resposta à pergunta sobre quem é Jesus, Pedro, iluminado pelo Espírito, dá a resposta correta: Jesus é o Messias.  Em seguida Jesus lhes fala de que ele sofrerá muito e será rejeitado pelo sinédrio, ou seja, pela liderança religiosa judaica daquela época. Aí, alimentado pela afetividade e pelo bem querer ao mestre, Pedro o repreende. Jesus faz o mesmo em relação à atitude de Pedro e até o chama de satanás. Ora, como o Cristo pode chamar seu discípulo e amigo de satanás porque ele o quer proteger do mal? Porque Pedro não deu o salto qualitativo sugerido pelos ensinamentos do mestre e continua pensando como homem. Jesus quer que seus amigos, continuem humanos, mas tenham modos de proceder divinos. Ele Jesus deverá ser o modelo. E aproveita a ocasião para falar claro com todos:” Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga.” Jesus é o verdadeiro mestre, sabe dizer não, coloca limites! Até para o amor que protege, faz bem dizer não, amadurece! Seguir Jesus é aceitar as vicissitudes da vida e continuar fazendo o bem, mesmo que isso signifique uma grande abnegação.

Concluindo, crer que Jesus é Deus, é o Messias salvador, significa aceitar as dificuldades e não recuar diante delas, além de praticar os valores cristãos, mesmo que isso exija forte renúncia de si mesmo, de relativizar os laços afetivos e entregar-se à cruz, sabendo   que o Senhor está ao lado e é o nosso companheiro.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

São Guido de Anderlecht

Franciscanos
12 de setembro

SÃO GUIDO DE BRABANTE

Guido de Anderlecht viveu entre os séculos X e XI, tendo nascido em Brabante, Bélgica. Desde a infância, já demonstrava seu desapego pelos bens terrenos, tanto que, na juventude, distribuiu aos pobres tudo o que possuía e ganhava. Na ânsia de viver uma vida ascética, Guido abandonou a casa dos pais, que eram bondosos cristãos camponeses, e foi ser sacristão do vigário de Laken, perto de Bruxelas, pois assim poderia ser mais útil às pessoas carentes e também dedicar-se às orações e à penitência.

Quando ficou órfão, decidiu ser comerciante, pois teria mais recursos para auxiliar e socorrer os pobres e doentes. Mas seu navio repleto de mercadorias afundou nas águas do Sena. Então, o comerciante Guido teve a certeza de que tinha escolhido o caminho errado. De modo que se convenceu do equívoco cometido ao abandonar sua vocação religiosa para trabalhar no comércio, mesmo que sua intenção fosse apenas ajudar os mais necessitados.

Sendo assim, Guido deixou a vida de comerciante, vestiu o hábito de peregrino e pôs-se novamente no caminho da religiosidade, da peregrinação e assistência aos pobres e doentes. Percorreu durante sete anos as inseguras e longas estradas da Europa para visitar os maiores santuários da cristandade.

Depois da longa peregrinação, que incluiu a Terra Santa, Guido voltou para o seu país de origem, já fraco e cansado. Ficou hospedado na casa de um sacerdote na cidade de Anderlecht, perto de Bruxelas, de onde herdou o sobrenome. Pouco tempo depois, morreu, com fama de santidade. Foi sepultado naquela cidade e sua sepultura tornou-se um pólo de peregrinação. Assim, com o passar do tempo, foi erguida uma igreja dedicada a ele, para guardar suas relíquias.

Ao longo dos séculos, a devoção a são Guido de Anderlecht cresceu, principalmente entre os sacristãos, trabalhadores da lavoura, camponeses e cocheiros. Aliás, ele é tido como protetor das cocheiras, em especial dos cavalos. Diz a tradição que Guido não resistiu a uma infecção que lhe provocou forte desarranjo intestinal, muito comum naquela época pelos poucos recursos de saneamento e higiene das cidades. Seu nome até hoje é invocado pelos fiéis para a cura desse mal.

A sua festa litúrgica, tradicionalmente celebrada no dia 12 de setembro, traz uma carga de devoção popular muito intensa. Na cidade de Anderlecht, ela é precedida por uma procissão e finalizada com uma benção especial, concedida aos cavalos e seus cavaleiros.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

http://www.arquisp.org.br/

sábado, 11 de setembro de 2021

Dos Sermões de Santo Atanásio, bispo

Liturgia das Horas

Dos Sermões de Santo Atanásio, bispo

(Oratio de incarnatione Verbi, 10: PG25,111-114)      (Séc.IV)

Renova os nossos dias como no princípio

Deus Verbo do excelso Pai não abandonou a natureza dos homens que descambava para a corrupção. Mas pela oblação do próprio corpo destruiu a morte em que haviam incorrido, corrigiu pela doutrina sua indignidade e tudo de humano restaurou.

Poderá confirmar tudo isto pela autoridade dos teólogos, discípulos de Cristo, quem quer que leia o que dizem: A caridade de Cristo nos urge, sabendo que se um morreu por todos, logo todos estão mortos; e por todos morreu ele para que não mais vivamos para nós mesmos, mas para aquele que por nós morreu e ressuscitou dos mortos, nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 2Cor 5,14-15). E de novo: Aquele que foi colocado por pouco tempo abaixo dos anjos, Jesus, nós o vemos coroado de glória e de honra, por causa dos sofrimentos da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte em favor de todos (Hb 2,9). Mais adiante, dá a razão por que ao Deus Verbo e só a ele convinha fazer-se homem: Convinha que o autor da salvação, para quem tudo e por quem tudo foi feito, e que levaria muitos filhos à glória, chegasse à consumação pela paixão (Hb 2,10). Por estas palavras significa não competir a outro que não ao Deus Verbo, por quem foram criados no início, arrancar os homens da corrupção.

Foi este o motivo por que o Verbo aceitou um corpo, a fim de se tornar vítima em favor dos corpos semelhantes; também isto se afirma pelos seguintes dizeres: Os filhos têm em comum a carne e o sangue; ele de igual modo deles participou, para destruir por sua morte aquele que detinha o império da morte, isto é, o diabo, e libertar os que pelo temor da morte eram sujeitos à escravidão durante toda a vida (Hb 2,14-15). Na verdade, imolando o próprio corpo, pôs fim à lei decretada contra nós e para nós renovou o princípio da vida, dando a esperança de ressurgirmos. 

A morte recebera dos homens o poder contra os homens; pelo Verbo de Deus enviado aos homens, veio a destruição da morte e a ressurreição da vida, como disse o varão repleto de Cristo: Porque por um homem entrou a morte e por um homem, a ressurreição dos mortos. Pois como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos serão vivificados (1Cor 15,21-22) e o que se segue. Já não mais morremos para nosso castigo, mas como os que serão despertados dos mortos aguardamos a ressurreição comum a todos. Em seu tempo, Deus, o autor e doador destas coisas, o manifestará.

CRUZ: SÍMBOLO DE VIDA E DE ESPERANÇA

Franciscanos

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre
Primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

A cruz é um símbolo presente em distintas culturas. Não foi o cristianismo que a descobriu. No entanto, foi a partir do evento cristão que a cruz adquiriu simbologia própria. Ela passou a ser símbolo da vitória do amor sobre o ódio do mundo, manifestado num processo injusto e numa execução sumária do homem, que “passou fazendo o bem” (At 10,38) e que “fez tudo bem” (Mc 7,37).

Gregório de Nissa (+ 394) afirmava que a cruz anuncia a verdade do cosmos e do ser humano. Na sua verticalidade e na sua horizontalidade ela abraça toda a realidade. “Estás estendida para a direita e para a esquerda para rechaçar o terrível poder do inimigo e reunir o mundo. E está enraizada nas profundezas da terra, para ligar com o céu aquilo que está na terra e embaixo da terra. (…) Ó nome da cruz, que abraças em ti o universo. Salve a ti, ó cruz, que mantém unidos o cosmos em sua extensão” (H. Rahner).

É um costume difuso traçar sobre si ao se passar diante de uma igreja o sinal da cruz. Há quem inicia a jornada e a encerra fazendo e rezando o sinal da cruz. Com isso, a pessoa não apenas traça a cruz sobre si, ela também reza na postura da cruz. O gesto da cruz é o gesto mais antigo da oração cristã. É o sinal da totalidade e da redenção. Quando, rezando, o traçamos sobre nós, estamos nos marcando e nos deixando envolver pelo mistério redentor atualizado na cruz.

Para os cristãos, o sinal da cruz é o sinal mais santo que existe. Fazendo-o, tudo o que somos, corporeidade, pensamento, espírito, vontade, sentimentos, ocupações e atos, é assinalado, consagrado na força do Cristo Crucificado-Ressuscitado.

Os cristãos se definem pela cruz. A cruz que trazemos junto ao corpo, ou a cruz fixada em espaços privados ou públicos nos recorda em todas as circunstâncias que estamos envolvidos pelo amor de Deus que se abaixou, se fez carne, para participar de nossa condição, para nos tocar e nos curar em nossos aspectos mais vulneráveis. Há certamente aspectos e situações em nós e na sociedade que necessitam urgentemente de cura. Daí a premência de resgatar o lugar da cruz em nossa vida e em nossa sociedade.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

ESTUDOS BÍBLICOS: «Como ler a Bíblia» (Parte 2/4)

Revista Paróquias

«Como ler a Bíblia»

Bispo Kallistos Ware
Trad. por Dra. Rosita Diamantopoulos

Entendendo a Bíblia através da Igreja

Em segundo lugar, devemos receber e interpretar a Escritura através da Igreja e na Igreja. A nossa aproximação à Bíblia não é apenas obediente, mas também eclesiástica. É a Igreja quem nos dirá o que significa a Escritura. Um livro não faz parte da Escritura apenas devido a alguma teoria em particular sobre sua datação e autoria. Mesmo que pudesse ser provado, por exemplo, que o quarto Evangelho não foi realmente escrito por João, o Discípulo Amado do Senhor, isto não alteraria o fato de que a Igreja Ortodoxa aceita-o como Sagrada Escritura. Por que? Porque o Evangelho de João é aceito pela Igreja e na Igreja.

É a Igreja quem nos diz quais são as Escrituras e também é a Igreja quem nos diz como elas devem ser entendidas. Falando sobre o Etíope ao ler o Velho Testamento em sua carruagem, o Apóstolo Felipe perguntou-lhe: "Entendes o que lês?" E o etíope respondeu-lhe: "Como eu poderia, a não ser se fosse guiado por um homem?" (Atos 8:30-31). Todos nós estamos na mesma posição do etíope. As palavras da Sagrada Escritura não são auto-explicativas, Deus fala diretamente ao nosso coração quando lemos a Bíblia. A leitura das Escrituras é um diálogo pessoal entre cada um de nós e Cristo, mas precisamos de um guia, e o nosso guia é a Igreja. Podemos usar o nosso entendimento em plenitude, assistidos pelo Espírito Santo, podemos usar os achados de nossas pesquisas Bíblicas modernas, mas sempre submetemos a nossa opinião privada, seja a individual ou de nossos alunos, à total experiência da Igreja em todos estes séculos.

A opinião da Igreja Ortodoxa aqui se resume à questão utilizada pelos recém-convertidos nos serviços introdutórios da Igreja Ortodoxa:

"Você reconhece que a Sagrada Escritura deve ser aceita e interpretada de acordo com a nossa fé herdada de nossos Santos Patriarcas, a qual a Santa Igreja Ortodoxa, nossa Mãe, sempre guardou e ainda guarda?"

Lemos a Bíblia pessoalmente, mas não como indivíduos isolados, mas sim como membros de uma família, a família da Igreja Ortodoxa. Quando a lemos não podemos dizer "eu," mas sim "nós," lemos em comunhão com outros membros do Corpo de Cristo, em todas as partes do mundo e em todas as gerações temporais. O teste decisivo e criterioso para o nosso entendimento do que é a Sagrada Escritura é o pensamento da Igreja. A Bíblia é o livro de nossa Igreja.

Por onde começarmos para descobrir qual é o pensamento da Igreja? Nosso primeiro passo é observar como a Escritura é usada em seus trabalhos, como as lições Bíblicas são particularmente escolhidas para serem lidas em diferentes festividades. Igualmente devemos consultar as anotações de nossos Patriarcas e ponderar como eles interpretaram a Bíblia, porque a maneira Ortodoxa da leitura Bíblica é, igualmente, litúrgica e patriarcal. E isto, como podemos perceber na prática, não é fácil de ser feito, porque dispomos de poucos comentários Ortodoxos das Escrituras em português, e a maior parte não engloba a visão patriarcal.

Como um exemplo do que significa interpretar as Escrituras liturgicamente, guiados pelas que são usadas em nossas festividades, podemos procurar no Velho Testamento pelas lições apontadas para a Festa da Anunciação, que são três: Gênesis 28:10-17, relatando o sonho de Jacó com a escada que ia da Terra ao Céu, Ezequiel 43:27—44:4, relatando a visão do Profeta sobre o Santuário de Jerusalém, com a porta fechada onde ninguém, com exceção do príncipe poderia passar e Provérbios 9:1-1, uma das mais sábias passagens do Antigo Testamento que diz "— A Sabedoria construiu a sua casa." Estes textos do Antigo Testamento portanto, uma vez selecionados para a Festividade da Anunciação, devem ser entendidos como profecias sobre o nascimento da Virgem Maria, que é descendente de Jacó, e supriu a forma carnal da entrada de Deus em nosso mundo humano. Maria é o portão fechado pelo qual pariu uma criança e permaneceu inviolada. Maria forneceu a casa na qual a nossa visão cristã de Deus (1 Cor 1:24) baseia-se. Explorando dessa forma a escolha das lições Bíblicas para as diferentes festividades, descobrimos camadas de interpretação Bíblica não evidenciadas em uma primeira leitura.

Tomando outro exemplo, no Sábado de Aleluia, a primeira parte da antiga Vigília Pascal tem quinze lições no Antigo Testamento, que iniciam-se para nós como um esquema inteiro da História Sagrada enquanto, ao mesmo tempo, subentendem uma maneira mais profunda de encarar a Ressurreição de Cristo. A primeira lição é Gênesis 1:1-13, a descrição da Criação: a Ressurreição de Cristo é uma nova Criação. A quarta lição, integralmente no livro de Jonas, descrevendo a permanência do Profeta por três dias no interior de uma baleia sugere, mesmo que por uma sombra, a Ressurreição de Cristo em sua tumba após três dias (conforme Mateus 12:40). A sexta lição nos lembra a passagem dos israelitas pelo Mar Vermelho (Êxodo 13:20 — 15:19), que nos antecipa a nova passagem da morte para a vida (conforme Coríntios 5:7; 10:1-4). A lição final é a história dos três jovens no caldeirão (Daniel 3), mais um tipo de profecia do renascimento de Cristo de sua tumba.

Este é o efeito eclesiástico da Escritura, na Igreja e com a Igreja. Ao estudarmos liturgicamente o Antigo Testamento com a ajuda de nossos Patriarcas, podemos encontrar em todos os sinais apontando para o Mistério de Cristo e de sua Santa Mãe. Lendo o Novo Testamento à luz do Antigo, e o Antigo à luz do Novo, como nos encoraja a Santa Igreja, descobrimos a unidade do Espírito Santo. Uma das melhores maneiras de identificar as correspondências entre o Antigo e o Novo testamento é usar uma boa concordância Bíblica, que pode nos dizer um pouco mais sobre o significado das Escrituras e seus comentários.

Em estudos bíblicos em grupo, é interessante encarregar uma pessoa de anotar quais as passagens do Antigo Testamento usada para uma festividade em particular, para que as razões para isso possam ser discutidas, tendo como base a palavra dos patriarcas, como, por exemplo, as homilias de São Crisóstomo, que fora traduzidas em inglês. Os cristão sempre devem persistir na mente encontrar a Cristo quer onde procurem.

Fonte: https://www.ecclesia.org.br/

Documentário retrata a realidade dos índios yanomami na Amazônia

Pablo Bayley Angeleri / Shutterstock.com
Por Octavio Messias

A Última Floresta, do diretor Luiz Bolognesi, foi exibido em festivais nos quatro continentes e agora estreia em todo o Brasil.

Depois do aclamado longa Ex-Pajé (2018), o cineasta paulistano  Luiz Bolognesi está de volta à temática indígena com o documentário A Última Floresta, que retrata as crenças, os costumes, a luta e o dia a dia de uma tribo da etnia yanomami na aldeia Watoriki, em Roraima.

O novo filme é baseado no livro A Queda do Céu – Palavras de Um Xamã Yanomami (2015), escrito com o etnólogo francês Bruce Albert junto com o líder da tribo, o pajé Davi Kopenawa Yanomami, que divide com Bolognesi os créditos pelo roteiro de A Última Floresta.

O longa chega à telas brasileiras depois de ser exibido para 10 mil pessoas em 9 festivais nos quatro continentes, tendo sido eleito vencedor pelo público na mostra Panorama, do Festival de Berlim, e vencedor do prêmio de melhor filme no festival Seoul Eco, na Coréia do Sul. O documentário ainda teve uma exibição especial para os Yanomami e foi ovacionado na aldeia.

https://youtu.be/WAVOR3Ob1_g

Habitat

A Última Floresta se divide em dois aspectos, como se fosse dois filmes dentro de um. O primeiro se dá em uma esfera poética, que retrata com imagens etéreas cheias de nuances o cotidiano que vive em harmonia com a natureza, que divide sua comunidade em três atividades básicas: caça, pesca e artesanato, como cestos de palha.

O filme celebra um dos princípios dos povos indígenas, que é o prazer de viver o aqui e agora. Para eles não faz sentido ter uma agenda ou se preocupar com o dia de manhã, pois o único espaço em que podemos ser felizes é o presente.

A ansiedade, mal tão comum hoje em dia para o homem branco, seria o peso de um passado mal-resolvido ou não plenamente realizado, como alguma mágoa com pai e mãe – os povos indígenas valorizam muito a relação com seus ancestrais, assim como a preservação da natureza.

Conflitos

O segundo e não menos importante aspecto do filme é o de denúncia, o que causa impacto no espectador após uma série de imagens que transmitem tamanha plenitude. Denúncia do desrespeito com a terra e com a história desse povo que já estava no Brasil 500 anos antes do descobrimento do país por Pedro Álvares Cabral.

É citado um episódio de 1993, ano seguinte ao reconhecimento pelo governo brasileiro da Terra Indígena Yanomami, que ficou conhecido como massacre do Haximu, quando 16 indígenas, incluindo mulheres e crianças, foram mortos por garimpeiros de ouro.

O filme é lançado em um momento crucial para o futuro dos povos indígenas, quando grileiros e garimpeiros devastam a Floresta Amazônica em velocidade recorde, e quando se discute o Projeto de Lei 490, que permitiria o contato de empresas privadas com os povos isolados, e o Marco Temporal, que passaria a reconhecer apenas os territórios indígenas demarcados antes da promulgação da Constituição em 1988, o que excluiria a aldeia Watoriki.

Além de ferir os direitos dos povos originários, tais medidas acelerariam ainda mais a devastação do meio-ambiente, já que o que ainda temos de floresta preservada se deve à resistência indígena. 

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Assim João Paulo II reagiu aos atentados terroristas de 11 de setembro

Avião atinge as Torres Gêmeas – São João Paulo II /
Foto: Wikipédia Robert (CC BY-SA 2.0) - Domínio Público

REDAÇÃO CENTRAL, 11 set. 21 / 05:00 am (ACI).- Há 20 anos, em 11 de setembro de 2001, o então diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, deu a São João Paulo II a notícia de que um grupo de terroristas muçulmanos havia lançado dois aviões contra o World Trade Center de Nova York, nos Estados Unidos.

Em uma entrevista concedida ao jornal ‘Vatican Insider’ em 2011, Navarro-Valls expressou que, quando telefonou ao papa, ele estava em Castel Gandolfo, a residência de verão dos pontífice.

Quando recebeu a notícia, o papa peregrino “estava profundamente abalado, entristecido. Recordo que se perguntava como um ataque tão malvado pôde acontecer. Sua consternação diante das imagens ia além da dor”.

“Ficou durante um momento em frente à televisão. Depois, retirou-se à capela, que estava a alguns passos do quarto onde estava a televisão, e  ficou ali rezando por muito tempo”, contou.

Navarro-Valls comentou que São João Paulo II quis se comunicar com George Bush, o então presidente dos Estados Unidos, para lhe expressar “seu apoio, sua dor, suas orações. Mas, por razões de segurança, estava voando no avião presidencial. Então, o papa decidiu enviar um telegrama imediatamente”.

No dia seguinte, na Audiência Geral de 12 de setembro, o papa disse: “Diante de acontecimentos de um horror tão inqualificável, não podemos deixar de ficar profundamente inquietos. Uno-me a quantos nestas horas expressaram a sua condenação indignada, afirmando de novo com vigor que os caminhos da violência nunca conduzem para as verdadeiras soluções dos problemas da humanidade”.

“Ontem foi um dia obscuro na história da humanidade, uma ofensa terrível contra a dignidade do homem. Logo que tomei conhecimento da notícia, acompanhei com intensa participação o desenvolvimento da situação, elevando ao Senhor a minha premente oração. Como podem verificar-se episódios de crueldade tão selvagem?”, perguntou-se.

Nesse sentido, disse que “o coração do homem é um abismo de que, às vezes, emergem desígnios de ferocidade inaudita, capazes de abalar de repente a vida serena e operosa de um povo. Todavia, nestes momentos em que todo o comentário parece ser inoportuno, a fé vem ao nosso encontro”.

“A palavra de Cristo é a única que pode dar uma resposta às interrogações que se agitam na nossa alma. Mesmo quando a força das trevas parece prevalecer, o crente sabe que o mal e a morte não são a última palavra. A esperança cristã fundamenta-se nisto; e é aí que se alimenta, neste momento, a nossa confiança orante”, disse São João Paulo II.

Naquele dia, o pontífice também expressou sua proximidade aos familiares das vítimas e indicou que ofereceu a Missa que celebrou naquela manhã pela alma de todos os que faleceram na tragédia.

Os atentados

Em 11 de setembro de 2001, o grupo terrorista Al Qaeda sequestrou aviões comerciais nos Estados Unidos. Dois deles foram lançados contra as Torres Gêmeas, no World Trade Center, provocando a completa destruição desses edifícios.Os terroristas sequestraram outros dois aviões, um dos quais impactou em uma das paredes do Pentágono, na Virgínia, e o outro caiu em campo aberto. Como resultado dos atentados, cerca de três mil pessoas morreram e outros seis mil ficaram feridas.

O lugar onde estavam os edifícios foi rebatizado desde então como Marco Zero ou Ground Zero. O papa Bento XVI o visitou em abril de 2008, para rezar pelas vítimas desses trágicos acontecimentos. O papa Francisco também foi a este memorial em 25 de setembro de 2015, durante sua visita apostólica aos Estados Unidos.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Sínodo à escuta dos fiéis, publicado o Documento preparatório

Sínodo dos Bispos de 2019  (Vatican Media)

"Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão - Documento preparatório". A Secretaria Geral do Sínodo apresenta o texto preparatório e o Vade-mécum para orientar o caminho do Sínodo sobre a Sinodalidade, que será aberto nos dias 9-10 de outubro em Roma e em 17 de outubro nas Igrejas particulares, e será concluído com uma Assembleia no Vaticano em 2023.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

Ouvir, "sem preconceitos". Tomar a palavra, "com coragem e parrésia". Dialogar com a Igreja, a sociedade e as outras confissões cristãs. A Secretaria Geral do Sínodo publicou o Documento Preparatório e o Vade-mécum para indicar as diretrizes sobre as quais o caminho do Sínodo sobre a Sinodalidade será orientado. O Sínodo será solenemente aberto em 9-10 de outubro em Roma e em 17 de outubro nas Igrejas particulares, e será concluído com a Assembleia dos Bispos no Vaticano em 2023.

O documento pretende ser sobretudo "um instrumento” para facilitar a primeira fase de escuta e consulta do Povo de Deus nas Igrejas particulares, que começará em outubro de 2021 e terminará em abril de 2022. Enquanto o Vade-mécum é concebido como "um manual" que oferece "apoio prático" aos referentes diocesanos para preparar o Povo de Deus. Inclui orações on-line, exemplos de Sínodos recentes, um glossário de termos para o processo sinodal. "Não um livro de regras", mas, "um guia para apoiar os esforços de cada Igreja local".

Na base das duas publicações há uma questão fundamental: "Como é que este “caminhar juntos” se realiza hoje em diferentes níveis (do local ao universal) que permite à Igreja de anunciar o Evangelho, de acordo com a missão que lhe foi confiada? Que passos o Espírito nos convida a dar para crescermos como Igreja sinodal?

Para responder a esta pergunta, a Secretaria do Sínodo salienta a necessidade de "viver um processo eclesial participativo e inclusivo" que ofereça a cada um, de maneira particular aqueles que se encontram à margem, a oportunidade de se expressar e ser ouvido; em seguida, reconhecer e apreciar a variedade de carismas e examinar "como a responsabilidade e o poder são vividos na Igreja". Em seguida, é solicitado a "credenciar a comunidade cristã como um sujeito credível e parceiro fiável" em percursos de diálogo, reconciliação, inclusão e participação. E também para "regenerar as relações" com representantes de outras confissões, organizações da sociedade civil e movimentos populares.

Portanto, medidas concretas que se dão num marco histórico marcado pela "tragédia" da Covid e num contexto em que a Igreja enfrenta a falta de fé interna, corrupção e abusos. É precisamente nestes "sulcos cavados pelo sofrimento", no entanto, que "novos caminhos" florescem para "refundar o caminho da vida cristã e eclesial".

O documento dedica amplo espaço aos leigos. Reafirma que todos os batizados são "sujeitos ativos de evangelização" e que é fundamental que os pastores "não tenham medo de ouvir o rebanho". Em uma Igreja sinodal, de fato, cada um "tem algo a aprender" com o outro.

O texto preparatório propõe então perguntas para orientar a consulta do Povo de Deus, começando com uma questão: Como se dá hoje o "caminhar juntos" em sua Igreja particular? Por isso, é preciso reexaminar as experiências da própria diocese a este respeito, levando em conta as relações internas da Diocese entre os fiéis, o clero e as paróquias, mas também entre os bispos, com as diversas formas de vida religiosa e consagrada, com as associações, os movimentos e as instituições como escolas, hospitais, universidades e organizações caritativas. Também devem ser consideradas as relações e iniciativas comuns com outras religiões e com o mundo da política, cultura, finanças, trabalho, sindicatos e minorias.

Por fim, o documento ilustra dez núcleos temáticos sobre a "sinodalidade vivida" a serem explorados a fim de enriquecer a consulta. Estes incluem: refletir sobre quem faz parte do que chamamos de "nossa Igreja"; escutar os jovens, as mulheres, os consagrados, os descartados, os excluídos; considerar se um estilo autêntico de comunicação é promovido na comunidade, sem duplicidade; avaliar como a oração e a liturgia guiam o "caminhar juntos"; refletir sobre como a comunidade apoia os membros engajados em um serviço; repensar lugares e modos de diálogo nas dioceses, com dioceses vizinhas, com comunidades e movimentos religiosos, com instituições, com os não-crentes. E também: questionar-se como é exercida a autoridade na Igreja particular, como as decisões são tomadas, que instrumentos são promovidos para a transparência e responsabilidade, qual a formação dos que têm posições de responsabilidade.

Os frutos das reflexões, explica a Secretaria do Sínodo, serão condensados em cerca de dez páginas. O objetivo "não é produzir documentos", mas dar origem a sonhos, profecias e esperanças.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

São João Gabriel Perbovre

S. João Gabriel | arquisp
11 de setembro

São João Gabriel

João Gabriel Perboyre nasceu em 5 de janeiro de 1802, em Mongesty, na diocese de Cahors, França, numa família de agricultores, numerosa e profundamente cristã. Foi o primeiro dos oito filhos do casal, sendo educado para seguir a profissão do pai.

Mas o menino era muito piedoso, demonstrando desde a infância sua vocação religiosa. Assim, aos quatorze anos, junto com dois de seus irmãos, Luís e Tiago, decidiu seguir o exemplo do seu tio Jacques Perboyre, que era sacerdote. Ingressou na Congregação da missão fundada por são Vicente de Paulo para tornar-se um padre vicentino ou lazarista, como também são chamados os sacerdotes desta Ordem. Depois, também, duas de suas irmãs ingressaram na Congregação das Filhas da Caridade. Uma outra irmã, logo após entrar para as carmelitas, adoeceu e morreu.

João Gabriel recebeu a ordenação sacerdotal em 1826. Ficou alguns anos em Paris, como professor e diretor nos seminários vicentinos. Porém seu desejo era ser um missionário na China, onde os vicentinos atuavam e onde, recentemente, padre Clet fora martirizado.

Em 1832, seu irmão, padre Luís, foi designado para lá. Mas ele morreu em pleno mar, antes de chegar às Missões na China. Foi assim que João Gabriel pediu para substituí-lo. Foi atendido e, três anos depois, em 1835, estava em Macau, deixando assim registrado: "Eis-me aqui. Bendito o Senhor que me guiou e trouxe". Na Missão, aprendeu a disfarçar-se de chinês, porque a presença de estrangeiros era proibida por lei. Estudou o idioma e os costumes e seguiu para ser missionário nas dioceses Ho-Nan e Hou-Pé.

Entretanto foi denunciado e preso na perseguição de 1839. Permaneceu um ano no cativeiro, sofrendo torturas cruéis, até ser amarrado a uma cruz e estrangulado, no dia 11 de setembro de 1840.

Beatificado em 1889, João Gabriel Perboyre foi proclamado santo pelo papa João Paulo II em 1996. Festejado no dia de sua morte, tornou-se o primeiro missionário da China a ser declarado santo pela Igreja.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

http://arquisp.org.br/

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Dom Paulo recebe o Pálio das mãos do Núncio Apostólico no Brasil

arqbrasilia

Em uma celebração no início da tarde de quarta-feira, 8 de setembro, festa da Natividade de Nossa Senhora, na Catedral de Brasília, aconteceu a missa de imposição do Pálio ao arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar.  O Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, realizou a imposição.

Tradicionalmente, o Pálio é entregue na Festa de São Pedro e São Paulo, pelas mãos do Papa, em Roma, mas, devido à pandemia, os novos arcebispos estarão recebendo em suas dioceses.

Estavam presentes na cerimônia os bispos da província:  dom Raimundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida -SP e Vigário-Geral da Arquidiocese de Brasília; dom Joel Portella, Secretário Geral da CNBB; dom José Aparecido e dom Marcony Vinicius, bispos Auxiliares de Brasília; dom Giovani, bispo Diocesano de Uruaçu – GO e dom Fernando Guimarães, arcebispo do Ordinariato Militar do Brasil.

Reunidos em tordo deste altar para essa celebração solene, fala o Núncio Apostólico, iniciando o rito de entrega do Pálio, “fomos convocados pelo arcebispo metropolitano, dom Paulo Cezar, nomeado no último dia 21 de outubro de 2020, como pastor e guia da porção do povo de Deus em Brasília. Para ele e para todos, uma saudação cordial e afetuosa.”

“Hoje, recebi o Pálio das mãos do senhor núncio apostólico diante do nosso clero e de parte do nosso povo. Ela simboliza a minha comunhão com a santa Sé de Pedro, com o papa Francisco e simboliza a minha missão de ser promotor de comunhão na nossa província eclesiástica de Brasília” fala dom Paulo em sua homilia.

“Infelizmente, devido à pandemia, a Catedral de Brasília não está lotada, mas espiritualmente é um momento importante de pensarmos nessa fidelidade e comunhão a Roma, ao santo Padre e de toda essa Igreja em particular”, falou Pe. Miguel da paróquia Santa Maria dos Pobres, Paranoá.

Para dom Giovani, “esse momento é esperado por todo arcebispo, mas como foi impossibilitado de ir à Roma receber o Pálio, o Papa conferiu ao Núncio essa tarefa de imposição a dom Paulo, que é da nossa província metropolitana, sendo uma alegria participar desse momento”.

“Ver o nosso arcebispo recebendo o Pálio assim pertinho de nós, é motivo de muita alegria, uma vez que sempre acompanhamos a distância”, fala Lurdes Maria, Ministra da Eucaristia.

O que é Palio

O Pálio, concedido pelo Papa aos novos Arcebispos sempre na Festa de São Pedro e São Paulo, consiste em uma faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda e é destinado ao Arcebispo que assume uma arquidiocese, simbolizando o poder na província, sua comunhão com a Igreja Católica, o ministério pastoral dos arcebispos e sua união com o Bispo de Roma.

Veja como foi a missa:


Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF