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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Nossa Senhora de Lourdes

Nossa Senhora de Lourdes | arquisp
11 de fevereiro

Nossa Senhora de Lourdes

No dia 11 de fevereiro de 1858, três meninas saem da humilde casa de um desempregado, o moleiro Soubirous, e vão apanhar lenha às margens do rio Gave. São elas: Bernadete, uma irmã e uma amiga.

O tempo está nublado, faz frio e elas precisam atravessar um riacho raso para chegar ao penhasco rochoso de Massabielle. Bernadete sofre de asma, detém-se ao longo da margem, enquanto as outras duas atravessam o rio.

Nisso, um súbito sussurro entre as árvores desperta a atenção de Bernadete, que ergue o olhar e vê na cavidade da rocha uma “Senhora” jovem, belíssima, vestida de branco, que lhe sorri. A menina encontra-se com as duas companheiras e conta-lhes o que viu.

Os pais, informados pela irmãzinha, proíbem Bernadete de voltar à gruta; depois, vendo-a em lágrimas, cedem e, no domingo, 18 de fevereiro, 20 pessoas para lá se dirigem em companhia da vidente.

A “Senhora” já está esperando por ela. Sorri quando Bernadete borrifa a rocha com água benta: “Tu me queres fazer o favor”, disse-lhe, “de vir aqui a cada 15 dias? Não te prometo a felicidade neste mundo, mas no outro”.

No dia 21 de fevereiro, entre a multidão, acham-se disfarçados três policiais e alguns funcionários do governo. De repente, o rosto de Bernadete se ilumina e os homens descobrem a cabeça quando dos lábios da menina ouvem sair este grito: “Penitência!”

No dia seguinte a Senhora manda beber da fonte... que naquele momento esguicha aos pés da pedra. É a fonte milagrosa!

No dia 27 de fevereiro convida a menina a beijar a terra como sinal de penitência pelos pecadores. E diz: “Tu mandarás o sacerdote construir aqui uma capela”. Mas o padre Peyramale não é amável com Bernadete: “Pergunta àquela Senhora como se chama”.

Na noite entre 24 e 25 de março, Bernadete transmite à Senhora o pedido do pároco. “Eu sou a Imaculada Conceição”, responde a Senhora. Uma resposta inesperada, ao menos nessa formulação, e o pároco, tocado, crê. Quatro anos antes, Pio IX proclamara solenemente o dogma da Imaculada, mas Bernadete — “a mais ingênua” dentre as adolescentes da paróquia, que não sabia nem ler nem escrever — o ignorava.

Lourdes torna-se o centro para onde convergem os doentes de corpo e alma, à procura do milagre mais cobiçado: a serenidade. A Bernadete ficou reservado, entre as quatro paredes do convento de Nevers, o privilégio do sofrimento, como penhor da conversão dos pecadores.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Dos Diálogos de São Gregório Magno, papa

https://liturgiadashoras.online/

Dos Diálogos de São Gregório Magno, papa

(Lib. 2,33: PL 66,194-196)            (Séc.VI)

Foi mais poderosa aquela que mais amou

Escolástica, irmã de São Bento, consagrada ao Senhor onipotente desde a infância, costumava visitar o irmão, uma vez por ano. O homem de Deus descia e vinha encontrar-se com ela numa propriedade do mosteiro, não muito longe da porta.

Certo dia, veio ela como de costume, e seu venerável irmão com alguns discípulos foi ao seu encontro. Passaram o dia inteiro a louvar a Deus e em santas conversas, de tal modo que já se aproximavam as trevas da noite quando sentaram-se à mesa para tomar a refeição.

Como durante as santas conversas o tempo foi passando, a santa monja rogou-lhe: “Peço-te, irmão, que não me deixes esta noite, para podermos continuar falando até de manhã sobre as alegrias da vida celeste”. Ao que ele respondeu-lhe: “Que dizes tu, irmã? De modo algum posso passar a noite fora da minha cela”.

A santa monja, ao ouvir a recusa do irmão, pôs sobre a mesa as mãos com os dedos entrelaçados e inclinou a cabeça sobre as mãos para suplicar o Senhor onipotente. Quando levantou a cabeça, rebentou uma grande tempestade, com tão fortes relâmpagos, trovões e aguaceiro, que nem o venerável Bento nem os irmãos que haviam vindo em sua companhia puderam pôr um pé fora da porta do lugar onde estavam.

Então o homem de Deus, vendo que não podia regressar ao mosteiro, começou a lamentar-se,dizendo: “Que Deus onipotente te perdoe, irmã! Que foi que fizeste?” Ela respondeu: “Eu te pedi e não quiseste me atender. Roguei ao meu Deus e ele me ouviu. Agora, pois, se puderes, vai-te embora; despede-te de mim e volta para o mosteiro”.

E Bento, que não quisera ficar ali espontaneamente, teve que ficar contra a vontade. Assim, passaram a noite toda acordados, animando-se um ao outro com santas conversas sobre a vida espiritual. Não nos admiremos que a santa monja tenha tido mais poder do que ele: se, na verdade, como diz São João, Deus é amor (1Jo 4,8), com justíssima razão, teve mais poder aquela que mais amou.

Três dias depois, estando o homem de Deus na cela, levantou os olhos para o alto e viu a alma de sua irmã liberta do corpo, em forma de pomba, penetrar no interior da morada celeste. Cheio de júbilo por tão grande glória que lhe havia sido concedida, deu graças a Deus onipotente com hinos e cânticos de louvor; enviou dois irmãos a fim de trazerem o corpo para o mosteiro, onde foi depositado no túmulo que ele mesmo preparara para si.

E assim, nem o túmulo separou aqueles que sempre tinham estado unidos em Deus.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

INVESTIR NA EDUCAÇÃO PARA HUMANIZAR O BRASIL

Asmetro-SN

Dom Reginaldo Andrietta
Bispo de Jales (SP)

O Brasil desinveste na educação: gastos foram congelados em 2017, por 20 anos, detendo a implementação das 20 metas do Plano Nacional de Educação para a década de 2014-2024, estabelecidas pela Lei 13.005, de 2014. Essa lei determinou investimento em educação pública de, no mínimo, 7% do PIB, até 2019, e 10% até 2024. No entanto, desde 2018, esse investimento não passa de 6%, desafiando todos os que prezam por qualidade e universalidade da educação a reagirem a essa anomalia, urgentemente.

A urgência de se incrementar investimentos na educação é mundial. O Papa Francisco, em sua mensagem de lançamento do Pacto Educativo Global, em 2019, convocou amplamente todos os setores da sociedade mundial a agirem conjuntamente em prol dessa urgência. Segundo ele, “nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”.

Em resposta a essa convocação do Papa, a Igreja no Brasil adotou a Educação como tema de sua Campanha da Fraternidade deste ano. O lema dessa Campanha, “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26), inspira educadores e desafia a sociedade brasileira a um novo humanismo, expresso nos sete compromissos do Pacto Educativo Global: colocar a pessoa no centro; ouvir as gerações mais novas; promover a mulher; responsabilizar a família; se abrir à acolhida; renovar a economia e a política; e cuidar da casa comum.

A Diocese de Jales, entendendo a importância de contribuir para construção de uma coexistência social saudável, por meio da educação, lança a público nesta semana, seu Centro Educacional Univida. Esse Centro Educacional tem como objetivos qualificar agentes de pastoral e desenvolver formação socioprofissional e cidadã, tendo como fundamento o princípio ético de serviço à vida e ao bem comum, e como horizonte a ecologia integral e a práxis do humanismo solidário, em favor dos, socialmente, mais vulneráveis.

O curso inaugural deste Centro Educacional, sobre Cristologia, demonstra sua integração à ação evangelizadora da Igreja. Seu referencial fundamental é Jesus Cristo e o Reino de Deus por ele inaugurado historicamente. O projeto pedagógico deste Centro Educacional inspira-se na atitude dialogal de Jesus com todos os segmentos sociais, com vistas ao seu projeto de fraternidade universal, bem como em sua compaixão e solidariedade para como os pobres e sofredores, e sua práxis libertadora e humanizadora.

O Centro Educacional Univida, progressivamente, promoverá formação em distintas áreas socioprofissionais e da vida pública, em parceria com instituições de ensino afins e a Missão Univida. Essa Missão dá seu nome a esse Centro Educacional, por sua credibilidade construída ao longo de dez anos de missão humanitária e por seu engajamento solidário com esta iniciativa educacional. Esperamos com essa iniciativa, compensar o atual desinvestimento público na educação e contribuir para humanizar o Brasil.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Celebração do “Dies Academicus” no Centro de Estudos Filosófico-Teológicos Redemptoris Mater

SRMater | arqbrasilia

O Centro de Estudos Filosófico-Teológicos “Redemptoris Mater” de Brasília iniciou nesta quarta-feira, 9 de fevereiro, o Ano Acadêmico 2022 com a celebração tradicional do “Dies Academicus”. A Missa do Espírito Santo foi presidida por Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, e contou com a presença do corpo docente, os quais fizeram solene profissão de fé e o juramento de solenidade.

SRMater | arqbrasilia

Após a celebração, Frei Víctor Manuel Mora Mesén, OFM Conv., desenvolveu a Lectio magistralis intitulada “O que esse homem fez para nascer cego? Reflexões sobre a finalidade da Educação a partir de João 9”. Mesén é Doutor em Sagrada Escritura pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e foi diretor do Instituto Teológico de América Central Intercongregacional. Exerceu também a docência na Pontifícia Faculdade de São Boaventura em Roma e no programa de mestrado e doutorado em Teologia Bíblica na Pontifícia Universidade Urbaniana. Frei Víctor colabora em várias publicações e assessorou como convidado na Assembleia do CELAM em Aparecida-SP.

O Centro de Estudos Filosófico-Teológicos

O Centro de Estudos Filosófico-Teológicos Redemptoris Mater de Brasília é um instituto afiliado à Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Lateranense. A Sagrada Congregação para a Educação Católica aprovou a afiliação com decreto de 22 de agosto de 2012. Atualmente, o Centro de Estudos acolhe alunos provenientes do Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater e do Mosteiro São Bento de Brasília. Por outro lado, o Centro também publica semestralmente a revista “Brasiliensis”, que recolhe estudos de caráter teórico ou aplicado nas áreas de Filosofia, Teologia, Ciências da Religião e afins, de autoria de pesquisadores nacionais e estrangeiros. A subscrição pode ser realizada diretamente no Seminário Missionário Arquidiocesano “Redemptoris Mater” ou fazendo contato no e-mail brasiliensis@rmater.org.br. 

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Família, nosso segundo útero

Shutterstock
Por Ricardo Sanches

Entenda por que nascemos para viver em família e como preservar este nosso "local" de proteção e refúgio.

Não é de hoje que filósofos, sociólogos, antropólogos e pensadores de diversas áreas concluíram que o homem é um ser social. Ou seja: o ser humano não consegue viver sozinho; precisa se relacionar com indivíduos da mesma espécie. Sendo a família a primeira instituição social com que temos contato, podemos inferir que o homem, portanto, também é um ser familiar. Isto é: nasceu para viver em família.

No livro “Amigos da Família”, Dom Orlando Brandes vai além. Ele explica que “da comunhão conjugal emana a comunhão familiar. Essa comunhão radica-se nos laços naturais da carne. O homem é um ser familiar pela ordenação da lei natural”.

Talvez para muitos seja um desafio entender a família, as mudanças e o conflito que delas têm origem. Mas a cada vicissitude da vida, é possível voltar a esta instituição que não tem nada de falida, apesar do que tentam pregar. Pelo contrário: a família sempre será local de proteção, refúgio, perdão, salvação… Um laboratório de vida e de amor que só poderia ter origem divina.

Família, nosso segundo útero

As palavras acima, usadas para caracterizar a família (proteção, refúgio, perdão, salvação e laboratório de vida e de amor) remetem também a outro substantivo: o útero. Sim, o órgão fundamental para gerar vida e preparar para ela.

Não é à toa que, no já referido livro, Dom Orlando Brandes afirma que a família é um “segundo útero”. Um termo muito apropriado, se levarmos em conta que é na família que nos preparamos para enfrentar a vida social com dignidade. “O parto biológico entrega o ser humano à vida e o ‘parto sociológico’ entrega à sociedade um ser humano maduro”, diz o livro.

A família, portanto, deve ser um “local” de aprendizado, convívio, comunicação, diálogo e compreensão. E precisamos lutar para que esse ambiente seja, de fato, assim. Como? O primeiro passo é deixar de lado aquela concepção de que a família feliz e ideal só existe em comercial de margarina.

Como preservar a família como local de proteção e refúgio

Sim, eu sei: a tarefa de viver em harmonia com a família pode ser um grande desafio. Mas não é algo impossível. O primeiro passo para isso é arregaçar as mangas e colocar em prática virtudes e valores cristãos. Abaixo, algumas conselhos para preservar este ambiente social de proteção e refúgio!

1. Preparar-se bem para o matrimônio. Os casais de namorados devem estar cientes da responsabilidade que terão quando formarem uma família. Por isso, antes do casamento, é necessária uma fase intensa de preparação. A pastoral familiar da Igreja pode ajudar nesta empreitada;

2. Dedicar-se ao berço da vida. A família é o “berço da vida humana”. Por isso, é necessária a preparação para as vidas que serão geradas no seio familiar. É preciso que o casal se torne, de fato, pai e mãe e que estejam preparados para se colocarem “a serviço do Criador”;

3. Investir no diálogo. A comunicação no seio da família é um dos itens que podem levá-la ao sucesso. É na conversa que se resolvem os problemas. É através do diálogo que entendemos o outro, que passamos a respeitá-lo, a compreendê-lo, a perdoá-lo, a pedir ajuda, pois, certamente, também iremos precisar de compreensão, afeto e perdão. A comunicação ajuda os membros da família a enfrentar as mazelas que aprouver a Deus enviar-lhes;

4. Cuidar da espiritualidade familiar. Os pais devem educar os filhos para a religião e a fé em Deus. Rezar juntos, participar da Santa Missa, receber os sacramentos são os primeiros passos para garantir uma boa formação religiosa. Essas atitudes contribuirão para gerar cidadãos nutridos pela fé e pela esperança;

5. Lutar pela paz e pela harmonia na família. Isso só será possível através das demonstrações de amor, afeto, carinho e compreensão. Dom Orlando também apresenta outros caminhos que levam à paz na família. Resumidamente, são eles: manter a união familiar, fazer programas de lazer juntos, educar pela conversa, participar da vida em comunidade, manter a chama da fé acesa, resolver problemas com calma, partilhar pensamentos, respeitar diferenças, dar exemplos inspiradores e pedir desculpas.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: transformar este mundo 'selvagem' em um mundo mais humano

Papa Francisco | Vatican News

Mensagem em vídeo do Papa para o “Movimento por um Mundo Melhor” que celebra seu 70º aniversário: "Trabalhando pela paz e justiça para as crianças e os idosos".

Salvatore Cernuzio – Vatican News

O Papa Francisco enviou uma breve mensagem em vídeo aos membros do “Movimento por um Mundo Melhor”, que celebra seu 70º aniversário. A criação do Movimento foi devido à intuição do jesuíta Riccardo Lombardi e à iniciativa do Papa Pio XII, expressa publicamente em 10 de fevereiro de 1952 em sua "Proclamação por um Mundo Melhor". Na mensagem Francisco fala de passar de um mundo "selvagem" a "divino" e sobretudo "mais humano", portanto próximo às dores do povo, especialmente dos idosos e das crianças. O Papa toma emprestadas as palavras de Pio XII para indicar a "transformação" que ele espera para este mundo ferido por guerras e injustiças.

Trabalhando para a transformação do mundo

Francisco se refere a Pio XII quando incentiva os membros do Movimento a continuar a missão realizada durante estas sete décadas, seguindo "uma visão de vida, uma visão de criação". O Papa Pio XII falava de "transformação". Em particular, dizia uma palavra referente ao mundo: "selvagem", que deve tornar-se mais humano, mais "divino", mas acima de tudo mais humano, porque o Senhor está sempre próximo do humano. Avancem, não desanimem, continuem a trabalhar para provocar esta transformação no mundo". Acima de tudo, o Papa Francisco incentiva as pessoas a "trabalhar pela justiça, pelas crianças, pelos idosos e pela paz", para que "o mundo melhor que queremos seja um mundo de paz". 

O Papa: fraternidade, um caminho difícil, mas uma "âncora de salvação”

O Movimento, recordamos, nasceu em 1952 como resultado do contínuo relacionamento e diálogo entre Pio XII e o Padre Riccardo Lombardi, ambos concordavam sobre a necessidade urgente de a Igreja intervir em meio a situações humanas complexas. A época era a de uma Europa em recuperação da devastação da influência fascista, da ocupação nazista e da ameaça da ideologia comunista. Com efeito, na "Proclamação" Pio XII afirmava: "Há um mundo inteiro que deve ser reconstruído a partir de seus fundamentos, que deve ser transformado de selvagem para humano, de humano para divino, de acordo com o coração de Deus". Uma proposta universal que, no entanto, teve a Itália como ponto de partida graças ao Padre Lombardi que, diante do horizonte de destruição do totalitarismo, se opôs com apenas uma forma de resposta: a fraternidade universal. Essa mesma fraternidade, fundada sobre o sentido do humano e sobre a relação dada através da figura de Cristo, à qual hoje o Papa Francisco confia o destino da humanidade como uma "âncora de salvação".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Guilherme de Malavale

S. Guilherme de Malavale | arquisp
10 de fevereiro

São Guilherme de Malavale

Guilherme era de origem nobre, nasceu em 1071, na França. Era um duque da Aquitânia, que se dedicou até o final da juventude às artes militares e mundanas, afastado do cristianismo. A sua conversão foi atribuída a são Bernardo, que o inspirou a desejar viver a experiência do retiro espiritual, num bosque afastado. Quando saiu do isolamento, alguns meses depois, procurou o papa Urbano II para pedir perdão dos pecados. Após receber sua benção, seguiu em peregrinação para Jerusalém.

Guilherme ficou nove anos na Terra Santa, praticando obras de penitência e piedade e, quando voltou, se juntou a uma comunidade de ermitãos, próximo de Pisa, na Itália. Dois anos depois foi para a Toscana, onde, na floresta de Malavale construiu o seu derradeiro retiro. E deste momento em diante começou a fama de sua santidade.

Em Malavale, tinha como única companhia às feras selvagens, dormia no chão duro e se alimentava de plantas e raízes. Os habitantes aprenderam a estima-lo. Não raro, as crianças eram socorridas por ele, quando se perdiam no bosque. A tradição conta que, certa vez, um grande dragão tentou atacar um menino, quando o ermitão apareceu e com o seu bastão ordenou que a fera se afastasse. Porém o animal ficou em pé sobre as patas traseiras e, soltando fumaça pelas ventas, se voltou contra ele. Prodigiosamente, Guilherme foi se elevando, até chegar na altura da cabeça da fera, aí o golpeou com o bastão e o dragão caiu morto. Por isto, passou a ser chamado de Guilherme, "o grande".

Já idoso, acolheu dois discípulos, Alberto e Reinaldo, que o acompanharam até a morte. Nos últimos meses Alberto escreveu sua biografia, onde registrou sua disciplina de vida reclusa e espiritual. Aos 10 de fevereiro de 1157, Guilherme morreu, mas antes, fez algumas profecias e vários prodígios testemunhados que foram registrados.

A sua herança , como ocorreu com outros grandes ermitãos e padres do deserto, foi apenas a modesta cela de Malavale, como exemplo de uma vida espiritual contemplativa, de afastamento e austeridade, e não um compromisso de dar vida a uma nova congregação. Entretanto, ela floreceu ao redor de sua sepultura, só com o legado do seu exemplo de severa renuncia ao mundo, que continuou ainda atraindo ao local jovens desejosos de seguir suas pegadas. Os dois discípulos Alberto e Reinaldo fundaram a Ordem dos Guilhermitas e escreveram as Regras, seguindo a biografia, aprovada pela Santa Sé. Tempos depois, a nova congregação já alcançava a França, Itália, Alemanha e Holanda.

Em 1202, o papa Inocêncio III declarou Guilherme de Malavale, Santo e manteve a festa no dia 10 de fevereiro. Seus restos mortais foram guardados na catedral de Buriano, onde foi colocada a estátua de são Guilherme com dragão a seus pés. Desde 1255, os Guilhermitas fazem parte da Ordem dos agostinianos, que assimilou o pensamento deste santo. O dia de São Guilherme o Grande ou de Malavale, como também é chamado, integra o calendário dos santos agostinianos desde o século XIII, sendo reverenciado como exemplo de vida de santidade a ser seguido.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Santa Escolástica

Santa Escolástica | arquisp
10 de fevereiro

Santa Escolástica

O nome de Santa Escolástica, irmã de São Bento, nos leva para o século V, para o primeiro mosteiro feminino ocidental, fundamentado na vida em comum, conceito introduzido na vida dos monges. São Bento foi o primeiro a orientar para servir a Deus não "fugindo do mundo" através da solidão ou da penitência itinerante, como os monges orientais, mas vivendo em comunidade duradoura e organizada, e dividindo rigorosamente o próprio tempo entre a oração, trabalho ou estudo e repouso.

Escolástica e Bento, irmãos gêmeos, nasceram em Nórcia, região central da Itália, em 480. Eram filhos de nobres, o pai Eupróprio ficou viúvo quando eles nasceram, pois a esposa morreu durante o parto. Ainda jovem Escolástica se consagrou a Deus com o voto de castidade, antes mesmo do irmão, que estudava retórica em Roma. Mais tarde, Bento fundou o mosteiro de Monte Cassino criando a Ordem dos monges beneditinos. Escolástica, inspirada por ele, fundou um mosteiro, de irmãs, com um pequeno grupo de jovens consagradas. Estava criada a Ordem das beneditinas, que recebeu este nome em homenagem ao irmão, seu grande incentivador e que elaborou as Regras da comunidade.

São muito poucos os dados da vida de Escolástica, e foram escritos quarenta anos depois de sua morte, pelo santo papa Gregório Magno, que era um beneditino. Ele recolheu alguns depoimentos de testemunhas vivas para o seu livro "Diálogos" e escreveu sobre ela apenas como uma referência na vida de Bento, pai dos monges ocidentais.

Nesta página expressiva contou que, mesmo vivendo em mosteiros próximos, os dois irmãos só se encontravam uma vez por ano, para manterem o espírito de mortificação e elevação da experiência espiritual. Isto ocorria na Páscoa e numa propriedade do mosteiro do irmão. Certa vez, Escolástica foi ao seu encontro acompanhada por um pequeno grupo de irmãs, quando Bento chegou também acompanhado por alguns discípulos. Passaram todo o dia conversando sobre assuntos espirituais e sobre as atividades da Igreja.

Quando anoiteceu, Bento, muito rigoroso às Regras disse à irmã que era hora de se despedirem. Mas Escolástica pediu que ficasse para passarem a noite, todos juntos, conversando e rezando. Bento se manteve intransigente dizendo que deveria ir para suas obrigações. Neste momento ela se pôs a rezar com tal fervor que uma grande tempestade se formou com raios e uma chuva forte caiu a noite toda, e ele teve de ficar. Os dois irmãos puderam conversar a noite inteira. No dia seguinte o sol apareceu, eles se despediram e cada grupo voltou para o seu mosteiro. Essa seria a última vez que os dois se veriam.

Três dias depois, em seu mosteiro Bento recebeu a notícia da morte de Escolástica, enquanto rezava olhando para o céu, viu a alma de sua irmã, penetrar no paraíso em forma de pomba. Bento mandou buscar o escolseu corpo e o colocou na sepultura que havia preparado para si. Ela morreu em 10 de fevereiro de 547, quarenta dias antes que seu venerado irmão Bento. Escolástica foi considerada a primeira monja beneditina e Santa.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Por que uma cruz grande é levada em procissão no início da Missa?

M.MIGLIORATO/CPP/CIRIC
Servant de messe portant la croix de procession et l'encensoir.
Por Sophie Roubertie

Conheça a origem e o profundo significado da cruz processional.

Levada em procissão antes das cerimônias religiosas, sobretudo no início da Missa, a cruz processional, à frente do sacerdote, indica a todos os presentes que é Cristo quem conduz o caminho.

Cristo também está sempre representado nesta cruz, porque ele está à frente de seu povo. Como o bom pastor, orienta a direção da marcha.

O crucífero é aquele que leva esta famosa cruz, que deve ser alta para que seja visível a todos na igreja.

Quando o número de acólitos o permite, usa-se também o incensário, levado neste caso pelo turífero para purificar a igreja.

Os ceroferários – aqueles que carregam velas acesas – acompanham a cruz para mostrar à assembleia que Cristo é a luz do mundo.

À chegada ao altar, o crucífero coloca a cruz processional em local adequado.

Após a celebração, durante a procissão de saída, a cruz também vai em primeiro lugar.

croix de procession
© Sebastien Desarmaux/ Godong

Da cruz processional à cruz fixa

Esta grande cruz pode servir em outras procissões além da Missa, mas a presença de um padre ou membro do clero é sempre obrigatória.

As primeiras cruzes usadas nas igrejas eram apenas cruzes processionais, também chamadas de cruzes sazonais.

Elas remontam aos primeiros séculos, quando os cristãos reconheceram o sinal de sua salvação na cruz.

Na época, os acólitos destacavam algumas cruzes processionais do mastro para colocá-las no altar. Mais tarde, durante a Idade Média, instalava-se outra cruz, desta vez fixa, para permanecer no altar.

A cruz de Lotário

A riqueza das cruzes processionais varia de acordo com os tempos. Algumas têm decoração com pedras preciosas ou camafeus, enquanto outras apresentam trabalhos de ourivesaria.

A mais conhecida de todas é a Cruz de Lotário, que está conservada na catedral de Aachen, na Alemanha. Esta cruz foi feita por ourives por volta do ano 1000.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Religiões são fator essencial para a sociedade, diz bispo

Imagem ilustrativa / Sophia Sideri (Unsplash)

SANTIAGO, 08 fev. 22 / 03:35 pm (ACI).- “As confissões religiosas são um fator essencial para o país”, afirmou dom Juan Ignacio González, bispo de San Bernardo, Chile. González escreveu ao jornal El Mercurio, por causa do debate sobre a liberdade religiosa na Convenção Constitucional que escrev e a nova constituição do país.

Em seu trabalho, a Comissão de Direitos Fundamentais discute uma das iniciativas populares inscritas para definir se o direito à liberdade de consciência e religião deve ou não ser consagrado na Carta Magna.

A iniciativa nº 3.042 sobre “Liberdade de consciência e religião” foi proposta por diferentes confissões religiosas presentes no Chile e com o apoio de 28.705 assinaturas de cidadãos.

“As confissões religiosas são um fator social essencial em nosso país. Milhares de pessoas agradecem por isso todos os dias. As novas leis devem levar em conta esses dois âmbitos de sua contribuição para o bem comum. O espiritual, que toca o coração de quem sofre, e o material, que alimenta o corpo que sofre”, escreveu dom González em carta ao El Mercurio.

A reflexão surgiu após uma das sessões indagar sobre o papel da Igreja durante a pandemia.

Em sua reflexão, o bispo comentou que “a primeira coisa foi estar com as pessoas que passaram mal. É difícil quantificar isso, mas agora que surge com clareza todo o imenso tema da solidão, da depressão, da angústia do confinamento e tantas outras realidades ainda presentes; milhares de pessoas, sacerdotes, religiosas e leigos, estavam lá: com a família que sofre, com os entubados nos hospitais, com os idosos sozinhos e desesperados.

“Foi um tempo de ação pastoral constante, silenciosa e focada”. “Cada paróquia, cada comunidade cristã conhece seu povo e sabe bem onde está o sofrimento. Uma autêntica mobilização espiritual, sobretudo dos jovens, que iam e vinham. É o mandamento do amor ao próximo, coração da vida da Igreja, feito carne nos mais necessitados”, disse dom González.

Entre os exemplos, o bispo de San Bernardo disse que diversos locais da igreja foram cedidos gratuitamente para atender os infectados, para atender os abandonados e idosos.

A Igreja também organizou um sistema de distribuição de alimentos, agasalhos, vales de gás, cestas de alimentos, roupas de inverno novas, materiais para prevenir o contágio, entre outros, calculados em um valor aproximado de 4,5 bilhões de pesos (cerca de R$ 2,9 mmilhões) em 2020.

Os recursos vieram de 239 fontes diferentes, como fiéis, particulares, organizações da Igreja Católica, entidades públicas e privadas, fundações, municípios e “centenas de milhares de ajudas de pessoas anônimas”, entre outras; mesmos atores que em alguns casos apoiaram a distribuição em conjunto com as respectivas dioceses e Cáritas Chile.

“Como foi possível alcançar centenas de milhares de famílias? Pela organização capilar de uma Igreja que tem milhares de locais de culto, capelas e locais comunitários onde se recebia e distribuía ajuda, para além de qualquer influência ou clientelismo, movida pura e simplesmente pelo amor a Deus e ao próximo”, disse González.

“Em suma, as várias confissões deram uma contribuição social à vida do país que só os beneficiários diretos e Deus conhecem bem”, disse o bispo de San Bernardo.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF