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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

São Godofredo

S. Godofredo | arquisp
08 de novembro

São Godofredo

No período de 1073-1085, a Igreja trabalhava para retomar a credibilidade da autoridade papal. O Papa Gregório VII, então, promoveu uma reforma na Igreja com a ênfase no sacerdócio celibatário e a completa separação da Igreja e do Estado, dando força para o surgimento de novas ordens monásticas.

Na localidade de Soissons, na França, uma criança conhecerá desde cedo uma Ordem Monástica e, nela, fará um caminho de santidade. Filho de nobres, Godofredo nasceu num castelo rodeado de todos os cuidados por ser o herdeiro tão esperado pela família. A tradição católica aponta como data de nascimento o ano de 1066, quando recebeu o nome de Godofredo, que significa a “Paz de Deus”.

Quando fez cinco anos, seus pais o entregaram aos monges beneditinos para receber uma boa educação. Ele, contudo, nunca mais se afastou da companhia dos monges. Quando terminou sua fase educativa, foi para o convento de São Quintino, onde foi ordenado sacerdote aos vinte e cinco anos.

Não demorou muito para o monge que tinha integridade de caráter, profundidade nos conhecimentos dos assuntos da fé, bem como a visão social, tornar-se abade e elevar e transformar a vida monástica. Fez da abadia dos Beneditinos de Nugent um centro espiritual, que atraiu numerosas vocações. Os religiosos de outras localidades buscavam nesta abadia orientação e conselhos de Godofredo.

Quando o arcebispo viu o resultado do trabalho de Godofredo, quis que ele assumisse a Abadia de São Remigio, a mais importante da diocese. Godofredo não aceitou, pois seu desejo era viver no seguimento de Cristo, dedicando-se à caridade e trabalhando junto a pobres e doentes. Era comum ver os pobre excluídos participando da sua mesa, pois acolhia a todos os necessitados com abrigo e esmolas.

Suas virtudes levaram o povo e o clero a eleger Godofredo, Bispo de Amiens, mas ele só aceitou a diocese depois de receber ordem escrita do próprio Papa. Esta foi outra missão difícil para Godofredo. Teve de enfrentar os ricos e poderosos, que preferiam a vida de muitos vícios, prazeres e luxos, sem nenhuma virtude e ligação com os ensinamentos cristãos. Começou empregando toda a força e eloquência de sua pregação contra esses abusos denunciando-os do próprio púlpito. O que quase lhe causou a morte num atentado encomendado. Colocaram veneno em seu vinho, mas o plano foi descoberto antes.

Quando os monges de um convento famoso, rico e poderoso o convidaram para ser o abade, ele recusou. O que desejava era viver no seguimento de Cristo, dedicando-se à caridade e trabalhando no amparo e proteção aos pobres e doentes, e não o poder ou a ostentação. Era comum ver os mendigos e leprosos participando da sua mesa, pois acolhia todos os necessitados com abrigo e esmolas fartas. Suas virtudes levaram o povo e o clero a eleger Godofredo bispo de Amiens, mas ele só aceitou a diocese depois de receber ordem escrita do próprio papa.

Sentindo-se pressionado e sem apoio, retirou-se para o Mosteiro dos Trapistas em Chartreuse (1114) para dedicar-se à oração em silêncio. Mas nem os superiores, nem o povo aceitaram a demissão e Godofredo foi reconduzido ao cargo. Mas foi por pouco tempo. Durante uma peregrinação à igreja de São Crispim e São Crispiniano, situada em Soissons, sua cidade natal, ele adoeceu. Morreu no dia 8 de novembro de 1115, no convento dedicada aos dois santos padroeiros dos sapateiros, onde foi enterrado.

Fonte: https://franciscanos.org.br/

domingo, 7 de novembro de 2021

Palavra de Vida de Novembro

Crédito: Revista Cidade Nova

“Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.”(Mt 5,9) | Palavra de Vida de Novembro.

No capítulo 5, Jesus é apresentado como o novo Moisés, que sobe à montanha para anunciar a essência da Lei de Deus: o mandamento do amor.

por Web Master   publicado em  29/10/2021.

O EVANGELHO de Mateus foi escrito por um cristão proveniente do ambiente judaico da época; por isso, ele contém muitas expressões típicas daquela tradição cultural e religiosa.

No capítulo 5, Jesus é apresentado como o novo Moisés, que sobe à montanha para anunciar a essência da Lei de Deus: o mandamento do amor. Para dar solenidade a esse ensinamento, o Evangelho nos diz que ele está sentado, como um mestre.

E não é só: Jesus é também a primeira testemunha daquilo que Ele anuncia. Isso se manifesta com grande evidência quando proclama as Bem-aventuranças, programa de toda a sua vida. Nelas se revela a natureza radical do amor cristão, com seus frutos de bênção e plenitude de alegria. Beatitude, justamente.

“Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.”

  Na Bíblia, a paz, Shalom em hebraico, indica a condição de harmonia da pessoa consigo mesma, com Deus e com aquilo que a rodeia; ainda hoje, é essa a saudação entre as pessoas, expressando os votos de vida plena. A paz é antes de tudo um presente de Deus, mas essa também depende da nossa adesão.

De fato, entre todas as bem-aventuranças, esta ressoa como a mais ativa, que nos convida a sair da indiferença para nos tornarmos construtores de concórdia, a começar de nós mesmos e ao nosso redor, mobilizando a inteligência, o coração e os braços. Ela exige o compromisso de cuidar dos outros, de sanar feridas e traumas pessoais e sociais causados pelo egoísmo que divide, de investir todos os esforços nessa direção: tal como Jesus, o Filho de Deus, que cumpriu sua missão quando deu a vida na cruz para unir novamente os homens ao Pai e para trazer a fraternidade de volta à terra. Por isso, qualquer um que seja construtor de paz se assemelha a Jesus e é reconhecido, como Ele, filho de Deus.

“Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.”

Nas pegadas de Jesus, também nós podemos transformar cada dia em um “Dia da Paz”, pondo um fim às pequenas ou grandes guerras que são travadas diariamente ao nosso redor. Para realizar esse sonho é importante construir redes de amizade e solidariedade, estender a mão para oferecer ajuda, mas também para aceitá-la.

Como nos contam Denise e Alessandro: Quando nos conhecemos, gostávamos de estar juntos. Casamos e o início foi muito bonito, também por causa do nascimento dos filhos. Com o passar do tempo, começaram os altos e baixos. Não havia mais nenhuma forma de diálogo entre nós, mas cada coisinha era objeto de contínuas discussões. Decidimos ficar juntos, mas a toda hora caíamos nos mesmos erros, ressentimentos e desentendimentos. Um dia, um casal de amigos nos sugeriu que participássemos de um curso de apoio para casais em dificuldade1. Encontramos não só pessoas competentes e preparadas, mas também uma “família de famílias”, com as quais compartilhamos nossos problemas. Não estávamos mais sozinhos! Uma luz se reacendeu, mas foi apenas o primeiro passo. Voltando para casa, não foi fácil e de vez em quando ainda caímos. O que nos ajuda é nos dedicarmos um ao outro, com o compromisso de recomeçar e permanecer em contato com esses novos amigos, para prosseguirmos juntos.

“Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.”

A paz, a paz de Jesus, como diz Chiara Lubich, exige de nós coração e olhos novos para amar e ver em cada pessoa um candidato à fraternidade universal. E acrescenta: Podemos questionar: “Até mesmo nos vizinhos briguentos? Também nos colegas de trabalho que tentam impedir o meu crescimento profissional? Também nos militantes de um partido diferente ou de um time de futebol adversário? Também nas pessoas de religião ou de nacionalidade diferentes da minha?” Sim, todo mundo é meu irmão e minha irmã. A paz começa exatamente aqui, no relacionamento que eu souber estabelecer com cada um dos meus próximos. “O mal nasce do coração do homem”, escrevia Igino Giordani, e “para remover o perigo da guerra é necessário remover o espírito de agressão e exploração e egoísmo do qual a guerra provém: é necessário reconstruir uma consciência”2. [...] O mundo muda se mudarmos nós. [...] Sobretudo colocando em evidência aquilo que nos une, poderemos contribuir para criar uma mentalidade de paz e trabalhar juntos para o bem da humanidade. [...] No fim, é o amor que vence, porque é mais forte do que tudo. Experimentemos viver assim neste mês, para sermos fermento de uma nova cultura de paz e justiça. Veremos renascer em nós e ao nosso redor uma nova humanidade.3

1) Cf. 10 anos de “Percursos de luz” in https://www.focolare.org/famiglienuove.

2) I. Giordani, L’inutilità della guerra, Roma 2003, p. 111.

3) LUBICH, Chiara. A paz que é fraternidade. Palavra de Vida, janeiro de 2004.

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/

O impacto e a importância da conversão ao catolicismo de Michael Nazir-Ali

Nazir-Ali | Veritatis Splendor

Por Alessandro Lima

Gavin Ashenden

Fonte: https://www.christiantoday.com/article/the.impact.and.significance.of.michael.nazir.alis.conversion.to.catholicism/137567.htm

Tradução: Alessandro Lima.

Foi anunciado que o ex-bispo de Rochester, Michael Nazir-Ali, deixou o anglicanismo e se tornou um católico romano. Foi  recebido em plena comunhão com a Igreja Católica Romana , entrando no Ordinariato no dia do seu santo, festa de São Miguel, há duas semanas.

É, sem dúvida, uma das mudanças de filiação mais significativas do ponto de vista político e teológico no mundo cristão em muito tempo.

Houve várias conversões de alto nível, incluindo a do ex-bispo de Londres. Então, por que Michael’s é tão fundamental na vida eclesial e política?

A resposta é que ele formou o centro de um núcleo de resistência evangélica à queda na acomodação progressiva secular da igreja anglicana. Ele foi particularmente franco sobre as sérias consequências de ignorar as implicações de crescimento do Islã e a importância de restringir a definição cristã de casamento à de um homem e uma mulher que pretendem ter filhos.

As conversões episcopais de alto perfil anteriores foram principalmente de anglo-católicos. Era quase esperado deles. Outros encolheram os ombros e os consideraram quase inevitáveis ​​e sem grande surpresa ou mesmo grande importância.

Mas Nazir-Ali é diferente. O caminho que o levou a ser importante, que incluiu ocupar o cargo de Secretário Geral da Sociedade da Missionary Church, foi evangélico. E, é claro, o evangelicalismo é freqüentemente hostil ao catolicismo.

Toda a cultura ocidental está sofrendo uma espécie de guerra civil. É quase uma forma de colapso nervoso cultural e espiritual. Todas as organizações estão sob o ataque do que é denominado de progressivismo, politicamente correto, desperto ou marxismo cultural.

A Igreja é quem mais sofre, pois as divisões são teológicas e espirituais, bem como filosóficas e políticas.

O movimento de protesto conservador global do anglicanismo, “GAFCON”, foi amplamente liderado por Michael Nazir-Ali. Sua voz teológica articulada e bem informada agiu como uma cola para manter ações ortodoxas díspares em todo o mundo anglicano. Sua influência forneceu grande parte da força motriz por trás e manteve unida a revolta Anglicana Conservadora ou Ortodoxa contra a revolução progressiva liderada pela Igreja Episcopal Americana e seguida pelo Arcebispo Justin Welby do Palácio de Lambeth.

O fato de ele ter dado as costas ao movimento de protesto que ajudou a criar é de enorme importância por duas razões em particular.

Em primeiro lugar, é uma indicação de que Nazir-Ali julgou, como outros que se converteram recentemente ao catolicismo, que o cisma da Igreja causado pela Reforma se esgotou. A Igreja não está mais realisticamente dividida pelos argumentos que os reformadores usaram há quinhentos anos. Esses conflitos foram substituídos por um novo, mas não menos significativo, reajustamento cultural e filosófico.

Essa luta convergiu para uma luta entre os resquícios do cristianismo e uma nova onda de ataque do secularismo pelo marxismo (cultural). Ambos representam duas visões utópicas, uma espiritual e outra política, em conflito direto.

Em segundo lugar, na opinião de Nazir-Ali, o anglicanismo foi tão comprometido pelas forças do secularismo progressista que não pode mais ser resgatado.

As implicações disso abalarão os anglicanos em todo o mundo da Comunhão.

O movimento conservador GAFCON que NAzir-Ali ajudou a criar e liderar nasceu para defender o anglicanismo da subversão dos valores progressistas.

O objetivo era reunir várias províncias anglicanas que relutavam em permitir que sua compreensão dos ensinamentos bíblicos sobre gênero e sexualidade fossem desafiados e subvertidos por ataques políticos e culturais que eles consideravam sub ou anticristãos. Mas, dentro desse movimento de protesto, não havia unidade em todo o espectro de visões sobre as duas principais controvérsias que surgiram sobre feminismo e homossexualidade.

O GAFCON personificava a louvável ambição anglicana de compromisso, mas o abismo que estava tentando transpor provou-se muito grande e problemático.

Alguns dos críticos da secularização do Cristianismo identificaram o feminismo como uma ameaça à revelação bíblica da paternidade de Deus. Eles afirmam que o movimento pela ordenação de mulheres carregava consigo as armas do relativismo, uma dependência do secularismo e uma antipatia psicológica e política pelo patriarcado que tornava inacessível a experiência da “paternidade de Deus”. Eles resistiram em fidelidade à Bíblia e à tradição da Igreja.

Incapaz de chegar a unanimidade sobre este assunto, GAFCON foi capaz de pelo menos concordar com uma moratória sobre a questão das mulheres bispos. E assim a guerra civil que o feminismo causou poderia ser amplamente adiada.

Mas recentemente a moratória foi quebrada por progressistas dentro do movimento que não puderam ou não quiseram manter seu compromisso com a moratória. Com a ordenação de seis mulheres bispos em diferentes províncias, a reivindicação de compromisso não era mais possível.

Tampouco foi mais fácil definir e defender o acordo sobre como manter a linha de bênção para casais do mesmo sexo.

Apenas recentemente uma igreja de alto perfil pertencente à conservadora Igreja Anglicana na América do Norte, e GAFCON, mudou para um grupo mais progressista, mudando de idéia sobre a bênção gay. Nem a ACNA nem o GAFCON conseguiram encontrar um mecanismo teológico para convencer os indecisos da autenticidade cristã da posição conservadora.

O que esta crise revelou é que faltou ao anglicanismo uma ferramenta essencial para a luta contra o relativismo, o Magistério.

O cisma e o relativismo poderiam ter sido evitados confiando na mente teológica e espiritual coletiva que emergiu ao longo dos séculos para definir a fé e oferecer uma interpretação autêntica da compreensão da Igreja de seus textos fundadores.

Michael Nazir-Ali descobriu que suas tentativas de manter a aliança conservadora de compromisso fracassaram sem esse mecanismo católico essencial para definir a verdade e a autoridade.

Em seu e-mail para um amigo explicando sua decisão, ele escreveu: “Eu acredito que o desejo anglicano de aderir aos ensinamentos apostólicos, patrísticos e conciliares pode ser melhor mantido no ordinariato (católico).”

Esta frase representa um código condensado que precisa ser quebrado para ser compreendido.

Nesse código, ele expressa sua opinião de que não se pode mais confiar no anglicanismo para manter seus laços com a mente histórica da Igreja.

“Apostólica” significa a preferência pela interpretação da Igreja primitiva dos textos bíblicos sobre aqueles da cultura contemporânea.

“Patrística” se refere à prioridade dos julgamentos e valores teológicos dos primeiros cinco séculos, quando eles diferem dos julgamentos dos últimos cinco séculos.

“Concílio” refere-se à autoridade dos primeiros Concílios Ecumênicos da Igreja Unida antes do cisma de 1054. Os 39 Artigos da Igreja da Inglaterra insistem que algumas decisões desses concílios estavam erradas. Nazir-Ali rejeita esta posição e aceita a visão do Catolicismo e da Ortodoxia desafiando o protesto da Reforma. Estes Concílios Ecumênicos e sua interpretação dos textos bíblicos constituem o coração da compreensão que a Igreja tem de si mesma e constituem uma parte fundamental do Magistério.

A decisão do bispo Nazir-Ali também terá o efeito de fortalecer consideravelmente a reputação do ordinariato na Inglaterra. A Church Militant citou um comentarista ordinariato cuja visão era que “Lord Nazir-Ali é o convertido de maior destaque da Igreja da Inglaterra para a Igreja de Roma nos últimos cem anos, provavelmente desde a conversão do gigante intelectual Monsenhor Ronald Knox.” .

“Michael é um dos intelectos mais prodigiosos de nosso tempo, um apologista heróico da fé, um baluarte contra o Islã radical, um aguçado comentarista cultural, um pregador persuasivo, um evangelista apaixonado do mais alto calibre e um poeta e lingüista brilhante. “, escreveu.

O Bispo Nazir-Ali disse: “Minha esperança é que esta herança seja capaz de trazer as riquezas da liturgia anglicana, estudo da Bíblia, compromisso pastoral com a comunidade, métodos de fazer teologia moral, hinos e muitas outras coisas não. Apenas para o Ordinariato, mas, além disso, para a Igreja em geral ”

A conversão do bispo Nazir-Ali ao catolicismo não é apenas um movimento de maior visibilidade do que o que se tornou da periferia do cristianismo para o centro. É um convite a uma reconfiguração séria dos indivíduos e organizações cristãs em uma nova aliança contra o secularismo hostil. Convida a Igreja em geral a dar as costas à crise que surgiu há cinco séculos, mas já não é atual.

E talvez o mais importante seja um movimento pessoal caro para restaurar a unidade da Igreja dentro da tradição petrina e apostólica que primeiro evangelizou o Ocidente.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

A Igreja era a favor da escravidão?

Crédito: Editora Cléofas

A Igreja era a favor da escravidão?

No Brasil, o papel da Igreja frente à escravatura, preparou a libertação dos escravos.

Esta é uma inverdade propagada por algumas pessoas que não conhecem a história da Igreja.

Basta ver alguns documentos da Igreja para comprovar que a Igreja sempre combateu a escravidão de negros e índios.

Desde o primeiro século a Igreja defendeu os escravos; basta ler a carta de São Paulo a Filêmon, defendendo o irmão Onésimo, escravo, junto a seu senhor: “Se ele se apartou de ti por algum tempo, foi sem dúvida para que o pudesses reaver para sempre. Agora, não já como escravo, mas bem mais do que escravo, como irmão caríssimo, meu e sobretudo teu, tanto por interesses temporais como no Senhor. Portanto, se me tens por amigo, recebe-o como a mim” (15-17).

Sabemos que cerca de 2/3 da população de Roma era de escravos, que eram considerados uma “coisa”, que podia ser vendida e comprada, mal tratada e até morta. Quando o cristianismo chegou a Roma, redimiu o escravo; disse-lhe: “Você é um filho amado de Deus, tem a mesma dignidade humana de teu senhor!”. Por isso os escravos amaram o cristianismo e a Igreja e muitos foram mártires como Santa Blandina em Lion, Santa Felicidade em Cartago, Santa Bakita… e muitos outros.

Os escravos foram grandes defensores e propagandistas do cristianismo no Império Romano; pois os imperadores cristãos, desde Constantino (†330), proibiram que os escravos fossem obrigados a lutar nas arenas romanas como gladiadores até a morte. E a Igreja acolheu e defendeu os escravos em muitos direitos.

Na América do Sul os jesuítas, franciscanos, dominicanos, agostinianos, foram os grandes amigos e defensores dos índios e dos escravos contra os seus exploradores. As chamadas “Reduções” no Paraguai, eram comunidades dos jesuítas, com milhares de índios que ali eram protegidos contra a escravidão, e recebiam educação e evangelização.

O Papa Paulo III (1534-1549), na Bula “Veritas Ipsa” (1537), condena a escravidão:

“O comum inimigo do gênero humano, que sempre se opõe as boas obras para que pereçam, inventou um modo, nunca dantes ouvido, para estorvar que a Palavra de Deus não se pregasse aso gentios, nem eles se salvassem. Para isso moveu alguns ministros seus que, desejosos de satisfazer as suas cobiças, presumem afirmar a cada passo que os índios das partes ocidentais e meridionais e as mais gentes que nestes nossos tempos tem chegado à nossa notícia, hão de ser tratados e reduzidos a nosso serviço como animais brutos, a título de que são inábeis para a Fé católica, e, com pretexto de que são incapazes de recebe-la, os põem em dura servidão em que têm suas bestas, apenas é tão grande como aquela com que afligem a esta gente.

Pelo teor das presentes determinamos e declaramos que os ditos índios e todas as mais gentes que aqui em diante vierem a noticia dos cristãos, ainda que estejam fora da fé cristã, não estão privados, nem devem sê-lo, de sua liberdade, nem do domínio de seus bens, e não devem ser reduzidos a servidão”.

Esta A Bula de Paulo III teve grande efeito, a 30 de julho de 1609 El-Rey promulgou lei que abolia por completo a escravidão indígena:

“Declaro todos os gentios daquelas partes do Brasil por livres, conforme o direito e seu nascimento natural, assim os que já foram batizados e reduzidos a nossa Santa fé católica, como os que ainda servirem como gentios, conforme a pessoas livres como são”.

Aos 24 de abril de 1639 o Papa Urbano VIII (1623-1644) publicou o Breve “Commissum Nobis”, incutindo a liberdade dos índios da América. No seu Breve, o Papa ordenava, sob pena de excomunhão reservada ao Pontífice, que ninguém prendesse, vendesse, trocasse, doasse ou tratasse como cativos os índios da terra.

O segundo bispo do Brasil, D. Pedro Leitão (1559-1573), assinou aos 30 de julho de 1566, na Bahia, com o Governador Mem de Sá e o Ouvidor Dr. Brás Fragoso, uma junta em defesa dos índios; defendia-os contra os abusos dos brancos e dava maior apoio aos aldeamentos instaurados pelos jesuítas.

Pe. Antônio Vieira (1608-1697), assumiu posição de censura aberta aos patrões. Disse ele:

“Saibam os pretos, e não duvidem, que a mesma Mãe de Deus é Mãe sua… porque num mesmo Espírito fomos batizados todos nós para sermos um mesmo corpo, ou sejamos judeus ou gentios, ou servos ou livres” (Sermão XIV).

“Nas outras terras, do que aram os homens e do que fiam e tecem mulheres se fazem os comércios: naquela (na África) o que geram os pais e o que criam a seus peitos as mães, é o que se vende e compra. Oh! trato desumano, em que a mercadoria são homens! Oh! mercancia diabólica, em que os interesses se tiram das almas alheias e as riscos são das próprias!” (Sermão XXVII).

Na Bula “Immensa Pastorum”, de 1741, o Papa Bento XIV (1740-1758) condenou a escravidão. O Papa Gregório XVI (1831-1846) em 3.12.1839 disse: “Admoestamos os fiéis para que se abstenham do desumano tráfico dos negros ou de quaisquer outros homens que sejam”.

O Papa Leão XIII (1878-1903), disse na Carta “In Plurimis”, em 5.5.1888 aos bispos do Brasil:

“E profundamente deplorável a miséria da escravidão a que desde muitos séculos está sujeita uma parte não pequena da família humana”.

No Brasil,o papel da Igreja frente à escravatura, preparou a libertação dos escravos, assinada finalmente em 13/05/1888 pela Regente, Princesa Isabel. A fim de comemorar este evento, o Papa Leão XIII enviou à Princesa a Rosa de Ouro, sinal de distinção e benevolência de Sua Santidade.

Bibliografia utilizada:

Revista “Pergunte e Responderemos”, D. Estevão Bettencourt: N. 448/1999 – pg. 399-409; Nº 318 – Ano 1988 – Pág. 509; N. 267/1983, pp. 106-132; N. 274/1984, pp. 240-247.

Terra, João Evangelista Martins, “A Igreja e o Negro no Brasil”. Ed. Loyola 1983.

Bíblia, Igreja e Escravidão. Coordenador João Evangelista Martins Terra S. J. Ed. Loyola 1983.

Fonte: https://cleofas.com.br/

Seminário brasileiro on-line aborda prevenção de abuso sexual na Igreja

Dante Aragón e Clara Matuque, membros de Reconciliatio.
Foto: Reconciliatio

REDAÇÃO CENTRAL, 06 nov. 21 / 06:00 am (ACI).- Com o tema “Igreja e Prevenção”, a associação Reconciliatio fará em 27 de novembro um seminário gratuito sobre o que a Igreja vem realizando em relação aos abusos e questões relacionadas ao assunto, a fim de promover uma cultura de prevenção. “Há uma cultura de que quando acontece o problema comigo eu busco resolver. O que estamos tentando trabalhar no que chamamos de cultura de prevenção é que as pessoas entendam para que nem venha a acontecer o problema”, disse a psicóloga e membro de Reconciliatio, Clara Matuque.

A Reconciliatio é uma associação que teve início em 2012, em Petrópolis (RJ), coordenada por uma equipe interdisciplinar de profissionais dedicados a pensar e intervir em prol do desenvolvimento integral da pessoa. Seus coordenadores são membros do Movimento de Vida Cristã. Dentro dos trabalhos realizados, um deles é o programa de prevenção de abuso sexual e promoção de ambientes seguros para crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis.

Segundo Dante Aragón, um dos membros da associação, com a pandemia de covid-19, começaram os cursos on-line, que tiveram grande alcance. “Isso nos levou a seguir oferecendo cursos, mas também a colocar como objetivo organizar ao menos um evento gratuito anual para ter alcance maior para pessoas que queiram se formar mais, como também para pessoas que queremos que comecem a se interessar pelo tema, principalmente dentro da Igreja”, disse.

Nos últimos anos, disse Aragón, Reconciliatio ministrou “cursos para pastoral da família, seminaristas, padres, instituições que trabalham com crianças, ONGs católicas”.

“E vemos a necessidade de todos trabalharem a prevenção”. Aragón lembrou que o papa Francisco afirma que o problema dos abusos deve ser enfrentado por todos. “Por isso que o papa se refere tanto ao povo de Deus quando acontece algum caso. Por exemplo, no caso dos abusos na França, ele não diz ‘clero da França’, ele se dirige ao povo de Deus”, afirmou.

Para Clara Matuque, a proporção que o trabalho tomou se deu por causa da “grande demanda e carência de informação nesse sentido”. “O papa Francisco fala que o papel é de todos nós, a Igreja somos todos nós. Através de nossa profissão, daquilo que temos estudado ao longo desses anos, estamos entendendo como um chamado, uma missão de levar esse conteúdo para as pessoas”, disse.

“As pessoas estão começando a perceber este chamado do papa Francisco de trabalhar a prevenção e de não medir esforços para isso, de organizar, estruturar suas paróquias e dioceses para que possam receber possíveis vítimas para, além de ter um espaço de acolhimento, conhecer sobre o tema para saber como agir”, disse Clara. Para a psicóloga, no Brasil especificamente, é possível observar duas questões: “como identificar uma vítima, o que fazer para construir um ambiente seguro, o que fazer quando essa vítima revela o abuso, que caminhos vamos seguir, porque cruza com a questão civil, jurídica; e o que fazer com o agressor”.

“Todo esse fenômeno têm que ser enfrentado sim e compreender o abusador também, não só os aspectos pessoais, que poderia ser a pedofilia, mas também os circunstanciais e até o sistêmico da Igreja, as coisas que a Igreja tem que melhorar no seu sistema para evitar que esses abusos aconteçam”, disse Aragón.

O tema “Igreja e Prevenção” será abordado durante o seminário sob a seguinte “chave de leitura”: “uma aproximação interdisciplinar e sinodal aos abusos sexuais”. Segundo Dante Aragón, durante esses anos de trabalho, foi possível perceber “a importância desse diálogo interdisciplinar, com a psicologia, o direito canônico, a pedagogia...”.

Afirmou ainda a questão da sinodalidade vem antes mesmo do tema do sínodo inaugurado pelo papa Francisco este mês no Vaticano, que acontecerá em três fases e será concluído em 2023, com o tema “Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão". “Antes do tema do sínodo este trabalho dos abusos sexuais era um dos que exigiam mais a sinodalidade. Para nós, é uma grande alegria ter esse sínodo”, declarou. Nesse sentido, destacou a participação de “especialistas em direito canônico, psicólogos, além da visão de dois bispos”. “Eles já têm algumas reflexões, trabalhos e vamos tentar dar este tom sobre a sinodalidade e a interdisciplinaridade. Claro, sempre com o foco na proteção e cuidado das vítimas e também na compreensão do abusador”, contou.

Segundo Clara Matuque, o evento também terá o apoio de outros grupos que têm trabalhado a prevenção do abuso na Igreja. “Temos entendido essa comunhão em prol de um objetivo comum que é a prevenção. Estamos buscando o caminho de unidade e um evento como este é muito oportuno para esta ocasião de comunhão para os que têm interesse no tema e para quem não conhece, mas percebe a necessidade de saber mais do assunto”. Entre os apoiadores do evento estão a Associação Brasileira de Apostolado (ABA), a Diocese de Petrópolis (RJ) e o Núcleo Lux Mundi.

Participarão do seminário irmã Maria Denise, a secretária e psicóloga da Comissão de Tutela e Prevenção de Menores e Pessoas vulneráveis na arquidiocese de Porto Alegre (RS); a canonista Claudia Giampietro; padre Fabiano Schwanck Colares, coordenador da Comissão Especial Arquidiocese de Promoção e Tutela de Criança, Adolescente e Pessoas Vulneráveis da arquidiocese de Porto Alegre; Dante Aragón, mestre em psicologia, com capacitação em prevenção pelo Centro de Investigação e Formação Interdisciplinar para a Proteção do Menor (CEPROME); o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), dom Antônio Augusto Dias Duarte; e o bispo de Petrópolis, dom Gregório Paixão.

Para Clara Matuque, além dos especialistas, a presença de dois bispos será importante pois “são os pastores, as pessoas que chamam e mostram para o rebanho que aquele é o caminho, o que deve ser ouvido, ou seja, elas precisam também estar nesses espaços”.

O seminário “Igreja e Prevenção: Uma aproximação interdisciplinar e sinodal aos abusos sexuais” será on-line, no dia 27 de novembro, das 9h às 17h. Para realizar a inscrição, basta acessar o link: bit.ly/seminarioigrejaeprevencao1.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa no Angelus: libertar a fé dos laços com o dinheiro

Papa Francisco | Vatican News

"Ela fica sem nada, mas encontra em Deus o seu tudo. Ela não teme perder o pouco que tem, porque tem confiança no muito de Deus, que multiplica a alegria de quem dá. Eis então que Jesus a propõe como mestra de fé: não vai ao Templo para colocar em dia a consciência, não reza para ser vista, não ostenta a sua fé, mas dá com o coração, com generosidade e gratuidade."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

“Suas moedas têm um som mais bonito do que as grandes ofertas dos ricos, porque expressam uma vida dedicada a Deus com sinceridade, uma fé que não vive de aparências, mas da confiança incondicional”. A pobre viúva, uma mestra da fé, um modelo a ser seguido para assim sermos curados da hipocrisia, doença perigosa da alma.

A passagem do Evangelho de Marcos (Mc 12, 38-44) proposta pela liturgia do dia, apresenta um contraste gritante: de um lado os ricos, que dão o que é supérfluo para serem vistos, e de outro uma “pobre mulher que, sem aparecer, oferece todo o pouco que tem. Dois símbolos de comportamentos humanos”.

A pobre viúva, um modelo

A cena, explicou o Papa aos milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro, “se passa dentro do Templo de Jerusalém. Jesus olha o que acontece neste lugar, o mais sagrado de todos, e vê como os escribas gostam de caminhar para ser notados, saudados e reverenciados e ter lugares de honra”. Contemporaneamente, “seus olhos vislumbram outra cena: uma pobre viúva, precisamente uma daquelas exploradas pelos poderosos, coloca no tesouro do Templo tudo o que tinha para viver":

O verbo “guardar” – diz Francisco – vai resumir o ensino de Jesus sobre estas duas cenas, ou seja, devemos nos guardar daqueles que vivem a fé com duplicidade, como aqueles escribas, “para não nos tornarmos como eles”, mas olhar para a viúva e “tomá-la como modelo”. “Detenhamo-nos nisto – enfatizou o Papa - guardar-se dos hipócritas e olhar para a pobre viúva”:

Antes de tudo, guardar-se dos hipócritas, isto é, estar atentos para não basear a vida no culto da aparência, da exterioridade, no cuidado exagerado da própria imagem. E, sobretudo, estar atentos para não submeter a fé aos nossos interesses.

O mal do clericalismo

O Papa explica que aqueles escribas cobriam com o nome de Deus a própria vanglória, mas pior ainda, “usavam a religião para administrar seus negócios, abusando de sua autoridade e explorando os pobres”. Um mau comportamento "que também hoje vemos em tantos cargos, em tantos lugares. O clericalismo, este estar acima dos humildes, explorá-los, pisar neles, sentir-se perfeitos. Este é o mal do clericalismo":

É uma advertência para todos os tempos e para todos, Igreja e sociedade: nunca tirar proveito da própria posição para pisar sobre os outros, nunca ganhar à custa dos mais fracos! E vigiai, para não cair na vaidade, para que não aconteça de nos fixarmos nas aparências, perdendo a substância e vivendo na superficialidade.

Hipocrisia, doença perigosa da alma

Francisco convida então a nos perguntarmos: “naquilo que dizemos e fazemos, queremos ser apreciados e gratificados ou prestar um serviço a Deus e ao próximo, especialmente aos mais fracos?”. E alerta: Vigiemos as falsidades do coração, a hipocrisia, que é uma doença perigosa da alma!”:

É um pensar duplo, um julgar duplo, como diz a própria palavra: “julgar por baixo”, aparecer de uma forma e “hipo”, sob, ter outro pensamento. Duplos, pessoas com almas duplas, duplicidade de alma.

Libertar o sagrado dos laços do dinheiro

E para sermos curados dessa doença, “Jesus nos convida a olhar para a pobre viúva”. “O Senhor – enfatizou o Pontífice - denuncia a exploração desta mulher que, para fazer a oferta, deve voltar para casa privada até mesmo do pouco que tem para viver”:

Como é importante libertar o sagrado dos laços com o dinheiro! Jesus já havia dito, em outro lugar: não se pode servir a dois senhores. Ou serves a Deus - e nós pensamos que diga "ou o diabo", não - ou Deus ou o dinheiro. É um senhor.

Mas, ao mesmo tempo - acrescenta Papa - Jesus elogia o fato de que essa viúva coloca tudo o que tem no tesouro:

Ela fica sem nada, mas em Deus encontra o seu tudo. Ela não teme perder o pouco que tem, porque tem confiança no muito de Deus, e este muito de Deus multiplica a alegria de quem dá.

Isso remete a outra viúva, àquela do Profeta Elias, que estava para preparar uma focacia com o que lhe restava de óleo e farinha. Mesmo assim deu de comer a Elias, "e a farinha nunca irá diminuir, um milagre! - exclamou Francisco -. O Senhor sempre, diante da generosidade das pessoas, vai além, é mais generoso. Mas é Ele, não a nossa avareza.

Mestra da fé

Assim, “Jesus propõe como mestra de fé esta senhora: não vai ao Templo para colocar em dia a consciência, não reza para ser vista, não ostenta a sua fé, mas dá com o coração, com generosidade e gratuidade”:

Suas moedas têm um som mais bonito do que as grandes ofertas dos ricos, porque expressam uma vida dedicada a Deus com sinceridade, uma fé que não vive de aparências, mas da confiança incondicional. Aprendamos com ela: uma fé sem ornamentos externos, mas sincera por dentro; uma fé feita de amor humilde a Deus e aos irmãos.

E agora nos dirijamos à Virgem Maria, que com o coração humilde e transparente fez de toda a sua vida um dom para Deus e para o seu povo.

https://youtu.be/Jd-ZsT_oHKE

Fonte: https://www.vaticannews.va/

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

Dom Paulo Cezar Costa / Arcebispo de Brasília

A santidade, vocação de todos

Neste domingo, celebramos a solenidade de todos os santos, onde rememoramos tantas pessoas que viveram conosco, sentaram nos nossos bancos e que estão na felicidade eterna de Deus, que já estão com Deus. “… Antes de ser uma definição moral, a santidade define o ser de Deus e o ser do homem, com o qual Deus está em contínua relação de amor (M. Grilli, In ascolto della Voce, 245). Existem muitos caminhos de santidade, mas todos provem da relação profunda com Deus, onde Ele vai transformando o ser humano em criatura nova, capaz de viver aberta e em profunda relação com Deus e com os outros. A santidade nos mostra que este mundo em que vivemos não é o definitivo da nossa vida, mas Deus.

O Evangelho nos apresenta o texto das bem-aventuranças (Mt 5, 1-12). As bem – aventuranças não são normas para levar a vida segundo a Lei, mas é proclamação de felizes a pessoas que se encontram em situações bem concretas de vida por fidelidade a Jesus Cristo e ao seu Reino. É um discurso de Jesus dirigido aos discípulos, àqueles que o seguem, que se tornaram discípulos de Jesus. As bem aventuranças expressam a fidelidade do discípulo a Jesus Cristo e ao seu Evangelho, por isso é pobre, promove a justiça, é misericordioso, é puro de coração, promove a paz, é perseguido por causa da justiça. As bem aventuranças terminam proclamando felizes os discípulos (as) quando são perseguidos, caluniados e sofrem por causa do nome de Jesus Cristo.  As bem aventuranças prometem uma recompensa no futuro. Somente em duas delas o verbo está no presente: “Bem aventurados os pobres em espírito por que deles é o Reino dos Céus” (Mt 5, 3) e “bem aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, por que deles é o Reino dos Céus” (Mt 5, 10). Nos outros casos, o verbo se encontra no futuro, onde a recompensa será futura, na eternidade de Deus.

As bem-aventuranças propõe um caminho de perfeição, de santidade para nós. Papa Francisco afirma que “Nelas está delineado o rosto do Mestre, que somos chamados a deixar transparecer no dia- a –dia da nossa vida”(Papa Francisco, Gaudete et Exsultate, 63). Elas não são um compromisso leve ou superficial, elas só podem ser vividas com a ajuda do Espírito que nos liberta de nós mesmos e nos insere na dinâmica de Cristo, da realização da vontade de Cristo. Elas nos ajudam a irmos saindo do nosso egoísmo e a assumirmos o caminho do amor, a sairmos de nós mesmos na direção de grandes ideais.

Quando contemplamos os santos e santas, percebemos que buscar a vida bem aventurada exige vencermos constantemente o nosso egoísmo. Quem não se admira com um heroísmo de São Francisco de Assis, Com a vida de Santa madre Tereza, com a vida de Santa Dulce dos pobres. Quem não se encanta com a vida desses santos? Eles e elas mostram para nós que a santidade é um caminho para todos, pois o ser humano trás em si um apelo à perfeição, à superação de si mesmo, seja no aspecto profissional, na vida acadêmica, na dimensão humana, etc. A santidade é a resposta àquele que nos criou por amor e nos salva por amor. Deixemos a santidade ir tomando forma na nossa vida, façamos das bem-aventuranças realidade na nossa vida através de pequenos gestos na vida do dia a dia.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

São Vilibrardo

S. Vilibrardo | arquisp
07 de novembro

São Vilibrordo (ou Vilibrardo)

Um monge beneditino, de pequena estatura, olhos profundos e vivos, mas de franzina e delicada constituição, compartilha com são Bonifácio o mérito de ter evangelizado a Germânia transrenana: é Vilibrordo, inglês da Nortúmbria, formado espiritualmente na Irlanda, na escola do abade Egberto, e em Ripon, uma verdadeira forja de santos.

Depois do insucesso da primeira missão, Vilfrido enviou à Frísia um grupo de 11 missionários, encabeçados pelo enérgico e corajoso Vilibrordo. O primeiro impacto com a região germânica teria desencorajado quem a ela tivesse chegado com outros fins que não fossem os de levar a mensagem evangélica aos pagãos.

Os 12 missionários desembarcaram na confluência do Escaut, entre brejos malsãos e guerreiros em debandada depois do vitorioso avanço de Pepino de Heristal, que, ao derrotar o rei Radbod, apossou-se da hostil região nórdica. Uma vitória providencial também para Vilibrordo, que pôde dirigir-se ao interior da Germânia e estabelecer contato com as populações pagãs.

Antes, porém, de dar início à evangelização, Vilibrordo quis ter o beneplácito do papa. A devoção ao papa será um sinal distintivo deste tenaz e leal “apóstolo”.

Ao voltar de Roma com o encorajamento de Sérgio I, Vilibrordo escolheu Antuérpia como ponto de partida para a irradiação das futuras missões. Antes de coordenar uma importante fundação, como criar uma nova diocese na Frísia, Vilibrordo dirigiu-se uma vez mais a Roma. E encontrou desta vez um novo papa, Gregório II, que o ordenou bispo com o nome de Clemente. Em 698, Vilibrordo fundou em Luxemburgo o mosteiro de Echternach, como ponto avançado das futuras expedições missionárias, que a partir daquele momento seria difícil enumerar.

Homem de ação e de oração, ele encarna o típico monge-abade-bispo beneditino, excelente organizador, com um acentuado senso da autoridade central. A ele se deve, de fato, a criação de bispos auxiliares que evitassem o fracionamento das várias Igrejas, com prejuízo de uma conjunta e mais incisiva atividade missionária. Morreu na abadia de Echternach, onde são venerados os seus restos mortais.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sábado, 6 de novembro de 2021

COP26: bispos da Amazônia pedem "compromissos urgentes e audaciosos"

Indígena - Amazônia | Vatican News

Os bispos da Amazônia divulgam vídeo pedindo aos líderes mundiais presentes na COP26 para que ouçam "o grito da mãe Terra e dos pobres".

Vatican News

Os bispos da Amazônia divulgaram nesta sexta-feira (5) um vídeo com um apelo aos líderes mundiais presentes na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) para que ouçam "o grito da mãe Terra e dos pobres que sofrem com os efeitos das mudanças climáticas". 

No vídeo, os bispos pedem “compromissos urgentes e audaciosos” para combater as mudanças climáticas e proteger a Amazônia e que “pressionem o governo brasileiro que se comprometa efetivamente com a defesa dos povos originários, das florestas e das águas”.  

Assista ao vídeo:

https://youtu.be/gl_MGk4c7J4

Saiba mais: https://bit.ly/3CQPW3I

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF