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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Santo Antônio de Sant'Anna Galvão

S. Antônio de Sant'Anna Galvão | arquisp
25 de outubro

Santo Antônio de Sant'Anna Galvão

O brasileiro Antônio de Sant'Anna Galvão nasceu em 1739, em Guaratinguetá, São Paulo. Seu pai era Antônio Galvão de França, capitão-mor da província e terciário franciscano. Sua mãe era Isabel Leite de Barros, filha de fazendeiros de Pindamonhangaba. O casal teve onze filhos. Eram cristãos caridosos, exemplares e transmitiram esse legado ao filho.

Quando tinha treze anos, Antônio foi enviado para estudar com os jesuítas, ao lado do irmão José, que já estava no Seminário de Belém, na Bahia. Desse modo, na sua alma estava plantada a semente da vocação religiosa. Aos vinte e um anos, Antônio decidiu ingressar na Ordem franciscana, no Rio de Janeiro. Sua educação no seminário tinha sido tão esmerada que, após um ano, recebeu as ordens sacerdotais, em 1762. Uma deferência especial do papa, porque ele ainda não tinha completado a idade exigida.

Em 1768, foi nomeado pregador e confessor do Convento das Recolhidas de Santa Teresa, ouvindo e aconselhando a todos. Entre suas penitentes encontrou irmã Helena Maria do Sacramento, figura que exerceu papel muito importante em sua obra posterior.

Irmã Helena era uma mulher de muita oração e de virtudes notáveis. Ela relatava suas visões ao frei Galvão. Nelas, Jesus lhe pedia que fundasse um novo Recolhimento para jovens religiosas, o que era uma tarefa difícil devido à proibição imposta pelo marquês de Pombal em sua perseguição à Ordem dos jesuítas. Apesar disso, contrariando essa lei, frei Galvão, auxiliado pela irmã Helena, fundou, em fevereiro de 1774, o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência.

No ano seguinte, morreu irmã Helena. E os problemas com a lei de Pombal não tardaram a aparecer. O convento foi fechado, mas frei Galvão manteve-se firme na decisão, mesmo desafiando a autoridade do marquês. Finalmente, devido à pressão popular, o convento foi reaberto e o frei ficou livre para continuar sua obra. Os seguintes quatorze anos foram dedicados à construção e ampliação do convento e também de sua igreja, inaugurada em 1802. Quase um século depois, essa obra tornar-se-ia um "patrimônio cultural da humanidade", por decisão da UNESCO.

Em 1811, a pedido do bispo de São Paulo, fundou o Recolhimento de Santa Clara, em Sorocaba. Lá, permaneceu onze meses para organizar a comunidade e dirigir os trabalhos da construção da Casa. Nesse meio tempo, ele recebeu diversas nomeações, até a de guardião do Convento de São Francisco, em São Paulo.

Com a saúde enfraquecida, recebeu autorização especial para residir no Recolhimento da Luz. Durante sua última enfermidade, frei Galvão foi morar num pequeno quarto, ajudado pelas religiosas que lhe prestavam algum alívio e conforto. Ele faleceu com fama de santidade em 23 de dezembro de 1822. Frei Galvão, a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja do Recolhimento da Luz, que ele mesmo construíra.

Depois, o Recolhimento do frei Galvão tornou-se o conhecido Mosteiro da Luz, local de constantes peregrinações dos fiéis, que pedem e agradecem graças por sua intercessão. Frei Galvão foi beatificado pelo papa João Paulo II em 25 de outubro de 1998, e canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa Bento XVI, em São Paulo, Brasil.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

domingo, 24 de outubro de 2021

As perseguições em relação à Igreja

Vatican News

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

 

Ultimamente nós percebemos perseguições, ataques contra a Igreja, ao Papa Francisco, à CNBB, à vida eclesial. Diversas foram às manifestações de solidariedade, de apóio à missão da Igreja de Cristo, da qual nós nos unimos a todas na demonstração de nosso amor a Cristo e à Igreja. A importância é dada pelo testemunho profético que a Igreja segue ao Senhor na realidade atual. As falsas notícias devem ser combatidas, pois a nossa missão é a assunção de uma posição conforme o evangelho de Jesus Cristo, caminho, verdade e vida (cfr. Jo 14,6). 

As perseguições fazem parte do seguimento a Jesus Cristo. Elas ocorreram no passado e ainda hoje sobre a palavra de Jesus Cristo: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim” (Mt 5, 11). A Sagrada Família sofreu perseguições, porque teve que fugir ao Egito, por causa de Herodes que não aceitou a presença do novo Rei em Israel (cfr. Mt 2, 13-15). É impossível compreender Jesus sem a cruz, porque se alguém quiser segui-lo, deverá renunciar a si mesmo, tomar a cruz de cada dia e segui-lo (cfr. Mt 16,24). As perseguições estiveram presentes na comunidade eclesial dos primeiros séculos. Os padres da Igreja elaboraram uma doutrina diante da situação em que estavam vivendo e eles deram fundamentos às perseguições, ao martírio em unidade com o seguimento a Jesus Cristo e à sua Igreja.  

O que é a perseguição?  

A perseguição é uma palavra latina: persecutio-onis, cujo significado é: perseguir, sendo a utilização de ações de forças para esmagar uma minoria étnica, social, religiosa, com objetivo de causar danos às pessoas ou a grupos [1]. No sentido cristão, fala-se em perseguições, porque foram diversas no início do cristianismo e também ao longo da história eclesial, pela natureza violenta dirigidas contra a igreja cristã e os seus membros, povo de Deus por parte dos seus adversários [2]. A mensagem de salvação de Jesus Cristo comportou o confronto com as autoridades judaicas, romanas, e a sua crucificação em Jerusalém. Os evangelhos advertiram que a sorte dos discípulos implicaria como o Mestre, sofrimento e perseguições, o seu sangue seria derramado, no seu nome os discípulos e também os cristãos derramariam o seu sangue (cfr. Mc 10,39) [3] 

Trigo de Deus. 

Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir do século I afirmou na Carta aos Romanos que ele seria trigo de Deus e moído pelos dentes das feras, para que assim se apresentasse como trigo puro de Cristo. Ele compreendia a doação de sua vida como o sentido verdadeiro do discipulado de Jesus Cristo. Ele entendia o sofrimento como uma situação de libertação em Jesus Cristo [4]. Ele desejava alcançar a Jesus Cristo, de modo que tudo passaria em segundo plano, desde que buscasse a unidade em Cristo [5]. O bispo de Antioquia pediu aos romanos, orações por ele, para que ele alcançasse a meta, a entrega de sua vida por amor ao Mestre, Jesus Cristo [6]. 

O sacrifício de doação pelo martírio. 

Clemente de Alexandria, padre dos séculos II e III, afirmou que o verdadeiro gnóstico, a pessoa cristã, era convidada a obedecer facilmente Aquele que lhe pedia o sacrifício do corpo oferecendo-o com alegria, sendo despojada das paixões da carne. Ela seguiria o Senhor que veio a este mundo para se relacionar com os mortais e salvá-los, pois Ele deu um solene testemunho de amor diante de todos. Em relação ao mártir ele seria capaz de combater o perseguidor por amor ao Senhor Deus e não abandonaria nem menos a morte por temor, mas seria capaz de dar a sua vida por causa do Senhor [7]. 

O louvor ao martírio. 

Os confessores romanos escreveram ao bispo São Cipriano de Cartago, após a metade do século III, um hino de louvor aos mártires. Eles foram chamados desta forma, porque chegaram próximos do martírio, mas não o foram. Os confessores romanos disseram que tiveram grande alegria, grande consolação e grande conforto, porque o bispo São Cipriano celebrou com elogios dignos não tanto a morte gloriosa, mas a imortalidade dos mártires. Na Carta que ele escreveu aos confessores de Roma, São Cipriano contemplou o glorioso triunfo dos mártires. Por sua vez, os confessores afirmaram que quase os seguiram, enquanto eles ascendiam ao céu e os estimavam gloriosos entre os anjos e as dominações celestiais. Tudo isso ajudou também aos confessores romanos, alcançar um grau tão excelso de glória [8]. 

Os mártires dão testemunho em relação à fé na ressurreição. 

Santo Agostinho, bispo dos séculos IV e V, afirmou que os milagres ocorridos nos lugares destinados ao culto dos mártires referiam à Ressurreição de Cristo na carne e à sua Ascensão ao céu. Os mesmos mártires foram ‘mártires’ desta fé, isto é, as suas testemunhas; a esta fé testemunharam diante do mundo cruel que venceram não combatendo, mas morrendo, dando as suas vidas por causa de Cristo. Eles o fizeram no nome do Senhor. Por esta fé os mártires sofreram com uma admirável paciência para que manifestasse este grande poder. Cristo ressuscitou dos mortos de modo que a fé dos mártires testemunhou os seus sofrimentos em favor da ressurreição deles em unidade com o Senhor Jesus Cristo [9] 

A perseguição ariana no século IV. 

São Basílio, bispo de Cesaréia, no século IV enviou uma carta pelo ano 376 aos bispos do Ocidente, sobretudo, Itália e Gália, a respeito da perseguição ariana. O fato era que algumas autoridades imperiais simpatizaram com o arianismo de modo que por um certo período, perseguiram os bispos fiéis ao Concílio de Nicéia que afirmou que Jesus é da mesma substância do Pai, Deus como o Pai é Deus. O arianismo foi condenado no Concilio de Nicéia, em 325, afirmando a divindade do Verbo, junto do Pai. São Basílio conclamou os bispos do Ocidente para se unirem aos bispos fieis à Nicéia, no sentido de dar-lhes apóio, dizendo que esses homens religiosos eram afastados da pátria, eram mandados embora nos desertos [10]. Portanto uma perseguição houve contra os que defendiam a fé de Nicéia para a defesa do arianismo. Uns anos mais tarde com novas autoridades imperiais, simpatizantes do Concílio do Nicéia, a grande maioria desses bispos, voltou para as suas sedes episcopais.  

Ontem, como hoje, a igreja sofre perseguições e muitas vezes seus membros são enviados ao exílio e outros são martirizados. Outros ainda recebem criticas, são caluniados. No seguimento a Jesus Cristo, os seus discípulos e as suas discípulas são criticados por causa do bem, do anúncio da paz e do amor em que são chamados. A vivência do Reino de Deus, a palavra libertadora de Jesus possibilitam a cruz. Mas é nesta condição, como o Mestre Jesus passou pela cruz, que chegaremos à gloria da ressurreição, assim como ocorreu ao Senhor. Não tenhamos medo das perseguições, porque elas fazem parte do nosso seguimento a Jesus Cristo e à sua Igreja. A caminhada é iluminada pelo Senhor.

Notas:

 

[1] Cfr. Persecuzione. In: Il vocabolario treccaniIl Conciso. Milano, Trento, 1998, pg. 1168.

[2] Cfr. W.H.C. Frend. Persecuzioni. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristianediretto da Angealo Di Berardino, P-Z. Marietti, Genova, 2008, pg. 4035.

[3] Cfr. Idem, pg. 4035.

[4] Cfr. Inácio aos Romanos, 4, 1-3. In: Padres Apostólicos, Paulus, SP, 1995, pg. 105.

[5] Cfr. Idem, 5,3, pg. 106.

[6] Cfr. Idem, 8,3, pg. 107.

[7] Cfr. Clemente Alessandrino, Stromata, 3,13-14. In: La teologia dei padri, v. 4. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pg. 47.

[8] Cfr. Lettera 31 dei Confessori romani al Vescovo Ciprano di Cartagine, 2-5. In: Idem, pg. 50.

[9] Cfr. Agostino. La Città di Dio, 22,9. In: Idem, pg 67.

[10] Cfr. Basilio, Il Grande. Lettere, 243,1-4. In: Idem, pgs. 65-67.


Fonte:https://www.cnbb.org.br/

Armas e legítima defesa na doutrina social da Igreja: uma confusão típica de nossos tempos

ALETEIA
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

A pouca eficiência da segurança pública nos leva a imaginar uma espécie de faroeste, onde homens armados protegem a si e seus entes queridos.

Um trocadilho sem dúvida provocativo, mas perfeitamente sintonizado com a doutrina da Igreja, “pátria amada não pode ser pátria armada”, proferido pelo arcebispo de Aparecida dom Orlando Brandes, no último 12 de outubro, tem causado furor nas redes sociais e nos meios políticos. Para piorar, muitos têm usado, de forma descontextualizada, a citação de um documento do Pontifício Conselho Justiça e Paz, de 1994, Comércio internacional de armas. Uma reflexão ética (erroneamente atribuída a São João Paulo II):

“Em um mundo onde o mal e o pecado subsistem, existe o direito à legítima defesa pelo uso das armas. Este direito pode tornar-se um sério dever para aqueles que são responsáveis ​​pela vida dos outros, pelo bem comum da família ou da sociedade. Somente este direito pode justificar a posse ou transferência de armas. Mas não é um direito absoluto, mas vem acompanhado do dever de fazer todo o possível para minimizar e, mais ainda, eliminar as causas da violência”.

A confusão é típica de nosso tempo, dominado por fake news, “pós-verdades” e discursos carregados de raiva e ressentimento. Por isso, precisamos entender com precisão o que a Igreja aprendeu e repete ao longo de sua história, o que são entendimentos nascidos da análise da realidade e o que são posturas ideológicas nesse debate.

No Evangelho

Cristo não é um ingênuo, que imagina um mundo sem conflitos. No Evangelho, afirma que não veio trazer a paz, mas a espada (Mt 10, 34). O próprio Papa Francisco, famoso por suas exortações ao diálogo e à reconciliação, considera que o conflito é parte da nossa vida e não pode ser ignorado (cf. Fratelli tutti, FT 237-240).

Contudo, no Sermão das Bem-aventuranças, Jesus exalta os mansos (Mt 5, 5), manda amar os inimigos; oferecer a outra face; a quem nos pedir a túnica, entregar também o manto (Mt 5, 38-44). Ele próprio se declara manso e humilde de coração, pedindo aos seus discípulos que sigam seu exemplo (Mt 11, 29). São declarações que apontam para uma forma de superação dos conflitos que hoje denominamos de “não-violenta”.

São João Paulo II considera a não-violência como um valor proposto pela vida e mensagem de Cristo (Discurso aos Juristas Católicos Italianos, de 1980, n. 4). Para ele, a forma cristã de combater a violência na sociedade não está numa oposição violenta aos violentos, nem numa não-violência que apenas nega a violência, mas sim na construção de uma “civilização do amor”. Bento XVI explicou que não se trata de deixar-se dominar pelos maus, mas sim em responder ao mal com o bem, num “modo de ser pessoa” baseado no amor. 

Essa não é uma utopia inatingível, mas um princípio ideal que pode orientar a construção de um sistema de segurança pública que preserva os direitos e a dignidade de todos.

A Igreja e o desarmamento

A questão das armas e da legítima defesa há muito preocupa a Igreja, principalmente na perspectiva da paz entre as nações (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, CDSI 508-512). Os países têm o direito e o dever de ter as armas necessárias para garantir a sua autodefesa, mas a Igreja sempre se preocupou com uma corrida armamentista na qual cada país quer ter mais armas do que o outro – optando pela guerra em função do seu poderio bélico, desistindo das negociações que levariam à paz. Além disso, a compra de armas drena recursos que deveriam ser usados para garantir o desenvolvimento e o bem-estar das populações. Além disso, o preço das armas é um fator proibitivo, então os pobres (pessoas ou países) não ficam ainda mais indefesos diante dos ricos e poderosos?

Quem compra armas, imagina que vai usá-las. Portanto, quanto maior o número de armas disponíveis, maior o perigo de uma ação violenta. A lógica vale para as nações, mas também pode ser aplicada aos indivíduos. Quem compraria muitas armas se não pretendesse usá-las? Todos que têm armas, têm também a habilidade e o bom senso necessários para seu uso responsável?

A Igreja não quer proibir a posse de armas, seja por um país ou por um indivíduo, reconhece inclusive o perigo de um desarmamento assimétrico entre as nações. Contudo, considera que a paz não pode ser construída com base num equilíbrio de forças onde cada um se sente ameaçado pelo outro, e sim numa opção pela negociação pacífica e pelo entendimento. De forma análoga, podemos pensar também que a ideia de que os ladrões deixarão de nos roubar porque têm medo de nossas armas é um pouco fantasiosa. O mais provável, numa sociedade fortemente armada e na qual não existe um bom sistema de segurança pública, é que os assaltos se tornem mais violentos e as mortes aumentem.

E a legítima defesa, como fica?

Catecismo da Igreja Católica (CIC 2258-2317) explica que todos os seres humanos têm direito à legítima defesa, que é uma consequência do próprio direito à vida. Mais: é um dever de cada um de nós defender a própria vida e a vida dos demais. Conforme o trecho citado no início, “em um mundo marcado pelo mal e pelo pecado, existe o direito à legítima defesa com armas e por motivos justos”. Contudo, seu sentido não é incentivar o uso de armas, mas restringi-lo… É uma alternativa que depende de um “motivo justo” e, como o texto diz em continuação, “acompanhada do dever de fazer todo o possível para minimizar e, além disso, eliminar as causas da violência”.

Bento XVI fala em “princípio da suficiência”: devemos ter apenas as armas necessárias para garantir nossa segurança. São João Paulo II considera que a paz não seria conseguida enquanto “a segurança baseada nas armas não for gradualmente substituída pela segurança baseada na solidariedade”.

Qual a melhor forma de garantir a segurança dos cidadãos?

O problema real não é doutrinal, mas prático: qual a melhor forma de garantir a segurança dos cidadãos? A Igreja reconhece o direito da população se armar se for necessário para garantir sua segurança; mas, se houver alternativas, a Igreja indica essas outras formas.

O Estado moderno se desenvolveu a partir da ideia de que o monopólio da força e a responsabilidade pela segurança da população cabia ao governo e não aos indivíduos. A história do Ocidente indica que essa foi a melhor alternativa para garantir o bem comum. Analisemos. A probabilidade de um cidadão armado, mesmo que treinado, mas pego de surpresa, conseguir vencer um criminoso armado é muito pequena. O que dará mais segurança para nós, nossas famílias e nossos jovens: todos usarem armas e se predisporem a atirar em criminosos ou a polícia ser mais eficiente e prender os meliantes? 

A pouca eficiência da segurança pública no Brasil nos leva a imaginar uma espécie de faroeste, onde homens armados protegem a si e seus entes queridos. Mas, até nesse mítico mundo hollywoodiano as armas não trazem segurança para os fracos, que permanecem constantemente intimidados por pistoleiros e assaltantes. Mesmo nesse universo, é a chegada da lei e não a força dos indivíduos que garante a segurança para todos.

Comparações internacionais não mostram que o aumento do número de armas entre a população aumente ou diminua o número de mortes violentas. Na verdade, a violência e sua letalidade dependem de muitos fatores, como a ação do crime organizado, a eficiência da polícia, condições socioeconômicas e infraestrutura urbana.

Por todos esses fatores, a reivindicação mais efetiva para garantir a segurança da população é aumentar a eficiência das organizações de segurança pública e não o número de armas disponíveis.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

XXX DOM TEMPO COMUM - Ano B

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

Por Dom Paulo Cezar Costa / Arcebispo de Brasília

Mestre, que eu possa ver novamente

            A Palavra de Deus, no Evangelho de hoje (Mc 10, 46 – 52), coloca diante de nós um cego que, curado, segue Jesus, torna-se discípulo de Jesus. Este é o último milagre de Jesus antes de Sua entrada em Jerusalém. Este milagre encerra uma parte fundamental no Evangelho de são Marcos (Mc 8, 27 – 10, 52). Nesta parte do Evangelho, tem- se a profissão de fé de Pedro em Jesus, afirmando que Jesus é o Messias. O título de Messias, naquele tempo, trazia em si uma grande conotação política. Esperava-se por alguém que viesse libertar o povo do domínio dos romanos. Jesus mostra que Ele é o Messias Servo, que deve ir a Jerusalém, ser entregue nas mãos dos homens, ser morto e ressuscitar. Eis os três anúncios da Paixão. Mas, agora, no final desta seção, encontra- se o cego Bartimeu que, curado, segue Jesus.

Detenhamo-nos neste texto: Jesus está saindo de Jericó a caminho de Jerusalém. Jericó estava uns 30 quilômetros de Jerusalém. Pela sua abundância de água, era um oásis no deserto. A cidade gozava de belas construções, feitas por Herodes, o grande, e seu filho Arquelau.  O Evangelista situa bem a cena: “Jesus estava saindo de Jericó com seus discípulos e grande multidão”. Bartimeu estava sentado à beira do caminho, mendigando e está cego. Qual a situação de Bartimeu? É cego e é alguém que está à beira do caminho, alguém que já desistiu de caminhar. Mas quando ouve que é Jesus, o Nazareno, que passa, começou a gritar. Ele está à beira do caminho, mas não perdeu a capacidade de reagir, de gritar. Então ele grita: “Filho de Davi, Jesus, tem compaixão de mim”. Aquele cego grita para que Jesus olhe por ele, tenha compaixão dele. As pessoas o repreendem, mandam que ele se cale, mas ele grita mais ainda: “Filho de Davi, tem compaixão de mim”. Qual a atitude de Jesus? Jesus manda chamá-lo. Jesus não é indiferente ao grito das pessoas, aos seus sofrimentos. Jesus lhe pergunta: o que queres que eu te faça? Ele responde: “Rabbouni, que eu possa ver novamente”. Ele já tinha visto, mas agora está cego. E Jesus o cura: “Vai, tua fé te salvou”. O Evangelho diz que “No mesmo instante ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho”.  Alguém que não via e agora vê e, vendo, segue Jesus, tornando-se discípulo de Jesus.

Este milagre tem um significado paradigmático e, servindo para a comunidade de São Marcos, é exemplo para nós hoje. No caminho a Jerusalém, Bartimeu recebe, na fé em Jesus, a luz dos olhos. Ele crê e se faz discípulo de Jesus, enquanto aqueles de Jerusalém, cidade da luz, apesar de perscrutarem as Escrituras e conhecerem a fundo as letras da Lei de Deus, não conseguem aceitar a luz de Jesus. (E. Bouzon – K. J. Romer, A Palavra de Deus, 356).  A narrativa de um milagre é uma vocação à fé e ao seguimento a Jesus Cristo.  Que este texto nos ajude a vermos as cegueiras e a nos deixarmos curar por Jesus, que é a luz do mundo. E, uma vez curados, sigamos Jesus, com beleza, pelas estradas da vida.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Série "The Chosen" sobre a vida de Jesus deve ter a terceira temporada

The Chosen | Cine Cristão
Por Diego López Marina

Roma, 22 out. 21 / 11:56 am (ACI).- Em abril de 2021, a série sobre a vida de Jesus, The Chosen, estreou sua segunda temporada graças às doações de milhares de pessoas. Agora, o financiamento da terceira temporada parece estar se completando e a série poderia estar disponível ao público no início do próximo ano.

A segunda temporada, que terminou sua transmissão em 11 de julho, foi totalmente financiada em novembro de 2020 graças a 125.346 pessoas que doaram US$ 10 milhões. As duas primeiras temporadas tiveram mais de 160 milhões de visualizações.

Para que a terceira temporada fique pronta, os dois últimos capítulos precisam ser financiados através do site oficial.

Dallas Jenkins, criador, diretor e roteirista de The Chosen, planeja fazer um total de sete temporadas da série, que podem ser vistas gratuitamente com o objetivo de conhecer Jesus pelos olhos daqueles que o conheceram.

Jenkis disse ao programa "Vaticano", da rede católic de comunicação EWTN, que embora "a série não substitua a Bíblia", ele acredita que adicionando "contexto histórico e cultural e um pouco de imaginação artística a essas histórias bíblicas, é possível dar-lhes ainda mais vida”. “Isso foi o que me motivou”, disse.

“Pensei: 'Por que uma série de várias temporadas sobre a vida de Cristo nunca foi feita?' Fizeram filmes, criaram séries, mas nunca houve uma série de várias temporadas na qual se possa aprofundar os personagens, desenvolver suas histórias de fundo e dedicar-lhes tempo para que sejam impactantes”, explica o diretor.

Jenkins, cuja fé cristã é a principal motivação do programa, disse que com esse trabalho ele alcançou "um lugar espiritual onde nunca havia estado".

“Tive esta profunda compreensão espiritual de que meu trabalho não é alimentar cinco mil, é apenas fornecer os pães e peixes, então, meu trabalho é fazer os melhores pães e peixes que eu puder e oferecê-los a Deus. É por isso que as críticas não me preocupam, nem os elogios, a única coisa que me motiva é saber que estou fazendo um bom programa”, disse.

O criador confessou que a primeira coisa que ele quer é que os telespectadores "conheçam mais sobre Jesus e o amem mais depois de vê-la".

Em última instância, a fonte última da verdade é a Bíblia, a Palavra de Deus. Embora a série não seja a Palavra de Deus, estamos mostrando às pessoas um retrato autêntico de Jesus, e acho que está fazendo com que queiram amá-lo mais”, disse.

O programa "Vaticano" também entrevistou o ator que interpreta Jesus, Jonathan Roumie, que contou como a série mudou a sua vida e o ajudou a superar os problemas pessoais e financeiros que vivia antes de entrar para a equipe.

“Eu estava fazendo malabarismos com seis ou sete atividades diferentes e nenhuma delas me proporcionava uma renda estável. Cheguei a um ponto em que estava no limite da minha capacidade, desesperado, arruinado, não tinha o suficiente para comer durante o dia ... e, basicamente, eu me ajoelhei diante do meu crucifixo para pedir a Deus algum alívio. Digo-lhe a Deus: ‘Está em suas mãos. Se é isso que você quer de mim, aqui está. E naquele mesmo dia aconteceu um pequeno milagre financeiro que mudou completamente a minha vida 180°, e apenas em três meses recebi um telefonema de Dallas Jenkins para fazer a série The Chosen", contou.

Roumie compartilhou que, para representar o Filho de Deus com alguma verossimilhança, ele tenta "pelo menos não ser um impedimento e não impor o que penso que significa ser Deus".

“O que quero dizer é que nunca saberei o que é isso. Eu só consigo me relacionar com o que significa ser humano, então eu empresto minha própria humanidade e meus defeitos e nuances para contribuir com a representação e então fico de lado tentando ser um canal para o Espírito Santo”, disse ele.

Na entrevista ele também comentou sobre seu momento favorito da série até agora.

"Acho que o conceito do perdão de Deus, visto através da história de Maria Madalena, especialmente quando termina a segunda temporada, é algo com o qual todo mundo pode se identificar", disse ele.

“Precisamos ser perdoados não apenas uma vez, não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, e acho que isso é algo que, como humanos, devemos ter em mente. Precisamos do perdão de Deus e não basta com ser boas pessoas, porque todos pecamos, estando ou não cientes dos nossos pecados. Todos nós precisamos de perdão, principalmente Deus”, concluiu.

Aqui você pode assistir a primeira e segunda temporada e contribuir com a produção. https://watch.angelstudios.com/thechosen

Fonte: https://www.acidigital.com/

Mensagem do Papa para o Dia das Missões: é urgente a missão da compaixão

Mensagem do Papa é um convite a todos os batizados  (Vatican Media)

Em vista do Dia Mundial das Missões, o Papa afirma que hoje Jesus precisa de corações que sejam capazes de viver a vocação como uma “verdadeira história de amor”, que os faça sair para as periferias do mundo e tornar-se mensageiros e instrumentos de compaixão.

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

"Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos" (At 4, 20): este é o tema escolhido pelo Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões, que a Igreja celebrará no dia 24 de outubro.

O versículo foi extraído dos Atos dos Apóstolos, o livro que os missionários “sempre têm à mão” por mostrar como “o perfume do Evangelho” se difundiu através dos Apóstolos.

A experiência dos Apóstolos

Pois bem, aqueles tempos não eram fáceis, recordou Francisco. Os primeiros cristãos começaram a sua vida de fé num ambiente hostil e árduo, que ao invés de os debilitar, os impeliu a transformar cada incômodo em oportunidade para a missão, pois “nada e ninguém podia permanecer alheio ao anúncio libertador”.

O mesmo se passa conosco, analisou Francisco.

“A situação da pandemia evidenciou e aumentou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as injustiças de que já tantos padeciam, e desmascarou as nossas falsas seguranças. (...) Experimentamos o desânimo, a decepção, o cansaço. Porém, nós não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus.”

A sua ressurreição, escreve o Pontífice, é uma Palavra de esperança que desfaz qualquer determinismo. “Com Jesus, vimos, ouvimos e constatamos que as coisas podem mudar.”

“Neste tempo de pandemia, perante a tentação de mascarar e justificar a indiferença e a apatia em nome de um sadio distanciamento social, é urgente a missão da compaixão, capaz de fazer da distância necessária um lugar de encontro, cuidado e promoção.”

No contexto atual, prossegue o Papa, “há urgente necessidade de missionários de esperança que, ungidos pelo Senhor, sejam capazes de lembrar profeticamente que ninguém se salva sozinho”.

Um convite a cada um de nós

Deste modo, o tema do Dia Mundial das Missões é um convite dirigido a cada um de nós para cuidar e dar a conhecer aquilo que tem no coração. Esta missão é, e sempre foi, a identidade da Igreja: «ela existe para evangelizar». Não é o momento de se fechar.

Para Francisco, mesmo os mais frágeis, limitados e feridos podem ser missionários à sua maneira, “porque sempre devemos permitir que o bem seja comunicado”. E a este ponto expressa a sua gratidão a todos os missionários:

“Lembramos especialmente aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o Evangelho pudesse atingir sem demora e sem medo aqueles ângulos de aldeias e cidades onde tantas vidas estão sedentas de bênção.”

História de amor

Hoje, continua o Papa, Jesus precisa de corações que sejam capazes de viver a vocação como uma “verdadeira história de amor”, que os faça sair para as periferias do mundo e tornar-se mensageiros e instrumentos de compaixão.

As periferias não são só geográficas, recorda Francisco, mas existem perto de nós, no centro de uma cidade ou na própria família.

“Sempre, mas especialmente nestes tempos de pandemia, é importante aumentar a capacidade diária de alargar os nossos círculos."

A missão não é fruto de cálculos, mas é aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, com Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã.

“Que o seu amor de compaixão desperte também o nosso e, a todos, nos torne discípulos missionários.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Santo Antônio Maria Claret

S.Antonio Maria Claret | Canção Nova
24 de outubro

Santo Antônio Maria Claret

O catalão Antônio M. Claret, pioneiro dos meios de comunicação social, quinto dos dez filhos de um tecelão de Sallent, sentia-se atraído pela vida contemplativa e se teria tornado cartuxo se não tivesse sido aconselhado por um sacerdote que nele intuiu grandes dotes de homem de ação.

Depois da ordenação sacerdotal, estabeleceu contato com a Propaganda Fide e com os jesuítas, mas teve de interromper o noviciado por motivo de doença. Então, decidiu ser missionário na própria pátria e, para dar uma forma mais estável e incisiva à própria obra, fundou uma congregação que se dedicasse particularmente à imprensa católica e à alfabetização — primeiro e fundamental passo para a elevação material do povo.

Os missionários filhos do Imaculado Coração de Maria (conhecidos com o nome de claretianos) têm atualmente 300 casas espalhadas por todo o mundo. O fundador teve de aceitar a nomeação como arcebispo de Cuba, então sob o domínio espanhol.

Foi um bispo-missionário. Viajou por toda a parte, administrou crismas e regularizou três mil casamentos. Finalizou, em apenas seis anos, numerosas obras no campo social, com escolas agrícolas; escreveu ele próprio os livros para ensinar os insulares a cultivar os campos. Tanto zelo lhe atraiu também inimizades, e depois de ter sofrido um grave atentado, foi chamado de volta à pátria porque os soberanos da Espanha o quiseram como conselheiro e confessor.

Em 1867, seguiu a família real, ao fim de uma revolução, exilada na França. Aqui o bispo fundou a Academia de São Miguel para os artistas. Morreu no mosteiro cisterciense de Fontfroide e foi canonizado em 1950.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sábado, 23 de outubro de 2021

As preocupações que matam

Crédito: Editora Cléofas

Pobre amigo, quando você compreenderá que não pode carregar NADA sem Ele, nem você mesmo?

O homem está sempre preocupado. Porque é imenso e infinito, nele há sempre lugar para um mundo de preocupações.

Há muitas preocupações que são mais por natureza e que é preciso eliminar. Mas há outras, verdadeiras e nobres; mas o homem é muito pequeno para carregá-las e mais ainda para solucioná-las. As preocupações matam o homem; se ele quiser viver e viver bem, é preciso que alguém o ajude a carregá-las, “Alguém” que o espera.

Você está doente do fígado

Com dor de cabeça

Uma crise aguda de asma

Você está com úlcera no estômago

ou então

Seus cabelos estão ficando brancos

Seu rosto começa a enrugar-se

ou ainda

Você está cansado e triste:- “Quantas preocupações!”

– “Estou sobrecarregado!”

– “Nunca mais terei sossego!”

e arrasta um pobre corpo sempre contraído e doloroso, um coração esmagado, que vive porque é preciso viver, mas que não sabe o que é a alegria e a paz.

Em grande parte, não seria porque você está cheio de preocupações, de aborrecimentos que, você vem recolhendo e acumulando há anos, que o corroem, que o consomem, e que o desagregam silenciosa, mas implacavelmente?

O que o abala não são tanto os golpes que você recebe do exterior, mas tudo que de mau você encerra em si, e que borbulha, fermenta, apodrece.

O ciúme que o morde, tanto aquele que você admite francamente, quanto o que se esconde atrás de suas tristezas, suas mágoas, suas palavras, seu mutismo.

O despeito de não brilhar, de não ser notado, preferido… o medo de tal pessoa, acontecimento, tentação e medo de desagradar, de fazer “gafes”, de falhar… a cólera e a vingança: ele me pagará, isso não ficará assim, ah! se eu o pegasse!… as dúvidas: não conseguirei, é impossível, muito difícil para mim, ele não me compreenderá.

As saudades do passado: se eu soubesse, se fosse possível recomeçar, nunca me consolarei, ai os “bons tempos”, nunca mais… as mentiras, os ódios, as críticas negativas, as maledicências, as calúnias, as invejas… e todo o resto: a ironia que você destila a cada dia em suas palavras, os seus sorrisos escusos, os seus suspiros, suas “rabugices”, seus dar de ombros, ou as suas manobras. Esse mal que vive em você ou sai de você fere-o, antes de ferir os outros.

Seu coração é imenso, mas está atravancado como um armário mal arrumado. As gerações passadas aí deixaram suas velharias (como lhe legaram seus móveis) e você o vai enchendo de futilidades ou sujeiras. E também de objetos caros que você quer usar de novo… mas que você teima em camuflar. A lembrança de tal devaneio malsão, daquela leitura, daquele olhar… O gosto daquela paixão, a satisfação daquela vingança, o prazer orgulhoso daquele brilhante sucesso… Por que você não se acostuma a frequentemente fazer a revisão de suas lembranças, para encontrar aquilo que deveria ter jogado fora?

Há ainda o mal que você sente, vê, toca. Mas há também aquele que está escondido, que desapareceu de sua vista, e há também aquele que você desprezou e esmagou, e que lhe parece morto para sempre.

Nisso você está errado. Tudo o que está dentro de você está vivo. Vivo quando você pensa, vivo quando você não pensava, vivo de dia, vivo de noite. E tudo o que está vivo em você e é mau, faz mal.

Não é possível; aquele velho rancor, essa mágoa de minha sensibilidade dolorida; tal incompreensão, desdém, abandono, desprezo; tal decepção em meus negócios, em minhas relações, em minha família… essa tribulação, aquele pecado… não existem mais, estão enterrados, não voltemos ao assunto!

Não meu caro, eles existem ainda, e mesmo que estivessem mortos, seu cadáver ainda está em você, e seu odor o empesta.

O rato morto no sótão não o envenenará mais… quando você o tiver tirado de lá.

O prego do pneu de seu carro não furará mais a câmara de ar… quando você o tiver tirado.

Sua coleção de preocupações de ontem e de hoje as pequenas e as grandes, as legítimas e as ilegítimas, não o acabrunharão mais, quando você as tiver jogado fora.

Há falsas inquietações, aquelas de que você não deve orgulhar-se e de que precisa definitivamente desfazer-se, pedindo perdão; e há também as preocupações justas: as do pão a ganhar, as do futuro a assegurar, da educação a dar, da paz e da justiça a instaurar, dos homens a conquistar, do Mundo a salvar. Essas inúmeras preocupações, acumuladas cotidianamente, em cada instante, em cada gesto, em cada encontro, ao menos essas, será que você deve carregar?

Não, você é muito fraco. Deixe que outro as carregue.

Mas, eu não terei nada que fazer!

Sim, você tem que dar!

Isso é muito fácil!

Não, é muito difícil ser criança, nada reter para si, dar sempre tudo, mesmo as alegrias –para que o outro tudo carregue. É muito duro caminhar sempre ao seu lado, sempre lhe dando a mão e tornar-se tão pequeno, tão humilde, tão simples, que possa aceitar ser carregada.

Pobre amigo, quando você compreenderá que não pode carregar NADA sem Ele, nem você mesmo?

Retirado do livro: “Construir o Homem e o Mundo”. Michel Quoist. Editora Cléofas.

Fonte: https://cleofas.com.br/

Carlo Acutis: santidade revelada

Antoine Mekary | ALETEIA
Antonia Salzano, mãe do Beato Carlo Acutis

Em entrevista exclusiva à Aleteia, a mãe de Carlo Acutis revela que sentia que o filho seria santo.

Antonia Salzano, mãe do beato Carlo Acutis, concedeu uma entrevista exclusiva à Aleteia. Durante o bate-papo emocionante e descontraído, ela revelou detalhes do dia a dia do jovem, que partiu para a Casa do Pai quando tinha apenas 15 anos.

Como era Carlo Acutis de perto? Como foi viver com ele? Ele era realmente “santo”?

De fato, ela e o marido perceberam que o menino era muito especial, um”santo”. “Eu costumava brincar, chamando-o de ‘pequeno buda’, porque eu lhe dizia que ele era muito iluminado”, revela Antonia.

Antonia também fala sobre a grande fé do garoto: “Ia à missa todos os dias, fazia a adoração eucarística, rezava o Rosário todos os dias, lia as Sagradas Escrituras”.

No vídeo abaixo, a mãe de Carlo Acutis dá detalhes sobre a vida do filho, sua morte e santidade. Uma santidade revelada diante dos olhos de uma mãe. Imperdível!

https://youtu.be/kOBmM-1CqJo

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF