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quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Direção espiritual (o sacerdote: pastor, pai, médico, mestre, juiz) (Parte 3/3)

Presbíteros
Pe. Francisco Faus

III. Como exercer a prática da direção espiritual?

Podemos refletir sobre este ponto lembrando o esquema clássico das funções do confessor, que também se aplicam ao diretor espiritual: pastor, pai, médico, mestre e juiz (prescindiremos agora da função de juiz, que é mais específica da administração do Sacramento da Penitência: Cf. Jo 20,22-23).

Pastor

A parábola do Bom Pastor (Jo 10,1 ss.), ensina-nos que este conhece as suas ovelhas e as chama pelo nome. Isso significa que cada alma, cada uma, é única aos olhos de Deus, e é um “universo“. Por isso, não há receitas genéricas e estereotipadas, válidas para todos, mas é preciso, tanto quanto possível, um esmerado atendimento pessoal. Já víamos, no início da conferência, que não basta a direção espiritual “coletiva”, por importante que seja (palestras, meditações pregadas, etc.).

Essa forma de proceder é um dos modos de dar a vida pelas ovelhas, porque assim, dispondo-se a um atendimento pessoal, o padre disponibiliza, em favor dos fiéis, o seu tempo, o seu lazer, os seus interesses particulares. Entrega-se. Concretamente, é preciso um empenho sacrificado do sacerdote para organizar os seus horários, de modo a reservar o tempo necessário ao atendimento personalizado (além de ser também generoso, sempre que possível, com os fiéis que o procuram fora de horas).

Cristo, o Bom Pastor, disse que veio para que tenham vida e a tenham em abundância. A direção espiritual, portanto:

a) deve alimentar abundantemente a “vida” espiritual do dirigido, facilitando-lhe as orientações concretas para que essa vida se renove e cresça. O dirigido deveria tirar de cada conversa com o diretor espiritual alguma coisa viva, “prática”, que possa encarnar no dia a dia;

b) a direção irá bem quando o interessado, em cada conversa, começar lembrando os propósitos que foram concretizados na conversa anterior;

c) neste sentido, o diretor espiritual deverá pedir luzes ao Espírito Santo para acompanhar o crescimento das almas pelo plano inclinado adequado a cada uma delas. Para cada alma, deverá  achar o ritmo, às vezes rápido, às vezes lento ou até muito lento (trabalho de anos e anos), que a faça crescer, sem desanimar nem desistir quando percebe que demoram a perceber-se os frutos da direção.

É importante que o diretor saiba convencer com alegria a pessoa dirigida, de modo que ela própria, livremente, deseje e queira fazer o que o diretor sugere (porque o diretor só sugere, não manda). Agindo assim, chegará um momento em que a alma que dirige já não se limitará a esperar passivamente os conselhos, mas se adiantará sugerindo “iniciativas”, consultando possíveis lutas, metas novas que sente que Deus lhe pede: sinal de que está tendo vida interior e tornando-se sensível às moções do Espírito Santo.

Convém recordar também que as almas, normalmente,  não crescem tanto por “acúmulo” (mais práticas, mais devoções, mais mortificações…), como por “intensidade“. Certamente, ao longo do tempo, muitas vezes será preciso “aumentar” as práticas e os horários dedicados à vida espiritual e ao apostolado, mas quase sempre o conselho mais eficaz consistirá em sugerir um modo bem concreto e prático de melhorar a qualidade e a intensidade de algum ponto de luta (aprofundar numa prática de piedade, pôr mais ordem no plano espiritual, melhorar o modo de orar, crescer na caridade com determinadas pessoas, santificar detalhes do trabalho diário, lutar contra defeitos do caráter, etc).

Como é lógico, convém examinar e comentar com frequência, na direção, como vão as grandes colunas que sustentam  edifício espiritual: sacramentos, vida de oração, “lectio divina”, virtudes fundamentais

Finalmente, a experiência indica que, para garantir a eficácia da direção, convém que o sacerdote, ao conversar com o irigido, se centre nos temas próprios, específicos, da direção espiritual. Poderia atrapalhar a eficácia da direção meter-se imprudentemente em problemas não espirituais nem morais da pessoa, como assuntos financeiros relativos à sua empresa, escola ou loja, aconselhamento sobre organização econômica familiar (investir nisso, aplicar naquilo, etc.), aconselhamento de medicinas alternativas, etc.

Pai

Como um bom pai [10], que quer o verdadeiro “bem” dos filhos, o diretor espiritual deve saber compaginar a compreensão com a exigência.

Um sacerdote bondoso, “paizão“, pode ser muito querido, mas quase com certeza vai “mal-criar” as almas, vai deixá-las enfraquecidas, com vida interior muito frágil. A típica “mãe condescendente” acaba sendo “cúmplice” dos erros e do fracasso moral do filho. Neste sentido, João Paulo II dizia que, hoje, os que se contentassem com uma «oração superficial» seriam «não apenas cristãos medíocres, mas cristãos em perigo» (Novo millennio ineunte, n. 34).

A experiência evidencia que o diretor que se limita a “consolar” e animar sentimentalmente as pessoas aflitas, sem elevá-las para Deus, com visão de fé, com energia e caridade, não só não ajuda, como faz mal. Quando se trata de mulheres, mais vulneráveis ao sentimentalismo, é preciso convencer-se de que as “lágrimas” não se resolvem com consolos afetuosos (que podem até tornar-se para o sacerdote uma armadilha do diabo), mas com a fé e a caridade de Cristo: ajudando a pessoa a orar mais e melhor, a meditar sobre o amor de Jesus crucificado, a se colocar junto da Mãe dolorosa, e – coisa muito importante nestes casos – a pensar menos em si e mais nos demais (este último ponto é essencial para sofredores e desanimados).

Lembremos que o pai do filho pródigo não se limita a ser compreensivo, acolhedor e carinhoso. Não é um pai que se limita a abraçar e chorar, e logo se despede do filho, dizendo-lhe: – «Meu filho, vá em paz (para onde?), mas não demore muito a voltar; não deixe de me visitar de vez em quando». Pelo contrário, o pai do pródigo aperta o filho no peito e o leva para dentro da casa paterna, a fim de que lá se instale permanentemente; dá-lhe a melhor veste (símbolo da graça), um anel no dedo (símbolo da dignidade filial recuperada), e prepara um banquete, façamos uma festa (símbolo do amor, da união com Deus): cf. Lc 15,20-24).

Além disso, para ser bom pai, o diretor precisa de ter a paciência e a misericórdia do pai do filho pródigo. Que as almas nunca vejam o sacerdote magoado, decepcionado, desesperançado, cansado delas. O pai do pródigo não se cansou de esperar.

Lembremo-nos ainda que a Carta aos Hebreus diz que o bom pai, à imitação de Deus, corrige o filho, para seu bem: Se permanecêsseis sem a correção, seríeis bastardos e não filhos legítimos (Heb 12,8). A correção, feita com caridade e clareza, dói, mas acaba produzindo frutos de aperfeiçoamento, que o filho agradecerá.

Médico

Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes (Mc 2,17). Todos somos “enfermos”. Mas a direção espiritual não pode limitar-se a ser um pronto-socorro, uma ajuda emergencial para problemas pontuais (crise conjugal, perda de um ser querido, filho drogado, desemprego, ruína econômica). A verdadeira direção – já o vimos – é uma orientação habitual, para o dia-a-dia, rumo à santidade.

É natural que muitas vezes os fiéis recorram a nós como “pronto-socorro” espiritual. Logicamente, atenderemos essas consultas e desabafos com dedicação e carinho, como um bom médico, mas mesmo os “acidentados” devem ser ajudados a enxergar mais longe, a compreender o que Deus lhes pede naquelas circunstâncias, a entender com fé a cruz e a abraçá-la.

Um bom médico nota-se pela capacidade de fazer, quanto antes, um diagnóstico, por ter “olho clínico“. O sacerdote, especialmente em relação às pessoas que começam a  amadurecer espiritualmente ou a assumir colaboração nas tarefas pastorais, deve ter olho clínico para detectar algumas “doenças” que influem em todo o “organismo”, como uma anemia profunda ou uma infecção generalizada. Dentre as principais:

a) a doença do sentimentalismo: ter uma religiosidade meramente emocional, que não sabe apoiar-se na cruz, na abnegação, na doação generosa, numa “vida em ordem”, com horários que garantam a fidelidade aos propósitos de orar, meditar, ler, conversar com a família, etc, tanto se a pessoa “sente” vontade e disposição de fazê-lo, como se não “sente”.

O que importa é viver de fé, de convicções. É a fé que arrasta o amor. Amor sem raízes de fé, é folha seca ao vento.  Na Encíclica Caritas in veritate, Bento XVI escreve: «Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dos indivíduos» (n. 3).

b) a doença do pietismo: muito relacionada com a anterior, que consiste em reduzir o progresso espiritual à simples melhora e incremento de atos de piedade e devoçãosem cuidar de ganhar formação doutrinal nem de se esforçar por adquirir virtudes.  Surge, então, a figura do beato: está metido(a) em mil coisas da igreja, mas que dá mau exemplo, por falta de critério e de virtudes; e assim se desprestigia, pois aparece antes todos como pessoa preguiçosa, maldizente, profissionalmente medíocre, cheia de amor-próprio, vaidade, mexerico, maledicência, inconstância, etc;

c) a doença do voluntarismo: é a dos fiéis que, de modo explícito ou implícito, pensam que, afinal, tudo depende de sua força de vontade. Esquecem-se de que Jesus afirmou: Sem mim, nada podeis fazer (Jo 15, 5). Por causa desse engano, essas pessoas lutam e trabalham sem pedir a ajuda a Deus, sem rezar com constância, sem viver cada vez mais intensamente os sacramentos da Reconciliação e a Eucaristia, sem oferecer mortificações pela sua melhora espiritual e pelo apostolado. Não devemos esquecer o «primado da graça», que tanto frisou João Paulo II na Novo millennio ineunte (n. 38).

Há ainda situações especiais, que exigem o que poderíamos chamar de medicina especializada: p.e., atendimento de casais em situação irregular (cf. Familiaris consortio, n. 84 e Catecismo da Igreja católica, n. 1651); ou atendimento de viciados em drogas, em pornografia da Internet e da tv, ou obsessivos-compulsivos  com desvios sexuais, etc. Não é possível aqui descer a essa casuística, mas o diretor espiritual deve estar preparado, e, concretamente, ter informações seguras sobre alguns médicos e psiquiatras ou psicólogos católicos de absoluta confiança, para os quais possa encaminhar essas almas.

Finalmente, um bom médico deve saber agir com pulso quando se torna necessário intervir prontamente com uma cirurgia (Cf. Mt 5,29-30). Por exemplo, de cortar uma ocasião próxima de pecado grave ou de escândalo. Não fazê-lo, equivaleria a deixar que um câncer progredisse ou que um membro fosse sendo tomado pela gangrena: deve agir, porém, com uma clareza e uma energia que estejam impregnadas de caridade, de apoio fraterno, e que não humilhem.

Mestre

O diretor espiritual deve ser mestre de almas. Deve, portanto, “ensinar” a adquirir doutrina sólida e a vivê-la na prática, a  formar a consciência, a aprender a orar. Para isso, é necessário que o diretor de almas se prepare e se esforce por ser:

A) Mestre de doutrina, em primeiro lugar.

a)  É evidente que hoje, entre os católicos, há um enorme -por vezes, completo – déficit de doutrina: de fé fundamentada em idéias claras e convicções sólidas [11]. Essa carência de doutrina torna a espiritualidade tão frágil como um castelo de papelão. Qualquer vento, na hora da dificuldade ou do cansaço, o derruba (Cf. Mt 7,24 ss);

b) Hoje é frequente, mesmo em católicos convictos, piedosos e apostólicos, uma falta, por vezes espantosa, de conceitos claros acerca das verdades em que acreditam (Trindade, Cristo Deus-Homem, Santa Missa, Igreja, Confissão, pecado, etc.). Falta-lhes uma visão de conjunto, coerente, das verdades da fé, de verdades conhecidas claramente e harmonizadas como as peças que compõem um maravilhoso mosaico (essa é a perspectiva que “deveriam” ter, se a catequese e a orientação espiritual tivessem sido sérias). Sua fé, pelo contrário, pode ser comparada a uma sacola em que se foram jogando e misturando em desordem fragmentos quebrados do mosaico da verdade, juntamente com cacos e pedregulho de erros e interpretações confusas ou até  “heréticas” acerca de muitos pontos da fé;

c) Daí a responsabilidade do sacerdote por estar muito preparado para dar doutrina: ler com constância, aconselhar-se com colegas experientes sobre os diversos tipos de obras de doutrina (de dogma, moral, ascética e mística, etc.), que, pouco a pouco, poderá ir aconselhando aos seus dirigidos, a começar pelos pequenos catecismos, pelo “Compêndio do Catecismo da Igreja Católica” e pelo próprio “Catecismo da Igreja Católica, edição típica”, valorizando também muito as exposições sistemáticas e pedagógicas da fé e da moral, do tipo da “A fé explicada”, de Leo Trese, etc.

B) Mestre de virtudes e da arte da luta ascética.

a)  Cristão sem virtudes morais, sem virtudes humanas, é um ser “invertebrado“. Na época atual, todos percebemos as conseqüências negativas de muitas vidas de “gente boa”, que foi “instruída”, mas não foi “formada” na prática das virtudes: falta de fortaleza, de constância, de paciência, de disciplina, de ordem, de autodomínio (gula, castidade), de delicadeza, de abnegação, de mansidão, de espírito de serviço, de desprendimento, etc. (Cf., por exemplo, Catecismo da Igreja Católica, nn. 1803 e 1804);

b) Não poucos fiéis, e também seminaristas e sacerdotes, acabam sendo, por causa desse déficit, pessoas problemáticas, despreparadas para enfrentar as responsabilidades, as tentações e os embates da vida [12]. Esqueceram, ou nunca aprenderam, que «onde não há mortificação, não há virtude» [13];

c) Talvez hoje, mais do que em outras épocas, seja importante aprofundar – lendo bons livros – na vida e na luta ascética dos santos, bem como nas obras dos autores espirituais clássicos, que são válidas para todas as épocas (Sta. Teresinha, S. Afonso Maria de Ligório, S. Francisco de Sales [Filotéia], Imitação de Cristo, Sta. Teresa de Ávila, S. Josemaria Escrivá, etc, etc.) [14].

C) Mestre de oração.

a) Eis uma tarefa que a Novo millenio ineunte considera prioritária: «Para essa pedagogia de santidade, há a necessidade de um  cristianismo que se destaque principalmente pela arte da oração […]. A oração cristã, vivendo-a plenamente – sobretudo na liturgia, meta e fonte da vida eclesial, mas também na experiência pessoal -, é o segredo de um cristianismo verdadeiramente vital» (n. 32);

b) Daí que o sacerdote, começando por aprofundar ele próprio na oração, deve ficar em condições de poder ensinar, de modo prático, a orar: oração vocal, meditação, oração contemplativa, enfim, as diversas formas de oração maravilhosamente explicadas na quarta parte do Catecismo da Igreja Católica;

c) Naturalmente, para isso, é necessário que o diretor espiritual seja homem de oração, homem de adoração, homem de vivência diária da “lectio divina”;

                         d) Enfim, concluindo, vale a pena citar, a esse respeito, umas palavras da Instrução da Congregação para o Clero, O Presbítero, Pastor e Guia da comunidade paroquial, (14/8,2002), n. 27: «Guiar os fiéis a uma vida interior sólida, sobre o fundamento dos princípios da doutrina cristã, como foram vividos e ensinados pelos santos, é obra pastoral muito mais relevante e fundamental [do que planejar e debater planos, novidades e mudanças superficiais]. Nos planos pastorais é precisamente esse aspecto que deveria ser privilegiado. Hoje, mais do que nunca, é necessário descobrir a oração, a vida sacramental, a meditação, o silêncio adorante, o coração a coração com Nosso Senhor, o exercício cotidiano das virtudes que a Ele configuram; tudo isso é  muito mais produtivo do que qualquer discussão e é, de qualquer forma, a condição para a sua eficácia».

Bibliografia

– João Paulo II: Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores dabo vobis, de 25/3/1992

– João Paulo II: Carta Apostólica Novo millennio ineunte, de 6/1/2001

– Congregação para o Clero: Diretório para o Ministério e a Vida do Presbítero, de 31/1/1994

– Congregação para o Clero: O Presbítero, mestre da Palavra, ministro dos Sacramentos e guia da comunidade em vista do terceiro milênio, de 19/3/1999

– Congregação para o Clero: O Presbítero, Pastor e Guia da Comunidade paroquial, de 14/8/2002

– Bento XVI: Homilias sobre o sacerdócio, nas diversas Missas Crismais

– São Josemaria Escrivá: Amar a Igreja, Ed. Quadrante 2004


Notas:

[10] De fato, mesmo que tenhais milhares de educadores em Cristo, não tendes muitos pais. Pois fui eu que […] vos gerei no Cristo Jesus (1 Cor 4,15).

[11] «Sempre houve ignorância. Mas hoje em dia a ignorância mais brutal em matérias de fé e de moral disfarça-se, por vezes, com altissonantes nomes aparentemente teológicos. Por isso, o mandato de Cristo aos Apóstolos cobra uma premente atualidade: Ide, e instruí todas as gentes (Mt 8,19)» (São Josemaria Escrivá, Amar a Igreja, Quadrante 2004, p. 69).

[12] Entende-se, por isso, o tom categórico com que a Exortação Apostólica Pastores dabo vobis, no n. 43, afirma referindo-se aos seminaristas: «Sem uma oportuna formação humana, toda a formação sacerdotal ficaria privada do seu necessário fundamento»

[13] São Josemaria Escrivá, Caminho, n. 180

[14] Cf. Congregação para o Clero, O Presbítero, mestre da Palavra,ministro dos Sacramentos e Guia da comunidade, em vista do terceiro milênio, cap. II, n.2


Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

A liberdade só é apreciada quando se perde, diz papa Francisco

O Papa chega à Sala Paulo VI / Foto: Daniel Ibáñez, ACI Prensa
Por Miguel Pérez Pichel

Vaticano, 06 out. 21 / 08:43 am (ACI).- O papa Francisco exortou os cristãos a permanecerem na liberdade que Cristo concedeu através de sua morte e ressurreição. “A liberdade é um tesouro que só é verdadeiramente apreciado quando o perdemos”, disse ele na catequese da quarta-feira, 6 de outubro, durante a Audiência Geral na Aula Paulo VI do Vaticano.

“Para muitos de nós, habituados a viver em liberdade, muitas vezes parece mais um direito adquirido do que um dom e uma herança a ser preservada”, disse Francisco. “Quantos desentendimentos em torno do tema da liberdade, e quantas visões diferentes se confrontaram ao longo dos séculos!".

O papa comentava a Carta de São Paulo aos Gálatas, em que, segundo ele, se diz que “o apóstolo não podia suportar que esses cristãos, depois de terem conhecido e aceitado a verdade de Cristo, se deixassem atrair por propostas enganosas, passando da liberdade à escravidão: da presença libertadora de Jesus à escravidão do pecado, do legalismo”.

Nesse sentido, advertiu que “ainda hoje o legalismo é um nosso problema, o problema de muitos cristãos que se refugiam no legalismo”. Em vez disso, “o cristão é livre, deve ser livre e é chamado a não voltar a ser escravo de preceitos, de coisas estranhas”.

Portanto, Paulo “convida os cristãos a permanecerem firmes na liberdade que receberam através do batismo, sem se deixarem colocar de novo sob o ‘jugo da escravidão’. Ele é justamente ciumento da liberdade”.

Para Francisco, uma “pregação que impede a liberdade em Cristo nunca seria evangélica. Nunca se pode forçar em nome de Jesus, não se pode fazer de ninguém um escravo em nome de Jesus que nos liberta”.

“Mas o ensinamento de São Paulo sobre a liberdade é sobretudo positivo”, disse o papa. O apelo de Paulo é, antes de tudo, “permanecer em Jesus, fonte da verdade que nos liberta. Portanto, a liberdade cristã baseia-se em dois pilares fundamentais: primeiro, a graça do Senhor Jesus; segundo, a verdade que Cristo nos revela e que é Ele próprio”.

A liberdade, em primeiro lugar, “é o dom do Senhor. A liberdade que os Gálatas receberam – e nós como eles através do batismo – é o fruto da morte e ressurreição de Jesus”.

“Precisamente nela, onde Jesus se deixou pregar, onde se fez escravo, Deus colocou a fonte da libertação do homem. Isto nunca deixa de nos surpreender: que o lugar onde somos despojados de toda a liberdade, nomeadamente a morte, pode tornar-se a fonte da liberdade. Mas este é o mistério do amor de Deus”.

“Jesus realiza a sua plena liberdade ao entregar-se à morte; ele sabe que só desta forma pode obter vida para todos”.

O segundo pilar da liberdade é a verdade. “Também neste caso é necessário recordar que a verdade da fé não é uma teoria abstrata, mas a realidade do Cristo vivo, que toca diretamente o significado quotidiano e global da vida pessoal”.

O papa Francisco destacou “quantas pessoas que não estudaram, nem sequer sabem ler nem escrever, mas compreenderam bem a mensagem de Cristo, têm esta sabedoria que as liberta. É a sabedoria de Cristo que entrou através do Espírito Santo no batismo. Quantos humildes, quantas pessoas encontramos que vivem a vida de Cristo mais do que os grandes teólogos, por exemplo, oferecendo um testemunho precioso da liberdade do Evangelho”.

Porque “a liberdade torna-nos livres na medida em que transforma a vida de uma pessoa e a encaminha para o bem”.

Por último, o papa convidou-nos a deixar-nos criar inquietação pelo Espírito. Ele garantiu que a inquietação é uma palavra muito cristã porque “é o sinal de que o Espírito Santo age dentro de nós, e a liberdade é ativa, suscitada pela graça do Espírito Santo”.

“A liberdade deve inquietar-nos, deve continuamente fazer-nos perguntas, para que possamos ir cada vez mais a fundo no que realmente somos. Desta forma, descobrimos que o caminho para a verdade e a liberdade é cansativo e dura a vida inteira”.

“É um caminho no qual somos guiados e apoiados pelo Amor que vem da Cruz: o Amor que nos revela a verdade e nos dá liberdade. E este é o caminho para a felicidade. A liberdade torna-nos livres, torna-nos alegres, torna-nos felizes”, concluiu o Francisco.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O pesar do Papa pelo Relatório sobre os abusos na Igreja na França

Jean-Marc Sauvé entrega o relatório da CIASE ao presidente dos bispos franceses,
dom Éric de Moulins-Beaufort (AFP)

Tristeza pelas feridas sofridas, mas também gratidão pela coragem da denúncia. É o que Francisco expressa à luz dos dados coletados em dois anos e meio de investigação e apresentados esta terça-feira (05/10) em Paris pela Comissão independente sobre os abusos sexuais em menores na Igreja francesa: 216 mil vítimas de padres e religiosos católicos desde 1950. O núncio apostólico, dom Celestino Migliore, também participou da coletiva de imprensa.

Cyprien Viet/Raimundo de Lima - Vatican News

As vítimas e a Igreja na França estão hoje no coração do Papa, repleto de tristeza por causa de uma "terrível realidade". Ao término da apresentação do Relatório em Paris, fruto de mais de dois anos de trabalho, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, comunicou que Francisco, que dias atrás se encontrou com os bispos da França em visita ad limina, havia sido informado do fato.

"Seu pensamento dirige-se primeiramente para as vítimas, com grande tristeza, por suas feridas, e gratidão, por sua coragem em denunciar, e para a Igreja na França, para que, consciente desta terrível realidade, unida ao sofrimento do Senhor por seus filhos mais vulneráveis, possa empreender um caminho de redenção."

As vítimas estão novamente no centro da oração do Papa. Em sua oração, Francisco confiou ao Senhor o "povo de Deus na França", particularmente as vítimas, "a fim de que lhes conceda conforto e consolo e para que através da justiça se possa alcançar o milagre da cura".

As palavras e a oração vêm assim no final de uma manhã delicada e difícil. Conforme anunciado à imprensa, o Relatório em sua totalidade é extenso e detalhado. O trabalho dos 21 membros da Comissão independente designada pelos bispos e religiosos da França foi árduo e intenso. Na abertura da coletiva de imprensa, o presidente da comissão, Jean-Marc Sauvé, citou uma carta de uma vítima para dizer que o que surgiu em quase dois anos e meio pode às vezes ser "desestabilizador e desencorajador", mas dá esperança "de um novo início", de "outra relação" com esta história de dor. Uma "clima humano", sublinhou um membro da Comissão, caracterizou a escuta das vítimas - um aspecto central na elaboração do relatório - lembrando em particular as "lágrimas de uma mulher de 70 anos" e a "raiva de uma mulher". Escuta, portanto, antes de ser uma investigação de especialistas.

François Devaux, vítima do padre Preynat na Arquidiocese de Lyon e cofundador da associação La Parole Libérée, falou em nome das vítimas de abusos. Seu discurso foi cheio de sofrimento e raiva, mas também de gratidão pelo trabalho da Comissão, que ele descreveu como um "sacrifício pelo bem comum". "É do inferno que vocês, os membros da Comissão, voltaram", disse ele, pedindo à Igreja reformas profundas, expressando seu sentimento de traição pelos silêncios e pelas "disfunções sistêmicas" que enfrentou em sua dolorosa luta.

Os números assustadores

O Relatório, baseado em testemunhos, pesquisas e dados de arquivo, é muito detalhado - como explicou o presidente Sauvè - mas não pretende ser exaustivo. Conforme anunciado à imprensa nos últimos dias, a Comissão estimou em 2.900 a 3.200 o número de padres e religiosos envolvidos em crimes de pedofilia na França entre 1950 e 2020. Mas a avaliação é parcial. Uma pesquisa nacional dá conta de que um total de 216 mil pessoas na França hoje (com uma margem de erro de 50 mil) foram abusadas por padres e religiosos católicos. Se forem incluídas as agressões cometidas por leigos (sobretudo nas escolas), esta estimativa sobe para 330 mil pessoas.

Jean-Marc Sauvé explicou que, na sociedade francesa como um todo, cinco milhões e meio de pessoas (14,5% das mulheres e 6,4% dos homens) haviam sofrido violência sexual antes dos 18 anos de idade. As famílias e amigos ainda são os principais contextos, mas a prevalência de agressões na Igreja católica continua alta, mesmo em tempos recentes, e 80% desses abusos envolvem meninos.

O apelo por uma "ação vigorosa"

Denunciando a mentalidade corporativista da Igreja católica, que há muito procurava encobrir esses casos (em particular fazendo do silêncio das vítimas uma condição para a indenização), Jean-Marc Sauvé apelou, portanto, para uma "ação vigorosa", incluindo o reconhecimento de atos passados, e medidas preventivas na formação e no discernimento vocacional. O relatório também fez 45 recomendações específicas, incluindo um fortalecimento dos mecanismos de controle interno, uma melhor definição do papel do bispo para evitar que ele seja tanto juiz quanto parte em causa, e um melhor envolvimento dos leigos no governo da Igreja.

Chamando a um "trabalho de verdade, perdão e reconciliação", o presidente Sauvé também enfatizou que a Igreja católica é "um componente essencial da sociedade" e deve trabalhar para "restabelecer uma aliança que foi danificada". "Nossa esperança não pode e não será destruída. A Igreja pode e deve fazer tudo para restaurar o que foi danificado e reconstruir o que foi rompido", concluiu, destacando a coragem das vítimas.

A reação da Igreja

Dor e vergonha na reação da Igreja: os bispos e religiosos que encomendaram o Relatório estiveram presentes na coletiva de imprensa. Em seu discurso, o arcebispo de Reims e presidente da Conferência Episcopal (CEF), dom Éric de Moulins-Beaufort, reconheceu a extensão "assustadora" da violência na Igreja. A voz das vítimas "nos choca, nos impressiona", reconheceu ele, elogiando em particular a franqueza e as "verdadeiras palavras" de François Devaux. O presidente da CEF prometeu que os bispos dedicariam o tempo necessário para estudar o relatório e tirar conclusões a partir dele, em particular durante sua assembleia plenária em novembro.

Por sua vez, a presidente da Conferência das Religiosas da França (CORREF), Irmã Véronique Margron, expressou sua "tristeza infinita" e "vergonha absoluta" perante os "crimes contra a humanidade do sujeito íntimo, crente e amoroso". As 45 recomendações são um "sinal de exigente confiança na Igreja", que terá de trabalhar com as outras instituições.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

São Bruno Abade

São Bruno | arquisp
06 de outubro

São Bruno

Educado na Alemanha (nasceu em Colônia, da nobre família dos Hartefaust), atuou na França e na Itália. Nomeado chanceler da diocese de Reims, denunciou o próprio bispo Manassés por simonia. Teve de refugiar-se em Colônia até o bispo ser deposto pelo Concílio de Lião.

Bruno voltou para a França e permaneceu sob a direção de são Roberto no ermo de Solesmes. Depois, com outros companheiros, procurou um lugar mais solitário para erigir seu mosteiro. Recebeu-o como doação do santo bispo de Grenoble, Hugo: um inteiro vale solitário, chamado Cartuxa, nos Alpes do Delfinado.

Em 1078 nasceu a primeira cartuxa, que mais tarde será chamada a Grande Chartreuse, casa mãe dos cartuxos. Os monges alternavam a recitação do Ofício com os trabalhos manuais. Era o lugar ideal com que Bruno sempre havia sonhado. Mas nele ficou por pouco tempo.

Um de seus discípulos, tornado papa com o nome de Urbano II, chamou-o a Roma como conselheiro. Bruno levou consigo seus monges e adaptou como mosteiro as termas de Diocleciano, transformadas depois na grande basílica de Miguel Ângelo de Santa Maria dos Anjos.

Eram tempos de grande turbulência em Roma, e o partido vitorioso do antipapa obrigou Urbano II a refugiar-se no Sul. Bruno mandou novamente seus monges a Grenoble e, no séquito do papa, procurou na Calábria um lugar adequado para fundar uma segunda cartuxa.

Encontrou-o na localidade que hoje leva seu nome, serra São Bruno, no coração da Sila, “uma planície vasta e risonha, cercada de pastagens verdejantes e bordada de flores”, escreve Bruno a seus monges. “Esta paz que o mundo ignora é propícia para a alegria do Espírito Santo.”
O duque das Apúlias e conde da Calábria, que lhe havia feito a doação do terreno, teve em troca a amizade e a preciosa guia do santo eremita.

Este, sentindo-se próximo da morte, reuniu em torno de si os monges e ditou sua profissão de fé no mistério trinitário e eucarístico. Morreu a 6 de outubro, dia em que é comemorado. Seu corpo, encontrado in-corrupto em 1513, foi sepultado na atual cartuxa de serra São Bruno, província de Catanzaro. O santo é desde sempre invocado contra as possessões diabólicas.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

http://arquisp.org.br/

terça-feira, 5 de outubro de 2021

JESUS E OS FARISEUS

Opus Dei

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Estamos chegando quase no final do Tempo Comum e no Evangelho deste 27º Domingo do Tempo Comum (Mc 7,31-37), Jesus se encontra com os fariseus que sempre querem pô-Lo à prova. Eles colocam para Jesus uma questão da vida cotidiana: o divórcio que era permitido. Querem saber se Ele dirá alguma coisa contra a própria lei instituída por Moisés.

Jesus diz que Moisés escreveu esse mandamento pela dureza do coração deles e mostra que a lei apenas existe para dar lugar ao que é conveniente aos homens, feita para enfrentar a maldade humana. Ele retoma o projeto original usando as Palavras da Sagrada Escritura como autoridade para o Seu ensinamento: “o que Deus uniu, o homem não separe!”. Jesus não dá importância à lei exclusivamente, porque ela não corresponde à vontade de Deus.

O encontro com os fariseus leva Jesus a ensinar Seus discípulos em particular. Ao chegar em casa com eles, na intimidade de irmãos, Jesus orienta sobre a importância da fidelidade entre esposos, pois acredita que seus discípulos são capazes de compreender, como as criancinhas perante o Reino de Deus, pois elas ouvem, acolhem e confiam totalmente nos ensinamentos de seus pais, livremente.

Os discípulos, porém, parecem evitar ouvir a verdade e afastam as pessoas que levam os pequeninos até Jesus que fica indignado com eles e as acolhe com muito amor, impondo as mãos sobre elas abençoando-as, e repreende os discípulos pela atitude contrária ao que Ele prega e vive. Jesus proclama que só a confiança igual das crianças permite aos cristãos viverem os Seus ensinamentos. Por isso, Ele enfatiza tanto o Seu amor por elas, que confiam e se entregam totalmente ao Pai.

Jesus lembra a unidade: “… e os dois formarão uma só carne.” (Mc 10,8), isto é, quase uma só pessoa, com a concórdia nos mesmos projetos e sentimentos; implicitamente inculca a construir sobre a unidade e renová-la cada dia. Procurando resolver logo que surgem os problemas, as incompreensões, as friezas. Depois, a confiança recíproca; esta é como um lubrificante; falar, comunicar as próprias dificuldades e tentações. Enquanto há confiança recíproca, o divórcio fica longe.

Devemos nos convencer de que tudo isto não basta e que são necessários os meios espirituais: sacrifício e oração. Se o matrimônio encontra tanta dificuldade de se manter unido, é porque enfraqueceu o espírito de sacrifício e se quer só receber do outro antes de dar ao outro.

A dignidade do matrimônio e a sua estabilidade é um dos temas que mais importa defender e fazer com que muitos compreendam. Pois a saúde moral dos povos está ligada ao bom estado do matrimônio. Quando este se corrompe, podemos afirmar que a sociedade está doente, gravemente doente.

A família sempre deve ser o centro da vida da Igreja e da sociedade. O lema da semana nacional da vida é “Família Santuário da Vida. Fechar-se ao matrimônio que evita ter filhos vai na contramão da própria gênese da vida matrimonial.

Os que se casam iniciam juntos uma vida nova que devem percorrer na companhia de Deus. É o próprio Senhor que os chama para que cheguem a Ele por esse caminho, pois o matrimônio é uma autêntica vocação sobrenatural. Sacramento grande em Cristo e na Igreja (Ef 5,32), diz São Paulo; sinal sagrado que santifica, ação de Jesus que se apossa da alma dos que se casam e os convida a segui-Lo, transformando toda a vida matrimonial num caminhar divino sobre a terra.

Não esqueçamos que a primeira coisa que o Messias quis santificar foi um lar. O primeiro milagre que Jesus fez foi no casamento, em Caná da Galiléia (Jo 2, 1-11). E que é precisamente nas famílias alegres, generosas, cristãmente sóbrias, que nascem as vocações para a entrega plena a Deus na virgindade ou no celibato. Todas elas representam um dom que Deus concede muitas vezes aos pais que rezam pelos filhos de todo o coração e com constância.

Que as famílias possam manter-se fiéis à sua vocação em cada época da vida, “na alegria e no sofrimento, na saúde e na doença”, como prometeram no rito sacramental. Conscientes da graça recebida, possam os cônjuges cristãos construir uma família aberta à vida e capaz de enfrentar unida os numerosos e complexos desafios deste nosso tempo. Hoje, há particularmente necessidade do seu testemunho. Há necessidade de famílias que não se deixem arrastar pelas correntes culturais inspiradas no hedonismo e no relativismo, e estejam prontas a realizar com generosa dedicação a sua missão na Igreja e na sociedade.

A família, tal como Deus a quis, é o lugar idôneo para tornar-se, com o amor e o bom exemplo dos pais, dos irmãos e dos outros membros do círculo familiar, uma verdadeira escola de virtudes em que os filhos se formem para serem bons cidadãos e bons filhos de Deus. É no meio da família firmemente voltada para Deus que cada um pode encontrar a sua própria vocação, aquela a que Deus o chama. Numa época em que muitos procuram destruir ou desfigurar a família, é urgente proclamar o Plano de Deus sobre o Matrimônio e a Família. Não é uma norma da Igreja, é Plano de Deus, reafirmado por Cristo.

O Documento de Aparecida diz: “Cremos que a família é imagem de Deus que em seu mistério mais íntimo não é uma solidão, mas uma família. Na comunhão de amor das Três Pessoas Divinas, nossas famílias têm sua origem, seu modelo perfeito, sua motivação mais bela e seu último destino” (DAp 434).

Rezemos pelos casais e para aqueles que estão se encaminhando ao matrimônio; que o Senhor afaste deles o divórcio do coração e o divórcio jurídico. Sobre todas as famílias, especialmente sobre as que estão em dificuldade, invoquemos a proteção materna de Nossa Senhora e do seu esposo São José.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF