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sábado, 12 de fevereiro de 2022

Os 10 melhores momentos do pontificado de Bento XVI

Bento XVI. Foto: © Vatican Media/ACI Prensa. Todos os direitos reservados
Por Walter Sánchez Silva

REDAÇÃO CENTRAL, 11 fev. 22 / 03:33 pm (ACI).- Sem dúvida, o papa emérito Bento XVI deixou uma marca profunda no coração dos católicos em todo o mundo. Ao se completar neste dia 11 de fevereiro 9 anos desde o anúncio de sua renúncia, recordamos 10 momentos intensos do seu pontificado:

1. Suas primeiras palavras

Em 19 de abril de 2005, depois do Conclave em que foi eleito, Bento XVI pronunciou suas primeiras palavras da sacada da Basílica de São Pedro:

"Depois do grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais me elegeram, simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor. Consola-me saber que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes. E, sobretudo, recomendo-me às vossas orações", disse.

2. JMJ Colônia 2005: Somente os santos salvarão o mundo

Em 20 de agosto de 2005, na Jornada Mundial da Juventude em Colônia (Alemanha), que havia sido convocada por João Paulo II, Bento XVI dirigiu uma mensagem intensa aos milhões de jovens reunidos no Marienfeld ou Campo de Maria.

Bento XVI destacou: "Dissemos que os santos são os verdadeiros reformadores. Agora gostaria de o expressar de modo mais radical: só dos Santos, só de Deus provém a verdadeira revolução, a mudança decisiva do mundo”.

3. Visita ao campo de concentração de Auschwitz: Onde estava Deus?

Em 28 de maio de 2006, Bento XVI chegou ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia.

Em um discurso intenso, o Papa Emérito rezou pela "graça da reconciliação" e questionou: "Quantas perguntas surgem neste lugar! Sobressai sempre de novo a pergunta: Onde estava Deus naqueles dias? Por que Ele silenciou? Como pôde tolerar este excesso de destruição, este triunfo do mal? Nós não podemos perscrutar o segredo de Deus vemos apenas fragmentos e enganamo-nos se pretendemos eleger-nos a juízes de Deus e da história. Não defendemos, nesse caso, o homem, mas contribuiremos apenas para a sua destruição", destacou.

4. O discurso magistral aos bispos da América Latina em Aparecida, Brasil

Em 13 de maio de 2007, na festa de Nossa Senhora de Fátima e ao inaugurar os trabalhos da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, Bento XVI dirigiu um longo discurso no qual fez um diagnóstico e uma proposta para evangelizar o continente da esperança.

O atual Papa Emérito destacou a riqueza da fé na América Latina, incentivou a participação dos leigos na política e destacou algumas áreas prioritárias para a evangelização e a família, sacerdotes e vocações com os jovens. Você pode ler o discurso completo AQUI.

5. O discurso de Ratisbona que "ofendeu" os muçulmanos

Em 12 de setembro de 2006, Bento XVI pronunciou seu famoso discurso na Universidade de Ratisbona (Alemanha), manipulado pelos meios de comunicação para apresentá-lo como uma "ofensa" aos muçulmanos.

No discurso, citou o douto imperador bizantino Manuel II Paleólogo, quando dialogou em 1391 com um erudito persa em Ancara, atual Turquia: "Mostra-me também o que trouxe de novo Maomé, e encontrarás apenas coisas más e desumanas tais como a sua norma de propagar, através da espada, a fé que pregava".

Em seu discurso, Bento XVI afirmou que "o imperador, depois de se ter pronunciado de modo tão ríspido, passa a explicar minuciosamente os motivos pelos quais não é razoável a difusão da fé mediante a violência. Esta está em contraste com a natureza de Deus e a natureza da alma".

De acordo com o semanário espanhol Alba, foi a BBC da Inglaterra, que desencadeou a violência entre os muçulmanos ao publicar a matéria em suas edições em árabe, turco, farsi (Irã) e urdu (Paquistão) com o título: "O discurso do Papa excita a ira muçulmana".

Embora Bento XVI tenha pedido desculpas caso alguém tenha se sentido ofendido, ele nunca se retratou sobre o que disse no discurso.

6. O Ano da Fé

Bento XVI proclamou o Ano da Fé de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013, para comemorar o 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II e o 20º aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica.

Em sua homilia na inauguração, disse que esse tempo poderia ser entendido como "uma peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão, mas sim o Evangelho e a fé da Igreja".

7. A espera sob a chuva na JMJ Madri 2011

O dia 20 de agosto de 2011 ficou marcado nos corações de mais de 1 milhão de jovens que acompanharam Bento XVI na vigília da JMJ em Madri (Espanha), no Aeroporto de Cuatro Vientos.

Resistindo a chuva forte e depois de rejeitar o conselho de seus colaboradores para que saísse dali em três ocasiões, Bento XVI permaneceu no local, um pouco protegido pelo guarda-chuva com um grande sorriso no rosto.

Depois de alguns minutos, agradeceu a todos "pela vossa alegria e pela vossa resistência! A vossa força é mais poderosa que a chuva".

"Tivemos uma aventura juntos. Firmes na fé em Cristo, resististes à chuva". "Como aconteceu nesta noite, com Cristo podereis sempre enfrentar as provas da vida. Não o esqueçais!", disse Bento XVI, despedindo-se.

8. O sombreiro mexicano em León

Em 25 de março de 2012, o Papa Bento XVI presidiu uma grande Missa para a qual chegou usando um sombreiro mexicano.

Com um grande sorriso, o Santo Padre chegou no papamóvel cumprimentando as centenas de milhares de fiéis que se reuniram para a Missa no Parque Expo Bicentenário.

Em sua homilia, Bento XVI encorajou todos os presentes a pedirem a Cristo "um coração puro, onde Ele possa habitar como Príncipe da paz, graças ao poder de Deus que é o poder do bem, o poder do amor. E, para que Deus habite em nós, é preciso escutá-Lo, deixar-se interpelar cada dia pela sua Palavra, meditando-a no próprio coração, a exemplo de Maria".

9. Viagem a Cuba

Entre as várias atividades que presidiu durante sua visita ao país caribenho, em 26 março de 2012, Bento XVI celebrou uma Missa em Santiago, Cuba, onde disse: "Amados irmãos, sob o olhar da Virgem da Caridade do Cobre, desejo fazer um apelo a que deis novo vigor à vossa fé, vivais de Cristo e para Cristo, e luteis com as armas da paz, do perdão e da compreensão para construir uma sociedade aberta e renovada, uma sociedade melhor, mais digna do homem, que manifeste melhor a bondade de Deus".

10. Suas últimas palavras como Sumo Pontífice

Em 28 de fevereiro de 2013, 17 dias após anunciar sua renúncia, Bento XVI foi de helicóptero para a residência papal de Castel Gandolfo.

Em sua breve saudação às cerca de 10 mil pessoas presentes, o agora Papa Emérito disse: “Quero ainda, com o meu coração, o meu amor, com a minha oração, a minha reflexão, com todas as minhas forças interiores, trabalhar para o bem comum, o bem da Igreja e da humanidade”.

“Unidos ao Senhor, vamos para diante a bem da Igreja e do mundo. Obrigado!", concluiu.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Francisco: crianças-soldado, um grito que se eleva a Deus

Criança com arma em conflito no continente africano | Vatican News

No Dia Internacional contra o Uso de Crianças-Soldado, o Papa recorda em um tweet o drama de tantos menores, vítimas de violência. Segundo a ONU, mais de 8.500 crianças foram usadas em cenários de hostilidade em 2020.

Benedetta Capelli e Andrea De Angelis - Cidade do Vaticano

"Uma tragédia", "um crime abominável". Ao longo dos anos, o Papa sempre fez ouvir a sua voz sobre a terrível chaga das crianças-soldado, tornando-se assim o intérprete da dor de muitos menores, arrancados da infância e obrigados a pegar em armas, tornando-se instrumentos de morte. Em um tweet em sua conta @Pontifex, publicado por ocasião do Dia Internacional contra o Uso de Crianças-Soldado, Francisco escreve:

Crianças soldados são roubadas de sua infância, de sua inocência, de seu futuro, muitas vezes de sua própria vida. Cada uma delas é um grito que se eleva a Deus e que acusa os adultos que colocaram as armas em suas pequenas mãos

Grave violação dos direitos das crianças

Crianças empregadas como combatentes, mas também como cozinheiras, porteiros, guardas, mensageiros. Meninas que estão envolvidas em várias atividades, como transporte, assistência médica, cozinhar, limpar e cuidar de outras crianças, mas que podem se tornar parte ativa do conflito, como na África, onde quase 40% das meninas recrutadas por forças ou grupos armados participam diretamente das hostilidades, ou no Oriente Médio onde existem apenas unidades femininas para o uso de armas táticas.

No entanto, ambos são vítimas de sequestros, ameaças, manipulações. Alguns são movidos pela pobreza, obrigados a gerar renda para suas famílias. Outros ainda unem forças para sobreviver ou proteger suas comunidades. Independentemente do seu envolvimento, o recrutamento e utilização de crianças por forças armadas - sublinha o UNICEF - constitui uma grave violação dos direitos da criança e do direito internacional humanitário.

Um fenômeno crescente

A ONU sublinha que em 2020 existiam mais de 8.500 crianças-soldados recrutadas e empregadas em zonas de guerra, um aumento em relação aos 7.750 casos registrados em 2019. Mais de 93.000 crianças-soldados entre 2005 e 2020. Apenas dois anos atrás as Nações Unidas verificaram 26.425 violações graves.

Quase 75% dos conflitos envolvem o recrutamento de crianças e bem mais da metade destas são meninas. O que as crianças sofrem são formas extensas de exploração e abuso que também se tornam sexuais no caso das meninas. O casamento precoce é outra ferramenta preferida por algumas partes em conflito: as meninas são forçadas a se casar com combatentes adultos do sexo masculino e vivem sob seu controle, muitas vezes submetidas à violência sexual diária.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Julião Hospitaleiro

S. Julião Hospitaleiro | arquisp
12 de fevereiro

São Julião Hospitaleiro

Conta a tradição que os pais de Julião eram nobres e viviam num castelo. No dia do seu batizado, seus pais tiveram um sonho idêntico. Nele, um ermitão lhes dizia que o menino seria um santo. O menino foi educado como um nobre, apreciando a caça como esporte, e apesar do caráter violento, era caridoso com os pobres.

Na adolescência, foi a vez de Julião. Ele sonhou com um grande veado negro que lhe disse: "Você será o assassino de seus pais". Impressionado, fugiu para nunca mais voltar. Ficou famoso como soldado mercenário. Casou-se com uma princesa e foi morar num castelo. Certa noite, saiu para caçar, avisando que voltaria só ao nascer do sol. Algumas horas depois, seus pais, já idosos, chegaram para revê-lo. Foram bem acolhidos pela nora que lhes cedeu o seu quarto para aguardarem o filho, repousando.

Julião regressou irritado porque não conseguira nenhuma caça. Mas a lembrança da esposa a sua espera acalmou seu coração. Na penumbra do quarto, percebeu que na cama havia duas pessoas. Possuído pela cólera matou os dois com seu punhal. Ao tentar sair, viu o vulto de sua mulher na porta do quarto. Então, ele compreendeu tudo. Desesperado abriu as janelas e viu que tinha assassinado os pais. Após os funerais, colocou a esposa num mosteiro, doou os bens aos pobres e partiu para cuidar da alma.

Tornou-se outro homem, calmo, humilde e pacífico. Andou pelos caminhos do mundo, esmolando. Por espírito de sacrifício contava a sua história e, então, todos se afastavam fazendo o sinal da cruz. Foi renegado por homens e animais. Vivia afastado, remoendo sua culpa, rezando em penitência, amargando suas visões fúnebres e os soluços da alma. Mas, Julião sentia necessidade de salvar vidas, ajudar os velhos e as crianças doentes e pobres. Decidiu então ajudar os leprosos na travessia de um rio, que pela violência da correnteza fazia muitas vítimas.

Julião, construiu sozinho um caminho para descer até ao rio. Em seguida reparou um velho barco e ergueu uma grande cabana. A travessia passou a ser conhecida por todos os leprosos, pois além de conduzi-los de graça, eram tratados por ele, na cabana. Ficou conhecido por "Julião Hospitaleiro". Costumava ir esmolar para distribuir o que ganhava com os que já não podiam caminhar.A cabana se tornou um verdadeiro hospital para leprosos. A fama de sua santidade começou a se espalhar, mas Julião continuava a sentir o tormento de sua alma, que só era aplacado quando cuidava dos seus leprosos. Até que uma noite, após um leproso morrer nos seus braços, Julião sentiu sua alma inundada por uma alegria infinita e caminhou para se encontrar face a face com Nosso Senhor Jesus Cristo, que o chamou para a glória do céu.

Esta é a história de Julião Hospitaleiro, e se encontra descrita, num dos vitrais da Catedral de Notre Dame, na França, que guarda suas relíquias. A diocese de Macerata, na Itália, onde dizem que ele permaceu durante anos mendigando e ajudando as pessoas com seus prodígios de santidade, também recebeu algumas delas. A Igreja o comemora no dia 12 de fevereiro, data que a tradição indicou como sendo a de sua morte.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

EDUCAÇÃO CATÓLICA: FUNDAMENTO BÍBLICO

Sympla

Dom Antônio Assis
Bispo Auxiliar de Belém do Pará (PA)

EDUCAÇÃO CATÓLICA: fundamento bíblico (Parte 6)

A concepção de educação do ponto de vista bíblico depende do período histórico, do contexto sociocultural e de sujeitos específicos considerando suas responsabilidades.

Há uma profunda relação entre a consciência de fé, com seus múltiplos compromissos religiosos e a necessidade da educação. É claro o reconhecimento da necessidade da educação para a promoção do reto agir humano, afim de que a pessoa chegue à experiência da Sabedoria. A educação tem muitos aspectos; há uma visão de educação integral.

A educação contribui para a formação do caráter da pessoa e os primeiros responsáveis por essa missão são os pais. A família é a primeira escola da vida e está alicerçada na autoridade dos pais que tem como fundamento o quarto mandamento: honrar pai e mãe (cf. Eclo 3,1-17).

  1. Deus educa o seu povo

Deus se apresenta como educador do seu povo. “Reconheça em seu coração que Javé seu Deus educava você como o homem educa o próprio filho” (Dt 8,5; cf. Dt 11,2). “Feliz o homem a quem educas, Javé, a quem ensinas com a tua lei” (Sl 94,12).

Deus, com profunda ternura e misericórdia acompanha o ser humano (cf. Sl 33,13-15); “repreende, corrige, ensina e dirige, como o pastor conduz o seu rebanho. Ele tem compaixão dos que aceitam a correção, e dos que se esforçam para lhe cumprir os mandamentos” (Eclo 18,13-14).

“Meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não te desanimes quando ele te repreende; pois o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho… É para a vossa educação que sofreis, e é como filhos que Deus vos trata. Pois qual é o filho a quem o pai não corrige” (Hb 12,5-7). A educação é vista como sinal de compromisso de amor em vista da promoção do crescimento dos filhos.

“Deus, porém, nos corrige para o nosso bem, a fim de partilharmos a sua própria santidade. No momento mesmo, nenhuma correção parece alegrar, mas causa dor. Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça para aqueles que nela foram exercitados” (Hb 12,10-11).

  1. O conteúdo da educação

Os pais eram chamados a dar uma educação plena para seus filhos e também deveriam se preocupar com o futuro deles: “Você tem filhos? Eduque-os e ensine-os a obedecer desde a infância. Você tem filhas? Cuide do corpo delas, e não seja indulgente com elas. Arrume casamento para sua filha, e terá realizado uma grande tarefa, mas faça que ela se case com homem sensato” (Eclo 7,23).

A educação é primariamente de responsabilidade dos pais, por isso adverte o eclesiástico: “Dê muito mimo a seu filho, e ele trará surpresas desagradáveis para você; siga os caprichos dele, e ele deixará você triste” (Eclo 30,9); “Corrija seu filho e faça-o responsável, para depois você não tropeçar na insolência dele” (Eclo 30,3). A educação comporta a experiência da disciplina: “Discipline seu filho, pois nisso há esperança; não queira a morte dele” (Pv 19,18). A educação familiar tinha uma sensibilidade preventiva.

A boa educação exige o crescimento nas boas maneiras, ou seja, saber se comportar em cada contexto e respeitar os limites (cf. Eclo 31,12-31). Todavia, apesar da clareza da missão dos pais, também encontramos a consciência de que educar não é moldar passivamente, pois o outro é um sujeito em formação. Por isso encontramos na Bíblia lamentos em relação à educação não assimilada. “Eu criei e eduquei filhos, mas eles se revoltaram contra mim” (Is 1,2). A vontade e a liberdade pessoal podem contrariar a formação recebida.

Pais, quais educadores exemplares, educam seus filhos para a justiça, como o velho Tobit aconselhando o seu filho Tobias: “Meu filho, lembre-se do Senhor todos os dias. Não peque, nem transgrida seus mandamentos. Pratique a justiça todos os dias da vida, e jamais ande pelos caminhos da injustiça. Se você agir conforme a verdade, será bem-sucedido em tudo o que fizer, como todos os que praticam a justiça” (Tb 4,5-6).

Quem é educado para a justiça aprende a ser sensível para com os pobres (cf. Tb 5,7-10); evita o orgulho e a preguiça porque geram pobreza e miséria (cf. Tb 4,13). Educar para a justiça é respeitar a dignidade do trabalhador e não fazer a ninguém aquilo que não queremos que os outros nos façam (cf.Tb 4,14-15). Os governantes também são chamados a serem educadores do povo: “Governante sábio educa o seu povo, e a autoridade de um homem que tem bom senso é bem-organizada” (Eclo 10,1).

Encontramos na Bíblia também preocupação para com a formação profissional e sua relação com a questão vocacional; ser e fazer caminham juntos. Os profetas são chamados, formados e capacitados para servir (cf. Is 44,21.24; Is 42,6). Os médicos para serem admirados devem ter a ciência que lhes foi dada para glorificar a Deus (cf. Eclo 38,1-8). Todos os profissionais são chamados a serem sábios, diligentes, honrados naquilo que fazem (cf. Eclo 38,24-34).

  1. A Sabedoria é a meta da educação

A finalidade da educação nas Sagradas Escrituras não é simplesmente instruir tecnicamente, mas é promover a Sabedoria (cf. Sb 2,12-13; Eclo 1,23-24; Pv 22,18-28; Eclo 22,11-28). Dessa forma a educação tem uma forte dimensão moral. Todavia, não se trata de uma moralidade alicerçada puramente na razão ou na obediência formal aos preceitos socioculturais, mas é fundamentada na fé.

O princípio da sabedoria é temer ao Senhor; a sabedoria faz florescer na pessoa a paz e a saúde, a ciência, a inteligência e exalta quem a possui (cf. Eclo 1,13-18). O sábio disciplina as paixões desordenadas, cresce na paciência, obedece aos mandamentos, se alegra na fidelidade, evita a violência e é sincero (cf. Eclo 1,19-27).

Aquele que tem fé é chamado, ao longo da sua vida, a mergulhar na sensibilidade da sabedoria. “Na sabedoria há um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, imaculado, lúcido, invulnerável, amigo do bem, agudo, livre, benéfico, amigo dos homens, estável, seguro, sereno, que tudo pode e tudo abrange, que penetra todos os espíritos inteligentes, puros e sutilíssimos. A sabedoria é mais ágil que qualquer movimento, atravessando e penetrando tudo por causa da sua pureza (…).  Ela é reflexo da luz eterna, espelho nítido da atividade de Deus e imagem da sua bondade (…). Permanece sempre a mesma, mas renova tudo, e entrando nas almas santas, através das gerações, forma os amigos de Deus e os profetas” (Sb 8,22-27).

  1. Educar para a Caridade

O horizonte da educação no Novo Testamento é crescimento na Caridade, ou seja, o Amor. O sábio é aquele que ama e a plenitude das virtudes é a Caridade (cf. 1Cor 13). A referência do educador e modelo do processo educativo é a pessoa de Jesus Cristo (próximo artigo). Para São Paulo educar é um dom: “quem tem o dom de ensinar, ensine” (Rm 12,7). Por isso nem todos podem ser mestres (cf. Tg 3, 1).

A educação autêntica deve estar alicerçada na verdade. Educar significa despertar o educando para o senso crítico fazendo-o capaz de discernimento: “Não vos deixeis enganar por toda a espécie de doutrinas estranhas” (Hb 13,9). “Assim, não seremos mais crianças, joguetes das ondas, agitadas por todo o vento de doutrina” (Ef 4,14). Aquele que ensina é chamado a ser humilde: “Tu, que ensinas aos outros, não ensinas a ti mesmo” (Rm 2,21).

A fonte fundamental da educação cristã é a Palavra de Deus: “Proclama a palavra, insiste, em tempo oportuno e inoportuno, refuta, ameaça, exorta com toda a paciência e doutrina. Pois virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, seguindo os seus próprios desejos, como que sentindo comichão nos ouvidos, se rodearão de mestres. Desviarão os seus ouvidos da verdade, orientando-se para as fábulas” (2Tim 4,2-4). “De fato, toda a Escritura é inspirada por Deus e adequada para ensinar, refutar, corrigir e educar na justiça” (2Tm 3,16-17).

PARA REFLEXÃO PESSOAL

  1. Como Deus nos educa?
  2. O que significa educar para a justiça?
  3. Qual é a diferença da meta da educação entre o Antigo e o Novo Testamento?

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Setor Juventude da Arquidiocese promove Lectio Divina com o Arcebispo no início da Quaresma

Setor Juventude | arqbrasilia

Setor Juventude da Arquidiocese promove Lectio Divina com o Arcebispo no início da Quaresma

Respondendo ao chamado do Plano Pastoral da Arquidiocese, o Setor Juventude inicia as atividades do ano promovendo a Lectio Divina da Juventude com o Arcebispo, Dom Paulo Cezar Costa. Será um momento oportuno para um maior contato e intimidade com a Palavra de Deus através da voz do Pastor da Igreja em Brasília além de ser uma oportunidade para iniciar bem o tempo da Quaresma fazendo o propósito de, em comunhão com a Arquidiocese, vivenciar o Plano Pastoral.

Abaixo você confere o convite do Setor Juventude a todos os jovens para esse momento:

“Igreja em Brasília: casa da Palavra”, assim a Arquidiocese de Brasília é convidada a viver sua caminhada pastoral nos próximos anos. Respondendo a este chamado, o Setor Juventude de nossa Arquidiocese junto a nosso Arcebispo, desejam levar os jovens do Distrito Federal a uma maior intimidade com a Palavra de Deus. E nada melhor do que realizar este caminho junto com o nosso Pastor. Por isso, no próximo dia 05 de março, teremos a primeira Lectio Divina do Arcebispo com a Juventude de Brasília. Esse momento de oração e reflexão acontecerá na Catedral Metropolitana de Brasília e será aberto a todos os jovens (e, também, todos os fiéis que desejarem) de nossa Arquidiocese. Será um momento muito bonito onde, como os discípulos, nos sentaremos aos pés do Mestre para escutar, refletir, entender e rezar com a Palavra de Deus. Leve esse convite aos jovens do seu grupo, movimento, pastoral, catequese… de sua paróquia, mas também, a todos aqueles que desejam ter um encontro pessoal com o Senhor em sua Palavra.

Informações:

Lectio Divina da Juventude com o Arcebispo

Data: 05/03/2022 (sábado)

Hora: 14h

Local: Catedral Metropolitana de Brasília

Mais informações: Redes Sociais do Setor Juventude @juventude_bsb

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Dia dos Enfermos: Papa pede cuidado humano integral

Papa Francisco com um doente | Vatican News
11 de fevereiro

“A vocação e missão pelo cuidado humano integral deve renovar os carismas no campo da saúde, para que não falte a proximidade com as pessoas que sofrem”. Palavras do Papa Francisco em uma mensagem em vídeo por ocasião da abertura da Webinar “Dia Mundial do Enfermo: significado, objetivos e desafios” promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

Jane Nogara - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral por ocasião da abertura da Webinar “Dia Mundial do Enfermo: significado, objetivos e desafios”. A ocasião refere-se ao XXX Dia Mundial do Enfermo celebrado pela Igreja no dia 11 de fevereiro e “nossos pensamentos – disse o Papa - vão com gratidão a todos aqueles que, na Igreja e na sociedade, estão ao lado daqueles que sofrem”.

Na doença encontrar um Amor maior

Francisco iniciou com a reflexão: “A experiência da doença nos faz sentir frágeis e necessitados de outros. Não apenas isso. A doença impõe uma questão de significado, que na fé é dirigida a Deus: uma questão que busca um novo significado e uma nova direção para a existência, e que às vezes pode não encontrar uma resposta imediata”. Para encontrar essa “nova direção”, o Papa recordou São João Paulo II e seu longo sofrimento durante o qual indicou esta “nova direção”, que significa abrir-se a um Amor maior. “Ao descobrir, pela fé, o sofrimento redentor de Cristo, o homem descobre nele, ao mesmo tempo, os próprios sofrimentos, reencontra-os, mediante a fé, enriquecidos de um novo conteúdo e com um novo significado”.

“Nunca devemos esquecer a singularidade de cada pessoa doente, com sua dignidade e fragilidade. É a pessoa inteira que precisa de cuidados: o corpo, a mente, os afetos, a liberdade e a vontade, a vida espiritual... Os cuidados não podem ser dissecados, porque o ser humano não pode ser dissecado.”

Doenças de hoje: individualismo e indiferença

Francisco recordou também que em tempos de pandemia nós aprendemos a olhar a doença como “um fenômeno global e não apenas individual, e nos convida a refletir sobre outros tipos de ‘doenças’ que ameaçam a humanidade e o mundo. O individualismo e a indiferença aos outros – continuou o Papa - são formas de egoísmo que infelizmente se ampliam na sociedade do consumismo e do liberalismo econômico; e as desigualdades resultantes também podem ser vistas no campo da saúde, onde alguns gozam da chamada ‘excelência’ e muitos outros têm dificuldade de acesso aos cuidados básicos”.

E sugere:

“Para curar este 'vírus' social, o antídoto é a cultura da fraternidade, baseada na consciência de que somos todos iguais como seres humanos, todos iguais, filhos de um só Pai.”

Em seguida recorda que “a Igreja, seguindo Jesus, o Bom Samaritano da humanidade, sempre fez o seu melhor para os que sofrem, dedicando em particular grandes recursos pessoais e financeiros aos doentes”. Depois de falar sobre a dedicação dos religiosos, missionários, santos e santas que muitas vezes deram suas vidas pelos doentes, o Papa pede:

“Esta vocação e missão pelo cuidado humano integral também hoje deve renovar os carismas no campo da saúde, para que não falte a proximidade com as pessoas que sofrem.”

Por fim Francisco dirigiu seu agradecimento a todos os que estão próximos dos doentes por motivos familiares, de amizade ou de trabalho:

“A todas essas pessoas eu asseguro minha lembrança em oração, para que o Senhor lhes dê a capacidade de escutar os doentes, ser paciente com eles, cuidar deles de forma integral, do corpo, do espírito e dos relacionamentos”. O Papa ainda concluiu recordando “dos doentes de todas as partes do mundo, especialmente por aqueles que estão mais sozinhos e não têm acesso aos serviços de saúde”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Ela rezou a São José para encontrar um esposo, e acabou no convento

fot. archiwum prywatne
Por Anna Gebalska-Berekets

O pai adotivo de Jesus respondeu aos pedidos dela de uma forma surpreendente.

A Irmã Elżbieta Waligóra trabalha em um restaurante para moradores de rua há cinco anos. Ela percebe todos os dias que bondade, amor e interesse são tão importantes quanto a sopa que ela cozinha para eles. Mostrar-lhes de coração que são importantes aos olhos de Deus: essa é a sua vocação, mesmo que não seja o que ela imaginou no início. Confira essa história na entrevista abaixo.

O príncipe encantado não veio, embora você tenha rezado fielmente a novena a São José por três anos!
Elżbieta Waligóra: Rezei a São José para encontrar um bom esposo. Amigas que pediram bons maridos como eu foram ouvidas. Hoje, todas são casadas. Foi minha irmã Joanna quem me deu a ideia de fazer essa novena. Ela me disse que São José é um intercessor eficaz nesta área. Mas eis que, apesar das minhas orações, ninguém apareceu no horizonte. Nenhum príncipe. Nem de carro, muito menos a cavalo (risos). Até comecei a ficar um pouco impaciente, porque não conseguia me imaginar sendo algo que não fosse esposa e mãe.

Mas você foi ouvida… e de uma forma bastante surpreendente!
Enquanto eu rezava com tanto fervor para encontrar meu futuro marido, fui participar de dias de retiro espiritual com as Irmãs Elizabetinas, a Ordem que está localizada na rua St. Joseph em Wrocław (oeste da Polônia). Depois de três dias, quando saí do convento para voltar para casa, já sabia que voltaria. De fato, São José tinha planos para minha vida. E durante todo esse tempo de espera e oração, ele estava me preparando para me tornar uma freira. Até o dia em que ouvi uma voz interior que me disse: “Você vai curar o coração das pessoas”.

ELżbieta antes de encontrar sua vocação religiosa.

Como você se sentiu, então?
Já no convento, durante o retiro, vivi momentos em que surgiu esta pergunta: o que significa para mim formar uma família e ter filhos? Hoje, encontro respostas inesperadas, que me preenchem. É certo que sou mulher, tenho sentimentos e emoções como todas as mulheres. Claro, há momentos difíceis, bem como momentos felizes. Mas eu sei o que me levou a ser freira e quem continua a me liderar. É o plano de Deus, não meu.

Você não se rebelou algumas vezes contra esse plano de Deus?
Não. Porque compreendi imediatamente que São José tinha respondido ao meu pedido, encontrando-me o Esposo divino. Eu aceitei, estendi minha mão! Sabemos que José era um homem caloroso, trabalhador, justo e responsável. Ele soube administrar os momentos difíceis com Deus que estava em primeiro lugar em sua vida. Foi o mesmo para mim. É por isso que eu não conhecia a raiva. Ao contrário, sou grata a São José por ter me ajudado a descobrir minha vocação. Ainda hoje, sei que posso sempre contar com ele.

Irmã ELżbieta trabalhando no restaurante para moradores de rua 
co-criado por ela

São José é um intercessor eficaz?
Absolutamente! Nem me lembro do número de intenções que confiei a ele! Mas há um que foi muito especial. Precisávamos de dinheiro para aquecer nossa sala comum no convento. Uma das irmãs me disse: “Vá, fale com São José”. Na capela, fiquei em frente à estátua dele explicando-lhe que teria de ir ver sua esposa, a Virgem Maria, no santuário de Jasna Góra. Isso significava que eu não tinha muito tempo para falar com ele. Então, eu imediatamente disse a ele que precisava de muito dinheiro para lenha e tinha que encontrar uma solução. Acontece que na mesma noite um alemão veio ao convento. Ele deixou uma quantia em dinheiro em um envelope: era exatamente o que precisávamos.

Sei que você lhe confia várias intenções e que ele sempre te responde…
Devo confessar: atormento São José com pedidos constantes! As pessoas me mandam seus pedidos. Eu as escrevo em pequenas fichas que coloco sob seus pés.

Há cinco anos, você trabalha em um restaurante para moradores de rua em um dos bairros da cidade...
Sim, trabalho com voluntários que me ajudam no meu trabalho diário. Vejo como é importante demonstrar amor e preocupação a todos esses sem-teto. Um prato de sopa não é tão importante quanto aquecê-los com amor, mostrar-lhes seu coração. Apesar das dificuldades de sua vida, eles são alguém importante aos olhos de Deus. É isso que tentamos mostrar a eles. E essas pessoas, por sua vez, retribuem o favor com sua gratidão, com uma boa palavra. Muitas vezes, nesses momentos, penso em Madre Teresa. Eu amo tanto ela!

Por quê ?
Ela não olhou para ver se alguém estava sujo ou cheirava mal. Ela prestou atenção ao fato de que Deus vive em cada pessoa. A crise dos sem-teto às vezes é causada pelos dramas da vida. Há situações em que as pessoas se safam com álcool ou outras drogas. Elas perdem sua auto-estima e são incapazes de se levantar.

Quais são suas dicas para aprender essa confiança em Deus na vida cotidiana, para caminhar em direção à santidade?
Devemos entregar tudo a Deus, pedir a intercessão de Maria e rezar o terço. Uma oração que faz milagres!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa anuncia o Jubileu de 2025: um dom especial de graça da misericórdia de Deus

Papa Francisco abre a Porta Santa da Basílica de São Pedro no Jubileu da
Misericórdia - 08/12/2015 (Vatican Media)

“Agora aproxima-se a meta dos primeiros vinte e cinco anos do século XXI, e somos chamados a realizar uma preparação que permita ao povo cristão viver o Ano Santo em todo o seu significado pastoral. Neste sentido, constituiu uma etapa significativa o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que nos permitiu redescobrir toda a força e ternura do amor misericordioso do Pai a fim de, por nossa vez, sermos testemunhas do mesmo”, afirma o Papa Francisco numa carta ao arcebispo dom Rino Fisichella.

Raimundo de Lima – Vatican News

“Confio-te, amado Irmão, a responsabilidade de encontrar as formas adequadas para que o Ano Santo possa ser preparado e celebrado com fé intensa, esperança viva e caridade operosa. O Dicastério que promove a nova evangelização saberá fazer deste momento de graça uma etapa significativa na pastoral das Igrejas Particulares, latinas e orientais, que nestes anos são chamadas a intensificar o empenho sinodal”: é o que afirma o Papa Francisco numa carta ao arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, dicastério encarregado de preparar e coordenar o Jubileu de 2025.

Evento de grande relevância espiritual, eclesial e social

O Santo Padre introduz a missiva ressaltando que o Jubileu representou sempre na vida da Igreja um acontecimento de grande relevância espiritual, eclesial e social. Desde que Bonifácio VIII, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo, o fiel e santo povo de Deus viveu esta celebração como um dom especial de graça, caraterizado pelo perdão dos pecados e, em particular, pela indulgência, expressão plena da misericórdia de Deus.

Francisco lembra que o Grande Jubileu do ano 2000 introduziu a Igreja no terceiro milênio da sua história. “Tanto o aguardou e desejou São João Paulo II, com a esperança de que todos os cristãos, superadas as divisões históricas, pudessem celebrar juntos os dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade”.

Viver o Ano Santo em todo o seu significado pastoral

“Agora aproxima-se a meta dos primeiros vinte e cinco anos do século XXI, e somos chamados a realizar uma preparação que permita ao povo cristão viver o Ano Santo em todo o seu significado pastoral. Neste sentido, constituiu uma etapa significativa o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que nos permitiu redescobrir toda a força e ternura do amor misericordioso do Pai a fim de, por nossa vez, sermos testemunhas do mesmo”, destaca o Pontífice.

Em seguida, Francisco evidencia que nos últimos dois anos, não houve nação que não tenha sido transtornada pela inesperada epidemia que, além de nos ter feito tocar de perto o drama da morte na solidão, a incerteza e o caráter provisório da existência, modificou o nosso modo de viver. “Como cristãos -lê-se na carta -, sofremos juntamente com todos os irmãos e irmãs os mesmos sofrimentos e limitações. As nossas igrejas estiveram fechadas, bem como as escolas, as fábricas, os escritórios, as lojas e os locais dedicados ao tempo livre. Todos vimos algumas liberdades limitadas e a pandemia, além do sofrimento, por vezes suscitou no íntimo de nós mesmos a dúvida, o medo, a perplexidade.”

Sinal de renascimento após os sofrimentos da pandemia

A este ponto de sua carta, o Papa chama a atenção para o fato de que o próximo Jubileu poderá favorecer imenso a recomposição dum clima de esperança e confiança, como sinal dum renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência. “Por isso - afirma -, escolhi o lema Peregrinos de esperança. Entretanto tudo isto será possível se formos capazes de recuperar o sentido de fraternidade universal, se não fecharmos os olhos diante do drama da pobreza crescente que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças de viverem de maneira digna de seres humanos. Penso de modo especial nos inúmeros refugiados forçados a abandonar as suas terras. Que as vozes dos pobres sejam escutadas neste tempo de preparação para o Jubileu”, exorta.

Ano Jubilar, a beleza da criação e cuidado com a casa comum

O Santo Padre faz votos de que a dimensão espiritual do Jubileu, que convida à conversão, se combine com estes aspetos fundamentais da vida social, de modo a constituir uma unidade coerente. “Sentindo-nos todos peregrinos na terra onde o Senhor nos colocou para a cultivar e guardar (cf. Gn 2, 15), não nos desleixemos, ao longo do caminho, de contemplar a beleza da criação e cuidar da nossa casa comum. Almejo que o próximo Ano Jubilar seja celebrado e vivido também com esta intenção”, enfatiza.

Francisco destaca também que a peregrinação rumo ao Jubileu poderá reforçar e exprimir o caminho comum que a Igreja é chamada a empreender para ser, cada vez mais e melhor, sinal e instrumento de unidade na harmonia das diversidades. “Será importante ajudar a redescobrir as exigências da vocação universal à participação responsável, valorizando os carismas e ministérios que o Espírito Santo não cessa jamais de conceder para a construção da única Igreja”, afirma.

Dedicar o ano 2024 a uma grande "sinfonia" de oração

“Como é costume - continua o Pontífice -, a Bula de Promulgação, que será emanada no devido tempo, conterá as indicações necessárias para celebrar o Jubileu de 2025. Neste tempo de preparação, desde já me alegra pensar que se poderá dedicar o ano anterior ao evento jubilar, o 2024, a uma grande «sinfonia» de oração.”

“Um ano intenso de oração, em que os corações se abram para receber a abundância da graça, fazendo do «Pai Nosso» – a oração que Jesus nos ensinou – o programa de vida de todos os seus discípulos.”

Francisco concluindo sua carta pedindo à Virgem Maria que acompanhe a Igreja no caminho de preparação para o acontecimento de graça que é o Jubileu e, agradecido, envia sua Bênção ao arcebispo Fisichella e a seus colaboradores.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Castrense

S. Castrense | diocesedeblumenau
11 de fevereiro
São Castrense

Padroeiro de: Monreale (IT)

Localização: África

Castrense viveu no século V e era cristão e bispo de Cartagine, atual Tunísia, África. Durante a invasão dos Vândalos, comandados pelo rei Genserico, ele foi lançado ao mar junto com outros sacerdotes e fiéis, dentro de um velho navio sem velas, remos e leme. Com certeza, o intuito era que morressem afogados, mas, milagrosamente, Castrense sobreviveu, desembarcando na costa italiana, próximo a Nápoles.

Pelos registros, ele retomou sua missão apostólica e logo se tornou bispo de Castel Volturno. Depois, de acordo com o antiquíssimo "Calendário Marmóreo" de Nápoles, ele também foi eleito bispo de Sessa, aceitando a difícil tarefa de conduzir os dois rebanhos, os quais guiou com amor e zelo paternal. Castrense era humilde e carismático, penitente e caridoso. Durante a sua vida, realizou dois prodígios, registrados nos arquivos da Igreja: libertou um homem possesso pelo demônio e salvou um navio cheio de passageiros de uma grande tempestade.

A fama de santidade já o acompanhava em vida, quando morreu como mártir de Jesus Cristo, em 11 de fevereiro de 450, em Sessa, Nápoles. Logo passou a ser venerado pela população em toda Campânia e em muitas outras cidades, inclusive na África.

As relíquias do Santo foram transferidas antes do século XII de Sessa para Cápua, e depois, por determinação de Guilherme II, o Bom, último rei normando da Sicília, foram enviadas para Monreale (Itália). Em 1637, foram transladadas para a Capela anexa à Catedral de Monreale, em uma urna de prata, com uma placa onde se pode ler "São Castrense, eterno baluarte da cidade de Monreale".

As mais recentes informações sobre este Santo de origem africana, datam de 1881, e foram encontradas durante as escavações arqueológicas na gruta de Calvi, próximas de Monreale. São pinturas do século VII que retratam o bispo Castrense nas duas dioceses e ao lado de outros mártires da mesma época e região.

Ainda hoje encontramos o efeito da sua presença na Catânia, como na pequena região que leva o nome de São Castrense, nas diversas igrejas e no convento feminino beneditino erguido ao lado da Catedral. Tudo é dedicado à sua memória.

Reflexão

O dia 11 de fevereiro foi oficializado pela Igreja para a comemoração da data litúrgica do Santo. São Castrense teve o seu martírio reconhecimento pela Igreja, que o declarou bispo Castrense, Santo e padroeiro da cidade de Monreale. Neste dia, a sua estátua segue em procissão da Catedral de Monreale, indo para Sessa e retornando após o culto litúrgico. Dizem os devotos que, durante este trajeto, muitas graças são alcançadas por sua intercessão.

Oração

Ó glorioso Santo Castrense, que suportou tantas perseguições na África e tantos trabalhos apostólicos na Itália, pela propagação da fé cristã, a ti, que és nosso poderoso e maravilhoso Patrono, dirigimos com confiança está humilde e fervorosa oração. Obtém da misericordiosa bondade de Deus, para a nossa Arquidiocese, para as nossas comunidades paroquiais e para todo o povo, as graças necessárias, para que a nossa vida, iluminada pela fé, sustentada pela esperança e testemunhada pela caridade, possa fluir serenamente com o projeto de Deus A vós confiamos, em particular, os pobres, os sofredores e aqueles que procuram a verdadeira fé. Que sua bênção e patrocínio brilhem sobre todos, agora e para sempre. Amém.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF