Translate

sábado, 4 de dezembro de 2021

Médico católico mudou a visão do mundo sobre a síndrome de Down

Doutor Jérôme Lejeune / Crédito: Fundação Jérôme Lejeune

PARIS, 03 dez. 21 / 03:38 pm (ACI).- O postulador da causa da canonização de Jérôme Lejeune, Aude Dugast, destacou o caráter heroico das virtudes do geneticista francês, e seu legado espiritual e intelectual que mudou a visão do mundo da síndrome de Down.

Nascido em 13 de junho de 1926 em Montrouge, França, o doutor Lejeune descobriu em 1958 a trissomia do par de cromossomos 21, responsável pela síndrome de Down.

A descoberta foi publicada na revista Nature em 1959. Desde então, Lejeune dedicou todos os seus esforços para defender essas crianças das tentativas de instrumentalizar sua descoberta para justificar o aborto de crianças com Down.

Essa postura de Lejeune na defesa do direito à vida de crianças com Síndrome de Down fez com que sua candidatura ao Prêmio Nobel de Medicina de 1970 não prosperasse, apesar da importância de sua descoberta.

Numa entrevista ao National Catholic Register, Dugast observou que a virtude da fé do geneticista francês é óbvia, "ele nunca duvidou e sua fé cresceu junto com sua inteligência e conhecimento científico".

“Todo o seu ser estava orientado para a busca da verdade”, destacou. “Como resultado, ele usou sua inteligência científica e espiritual para descobrir os mistérios do mundo criado com o grande mérito de poder transmiti-lo ao mundo com palavras simples e com grande humildade”, acrescentou.

O postulador disse que as capacidades do servo de Deus se combinavam com "uma caridade heroica porque tinha um amor incondicional por seus pacientes que demonstrava quando se falava do aborto de crianças com síndrome de Down”.

“Ele não seguiu o espírito da época. Sua moral estava a salvo. E isso é heroico porque ele sabia que teria muitos problemas por fazer isso, ele sabia. Mas disse que ele era o defensor natural dessas crianças porque não podiam se defender sozinhas", comentou.

Dugast disse que o geneticista se manteve "incrivelmente tranquilo e gentil" mesmo quando as portas se fecharam, e foi graças a isso que foi reconhecido como “o verdadeiro defensor da vida. Esta é a marca da sua natureza heroica”.

O postulador acrescentou que o geneticista católico via "no paciente uma pessoa feita à imagem de Deus" e destacou que este olhar "de amor e esperança transforma o paciente e os pais".

“Tenho muitos testemunhos de pais que ficaram maravilhados com a maneira como Lejeune recebeu seu filho e olhou para ele. Isso os ajudou a olhar para seu filho deficiente com amor renovado”, acrescentou.

Além disso, afirmou que a justiça é a "grande virtude cardeal de Lejeune", que lutou "pelo reconhecimento dos direitos de todos os nascituros" e não teve medo de "sacrificar a própria carreira" por esta causa.

Dugast disse que essa decisão fez com que o servo de Deus perdesse muitas coisas no processo, como o Prêmio Nobel, ao qual foi nomeado duas vezes; mas nada poderia o desviar do que “via como a verdade da inteligência e a verdade do coração” sobre o valor da vida.

“Em nosso mundo pós-moderno, a pressão é enorme, e se a pessoa não é livre interiormente, se não está disposta a perder tudo para seguir a própria consciência, sempre estará em perigo de se comprometer”, lamentou.

O postulador disse que o legado científico de Lejeune revolucionou o mundo da genética e a vida das famílias com crianças com deficiência.

“Não percebemos hoje, mas antes dessa descoberta em 1958, as famílias que tinham um filho com síndrome de Down, ou uma criança 'mongolóide' como eram chamadas na época, estavam perdidas, sem mencionar a forma como a sociedade via os seus filhos e, portanto, como os via”, acrescentou.

Dugast lamentou que as famílias com filhos com deficiência naquela época tenham sido condenadas ao ostracismo e a viver escondidas, onde as outras filhas não podiam se casar.

“Ao mostrar que se tratava de uma doença cromossômica, Lejeune revolucionou a visão da sociedade sobre as famílias e restaurou sua dignidade. Isso as libertou do peso da suspeita e da fatalidade", destacou.

O postulador destacou que o servo de Deus fez da genética uma disciplina “por direito próprio, criou os primeiros certificados citogenéticos, foi o primeiro professor da primeira cátedra acadêmica de genética na França. Ele também foi reitor da Universidade de Medicina de Paris”.

“Diz-se que ele foi o pai da genética moderna. Todos os geneticistas da França durante 30 anos foram seus alunos. Teve um impacto enorme, não só na França, mas também nos EUA e em todo o mundo”, destacou.

Mas o seu impacto foi também no plano espiritual, onde o servo de Deus conseguiu demonstrar que “a fé e a ciência andam de mãos dadas, que para ser um grande cientista não é preciso deixar a fé de lado”, e para ser um homem venerável, com virtudes heróicas, “não precisa deixar a inteligência de lado”.

“A inteligência de Jérôme Lejeune está verdadeiramente no centro da sua santidade”, acrescentou.

Dugast também destacou o papel fundamental de Birthe Lejeune, esposa do geneticista francês, a quem descreveu como “mais do que uma mão direita. Ela era parte total dele”.

“Jérôme Lejeune não seria o homem que conhecemos se a senhora Lejeune não estivesse ao seu lado, mesmo que apenas em um nível muito simples. A senhora Lejeune era uma espécie de força vital pura, e Jérôme era um cientista, um poeta, que também era muito concreto, mas não tinha a força vital da senhora Lejeune”, acrescentou.

Por fim, Dugast destacou que é a simplicidade da santidade de Lejeune que mais o edifica, porque o servo de Deus "não nasceu santo, tornou-se santo".

“Ele levou a sério a fé de seu batismo e o Evangelho. Deixou-se levar pelas circunstâncias da vida, por seus encontros com essas crianças. E quando outras circunstâncias da vida lhe pediram para trair esse compromisso médico, do juramento hipocrático, ele disse não, eu sou médico e é a prova da inteligência que um embrião é um ser humano que um médico deve tratar”, acrescentou.

O postulador disse que Lejeune, falando “a verdade, converteu os médicos. E isso foi o que mais me comoveu e me fez refletir”.

“É maravilhoso ver que este grande cientista guiou toda a sua vida segundo as palavras de Jesus no Evangelho: ‘todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’. Costumava terminar suas conferências com este chamado ao Evangelho. É a bússola da sua vida”, concluiu.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa Francisco despede-se de Chipre e chega à Grécia

Papa despede-se de Chipre e chega à Grécia | Vatican News

Foram 4 discursos e uma homilia em terra cipriota. "Uma viagem bonita e também tocaremos algumas chagas. Espero que possamos acolher todas as mensagens que encontraremos", havia dito Francisco aos jornalistas no voo Roma-Chipre.

Vatican News

O Papa Francisco despediu-se de Chipre na manhã deste sábado, 4 de dezembro, seguindo para a Grécia, próxima etapa da 35ª Viagem Apostólica de seu Pontificado.

Após rezar a Missa de forma privada na Nunciatura às 6h30, o Santo Padre despediu-se dos funcionários, benfeitores e amigos, transferindo-se então para o Aeroporto Internacional de Larnaca, distante 50 km, onde foi acolhido pelo presidente da República na entrada da Sala VIP Lounge, local onde teve lugar um breve encontro privado.

Antes de embarcar, o Pontífice saudou as delegações presentes na pista do aeroporto e passou em revista a Guarda de Honra. Não houve discursos. O voo A320neo/Aegean decolou pouco depois das 9h30, horário local, em direção ao Aeroporto Internacional de Atenas, onde deverá chegar após 1h40min, após ter percorrido 895 km.

Papa Francisco chega à Grécia

A peregrinação de Francisco à Grécia se entrelaça com a história do cristianismo e da civilização ocidental. Na mensagem em vídeo por ocasião da viagem, o Papa Francisco falou da peregrinação às fontes, fazendo também um forte apelo em favor da integração dos migrantes, a fim de que o Mediterrâneo não seja mais "um grande cemitério".

Vatican News

O Papa já está na Grécia, última etapa da 35ª Viagem Apostólica de seu Pontificado. No Aeroporto Internacional de Atenas, onde chegou pouco depois das 11 horas, horário local, foi saudado antes de descer do avião pelo núncio apostólico, arcebispo Savio Hon Tai-Fai SDB e pelo embaixador da Grécia junto à Santa Sé, Sr. Georgios Poulides.

A recebê-lo oficialmente, aos pés da escada anterior do avião, o ministro do exterior, Nikos Dendias. Crianças com vestes tradicionais ofereceram flores a Francisco. Após a passagem pela Guarda de Honra e a apresentação das delegações, o Pontífice seguiu para o Palácio Presidencial, distante 31 km, para a visita de cortesia à presidente da República da Grécia, o encontro com o primeiro-ministro e o discurso às autoridades, sociedade civil e corpo diplomático.

Na peregrinação às fontes, o encontro com os migrantes

Na mensagem em vídeo por ocasião da viagem, o Papa falou da sua "peregrinação às fontes", fazendo também um forte apelo em favor da integração dos migrantes, a fim de que o Mediterrâneo não seja mais "um grande cemitério".

A primeira fonte - explicou Francisco - é a da fraternidade, "tão preciosa", especialmente no contexto do caminho sinodal. A segunda fonte indicada pelo Pontífice, por sua vez, é "a antiga fonte da Europa": Chipre, de fato, representa "um ramo da Terra Santa no continente", enquanto "a Grécia é a pátria da cultura clássica". 

Por fim, a terceira fonte da viagem, a humanidade, que será concretamente representada pela etapa em Mytilene - Lesbos, onde o Papa irá na manhã do domingo, 5 de dezembro, para se encontrar com os refugiados, assim como fez há cinco anos na mesma ilha.

Impulso ao ecumenismo

Na Grécia, a dimensão majoritária é da Igreja Ortodoxa, que ao longo do tempo estabeleceu uma fecunda relação de colaboração e entendimento com a Igreja Católica. Esta harmonia também se materializou no âmbito da ajuda aos migrantes que no país, especialmente nos últimos anos, aumentaram consideravelmente, incidindo negativamente nos centros de acolhida das ilhas de Lesbos, Chios, Samos, Los e Eros.

"O Papa na Grécia encontrará uma Igreja Ortodoxa provada pelo período de escravidão que ocorreu durante o Império Otomano: um verdadeiro martírio", afirmou Athenagoras Fasiolo, Arquimandrita do Trono ecumênico do Patriarcado ecumênico de Constantinopla. “É preciso lembrar - acrescenta - que a Igreja Ortodoxa contribuiu para a independência do Estado grego não somente para manter a tradição, a língua, a cultura, mas também para devolver ao povo cristão a liberdade e a convivência pacífica”.

Para o arcebispo de Atenas e administrador apostólico ad nutum Sanctae Sedis de Rhodes, Dom Theodoros Kontidis, a visita de Francisco “é um passo importante em direção ao mundo ortodoxo, uma reaproximação, porque no mundo e em particular no mundo ocidental, existem muitos desafios para a Igreja. Unidos aos ortodoxos, o testemunho cristão torna-se mais forte e mais profundo. A tradição ortodoxa e as Igrejas ortodoxas resistem melhor à corrente da secularização. Os ortodoxos têm um grande respeito por suas tradições espirituais. Mesmo aqueles que não são próximos à Igreja se reconhecem na tradição espiritual do país ou da sua comunidade. Diante do desafio da secularização, a ortodoxia é um aliado dos católicos. E para a Grécia, a presença do Papa é, sem dúvida, uma janela que se abre ao mundo.”

Fortalecimento da pequena comunidade católica

Dom Theodoros Kontidis diz ainda que “para a comunidade católica, a presença do Papa deve ser vista como um apelo à fé em Cristo e ao Evangelho. E ao mesmo tempo, uma oportunidade para uma maior unidade na fé e na Igreja Católica universal. Como pequena comunidade, nos sentimos às vezes isolados. O Papa nos une à Igreja universal.”

 Já o administrador apostólico dos Armênios Católicos da Grécia, Dom Hovsep Bezezian, faz votos que a visita do Papa Francisco fortaleça e encorage "a fraternidade entre todos nós. Repito as palavras de Francisco - ressaltou ele - "não somente os católicos, mas todos". "Fraternidade" significa que existe amor e como diz o canto, “Onde está Deus, existe amor”!

Encontro do cristianismo com a filosofia grega 

A peregrinação de Francisco à Grécia se entrelaça com a história do cristianismo e da civilização ocidental. O encontro dos valores cristãos com os da cultura helênica é crucial para a difusão do cristianismo, não somente na Europa. Como também havia recordado São João Paulo II durante a sua Viagem Apostólica à Grécia em 2001, "a obra dos filósofos e dos primeiros apologistas cristãos permite iniciar, no seguimento de São Paulo e de seu discurso em Atenas, um fecundo diálogo entre a fé cristã e filosofia". O encontro do cristianismo com a filosofia grega conduz a um diálogo que se desenvolve entre elementos concordantes e novidades substanciais, ligadas ao anúncio do Evangelho.

A relação entre o cristianismo e a filosofia também é atestada por imagens, que peregrinos e pessoas de todo o mundo podem admirar no Vaticano. Entre estas, o famoso afresco "A Escola de Atenas" de Rafael sânzio na “Stanza della Segnatura” nos Museus do Vaticano. Inserido em uma arquitetura renascentista grandiosa, é inspirado no projeto de Bramante para a renovação da basílica paleocristã de São Pedro. A imagem, também apresentada no cabeçalho deste artigo, apresenta os mais famosos filósofos da antiguidade. Alguns são facilmente reconhecíveis: no centro, Platão, apontando para cima com um dedo e segurando seu livro Timeu, flanqueado por Aristóteles. Pitágoras é retratado em primeiro plano com a intenção de explicar. Deitado na escada está Diógenes. Heráclito está encostado em um bloco de mármore, tentando escrever em uma folha. Na cena também aparecem Euclides, que ensina geometria aos alunos, Zoroastro com o globo celeste e Ptolomeu com o terrestre. “Feito do encontro contínuo entre o céu e a terra”.

São João Damasceno

S. João Damasceno | arquisp
04 de dezembro

São João Damasceno

João Damasceno é considerado o último dos santos Padres orientais da Igreja, antes que o Oriente se separasse definitivamente de Roma, no ano 1054. Uma das grandes figuras do cristianismo, não só da época em que viveu, mas de todos os tempos, especialmente pela obra teológica que nos legou.

Seu nome de batismo era João Mansur. Nasceu no seio de uma família árabe cristã no ano 675, em Damasco, na Síria. Veio daí seu apelido "Damasceno" ou "de Damasco". Nessa época a cidade já estava dominada pelos árabes muçulmanos, que acabavam de conquistar, também, a Palestina. No início da ocupação, ainda se permitia alguma liberdade de culto e organização dos cristãos, dessa forma o convívio entre as duas religiões era até possível. A família dos Mansur ocupava altos postos no governo da cidade, sob a administração do califa muçulmano, espécie de prefeito árabe.

Dessa maneira, na juventude, João, culto e brilhante, se tornou amigo do califa, que depois o nomeou seu conselheiro, com o título de grão-visir de Damasco. Mas como era, ao mesmo tempo, um cristão reto e intransigente com a verdadeira doutrina, logo preferiu se retirar na Palestina. Foi ordenado sacerdote e ingressou na comunidade religiosa de São Sabas, e desde então viveu na penitência, na solidão, no estudo das Sagradas Escrituras, dedicado à atividade literária e à pregação.

Saía do convento apenas para pregar na igreja do Santo Sepulcro, para defender o rigor da doutrina. Suas homilias, depois, eram escritas e distribuídas para as mais diversas dioceses, o que o fez respeitado no meio do clero e do povo. Também a convite de João V, bispo de Jerusalém, participou, ao seu lado, no Concílio ecumênico de Nicéia, defendendo a posição da Igreja contra os hereges iconoclastas. O valor que passou para a Igreja foi através da santidade de vida, da humildade e da caridade, que fazia com que o povo já o venerasse como santo ainda em vida. Além disso, por sua obra escrita, sintetizando os cinco primeiros séculos de tentativas e esforços de sedimentação do cristianismo.

Suas obras mais importantes são "A fonte da ciência", "A fé ortodoxa", "Sacra paralela" e "Orações sobre as imagens sagradas", onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra o conceito dos iconoclastas. Por causa desse livro, João Damasceno foi muito perseguido e até preso pelos hereges. Até mesmo o califa foi induzido a acreditar que João Damasceno conspirava, junto com os cristãos, contra ele. Mandou prendê-lo a aplicar-lhe a lei muçulmana: sua mão direita foi decepada, para que não escrevesse mais.

Mas pela fé e devoção que dedicava à Virgem Maria tanto rezou que a Mãe recolocou a mão no lugar e ele ficou curado. E foram inúmeras orações, hinos, poesias e homilias que dedicou, especialmente, a Nossa Senhora. Através de sua obra teológica foi ele quem deu início à teologia mariana. Morreu no ano 749, segundo a tradição, no Mosteiro de São Sabas. Tão importante foi sua contribuição para a Igreja que o papa Leão XIII o proclamou doutor da Igreja e os críticos e teólogos o declararam "são Tomás do Oriente". Sua celebração, no novo calendário litúrgico da Igreja, ocorre no dia 4 de dezembro.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Santa Bárbara

Santa Bárbara | arquisp
04 de dezembro

Santa Bárbara

Filha de pais pagãos, Bárbara aprendeu a amar a Deus observando a natureza, o céu, o sol, as estrelas e todas as maravilhas da terra.

Bárbara nasceu na Nicomédia, Bitínia, atual Turquia. Num lar pagão, desde pequena participava dos cultos e homenagens aos deuses. A menina cresceu bela e inteligente e aprendeu os valores cristãos a ponto de apegar-se a eles com toda a força da alma. Assim, instruída no cristianismo às escondidas, recebeu o batismo.

Mas chegou o dia em que seu pai tomou conhecimento disso. A princípio, tentou persuadi-la a voltar aos valores pagãos com argúcia e artimanhas. O tempo foi passando e nada de Bárbara render-se. As pressões sobre ela aumentaram e a sua desobediência também. Até que, um dia, o pai a agrediu fisicamente, com castigos severos. Bárbara resolveu fugir de suas mãos e escondeu-se numa gruta.

Foi encontrada por dois pastores e entregue ao pai, que a maltratou, novamente, de maneira terrível. Estava apenas começando o seu sofrimento e martírio. Nada conseguindo, o pai a entregou ao governador romano Marciano.

Impressionado com a beleza da jovem, o governante, a princípio, evitou maltratá-la. Tentou a tática da conquista, não somente para sua religião como também para si. Nada conseguiu e a jovem começou a ser flagelada sadicamente, várias horas seguidas, durante dias inteiros. Conta-se que jamais se ouviu uma queixa ou lamento.

Segundo a tradição, Bárbara era confortada e tratada à noite por um anjo, de tal modo que no dia seguinte se apresentava a Marciano como se nada lhe tivesse acontecido durante o dia anterior. Tanto foi seu sofrimento que uma outra jovem cristã se ofereceu para tomar o seu lugar. Tinha vinte anos de idade e seu nome era Emiliana. Não conseguiu substituí-la, sendo depois morta no mesmo dia que ela.

Nessa ocasião, foi seu próprio pai que lhe serviu de carrasco. O golpe da espada paterna fez rolar sua cabeça e nesse instante foi fulminado por um raio que caiu sobre ele. Tudo isso transcorreu no século III.

Por isso, até hoje, santa Bárbara é invocada a proteger seus devotos durante as grandes tempestades de raios e trovões. A cristandade do mundo todo a homenageia com a escolha do nome no batismo, também emprestado para várias cidades que a têm como padroeira. A sua tradicional festa acontece no dia 4 de dezembro.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

ESPIRITUALIDADE: Amor sem limites (Parte 11/19)

Capa: Fragmento de um ícone de meados de
século XVII atribuído a Emanuel Lombardos.

Um Monge da Igreja do Oriente

AMOR SEM LIMITES

Tradução para o português:
Pe. André Sperandio

Ecclesia

23. A queda dos muros

A cidade forte, cercada de muralhas, aonde não se pode entrar e de onde não se pode sair, é uma imagem comovente da separação. Representa a própria negação do amor sem limites.

Toda separação originada na falta de amor é pecado, qualquer que seja sua forma. E todo pecado é separação. A separação é "o" pecado.

Separar-se, tornar-se estrangeiro ou seguir sendo para o "outro" vai contra o sentido da evolução da vida. Os animais primitivos se isolavam sob pesados escudos. Eles se abrigavam com seus poderosos instrumentos de defesa.

Pouco a pouco e, cada vez mais, eles foram perdendo esses meios defensivos, porém, desenvolveram seu sistema nervoso e ampliaram seus contatos. O homem é o menos protegido dos seres vivos, mas o mais aberto à comunicação. Tudo isso foi assim querido pelo Senhor-amor.

A cidade fechada é, em certos casos, uma pessoa ou um grupo de pessoas das quais gostaríamos de nos aproximar e com quem gostaríamos de entrar em um relacionamento amoroso. Mas a cidade fechou suas portas diante de nós.

O que fazer? Forçar as muralhas? Não é necessário, em muitos casos, dar a volta na fortaleza sete vezes, setenta e sete vezes, em silêncio, com um cuidado respeitoso e afetuoso, sem nos deixar impressionar pelas pedras e insultos que podem nos lançar. E, acima de tudo, neste circuito, precisamos levar conosco a arca da aliança, a arca da nossa aliança com o Senhor-amor, isto é, tudo o que dentro de nós temos de mais sagrado e mais generoso.

E, assim por diante, até que o Senhor-amor nos diga: "Agora coloquei este ou estes em tuas mãos. Destruí o muro da separação. Eu os entrego o a ti. E, eu te dou a eles".

Talvez chegemos ao fim de nossa vida sem ter visto capitular aqueles aos que chamávamos ao amor. Mas, no que nos diz respeito, teremos, de certo modo, saído vencedores. Assediando assim os isolados voluntários somente com a força do amor, teremos demolido nossos próprios muros.

A nossa própria pessoa também não estava entrincheirada em face do amor? A fortaleza hostil é, em primeiro lugar, o meu "eu-mesmo".

Os muros da cidade fechada não foram construídos em um dia. Essas construções requerem anos. Freqüentemente, devido a uma lenta segregação acumulada, produz-se a surdez. Da mesma forma, pedra a pedra, dia a dia, ano após ano, construí um muro de egoísmo cada vez mais alto.

Eu me isolei em um duplo recinto: primeiro, o muro, visível para todos, de minhas palavras e de minhas ações negativas; depois, o muro invisível, ainda mais sombrio, de meus pensamentos obstinadamente fixos em mim mesmo.

A cidade forte construída por mim foi sitiada. Nossa cidade fechada, a de cada um de nós, quem a assedia? Os outros homens. O amor.

Não somos nós que podemos facilmente destruir nossos próprios muros. Não podemos levantar as pedras uma a uma. Mas o Senhor-amor nos rodeia constantemente, pacientemente. Nossas barricadas não serão demolidas por mãos humanas. Não serão suficientes rápidos retoques. É preciso uma demolição profunda, que liberta. É necessário um tremor de terra para fazer rolar a pedra que fechava a tumba no horto. Nossos muros só cairão depois de abalados os seus fundamentos.

Senhor-amor, dá-me a grande sacudida inicial! O choque de uma pedra contra outra faz saltar a faísca. Que o choque produzido pela quebra dos muros de separação acenda em mim o fogo desejado e faça-me partícipe da sarça ardente! Que todos esses miseráveis limites ​​sejam abolidos pela grande entrada do amor sem limites!

® NARCEA, S.A. EDIÇÕES
Dr. Federico Rubio e Galí, 9. 28039 - Madrid
® EDITIONS ET LIBRAIRIE DE CHEVETOGNE Bélgica
Título original: Amour sans limite
Tradução (para o espanhol): CARLOS CASTRO CUBELLS
Tradução para o português: Pe. André Sperandio
Capa: Fragmento de um ícone de meados de século XVII atribuída a Emanuel lombardos
ISBN: 84-277-0758-4
Depósito Legal: M-26455-1987
Impressão: Notigraf, S. A. San Dalmácio, 8. 28021 - Madrid

Advento: uma alegre espera com Maria

Fr Lawrence Lew, O.P.-cc
Por Ricardo Sanches

Além de lembrar a importância de Maria para a história da salvação, durante o Advento a Igreja também celebra alguns títulos de Nossa Senhora.

O culto à Virgem Maria está marcadamente presente durante todo o ano litúrgico e, inclusive, no Advento. Neste tempo, lembramos que Maria teve papel essencial na história da salvação ao gerar Jesus, o Filho de Deus.

A coragem, a doçura e a santidade de Maria ao dizer sim a Deus nos ajudam a entender os planos do Senhor ao enviar o seu Filho para salvar a humanidade.

Paulo VI, na Exortação Apostólica Marialis cultus destacou:

“No tempo do Advento a Liturgia, não apenas na altura da solenidade de 8 de dezembro, celebração, a um tempo, da Imaculada Conceição de Maria, da preparação radical (cf. Is 11,1.10) para a vinda do Salvador e para o feliz exórdio da Igreja sem mancha e sem ruga, (4) recorda com frequência a bem-aventurada Virgem Maria, sobretudo nas férias que vão de 17 a 24 de dezembro; e, mais particularmente, no domingo que precede o Natal, quando faz ecoar antigas palavras proféticas acerca da Virgem Mãe e acerca do Messias e lê episódios evangélicos relativos ao iminente nascimento de Cristo e do seu Precursor.”

A exaltação apostólica ainda esclarece:

“O tempo do Natal constitui uma memória continuada da Maternidade divina, virginal e “salvífica”, daquela cuja “intemerata virgindade deu a este mundo o Salvador”. Assim, na solenidade da Natividade do Senhor, a Igreja, ao adorar o divino Salvador, venera também a sua gloriosa Mãe; na Epifania do Senhor, ao mesmo tempo que celebra a vocação universal para a salvação, contempla a Virgem Maria, verdadeira Sede da Sabedoria e verdadeira Mãe do Rei, que apresenta à adoração dos Magos o Redentor de todas as gentes (cf. Mt 2,11); e na festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José (Domingo dentro da oitava da Natividade do Senhor), considera, venerável, a vida de santidade que levam, na casa de Nazaré, Jesus, Filho de Deus e Filho do homem, Maria, sua Mãe, e José, homem justo (cf. Mt 1,19).”

Celebrações de Nossa Senhora no Advento

Além de lembrar a importância fundamental de Maria na história da salvação, durante o Advento a Igreja também celebra alguns títulos de Nossa Senhora.

8 de dezembro: Imaculada Conceição

8 de dezembro: Nossa Senhora Desatadora de Nós


10 de dezembro: Nossa Senhora de Loreto


12 de dezembro: Nossa Senhora de Guadalupe

18 de dezembro: Nossa Senhora do Ó
Fonte: https://pt.aleteia.org/

Não nos resignemos com um mundo dividido, diz o papa no Chipre

Papa Francisco no encontro ecumênico no Chipre / Vatican Media

Nicósia, 03 dez. 21 / 02:16 pm (ACI).- O papa Francisco exortou a dar passos concretos para caminhar “do conflito à comunhão, do ódio ao amor”, porque Deus “chama-nos a também não nos resignarmos com um mundo dividido”, mas a formar “uma humanidade sem muros de separação”.

O papa participou no dia 3 de dezembro, da oração ecumênica com os migrantes na Igreja da Santa Cruz de Nicósia, em seu segundo dia de visita apostólica ao Chipre.

É “um caminho paciente que, dia após dia, nos faz entrar na terra que Deus preparou para nós”, disse o papa. “Nesse caminho, que é longo e feito de subidas e descidas, não nos devem dar medo as diferenças entre nós, mas sim os nossos fechamentos e preconceitos, que impedem de nos encontrarmos verdadeiramente e de caminharmos juntos" porque "os fechamentos e os preconceitos reconstroem entre nós aquele muro de separação que Cristo derrubou, ou seja, a inimizade".

Conselhos para acabar com a divisão

O papa sugeriu dois conselhos para que o Chipre acabe com a divisão e “possa tornar-se com a graça de Deus um laboratório de fraternidade”.

O Chipre é um país dividido entre a comunidade de língua grega, majoritária, e a minoria de lingua turca. Indepdente do Reino Unido desde 1960, o Chipre viu a tensão culminar em confronto já em 1964. Tropas da ONU mantêm, desde 1964, a ilha dividida entre as duas comunidades. Em 1974, a ditadura militar que governava a Grécia tentou derrubar o presidente eleito de Chipre. A Turquia interveio e conseguiu o controle de um terço da ilha. Em 1983, a parte controlada pela Turquia declarou-se República Turca do Norte de Chipre, reconhecida só pela Turquia. Desde 2004, negociações tentam reunificar a ilha, sem sucesso. A parte grega do Chipre integra a União Europeia.

O papa destacou a importância do “reconhecimento efetivo da dignidade de toda a pessoa humana” porque “é um fundamento ético, um fundamento universal que está no centro também da doutrina social cristã”.

Além disso, Francisco exortou "a abertura confiante a Deus Pai de todos", pois "este é o ‘fermento’ que somos chamados a levar como crentes".

No seu discurso, o papa agradeceu também a todos os participantes do momento de oração. Foi o último evento de sua visita ao Chipre. Amanhã o papa viaja para Atenas, capital da Grécia.

O papa agradeceu ao patriarca latino de Jerusalém, dom Pierbattista Pizzaballa; ao patriarca maronita de Antioquia, cardeal Béchara Boutros Raï; à diretora da Cáritas Chipre, Elisabeth V. Kassinis e aos quatro jovens que compartilharam seu breve testemunho: Thamara da Silva, do Sri Lanka, Maccolins Ewoukap Nfongock, de Camarões, Rozh Najeeb, do Iraque e Mariamie Besala Welo, da República Democrática do Congo.

A Maccolins, de Camarões, o papa disse que ele partilhou que ao longo da sua vida foi "ferido pelo ódio". Acrescentou que “o ódio poluiu também as nossas relações entre os cristãos” e isso “deixa marcas, marcas profundas que perduram por muito tempo. Trata-se de um veneno, do qual é difícil desintoxicar-se. É uma mentalidade distorcida que, em vez de nos fazer reconhecer como irmãos, faz-nos ver como adversários, como rivais, objetos a serem vendidos e explorados”.

“A vossa presença, irmãos e irmãs migrantes, é de grande significado para esta celebração. Os vossos testemunhos são como um ‘espelho’ para nós, comunidades cristãs”, disse o papa.

Ao pronunciar o seu discurso, o papa improvisou em várias ocasiões. Entre elas, lembrou os migrantes que não conseguiram chegar ao destino e morreram, ou que são vítimas do tráfico.

O papa pediu "não olhar para outro lado" ou calar-se diante do sofrimento de tantos irmãos e irmãs que se encontram em lugares de tortura e escravidão. “Essa é a história dessa civilização desenvolvida que chamamos de ocidente”, lamentou.

“Que Deus desperte a nossa consciência e desculpe-me se disse essas coisas, mas não podemos ficar calados, olhando para o lado nessa cultura da indiferença. Que Deus abençoe vocês”, concluiu o papa.

A reunião ecumênica de oração terminou com a oração do Pai-Nosso.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa saúda comunidade ortodoxa e pede gestos audazes rumo à comunhão

Encontro com o Santo Sínodo na catedral prtodoxa | Vatican News

“Não nos deixemos paralisar pelo temor de nos abrir e realizar gestos audazes; não apoiemos aquela «incompatibilidade das diferenças» que não está prevista no Evangelho”, disse o Papa ao visitar a comunidade ortodoxa de Nicósia.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

"Chipre, que já é uma ponte entre Oriente e Ocidente, seja também uma ponte entre o Céu e a terra."

Foi sob o signo do ecumenismo que o Papa Francisco iniciou seu segundo dia em terras cipriotas, realizando uma visita ao Arcebispado ortodoxo de Nicósia, a convite da Sua Beatitude Chrysostomos II.

De fato, ambas as igrejas têm uma origem apostólica comum: antes de chegar a Roma, Paulo passou por Chipre. Portanto, afirmou o Papa, “descendemos do mesmo ardor apostólico e interliga-nos um único caminho: o do Evangelho”.

Assim como fez em sua chegada a Chipre, diante da comunidade católica, Francisco dedicou seu discurso ao apóstolo cipriota Barnabé, cujo nome significa ao mesmo tempo "filho da consolação" e "filho da exortação".

“Para ser filhos da consolação, antes de dizer algo, é preciso ouvir, deixar-se questionar, descobrir o outro, compartilhar. Pois o Evangelho transmite-se por comunhão”, afirmou o Papa, que fez uso de uma palavra atual na Igreja: sinodalidade.

“É isto que nós, como católicos, desejamos viver nos próximos anos, redescobrindo a dimensão sinodal, constitutiva do ser Igreja.” Neste aspecto, o Pontífice afirmou contar com a experiência dos ortodoxos.

A propósito da vivência que une as duas Igrejas, o Papa citou o trabalho da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico. Mas não só: manifestou sua solidariedade diante de todas as alegrias e tristezas que devem enfrentar e encorajou a prosseguir no caminho rumo à unidade com a coragem do despojamento:

“Não nos deixemos paralisar pelo temor de nos abrir e realizar gestos audazes; não apoiemos aquela «incompatibilidade das diferenças» que não está prevista no Evangelho.”

Para Francisco, é preciso deixar de lado teorias abstratas e trabalhar juntos lado a lado, por exemplo, no campo da caridade, da educação e da promoção da dignidade humana:

“Também hoje não faltam falsidades e enganos que o passado coloca diante de nós e que atrapalham o caminho. Séculos de divisão e distanciamento fizeram-nos assimilar, mesmo involuntariamente, não poucos preconceitos hostis a respeito dos outros. (...) Mas tudo isto desvirtua o caminho de Deus, que tende para a concórdia e a unidade.”

Portanto, é preciso deixar-se inspirar por Barnabé, Paulo, Marcos e inumeráveis santos que passaram por esta terra. Eles “impelem a navegar juntos rumo ao porto por que todos suspiramos. Lá de cima, convidam a fazer de Chipre, que já é ponte entre Oriente e Ocidente, uma ponte entre o Céu e a terra”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

São Francisco Xavier

S. Francisco Xavier | arquisp
03 de dezembro

São Francisco Xavier

A Igreja sempre se apoiou nos missionários para sua expansão no decorrer dos séculos. Primeiro foram os apóstolos que se espalharam pelo mundo após a ressurreição de Jesus. Durante o período do descobrimento, entre os séculos XV e XVI, o cristianismo encontrou nos missionários da Companhia de Jesus, os jesuítas, a forma de iniciar a evangelização nas Américas e no Oriente: Índia, Japão e China.

Francisco Xavier, considerado o maior dos missionários jesuítas, foi o fundador dessas missões no Oriente. Nasceu no reino de Navarra, Espanha, em 7 de abril de 1506. Era filho de uma família nobre, que havia projetado para ele um futuro de glória e riqueza no mundo, matriculando-o, com dezoito anos, na Universidade de Paris. Mas não foi no campo terreno que ele se sobressaiu e sim no espiritual. Francisco formou-se em filosofia e lecionava na mesma universidade, onde conheceu um aluno bem mais velho e de idéias objetivas e tudo mudou. Tratava-se do futuro santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas.

Loyola sonhava formar uma companhia de apóstolos para a defesa e propagação do cristianismo no mundo. Viu em Francisco alguém capaz de ajudá-lo na empreitada e tentou conquistá-lo para a causa. Tarefa que se revelou nada fácil, por causa do orgulho e da ambição que Xavier tinha, projetadas em si por sua família. Loyola, enfim, convenceu-o com uma frase que lhe tocou a alma: "De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?" (Mc 8, 36). Francisco tomou-a como lema e nunca mais a abandonou, nem ao seu autor, Jesus Cristo.

Os papéis se inverteram e Inácio passou a ser mestre de seu professor, ensinando-lhe o difícil caminho da humildade e dos exercícios espirituais. Francisco, por fim, se retirou por quarenta dias na solidão, preparando-se para receber a ordenação sacerdotal. Celebrou sua primeira missa com trinta e um anos e se tornou co-fundador da Companhia de Jesus. Passou, então, a cuidar dos doentes leprosos, doença de então, segregados pela sociedade. Com outros companheiros, fixou-se, em 1537, em Veneza, onde recolhia das ruas e tratava aqueles a quem ninguém tinha coragem de recolher.

Foi então que D. João III, rei de Portugal, pediu a Inácio de Loyola para organizar um grupo de sacerdotes que acompanhassem as expedições ao Oriente e depois evangelizassem as Índias. O grupo estava pronto e treinado quando um dos missionários adoeceu e Francisco Xavier decidiu tomar o seu lugar. O navio, com novecentos passageiros, entre eles Francisco Xavier, partiu de Lisboa com destino às Índias. Foi o início de uma viagem perigosíssima e cheia de transtornos, que demorou praticamente um ano. Durante todo esse tempo, Francisco trabalhou em todos os serviços mais humildes do navio. Era auxiliar de cozinha, faxineiro e enfermeiro. Finalmente, chegaram ao porto de Goa.

Desde então, Francisco Xavier realizou uma das missões mais árduas da Igreja Católica. Ia de aldeia em aldeia, evangelizava os nativos, batizava as crianças e os adultos. Reunia as aldeias em grupos, fundava comunidades eclesiais e deixava outro sacerdote para tocar a obra, enquanto investia em novas frentes apostólicas noutra região. Acabou saindo das Índias para pregar no Japão, além de ter feito algumas incursões clandestinas na China.

Numa delas, na ilha de Sacian, adoeceu e uma febre persistente o debilitou, levando-o à morte, em 3 de dezembro de 1552, com apenas quarenta e seis anos de idade. A Igreja o beatificou em 1619, canonizando-o em 1622. Celebrado no dia de sua morte, como exemplo do missionário moderno, são Francisco Xavier foi, com toda justiça, proclamado pela Igreja patrono das missões, e pelo trabalho tão significativo recebeu o apelido de "são Paulo do Oriente".

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF