Translate

terça-feira, 21 de setembro de 2021

O “INDEX”, uma questão controversa

Guadium Press
Privação da liberdade dos homens por parte da Igreja? Alguns o consideram. Outros veem nisto uma atitude similar à que os bons pais tomam nos nossos dias ao bloquear o acesso dos filhos a certos sites na internet ou a programas inconvenientes de TV.

Redação (20/09/2021 09:42Gaudium Press) Em sua história bimilenar, a Santa Igreja teve de enfrentar tempestades não pequenas para manter-se de pé e poder proclamar livremente a Fé em Cristo por toda a terra.

Desde as perseguições do Império Romano, nunca faltaram lutas físicas e dificuldades de ordem material que dificultassem o apostolado; o inimigo, porém, não contentando-se em atacá-la frontalmente, empenhou-se em tentar “envenená-la”, ou melhor, “anestesiá-la” aos poucos, para que a chama da ortodoxia fosse paulatinamente apagada.

Ciente deste mal, a Igreja — para quem a disciplina e a rigidez bem compreendidas e aplicadas nunca foram um mal — consentiu na condenação de obras e escritos de conteúdo herético ou de quem propagasse doutrinas contrárias à moral e costumes cristãos. Foi essa a gênese do famoso Index.

O que é o Index?

O chamado Index librorum prohibitorum[1] consistia numa lista de autores, obras ou até mesmo trechos de escritos e traduções (previamente estudados e, por vezes, entregues à correção e ratificação) considerados inconvenientes e perigosos à leitura e apreciação dos católicos.

Foi publicado, pela primeira vez, pelo Papa Paulo IV (1555-1559), que recolheu e organizou índices menores feitos sob Paulo III pela Inquisição Romana,[2] instituição encarregada de descobrir e reprimir heresias, censurar e proscrever livros que as secundassem de qualquer maneira.[3]

Assim, incorria em excomunhão o fiel que, conscientemente, lesse ou apenas possuísse livros citados nesta lista, cabendo apenas ao Sumo Pontífice a absolvição,[4] conforme elucidado na constituição Dominici gregis custodiae de Pio IV: “se ordena a todos os fiéis que ninguém ouse ler ou possuir livros contrários ao prescrito nestas regras ou à proibição deste Index. Se alguém ler ou possuir livros de hereges ou escritos de qualquer autor, condenados ou proibidos por heresia ou por suspeita de doutrina errônea, incorrerá imediatamente em sentença de excomunhão.”[5]

Em casos específicos se ordenava a detenção e destruição de exemplares da obra, bem como um inquérito a respeito da publicação e edição, medidas que vigoravam mais ou menos assim até o século passado.

Polêmicas intermináveis

Não obstante sua eficácia, esta inovação suscitou não pequenas contendas desde seus primórdios. No ímpeto inicial, vários autores foram condenados em todos seus escritos, como Erasmo de Rotterdam, cuja obra – condenada in odium auctoris – foi aos poucos sendo retirada do Index.[6]

Os espíritos críticos alegavam que a Santa Igreja “se intrometia” em assuntos alheios à sua jurisdição; outros, tanto mais próximos quanto perversos, diziam acreditar que era ridículo não ver os dois pontos de vista de uma questão antes de debatê-la, pelo que era imprescindível o conhecimento de tais obras.

Em sua edição de 1948 — com mais de 500 páginas de obras proibidas — por exemplo, encontram-se nomes ilustres como Pascal, La Fontaine, Kant, Alexandre Dumas, entre tantos outros… desde tratados de teologia até literatura infantil, não havia um campo do saber onde não caía uma censura condenatória.[7]

Objeções como as sobreditas renovaram-se por mais de quatrocentos anos, e a Igreja reiterava suas prescrições.

Supressão do Index

Durante o pontificado de São Pio X, procedeu-se a organização de numerosos órgãos do governo vaticano, dicastérios e congregações. As chamadas Congregação do Index e Inquisição Romana passaram então a integrar-se à do Santo Ofício.[8]

Porém, apenas terminado o Concílio, Paulo VI empreendia a reforma do Santo Ofício, que seria denominado Congregação para a Doutrina da Fé; entre as obrigações desta nova instituição — enunciadas no Motu proprio Integrae Servandae —, não está mencionado o Index, pelo que ficava fora de uso a partir do momento. Com isso, ficavam suprimidas as condenações inerentes ao mesmo: embora conservasse um pouco de força moral, não existia a censura como antes.[9]

Longe de querer julgar ou desaprovar o que se deu na questão, aliás bastante controversa, podemos nos indagar qual seriam os motivos desta decisão.

Privação da liberdade dos homens por parte da Igreja? Alguns o consideram. Outros, pelo contrário, veem nisto uma atitude similar àquela que os bons pais tomam ao bloquear o acesso dos filhos a certos sites na internet ou programas de TV que lhes podem quitar a inocência e manchar a pureza.

Devido aos efeitos da modernização do mundo, a facilidade com que a maioria dos homens aprende e aceita doutrina imorais é realmente espantosa. Nos vagalhões de novas ideias, o que deveria fazer o guia senão indicar a verdade e expurgar o perigoso “verossímil”? Não é dever da Mestra dos Povos proteger seus súditos de ensinamentos nocivos, que a tantos fizeram cair e propagar o erro?

Mas salta-nos aos olhos: a que antes condenava passou, em determinado momento e por alguma razão misteriosa, a se calar.

E a porta para o próximo passo ficou então aberta.

Por André Luiz Kleina


[1] Do latim: Índice de livros proibidos.

[2] Fundada em 21 de julho de 1542 pela Constituição apostólica Licet ab initio.

[3] Cf. PAULO VI. Motu Proprio Integrae Servandae. 7 dez. 1965.

[4] Cf. PAREDES, Javier. Diccionario de los Papas y Concilios. Barcelona: Ariel, 1998, p. 327.

[5] PIO IV, Regras Tridentinas [constituição Dominici gregis custodiae], 24 mar. 1564 (DH 1861) DENZINGER, Heinrich; HÜNERMANN, Peter (ed.). Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. Trad. José Marino Luz; Johan Konings. São Paulo: Paulinas; Loyola, 2007.

[6] Cf. ROPS. A Igreja da Renascença e da Reforma: a reforma católica. Trad. Emérico da Gama. São Paulo: Quadrante, 1999, p. 101.

[7] Cf. PII XII. Index librorum prohibitorum. Vaticanis: Polyglotis Vaticanis, 1948.

[8] Cf. ROPS. A Igreja das Revoluções: um combate por Deus. Trad. Henrique Ruas. São Paulo: Quadrante, 2006, p. 90.

[9] Em contrapartida, foram incluídos nos regulamentos eclesiásticos normas específicas para publicações e censuras das mesmas.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

5 MITOS SOBRE A SANTA INQUISIÇÃO (Parte 3/6)

Apologistas da Fé Católica

5 MITOS SOBRE A SANTA INQUISIÇÃO

Texto da phd em História Medieval, Dra. Marian Horvat

MITO 2: “A Inquisição nasceu da intolerância, crueldade e intolerância do mundo medieval, dominado pela Igreja Católica.”

Realidade: A Inquisição encontrou o seu início em um ambiente calmo, medido e tentava criar um instrumento jurídico de conformidade que eliminaria o capricho, raiva e intolerância dos revolucionários. Além disso, os inquisidores medievais estavam combatendo um perigo social e não apenas teológico.
No final do século 12, a Inquisição foi criada no sul da França em resposta à heresia albigense, que encontrou uma força especial nas cidades da Lombardia e Languedoc. É importante salientar os perigos sociais apresentados a toda a sociedade por este grupo, que não era apenas um protótipo do fundamentalismo protestante moderno, que é a visão popular dos nossos dias. O termo Albigense deriva da cidade de Albi, no sul da França, um centro de atividade dos cátaros. Os cátaros (o nome refere-se à designação dos seus adeptos como cátaros, palavra grega para os “puros”) consideravam que duas divindades, uma material e má, e outra imaterial e boa, lutavam pelas almas dos homens. Toda a criação material era má e era dever do homem escapar dela e rejeitar aqueles que a reconheciam como boa. O Deus do Antigo Testamento, que criou o mundo, era mau, era repudiado. Foi o Novo Testamento, tal como interpretado pelos cátaros, que atuou como guia para o homem para libertar sua alma espiritual da matéria má, o corpo. Uma autoridade do século 13, Rainier Sacconi, resumiu a crença dos cátaros assim:

“As crenças gerais de todos os cátaros eram as seguintes:

D. Sancho I e os Cátaros occitanos – Por Vitor Manuel Adrião Quinta-feira, Sep 1 2016

O diabo fez este mundo e tudo nele. Além disso, todos os sacramentos da Igreja, a saber, o batismo de água real e os outros sacramentos, são inúteis para a salvação e eles não são os verdadeiros sacramentos de Cristo e Sua igreja, mas são enganosos e diabólicos e pertencem à Igreja dos maus… Também uma crença comum a todos os cátaros é que o matrimônio carnal sempre foi um pecado mortal e que na vida futura alguém não sofrerá uma penalidade maior por adultério ou incesto do que pelo casamento legítimo, nem mesmo entre eles alguém seria mais severamente punido do que este assunto. Além disso, os cátaros negam a futura ressurreição do corpo. Eles acreditam também que comer carne, ovos ou queijo, mesmo em uma necessidade premente, é um pecado mortal; isso pela razão de que eles são gerados pelo coito. Também fazer juramento não é em nenhum caso admissível, este consequentemente, é um pecado mortal. Também que as autoridades seculares cometem o pecado mortal em punir malfeitores hereges. Também que ninguém pode alcançar a salvação, exceto em sua seita.”

Os cátaros, assim, asseguravam que a missa era idolatria, a Eucaristia era uma fraude, o casamento mal, e a Redenção ridícula. Antes da morte, os adeptos recebiam o consolamentum, o único sacramento permitido e isso permitia a alma ser livre de matéria e voltar para Deus. Por esta razão, o suicídio por estrangulamento ou por inanição não só foi permitido, mas poderia até ser louvável.
Ao pregar que o casamento era mal, que todos os juramentos eram proibidos, que o suicídio religioso era bom, que o homem não tinha vontade livre e, portanto, não poderia ser responsabilizado por suas ações, que a autoridade civil não tinha o direito de punir os criminosos ou defender o país na força, bateram na própria raiz da sociedade medieval. Por exemplo, a simples recusa de tomar juramentos teria minado todo o tecido das estruturas legais feudais, em que a palavra falada carregava igual ou maior peso do que a escrita. Até mesmo Charles Henry Lea, um historiador protestante amador da Inquisição que fez forte oposição a Igreja Católica, teve que admitir:

“Essa era a crença cuja rápida difusão na Europa encheu a Igreja de um terror plenamente justificado. Por mais horror que nos possam inspirar os meios empregados para combatê-la, por mais piedade que devamos sentir por aqueles que morreram vítimas de suas convicções, reconhecemos sem hesitar que, nas circunstâncias, a causa da ortodoxia era a da civilização e do progresso. Se o catarismo se houvesse tornado dominante, ou pelo menos igual ao catolicismo, não há dúvida de que sua influência teria sido desastrosa”

Em resposta à gravidade e brutalidade frequentes com o qual o norte francês travou contra a Cruzada albigense, em que muitos hereges foram mortos sem julgamento formal ou audiência, o Papa Inocêncio III instituiu um processo de investigação para expor as seitas secretas. Outro problema enfrentado pelo papado foi a vontade por parte dos leigos de tomarem as medidas mais severas contra a heresia sem muita preocupação com a conversão e salvação dos hereges. O Papa Gregório IX é considerado o verdadeiro pai da instituição medieval, amigo tanto de São Francisco quanto de São Domingos. Ele chamaria as ordens mendicantes recém-descobertas para assumir a tarefa perigosa, árdua e indesejada de inquisidores.
O que Papa Gregório IX instituiu era um tribunal extraordinário para investigar e julgar pessoas acusadas de heresia. O crescimento sem precedentes dos albigenses no sul da França certamente influenciou em sua decisão. No norte da França, também, a Igreja estava enfrentando a violência da multidão esporádica, que muitas vezes caia sobre os inocentes. A prática de colocar os hereges à morte por queima na fogueira estava assumindo a força de um costume estabelecido. O Papa também estava preocupado com os relatos vindos da Alemanha sobre uma seita conhecida como os Luciferianos, uma sociedade secreta com rituais fixos que profanavam a Hóstia sagrada.
No plano secular, o Papa estava enfrentando um poder formidável, o imperador Frederico II, o supostamente “moderno” e ‘liberal” Hohenstaufen, um governante totalmente indiferente ao bem-estar espiritual da Igreja e continuamente em desacordo com o Papado. O governante cristão só de nome, Frederico II foi fortemente influenciado pelos astrólogos e costumes muçulmanos (ele mantinha um harém); ele arruinou duas cruzadas, e foi excomungado duas vezes. Já em março de 1224, ele ordenou que qualquer herege condenado em Lombardia deveria ser queimado vivo (a pena romana antiga por alta traição) ou como uma penalidade menor, as suas línguas arrancadas. O Papa Gregório, estava com receio de que Frederico estava mandando homens as chamas que não eram hereges, mas apenas os seus próprios inimigos pessoais, e procurou encontrar uma maneira mais comedida para lidar com o problema.
Em 1233 o Papa Gregório IX respondeu com sua própria solução: substituir a lei de Lynch por um processo legal regular, dirigido pelos dominicanos e franciscanos mendicantes. Eles seriam examinadores e juízes especialmente treinados para a detecção e conversão de hereges, protegidos da avareza e corrupção pelo voto de pobreza, e devotados à justiça.
O primeiro ponto, portanto, a ser observado em conexão com a Inquisição mendicante é que ela surgiu em resposta a uma necessidade definida. Em matéria de heresia, introduziu a lei, sistema, e até mesmo a justiça onde havia um espaço ilimitado para a satisfação do ciúme político, animosidade pessoal, e o ódio popular. Quando encontramos um historiador descrevendo a introdução da Inquisição como um “passo em frente na teoria jurídica”, devemos entendê-lo nesse sentido. “Inquisitio” significa investigação, e esta foi a preocupação do Papa: uma investigação real, um processo judicial, em vez de linchamento de imediato, em vez de atos motivados por emoções irracionais e vingança privada.
O segundo ponto é que as ordens mendicantes foram encarregadas da tarefa de preservar a integridade da Fé, bem como a segurança da sociedade. A incapacidade de conter a onda dessa heresia teria permitido um colapso na cristandade ocidental. Um dos tribunais mais bem-sucedidos em toda a história, conseguiu extirpar o veneno antissocial dos albigenses e, assim, preservou a unidade moral da Europa por mais de trezentos anos.

Campanha de oração do terço com crianças recorda Ano de São José

Campanha “Um Milhão de Crianças Rezam o Terço pela Paz”.
Crédito: Fundação ACN

REDAÇÃO CENTRAL, 21 set. 21 / 09:55 am (ACI).- A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) promove no dia 18 de outubro a iniciativa anual de oração “Um Milhão de Crianças Rezam o Terço pela Paz”. Neste ano, a campanha recorda o Ano de São José convocado pelo papa Francisco e convida as crianças e jovens a pedirem a intercessão do santo. “A campanha, nesta edição, incentivará as crianças a rezarem ‘de mãos dadas com Nossa Senhora e sob a proteção de São José’”, disse o presidente internacional da ACN, cardeal Mauro Piacenza.

“Este ano a iniciativa gira em torno de São José, com citações da Carta Apostólica Patris corde (com coração de Pai), escrita pelo papa Francisco para marcar o Ano de São José no 150º aniversário de sua proclamação como Padroeiro Universal da Igreja, ano jubilar que se conclui no dia 8 de dezembro deste ano”, afirmou o cardeal. Para ele, São José é um “grande exemplo” a todos “de como Deus pode tornar todas as coisas boas através da nossa oração, da fidelidade e obediência à Sua Palavra”.

Também para fazer referência ao Ano de São José, uma imagem do santo foi colocada ao lado da de Nossa Senhora nos cartazes da campanha, além de uma oração adicional a São José, que o papa Francisco reza todos os dias.

Segundo a ACN, além das crianças, famílias, escolas, comunidades e paróquias são convidadas a fazer parte da campanha de oração pela paz e a unidade em todo o mundo. “A fome, a pobreza, a corrupção, o terrorismo, a profanação da vida humana e a destruição da criação afetam milhões de pessoas”, disse o cardeal Piacenza. Em resposta, afirmou que é importante a oração, especialmente a das crianças, na intercessão pela “salvação de Deus para o mundo”.

No Brasil, o assistente eclesiástico da ACN, frei Rogério Lima, rezará o terço em uma live com as crianças, no dia 18 de outubro, transmitida às 15 horas no canal da ACN no Youtube e também pelo Facebook.

As origens da campanha de oração “Um Milhão de Crianças Rezam o Terço” remontam ao ano de 2005. Na época, um grupo de crianças rezava o terço em um santuário na capital venezuelana, Caracas. Alguns adultos viram e se lembraram das palavras de São Pio de Pietrelcina, que disse: “Quando um milhão de crianças rezarem o Terço, o mundo mudará”. Desde então, a campanha se espalhou pelo mundo.

No ano passado, a campanha bateu todos os recordes. Foi confirmada no site da ACN a participação de crianças de 136 países, incluindo Brasil, Síria, Iraque, México, Armênia, Papua Nova Guiné, Nigéria e República Democrática do Congo. No total, foram mais de 509 mil crianças.

O site da ACN oferece material gratuito para quem reza em paróquias, escolas, grupos infantis e famílias. Como acontece todos os anos, o kit de orações gratuito contém instruções sobre como rezar o terço. Há também pequenas meditações para as crianças sobre os mistérios do rosário e um ato de consagração a Nossa Senhora para as crianças, além de ilustrações para colorir e um passo a passo de como montar uma dezena do terço de macramê. O material pode ser acessado AQUI.

Esta é a oração a São José que o papa Francisco reza todos os dias: Glorioso Patriarca São José, cujo poder consegue tornar possíveis as coisas impossíveis, vinde em minha ajuda nestes momentos de angústia e dificuldade. Tomai sob a vossa proteção as situações tão graves e difíceis que Vos confio, para que obtenham uma solução feliz. Meu amado Pai, toda a minha confiança está colocada em Vós. Que não se diga que eu Vos invoquei em vão, e dado que tudo podeis junto de Jesus e Maria, mostrai-me que a vossa bondade é tão grande como o vosso poder. Amém.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização

Dom Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Nova 
Evangelização | Vatican News

Os Dicastérios da Santa Sé narrados a partir de dentro: história, objetivos e o "balanço de missão”: como funcionam as estruturas que sustentam o ministério do Papa. Entrevista com o presidente, o arcebispo Dom Rino Fisichella.

Gabriella Ceraso – Vatican News

Este Dicastério é uma estrutura destinada ao anúncio, missionária em suas raízes por desejo dos Papas. O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização nasceu com Bento XVI e foi ampliado, em suas responsabilidades, por Francisco. Em um decênio de vida, percorreu vários caminhos para levar, de modos diferentes, o Evangelho aos centros e periferias da humanidade. O Domingo da Palavra de Deus, o Jubileu da Misericórdia, o Dia Mundial dos Pobres são apenas a ponta de um "iceberg" apostólico, que conta com um grupo de trabalho reduzido e um balanço de missão que segundo cifras oficiais da Santa Sé, em 2021, faz parte do orçamento de 21 milhões distribuídos, em geral, para trinta Dicastérios e instituições do Vaticano. O presidente do Pontifício Conselho, Dom Rino Fisichella, que o dirige desde a sua instituição, explica como funciona e as suas realizações.

Dom Rino Fisichella durante a entrevista | Vatican News

O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, fundado por Bento XVI, em setembro de 2010, é um dos Dicastérios mais jovens da Cúria Romana. Qual o balanço que pode ser feito, nesta sua primeira década de vida, e quais as suas prioridades para o futuro imediato?

Segundo seu motu próprio de fundação “Ubicumque et sempre” de Bento XVI, as prioridades deste Pontifício Conselho se concentram em apoiar a reflexão sobre os temas da nova evangelização e, sobretudo, em individuar e promover as formas e os instrumentos para seu cumprimento. Com a eleição do Papa Francisco, o Dicastério assumiu e enfrentou os novos desafios anunciados na sua Exortação Apostólica “Evangelii gaudium”. Durante seu primeiro decênio de vida, o Pontifício Conselho recebeu várias competências adicionais, que especificaram a sua ação. Em particular, em 2013, com o motu proprio “Fides per doctrinam”, teve mais competência sobre a catequese e, em 2017, com o motu próprio “Sanctuarium in ecclesia” sobre os Santuários. Do mesmo modo, foram confiadas ao Pontifício Conselho algumas iniciativas, que se tornaram habituais em toda a Igreja universal, como as 24 horas para o Senhor, o Dia Mundial dos Pobres e o Domingo da Palavra de Deus. Enfim, durante estes dez anos, foi confiado a este Dicastério a organização do Ano da Fé (2012-2013) e do Jubileu Extraordinário da Misericórdia (2015-2016). Estas competências, bem como os eventos, ressaltaram, ainda mais, os desafios e as atenções da Igreja em relação à nova evangelização e, também do próprio Dicastério, que, vez por outra, tenta animar mais a comunidade cristã, para que tome consciência da obra de evangelização, sem, no entanto, deixar de levar em conta o contexto cultural, em particular, do Ocidente, que passa por uma mudança significativa, com consequências até para a fé”.

O logotipo do Jubileu da Misericórdia | Vatican News

As limitações impostas pela pandemia estão também mudando as formas de anunciar a mensagem do Evangelho. De que modo esta situação de emergência influi sobre a atividade do Dicastério? Neste sentido, qual o papel dos novos meios de comunicação e das plataformas sociais?

“Neste último ano, as iniciativas e atividades do Dicastério tiveram que enfrentar esta pandemia. O Dicastério pôde constatar a vontade de tornar, ainda mais eficaz, o anúncio do Evangelho. De fato, fomos testemunhas das muitas iniciativas da nova evangelização, compatíveis com as normas de saúde. As redes sociais e as várias plataformas desempenharam um grande papel, pois permitiram a realização de encontros e conferências on-line. Cientes de que o anúncio do Evangelho não pode e não deve prescindir do encontro pessoal, não podemos deixar de reconhecer que o desafio digital, hoje, é um dos maiores da nova evangelização, cujos desenvolvimentos inevitáveis foram acelerados por este período. Pessoalmente, pude intervir em muitas conferências on-line, organizadas em todo o mundo, que contaram com a participação de muitas pessoas (às vezes, até mais de mil), que possibilitaram, depois, muitíssima visualizações, o que, talvez, não teria acontecido em presença”.

Reunião dentro do Dicastério | Vatican News

Saber falar de Deus aos homens, na era digital, é um dos desafios mais urgentes para a Igreja. Quais as indicações dadas, a este respeito, pelo Diretório para a Catequese, publicado no ano passado pelo Dicastério?

“O Diretório para a Catequese dedica vários capítulos da relação com a cultura digital (359-372). Para compreender, plenamente, este desafio, deve-se entender, primeiro, que ela é bem mais complexa do que a mera presença da Igreja na internet. Pensar de estar atualizado com os tempos, só porque uma diocese ou paróquia tem a sua própria página na web, é uma ilusão, da qual devemos manter distância. A presença no mundo da internet, certamente, é um fato positivo, mas a cultura digital vai bem mais além. Ela toca, na raiz, a questão antropológica, decisiva em todo contexto formativo, como o da verdade e da liberdade. A questão que o Diretório se coloca, a este respeito, não é como usar as novas tecnologias para evangelizar, mas como se tornar uma presença evangelizadora no continente digital. A catequese, certamente, precisa conhecer o poder deste instrumento e usar todas as suas potencialidades e positividades, com a consciência, porém, de que ela não pode apenas lançar mão do uso de instrumentos digitais, mas oferecendo espaços efetivos de experiências de fé. Neste novo contexto, portanto, a tarefa da catequese é favorecer o acompanhamento e a experiência de Deus para dar sentido à existência. Na verdade, a transmissão da fé baseia-se em experiências autênticas, que se transformam em testemunho para dar sentido à vida”.

Dentro da sede do Dicastério | Vatican News

Qual é a estrutura atual do Pontifício Conselho e como se articula seu serviço? Quais os custos e em que medida o orçamento econômico corresponde ao "balanço" da missão confiada ao Dicastério?

“O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização é dirigido por um Presidente, que conta com um Secretário. Depois, há um Subsecretário, um Chefe de escritório e os Funcionários, aos quais são confiados os âmbitos do Dicastério, divididos em línguas e competências. A seção da Catequese tem um Delegado especial, enquanto outra pessoa é encarregada da secretaria técnica. É óbvio que o orçamento do Dicastério providencia às necessidades mais imediatas, enquanto a grande generosidade dos benfeitores permite realizar várias iniciativas, sobretudo, as orientadas à Semana para a celebração do Dia Mundial dos Pobres”.

Balanço de missão dos Dicastérios | Vatican News

"Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo", escreveu São Jerônimo. À luz desta advertência, a celebração do Domingo da Palavra – instituído, há dois anos, pelo Papa Francisco e confiado ao Pontifício Conselho - pode contribuir para favorecer uma maior familiaridade do povo de Deus com os textos sagrados?

Com o motu próprio “Aperuit illis”, de 2019, o Papa Francisco instituiu o Domingo da Palavra de Deus, a ser celebrado no III Domingo do Tempo Comum, precisamente para que a comunidade cristã se concentre no grande valor que a Palavra de Deus tem na sua existência diária. Com esta iniciativa, o Papa quis responder aos muitos pedidos do povo de Deus, para que, em toda a Igreja, este Domingo da Palavra de Deus pudesse ser celebrado com certo impacto, em analogia com a festa do Corpus Christi, dedicada à Eucaristia. O Domingo da Palavra de Deus é visto, portanto, como uma iniciativa pastoral da nova evangelização, com o objetivo de reavivar a responsabilidade que os fiéis têm de conhecer a Sagrada Escritura e mantê-la viva, através de uma obra de transmissão e compreensão permanentes, capaz de dar sentido à vida da Igreja nas várias situações. Este Domingo, portanto, pode ser uma ocasião para refletir e encarnar a Bíblia na vida diária. Cada comunidade cristã encontra os meios mais adequados para fazer isso, através de iniciativas específicas, entre as quais, atenção particular à liturgia, à lectio, e outros momentos de aprofundamento da Sagrada Escritura. Por parte do Dicastério começa, agora, o compromisso concreto de apoiar as Conferências Episcopais, para que a inovação desejada pelo Papa Francisco, sobre o ministério do Leitorado, encontre maior resposta e atenção.

Nova Evangelização: subsídio criado pelo Dicastério | Vatican News

Concretamente, o Dia Mundial dos Pobres convida todos os anos, desde 2017, a partir o pão da Palavra e da caridade, sobretudo, com os que são vítimas da "cultura do descarte". Quanto ainda falta para chegar àquela "Igreja pobre para os pobres", que o Papa Francisco desejou logo depois da sua eleição?

Em sua Carta “Misericordia et misera”, na conclusão do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o Papa afirmava: “Intuí que, como sinal concreto deste Ano Santo extraordinário, devemos celebrar, em toda a Igreja, no XXXIII Domingo no Tempo Comum, o Dia Mundial dos Pobres. Esta poderia ser uma preparação digna para a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, que se identificou com os pequeninos e os pobres e nos julgará pelas nossas obras de misericórdia”. Este Dia poderia ajudar as comunidades e todos os batizados a um maior compromisso, porque, até quando Lázaro bater à porta das nossas casas, não poderá haver justiça e paz social. Este Dia poderá ser também um meio genuíno de nova evangelização, que renova o rosto da Igreja, em sua perene obra de conversão pastoral, para ser testemunha da misericórdia”. No próximo mês de novembro será o quinto Dia Mundial dos Pobres, será celebrado com muitas iniciativas, em todo o mundo, mas, acima de tudo, com uma renovada consciência de dar mais atenção a estas pessoas, que, tantas vezes, são vítimas da "cultura do descarte", além da consciência de que, precisamente eles, os pobres, nos evangelizam. Esta dimensão de reciprocidade está representada no logotipo escolhido para aquele Dia: uma porta aberta e duas pessoas na soleira; ambas estendem a mão: uma pedindo ajuda e a outra dando a sua ajuda. Na verdade, é difícil saber quais das duas representa o verdadeiro pobre, ou melhor, ambas são pobres; aquela que estende a mão para entrar, pede partilha; a que estende a mão para ajudar, é convidada a sair para partilhar. Cada uma das mãos estendidas oferece alguma coisa; os dois braços expressam solidariedade e convidam a não ficar na soleira, mas ir aos encontro do outro. O caminho a ser percorrido, obviamente, é muito longo, mas o Dia Mundial dos Pobres está ajudando, certamente, a Igreja a caminhar nesta direção.

Momento de oração do Angelus - sede do Dicastério Vatican News

Há seis anos, ao proclamar o Jubileu extraordinário, com a bula “Misericordiae vultus”, o Pontífice instituiu a figura dos “missionários da misericórdia”. Qual o papel deles e quais tarefas desempenham hoje?

Ao convocar o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, com a bula “Misericordiae vultus”, o Papa Francisco instituía os “Missionários da Misericórdia”, os sacerdotes, aos quais deu autoridade para perdoar aqueles pecados que são reservados ao Sumo Pontífice, para valorizar a amplidão do seu mandato. Os Missionários são, sobretudo, sinais vivos de como o Pai acolhe os que buscam perdão. O mandato dos Missionários da Misericórdia foi, depois, estendido para além do Jubileu. Com isso o Papa quis dizer que a sua ação pastoral torna visível que Deus não impõe nenhum limite aos que o buscam com o coração arrependido, porque vai ao encontro de todos como Pai, sobretudo, no sacramento da Reconciliação. Hoje, os Missionários são cerca de mil: sacerdotes e religiosos que, em todo o mundo e em seus respectivos contextos, - através do ministério da confissão, de encontros espirituais e da pregação - promovem e levam a experimentar a grande misericórdia de Deus. Quase todos os dias, chegam cartas que os Missionários enviam ao Pontifício Conselho, falando da sua ação e das tantas pessoas e sacerdotes que precisam, realmente, experimentar o perdão de Deus em suas vidas.

O sino do Jubileu da Misericórdia | Vatican News

Fonte: https://www.vaticannews.va/

São Mateus

S. Mateus | arquisp
21 de setembro

SÃO MATEUS, APÓSTOLO E EVANGELISTA

No tempo de Jesus Cristo, na época em que a Palestina era apenas uma província romana, os impostos cobrados eram onerosos e pesavam brutalmente sobre os ombros dos judeus. A cobrança desses impostos era feita por rendeiros públicos, considerados homens cruéis, sanguessugas, verdadeiros esfoladores do povo. Um dos piores rendeiros da época era Levi, filho de Alfeu, que, mais tarde, trocaria seu nome para Mateus, o "dom de Deus". Um dia, depois de pregar, Jesus caminhava pelas ruas da cidade de Cafarnaum e encontrou com o cruel Levi. Olhou-o com firmeza nos olhos e disse: "Segue-me". Levi, imediatamente, levantou-se, abandonou seu rendoso negócio, mudou de vida, de nome e seguiu Jesus.

Acredita-se, mesmo, que tal mudança não tenha realmente ocorrido dessa forma, mas sim pelo seu próprio e espontâneo entusiasmo no Messias. Na verdade, o que se imagina é que Levi havia algum tempo cultivava a vontade de seguir as palavras do profeta e que aquela atitude tenha sido definitiva para colocá-lo para sempre no caminho da fé cristã.

Daquele dia em diante, com o nome já trocado para Mateus, tornou-se um dos maiores seguidores e apóstolos de Cristo, acompanhando-o em todas as suas caminhadas e pregações pela Palestina. São Mateus foi o primeiro apóstolo a escrever um livro contando a vida e a morte de Jesus Cristo, ao qual ele deu o nome de Evangelho e que foi amplamente usado pelos primeiros cristãos da Palestina. Quando o apóstolo são Bartolomeu viajou para as Índias, levou consigo uma cópia.

Depois da morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos espalharam-se pelo mundo e Mateus foi para a Arábia e a Pérsia para evangelizar aqueles povos. Porém foi vítima de uma grande perseguição por parte dos sacerdotes locais, que mandaram arrancar-lhe os olhos e o encarceraram para depois ser sacrificado aos deuses. Mas Deus não o abandonou e mandou um anjo que curou seus olhos e o libertou. Mateus seguiu, então, para a Etiópia, onde mais uma vez foi perseguido por feiticeiros que se opunham à evangelização. Porém o príncipe herdeiro morreu e Mateus foi chamado ao palácio. Por uma graça divina fez o filho da rainha Candece ressuscitar, causando grande espanto e admiração entre os presentes. Com esse ato, Mateus conseguiu converter grande parte da população. Na época, a Igreja da Etiópia passou a ser uma das mais ativas e florescentes dos tempos apostólicos.

São Mateus morreu por ordem do rei Hitarco, sobrinho do rei Egipo, no altar da igreja em que celebrava o santo ofício da missa. Isso aconteceu porque não intercedeu em favor do pedido de casamento feito pelo monarca, e recusado pela jovem Efigênia, que havia decidido consagrar-se a Jesus. Inconformado com a atitude do santo homem, Hitarco mandou que seus soldados o executassem.

No ano 930, as relíquias mortais do apóstolo são Mateus foram transportadas para Salerno, na Itália, onde, até hoje, é festejado como padroeiro da cidade. A Igreja determinou o dia 21 de setembro para a celebração de são Mateus, apóstolo.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

SANTA EFIGÊNIA

S. Efigênia, Andrea Orcagna e Jacopo di Cione
21 de setembro

SANTA EFIGÊNIA

Santa Efigênia era filha de Égipo e Eufenisa, reis de Núbia, um pequeno reino da Etiópia. Sabe-se pouco da sua vida. As notícias que chegaram até nós dizem que, oito anos depois da Ascensão de Jesus, quando o apóstolo Mateus e outros discípulos foram evangelizar a região de Núbia, não foram bem acolhidos. Somente a princesa Efigênia compreendeu que devia adorar um só Deus, rejeitando o paganismo.

Esforçou-se para difundir o Cristianismo

Diante da propagação do Cristianismo, os chefes pagãos – muito influentes na cidade – decidiram oferecer Efigênia em sacrifício. Ao aguardar o trágico momento, a Santa consagrou-se a Deus, único Criador. Enquanto preparavam a fogueira, foi incentivada por Mateus e sentiu o amor de Deus no seu coração. Quando as chamas estavam altas, Efigênia gritou e invocou o nome de Jesus. Os presentes testemunharam que desceu um Anjo do céu e livrou a princesa das mãos dos inimigos. Sendo salva, multiplicou seus esforços e zelo para converter o povo de Núbia ao cristianismo.

Protetora dos incêndios

Com o seu testemunho, a Santa se deparou com muitas resistências, entre as quais a do seu tio, Hirtaco. Ele procurou fazer com que Mateus convencesse Efigênia a casar-se com ele. Mateus não aceitou e, assim, - segundo algumas reconstruções, consideradas pouco críveis, - este motivo aplainou a estrada para o seu martírio.

Efigênia e seu irmão, Efrônio, tiveram que enfrentar um grande incêndio, provocado por Hirtaco. Mas, graças à ajuda do Senhor, sobreviveram, enquanto Hirtaco fugiu. Desta forma, o povo proclamou Efrônio como rei de Núbia, governando em paz, por setenta anos, sendo depois sucedido por seu filho.

Ao sentir-se aproximar o momento da sua morte, Efigênia recebeu os Sacramentos e aguardou a sua hora com serenidade e paz. Santa Efigênia é considerada “Libertadora de Núbia” e é invocada como protetora contra os incêndios. De fato, em quase todas as representações iconográficas, a Santa aparece segurando uma casa ou uma igreja em chamas.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Nota sobre o estado de saúde de dom José Freire Falcão

Cardeal dom Falcão | arquibrasilia

O Cardeal dom José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília, foi internado, como medida preventiva, após testado positivo para o COVID-19. O Cardeal completará 96 anos em outubro.

Segundo dom Marcony, Bispo auxiliar de Brasília, “ele está internado por questão de saúde e, também, da sua idade que requer cuidado. Mas ele está muito bem. Está sendo muito bem acompanhado pelos médicos e por nossa Arquidiocese. Estejamos juntos em orações pelo nosso querido dom Falcão.”

Qualquer que seja a informação, será dada pela Arquidiocese de Brasília sobre o estado de
saúde de dom Falcão.

Rezemos juntos para que ele volte logo para casa.

DOM JOSÉ FREIRE FALCÃO

O cardeal Dom José Freire Falcão foi o segundo arcebispo de Brasília, ficando à frente da Arquidiocese entre 1984 e 2004, quando se aposentou. Sempre fiel ao seu lema episcopal, “In humilitate servire” (“Servir na humildade”), nesse período Dom Falcão ampliou o número de padres e de paróquias do Distrito Federal, preparou a recepção ao Papa em 1991, criou a Casa do Clero e estimulou os movimentos eclesiais, entre outras coisas.

Dom Falcão, hoje arcebispo emérito de Brasília, nasceu em 1925 na cidade de Ereré, no Ceará, e  desde cedo sonhou em ser sacerdote, no que sempre foi incentivado pela família.

Entrou no Seminário da Prainha, em Fortaleza, aos 14 anos. Foi ordenado padre em 1949 e em 1967 foi feito bispo, tornando-se pastor da mesma diocese em que já havia exercido o sacerdócio por vinte anos: Limoeiro do Norte, no Ceará. Em 1971 tornou-se arcebispo de Teresina, no Piauí, onde permaneceu até 1984, quando foi transferido para Brasília.

Em 28 de junho de 1988, Dom Falcão foi feito cardeal, tendo participado, em 2005, dos funerais de João Paulo II e do conclave que elegeu o Papa Bento XVI.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

5 MITOS SOBRE A SANTA INQUISIÇÃO (Parte 2/6)

Apologistas da Fé Católica

5 MITOS SOBRE A SANTA INQUISIÇÃO

Texto da phd em História Medieval, Dra. Marian Horvat

MITO 1: “A Inquisição medieval foi um supressivo, abrangente, e todo-poderoso órgão centralizado de repressão mantido pela Igreja Católica.”

Realidade: Exceto na ficção, a Inquisição como um único todo-poderoso, terrível tribunal “cujos agentes trabalharam em todos os lugares para frustrar a verdade religiosa, a liberdade intelectual e liberdade política, até que foi derrubada em algum momento do iluminado século 19” simplesmente não existiu. O mito da Inquisição tomou forma nas mãos dos “reformadores anti-hispânicos e religiosos no século 16”. Foi uma imagem montada a partir de um corpo de lendas e mitos, que tomou forma no contexto da intensa perseguição religiosa do século 16. A Espanha, o maior poder na Europa, que havia assumido o papel de defensor do catolicismo, foi objeto de propaganda que degradou “A Inquisição” como a mais perigosa e característica arma dos católicos contra o protestantismo. Mais tarde, os críticos de qualquer tipo de perseguição religiosa iriam adotar o termo.
Na verdade, não havia uma Inquisição monolítica, mas três inquisições distintas. A Inquisição da Idade Média começou em 1184 no sul da França em resposta à heresia cátara, e dissolveu-se no final do século 14 quando o catarismo morreu. Estudos mais recentes mostram conclusivamente que não há provas claras de que as pessoas na Europa medieval concebiam a Inquisição como um órgão de governo centralizado. Os papas dos tempos não tinham a intenção de estabelecer um tribunal permanente. Por exemplo, só em 367 que o título inquisitor haereticae pravitatis apareceu quando o dominicano Alberico foi enviado para a Lombardia.
O Papa Gregório IX não estabeleceu a Inquisição como um tribunal distinto e separado, mas nomeou juízes permanentes que executaram funções doutrinárias em nome do papa. Quando eles se sentavam, havia a Inquisição. Uma das lendas mais prejudiciais espalhada ao longo dos séculos é a imagem de um tribunal onisciente, onipotente cujos dedos alcançaram todos os cantos da terra.

O pequeno número de inquisidores e seu alcance limitado de longe desmentem a retórica exagerada. No final do século 13, havia dois inquisidores para a totalidade de Languedoc (um dos focos de heresia albigense), dois para a província e de quatro a seis para o resto da França.
Quanto à acusação de que a Inquisição era um corpo onipresente em toda a cristandade, a Inquisição nem sequer existia no norte da Europa, Europa Oriental, Escandinávia, ou na Inglaterra, País de Gales, Irlanda e Escócia. A grande maioria dos casos, no século 13, foi dirigida contra os hereges albigenses no sul da França. Não estava ainda estabelecida em Veneza até 1289 e os arquivos daquela cidade mostram que a pena de morte foi infligida pelo poder secular em apenas seis ocasiões no todo.

“El Santo Oficio de la Santa Inquisição”, mais conhecido como a Inquisição espanhola, começou em 1478 como uma instituição do Estado designado para descobrir a heresia e desvios da verdadeira Fé. Mas Fernando e Isabel também o instituiu para proteger os conversos ou cristãos-novos, que se tornaram vítimas de indignação popular, preconceitos, medos e inveja. É importante notar que a Inquisição tinha autoridade sobre somente cristãos batizados, e que os não batizados eram completamente livres das suas medidas disciplinares a menos que violassem a lei natural.

Por fim, o Santo Ofício em Roma, foi iniciado em 1542, o menos ativo e mais benigno dos três. Um estudo recente realizado por John Tedeschi, The Prosecution of Heresy, trata da Inquisição Romana e os procedimentos que se seguiram após a sua constituição em meados do século 16 na sua luta para preservar a fé e para erradicar a heresia. O valor do estudo de Tedeschi é que ele subverte os pressupostos de longa data sobre a corrupção, coação desumana, e a injustiça da Inquisição romana da Renascença, pressupostos que Tedeschi admitiu que abrigou quando começou sua extensa obra nos documentos. O que ele “gradualmente” começou a encontrar foi que a Inquisição não era um “tribunal rígido, uma câmara de horrores, ou um labirinto judicial do qual a fuga era impossível”. Tedeschi aponta que o processo inquisitorial incluía a prestação de um advogado de defesa. Além disso, ao acusado era dado o direito a um advogado e até mesmo receber uma cópia autenticada de todo o julgamento (com os nomes das testemunhas de acusação excluídos) para que ele pudesse dar uma resposta. Em contraste, nos tribunais seculares da época, o advogado de defesa ainda era colocado apenas um papel cerimonial, e ao criminoso era negado o direito a um advogado (até 1836), e as provas contra o acusado só eram lidas no tribunal, onde ele teria que fazer a defesa no local. Tedeschi concluiu que a Inquisição romana distribuiu justiça legal em termos da jurisprudência do início da Europa moderna e vai ainda mais longe ao dizer:

“ talvez não seja exagero afirmar, de fato, que, em vários aspectos, o Santo Ofício foi um pioneiro na reforma do sistema judicial.”

Fonte: https://apologistasdafecatolica.wordpress.com/

Como cães aliviam sintomas de estresse e depressão

Helena Sushitskaya | Pixabay
Por Octavio Messias

Relação com os humanos definiu a maneira como a espécie evoluiu.

O cão é o melhor amigo do homem, diz o ditado. Dados coletados durante a pandemia do novo Coronavírus reforçam essa máxima. Centros de Zoonoses de diversas cidades brasileiras registram aumentos significativos no número de adoção de cães. Como o do Distrito Federal, que entre janeiro e setembro de 2020 registrou mais do que o dobro de adoções em comparação com todo o ano de 2019. 

Acariciar um cão reduz sintomas de ansiedade e depressão durante o período de isolamento, o que pode ser comprovado pela ciência. A interação com cães, entre outros animais, proporciona a redução nos níveis de cortisona (substância associada ao estresse) e um aumento na liberação de neurotransmissores que regulam o nosso bem-estar, como oxitocina, dopamina, endorfina e norepinefrina, também disparados no convívio com outras pessoas. Estudos ainda indicaram que afagar um cão aumenta os níveis de imunoglobulina A, um anticorpo que tem efeito anti-inflamatório e ajuda no combate à depressão. 

Empatia e socialização

Essa relação de troca entre as duas espécies começou entre 20 e 40 mil anos atrás, a partir da aproximação de lobos famintos em busca de restos de comida. Essa aliança, que garantiu a sobrevivência da espécie, ainda foi responsável pela evolução do cachorro há cerca de 11 mil anos, assim como, a partir da teoria evolucionista, nós evoluímos do macaco. Essa evolução trouxe aos caninos características que facilitaram seu convívio com humanos, como o instinto para o pastoreio, o comportamento de se expressar pelo olhar e a dependência dos humanos. Tanto que a espécie acompanhou a movimentação do homem pela terra na pré-história. 

A evolução do lobo para o cachorro é resultado da mutação de três genes associados à empatia e à socialização. Um deles, o GTF2I, assim como nos humanos, está relacionado à produção de oxitocina, neurotransmissor responsável pelo desenvolvimento da nossa sociabilidade e desencadeia uma sensação de segurança física e emocional, proporcionado bem-estar nas relações afetivas com familiares e amigos. 

E, claro, com os cachorros, que em tempos difíceis se revelam ainda mais parceiros e mais indispensáveis do que nunca.   

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF