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segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Santo Alberto Magno

S. Alberto Magno | Convento da Penha
15 de novembro
Santo Alberto Magno

Origens

Alberto nasceu em 1206, pertencendo à poderosa e influente família Bolsadt, na Alemanha. Além desses atributos, sua família era nobre, rica, cristã e tinha uma importante tradição militar. Alberto manifestou piedade religiosa desde a infância e recebeu uma educação primorosa e aguçada.

Formação acadêmica

Com apenas dezesseis anos, Alberto foi morar e estudar na Universidade de Pádua, Itália. Lá, confiou-se aos cuidados da Virgem Maria e dedicou-se aos estudos. Completou brilhantemente os estudos superiores, destacando-se em todas as ciências. Porém, tinha dificuldade em Teologia.

A Virgem Maria o ajuda

Santo Alberto sentia-se chamado para a vida religiosa. Porém, quase desistiu porque tinha dificuldades no estudo da teologia. Ele só não desistiu porque Nossa Senhora o fez perseverar. Sendo muito devoto da Virgem Maria, durante seus momentos de oração ela o aconselhou a perseverar apesar da dificuldade e a não desistir. Ele não desistiu e passou a perseguir a união entre ciência e fé. E dizia: "Minha intenção última está na ciência de Deus".

Dominicano

No ano 1229, Santo Alberto emitiu seus votos como frade dominicano pregador. A partir daí, ensinou nos principais centros culturais da Europa, como Itália, França e Alemanha. Na cidade de Paris, sua sabedoria e carisma atraíram tantos alunos e discípulos, que ele teve que dar aulas em praça pública.

Cientista

Santo Alberto é, com razão, aclamado como um dos maiores sábios de todos os tempos. Dominando Filosofia e Teologia, teve como discípulo nessas matérias São Tomás de Aquino. Mas seu saber se estendia também às ciências naturais. Ele foi mestre em física, química, estudou astronomia, mineralogia, meteorologia, botânica e zoologia. Escreveu livros sobre navegação, tecelagem, agricultura. Tão espantoso acúmulo de saber não o impediu de ser um humilde Frei dominicano, piedoso e obediente.

Bispo

Nomeado bispo de Regensburg, Santo Alberto revelou-se pastor cheio de zelo e exemplar. Porém, logo que foi possível, pediu dispensa dessas funções episcopais. Ele queria voltar para sua cela de humilde monge e à vida de professor na Universidade de Colônia. Mais tarde passou a ser chamado de Doutor Universal. Grande teólogo e filósofo, ele dedicou sua vida à busca do encontro entre ciência e fé. Por outro lado, destacou-se pela humildade e caridade.

Missão na Igreja

Estando Santo Alberto perto de completar setenta anos, o papa Urbano IV o incumbiu de liderar as cruzadas que aconteciam na Alemanha e na Boêmia. No ano 1274, teve participação importantíssima e decisiva na aproximação e união efetiva entre a Igreja grega e a latina. Isso aconteceu no segundo Concílio de Lyon, na França.

Morte

Três anos antes de falecer, santo Alberto Magno começou a apresentar perda de memória. Prevendo, talvez, perder o domínio de si, mandou construir seu próprio túmulo. Desde então, passou a rezar o ofício dos mortos diariamente. Assim, faleceu serenamente. Era o dia 15 de novembro de 1280. O papa Pio XI celebrou sua canonização e deu a ele o título de doutor da Igreja em 1931. Em 1941, o papa Pio XII deu a ele o título de Padroeiro dos estudiosos das ciências naturais.

Oração a Santo Alberto Magno

Dá-me, Senhor, um espírito aberto e compreensivo como aquele que concedeste a Santo Alberto. E também, como a ele, dá-me a graça de abarcar parte de teu mistério com minha inteligência. E que tudo isso me sirva para iniciar uma vida de oração constante e agradável em tua presença. Que Assim Seja. Amém. Santo Alberto Magno, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

domingo, 14 de novembro de 2021

Os Santos Padres da Igreja

Editora Cléofas
OS SANTOS PADRES DA IGREJA

Chamamos de «Padres da Igreja» (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja, aproximadamente do século II ao século VII, que foram no Oriente e no Ocidente como que «Pais» da Igreja, no sentido de que foram eles que firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de certa forma foram responsáveis pelo que chamamos hoje de Tradição da Igreja; sem dúvida, são a sua fonte mais rica.

Certa vez disse o Cardeal Henri de Lubac:

«Todas as vezes que, no Ocidente tem florescido alguma renovação, tanto na ordem do pensamento como na ordem da vida – ambas estão sempre ligadas uma à outra – tal renovação tem surgido sob o signo dos Padres.»

Abaixo está apresentada uma relação, ainda que incompleta, desses gigantes da fé e da Igreja, que souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou através dos Apóstolos.

  1. S. Clemente de Roma (†102), Papa de Roma (88 – 97)
  2. Santo Inácio de Antioquia (†110)
  3. Aristides de Atenas (†130)
  4. São Policarpo de Esmira (†156)
  5. Pastor de Hermas (†160)
  6. Aristides de Atenas (†160)
  7. São Hipólito de Roma (160 – 235)
  8. São Justino (†165)
  9. Militão de Sardes (†177)
  10. Atenágoras (†180)
  11. São Teófilo de Antioquia (†181)
  12. Orígenes de Alexandria (184 – 254)
  13. Santo Ireneu (†202)
  14. Tertuliano de Cartago (†220)
  15. São Clemente de Alexandria (†215)
  16. Metódio de Olimpo (sec.III)
  17. São Cipriano de Cartago (210-258)
  18. Novaciano (†257)
  19. São Atanásio de Alexandria(295 -373)
  20. São Efrém – (306 – 373), diácono, Mesopotânia
  21. São Hilário de Poitiers – bispo (310 – 367)
  22. São Cirilo de Jerusalém, bispo (315 – 386)
  23. São Basílio Magno, bispo (330 – 369) – Cesaréia
  24. São Gregório Nazianzeno – (330 – 379), bispo
  25. São Ambrósio – (340 – 397), bispo, Treves – Itália
  26. Eusébio de Cesaréia (340)
  27. São Gregório de Nissa (340)
  28. Prudêncio (384 – 405)
  29. São Jerônimo (348 – 420), presbítero Strido, Itália
  30. São João Cassiano (360 – 407)
  31. São João Crisóstomo – (349 – 407), bispo
  32. São Agostinho – (354 – 430), bispo
  33. Santo Efrém (†373)
  34. Santo Epifânio (†403)
  35. São Cirilo de Alexandria – (370 – 442), bispo
  36. São Pedro Crisólogo – (380 – 451), bispo, Itália
  37. São Leão Magno (400 – 461), papa de Roma – Toscana, Itália
  38. São Paulino de Nola (†431) – Sedúlio (sec V)
  39. São Vicente de Lerins (†450)
  40. São Pedro Crisólogo (†450)
  41. São Bento de Núrcia (480 – 547)
  42. São Venâncio Fortunato (530-600)
  43. São Ildefonso de Toledo (617 – 667)
  44. São Máximo Confessor (580-662)
  45. São Gregório Magno (540 – 604), Papa de Roma
  46. São Ildefonso de Sevilha (†636)
  47. São Germano de Constantinopla – (610-733)
  48. São João Damasceno (675 – 749), bispo, Damasco

Conheça um pouco daquilo que esses grandes Padres da Igreja escreveram; isto nos ajudará a compreender melhor o que é a Sagrada Tradição da Igreja. Veremos de onde vem a fonte de tudo aquilo que cremos e vivemos na Igreja […]

São Clemente de Roma (†102), Papa (†88 – 97), foi o terceiro sucessor de São Pedro, nos tempos dos imperadores romanos Domiciano e Trajano (92 a 102). No depoimento de Santo Ireneu “ele viu os Apóstolos e com eles conversou, tendo ouvido diretamente a sua pregação e ensinamento” (Contra as heresias).

Santo Inácio de Antioquia (†110) foi o terceiro bispo da importante comunidade de Antioquia, fundada por São Pedro. Conheceu pessoalmente São Paulo e São João. Sob o imperador Trajano, foi preso e conduzido a Roma onde morreu nos dentes dos leões no Coliseu. A caminho de Roma escreveu Cartas às igreja de Éfeso, Magnésia, Trales, Filadélfia, Esmirna e ao bispo S. Policarpo de Esmirna. Na carta aos esmirnenses, aparece pela primeira vez a expressão “Igreja Católica”.

Aristides de Atenas (†130) foi um dos primeiros apologistas cristãos; escreveu a sua Apologia ao imperador romano Adriano, falando da vida dos cristãos.

São Policarpo (†156) foi bispo de Esmirna, e uma pessoa muito amada. Conforme escreve Santo Irineu, que foi seu discípulo, Policarpo foi discípulo de São João Evangelista. No ano 155 estava em Roma com o Papa Niceto tratando de vários assuntos da Igreja, inclusive a data da Páscoa. Combateu os hereges gnósticos. Foi condenado à fogueira; o relato do seu martírio, feito por testemunhas oculares, é documento mais antigo deste gênero (publicado neste livro).

Hermas (†160) era irmão do Papa São Pio I, sob cujo pontificado escreveu a sua obra Pastor. suas visões de estilo apocalíptico.

Didaquè (ou Doutrina dos Doze Apóstolos) é como um antigo catecismo, redigido entre os anos 90 e 100, na Síria, na Palestina ou em Antioquia. Traz no título o nome dos doze Apóstolos. Os Padres da Igreja mencionaram-na muitas vezes. Em 1883 foi encontrado um seu manuscrito grego.

São Justino (†165), mártir nasceu em Naplusa, antiga Siquém, em Israel; achou nos Evangelhos “a única filo proveitosa”, filósofo, fundou uma escola em Roma. Dedicou a sua Apologias ao Imperador romano Antonino Pio, no ano 150, defendendo os cristãos; foi martirizado em Roma.

Santo Hipólito de Roma (160 – 235) discípulo de santo Irineu (140-202), foi célebre na Igreja de Roma, onde Orígenes o ouviu pregar. Morreu mártir. Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos, escreveu a Tradição Apostólica onde retrata os costumes da Igreja no século III: ordenações, catecumenato, batismo e confirmação, jejuns, ágapes, eucaristia, ofícios e horas de oração, sepultamento, etc.

Melitão de Sardes (†177) foi bispo de Sardes, na Lídia, um dos grandes luminares da Ásia Menor. Escreveu a Apologia, dirigida ao imperador Marco Aurélio.

Atenágoras (†180) era filósofo em Atenas, Grécia, autor da Súplica pelos Cristãos, apologia oferecida em tom respeitoso ao imperador Marco Aurélio e seu filho Cômodo; escreveu também o tratado sobre A Ressurreição dos mortos, foi grande apologista.

São Teófilo de Antioquia (†após 181) nasceu na Mesopotâmia, converteu-se ao cristianismo já adulto, tornou-se bispo de Antioquia. Apologista, compôs três livros, a Autólico.

Santo Ireneu (†202) nasceu na Ásia Menor, foi discípulo de são Policarpo (discípulo de são João), foi bispo de Lião, na Gália (hoje França). Combateu eficazmente o gnosticismo em sua obra Adversus Haereses (Refutação da Falsa Gnose) e a Demonstração da Preparação Apostólica. Segundo são Gregório de Tours (†594), são Irineu morreu mártir. É considerado o “príncipe dos teólogos cristãos”. Salienta nos seus escritos a importância da Tradição oral da Igreja, o primado da Igreja de Roma (fundada por Pedro e Paulo).

Santo Hilário de Poitiers (316 – 367), doutor da Igreja, foi bispo de Poitiers, combateu o arianismo, foi exilado pelo imperador Constâncio, escreveu a obra Sobre a Santíssima Trindade.

São Clemente de Alexandria (†215) seu nome é Tito Flávio Clemente, nasceu em Atenas por volta de 150. Viajou pela Itália, Síria, Palestina e fixou-se em Alexandria. Durante a perseguição de Setímio Severo (203), deixou o Egito, indo para a Ásia Menor, onde morreu em 215. Seu grande trabalho foi tentar a aliança do pensamento grego com a fé cristã. Dizia: “Como a lei formou os hebreus, a filo formou os gregos para Cristo”.

Orígenes (184 – 254) nasceu em Alexandria, Egito; seu pai Leônidas morreu martirizado em 202. Também desejava o martírio; escreveu ao pai na prisão: “não vás mudar de idéia por causa de nós”. Em 203 foi colocado à frente da escola catequética de Alexandria pelo bispo Demétrio. Em 212 esteve em Roma, Grécia e Palestina. A mãe do imperador Alexandre Severo, Júlia Mammae, chamou-o a Antioquia para ouvir suas lições. Morreu em Cesaréia durante a perseguição do imperador Décio.

Tertuliano de Cartago (†220), norte da África, culto, era advogado em Roma quando em 195 se converteu ao Cristianismo, passando a servir a Igreja de Cartago como catequista. Combateu as heresias do gnosticismo, mas se desentendeu com a Igreja Católica. É autor das frases: “Vede como se amam” e “O sangue dos mártires era semente de novos cristãos”.

São Cipriano (†258) Cecílio Cipriano nasceu em Cartago, foi bispo e primaz da África Latina. Era casado. Foi perseguido no tempo do imperador Décio, em 250, morreu mártir em 258. Escreveu a bela obra Sobre a unidade da Igreja Católica. Na obra De Lapsis, sobre os que apostataram na perseguição, narra ao vivo o drama sofrido pelos cristãos, a força de uns, o fracasso de outros. Escreveu ainda a obra Sobre a Oração do Senhor, sobre o Pai Nosso.

Eusébio de Cesareia (260 – 339) bispo, foi o primeiro historiador da Igreja. Nasceu na Palestina, em Cesareia, discípulo aí de Orígenes. Escreveu a sua Crônica e a História Eclesiástica, além de A Preparação e a Demonstração Evangélicas. Foi perseguido por Dioclesiano, imperador romano.

Santo Atanásio (295 – 373), doutor da Igreja, nasceu em Alexandria, jovem ainda foi viver o monaquismo nos desertos do Egito,onde conheceu o grande Santo Antão(†376), o “pai dos monges”. Tornou-se diácono da Igreja de Alexandria, e junto com o seu Bispo Alexandre, se destacou no Concílio de Nicéia (325) no combate ao arianismo. Tornou-se bispo de Alexandria em 357 e continuou a sua luta árdua contra o arianismo (Ário negava a divindade de Jesus), o que lhe valeu sete anos de exílio. São Gregório Nazianzeno disse dele: “O que foi a cabeleira para Sansão, foi Atanásio para a Igreja”.

Santo Hilário de Poitiers (316 – 367), doutor da Igreja, nasceu em Poitiers, na Gália (França); em 350 clero e povo o elegiam bispo, apesar de ser casado. Organizou a luta dos bispos gauleses contra o arianismo. Foi exilado pelo imperador Constâncio, na Ásia Menor, voltando para a Gália em 360, fazendo valer as decisões do Concílio de Nicéia. É chamado o “Atanásio do Ocidente”. Escreveu as obras Sobre a Fé, Sobre a Santíssima Trindade.

Santo Efrém, o Sírio (†373) doutor da Igreja é considerado o maior poeta sírio, chamado de “a cítara do Espírito Santo”. Nasceu em Nísibe, de pais cristãos, por volta de 306, deve ter participado do Concílio de Nicéia (325), segundo a tradição, com o seu bispo Tiago. Foi ordenado diácono em 338 e assim ficou até o fim da vida. Escreveu tratados contra os gnósticos, os arianos e contra o imperador Juliano, o apóstata. Escreveu belos hinos e louvores a Maria.

São Cirilo de Jerusalém (†386), doutor da Igreja, Bispo de Jerusalém, guardião da fé professada pela Igreja no Concílio de Nicéia (325). Autor das Catequeses Mistagógicas, esteve no segundo Concílio Ecumênico, em Constantinopla, em 381.

São Dâmaso (304 – 384), Papa da Igreja, instruído, de origem espanhola, sucedeu o Papa Libério que o ordenou diácono; obteve do Imperador Graciano o reconhecimento jurisdicional do bispo de Roma. Mandou que S. Jerônimo fizesse uma revisão da versão latina da Bíblia, a Vulgata. Descobriu e ornamentou os túmulos dos mártires nas catacumbas, para a visita dos peregrinos.

São Basílio Magno (329 – 379), Bispo e doutor da Igreja, nasceu na Capadócia; seus irmãos Gregório de Nissa e Pedro, são santos. Foi íntimo amigo de S. Gregório Nazianzeno; fez-se monge. Em 370 tornou-se bispo de Cesaréia na Palestina, e metropolita da província da Capadócia. Combateu o arianismo e o apolinarismo (Apolinário negava que Jesus tinha uma alma humana). Destacou-se no estudo a Santíssima Trindade (Três Pessoas e uma Essência).

São Gregório Nazianzeno (329 – 390), doutor da Igreja – nasceu em Nazianzo, na Capadócia, era filho do bispo local, que o ordenou padre; foi um dos maiores oradores cristãos. Foi grande amigo de São Basílio, que o sagrou bispo. Lutou contra o arianismo. Sua doutrina sobre a Santíssima Trindade o fez ser chamado de “teólogo”, que o Concílio de Calcedônia confirmou em 481.

São Gregório de Nissa (†394) foi bispo de Nissa, e depois de Sebaste, irmão de São Basílio e amigo de São Gregório Nazianzeno. Os três santos brilharam na Capadócia. Foi poeta e místico; teve grande influência no primeiro Concílio de Constantinopla (381) que definiu o dogma da SS. Trindade. Combateu o apolinarismo, macedonismo (Macedônio negava a divindade do Espírito Santo) e arianismo.

São João Crisóstomo (354 – 407) (= boca de ouro), doutor da Igreja, é o mais conhecido dos Padres da Igreja grega. Nasceu em Antioquia. Tornou-se patriarca de Constantinopla, foi grande pregador. Foi exilado na Armênia por causa da defesa da fé sã. Foi proclamado pelo papa S. Pio X, padroeiro dos pregadores.

São Cirilo de Alexandria (†444) Bispo e doutor da Igreja, sobrinho do patriarca de Alexandria, Teófilo, o substituiu na Sé episcopal em 412. Combateu vivamente o Nestorianismo (Nestório negava que em Jesus havia uma só Pessoa e duas naturezas), com o apoio do papa Celestino. Participou do Concílio de Éfeso (431), que condenou as teses de Nestório. É considerado um dos maiores Padres da língua grega, e chamado o “Doutor mariano”.

São João Cassiano (360 – 465) recebeu formação religiosa em Belém e viveu no Egito. Foi ordenado diácono por S. João Crisóstomo, em Constantinopla, e padre pelo papa Inocêncio, em Roma. Em 415 fundou dois mosteiros em Marselha, um para cada sexo. São Bento recomendou seus escritos.

São Paulino de Nola (†431) nasceu na Gália (França), exerceu importantes cargos civis até ser batizado. Vendeu seus bens, distribuindo o dinheiro aos pobres, e com sua esposa Terásia passou a viver vida eremítica. Foi ordenado padre em 394, em 409 bispo de Nola.

São Pedro Crisólogo (†450) (= palavra de ouro) bispo e doutor da Igreja – foi bispo de Ravena, Itália. Quando Êutiques, patriarca de Constantinopla pediu o seu apoio para a sua heresia (monofisismo – uma só natureza em Cristo), respondeu: “Não podemos discutir coisas da fé, sem o consentimento do Bispo de Roma”. Temos 170 de suas cartas e escritos sobre o Símbolo e o Pai – Nosso.

Santo Ambrósio (†397), doutor da Igreja, nasceu em Tréveris, de nobre família romana. Com 31 anos governava em Milão as províncias de Emília e Ligúria. Ainda catecúmeno, foi eleito bispo de Milão, pelo povo, tendo, então recebido o batismo, a ordem e o episcopado. Foi conselheiro de vários imperadores e batizou santo Agostinho, cujas pregações ouvia. Deixou obras admiráveis sobre a fé católica.

São Jerônimo (347 – 420), “Doutor Bíblico” – nasceu na Dalmácia e educou-se em Roma; é o mais erudito dos Padres da Igreja latina; sabia o grego, latim e hebraico. Viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379 foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de São Gregório Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De 382 a 385 foi secretário do Papa S. Dâmaso, por cuja ordem fez a revisão da versão latina da Bíblia (Vulgata), em Belém, por 34 anos. Pregava o ideal de santidade entre as mulheres da nobreza romana (Marcela, Paula e Eustochium) e combatia os maus costumes do clero. Na figura de São Jerônimo destacam-se a austeridade, o temperamento forte, o amor a Igreja […].

Santo Epifânio (†403), nasceu na Palestina, muito culto, foi superior de uma comunidade monástica em Eleuterópolis (Judéia) e depois, bispo de Salamina, na ilha de Chipre. Batalhou muito contra as heresias, especialmente o origenismo.

Santo Agostinho (354 – 430), Bispo e Doutor da Igreja – Nasceu em Tagaste, Tunísia, filho de Patrício e S. Mônica. Grande teólogo, filósofo, moralista e apologista. Aprendeu a retórica em Cartago, onde ensinou gramática até os 29 anos de idade, partindo para Roma e Milão onde foi professor de Retórica na corte do Imperador. Alí se converteu ao cristianismo pelas orações e lágrimas, de sua mãe Mônica e pelas pregações de S. Ambrósio, bispo de Milão. Foi batizado por esse bispo em 387. Voltou para a África em veste de penitência onde foi ordenado sacerdote e depois bispo de Hipona aos 42 anos de idade. Foi um dos homens mais importantes para a Igreja. Combateu com grande capacidade as heresias do seu tempo, principalmente o Maniqueísmo, o Donatismo e o Pelagianismo, que desprezava a graça de Deus. Santo Agostinho escreveu muitas obras e exerceu decisiva influência sobre o desenvolvimento cultural do mundo ocidental. É chamado de “Doutor da Graça”. São Leão Magno (400-461) – Papa e Doutor da Igreja – nasceu em Toscana, foi educado em Roma. Foi conselheiro sucessivamente dos papas Celestino I (422-432) e Xisto III (432-440) e foi muito respeitado como teólogo e diplomata. Participou de grandes problemas da Igreja do seu tempo e pôde travar contato pessoal e por cartas com Santo Agostinho, São Cirilo de Alexandria e São João Cassiano, que o descrevia como “ornamento da Igreja e do divino ministério”. Deixou 96 Sermões e 173 Cartas que chegaram até nós. Participou ativamente na elaboração dogmática sobre o grave problema tratado no Concílio de Calcedônia, a condenação da heresia chamada monofisismo. Leão foi o primeiro Papa que recebeu o título de Magno (grande). Em sua atuação no plano político, a História registrou e imortalizou duas intervenções de São Leão, respectivamente junto a Átila, rei dos Hunos, em 452, e junto a Genserico, em 455, bárbaros que queriam destruir Roma.

São Vicente de Lérins (†450) depois de muitos anos de vida mundana se refugiou no mosteiro de Lérins. Escreveu o seu Commonitorium, “para descobrir as fraudes e evitar as armadilhas dos hereges”.

São Bento de Núrcia (480 – 547) nasceu em Núrcia, na Úmbria, Itália; estudou Direito em Roma, quando se consagrou a Deus. Tornou-se superior de várias comunidades monásticas; tendo fundado no monte Cassino a célebre Abadia local. A sua Regra dos Mosteiros tornou-se a principal regra de vida dos mosteiros do ocidente, elogiada pelo papa S. Gregório Magno, usada até hoje. O lema dos seus mosteiros era “ora et labora”. O Papa Pio XII o chamou de Pai da Europa e Paulo VI proclamou-o Patrono da Europa, em 24/10/1964.

São Venâncio Fortunato (530 – 600) nasceu em Vêneto na Itália, foi para Poitiers (França). Autor de célebres hinos dedicados à Paixão de Cristo e à Virgem Maria, até hoje usados na Igreja.

São Gregório Magno (540 – 604), Papa e doutor da Igreja – Nasceu em Roma, de família nobre. Ainda muito jovem foi primeiro ministro do governo de Roma. Grande admirador de S. Bento, resolveu transformar suas muitas posses em mosteiros. O papa Pelágio o enviou como núncio apostólico em Constantinopla até o ano 585. Foi feito papa em 590. Foi um dos maiores papas que a Igreja já teve. Bossuet considerava-o “modelo perfeito de como se governa a Igreja”. Promoveu na liturgia o canto “gregoriano”. Profunda influência exerceram os seus escritos: Vida de São Bento e Regra Pastoral, usado ainda hoje.

São Máximo, o confessor (580 – 662) nasceu em Constantinopla, foi secretário do imperador Heráclio, depois foi para o mosteiro de Crisópolis. Lutou contra o monofisismo e monotelismo, sendo preso, exilado e martirizado por isso. Obteve a condenação do monotelismo no Concílio de Latrão, em 649.

Santo Ildefonso de Sevilha (†636) doutor da Igreja. Considerado o último Padre do ocidente. Bispo de Sevilha, Espanha desde 601. Em 636 dirigiu o IV Sínodo de Toledo. Exerceu notável influência na Idade Média com os seus escritos exegéticos, dogmáticos, ascéticos e litúrgicos.

São Germano de Constantinopla (610 – 733) Bispo – Patriarca de Constantinopla (715-30), nasceu em Constantinopla ao final do reinado do imperador Heracleo (610-41); morreu em 733 ou 740. Filho de Justiniano, um patriciano, Germano dedicou seus serviços à Igreja e começou como clérigo na catedral de Metrópolis. Logo depois da morte de seu pai que havia ocupado vários altos cargos de oficial, pelas mãos do sobrinho de Herácleo, Germano se consagrou bispo de Chipre, o ano exato, porém, de sua elevação é desconhecido.

São João Damasceno (675 – 749) Bispo e Doutor da Igreja – É considerado o último dos representantes dos Padres gregos. É grande a sua obra literária: poesia, liturgia, filo e apologética. Filho de um alto funcionário do califa de Damasco, foi companheiro do príncipe Yazid que, mais tarde o promoveu ao mesmo encargo do pai, ministro das finanças. A um determinado tempo deixou a corte do califa e retirou-se para o mosteiro de São Sabas, perto de Jerusalém. Tornou-se o pregador titular da basílica do Santo Sepulcro. Enfrentou com muita coragem a heresia dos iconoclastas que condenavam o culto das imagens. Ficaram famosos os seus Três Discursos a Favor das Imagens Sagradas.

Fonte: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/pais_da_igreja/os_santos_padres.html

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Nova composição do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Brasília

Logo: Arquidiocese de Brasília

Nova composição do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Brasília

Nesta sexta-feira (12), Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, tornou pública a nova composição do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Brasília. O Conselho Presbiteral é um grupo de sacerdotes que funciona como uma espécie de senado do Bispo além de representar o presbitério, a fim de auxiliar o Arcebispo no governo da Arquidiocese nos termos do direito, para promover o mais possível o bem pastoral do povo de Deus que lhe foi confiado.

Este Conselho é composto por presbíteros eleitos pelos próprios padres – na Arquidiocese de Brasília, são os coordenadores de setor –; por presbíteros membros natos por razão do ofício que lhes são confiados; e por presbíteros escolhidos livremente pelo Arcebispo.

Quem preside o Conselho Presbiteral é o Arcebispo que o convoca e determina os assuntos a tratar ou aceita as propostas apresentadas pelos membros. Além disso, este grupo goza apenas de voto consultivo, onde o bispo ouve com diligência o conselho e decide, nas circunstâncias que lhe cabe.

Os membros do Conselho Presbiteral continuam a responder pelas funções que já exercem e somam, agora, esta nova incumbência de prestar auxílio ao Arcebispo como conselheiros nas decisões sobre a vida da Arquidiocese. Abaixo segue a lista da nova composição:

Membros Natos – em função do cargo

  1. Vigário Geral – Sacerdote: Padre Eduardo Vinícius de Lima Peters
  2. Vigário Judicial (2021-2026): Dom Fernando José Monteiro Guimarães, C. Ss. R.
  3. Vigário Episcopal para o Vicariato Centro (2021-2024): Padre João Firmino Galvão Neto
  4. Vigário Episcopal para o Vicariato Leste (2021-2024): Padre Anderson de Lima Alencar
  5. Vigário Episcopal para o Vicariato Norte (2021-2024): Padre Rafael de Souza Santos
  6. Vigário Episcopal para o Vicariato Sul (2021-2024): Padre Antônio Carlos de Araújo
  7. Vigário Episcopal para o Diaconato Permanente (2021-2024): Padre Miguel Alon Barros Souza
  8. Vigário Episcopal para Promoção Humana e Obras Sociais (2021-2024): Padre Frei Rogério Soares de Almeida Silveira, O. de M.
  9. Vigário Episcopal para a Vida Religiosa (2021-2024): Padre Frei João Benedito Ferreira Araújo, OFMConv.
  10. Ecônomo da Arquidiocese de Brasília: Padre José Henrique de Matos Félix
  11. Coordenador da Comissão Arquidiocesana para a proteção dos menores e pessoas em situação de vulnerabilidade: Padre Carlos Henrique Silva Oliveira
  12. Chanceler da Cúria: Padre Iran Preusse
  13. Coordenador Arquidiocesano de Pastoral: Padre Agenor Vieira de Brito
  14. Coordenador do Clero de Brasília: Padre José Vicente Damasceno
  15. Reitor do Seminário Maior Arquidiocesano de Brasília Nossa Senhora de Fátima: Padre Carlos Costa Carvalho
  16. Reitor do Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater: Padre Paulo de Matos Félix

Membros convidados pelo Arcebispo

  1. Formador do Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater: Padre João Baptista Mezzalira Filho
  2. Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré – Lago Sul: Padre Roberto Carlos Rambo
  3. Pároco da Paróquia Santa Clara e São Francisco – Jardim Botânico: Padre André Pereira Lima
  4. Pároco da Paróquia São Camilo de Lélis – Asa Sul: Padre Frei José Maria dos Santos, M.I.
  5. Reitor do Santuário Arquidiocesano Menino Jesus: Padre João Ignácio Périus
  6. Vigário da Paróquia São Judas Tadeu – Asa Sul: Monsenhor Czeslaw Rostkowski

Membros eleitos pelos padres – 2021-2023

  1. Setor I: Padre Frei Márcio Silvan Carvalho Matos, O. Carm.
  2. Setor II: Padre Iran Preusse
  3. Setor III: Padre Vagner Wilson Apolinário, S.V.D.
  4. Setor IV: Padre Luiz Gustavo de Araújo
  5. Setor V: Padre Edson Wander Oliveira Costa
  6. Setor VI: Padre Sílvio Abrogio Albertário
  7. Setor VII: Padre Alex Novais de Brito
  8. Setor VIII: Padre Sérgio Luiz Pereira Sousa
  9. Setor IX: Padre Givaldo Dantas dos Santos
  10. Setor X: Padre José Eudes Ribeiro da Costa
  11. Setor XI: Padre John William Stegnichi III
  12. Setor XII: Padre Jomelito Ferreira de Melo
  13. Setor XIII: Padre Thaisson da Silva Santarém
  14. Setor XIV: Padre Alan Régis Ferreira de Almeida
  15. Setor XV: Padre Doalcei Boenos Alves Gonçalves

Realidade é antídoto para muitas "doenças", diz Papa aos jornalistas

Papa Francisco durante discurso/ Foto: Reprodução Vatican Media

Ao entregar as insígnias da Grã-Cruz da Ordem Pia a dois jornalistas vaticanistas o Papa falou sobre a “missão” dos jornalistas caracterizando-a com três verbos: escutar, aprofundar, contar.

Da redação, com Vatican News

Na manhã deste sábado, 13, o Papa Francisco entregou as insígnias de ‘Dama’ e ‘Cavaleiro’ da Grã-Cruz da Ordem Pia a dois jornalistas vaticanistas. Foram eles: a senhora Valentina Alazraki e o senhor Philip Pullella. Há muitos anos eles acompanham decanos das notícias sobre os Papas e a Igreja.

Francisco iniciou o momento saudado-os como “companheiros de viagem”. Isso devido aos inúmeros encontros no decorrer dos anos nos aviões, celebrações e encontros com peregrinos.

“A senhora Valentina Alazraki, que na sua primeira viagem – disse o Papa – muito jovem embarcou no avião que levou São João Paulo II a Puebla em 1979 e o senhor Phil Pullella, também um veterano e conhecido protagonista das informações do Vaticano. Quantas experiências compartilhadas, quantas viagens, quantos eventos”.

Em seguida disse “com a menção honrosa dada a Valentina e Phil, hoje quero de alguma forma prestar homenagem a toda a sua comunidade de trabalho” que considera precioso. “O jornalismo – continuou –  não acontece escolhendo uma profissão, mas embarcando em uma missão, como um médico, que estuda e trabalha para que no mundo o mal seja curado”.

“A missão do jornalista é explicar o mundo, torná-lo menos obscuro, fazer com que as pessoas tenham menos medo e possam olhar para os outros com maior consciência, e também com mais confiança. É uma missão difícil. É por isso que encorajo vocês a preservar e cultivar esse sentido de missão que está na origem de sua escolha. Faço-o com três verbos que acredito caracterizarem o bom jornalismo: escutar, aprofundar, contar”.

Escutar

Escutar é um verbo que, segundo o Santo Padre, diz respeito aos jornalistas, mas também a todos como Igreja, em todos os momentos e especialmente agora que o processo sinodal já começou. “Para um jornalista, escutar significa ter a paciência de encontrar-se frente a frente com as pessoas a serem entrevistadas, os protagonistas das histórias que estão sendo contadas, as fontes das quais receber as notícias”, diz.

“Escutar sempre anda de mãos dadas com ver, com estar presente: certas nuances, sensações, descrições bem fundamentadas só podem ser transmitidas aos leitores, ouvintes e espectadores se o jornalista tiver escutado e visto por si mesmo”.

Aprofundar

Aprofundar, o segundo verbo, continua Francisco, é uma consequência de escutar e ver. Cada notícia, cada fato de que falamos, cada realidade que descrevemos precisa ser investigada.

“Numa época em que milhões de informações estão disponíveis na web e quando muitas pessoas obtêm suas informações e formam suas opiniões nas redes sociais, onde infelizmente às vezes prevalece a lógica da simplificação e da contraposição, a contribuição mais importante que o bom jornalismo pode dar é a de um aprofundamento”.

Contar

Por fim, explica o Papa, o terceiro verbo, contar. “Não preciso explicá-lo a vocês, que se tornaram jornalistas justamente porque são curiosos sobre a realidade e apaixonados por contá-la. “Contar significa não se colocar em primeiro plano, nem se colocar como juiz, mas se deixar impressionar e às vezes sofrer pelas histórias que encontramos, a fim de poder contá-las com humildade a nossos leitores”.

“A realidade é um grande antídoto para muitas ‘doenças’. A realidade, o que acontece, as vidas e os testemunhos das pessoas, são o que merece ser contado”

Neste ponto Francisco acrescentou seu agradecimento aos jornalistas que contam a verdade também “pelo que nos dizem sobre o que está errado na Igreja, por nos ajudar a não esconder debaixo do tapete e pela voz que vocês deram às vítimas de abusos”.

A Igreja não é uma empresa

Por fim o Papa disse: “Lembrem-se também que a Igreja não é uma organização política com esquerdas e direitas como nos parlamentos. Não é uma grande empresa multinacional dirigida por executivos que estudam como vender melhor o seu produto. A Igreja não se constrói com base em seu próprio projeto, não tira de si mesma a força para seguir adiante e não vive de estratégias de marketing”.

A Igreja, frisa o Pontífice, é formada por homens e mulheres pecadores como todos os demais. Ela nasceu e existe para refletir a luz de um Outro, a luz de Jesus, assim como a lua faz com o sol. A Igreja existe para levar a palavra de Jesus ao mundo. Para tornar possível hoje um encontro com o Jesus vivo. Ela tornou-se um veículo para seu abraço de misericórdia oferecido a todos.

“Obrigado, queridos amigos, por este encontro. Obrigado e parabéns aos nossos dois ‘decanos’, que hoje se tornam ‘Dama’ e ‘Cavaleiro’ da Grande Cruz da Ordem Piano. Obrigado a todos vocês pelo trabalho que fazem. Obrigado por sua busca da verdade, porque somente a verdade nos liberta”.

Fonte: https://noticias.cancaonova.com/

O V Dia Mundial dos Pobres e as desigualdades

Dia Mundial dos Pobres  (Vatican Media)

Francisco, em sua mensagem aos 13 de junho de 2021 para o V Dia Mundial dos Pobres afirma que não devemos esperar que batam a nossa porta, mas que devemos, urgentemente, “ir ter com eles às suas casas, aos hospitais e casas de assistência, à estrada e aos cantos escuros onde, por vezes, se escondem”.

Robson Ribeiro de Oliveira Castro Chaves – Professor e Teólogo

O V Dia Mundial dos Pobres é marcado, no país, por uma série de ações que vão do lançamento, em 14 de setembro, até o Dia Mundial dos Pobres, dia 14 de novembro, com o lançamento do Manifesto pela Vida.

No Brasil, adotou-se o tema: “Sentes compaixão?”, um convite a não ter indiferença frente ao sofrimento das pessoas em situação de vulnerabilidade e à crescente pobreza socioeconômica que assola mais 51,9 milhões de brasileiros e brasileiras. O lema bíblico que inspira a celebração desta edição é: “Sempre tereis pobres entre vós”, extraído de Mt. 14, 7.

Francisco, em sua mensagem aos 13 de junho de 2021 para o V Dia Mundial dos Pobres afirma que não devemos esperar que batam a nossa porta, mas que devemos, urgentemente, “ir ter com eles às suas casas, aos hospitais e casas de assistência, à estrada e aos cantos escuros onde, por vezes, se escondem, aos centros de refúgio e de acolhimento”

Esse acolhimento é necessário para refletir sobre o caminho ético de Cristo com os que mais sofriam e viviam a margem da sociedade. Francisco pede que nos coloquemos ao lugar dos mais fragilizados e destaca a importância de “compreender como se sentem, o que estão a passar e quais os desejos que têm no coração”.

Infelizmente, nas últimas décadas a questão das desigualdades deixou de ser um tema apenas tratado no âmbito social e político. Hoje é observado a questão da economia e, principalmente, a gravidade da crise educacional que compromete o entendimento da realidade e a construção ética de indivíduos.

No dia 25 de maio de 2021, o dia em que o Brasil supera a marca de 450 mil mortos pela COVID-19, uma notícia que tem por título “Não é doença, é fome”! Chamou-me a atenção. A ler a reportagem me coloquei na reflexão para entender, o que de fato, ali estava descrito. Na notícia apresentam-se três cenários de famílias que perderam seus empregos e passam por situações de pobreza em meio a pandemia. A reportagem ainda afirma que: “Além da perda de renda durante a maior crise sanitária do planeta, há outro desastre que une esses três moradores de Brasília: eles estão doentes de fome.”

Essa afirmação é cruel, pois sabemos que é preciso observar a fome, algo que não mata de uma vez, mas vai matando aos poucos. Entrevistas inseridas na notícia afirma que: “Médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde relatam que, nos últimos meses, têm percebido um aumento no número de pessoas que dão entrada em centros de saúde pública com sintomas que acreditam ser de alguma doença, mas, na verdade, estão famintas.”

O Papa Francisco apresenta o desejo de um mundo mais humano e coerente com o Evangelho, sendo ético nas suas ações e preocupado com suas realidades e crises. É preciso reafirmar a dignidade do trabalho e do trabalhador todos os dias. “A crise do nosso tempo, que é econômica, social, cultural e espiritual, pode constituir para todos um apelo a redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho para dar origem a uma nova ‘normalidade’, em que ninguém seja excluído”, afirma Francisco na Carta Apostólica Patris Corde.

O Grupo de Análise de Conjuntura – CNBB, aos 8 de novembro de 2021, publicou o artigo

 A conjuntura brasileira e a crise social, no referido texto clama por uma realidade complicada sobre a distribuição de renda, pois “a situação de desigualdades e exclusão social foi intensificada pela experiência da concentração de renda. Somos um país gerador de riquezas imensas, ao mesmo tempo em que figuramos nos últimos lugares nas estatísticas sérias sobre qualidade de vida da população. Em termos de riqueza material e qualidade de vida do povo, há altíssima taxa de concentração de riqueza nas mãos de poucos.”

Desta maneira, Francisco assevera sobre as questões vividas e o caráter evangélico de nossas ações, ele afirma que Evangelho “impele a ter uma atenção muito particular para com os pobres e requer que se reconheça as múltiplas, demasiadas, formas de desordem moral e social que sempre geram novas formas de pobreza”. Além disso é preciso compreender a adesão concreta e convicta em abrir os corações para as diversas pobrezas existentes.

Francisco alerta para uma realidade em que hoje, diante da ganância, do narcisismo e do individualismo há uma desordem moral e social que agravam a pobreza e não colabora para se falar de uma autonomia e crescimento social. Assim, Francisco apresenta a realidade de que “Um mercado que ignora ou discrimina os princípios éticos cria condições desumanas que se abatem sobre pessoas que já vivem em condições precárias. Deste modo assiste-se à criação incessante de armadilhas novas da miséria e da exclusão, produzidas por agentes econômicos e financeiros sem escrúpulos, desprovidos de sentido humanitário e responsabilidade social”.

Para tanto, frente aos desafios de nosso tempo é preciso lançar o olhar frente às realidades vividas e o contexto inserido. Há uma grade confusão ao pensar na realidade da esmola e da partilha, Francisco nos ensina que “A esmola é ocasional, ao passo que a partilha é duradoura.” Por isso, é urgente falar de relações duradouras e ações concretas e não apenas ações para estancar as “sangrias” ou apenas o que é urgente; devemos buscar uma constante renovação da realidade humana.

No documento oficial da Igreja do Brasil sobre o Dia Mundial dos Pobres acrescenta a realidade do rosto e Deus que revê a sua face para os pobres e que deseja estar próximo aos pobres. Essa afirmação está presente no evangelho, como Francisco recorda: “os pobres são verdadeiros evangelizadores, porque foram os primeiros a ser evangelizados e chamados a partilhar a bem-aventurança do Senhor e o seu Reino (cf. Mt 5, 3)”.

Para tanto Francisco na Evangelii Gaudium afirma que “Por isso, desejo uma Igreja pobre para os pobres. Estes têm muito para nos ensinar. Além de participar do sensus fidei, nas suas próprias dores conhecem Cristo sofredor. É necessário que todos nos deixemos evangelizar por eles. A nova evangelização é um convite a reconhecer a força salvífica das suas vidas, e a colocá-los no centro do caminho da Igreja. Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles.” (Evangelii Gaudium, n. 198).

Assim é necessário que saibamos que nossa relação deve ser de constante entrega para que possamos viver a caridade como sendo nossa grande proposta para a vida. Como nos apresenta bento XVI no documento Caritas in veritate sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade, de 2009: “A caridade é o dom maior que Deus concedeu aos homens; é sua promessa e nossa esperança.” Diante deste cenário do aumento da vulnerabilidade social é preciso cuidar da vida, especialmente de quem mais precisa. (n.2)

Atrelado a este aspecto é preciso apresentar de forma coerente o que o Evangelho nos apresenta, principalmente observar que a “doutrina social da Igreja é anúncio e testemunho de fé; é instrumento e lugar imprescindível de educação para a mesma.” (Caritas in veritate, n. 15). Sendo assim é urgente refletir a forma mais ética para o anúncio da Boa Nova de Cristo e o Projeto de Deus para a humanidade.

Atrelada as desigualdades é urgente haver uma reorganização na destruição de renda e de alimentos, além de uma política a serviço do bem comum. No entanto, uma realidade nova e um contexto humano diferente, só serão possíveis se, de maneira coletiva, estivermos dispostos a colaborar nos processos de transformações sociais.

Francisco ao terminar a sua mensagem sobre o Vº Dia Mundial dos Pobres assevera que nossas Igrejas devem abrir-se a um movimento de evangelização que, busque os pobres e onde eles estão para que possamos fazer algo mais. Cada um fazendo a sua parte, agindo com solidariedade e buscando um mundo justo e mais fraterno colaborará para a realização de uma mudança na sociedade atual. Assim, o zelo pelo outro e a alteridade para com ele, seja mais coerente com nosso caminho e a propagação do Evangelho.

*Robson Ribeiro de Oliveira Castro Chaves – Professor de Ensino Religioso do Colégio Santa Catarina - Juiz de Fora (MG) e Teólogo

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Como deve ser o nosso caminhar rumo à salvação

Shutterstock/New Africa
Por Mário Scandiuzzi

Deus quer nossa cura, nossa salvação. Para alcançarmos, devemos deixar nosso comodismo e ir ao encontro de Jesus.

Nos Evangelhos podemos imaginar como era a vida pública de Jesus. Suas pregações estão ali registradas, assim como os ensinamentos que Ele nos deixou. 

E um fator deve ser destacado. Em muitas passagens Jesus está em movimento. E não só isso, Ele espera que as pessoas que peçam Sua misericórdia também saiam de seus lugares, ou seja, procurem viver uma nova vida. 

Milagres e movimento

Lucas narra no capítulo 17, versículos de 11 a 19, a cura de dez leprosos. O texto mostra que o próprio Jesus estava “em caminho para Jerusalém, passando pelos confins Samaria e da Galileia” (v. 11). 

Enquanto passava por uma pequena aldeia, dez leprosos vieram ao seu encontro e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” (v. 13). Diante desse pedido, Ele disse-lhes para irem até o sacerdote, segundo o que mandava a lei de Moisés. “E quando eles iam andando, ficaram curados” (v. 14). 

Buscar vida nova

Aqueles leprosos foram curados porque acreditaram na palavra de Jesus e se dispuseram a caminhar, a sair do local onde se encontravam e buscar uma nova vida. 

O cego Bartimeu também ficou curado depois de demonstrar sua fé em Jesus (Marcos 10, 46-52) e de sair de seu lugar para ir ao encontro do mestre. Bartimeu estava à beira do caminho quando ouviu Jesus passar e gritou: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. Assim que Jesus o chamou, ele “lançou fora a capa, ergueu-se dum salto e foi ter com Ele” (v. 50). E depois da cura, Bartimeu “foi seguindo Jesus pelo caminho” (v. 52). 

Deus quer nossa cura, nossa salvação. Para alcançarmos, devemos deixar nosso comodismo e ir ao encontro de Jesus. Deus, em sua misericórdia, nos espera! 

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF