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sábado, 23 de outubro de 2021

O sínodo é um preâmbulo para o Concílio Vaticano III?

Cardeal Duka | Guadium Press
O cardeal Duka acredita que sim.

Redação (22/10/2021 10:17Gaudium Press) O atual Sínodo sobre a Sinodalidade – que se encontra em fase preparatória – poderia ser o preâmbulo de um Concílio Vaticano III? Pelo menos é o que pensa o cardeal Dominik Duka, arcebispo de Praga, que se pronunciou sobre o documento “Palavra sobre a abertura da preparação sinodal 2021”.

O Cardeal afirma que, depois do Sínodo do Amazonas, Francisco “chegou à conclusão de que era necessário preparar a Igreja para certas mudanças”, e que esse caminho será agora empreendido com este Sínodo.

Sobre o atual processo sinodal, o Cardeal Duka disse que o prazo para as consultas em nível nacional é de “só um semestre”, e que todo o processo constitui uma “tarefa muito grande e exigente”.

Não se pode descartar que haja “certas decepções” neste processo, visto que a vida da Igreja avança a ritmos distintos nas várias partes do globo.

Com informações Infocatolica.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Papa festeja proximidade com ortodoxos em carta a patriarca de Constantinopla

Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu /
Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)
Por Mercedes de la Torre

Vaticano, 22 out. 21 / 08:59 am (ACI).- “A proximidade e a solidariedade entre as nossas Igrejas são uma contribuição indispensável à fraternidade universal e à justiça social, de que a humanidade tão urgentemente necessita”, disse o papa Francisco em mensagem dirigida ao patriarca ecumênico Bartolomeu I por ocasião do 30º aniversário da eleição dele como arcebispo de Constantinopla e patriarca ecumênico.

“Uno-me a você em agradecimento ao Senhor pelas muitas bênçãos concedidas à sua vida e ministério ao longo desses anos, e rezo para que Deus, de quem vêm todos os dons, conceda-lhe saúde, alegria espiritual e graça abundante para sustentar todos os aspectos de seu elevado serviço”, escreveu o papa.

Além disso, Francisco agradeceu a Deus e recordou diferentes ocasiões em que ambos puderam constatar que cultivaram sua “amizade fraterna”, desde a inauguração de seu ministério papal em Roma, e encontros como em Jerusalém, Assis, Cairo, Lesbos, Bari, Budapeste.

O papa disse compartilhar com o patriarca Bartolomeu “a compreensão de nossa responsabilidade pastoral comum diante dos desafios urgentes que toda a família humana enfrenta hoje”.

Francisco destacou o “compromisso com a salvaguarda da criação” e sua reflexão sobre esta questão, a partir da qual disse: “Aprendi e continuo aprendendo muito”.

“Seu testemunho e ensinamento sobre a necessidade de conversão espiritual da humanidade adquiriram relevância duradoura” durante a pandemia da Covid-19, que causou “graves repercussões sanitárias, sociais e econômicas”, disse o papa.

Por último, Francisco agradeceu ao patriarca ecumênico “por ter sempre indicado o caminho do diálogo, na caridade e na verdade, como único caminho possível para a reconciliação entre os fiéis em Cristo e para o restabelecimento da plena comunhão”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

São João de Capistrano

S. João de Capistrano | arquisp
23 de outubro

São João de Capistrano

Filho de barão alemão e de mãe italiana dos Abruzos, João resumia em si a tenacidade da gente germânica e a desenvoltura dos mediterrâneos. Foi infatigável organizador de obras de caridade, mensageiro de paz, mas também animador das tropas cristãs que combatiam às portas de Belgrado contra os invasores turcos.

“Seja avançando, seja retrocedendo, seja golpeando ou sendo golpeados”, gritava, com sua voz estentórica e sua longa cabeleira loira, que “fazia uma bela dança”, “invocai o nome de Jesus. Só nele há salvação!”

Em razão de sua origem e de seu aspecto nórdico, chamavam-no Giantudesco. * Doutorou-se in utroque iure em Perúgia e foi logo nomeado juiz e governador da capital da Úmbria. Havia-se casado, mas com a conquista de Perúgia pelos Malatesta, perdeu a mulher, o alto cargo e a própria liberdade.

De fato, foi parar na prisão, onde teve todo o tempo para meditar sobre a vaidade e a fugacidade das honras mundanas. Saiu transformado interiormente, mas não enfraquecido nas forças nem no desejo de trabalhar pelo bem da Igreja.

Visto seu casamento ter sido declarado nulo, foi acolhido no convento franciscano dos observantes — frades que haviam acolhido a reforma propugnada por são Bernardino de Sena, do qual João se tornaria amigo e fiel discípulo.

Passou o resto da vida como legado papal em vários Estados, da Palestina à Silésia e à Boêmia, onde entrou em choque com o movimento hussita. Os papas, que o tiveram como conselheiro, confiaram-lhe repetidas missões diplomáticas em toda a Europa. Sua ordem o enviou à Terra Santa e aos Países Baixos, como visitador.

O imperador Fernando III chamou-o à Áustria para organizar a cruzada contra os turcos e o enviou à Hungria e aos Bálcãs. Surpreende a rapidez com que comparecia aos pontos mais remotos do velho continente, levando-se em conta que o único meio de locomoção era o lombo de mula.

Principal inspirador da heróica resistência dos húngaros contra a ameaça turca, morreu no cumprimento de sua tarefa, em Ilok. Foi canonizado em 1724.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

AUDIÊNCIA COM OS NEOCATECÚMENOS DE MADRI

Audiência comos Neocatecúmenos de Madri | neocatechumenaleiter.org

AUDIÊNCIA COM OS NEOCATECÚMENOS DE MADRI 23/3/1984

SÃO JOÃO PAULO II

Roma, Sala do Consistório, 23 de março de 1984 *

O Papa recebeu em audiência nesta manhã os membros das comunidades neocatecumenais de quatro paróquias de Madri. Pronunciando um breve discurso de saudação depois de ter agradecido a visita dos neocatecúmenos espanhóis, disse-lhes que é um “sinal de adesão ao sucessor de Pedro, como garantia de fidelidade à Igreja”. Exortou-os também a fundamentar a própria vida na fé recebida dos apóstolos e ensinada pelos Padres da Igreja, a fim de que ela seja “a luz que ilumine cada passo de vosso caminho até o Pai”.

Eis aqui o discurso do Santo Padre:

“Queridos irmãos e irmãs: Alegra-me poder receber nesta manhã vosso numeroso grupo, composto por membros das comunidades neocatecumenais das paróquias madrilenhas de São José, São Sebastião, Virgem da Paloma e São Roque. Ao dar-vos minha cordial saudação, quero expressar também aos componentes das outras comunidades de vossas próprias paróquias e de modo particular aos vossos párocos aqui presentes, que tanto vos têm ajudado no encontro vital. Agradeço-vos por esta visita, que tem por intuito ser, junto à tumba do primeiro apóstolo, um ato de adesão ao sucessor de Pedro, como garantia de fidelidade eclesial, e que se insere no itinerário de fé que estais percorrendo. Sei que na última etapa dedicastes especial atenção a estudar os artigos do Credo, para vossa própria formação e para poder ajudar outros cristãos e famílias. Por minha parte vos encorajo a fundamentar vossa vida somente na fé recebida dos apóstolos e ensinada pelos Padres da Igreja, e que devem ser luz que ilumine cada passo de vosso caminho até o Pai.

Alegra-me igualmente que em vosso programa de peregrinação a Roma tenhais previsto também a visita a um santuário mariano como o de Loreto, para colocar vossa existência sob o amparo maternal da Virgem Maria, a Mãe de Cristo e da Igreja. Ela, que sendo a Mãe do Cristo de nossa fé, foi a primeira e melhor imitadora de seu Filho, é um sendeiro luminoso que conduz ao centro do mistério de Jesus Cristo (cf. Marialis cultus, 25). Ela, com seu exemplo, nos ensina a nos entregar à Igreja, para que se forme incessantemente nos homens irmãos do mundo a real imagem de seu Filho. Ela, que com sua vida e sacrifício colaborou amorosamente na obra de Jesus (cf. Lumen Gentium, 60 ss.), quer continuar nos ensinando o valor de cada homem e os motivos profundos para amá-los, sem distinção nem reserva. Por isso, acolhei-a como verdadeira Mãe, como Mestra, como guia e exemplo em toda vossa vida. Porque, longe de ofuscar a necessária orientação cristológica de vossa vida, a facilitará. Com esses desejos vos encorajo em vosso caminho, para que unidos sempre a vossos bispos e sacerdotes, e em fraternal comunhão com os outros movimentos de espiritualidade e de apostolado devidamente reconhecidos, ofereçais vossa generosa contribuição à Igreja em nosso momento presente. Assim peço por vós ao Senhor, enquanto vos dou minha Bênção Apostólica”.

(*) Cfr. «L’Osservatore Romano», 24 marzo 1984.

Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/

Prefeito do Rio promete reconhecer o Cristo Redentor como propriedade da Igreja Católica

Guadium Press
A declaração surge com o objetivo de acabar com a disputa travada entre a Arquidiocese do Rio de Janeiro e o governo federal.

Rio de Janeiro (21/10/2021 15:50, Gaudium Press) O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou que pretende reconhecer o terreno onde está localizado o monumento do Cristo Redentor, como sendo de propriedade da Igreja Católica. A declaração surge com o objetivo de acabar com a disputa travada entre a Arquidiocese do Rio de Janeiro e o governo federal.

Guadium Press

Reconhecimento de legitimidade e propriedade

“Assumo publicamente o compromisso de que nós, através de mecanismos criados pela própria legislação federal, estaremos, a partir do pleito apresentado pelo Cristo Redentor, reconhecendo a legitimidade e a propriedade daquele espaço para a Mitra. Isso para que o Cristo possa sempre representar um lugar da profissão de Fé e, acima de tudo, aberto a todos os visitantes”, ressaltou.

O político garantiu que, em setembro, enviou ao município um ‘pedido de regularização fundiária de interesse específico (Reurb-E) em área de proteção permanente’. No documento, a Arquidiocese solicita a ‘legitimação fundiária’ ou a ‘legitimação da posse’ do alto do Corcovado, com base na lei federal 13.465, de 2017.

Guadium Press

Disputa acirrada entre a Arquidiocese e o Governo Federal

“Embora hoje o monumento transcenda a religiosidade e tenha se transformado em um ícone de um país inteiro, não se pode descaracterizar sua fundamental natureza católica”, diz um trecho do documento. Também se recorda como os fiéis ajudaram a construir a imagem e cita um decreto da década de 60, que garantiria a doação da área para a Igreja Católica. Entretanto, o governo federal diz que esse documento não é válido.

Recentemente, o Ministério do Meio Ambiente conseguiu na Justiça assumir o controle das lojas de suvenires e do restaurante que ficam no pé da estátua, até então alugados pela Igreja. A disputa se acirrou ainda mais quando o padre Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor, foi barrado na entrada do monumento por fiscais do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), no mês passado. O religioso ia realizar um batizado na capela localizada aos pés da imagem. (EPC)

Permanece o maravilhamento

João Paulo II em 16 de outubro de 1978, logo depois
da sua eleição, apresenta-se à Praça de São Pedro |
Revista 30Dias
Extraído do número 10 - 2003 (Revista 30Dias)

XXV ANOS DE PONTIFICADO

Em 16 de outubro de 1978, ninguém, mas ninguém mesmo – nem mesmo Stefan Wyszynski, o primaz da Polônia que profetizava uma Igreja conduzida por Wojtyla no terceiro milênio – podia imaginar tudo o que iria acontecer nas décadas que viriam.


de Marco Politi


Vinte cinco anos depois ainda resta o maravilhamento que marcou a multidão que lotava a Praça de São Pedro naquela tarde de 16 de outubro, quando muitos já pensavam em um conclave mais longo e inesperadamente apareceu na sacada da Basílica um rosto estrangeiro, de feições duras e ao mesmo tempo de grande humanidade.


Porque ninguém, mas ninguém mesmo – nem mesmo Stefan Wyszynski, o primaz da Polônia que profetizava uma Igreja conduzida por Wojtyla no terceiro milênio – podia imaginar tudo o que iria acontecer nas décadas que viriam. A queda do Muro de Berlim, a Polônia livre, e do desmantelamento da URSS nem se fala. Somente imaginar teria sido uma atitude visionária. Mas quem poderia imaginar um Papa que entra na Sinagoga judaica de Roma? Quem poderia sonhar um Papa que solenemente na Basílica de São Pedro teria pronunciado o mea culpa pelos erros e horrores cometidos pela Igreja no decorrer dos séculos? Quem poderia prever a meditação de um Pontífice romano em uma mesquita muçulmana? Quem poderia arriscar em pensar em uma cordial oração a Deus de todos os chefes religiosos do mundo, vindos a Assis a convite do Papa católico para implorar a paz e que voltariam uma segunda vez para condenar a idéia de que violências, terrorismo e guerras podem ser desencadeadas abusando do nome de Deus?


Quem teria ousado descrever um Papa sangrando por ter recebido tiros de pistola de um atirador vindo de Istambul e alojado na pensão Isa (que em árabe significa Jesus)? Quem teria ousado prever que o robusto pontífice, apaixonado por esportes, teria guiado a Igreja em uma cadeira de rodas para compartilhar a paixão de Cristo e a paixão de milhões de homens e mulheres excluídos por não serem suficientemente ágeis?


Quanto mais o observador tenta ser lúcido e frio – e por outro, lado assim deve ser para colocar ordem nos fatos – mais parece evidente que toda a parábola do pequeno “Lolek” que se tornou sucessor de Pedro foi visivelmente fora do comum. Já era fora dos esquemas aquele Papa que no dia da missa de inauguração atravessava o átrio com passos largos, fazendo um enorme sinal da cruz com seu cajado sobre a multidão. Também fora do comum era a sua exclamação: “Abri a porta a Cristo... Não tenhais medo!!”. Insólito foi desde o início o novo modo de usar a palavra “eu” no lugar do “nós” pontifício e impessoal, insólito foi o costume de deslocar-se sem empecilhos clericais, de dirigir-se a todos de modo imediato. Depois, inédita foi a vontade de procurar a mídia, de aceitar as perguntas dos repórteres, de mostrar-se disponível às câmeras, de viajar sem trégua e fazer a maratona de dezenas de encontros em países estrangeiros, na convicção de que era preciso encontrar novos canais para falar ao mundo.

Assim, Karol Wojtyla continua a jogar sementes. “Sempre quis que os homens vivessem segundo Deus”: assim o cardeal Giovanni Battista Re resumiu de modo eficaz os seus vinte e cinco anos de pontificado. Para mim resta no coração entre mil imagens e palavras que difundiu pelo mundo,...

Na primeira década o mundo ficou surpreso pela épica dos acontecimentos na Polônia. Não era racionalmente imaginável que se chegasse não à revolta – pois isso acontecia ciclicamente na Polônia e nos países sovietizados do Leste europeu – e nem mesmo à troca dos governantes, pois isso também já tinha acontecido, mas à completa virada do sistema. Não era imaginável, parecia impossível, no entanto aconteceu.
Wojtyla nunca se vangloriou disso, disse, no máximo que tinha apenas “sacudido uma árvore que já estava estragada”. Consciente da complexidade dos processos sociais e da futilidade dos que pretendem brincar de Superman. Mas o fato é que sem a sua previdência, sem a sua prontidão em colher a ocasião da sintonia estratégica comum com o presidente americano Reagan – também convicto de que o Sindicato Solidariedade de nenhum modo podia ser eliminado – a rachadura aberta em Varsóvia teria sido tapada com já acontecera outras vezes na Europa Oriental. Mas, a tenaz calma do Papa eslavo impediu que a ferida causada ao Partido-Patrão cicatrizasse. A sua resistência ativa fez com que no fim entrassem em gangrena corpo, músculos e ossos do sistema autoritário.


Mesmo assim esse não é o maior êxito do pontificado wojtyliano.
O que fez com que este reino se tornasse uma inexaurível fonte de energia foram os impulsos que João Paulo II transmitiu dia após dia à Igreja Católica e a partir dali ao grande espaço de todo planeta.
Karol Wojtyla, in primis, demonstrou com a palavra, os gestos, o testemunho que a fé é algo atual e presente. Não é resíduo do passado ou coisa de carola. É matéria palpitante do viver contemporâneo, porque são exatamente os homens, as mulheres e os jovens de hoje que procuram – muitas vezes desesperadamente – um sentido para dar à vida. Não é a única opção numa sociedade de múltiplas tendências e crenças, com certeza, mas de qualquer modo o Papa eslavo, que se tornou romano, ou seja, universal, mostrou a “atualidade” do crer e do anunciar o Evangelho.

...a tocante invocação à fraternidade humana presente na encíclica Evangelium vitae: “Os outros não são concorrentes de quem temos de nos defender, mas irmãos e irmãs de quem devemos ser solidários; hão-de ser amados por si mesmos; enriquecem-nos pela sua própria presença”

Nem por isso foi anulada a “crise do sagrado” que vem de longe e que inevitavelmente se desenvolve em uma sociedade onde o “numinoso” não é mais declinável. Disso nascem as igrejas desertas, os confessionários abandonados, o clero que se dessangra lentamente mesmo porque os recém-chegados, mesmo os pequenos aumentos de vocações, não conseguem mais manter o passo com o crescimento da população. Mas este é um fenômeno de época, que investe todas as Igrejas tradicionais. O importante é que João Paulo II tenha recolocado a fé em jogo e dado novo impulso aos que na comunidade dos crentes estava e está pronto a fazer a sua parte em levar a Boa Nova.
No início do seu pontificado alguns ironizaram o entusiasmo pelas suas viagens, as cerimônias ornamentadas com danças, cantos, gritos, aplausos e coreografias mais ou menos kitsch. Logo entendeu-se que havia um modelo simples e eficaz na imagem infinita dos seus deslocamentos. Procurando as comunidades cristãs em todos os cantos do globo, dando-lhes “voz” e visibilidade, mesmo por poucos dias, colocando-se junto deles, lado a lado, João Paulo II deu aos mais de um bilhão de católicos nos cinco continent¯s um forte sentimento de pertença, um espírito de compartilhamento do destino do “povo de Deus” que um papado limitado aos apartamentos vaticanos não poderia ter oferecido.


Desse ponto de vista Wojtyla intuiu logo a urgência de o papado tornar-se planetário se quisesse continuar a dizer alguma coisa no mundo globalizado. Quando João Paulo II subiu ao trono de Pedro, não se falava em globalização, mas é como se tivesse tido no sangue a idéia de que só poderia guiar a Igreja Católica com uma projeção em escala mundial.


Nessa dimensão Karol Wojtyla transformou a própria fisionomia do papado. Se antes o romano pontífice era apenas o chefe dos católicos e no máximo uma personalidade eminente no mundo cristão, depois desses vinte e cinco anos o papado transformou-se em um porta-voz e advogado dos direitos humanos em todos os continentes, superando as barreiras de Estados, de culturas, de fés. Em qualquer lugar em que viaja é percebido desse modo pelas multidões. Trata-se de expoentes de outras religiões, de não crentes ou de agnósticos. “A sua figura entrou intimamente dentro de nós”, disse-me alguns dias atrás uma professora romana conhecida por suspeitar de tudo o que é clerical. A figura de Wojtyla conseguiu entrar nos corações e nas mentes, porque soube falar de paz e de justiça, mas também de valores religiosos, de modo convincente. E lembro-me da policial israelense que encontrei às margens do Lago de Tiberíades, que me disse olhando para João Paulo II: “Não me interessa a Igreja Católica, mas este homem é um homem de Deus”.


Há um segredo na força de comunicação de Karol Wojtyla? Evocar o seu passado de ator é banal. Claro que o Papa sabe por experiência como evidenciar-se em cena e por isso segura um microfone sem complexos. Mas não é essa a raiz da sua força de penetração no imaginário dos contemporâneos. A verdade é que Wojtyla é um místico, além de um filósofo, e, portanto, uma pessoa acostumada a diferir histórica e culturalmente os eventos. O seu misticismo é visível quando reza. É o momento do total abandonar-se a Deus, da imersão mais profunda das dimensões desconhecidas da própria alma, em um anseio total dirigido a Cristo. Neste seu lançar-se na dimensão vertical encontra-se a causa profunda do seu compromisso entre os homens e para os homens. Porque o ser humano, segundo Wojtyla, não é apenas criatura de Deus, feita à sua imagem, mas é “gloria Dei”, glória de Deus, podemos dizer poeticamente esplendor de Deus. Neste conceito se arraiga a certeza de que a dignidade do homem (com os seus direitos fundamentais) seja incomparável e deva ser conservada a todo custo. “João Paulo II, peregrino de humanidade”, estava escrito alguns dias atrás numa faixa junto à Basílica de Pompéia.
Aqui estão, nessa convicção, as raízes das atuações sociopolíticas de Wojtyla. As raízes do porquê é muito bem entendido pelas multidões. Aqui estão as profundas motivações da sua capacidade de fascinar centenas de milhões de jovens nos vários continenteý. Quando exclama, como fez em Denver: “Não tenham medo de ir pelas ruas, pelas praças e vilarejos. Não é tempo de se envergonhar do Evangelho. Não tenham medo de romper com as comodidades da vida. Jovens católicos do mundo, não desiludam Cristo, nas suas mãos levem a Cruz, nas suas bocas as palavras de vida!”... Quando exorta para que cuidem dos mais indefesos e dos marginalizados da lógica do lucro – crianças, doentes, deficientes, idosos, pobres, desempregados, imigrantes, refugidos, sul do mundo – a multidão percebe que João Paulo II está realmente ao lado dos mais fracos. Muitos se maravilham, quando depois da queda do Muro de Berlim ele são hesitou em acusar o capitalismo selvagem que se espalhava irrefreavelmente pelo Leste Europeu e no Terceiro Mundo, afirmando que em Marx havia “fragmentos de verdade” na denúncia das condições desumanas em que viviam os trabalhadores do século XIX. Diante dos professores e dos estudantes de Riga, surpresos pela inesperada demonstração, ele exclamou em 1993: “A mais-valia por obra de um capitalismo desumano (no século XIX) era um mal autêntico... nisso há um ponto de verdade do marxismo”. Três anos depois em Paderborn, na Alemanha, um dia antes de visitar a Porta de Brandenburgo em Berlim para celebrar o fim de dois totalitarismos do século XX – nazismo e comunismo - , João Paulo II retomou a questão em uma terra que é o modelo do livre mercado ocidental. “Não pode mais haver afirmação de um individualismo radical, que leve à destruição da sociedade”, disse; “não deve nascer novamente um mundo marcado por uma ideologia capitalista radical”.

João Paulo II saúda os peregrinos na Praça de São Pedro
no final da audiência da quarta-feira

No seu discurso na Universidade de Riga ele já tinha delineado os mandamentos essenciais da doutrina social da Igreja: 1) destinação universal dos bens da terra; 2) garantia da propriedade privada como condição indispensável da autonomia do indivíduo; 3) recusa de considerar o trabalho como uma simples mercadoria; 4) promoção de uma ecologia humana; 5) papel social do Estado; 6) necessidade de uma democracia baseada em valores.


Nessa extraordinária parábola estão também presentes os insucessos. A sua luta contra a Teologia da Libertação na América Latina abriu o caminho à penetração das seitas fundamentalistas protestantes, a sistemática remoção de toda a teologia crítica bloqueou o amadurecimento de novas reflexões sobre a tradução das normas evangélicas na sociedade moderna, a sua condenação, sem apelo, do divórcio e dos anticoncepcionais, as leis sobre a interrupção da gravidez e sobre os casais de fato, a sua condenação das relações homossexuais chocou-se contra uma surda oposição dentro do próprio mundo dos crentes. O seu veto irrevogável ao sacerdócio feminino abriu contrastes. A sua recusa em dar a comunhão aos católicos divorciados e casados novamente, descartando a medicina da misericórdia que é adotada até mesmo entre os Ortodoxos, pareceu cruel.


Ainda assim, mesmo quando agiu contra as posições dos contemporâneos, Papa Wojtyla sempre agiu estimulado por uma reflexão não banal sobre grandes questões como a família, o valor das relações sexuais, a engenharia genética, as finalidades das estruturas políticas e econômicas. Em um mundo marcado por sangrentos conflitos, o primeiro entre todos: o interminável que devasta a Terra Santa, Wojtyla pregou a reconciliação e a purificação da memória. Um conceito muito importante destinado a gerar reflexões nas próximas décadas. Porque fazer as contas com seus próprios erros e acolher as razões dos outros, perdoar as culpas do outro mesmo quando são ferozes, não é um sinal de fraqueza, mas contém um dinamismo de renascimento que – se aplicado – se irradia em todos os aspectos da vida de relação. Individual e social.


Quando parecia que a doença já estava reduzindo a sua capacidade de agir, neste ano João Paulo II jogou-se com enorme determinação na luta para impedir a aventura de guerra no Iraque, convocada pelos Estados Unidos. Evento ilegal, evitável, desestabilizador, isso foi repetido por meses pelo Pontífice e pelos principais expoentes da Santa Sé. Os fatos estão lhes dando razão. Mas se impõe mais do que nunca a alternativa colocada por Wojtyla. Ou o mundo é uma comunidade de nações e então é indispensável umý instância de legalidade como a ONU, compartilhada por todos, com regras aceitas por todos; ou o mundo é uma arena onde se afirma o mais forte com todos os inevitáveis arbítrios e contra-golpes. Como disse o novo cardeal Jean-Louis Tauran, trata-se de escolher entre “a força da lei ou a lei da força”. A Europa deu a entender ao Pontífice que ainda deve fazer a sua escolha, lembrando-se do seu patrimônio espiritual e do imperativo de trabalhar para uma “globalização na solidariedade”.
Assim, Karol Wojtyla continua a jogar sementes. “Sempre quis que os homens vivessem segundo Deus”: assim o cardeal Giovanni Battista Re resumiu de modo eficaz os seus vinte e cinco anos de pontificado. Para mim resta no coração entre mil imagens e palavras que difundiu pelo mundo, a tocante invocação à fraternidade humana presente na encíclica Evangelium vitae: “Os outros não são concorrentes de quem temos de nos defender, mas irmãos e irmãs de quem devemos ser solidários; hão-de ser amados por si mesmos; enriquecem-nos pela sua própria presença”.


Fonte: http://www.30giorni.it/

Você sabia que João Paulo II queria ser frade carmelita?

Public Domain
Por Philip Kosloski

Quando ainda era seminarista, Karol Wojtyla pediu permissão para se transferir para um mosteiro carmelita, querendo seguir os caminhos de São João da Cruz.

São João Paulo II teve um caminho muito interessante no sacerdócio diocesano. Ele não apenas começou seus estudos secretamente durante a ocupação nazista da Polônia, mas também se sentiu chamado a seguir um caminho diferente, como frade carmelita.

Antes de começar a estudar o sacerdócio, João Paulo II foi apresentado aos escritos de São João da Cruz pelo amigo e mentor Jan Tyranowski. Isso abriu um novo mundo para João Paulo II, que aprendeu espanhol para ler os escritos de São João da Cruz na língua original.

João Paulo II mergulhou nos escritos do santo carmelita, escrevendo artigos teológicos que examinavam essas obras.

O chamado à vida carmelita

Tudo isso culminou em 1945, quando um grande amigo seu, o frade Leonard Kowalowka se tornou Mestre de Noviços em um mosteiro carmelita local. Na época, João Paulo II estava chegando ao fim de seus estudos para se tornar sacerdote diocesano e, para fazer a transferência, precisava da aprovação de seu bispo.

Sentindo-se chamado à vida carmelita, João Paulo II enviou uma carta ao cardeal Sapieha, pedindo sua permissão.

No entanto, João Paulo II se frustrou quando Sapieha disse a ele para “terminar o que começou“. Sapieha recusou o pedido de João Paulo II.

Depois da recusa

João Paulo II seria ordenado sacerdote diocesano em 1946, tornando-se, mais tarde, bispo, cardeal e papa.

O que teria acontecido se João Paulo II tivesse se tornado um frade carmelita?

Ninguém sabe a resposta a essa pergunta. Mas ela nos lembra que quando uma porta se fecha, outra se abre. Deus tinha outros planos para João Paulo II que não eram evidentes na época. Felizmente, ele perseverou em seus estudos e, embora possa ter sentido o desapontamento da rejeição, mais tarde colheu os frutos de seguir a vontade de Deus.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Há mais católicos no mundo, menos na Europa

Fachada da Basílica de São Pedro. Foto: Vatican Media
Por Miguel Pérez Pichel

Vaticano, 21 out. 21 / 03:51 pm (ACI).- O número total de padres no mundo aumentou de acordo com os dados do Anuário Estatístico da Igreja, atualizado em 31 de dezembro de 2019 e divulgado pela Agência Fides nesta quinta-feira, por ocasião do Dia Mundial das Missões que se realizará no próximo domingo, 24 de outubro.

O número de católicos e de seminaristas em todo o mundo também aumentou. Os continentes que tiveram o maior crescimento de batizados, assim como de padres e seminaristas, foram África, Ásia e Oceania.

Na Europa, o número de leigos, padres e seminaristas está diminuindo. Na América, embora o número de batizados tenha aumentado, o número de padres e seminaristas diminuiu.

Existem 414.336 padres no mundo. No Anuário Estatístico atualizado em 2016, eram 414.969 padres, em 2017 o número havia diminuído para 414.582, e em 2018 diminuiu ainda mais para 414.065 padres em todo o mundo. Embora tenha crescido, o número de padres ainda é inferior ao de 2016.

Há grandes diferenças geográficas. Na Europa, o número de padres registrou “uma diminuição considerável”, com 2.675 padres a menos. Na América também houve uma redução, embora mais moderada, 104 padres a menos. A África experimentou um aumento no número de sacerdotes com mais 1.391 padres. A Ásia registrou 823 ministros a mais e a Oceania 48 novos padres.

Em relação à distinção entre padres diocesanos e padres religiosos, os números também são desiguais. Os diocesanos aumentaram em 64 em todo o mundo, atingindo o número de 281.874 padres.

Por outro lado, há menos 581 padres religiosos, chegando ao número de 132.191 padres.

As vocações dos aspirantes ao sacerdócio também estão aumentando. O número de seminaristas maiores, diocesanos e religiosos, cresceu com 552 novos candidatos. O número total é de 115.880.

O crescimento das vocações se registrou na África (964 a mais), na Ásia (354 a mais) e na Oceania (52 a mais). No entanto, diminuem na Europa (696 a menos) e na América (122 a menos).

O número de católicos em todo o mundo aumentou. Houve 15.410.000 novos batizados, totalizando 1.344.403.000 o número de católicos em todo o mundo. O número de católicos cresceu em todos os continentes, exceto na Europa, onde há menos 292 mil batizados.

O número de católicos cresce mais na África, onde os batizados aumentaram em 8.302.000; seguido pela América com 5.373.000 novos batizados, Ásia com 1.909.000 novos católicos e Oceania com 118 mil novos católicos.

Há menos 12 bispos, totalizando 5.377 bispos em todo o mundo. Aumentaram 6 bispos diocesanos, totalizando 4.122 e há menos 18 bispos religiosos, sendo 1.255 no total.

Com relação aos diáconos permanentes, seu número continua crescendo. No Anuário Estatístico atualizado em dezembro de 2019, foram registrados 610 novos diáconos permanentes, chegando a 47.504 em todo o mundo. Destes, 691 são religiosos, todos os outros são diocesanos.

No entanto, os dados são mais preocupantes no que diz respeito aos religiosos não sacerdotes e religiosas. Pelo sexto ano consecutivo, o número de religiosos não sacerdotes diminuiu; os números mais recentes indicam que agora existem 594 religiosos a menos.

No caso das freiras, são 7.249 a menos. Até o momento, o número de mulheres consagradas no mundo é 641.661.

Os dados do Anuário Estatístico da Igreja também revelam que as circunscrições eclesiásticas aumentaram em 8 novas circunscrições em relação ao ano anterior, chegando a 3.025 em todo o mundo. 5 foram criadas na América, 2 na Ásia e 1 na Europa.

Existem 2.916 estações missionárias com um padre residente em todo o mundo, 257 a mais do que no estudo anterior. Há mais 179 na África, 139 a mais na Ásia, mais 10 na Oceania e 71 a menos na América.

Também registra um aumento global no número de missionários leigos com 20.388 novos membros, totalizando 376.188. Em contraste, os catequistas diminuíram para 3.076.624, com 43.697 membros a menos.

Fonte: https://www.acidigital.com/

São João Paulo II

S, João Paulo II | Vatican.va
22 de outubro

JOÃO PAULO II
(1920-2005)

Karol Wojtyła nasceu a 18 de Maio de 1920 em Wadowice, na Polônia meridional, onde viveu até 1938, quando se inscreveu na faculdade de filosofia da Universidade Jagelônica e se transferiu para Cracóvia. No Outono de 1940 trabalhou como operário nas minas de pedra e depois numa fábrica química. Em Outubro de 1942 entrou no seminário clandestino de Cracóvia e a 1 de Novembro de 1946 foi ordenado sacerdote.

A 4 de Julho de 1958, Pio XII nomeou-o bispo auxiliar de Cracóvia. Recebeu a ordenação episcopal a 28 de Setembro seguinte. Como lema episcopal escolheu a expressão mariana Totus tuus de são Luís Maria Grignion de Montfort.

Primeiro como auxiliar e depois, a partir de 13 de Janeiro de 1964, como arcebispo de Cracóvia, participou em todas as sessões do concílio Vaticano II. A 26 de Junho de 1967 foi criado cardeal por Paulo VI.

Em 1978 participou no conclave convocado depois da morte de Montini e no sucessivo após o inesperado falecimento de Luciani. Na tarde de 16 de Outubro, depois de oito escrutínios, foi eleito Papa. Primeiro Pontífice eslavo da história e primeiro não italiano depois de quase meio milénio, desde o tempo de Adriano VI (1522-1523).

Personalidade poliédrica e carismática, afirmou-se imediatamente pela grande capacidade comunicativa e pelo estilo pastoral fora dos esquemas. A têmpera e o vigor de uma idade relativamente jovem permitiu que empreendesse uma atividade intensíssima, ritmada sobretudo pelo multiplicar-se das visitas e das viagens: no total foram 104 internacionais e 146 na Itália, com 129 países visitados nos cinco continentes.

Desde o início trabalhou para dar voz à chamada Igreja do silêncio. A insistência sobre os temas dos direitos do homem e da liberdade religiosa tornou-se assim uma constante do seu magistério. Tanto que hoje é largamente reconhecido o contributo relevante da sua ação para as vicissitudes que determinaram a queda do muro de Berlim em 1989 e o sucessivo colapso dos regimes filo-soviéticos. Neste contexto provavelmente insere-se o gravíssimo episódio do atentado do qual foi vítima a 13 de Maio de 1981 por obra do turco Ali Agca.

Ao lado da polêmica anticomunista, desenvolveu-se também uma leitura crítica do capitalismo, submetido a uma análise crítica em três das suas 14 encíclicas: a Laborem exercens (1981), a Sollicitudo rei socialis (1987) e a Centesimus annus (1991). Também foi assídua a sua atividade a favor da paz, que se entrelaça com a busca do diálogo com as grandes religiões — em particular com o judaísmo e com o islã — e com o novo impulso impresso no caminho ecuménico.

Em 1983 promulgou o novo Codex iuris canonici e depois providenciou à reforma da Cúria romana com a constituição apostólica Pastor bonus de 1988. Favoreceu também a dimensão da colegialidade episcopal no governo da Igreja, sobretudo através da convocação de quinze sínodos dos bispos. Entre os números de um pontificado bastante longo — em segundo lugar por duração só ao de Pio IX (1846-1878) — podem ser mencionadas também as frequentes cerimónias de beatificação e canonização, durante as quais foram proclamados 1.338 beatos e 482 santos.

Com o passar dos anos a atenção do Pontífice focalizou-se sobretudo na celebração do grande jubileu do ano 2000. O evento assumiu um significado altamente simbólico no âmbito da sua missão pastoral e teve uma forte importância penitencial, expressa de modo emblemático no dia do perdão (12 de Março).

O encerramento do jubileu abriu a fase conclusiva do pontificado, marcada sobretudo pelo progressivo agravamento das condições de saúde do Papa, que depois de uma longa e angustiante agonia morreu na noite de 2 de Abril de 2005.

Após 26 dias do seu falecimento, Bento XVI concedeu a dispensa dos cinco anos de expectativa prescritos permitindo o início da causa de canonização. E o mesmo Papa o proclamou beato a 1 de Maio de 2011.

Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 18 de 3 de maio de 2014

Fonte: https://www.vatican.va/

São Donato

São Donato | icaranews
22 de outubro

São Donato

Donato, filho de nobres cristão, nasceu na Irlanda nos últimos anos do século VIII. Desde criança foi educado na fé católica. Iniciou os estudos religiosos e, devido ao rápido e bom progresso, desejou aperfeiçoar-se. Mais tarde, abandonou a família e a pátria, seguindo em peregrinação por várias regiões até chegar em Roma, onde se tornou sacerdote em 816.

Na volta para a Irlanda, parou na cidade de Fiesole, quando o clero e a população procuravam eleger um novo bispo. Movidos pela divina inspiração, decidiram escolher aquele desconhecido peregrino. A tradição conta que, quando Donato entrou na igreja, os sinos tocaram e os círios acenderam-se, sem que alguém tivesse contribuído para isso. No início, relutou em aceitar, mas depois se dobrou ao desejo de todos. Era o ano 829. Existem muitos registros sobre o seu governo pastoral em Fiesole, que durou cerca de quarenta anos.

Combateu com sucesso os usurpadores dos bens da Igreja. Em 866, viajou para encontrar-se com o imperador Lotário II, e conseguiu confirmar as doações dos bens concedidos pelo seu predecessor, Alexandre, e outros vários direitos. Teve uma boa relação com os soberanos daquela época, os quais acompanhava nas empreitadas e nas viagens. Escritos relatam que Donato foi professor, trabalhou para os reis franceses, participou de expedições com os imperadores italianos e chefiou uma campanha contra os invasores árabes muçulmanos na Itália meridional.

Em 850, o bispo Donato esteve em Roma, participando da coroação do imperador Ludovico, feita pelo papa Leão IV. Naquela ocasião, foi convidado a participar, junto com o pontífice e o imperador, do julgamento de uma velha questão pendente entre os bispos de Arezzo e de Siena, resolvida a favor do último.

Era um sacerdote muito instruído, sábio e prudente, por isso se preocupou com a instrução do clero e da juventude. Escreveu diversas obras, das quais restou apenas um epitáfio, ditado para o seu jazigo, valoroso pelas informações autobiográficas; um credo poético, que recitou antes de morrer, e a "Lauda de Santa Brígida", padroeira da Irlanda.

Pensando nos peregrinos, principalmente nos irlandeses, com recursos próprios Donato construiu naquela diocese a igreja de Santa Brígida, o hospital e um albergue, todos ricamente decorados e bem aparelhados. Depois, em 850, doou tudo para a abadia fundada por São Columbano de Bobbio.

Morreu em 877, na cidade de Fiesole, Itália. As suas relíquias foram sepultadas na antiga catedral, dedicada a são Rômulo, onde ficaram até o final de 1017, quando foram transferidas para a nova catedral, em uma capela a ele dedicada. A Igreja declarou-o santo e celebra-o no dia 22 de outubro. A festa de são Donato espalhou-se por todo o mundo cristão, mas principalmente na Irlanda ele é muito homenageado.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF