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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

“Escolher a Cristo não garante os sucessos segundo os critérios do mundo”

Guadium Press
Embora participando intimamente do mistério da Encarnação, até mesmo Maria teve que se interrogar sobre o gênero de realeza do Filho de Davi.

Redação (20/11/2021 10:23Gaudium Press) “Em que consiste o “poder” de Jesus Cristo Rei?

“Não é o dos reis e dos grandes deste mundo; é o poder divino de dar a vida eterna, de libertar do mal, de derrotar o domínio da morte. É o poder do Amor, que do mal sabe obter o bem, enternecer um coração endurecido, levar paz ao conflito mais áspero, acender a esperança na escuridão mais cerrada.

“Este Reino da Graça nunca se impõe, e respeita sempre a nossa liberdade. Cristo veio para ‘dar testemunho da verdade[1] — como declarou diante de Pilatos —:  quem acolhe o seu testemunho, coloca-se sob a sua ‘bandeira’, segundo a imagem querida a Santo Inácio de Loyola.

“Portanto, torna-se necessária — sem dúvida — para cada consciência uma opção:  quem quero seguir? Deus ou o maligno? A verdade ou a mentira? Escolher Cristo não garante o sucesso segundo os critérios do mundo, mas assegura aquela paz e alegria que só Ele pode dar. Demonstra isto, em todas as épocas, a experiência de tantos homens e mulheres que, em nome de Cristo, em nome da verdade e da justiça, souberam opor-se às lisonjas dos poderes terrenos com as suas diversas máscaras, até selar com o martírio esta sua fidelidade.

“Queridos irmãos e irmãs, quando o Anjo Gabriel levou o anúncio a Maria, prenunciou-lhe que o seu Filho teria herdado o trono de Davi e reinado para sempre.[2] E a Virgem Santa acreditou ainda antes de O dar ao mundo. Depois, sem dúvida, teve que se interrogar sobre qual novo gênero de realeza era a de Jesus, e compreendeu-o ouvindo as suas palavras e sobretudo participando intimamente do mistério da sua morte e ressurreição.

“Peçamos a Maria que nos ajude também a nós a seguir Jesus, nosso Rei, como ela fez, e a dar testemunho dele com toda a nossa existência.”

Excertos de:

BENTO XVI. Angelus, 22 de novembro de 2009.


[1] Jo. 18, 37.

[2] Cf. Lc 1, 32-33.


Fonte: https://gaudiumpress.org/

ESPIRITUALIDADE: Sacerdote para eternidade (Parte 4/4)

Sacerdote para eternidade | Opus Dei

Sacerdote para eternidade

Sacerdote para a Santa Missa

Convém recordar, com importuna insistência, que todos nós, sacerdotes, quer sejamos pecadores quer santos, quando celebramos a Santa Missa não somos nós próprios. Somos Cristo, que renova no altar o seu divino Sacrifício do Calvário. A obra da nossa Redenção cumpre-se continuamente no mistério do Sacrifício Eucarístico, no qual os sacerdotes exercem o seu principal ministério, e por isso recomenda-se encarecidamente a sua celebração diária pois, mesmo que os fiéis não possam estar presentes, é um ato de Cristo e da sua Igreja.

Ensina o Concilio de Trento que na Missa se realiza, se contém e incruentamente se imola aquele mesmo Cristo que uma só vez se ofereceu Ele mesmo cruentamente no altar da Cruz… Com efeito, a vítima é uma e a mesma: e O que agora se oferece pelo ministério dos sacerdotes, é O mesmo que então se ofereceu na Cruz, sendo apenas diferente a maneira de se oferecer.

A assistência ou a falta de assistência de fiéis à Santa Missa não altera em nada esta verdade de fé. Quando celebro rodeado de povo, sinto-me satisfeito, sem necessidade de me considerar presidente de nenhuma assembleia. Sou, por um lado, um fiel como os outros, mas sou, sobretudo, Cristo no Altar! Renovo incruentamente o divino Sacrifício do Calvário e consagro in persona Christi, representando realmente Jesus Cristo, porque lhe empresto o meu corpo, a minha voz e as minhas mãos, o meu pobre coração, tantas vezes manchado, que quero que Ele purifique.

Quando celebro a Santa Missa apenas com a participação daquele que ajuda à Missa, também aí há povo. Sinto junto de mim todos os católicos, todos os crentes e também os que não creem. Estão presentes todas as criaturas de Deus – a terra, o céu, o mar, e os animais e as plantas -, dando glória ao Senhor da Criação inteira.

E especialmente – di-lo-ei com palavras do Concilio Vaticano II – unimo-nos no mais alto grau ao culto da Igreja celestial, comunicando e venerando sobretudo a memória da gloriosa sempre Virgem Maria, de S. José, dos santos Apóstolos e Mártires e de todos os santos. Peço a todos os cristãos que rezem muito por nós, sacerdotes, para que saibamos realizar santamente o Santo Sacrifício. Rogo-lhes que mostrem um amor tão delicado à Santa Missa, que nos leve, a nós, sacerdotes, a celebrá-la com dignidade – com elegância – humana e sobrenatural: com asseio nos paramentos e nos objetos destinados ao culto, com devoção, sem pressas.

Por que pressa? Têm-na por acaso os namorados ao despedir-se? Parece que se vão embora e não vão: voltam uma e outra vez, repetem palavras correntes como se acabassem de as descobrir… Não receeis aplicar exemplos do amor humano, nobre, limpo, às coisas de Deus. Se amarmos o Senhor com este coração de carne – não temos outro – não sentiremos pressa em terminar esse encontro, essa entrevista amorosa com Ele.

Alguns vivem com calma e não se importam de prolongar até ao cansaço leituras, avisos, anúncios Mas, ao chegarem ao momento principal da Santa Missa, ao Sacrifício propriamente dito, precipitam-se, contribuindo assim para que os outros fiéis não adorem com piedade Cristo, Sacerdote e Vítima; nem aprendam a dar-lhe graças depois – com pausa, sem precipitações -, por ter querido vir de novo até nós.

Todos os afetos e necessidades do coração do cristão encontram na Santa Missa o melhor caminho: aquele que, por Cristo, chega ao Pai no Espírito Santo. O sacerdote deve pôr especial empenho em que todos o saibam e vivam. Não há atividade alguma que possa antepor-se normalmente à de ensinar e fazer amar e venerar a Sagrada Eucaristia.

O sacerdote exerce dois atos: um, principal, sobre o Corpo de Cristo verdadeiro; outro, secundário, sobre o Corpo Místico de Cristo. O segundo ato ou ministério depende do primeiro, e não ao contrário. Por isso, o que há de melhor no ministério sacerdotal é procurar que todos os católicos se aproximem do Santo Sacrifício cada vez com mais pureza, humildade e veneração. Se o sacerdote se esforça nesta tarefa, não ficará defraudado, nem defraudará as consciências dos seus irmãos cristãos.

Na Santa Missa adoramos, cumprindo amorosamente o primeiro dever da criatura para com o seu Criador: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás. Não adoração fria, exterior, de servo; mas íntima estima e acatamento, que é amor profundo de filho.

Na Santa Missa encontramos a oportunidade perfeita de expiar os nossos pecados e os de todos os homens: para poder dizer, como S. Paulo, que estamos cumprindo na nossa carne o que falta padecer a Cristo. Ninguém caminha sozinho no mundo, ninguém deve considerar-se livre de uma parte de culpa no mal que se comete sobre a terra, consequência do pecado original e também da soma de muitos pecados pessoais. Amemos o sacrifício, procuremos a expiação. Como? Unindo-nos na Santa Missa a Cristo, Sacerdote e Vítima; será sempre Ele quem carregará com o peso imenso das infidelidades das criaturas; das tuas e das minhas…

O Sacrifício do Calvário é uma prova infinita a generosidade de Cristo. Nós – cada um – somos sempre muito interesseiros; mas Deus Nosso Senhor não se importa de que na Santa Missa Lhe apresentemos todas as nossas necessidades. Quem não tem coisas a pedir? Senhor, aquela doença… Senhor, esta tristeza… Senhor, aquela humilhação, que não sei suportar por amor de Ti… Queremos o bem, a felicidade e a alegria das pessoas da nossa casa; oprime-nos o coração a sorte dos que padecem fome e sede de pão e de justiça; dos que sentem a amargura da solidão; dos que, no termo dos seus dias, não recebem um olhar de carinho nem um gesto de ajuda.

Mas a grande miséria que nos faz sofrer, a grande necessidade a que queremos pôr remédio é o pecado, o afastamento de Deus, o risco de que as almas se percam para toda a eternidade. Levar os homens à glória eterna no amor de Deus: esta é a nossa aspiração fundamental ao celebrar a Missa, como o foi a de Cristo ao entregar a sua vida no Calvário.

Acostumemo-nos a falar com esta sinceridade ao Senhor, quando desce, vítima inocente, até às mãos do sacerdote. A confiança no auxílio do Senhor dar-nos-á essa delicadeza de alma, que se traduz sempre em obras de bem e de caridade, de compreensão, de profunda ternura com os que sofrem e com os que vivem artificialmente fingindo uma satisfação oca, tão falsa, que depressa se converte em tristeza.

Agradeçamos, finalmente, tudo o que Deus Nosso Senhor nos concede, pelo facto maravilhoso de Se nos entregar Ele mesmo. Que venha ao nosso peito o Verbo Encarnado!… Que se encerre, na nossa pequenez, Aquele que criou céus e terra!… A Virgem Maria foi concebida imaculada para albergai Cristo no seu seio. Se a ação de graças há de ser proporcional à diferença entre o dom e os méritos, não devíamos converter todo o nosso dia numa Eucaristia
contínua? Não saiais do templo, mal acabeis de receber o Santo Sacramento. Tão importante é o que vos espera que não podeis dedicar ao Senhor dez minutos para lhe dizer obrigado? Não sejamos mesquinhos. Amor com amor se paga.

Um sacerdote que vive deste modo a Santa Missa adorando, expiando, impetrando, dando graças, identificando-se com Cristo -, e que ensina os outros a fazer do Sacrifício do Altar o centro e a raiz da vida do cristão, demonstrará realmente a grandeza incomparável da sua vocação, esse carácter com que foi selado, e que não perderá por toda a eternidade. Sei que me compreendeis quando vos afirmo que, ao lado de um sacerdote assim, se pode considerar um fracasso – humano e cristão – a conduta de alguns que se comportam como se tivessem de pedir desculpa por ser ministros de Deus. É uma desgraça, porque os leva a abandonar o ministério, a arremedar os leigos, a procurar uma segunda ocupação que a pouco e pouco suplanta a que lhes é própria por vocação e por missão. Frequentemente, ao fugir do trabalho de cuidar espiritualmente das almas, tendem a substituí-lo por uma intervenção em campos próprios dos leigos – nas iniciativas sociais, na política -, aparecendo então esse fenômeno do clericalismo, que é a patologia da verdadeira missão sacerdotal.

Não quero terminar com esta nota sombria, que pode parecer pessimismo. Não desapareceu na Igreja de Deus o autêntico sacerdócio cristão; a doutrina é imutável, ensinada pelos lábios divinos de Jesus. Há muitos milhares de sacerdotes em todo o mundo que cumprem plenamente a sua missão, sem espetáculo, sem cair na tentação de lançar pela borda fora um tesouro de santidade e de graça, que existe na Igreja desde o princípio.

Aprecio a dignidade da finura humana e sobrenatural destes meus irmãos, espalhados por toda a terra. É de justiça que se vejam já agora rodeados pela amizade, a ajuda e o carinho de muitos cristãos. E quando chegar o momento de se apresentarem diante de Deus, Jesus Cristo irá ao seu encontro, para glorificar eternamente aqueles que, no tempo, atuaram em seu nome e na sua Pessoa, derramando com generosidade a graça de que eram administradores. Voltemos de novo, em pensamento, aos membros do Opus Dei que serão sacerdotes no próximo Verão. Não deixeis de pedir por eles, para que sejam sempre sacerdotes fiéis, piedosos, doutos, entregues, alegres! Encomendai-os especialmente a Santa Maria, que torna ainda mais generosa a sua solicitude de Mãe com aqueles que se empenham, para toda a vida, em servir de perto o seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, Sacerdote Eterno.

São Josemaria Escrivá.

© 2002 Fundação Studium


Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Papa Francisco homenageia padre polonês decapitado pelos nazistas

Padre Macha e Papa Francisco.
Foto: Conferência Episcopal Polonesa / Vatican Media

Vaticano, 22 nov. 21 / 08:51 am (ACI).- O papa Francisco lembrou, durante o Ângelus dominical de 21 de novembro no Vaticano, o padre Jan Franciszek Macha, decapitado pelos nazistas em 1942 e que foi beatificado no sábado, na Catedral de Cristo Rei, em Katowice, Polônia.

O padre Macha foi “assassinado por ódio à fé em 1942, no contexto da perseguição do regime nazista contra a Igreja. Na obscuridade da prisão, encontrou em Deus a força e a mansidão para enfrentar aquele calvário. Que o seu martírio seja uma semente fecunda de esperança e paz”, disse o papa.

Jan Franciszek Macha, conhecido como Hanik, nasceu em 18 de janeiro de 1914 em Chorzów Stary, na província da Silésia, sul da Polônia. Ele tinha duas irmãs e um irmão.

Em 1934 entrou no Seminário Teológico da Silésia. Ele foi ordenado sacerdote para a arquidiocese de Katowice em 25 de junho de 1939. Três meses depois a Alemanha nazista invadiu a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mudial.

Após uma substituição de dois meses em sua paróquia natal, em 10 de setembro assumiu o cargo de vigário na igreja paroquial de são José em Ruda Śląska.

Durante a ocupação nazizta, o padre Macha desenvolveu uma intensa atividade de caridade entre as famílias polonesas afetadas pela ocupação. Ele era membro do grupo clandestino Konwalia (Lírio dos Vales), que ajudava os necessitados. Ele também publicou o jornal clandestino Świt (Auora).

A Gestapo, a polícia secreta da Alemanha nazista, prendeu Macha em 5 de setembro de 1941 em uma estação de trem em Katowice. Encontraram uma lista de pessoas que ele e seus associados ajudaram, bem como outros documentos que mostravam que haviam arrecadado dinheiro e dado a pessoas necessitadas.

Macha foi condenado à morte por decapitação em uma breve audiência em Katowice em 17 de julho de 1942. Ele foi executado na guilhotina na prisão de Katowice às 12h15 de 3 de dezembro de 1942, apesar dos esforços de sua mãe para obter o perdão.

A cerimônia de beatificação foi celebrada pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro. “Enquanto a violência e os abusos da guerra faziam estragos na Polônia e em todo o mundo, [Jan] compreendeu que só a fé e a caridade permitem reconhecer em cada pessoa, criada à imagem e semelhança de Deus, a sua própria dignidade inalienável", disse o cardeal.

O padre Macha foi um dos milhares de padres católicos assassinados durante a ocupação da Polônia pela Alemanha nazista entre 1939 e 1945. Cerca de um quinto dos 10 mil padres diocesanos na Polônia morreram.

No campo de concentração de Dachau, descrito como o maior cemitério de padres do mundo, 868 clérigos foram assassinados pelos nazistas.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Santuário Nacional de São José de Anchieta: um presente para os brasileiros

Santuário Nacional de São José de Anchieta | Foto: Arthur Louzada

Santuário Nacional de São José de Anchieta é reaberto ao público após significativa obra de restauro e readequação.

Bruno Franguelli, SJ.

O Santuário Nacional de São José de Anchieta conserva o local onde faleceu o Apóstolo do Brasil. É também um dos mais importantes símbolos da presença dos jesuítas no Brasil e acabou de passar por uma grandiosa obra de restauro e readequação. Localizado na cidade de Anchieta, no Estado do Espírito Santo, o monumento religioso, ficou em obra por cerca de três anos. O projeto envolveu serviços de conservação e restauração, além da criação de novos espaços para a acolhida dos peregrinos.

Além da espiritualidade que o Santuário oferece, a partir de agora os fiéis e peregrinos terão a oportunidade de usufruir da riqueza cultural oferecida pelo centro de interpretação São José de Anchieta. Os fiéis e peregrinos vão se surpreender com a grandiosidade e relevância do trabalho realizado no local, que passa a apresentar um novo conceito de museu, ou seja, um centro interpretativo, com dinâmica de comunicação maior e mais interativa. Todo o seu roteiro museográfico, desde a recepção, está ligado à história da vida e obra de São José de Anchieta e ao trabalho missionário dos jesuítas do Estado do Espírito Santo e do Brasil.

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1943, o monumento, formado pela Igreja Nossa Senhora da Assunção e pela antiga residência jesuíta, recebeu obras civis de conservação, climatização, sonorização e restauro do patrimônio arquitetônico. Também foram realizados levantamentos históricos, pesquisa arqueológica, restauro da imaginária e dos objetos litúrgicos, digitalização do acervo e projeto de readequação litúrgica. Tudo isso para compor os antigos e os novos espaços de uso do Santuário que agora compreendem a Igreja, o Centro de Interpretação, o Centro de Documentação, o Café, a Loja e o Paisagismo Cultural.

Área devocional | Foto: Arthur Louzada

As obras, integralmente aprovadas pelo IPHAN, foram efetivadas pela Lei de Incentivo à Cultura Federal, com patrocínios do Instituto Cultural Vale e do BNDES. Foram realizadas por profissionais especializados e com muito estudo, respeito às normas, responsabilidade e cuidado. Preservar as características originais do monumento, segundo os padrões rígidos internacionais do restauro, foi prioridade do Instituto Modus Vivendi, organização responsável pelo restauro.

“Este projeto mudará a história da região, pois vai gerar efeito multiplicador no turismo e no desenvolvimento local a partir do uso da sua identidade cultural, da fé e da história de São José de Anchieta”, afirmou a responsável pelo trabalho de restauro, a presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel. Segundo a superintendente do Iphan-ES, Elisa Machado Taveira, a conclusão desse projeto, realizado por uma equipe multidisciplinar, é uma ação exemplar para a preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro.

Segundo o reitor do Santuário Nacional de São José de Anchieta, o padre jesuíta Nilson Maróstica, “com a canonização temos visto que cresceu e multiplicou o número de pessoas interessadas em São José de Anchieta, levando em conta toda a sua devoção e interesse pelos aspectos artístico e cultural do monumento. O Santuário, então revitalizado, revigora a fé do povo no santo, aumenta a devoção. Também desperta o interesse turístico, artístico, cultural. Revitalizar o Santuário é restaurar para preservar e divulgar”.

Sacristia | Foto: Arthur Louzada

O MENOR SANTUÁRIO DO MUNDO

Muitos pensam que o Santuário Nacional de São José de Anchieta é a Igreja Nossa Senhora da Assunção, construída pelas mãos do próprio santo com a colaboração dos indígenas. Mas na verdade, o espaço sagrado declarado oficialmente como Santuário Nacional é a chamada cela, o pequeno quarto onde faleceu o santo Apóstolo do Brasil. A Cela é o local para celebração do mistério, da fé e dos milagres. No local podem ser encontrados quatro elementos: um quadro com a imagem de São José de Anchieta, do século XVII, que veio de Roma no início do século passado; uma relíquia da tíbia de São José de Anchieta; um crucificado em terracota do século XVI, encontrado na Igreja durante um trabalho de arqueologia e, por ser contemporâneo à época que Anchieta viveu, está exposto; e a bula de canonização, o livro que é o decreto que determina que Padre José de Anchieta é Santo, escrito à mão em latim e assinado pelo Papa Francisco.

Deste modo, o Brasil ganha um belíssimo espaço de fé e cultura. Um local para encontrar-se com Deus através das pegadas deixadas pelo Apóstolo do Brasil, São José de Anchieta.

Fonte consultada: Ilda Castro (Mile4 Assessoria de Comunicação).

Fotos: Arthur Louzada

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Santa Cecília

Santa Cecília | arquisp
22 de novembro

Santa Cecília

Cecília, entre as mais populares virgens de Roma, é apresentada como virgo clarissima e ao mesmo tempo como esposa do jovem Valeriano. A Paixão, posterior ao século V, pouco confiável do ponto de vista histórico, estende-se nos particulares para esclarecer a aparente contradição: virgem esposa.

Na noite de núpcias, Cecília confidenciou ao esposo haver consagrado a própria virgindade a Deus, e acrescentou: “Nenhuma mão profana pode tocar-me porque um anjo me protege”. Convidou-o então a seguir seu exemplo, fazendo antes de tudo com que se batizasse.

O contrariado esposo não protestou. E na manhã seguinte dirigiu-se à via Ápia, onde o papa Urbano estava escondido entre os monumentos funerários. Instruído e batizado, voltou depois para a jovem esposa e um anjo colocou em sua cabeça uma coroa de rosas e lírios.

O irmão de Valeriano, Tibúrcio, seguiu seu exemplo, e ambos se consagraram à piedosa obra de sepultar os mártires cristãos. Foram logo presos, processados e condenados à decapitação a quatro milhas fora de Roma. Pelo caminho os dois irmãos conseguiram converter o prefeito Máximo, que colheu com eles a palma do martírio.

Cecília depôs seus corpos em um sarcófago, depois lhe coube dar a Cristo o extremo testemunho. Condenada à fogueira, saiu ilesa do suplício. Passou-se então à decapitação, mas a espada do verdugo não conseguiu cortar-lhe a cabeça. Cecília esperou assim por três dias a visita do papa Urbano e por todo aquele tempo continuou a professar a sua fé ao Deus Uno e Trino, com os dedos da mão, pois não podia proferir uma palavra. Nesta atitude foi esculpida por Maderno a sua célebre estátua.

Antes de morrer, encontrou um modo de encarregar o papa da distribuição de seus bens aos pobres, pedindo-lhe que transformasse sua casa em igreja. Aqui termina a Paixão. A história averiguou a existência dos mártires Valeriano e Tibúrcio, se bem que seja difícil estabelecer uma relação entre eles e santa Cecília.

O patrocínio da mártir romana à música sacra deveu-se a uma simples frase que se lê na Paixão, segundo a qual a jovem esposa, no dia das núpcias, “enquanto os órgãos tocavam, cantava em seu coração tão-só para o Senhor”. Aceita-se que suas relíquias, originariamente guardadas nas catacumbas de São Calisto, ao lado da Cripta dos Papas, tenham sido transferidas pelo papa Pascoal I (817-824) para a basílica do Trastévere, a ela dedicada.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

domingo, 21 de novembro de 2021

ESPIRITUALIDADE: Sacerdote para eternidade (Parte 3/4)

Sacerdote para eternidade | Opus Dei

Sacerdote para eternidade

Sacerdócio comum e sacerdócio ministerial

Nem como homem, nem como fiel cristão, o sacerdote é mais do que o leigo. Por isso é muito conveniente que o sacerdote professe uma profunda humildade, para entender como também no seu caso se cumprem plenamente, de modo especial, aquelas palavras de S. Paulo: que possuís que não tenhais recebido? O recebido… é Deus! O recebido é poder celebrar a Sagrada Eucaristia, a Santa Missa – fim principal da ordenação sacerdotal -, perdoar os pecados, administrar outros sacramentos e pregar com autoridade a Palavra de Deus, dirigindo os outros fiéis nas coisas que se referem ao Reino dos Céus.

O sacerdócio dos presbíteros, que pressupõe os sacramentos da iniciação cristã, confere-se mediante um Sacramento particular, pelo qual os presbíteros, pela unção do Espírito Santo, são selados com um carácter especial e se configuram com Cristo Sacerdote de tal modo que podem atuar na pessoa de Cristo cabeça. A Igreja é assim, não por capricho dos homens, mas por expressa vontade de Jesus Cristo, seu Fundador. O sacrifício e o sacerdócio estão tão unidos, por determinação de Deus, que em toda a Lei, na Antiga e na Nova Aliança, existiram os dois. Tendo, pois, recebido a Igreja Católica no Novo Testamento, por instituição do Senhor, o sacrifício visível da Eucaristia, deve-se também confessar que há n’Ele um novo sacerdócio, visível e externo, no qual se transformou o antigo.

Nos que são ordenados este sacerdócio ministerial soma-se ao sacerdócio comum de todos os fiéis. Portanto, seria um erro defender que um sacerdote é mais cristão do que qualquer outro fiel, mas pode afirmar-se que é mais sacerdote: pertence, como todos os cristãos, ao povo sacerdotal redimido por Cristo e, além disso, está marcado com o carácter do sacerdócio ministerial, que se diferencia essencialmente, e não apenas em grau, do sacerdócio comum dos fiéis.

Não compreendo o empenho de alguns sacerdotes em se confundirem com os outros cristãos esquecendo ou descuidando a sua missão específica na Igreja, para a qual foram ordenados. Pensam que os cristãos desejam ver no sacerdote um homem mais Não é verdade. No sacerdote querem admirar as virtudes próprias de qualquer cristão e de qualquer homem honrado: a compreensão, a justiça, a vida de trabalho – trabalho sacerdotal neste caso -, a caridade, a educação, a delicadeza no trato. Mas, juntamente com isto, os fiéis pretendem que se destaque claramente o carácter sacerdotal: esperam que o sacerdote reze, que não se negue a administrar os Sacramentos, que esteja disposto a acolher a todos sem se constituir chefe ou militante de partidarismos humanos, sejam de que tipos forem; que ponha amor e devoção na celebração da Santa Missa, que se sente no confessionário, que conforte os doentes e os atormentados, que ensine catequese às crianças e aos adultos, que pregue a Palavra de Deus e não qualquer tipo de ciência humana, que – mesmo que a conhecesse perfeitamente – não seria a ciência que salva e leva à vida eterna; que saiba aconselhar e ter caridade com os necessitados.

Numa palavra: pede-se ao sacerdote que aprenda a não estorvar em si a presença de Cristo nele, especialmente no momento em que realiza o Sacrifício do Corpo e Sangue e quando, em nome de Deus, na Confissão sacramental auricular e secreta, perdoa os pecados. A administração destes dois Sacramentos é tão capital na missão do sacerdote, que tudo o mais deve girar à sua volta. As outras tarefas sacerdotais – a pregação e a instrução na fé – careceriam de base, se não estivessem dirigidas a ensinar a ter intimidade com Cristo, a encontrar-se com Ele no tribunal amoroso da Penitência e na renovação incruenta do Sacrifício do Calvário, na Santa Missa.

Deixai que me detenha ainda um pouco na consideração do Santo Sacrifício: porque, se para nós é o centro e a raiz da vida cristã, deve sê-lo, de modo especial, na vida do sacerdote. Um sacerdote que, culpavelmente, não celebrasse diariamente o Santo Sacrifício do Altar, demonstraria pouco amor de Deus; seria como lançar em cara a Cristo que não compartilha da ânsia de Redenção, que não compreende a sua impaciência em se entregar, inerme, como alimento da alma.

São Josemaria Escrivá.

© 2002 Fundação Studium

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Última turma do Retiro do Clero de 2021

Retiro do Clero de Brasília | arqbrasilia

Entre os dias 15 e 18 desta semana, a quinta turma de padres da Arquidiocese de Brasília participou do retiro anual do Clero. O encontro foi realizado na Casa de Convivência Família de Nazaré e conduzido pelo Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, que desejou encontrar-se com os padres da Arquidiocese, também neste momento de oração e reflexão.

O ponto central da rotina do retiro foi a Eucaristia diária presidida por Dom Paulo e concelebrada pelos presbíteros presentes. Além disso, os momentos de palestra, a partir de textos selecionados pelo pregador, deram a direção aos momentos pessoais de silêncio e reflexão que são próprios destes períodos de recolhimento. Ademais, o encontro também é uma oportunidade de convívio fraterno, nos momentos das refeições, onde a partilha das vivências é frutuosa para o crescimento mútuo.

Um dos sacerdotes presentes, padre Wilker Lima, administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Esperança e coordenador do Setor de Comunicação, partilhou que “neste retiro nós fomos chamados a lembrar que o sacerdote deve buscar o conhecimento de Deus, à medida da estatura de Cristo, como afirma a Carta aos Efésios. À exemplo Dele, somos chamados a nos doar com alegria, sempre abastecidos pela força da Eucaristia.” O padre continua lembrando uma das alocuções de Dom Paulo: “Devemos nos lembrar que a atitude de se voltar para Cristo, nos mostra nossa humanidade e, por isso, devemos nos aceitar como somos, sempre com os olhos voltados ao exemplo do Senhor.”

Ao fim do retiro, Dom Paulo Cezar pode fazer um balanço da experiência do itinerário de condução dos retiros durante todo o ano: “Foi uma grande alegria encontrar com os padres da Arquidiocese de Brasília nesta atitude espiritual, pregando o retiro. É um hábito meu, sempre que assumo um ofício, pregar o retiro para aqueles que estarão comigo. Quando assumi como reitor de seminário, preguei o retiro para os seminaristas; quando assumi a Diocese de São Carlos, também conduzi o retiro para o clero e, agora, também na Arquidiocese de Brasília tenho essa experiência porque quero encontrar com aqueles que o Senhor me confiou, principalmente, neste caso, os presbíteros. É uma oportunidade de nos encontrarmos numa atitude de oração e reflexão, onde, também, vou abrindo o meu coração, dando a oportunidade de os presbíteros conhecerem o seu pastor e do pastor conhecer seus padres.

Do ponto de vista pessoal, o Arcebispo apresentou sua experiência: “Para mim foi uma experiência singular e muito rica. Peço aos padres que rezem por mim e que me assistam sempre com suas orações de forma que, aquilo que partilhamos possa ir tornando cada vez mais vida em nossa vida e na nossa caminhada e missão.”

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Um jovem que não é capaz de sonhar envelheceu antes de seu tempo, diz papa Francisco

O Papa antes do início da missa na basílica de São Pedro.
Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Vaticano, 21 nov. 21 / 08:03 am (ACI).- O papa Francisco urgiu que os jovens tenham uma consciência crítica perante os acontecimentos atuais e não deixem de sonhar. O pedido foi feito na missa que Francisco presidiu na Basílica de São Pedro neste domingo, 21 de novembro, solenidade de Cristo Rei, data em que a Igreja recorda o Dia Mundial da Juventude nas dioceses de todo o mundo.

Para articular seu ensinamento, o papa tomou duas imagens tiradas das leituras do domingo de hoje.

A primeira imagem vem do Livro do Profeta Daniel e mostra alguém parecido com "um filho do homem" vindo das nuvens do céu a quem "o poder, a glória e o reino foram dados" e a quem "todos os povos, nações e línguas serviram". Seu poder "é um poder eterno" e "seu reino jamais será destruído".

Essa imagem, retomada mais tarde pelo apóstolo João, de forma semelhante no Livro do Apocalipse, refere-se, segundo o papa, "à gloriosa vinda de Jesus como Senhor e como o fim da história".

A segunda imagem é do Evangelho de hoje: "Cristo está diante de Pilatos e lhe diz: 'Eu sou rei'". Na preparação do Dia Mundial da Juventude 2023, que se realizará em Lisboa, o Pontífice convidou os jovens a "parar e contemplar estas imagens de Jesus".

Jesus vindo entre as nuvens "é uma imagem que fala da vinda de Cristo em glória no fim dos tempos". Isso nos faz perceber que a última palavra sobre nossa existência será de Jesus, não nossa".

Outro ensinamento decorre desta imagem de Jesus vindo entre as nuvens, neste caso, um ensinamento que decorre do fato de que a visão do Profeta Daniel ocorre "em uma visão noturna".

"Isto significa que Deus vem durante a noite, entre as nuvens frequentemente escuras que pairam sobre nossas vidas", disse o papa. "Cada um de nós conhece estes momentos. É necessário reconhecê-lo, olhar além da noite, levantar os olhos para vê-lo no meio da escuridão".

Neste sentido, o Santo Padre convidou os jovens a não deixar “de procurar a luz no meio da escuridão que carregamos em nossos corações e que vemos ao nosso redor".

Em conclusão, ele pediu aos jovens que sonhassem, porque "um jovem que não é capaz de sonhar..., coitado, envelheceu antes de seu tempo".

Aqueles que sonham "não se deixam absorver pela noite, mas acendem uma chama, uma luz de esperança que anuncia o amanhã".  Sonhe, fique acordado, e olhe para o futuro com coragem.

A segunda imagem destacada pelo Papa em sua homilia é a de Jesus antes de Pilatos. O Senhor pronuncia suas palavras proféticas: "Eu sou rei".

“A determinação de Jesus, sua coragem, sua suprema liberdade são impressionantes". Ele foi preso, levado ao pretório, interrogado por aqueles que poderiam condená-lo à morte. Em tal circunstância, ele poderia ter deixado prevalecer o direito natural de se defender, talvez procurando 'remendar as coisas', concordando com uma solução de comprometimento".

Por outro lado, "Jesus não escondeu sua própria identidade, não camuflou suas intenções, não aproveitou a brecha que Pilatos deixou aberta para salvá-lo". Não. Com a coragem da verdade ele respondeu: 'Eu sou rei'".

Estas palavras mostram a missão de Jesus, que veio "proclamar por sua vida que seu Reino é diferente dos do mundo, que Deus não reina para aumentar seu poder e esmagar os outros, que ele não reina com exércitos e força". Seu Reino é um reino de amor. Eu sou rei, mas deste Reino de amor. Eu sou o Rei daqueles que dão suas vidas para a salvação dos outros.

Esta imagem, disse o papa, serve aos jovens para despertar neles "a coragem da verdade". Desta forma, "na liberdade de Jesus também encontramos a coragem de ir contra a maré".

"Caros jovens. Ser livre, ser autêntico, ser a consciência crítica da sociedade. Não tenha medo de criticar. Precisamos de suas críticas. "Tenha uma paixão pela verdade, para que com seus sonhos possa dizer: minha vida não é escrava da lógica deste mundo, porque eu reino com Jesus pela justiça, pelo amor e pela paz", concluiu.

Fonte: https://www.acidigital.com/

"Pecadores sim, corruptos jamais!": o Angelus do Papa na Solenidade de Cristo Rei

Papa Francisco | Vatican News

"Certamente todos somos pecadores", disse o Papa no Angelus dominical. "Mas quando vivemos sob o senhorio de Jesus, não nos tornamos corruptos, falsos, inclinados a encobrir a verdade. Não se leva uma vida dupla."

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Após celebrar a missa na Basílica Vaticana por ocasião da Jornada Mundial da Juventude diocesana, o Papa Francisco se reuniu com fiéis e peregrinos na Praça São Pedro para o Angelus dominical.

Em sua alocução, acompanhado de dois jovens da diocese de Roma, o Pontífice comentou o Evangelho da Liturgia deste último Domingo do Tempo Comum, que culmina numa afirmação de Jesus: "Eu sou Rei".

Ele pronuncia estas palavras perante Pilatos, enquanto a multidão grita para o condenar à morte. Anteriormente, Jesus não queria que o povo o aclamasse como rei, mas o fato é que a realeza de Jesus é bastante diferente da mundana, como explicou o Papa:

“Ele não vem para dominar, mas para servir. Ele não vem com os sinais do poder, mas com o poder dos sinais. Não está vestido com insígnias preciosas, mas está despido na cruz.”

A sua realeza vai além dos parâmetros humanos, disse ainda Francisco. “Ele não é rei como os outros, mas que é rei para os outros.”

Aplausos ou serviço?

O Papa prosseguiu destacando que Cristo disse que é rei no momento em que a multidão está contra ele, mostra-se livre do desejo de fama e glória terrena.

“E nós - perguntemo-nos - sabemos como imitá-lo nisto? No que fazemos, em particular no nosso compromisso cristão, contam os aplausos ou o serviço?”

Jesus não só evita qualquer busca da grandeza terrena, como também torna livre e soberano o coração de quem o segue.

“O seu reino é libertador, não há nada de opressivo. Ele trata cada discípulo como um amigo, não como um súdito.”

Portanto, acrescentou o Papa, seguindo Jesus, não se perde, mas se ganha dignidade. Porque Cristo não quer ao seu redor servilismo, mas pessoas livres.

Pecadores sim, corruptos jamais!

O fundamento desta liberdade de Jesus vem da verdade. É a sua verdade que nos liberta:

“A vida do cristão não é uma recitação em que se possa usar a máscara que é mais conveniente. Porque quando Jesus reina no coração, ele liberta-o da hipocrisia, dos subterfúgios, das duplicidades.”

Certamente todos somos pecadores, reconheceu o Papa. Mas, quando vivemos sob o senhorio de Jesus, não nos tornamos corruptos, falsos, inclinados a encobrir a verdade. Não se leva uma vida dupla.

“Pecadores sim, corruptos jamais!”

O Pontífice concluiu pedindo a intercessão de Nossa Senhora para que nos ajude a procurar todos os dias a verdade de Jesus, que nos liberta das escravidões terrenas e nos ensina a governar os nossos vícios.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

Dom Paulo Cezar Costa / Arcebispo de Brasília

Solenidade de Cristo Rei do Universo

Cristo, rei do Amor

            Neste domingo, celebramos Cristo, Rei do Universo. Contemplamos a realeza de Cristo. Durante um ano, Cristo foi passando no meio de nós, dando-nos a Sua Palavra, alimentando-nos na Eucaristia, dando-Se a nós nas celebrações litúrgicas; interpelando-nos no irmão pobre, necessitado; dialogando conosco por meio da oração etc. Se percebermos, durante todo o ano celebramos os mistérios de Cristo. E é esta a beleza e a força do ano litúrgico. Na solenidade de Cristo Rei, celebramos a Sua realeza, Cristo vencedor da morte, constituído Kyrios (Senhor), que é Senhor de tudo, “o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22, 12-13).

No Evangelho deste domingo (Jo 18, 33-37), tem-se o interrogatório de Pilatos a Jesus sobre a Sua realeza. Esta cena mostra a ambiguidade do poder, exercido por um homem vacilante, que defende somente a si mesmo e ao posto que ocupa. Do outro lado, interrogado está o verdadeiro protagonista: um prisioneiro impotente, entre as suas mãos. Este interrogatório deve nos fazer refletir sobre o poder, sobre o sentido do poder. A pergunta de Pilatos atinge o centro do problema político que o preocupa, a realeza de Jesus: “és o rei dos Judeus?” (Jo 18, 33). Pilatos queria saber se Jesus era o Messias político dos judeus, um revolucionário contra o Império Romano. A pergunta de Pilatos vem formulada com base nas acusações e intrigas dos sacerdotes e do Sinédrio contra Jesus.  Jesus responde com outra pergunta: “falas isso por ti mesmo ou outros te disseram isso de mim?” Jesus, com esta pergunta, mostra a Pilatos que ele está num plano diferente do Seu. Jesus tinha fugido, quando queriam fazê-lo rei. Por isso, Ele afirma que Seu reino não é deste mundo, isto é, Sua realeza não está submetida aos olhos humanos e tem uma dimensão diferente, não é de origem terrena.  Sua força e Seu poder não possuem a dimensão política do de Pilatos, dos reis deste mundo, mas provém de Deus.

À nova pergunta de Pilatos, Jesus explica em que sentido é rei. “Para isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade, ouve a minha voz” (Jo 18, 37). Jesus veio do Pai e revela aos homens o que viu e ouviu do Pai. Ele é o revelador do Pai. Mas Ele é, também, a Verdade: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6).  Ele é a Verdade. Pilatos tem diante de si, Aquele que é a Verdade. A verdade não é mais uma ideia, uma filosofia, mas uma pessoa: Jesus de Nazaré, o Filho de Deus. Quem é da verdade O escuta, quem não é da verdade O rejeita. Somente na fé é possível entender o verdadeiro sentido da realeza de Jesus. Pilatos é provocado a tomar posição diante da realeza de Jesus, mas se esquiva, perguntando o que é a verdade.

Pilatos representa a realeza que se fecha diante da defesa dos próprios privilégios e dos próprios interesses. Jesus testemunha uma realeza que se doa ao extremo, num amor gratuito, fazendo da cruz o Seu trono. Realeza que não defende seus próprios interesses, mas faz da vida dom pela nossa salvação.

Que a realeza de Cristo nos ajude a percebermos que ser da Verdade implica escutar a Sua voz e, a exemplo de Cristo, doar-se por amor. Só a realeza do amor de Cristo nos salva e nos liberta.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF