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domingo, 6 de fevereiro de 2022

V Domingo do Tempo Comum - Ano C

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

Palavra do Pastor

Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

Afasta-te de mim, Senhor, porque sou pecador

A Palavra de Deus, neste domingo, coloca diante de nós a vocação de Isaías (Is 6, 1-2. 3-8), a vocação de Pedro (Lc 5, 1-11) e o credo primitivo sobre a ressurreição (1Cor 15, 1-11). Nas duas narrativas de vocação estão a consciência da situação humana diante da grandeza do mistério de Deus. É a experiência que o homem bíblico tem diante do mistério de Deus, mistério transcendente e glorioso, tremendum et fascinans. Tremendo porque é santidade, absoluta superioridade e inacessibilidade.  Fascinante porque o mistério atrai e a criatura humana sente a necessidade de aproximar-se. (M. GRILLI, Sulla via dell`Incontro, 61). Mas o Deus que Se revela no Antigo Testamento e em Jesus de Nazaré vai além, pois é Ele quem desce e vem ao encontro da criatura humana. É Ele mesmo que, em Jesus de Nazaré, torna-Se um de nós, que Se aproxima dos mais perdidos da sociedade para salvar-nos. Deus rompe a oposição entre Sua glória e santidade e o pecado humano, vindo Ele mesmo ao encontro do homem para salvá-lo e o libertar.

Isaías, no templo, faz uma profunda experiência da beleza do mistério de Deus. A beleza de Deus fascina o ser humano. Ela, num primeiro momento causa medo, mas, ao mesmo tempo, fascina o coração, pois o ser humano foi criado para a beleza. E a beleza de Deus não elimina a feiúra da vida humana, mas a salva, pois a acolhe, a encontra lá onde ela está. A beleza de Deus é a beleza do amor, que só pode amar. O amor não pode deixar de amar.

Pedro faz a mesma experiência.  Já tinha trabalhado a noite inteira. Agora há uma Palavra nova: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. Tinham trabalhado a noite inteira e não tinham apanhado nada. Mas em atenção à Palavra de Jesus, lançam as redes. Apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. Somos sempre convidados a pescar com Jesus, obedecendo à Palavra de Jesus. Quando fazemos as coisas humanamente, às vezes nos deparamos com o insucesso. Mas quando escutamos a Palavra de Jesus e fazemos obedecendo à Sua palavra, a pesca será sempre abundante. Assim deve ser na vida da Igreja, na caminhada de nossas comunidades e também na nossa vida pessoal: fazer sempre ouvindo e obedecendo a Palavra de Jesus, fazer com Jesus no nosso barco.

Depois do sucesso da pesca, diante daquilo que o Senhor fizera, Pedro se dá conta da sua realidade de ser um homem pecador: “Senhor afasta-te de mim, porque sou um pecador”. Isaías tem a mesma experiência no templo: “… sou apenas um homem de lábios impuros”. Mas Jesus quer transformar aquele pescador de peixes em pescador de homens: “Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens”.  Pedro, entretanto, deve vencer o medo. O medo é aquilo que nos aprisiona e nos impede de perceber que Aquele que nos chama vence a nossa incapacidade, a nossa limitação, o nosso pecado. Quando ficamos olhando demasiadamente para nós mesmos, para a argila da qual somos feitos, deixamos de realizar grandes coisas, pois a confiança é colocada nas nossas pobres forças que são incapazes, não no poder da graça de Deus que, mesmo com instrumentos inadequados, realiza grandes obras.

Que a força da ressurreição, que os discípulos experimentaram (1 Cor 15, 3-8), ajude-nos a perceber que Deus quer vencer também as nossas mortes e os nossos pecados, transformando-os em vida, em ressurreição.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Antonio Cardoso em: a Canção e a Prece – "A Barca”

Barca | Vatican News

Antônio Cardoso em: a Canção e a Prece. O cantor, compositor e catequista está presente no Programa Brasileiro da Rádio Vaticano todos os domingos com o espaço especial intitulado "A Canção e a Prece". No programa de hoje: assumir uma vocação...

Vatican News

Uma vocação é fruto de uma relação de confiança. Em quem depositamos a nossa confiança? “Mestre nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas em atenção à Tua palavra vou lançar as redes... eis a lição para quem quer assumir uma vocação. Entregar-se por inteiro, mergulhar em águas profundas para transformar vidas...

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2022/02/04/13/136418109_F136418109.mp3

São Paulo Miki e companheiros

S. Paulo Miki e companheiros | arquisp
06 de fevereiro

São Paulo Miki e companheiros mártires

Foi através do trabalho evangelizador de São Francisco Xavier que o Japão tomou conhecimento do cristianismo, entre 1549 e 1551. A semente frutificou e, apenas algumas décadas depois, já havia pelo menos trezentos mil cristãos no Império do sol nascente. Mas se a catequese obteve êxito não foi somente pelo árduo, sério e respeitoso trabalho dos jesuítas em solo japonês. Foi também graças à coragem dos catequistas locais, como Paulo Miki e seus jovens companheiros.

Miki nasceu em 1564, era filho de pais ricos e foi educado no colégio jesuíta em Anziquiama, no Japão. A convivência do colégio logo despertou em Paulo o desejo de se juntar à Companhia de Jesus e assim o fez, tornando-se um eloquente pregador. Ele porém, não pôde ser ordenado sacerdote no tempo correto porque não havia um bispo na região de Fusai. Mas isso não impediu que Paulo Miki continuasse sua pregação. Posteriormente tornou-se o primeiro sacerdote jesuíta em sua pátria, conquistando inúmeras conversões com humildade e paciência.

Paciência, essa que não era virtude do imperador Toyotomi Hideyoshi. Ele era simpatizante do catolicismo mas, de uma hora para outra, se tornou seu feroz opositor. Por causa da conquista da Coréia, o Japão rompeu com a Espanha em particular e com o Ocidente em geral, motivando uma perseguição contra todos os cristãos. Inclusive perseguindo alguns missionários franciscanos espanhóis que tinham chegado ao Japão através das Filipinas e sido bem recebidos pelo Imperador.

Os católicos foram expulsos do país, mas muitos resistiram e ficaram. Só que a repressão não demorou. Primeiro foram presos seis franciscanos, logo depois Paulo Miki com outros dois jesuítas e dezessete leigos terciários.

Os vinte e seis cristãos sofreram terríveis humilhações e torturas públicas. Levados em cortejo de Meaco a Nagasaki foram alvo de violência e zombaria pelas ruas e estradas, enquanto seguiam para o local onde seria executada a pena de morte por crucificação. Alguns dos companheiros de Paulo Miki eram muito jovens, adolescentes ainda, mas enfrentaram a pena de morte com a mesma coragem do líder. Tomás Cozaki tinha, por exemplo, catorze anos; Antônio, treze anos e Luis Ibaraki tinha só onze anos de idade.

A elevação sobre a qual os vinte e seis heróis de Jesus Cristo receberam o martírio pela crucificação em fevereiro de 1597 ficou conhecida como Monte dos Mártires. Paulo Miki e seus companheiros foram canonizados pelo Papa Pio IX, em 1862.

Os crentes se dispersaram para escapar dos massacres e um bom número deles se estabeleceu ao longo do rio Urakami, nas proximidades de Nagasaki. Lá eles continuaram a viver sua fé, apesar da ausência de padres. A partir do momento em que o Japão se abriu novamente aos europeus, os missionários voltaram e as igrejas voltaram a ser construídas, inclusive em Nagasaki, a poucos quilômetros da comunidade cristã clandestina. Ela havia perdido todo contato com a Igreja Católica, mas guardava preciosamente três critérios de reconhecimento recebidos dos ancestrais: "Quando a Igreja voltar ao Japão, vocês a reconhecerão por três sinais: os padres não são casados, haverá uma imagem de Maria e esta Igreja obedecerá ao papa-sama, isto é, ao Bispo de Roma". E foi assim que aconteceu dois séculos e meio depois, quando os cristãos do Império do sol nascente puderam se reencontrar com sua Santa Mãe, a Igreja.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Santa Dorotéia

Santa Doroteia | arquisp
06 de fevereiro

Santa Dorotéia

Dorotéia nasceu e viveu no século IV, na Cesaréia da Capadócia. Era uma jovem cheia de virtudes, verdadeira apóstola de Cristo, quando o imperador de Roma expediu o decreto para exterminar de vez a religião cristã. Mesmo sendo muito rica, a jovem virgem vivia em jejum e oração, quase sem aparecer em público. Era muito estimada pelos cristãos por sua piedade, sua educação esmerada e, principalmente, por lhes dar ânimo e forças para combater seus perseguidores. O mais cruel de todos eles, sem dúvida, era o governador Saprício, que tomando conhecimento da sua fama mandou chamá-la para na sua presença renegasse a fé em Cristo e apresentasse oferenda aos deuses. Mas Dorotéia não cedeu.

Assim, ele a entregou para duas sacerdotisas pagãs, chamadas: Cristie e Calista para que elas fizessem Dorotéia abandonar sua fé. Além de não conseguirem o proposto, as duas se converteram e, por isto, foram mortas. Mesmo após este acontecimento, Dorotéia não renegou Cristo. Depois de muito suplício, o governador finalmente sentenciou Dorotéia à morte por decapitação. Ao sair do julgamento, ela encontrou com Teófilo, um advogado, que em tom de deboche lhe disse: "Esposa de Cristo, envia-me do jardim do seu Esposo frutos ou rosas". Dorotéia aceitou o desafio prometendo que sim.

Estava rezando antes da sua execução, quando um menino apareceu com três rosas e três frutos, que ela pediu para serem entregues ao advogado Teófilo. No exato momento de sua decapitação o menino faz a entrega à ele, que fica muito perturbado pois no mês de fevereiro não era época das flores, muito menos de rosas tão belas e frescas como aquelas. Teófilo imediatamente foi tocado pela Graça a Deus e passou a afirmar aos amigos que o Deus dos cristãos era de fato O verdadeiro.

No início todos pensaram que se tratava de mais uma ironia de Teófilo, mas devido à sua insistência, foi denunciado. Saprício então o convocou para julgamento cobrando sua coerência com as convicções antigas, mas Teófilo afirmou que havia se convertido à fé em Cristo e que não a renegaria jamais. Foi torturado e decapitado, também.

O culto de Santa Dorotéia foi muito difundido durante a Idade Média, sendo invocada como um dos "Santos Auxiliadores". Inúmeros artistas inspiraram-se na conversão de Teófilo, retratando em quadros o milagre de Santa Dorotéia, chamada até hoje de a "Santa das flores" e festejada no dia 06 de fevereiro.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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sábado, 5 de fevereiro de 2022

Por falta de vocações, capuchinhos fecham conventos na Irlanda

Rob Hurson | CC BY SA 4.0
Por Francisco Vêneto

"Quando partimos, deixamos para trás um lugar que sempre fará parte da nossa história… um lugar cheio do espírito de São Francisco e Santa Clara."

Por falta de vocações, os frades capuchinhos estão tendo que fechar dois conventos na Irlanda, além de se retirarem de uma paróquia em Dublin devido ao envelhecimento dos frades.

O irmão Seán Kelly, superior provincial, informou que a decisão foi tomada durante a mais recente assembleia dos capuchinhos na Irlanda. Os religiosos avaliaram que, atualmente, a ordem não mantém capacidade suficiente para sustentar a sua presença e apostolado em nove comunidades espalhados pelo país. Em total, há 65 frades capuchinhos na Irlanda, com média de idade em torno dos 78 anos. O irmão Seán comenta que, em 2002, quando ele próprio entrou na ordem, havia 114 frades com média de idade de 70 anos.

Os dois conventos a serem fechados devido à falta de vocações são o de Santo Antônio, em Carlow, e o de São Francisco, em Rochestown.

Este último, fundado na década de 1870, é considerado como um “berço da ordem na Irlanda” por conta da sua importância histórica. Em Rochestown, além do convento, a ordem mantém um colégio, igualmente chamado São Francisco, que não será fechado. O colégio já chegou a encorajar algumas vocações, mas nenhuma desde o final da década de 1980. Segundo o irmão Seán, os frades continuarão como patronos do colégio, fazendo parte do seu conselho de administração e prestando assistência sacramental e pastoral à comunidade escolar.

Quanto ao convento de Carlow, ele foi inaugurado em 1978 como casa de postulantes, mas não voltou a receber nenhum candidato à ordem desde o início da década de 1990.

Já a paróquia da qual os frades irão sair é a de São Francisco em Priorswood, na capital irlandesa. A ordem ainda vai continuar a administrá-la, mas, a partir de agosto, não contará mais com frades residentes: os que hoje moram na residência paroquial serão transferidos para o convento de Raheny. Neste caso, a falta de vocações certamente é um fator que levou à necessidade de saída, mas a causa mais imediata desta decisão é o envelhecimento dos frades.

A saída dos conventos de Rochestown e Carlow está prevista para logo após o próximo Capítulo Provincial, em julho.

Em declarações recolhidas por artigo de Sarah Mac Donald para o portal The Tablet em 27 de janeiro, o frade provincial comentou:

“Quando se trata dos lugares de onde estamos saindo, sabemos que, quando partimos, deixamos para trás um lugar que sempre fará parte da nossa história… um lugar cheio do espírito de São Francisco e Santa Clara”.

Saiba mais sobre os complexos sinais de crise vocacional misturados com sinais de esperança em novas vocações, que se apresentam de modo diferente conforme os diversos lugares do mundo:

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Associação francesa lança campanha para salvar edifícios católicos

Capela São José, do Colégio São Paulo em Lille | Guadium Press
 A campanha “Mil e Uma Capelas” tem por objetivo salvar pequenos edifícios católicos, espalhados por toda a França, que correm o perigo de desaparecer.

França – Paris (04/02/2022 16:55, Gaudium Press) A associação francesa ‘Urgences Patrimoine’, fundada em 2014 com o objetivo de preservar edifícios históricos, lançou a campanha “Mil e Uma Capelas”, dedicada a salvar pequenos edifícios católicos em perigo de desaparecimento em toda a França.

Segundo Alexandra Sobczak, presidente da associação, “há um número inimaginável de capelas que são deixadas para trás ou destruídas na indiferença geral, e que, no entanto, fazem parte da própria essência da nossa herança francesa”.

Campanha ‘mil e uma igrejas’

“Poderíamos ter lançado ‘mil e uma igrejas’, mas começando com pouquíssimos meios queremos permanecer modestos no momento”, ressalta Alexandra. Apesar da associação ainda estar em busca de doadores, ela já possui vários projetos em andamento.

Guadium Press

De acordo com o Observatório do Patrimônio Religioso, no ano de 2017, por volta de cinco mil igrejas católicas precisaram de obras de manutenção, incluindo 500 diretamente ameaçadas de colapso ou destruição.

Patrocínio para financiar o projeto

Alexandra Sobczak não perde a esperança de encontrar patrocinadores para financiar o projeto, artesãos e voluntários para atuar na parte prática das restaurações. Algumas empresas de construção doam materiais ou se oferecem para financiar parte do projeto.

A primeira ação lançada foi para ajudar a igreja de Saint-Léonard em Vrères, em Deux-Sèvres, mas outros lugares também estão recebendo a atenção da associação como por exemplo: a capela Saint-Andéol em Pradel no Gard; a capela funerária da família Bellissen-Bénac em Foix; e a capela Saint-Martin de Maintru em Seine-Maritime. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Escolas católicas: onde se ama Jesus acima de tudo

Wirestock Creators | Shutterstock
Por Katie Prejean McGrady

Eu vi o benefício das escolas católicas todos os dias da minha vida e sabia que isso era algo que eu queria para meus próprios filhos.

Ela veio sorrindo, toda arrumada, de uniforme, e me disse: “Mãe! Adivinhe quem eu vi hoje!?” Eu respondi: “Quem, Rose? Quem você viu?”

“Bem… Primeiro eu vi o bispo, e ele disse para te dizer olá. E então eu vi duas freiras! E elas têm o mesmo nome, Irmã Miriam e Irmã Miriam Ruth. E então eu vi um padre, o mesmo que veio jantar em nossa casa. Ele também estava na minha escola!”

Eu ri enquanto ela dizia sua lista de encontros católicos famosos do dia, feliz que em seu mundo uma visita do bispo e das religiosas seja tão legal.

São momentos assim que me deixam tão grata por nossa escolha de enviar nossos filhos para uma escola católica. Que ela veja padres e freiras no campus, que ela possa ir à missa e visitar Jesus eucarístico, que ela seja conhecida pelo nome e receba uma excelente educação – todas as razões pelas quais escolhemos a educação católica.

Escolha

Não foi uma decisão tão fácil, pois pesamos todas as nossas opções educacionais desde o momento em que descobrimos que estávamos esperando nossa primeira filha em dezembro de 2016.

A escola pública do nosso bairro é muito boa e há muitas outras excelentes opções na cidade. Mas à medida que fazíamos nossa lista de prioridades e discerníamos o que estávamos procurando, meu marido e eu continuávamos nos perguntando: como estamos formando nossos filhos para o Céu e quem poderia nos ajudar?

Bem… em uma escola católica.

As escolas católicas devem ser locais de formação integral – mente, corpo e espírito – e devem ser instituições que fazem parceria com os pais para criar filhos chamados a ser sal e luz no mundo.

São lugares guiados pela crença de que, se criarmos um filho no caminho que ele deve seguir, quando ele for adulto, ele permanecerá no bom caminho. E, talvez essa criança continue a viver a Verdade de uma maneira tão dinâmica e atraente que outros venham a vivê-la também.

As escolas católicas existem não apenas para si mesmas, mas literalmente para formar jovens homens e mulheres para viver vidas de serviço e sacrifício, proclamando a fé e dando testemunho de Cristo no mundo.

ALETEIA

Benefícios

Eu mesma sou um produto da educação católica, pois vivi em primeira mão seus benefícios. E enquanto meu marido e eu discerníamos e discutimos como educaríamos nossos filhos, comecei a perceber tudo o que as escolas católicas me deram.

Foi em uma escola católica que aprendi a rezar pela primeira vez. Todas as manhãs, um Pai Nosso, Ave Maria e Glória era recitado em um alto-falante. Simples, rotineiro. Mas é algo que eu ainda faço até hoje.

Foi em uma escola católica que fui encorajada a fazer perguntas, grandes e pequenas. Um diácono, nosso administrador acadêmico, me deu uma cópia de Teologia para Iniciantes de Frank Sheed quando eu estava no Ensino Médio, e semanalmente nos encontrávamos para discutir minhas perguntas. Anos mais tarde, o diácono foi o leitor do Evangelho no meu casamento.

Foi em uma escola católica que formei amizades frutíferas e duradouras, construindo comunidade com pessoas com quem eu poderia rir, confiar, crescer e conhecer até a idade adulta, amigos com cujos filhos meus próprios filhos agora estão convivendo.

Foi em uma escola católica que aprendi a pensar, escrever, debater e raciocinar. Ainda me lembro do meu professor de matemática fazendo rap sobre o teorema de Pitágoras, do meu professor de latim conjugando verbos e do meu professor de história recitando o preâmbulo da Constituição, cada educador mais entusiasmado do que o outro, inspirando-me a me tornar eu mesma uma professora.

Foi em uma escola católica que encontrei e conheci Jesus Cristo pela primeira vez, presente na missa das sextas-feiras, conhecido através das Escrituras que refletíamos todas as segundas-feiras, amado na vida sacramental a que fomos encorajados a abraçar e mostrado a mim no testemunho dos funcionários dedicados.

Eu vi o benefício das escolas católicas todos os dias da minha vida e sabia que isso era algo que eu queria para meus próprios filhos.

Eles certamente não são perfeitos, no entanto, e as escolas católicas (especialmente hoje) não estão imunes às críticas. Muitas se tornaram instituições elitistas com preços absurdamente altos com classes pequenas, políticas uniformes rigorosas, falta de diversidade e práticas inclusivas, com apenas alguns crucifixos nas paredes e sem fé ou identidade católica à vista. Muitas escolas católicas se inclinaram para as pressões de um mundo que exige que escondam sua catolicidade.

ALETEIA

Diferença

Há muitas dessas escolas particulares para satisfazer os pais que simplesmente querem que seus filhos tenham acesso universitário tão exclusivo que você pensaria que eles são da realeza.

O que deve diferenciar a escola católica – e o que torna a educação católica algo pelo qual vale a pena lutar, investir e apoiar – é a identidade católica em seu coração, o que leva a escola católica a prosperar em todas as outras áreas. E, o mais importante de tudo, aqueles de nós que anseiam ver isso devem estar na linha de frente de lutar pela escola católica, insistir nela e ajudar a criá-la.

Ou seja, até que estejamos dispostos a entrar no ringue e lutar pela identidade católica de nossas escolas nós mesmos, os problemas nunca serão corrigidos.

E assim insistimos na oração da manhã, do meio-dia e da tarde, sabendo que esse momento não é simplesmente esperado, mas alegremente desejado e pode ser verdadeiramente transformador.

Pedimos a presença de sacerdotes e religiosos engajados que dão testemunho de uma vida alegre no Senhor que mostre aos nossos filhos que nossas vidas pertencem afinal a Deus.

Lutamos pela construção de um currículo rigoroso, competitivo, enraizado em ótimos livros e totalmente formativo, preparando os alunos para se envolver na força de trabalho, no ensino superior e no serviço aos outros.

Criando oportunidades de conhecer Jesus, amar os outros como Jesus e dar a conhecer Jesus aos outros que promove uma atmosfera de aprendizado centrado em Cristo no campus, onde Jesus não é uma ideia ou figura de conto de fadas, mas o primeiro e mais importante professor do lugar.

É defender e apoiar professores, funcionários e famílias que conhecem todas as crianças pelo nome e estão do lado de cada criança, ajudando de pequenos jardins de infância a pessoas da classe alta a lutar pela santidade dia a dia.

É participar plenamente do serviço à comunidade, criando uma escola que não existe apenas para si mesma, mas para todos os que a cercam, uma escola que é um farol de esperança e alegria para um bairro inteiro.

É isso que torna uma escola católica – o que faz a mensalidade valer a pena: porque a escola católica não existe em si mesma, mas para o bem de todos que a frequentam, e forma crianças para entrar em um mundo que se beneficiará muito de uma criança formada integralmente.

ALETEIA

Nossa escola católica tem Adoração ao Santíssimo Sacramento no início de cada mês, e os alunos de cada série passam um pouco de tempo com Jesus. Uma quarta-feira de manhã, entrei para rezar, e os pequeninos estavam saindo assim que cheguei. Eu disse um rápido olá à Irmã Miriam Ruth, a heroína de todas as crianças no campus, que liderava as crianças em uma dezena do Terço.

“Essas crianças realmente te amam, Irmã”, eu lhe disse.

Ela sorriu como só uma freira é capaz e disse: “Bem, eu também as amo. E espero que todas amem Jesus acima de tudo.”

E esse, ali mesmo, é o objetivo, o propósito, o ponto pelo qual lutamos na educação católica: ajudar nossos filhos a amar Jesus acima de tudo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

EDUCAÇÃO CATÓLICA: FUNDAMENTO ÉTICO E ANTROPOLÓGICO

Fundação Nazaré de Comunicação

Dom Antonio de Assis
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

EDUCAÇÃO CATÓLICA: FUNDAMENTO ÉTICO E ANTROPOLÓGICO (Parte 5)

Para que possamos compreender a sensibilidade da Igreja Católica para com o mundo da educação precisamos mergulhar no universo da identidade do ser humano: quem é o homem, qual é a sua origem, qual é a sua vocação, em que consiste a sua dignidade, qual é a sua constituição, como se estrutura, qual é o seu destino, o que dá sentido para a existência humana? Chamamos isso de fundamentos antropológicos, ou seja, que estão alicerçados na natureza do ser humano.

Sem um profundo conhecimento da natureza humana não há educação; poderá haver domesticação, como acontece na relação dos homens com os animais irracionais. O Reconhecimento da dignidade humana oferece balizas de limites para o processo educativo do ser humano. Ao longo da história, em nome da educação, já se promoveu muita opressão. Em geral, toda forma de educação que inibe e abafa a subjetividade do educando é um exemplo de educação opressora.

O ser humano é o promotor e, ao mesmo tempo, o beneficiário da educação, porque são os próprios seres humanos que se educam entre si. O ser humano não é educado por outra espécie, mas pelos próprios semelhantes e por si mesmo. Isso significa que quando um povo aprofunda a consciência da própria identidade, torna-se virtuoso e progride.

  1. Fundamento antropológico da educação

A sensibilidade da Igreja para com a educação emerge da natureza humana. O Concílio Ecumênico Vaticano II, na Constituição Gaudium Et Spes (ano 1965), afirma que o homem é o centro e o vértice das criaturas terrenas (cf. GS 12). Centro, significa que tudo deve convergir para o bem-estar humano integral; vértice, quer dizer que o ser humano é a máxima expressão das criaturas visíveis, sendo ele o cume da criação.

Somente o ser humano foi “criado à imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,27). Dessa realidade de fé deriva sua dignidade, vocação e missão no mundo. A “dignidade humana” se fundamenta na participação na vida divina, no ser de Deus, no dinamismo divino. É a sua condição de nobreza, de senhoria e de grandeza em relação ao resto da criação.

A dignidade humana é um dom divino (natural) que se expressa através das múltiplas potencialidades como a inteligência, vontade, liberdade, afetividade, consciência, sociabilidade, espiritualidade, sexualidade etc. Isso significa que educar é promover a consciência de ser! Cada dimensão tem suas exigências próprias.

O homem é um ser marcado por aspirações profundas e dinâmicas! Mas é um ser inacabado, não está pronto, carente, inquieto, sedento… é chamado a desenvolver suas potencialidades, a crescer… Educar é promover o desenvolvimento do ser!

O ser humano tem uma vocação, uma meta: ser santo, retornar à sua origem, ao seu criador… buscar a sua felicidade absoluta (plena realização), a vida eterna, a paz total… Essa experiência se dá através do Amor… Educar é dar sentido para a Vida!

O ser humano, por ter recebido de Deus tais dons, é chamado à responsabilidade para consigo, para com seus semelhantes e com o resto das criaturas… Educar é estimular a consciência de responsabilidade!

  1. Fundamento ético da educação

Por causa da beleza e profundidade da dignidade humana, a educação tem uma exigência ética. Ou seja, não pode ser promovida de qualquer jeito! A dignidade é a condição regente do dinamismo e da qualidade da educação; a educação Católica deve zelar por isso. Onde não se respeita a dignidade humana, lá temos uma educação reducionista e por isso não favorece o pleno desenvolvimento humano.

Pelo fato de todo ser humano ser portador de carências naturais e de potencialidades a serem desenvolvidas, a educação é uma necessidade e um direito de todos. A educação é um bem universal porque visa o desenvolvimento das potencialidades naturais e aspirações profundas do ser humano.

Falar do fundamento ético da educação, significa que o processo educativo exige honestidade para com a natureza humana, retidão por parte do educador, métodos justos! A educação é um empreendimento que está a serviço da promoção da dignidade humana com seus múltiplos recursos.

Por isso, a Igreja reconhece o que declara a Carta Magna dos Direitos humanos no seu artigo XXVI: “Todo homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória…. e orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos”.

  1. Educar para a verdade, amor e glória

A presença da Igreja na educação significa um compromisso com a busca, assimilação e vivência da Verdade do ser humano, acolhendo, respeitando e estimulando a sua realização vocacional, enquanto ser racional.

Esses dois aspectos éticos e antropológicos para a Igreja Católica encontram na pessoa de Jesus Cristo a referência insubstituível, pois Jesus Cristo é o modelo de ser humano plenamente realizado.

Em termos éticos o ser humano precisa ser educado para a verdade, a justiça e o amor, pois há uma conexão inseparável entre amor, justiça e verdade: “amor e verdade se encontram, justiça e paz se abraçam” (Sl 85,11). Jesus Cristo é a Verdade personificada e, ao mesmo tempo, aquele que viveu em plenitude o amor, a compaixão, a tolerância, a Justiça, a misericórdia.

A meta da educação não é o acúmulo de informações e nem de conhecimento, mas é motivar o ser humano para ser capaz de dar sentido para a sua vida praticando o amor e a justiça. Sendo assim, a ciência deve estar a serviço da promoção da dignidade humana.

A dimensão ética da educação estimula o ser humano a galgar a sua meta existencial, a dar sentido para a sua vida neste mundo e infundindo-lhe a consciência de que somos chamados à vida terna. Para a Igreja educar é estimular a paixão pela glória eterna que, não significa nenhuma forma de desprezo pelos bens terrenos.

PARA REFLEXÃO PESSOAL:

  1. Em que consiste os fundamentos antropológicos da educação católica?
  2. Em que consiste as exigências éticas da educação católica?
  3. Por que a dimensão ética da educação estimula o ser humano a dar sentido para a sua vida?

Seminaristas anunciam o Evangelho na Segunda Maior Favela da América Latina

Seminaristas anunciam o Evangelho - Brasília | Vatican News

Durante toda a semana, 80 seminaristas anunciaram a Boa Nova entre as casas na missão “porta a porta”, visitaram enfermos e idosos, deram formações para as pastorais, participaram das celebrações litúrgicas com a comunidade.

Gabriel Dias Ferraz, seminarista 

Os seminaristas da Arquidiocese de Brasília na última semana (24/01 a 30/01) viveram intensamente o envio que Cristo faz aos apóstolos de anunciar o Evangelho (cf. Mc 1, 15) e o que o Papa Francisco sempre nos pede: uma Igreja em saída. Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo da capital, ouvindo o apelo do Santo Padre, decidiu unir o Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima e o Seminário Missionário Redemptoris Mater em uma Missão de Férias com um único propósito: anunciar o Cristo Ressuscitado no Sol Nascente, que é a segunda maior favela da América Latina. O anúncio aconteceu na Paróquia Cristo Rei, no P Sul (Ceilândia) e em suas capelas, que ficam na região. A grande estrutura de missão só foi possível pela frutuosa e eficiente colaboração do Padre Marcos Fernando, Administrador Paroquial, e do Padre Pawel Sobczak, vigário paroquial.

Seminaristas anunciam o Evangelho | Vatican News

Durante toda a semana, 80 seminaristas anunciaram a Boa Nova entre as casas na missão “porta a porta”, visitaram enfermos e idosos, deram formações para as pastorais, participaram das celebrações litúrgicas com a comunidade. De fato, foi um período intenso de contato com a Palavra de Deus para todos os que moram na região. Além disso, em um dos dias, contaram com o auxílio do grupo MedCAL, pertencente ao movimento Regnum Christi, que realiza missões humanitárias com profissionais e estudantes da saúde e do direito para regiões mais necessitadas.

O padre Marcos Fernando, ao falar sobre a região, disse que “a nossa grande dificuldade aqui são as famílias destruídas pela violência, pela pornografia e pela prostituição. Famílias que vem de lares destruídos pelas drogas e pela bebida. Portanto, a dificuldade é chegar até essas pessoas. A importância dessa missão é que o povo vai saber que Brasília tem dois seminários que tem amor por essa Arquidiocese, que vão em suas casas para levar Jesus Cristo”

Na mesma linha, o reitor do Seminário Missionário Redemptoris Mater, o padre Paulo de Matos, afirmou que “é necessário recordar o que diz são Paulo: A fé vem pela pregação (cf. Rm 10, 17). Então é necessário anunciar Cristo. Mas quando? No momento oportuno e no momento que muitas pessoas pensam ser inoportuno.”

Seminaristas anunciam o Evangelho | Vatican News

Quanto ao aspecto vocacional da missão na vida dos futuros padres, o reitor do Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima, padre Carlos Costa, destacou que “a missão, na vida de um seminarista, é uma das raízes de sua vocação. O seminarista precisa entender que ele é um enviado do Senhor, que vai participar da missão apostólica, que é missão da Igreja.”

Na conclusão da missão, o Arcebispo celebrou a Santa Missa de encerramento da Missão de Férias dos Seminários. Nesta missa, estiveram presentes os seminaristas, a comunidade do Sol Nascente e autoridades civis, como o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha e a primeira-dama Mayara Noronha, juntamente com administradores da Ceilândia e do Sol Nascente.

Além da temática da missão, Dom Paulo Cezar também ressaltou, a partir da Liturgia do dia, que “a vida humana sem amor vai ficando pesada, sem sentido. O amor dá assas à existência, faz com que a vida seja mais leve, faz com que trabalhemos o dia inteiro e terminemos o dia com o coração leve. O que é feito sem amor, não tem sentido. O amor é central na nossa vida de fé e no nosso dia a dia. Não há vida humana sem amor. O amor não é um conceito simplesmente, mas vai tomando forma concreta, com pequenos atos concretos de amor. Percebe que alguém está necessitado, o que você vai fazer? Ignorar aquela pessoa necessitada que mora ao seu lado? Isso é amor? Não! A gente ajuda e mostra que temos amor no coração.” E concluiu a homília afirmando: “Se falta amor na nossa vida, falta algo fundamental. Que o amor se torne concreto na nossa vida, com gestos de bondade e de ajuda aos irmãos, de olhar para fora e perceber que o outro necessita do meu amor e da minha presença. Que essa palavra nos ajude a sermos um dom de amor."

Seminaristas anunciam o Evangelho | Vatican News

Após a Missa, dom Paulo concedeu entrevista aos seminaristas e afirmou que: “A Igreja de Brasília olha para realidades como Sol Nascente com esperança e com alegria, percebendo que aqui há uma porção do povo de Deus que precisa ser acolhida, encontrada e amada. O papa tem falado muito sobre as periferias humanas e existenciais. A Igreja tem essa missão de ir ao encontro de todos. Ir principalmente ao encontro dos mais pobres e dos mais necessitados. Ser presença para eles do amor de Deus, anunciar para eles o Amor de Deus. É isso que a Igreja de Brasília quer fazer ao enviar nossos queridos seminaristas para passar essa semana aqui anunciando para cada pessoa o amor misericordioso de Deus, que restaura e dá sentido à vida”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Políticas e ativistas defendem aborto em carta a candidatos das eleições 2022

Reunião na casa de Marta Suplicy. Foto: Captura de vídeo

REDAÇÃO CENTRAL, 04 fev. 22 / 04:45 pm (ACI).- Em uma carta dirigida à nação e a candidatos das eleições 2022, um grupo de mulheres líderes políticas, ativistas, personalidades, intelectuais e escritoras defendeu o aborto, chamado de “direitos sexuais e reprodutivos das mulheres”. A ‘Carta Aberta Brasil Mulheres’ foi elaborada após uma reunião na casa da ex-senadora Marta Suplicy, em 28 de janeiro, que contou com a presença, entre outras, da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia.

Na carta, o grupo elenca alguns pontos considerados “primordiais e imprescindíveis” para discussão no Brasil neste ano de eleições para presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Um desses pontos é a “manutenção e expansão dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres”. Em outro trecho sobre “modelo de segurança pública”, defende a “garantia de direitos sexuais, reprodutivos e saúde menstrual”.

A expressão “direitos sexuais e reprodutivos” é um eufemismo para aborto usado por seus defensores.

Integram o grupo de mulheres que assinam a carta a senadora e pré-candidata à presidência Simone Tebet (MDB-MS), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a ex-primeira dama de São Paulo Ana Estela Haddad (PT-SP), a diretora do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco, a líder do Movimento dos Sem-Teto do Centro, Carmen Silva, a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), Patricia Vanzolini, a socióloga Maria Alice Setubal (Neca Setubal), herdeira do banco Itaú e uma das maiores apoiadoras das candidaturas de Mariana Silva à presidência.

Segundo a coluna de Mônica Bergamo publicada em 28 de janeiro na Folha de S. Paulo, durante a reunião na casa de Marta Suplicy, cada participante apresentou sugestões para serem acrescentadas na carta final. O tema aborto foi debatido abertamente pelas mulheres. “É uma questão que tem que estar na pauta, não pode ser um tabu. Ela não pode ser uma lepra política que nenhum político se atreve a tocar a mão porque imediatamente perderá votos”, disse a presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolini.

As participantes da reunião lembraram a arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) 442, protocolada pelo PSOL em 2017 no STF. Esta ADPF pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Ainda não há previsão de julgamento. A advogada criminalista Cecília Mello defendeu que é preciso “pensar nisso não só em termos da ADPF, mas da implicação que isso tem para as mulheres, para a sociedade”. Para ela, “o aborto necessita urgentemente de um novo olhar do poder público”. “Precisa ser compreendido como um direito, ser aceito como uma decisão de foro íntimo de quem o escolhe e, principalmente, ser tratado como problema de saúde pública, que tem natureza universal e se insere dentro do espectro do dever estatal”.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, a ministra do STF Cármen Lúcia chegou à reunião algumas horas após o começo e discursou durante meia hora sobre combate à violência contra a mulher. Quando o debate foi reiniciado após o almoço, Cármen Lúcia teria ido embora depois que participantes retomaram a discussão sobre o aborto. A ministra teria se oposto ao uso da palavra aborto na carta. Cármen Lúcia teria proposto a criação de uma secretaria de mulheres e que fosse pedido um orçamento para políticas que passassem por “questões da mulher”.

A versão final da carta não mencionou a palavra aborto, mas “direitos sexuais e reprodutivos da mulher”.

A ‘Carta Aberta Brasil Mulheres’ também traz referências à ideologia de gênero, como a proposta de “construção de um programa nacional de incentivo a formação de novas gerações de atletas femininas (cis e trans) em diversas modalidades”.

“Cis” e “trans” são expressões do latim que significam “aquém” e “além”. São usadas no movimento LGBT para indicar as pessoas que se identificam com seu sexo natural, que seriam as “cis”, e as que se consideram do sexo oposto.

Fala ainda na “defesa da vida de meninas e mulheres, cis, trans e travestis”. No “modelo de segurança pública”, propõe a “consulta a pessoas trans, travestis, não-binárias ou intersexo sobre a preferência pela custódia em unidade masculina, feminina ou específica, se houver, com a devida garantia de proteção em qualquer das unidades”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF