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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O Papa: a velhice é um dom de sabedoria e maturidade para todas as idades da vida

Papa Francisco: a velhice é um dom de sabedoria | Vatican News

Na Audiência Geral desta quarta-feira, Francisco sublinhou que é importante a interlocução dos jovens com os idosos e dos idosos com os jovens. Esta ponte será a transmissão da sabedoria na humanidade.

https://youtu.be/V9eMeRjJB6M

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco iniciou um novo ciclo de catequeses, nesta quarta-feira (23/02), dedicado ao tema do sentido e o valor da velhice.  

Segundo o Papa, "esta idade da vida diz respeito a um verdadeiro "novo povo" que são os idosos". "Nunca fomos tão numerosos na história da humanidade", sublinhou Francisco e o "risco de ser descartados é ainda mais frequente: os idosos muitas vezes são vistos como um peso". "Na primeira fase dramática da pandemia, foram eles que pagaram o preço mais alto. Já eram a parte mais frágil e transcurada", frisou o Pontífice, aconselhando a ler a Carta do Direito dos Idosos.

Amizade e aliança entre as diferentes idades da vida

Junto com a migração, a velhice está entre as questões mais urgentes que a família humana é chamada a enfrentar neste momento. Não se trata apenas de uma mudança quantitativa; está em jogo a unidade das idades da vida, ou seja, o verdadeiro ponto de referência para a compreensão e apreciação da vida humana em sua totalidade. Existe amizade, existe aliança entre as diferentes idades da vida ou prevalece a separação e o descarte?

Segundo o Papa, "vivemos num presente onde convivem crianças, jovens, adultos e idosos. No entanto, a proporção mudou: a longevidade tornou-se massa e, em grandes regiões do mundo, a infância é distribuída em pequenas doses. Falamos também do inverno demográfico. Um desequilíbrio que tem muitas consequências".

Nas culturas "desenvolvidas", a velhice tem pouca incidência

A cultura dominante tem como modelo único o jovem adulto, ou seja, um indivíduo que é autodidata e que sempre permanece jovem. Mas é verdade que a juventude contém todo o sentido da vida, enquanto a velhice simplesmente representa o seu esvaziamento e sua perda? É verdade isso? Somente a juventude contém o sentido pleno da vida, e a velhice é o esvaziamento da vida, a perda da vida? A exaltação da juventude como a única idade digna de encarnar o ideal humano, aliada ao desprezo pela velhice vista como fragilidade, degradação ou deficiência, foi o ícone dominante do totalitarismo do século XX. Será que esquecemos isso?

Segundo Francisco, "o prolongamento da vida tem um impacto estrutural na história dos indivíduos, das famílias e das sociedades. De fato, na representação do sentido da vida, e nas chamadas culturas "desenvolvidas", a velhice tem pouca incidência, porque é considerada uma idade que não tem conteúdos especiais para oferecer, nem significados próprios para viver. Além disso, falta o incentivo das pessoas a procurá-los, e falta educação da comunidade para reconhecê-los".

Projetos para os idosos viverem plenamente

Em suma, para uma idade que é parte decisiva do espaço comunitário e se estende por um terço de toda a vida, há – às vezes – planos de assistência, mas não projetos de existência. Planos de assistência, sim; mas não projetos para fazê-los viver plenamente. E isso é um vazio de pensamento, imaginação, criatividade. Sob esse pensamento, o que cria o vazio é que o idoso, a idosa são material de descarte: nessa cultura do descarte, os idosos entram como material de descarte. A aliança entre gerações, que restitui ao humano todas as idades da vida, é o nosso dom perdido e devemos recuperá-lo. Deve ser reencontrado nesta cultura do descarte e nesta cultura da produtividade.

Segundo o Papa, "quando os idosos comunicam seus sonhos, os jovens veem bem o que devem fazer. Os jovens que não mais questionam os sonhos dos idosos, farão fadiga para carregar seu presente e suportar seu futuro. Se os avós se voltam para suas melancolias, os jovens vão olhar ainda mais para seus celulares. A tela pode permanecer ligada, mas a vida se extingue antes do tempo. A repercussão mais grave da pandemia não está na desorientação dos jovens? Os idosos têm recursos de vida já vivida aos quais os jovens podem recorrer a qualquer momento. A velhice é um dom para todas as idades da vida. É um dom de maturidade, de sabedoria".

Diálogo entre jovens e idosos

O Papa sublinhou que é importante a interlocução dos jovens com os idosos e dos idosos com os jovens. "Esta ponte será a transmissão da sabedoria na humanidade", disse Francisco, esperando que essas reflexões sobre a velhice "sejam úteis a todos nós, para levar adiante esta realidade que o profeta Joel dizia, de que no diálogo entre jovens e idosos, os idosos possam doar sonhos e os jovens possam recebê-los e levá-los adiante. Não nos esqueçamos que tanto na cultura familiar quanto na social, os idosos são como as raízes da árvore: eles têm toda a história ali, e os jovens são como flores e frutos".

Francisco concluiu, dizendo que "se o suco não vier das raízes", os jovens "nunca poderão florescer. Tudo o que há de bonito numa sociedade está relacionado às raízes dos idosos. O idoso não é um material de descarte, mas uma benção para uma sociedade".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Mensagem do papa Francisco para a Quaresma de 2022

Papa Francisco na procissão quaresmal em 2020 / Daniel Ibañez (ACI)

Vaticano, 24 fev. 22 / 09:09 am (ACI).- A Santa Sé publicou hoje, 24 de fevereiro, a mensagem do papa Francisco para a Quaresma de 2022 com o tema: “Não nos cansemos de fazer o bem, porque, a seu tempo, colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos”.

Em sua mensagem, o papa lembra que a Quaresma “é um tempo favorável de renovação pessoal e comunitária que nos conduz à Páscoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado” e animou a refletir sobre o tema da mensagem que se baseia em uma exortação de são Paulo aos Gálatas.

“Não nos cansemos de rezar. Jesus ensinou que é necessário «orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18, 1). Precisamos rezar, porque necessitamos de Deus. A ilusão de nos bastar a nós mesmos é perigosa. Se a pandemia nos fez sentir de perto a nossa fragilidade pessoal e social, permita-nos esta Quaresma experimentar o conforto da fé em Deus, sem a qual não poderemos subsistir (cf. Is 7, 9). No meio das tempestades da história, encontramo-nos todos no mesmo barco, pelo que ninguém se salva sozinho; mas sobretudo ninguém se salva sem Deus, porque só o mistério pascal de Jesus Cristo nos dá a vitória sobre as vagas tenebrosas da morte”, disse o papa.

A seguir, a mensagem completa do papa Francisco:

«Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos» (Gal 6, 9-10a).

Queridos irmãos e irmãs!

A Quaresma é um tempo favorável de renovação pessoal e comunitária que nos conduz à Páscoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado. Aproveitemos o caminho quaresmal de 2022 para refletir sobre a exortação de São Paulo aos Gálatas: «Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo (kairós), pratiquemos o bem para com todos» (Gal 6, 9-10a).

1. Sementeira e colheita

Neste trecho, o Apóstolo evoca a sementeira e a colheita, uma imagem que Jesus muito prezava (cf. Mt 13). São Paulo fala-nos dum kairós: um tempo propício para semear o bem tendo em vista uma colheita. Qual poderá ser para nós este tempo favorável? Certamente é a Quaresma, mas é-o também a nossa inteira existência terrena, de que a Quaresma constitui de certa forma uma imagem [1]. Muitas vezes, na nossa vida, prevalecem a ganância e a soberba, o anseio de possuir, acumular e consumir, como se vê no homem insensato da parábola evangélica, que considerava assegurada e feliz a sua vida pela grande colheita acumulada nos seus celeiros (cf. Lc 12, 16-21). A Quaresma convida-nos à conversão, a mudar mentalidade, de tal modo que a vida encontre a sua verdade e beleza menos no possuir do que no doar, menos no acumular do que no semear o bem e partilhá-lo.

O primeiro agricultor é o próprio Deus, que generosamente «continua a espalhar sementes de bem na humanidade» (Enc. Fratelli tutti, 54). Durante a Quaresma, somos chamados a responder ao dom de Deus, acolhendo a sua Palavra «viva e eficaz» (Heb 4, 12). A escuta assídua da Palavra de Deus faz maturar uma pronta docilidade à sua ação (cf. Tg 1, 19.21), que torna fecunda a nossa vida. E se isto já é motivo para nos alegrarmos, maior motivo ainda nos vem da chamada para sermos «cooperadores de Deus» (1 Cor 3, 9), aproveitando o tempo presente (cf. Ef 5, 16) para semearmos, também nós, praticando o bem. Esta chamada para semear o bem deve ser vista, não como um peso, mas como uma graça pela qual o Criador nos quer ativamente unidos à sua fecunda magnanimidade.

E a colheita? Porventura não se faz toda a sementeira a pensar na colheita? Certamente; o laço estreito entre a sementeira e a colheita é reafirmado pelo próprio São Paulo, quando escreve: «Quem pouco semeia, também pouco há de colher; mas quem semeia com generosidade, com generosidade também colherá» (2 Cor 9, 6). Mas de que colheita se trata? Um primeiro fruto do bem semeado, temo-lo em nós mesmos e nas nossas relações diárias, incluindo os gestos mais insignificantes de bondade. Em Deus, nenhum ato de amor, por mais pequeno que seja, e nenhuma das nossas «generosas fadigas» se perde (cf. Exort. Evangelii gaudium, 279). Tal como a árvore se reconhece pelos frutos (cf. Mt 7, 16.20), assim também a vida repleta de obras boas é luminosa (cf. Mt 5, 14-16) e difunde pelo mundo o perfume de Cristo (cf. 2 Cor 2, 15). Servir a Deus, livres do pecado, faz maturar frutos de santificação para a salvação de todos (cf. Rm 6, 22).

Na realidade, só nos é concedido ver uma pequena parte do fruto daquilo que semeamos, pois, segundo o dito evangélico, «um é o que semeia e outro o que ceifa» (Jo 4, 37). É precisamente semeando para o bem do próximo que participamos na magnanimidade de Deus: constitui «grande nobreza ser capaz de desencadear processos cujos frutos serão colhidos por outros, com a esperança colocada na força secreta do bem que se semeia» (Enc. Fratelli tutti, 196). Semear o bem para os outros liberta-nos das lógicas mesquinhas do lucro pessoal e confere à nossa atividade a respiração ampla da gratuidade, inserindo-nos no horizonte maravilhoso dos desígnios benfazejos de Deus.

A Palavra de Deus alarga e eleva ainda mais a nossa perspetiva, anunciando-nos que a colheita mais autêntica é a escatológica, a do último dia, do dia sem ocaso. O fruto perfeito da nossa vida e das nossas ações é o «fruto em ordem à vida eterna» (Jo 4, 36), que será o nosso «tesouro no céu» (Lc 18, 22; cf. 12, 33). O próprio Jesus, para exprimir o mistério da sua morte e ressurreição, usa a imagem da semente que morre na terra e frutifica (cf. Jo 12, 24); e São Paulo retoma-a para falar da ressurreição do nosso corpo: «semeado corruptível, o corpo é ressuscitado incorruptível; semeado na desonra, é ressuscitado na glória; semeado na fraqueza, é ressuscitado cheio de força; semeado corpo terreno, é ressuscitado corpo espiritual» (1 Cor 15, 42-44). Esta esperança é a grande luz que Cristo ressuscitado traz ao mundo: «Se nós temos esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram» (1 Cor 15, 19-20), para que quantos estiverem intimamente unidos a Ele no amor, «por uma morte idêntica à Sua» (Rm 6, 5), também estejam unidos à sua ressurreição para a vida eterna (cf. Jo 5, 29): «então os justos resplandecerão como o sol, no reino do seu Pai» (Mt 13, 43).

2. «Não nos cansemos de fazer o bem»

A ressurreição de Cristo anima as esperanças terrenas com a «grande esperança» da vida eterna e introduz, já no tempo presente, o germe da salvação (cf. Bento XVISpe salvi, 3; 7). Perante a amarga desilusão por tantos sonhos desfeitos, a inquietação com os desafios a enfrentar, o desconsolo pela pobreza de meios à disposição, a tentação é fechar-se num egoísmo individualista e, à vista dos sofrimentos alheios, refugiar-se na indiferença. Com efeito, mesmo os recursos melhores conhecem limitações: «Até os adolescentes se cansam, se fatigam, e os jovens tropeçam e vacilam» (Is 40, 30). Deus, porém, «dá forças ao cansado e enche de vigor o fraco. (…) Aqueles que confiam no Senhor, renovam as suas forças. Têm asas como a águia, correm sem se cansar, marcham sem desfalecer» (Is 40, 29.31). A Quaresma chama-nos a repor a nossa fé e esperança no Senhor (cf. 1 Ped 1, 21), pois só com o olhar fixo em Jesus Cristo ressuscitado (cf. Heb 12, 2) é que podemos acolher a exortação do Apóstolo: «Não nos cansemos de fazer o bem» (Gal 6, 9).

 Não nos cansemos de rezar. Jesus ensinou que é necessário «orar sempre, sem desfalecer» ( Lc 18, 1). Precisamos rezar, porque necessitamos de Deus. A ilusão de nos bastar a nós mesmos é perigosa. Se a pandemia nos fez sentir de perto a nossa fragilidade pessoal e social, permita-nos esta Quaresma experimentar o conforto da fé em Deus, sem a qual não poderemos subsistir (cf. Is 7, 9). No meio das tempestades da história, encontramo-nos todos no mesmo barco, pelo que ninguém se salva sozinho [2]; mas sobretudo ninguém se salva sem Deus, porque só o mistério pascal de Jesus Cristo nos dá a vitória sobre as vagas tenebrosas da morte. A fé não nos preserva das tribulações da vida, mas permite atravessá-las unidos a Deus em Cristo, com a grande esperança que não desilude e cujo penhor é o amor que Deus derramou nos nossos corações por meio do Espírito Santo (cf. Rm 5, 1-5).

Não nos cansemos de extirpar o mal da nossa vida. Possa o jejum corporal, a que nos chama a Quaresma, fortalecer o nosso espírito para o combate contra o pecado. Não nos cansemos de pedir perdão no sacramento da Penitência e Reconciliação, sabendo que Deus nunca Se cansa de perdoar [3]. Não nos cansemos de combater a concupiscência, fragilidade esta que inclina para o egoísmo e todo o mal, encontrando no decurso dos séculos vias diferentes para fazer precipitar o homem no pecado (cf. Enc. Fratelli tutti, 166). Uma destas vias é a dependência dos meios de comunicação digitais, que empobrece as relações humanas. A Quaresma é tempo propício para contrastar estas ciladas, cultivando ao contrário uma comunicação humana mais integral (cf. ibid., 43), feita de «encontros reais» ( ibid., 50), face a face.

Não nos cansemos de fazer o bem, através duma operosa caridade para com o próximo. Durante esta Quaresma, exercitemo-nos na prática da esmola, dando com alegria (cf. 2 Cor 9, 7). Deus, «que dá a semente ao semeador e o pão em alimento» (2 Cor 9, 10), provê a cada um de nós os recursos necessários para nos nutrirmos e ainda para sermos generosos na prática do bem para com os outros. Se é verdade que toda a nossa vida é tempo para semear o bem, aproveitemos de modo particular esta Quaresma para cuidar de quem está próximo de nós, para nos aproximarmos dos irmãos e irmãs que se encontram feridos na margem da estrada da vida (cf. Lc 10, 25-37). A Quaresma é tempo propício para procurar, e não evitar, quem passa necessidade; para chamar, e não ignorar, quem deseja atenção e uma boa palavra; para visitar, e não abandonar, quem sofre a solidão. Acolhamos o apelo a praticar o bem para com todos, reservando tempo para amar os mais pequenos e indefesos, os abandonados e desprezados, os discriminados e marginalizados (cf. Enc. Fratelli tutti, 193).

3. «A seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido»

Cada ano, a Quaresma vem recordar-nos que «o bem, como aliás o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia» (ibid., 11). Por conseguinte, peçamos a Deus a constância paciente do agricultor (cf. Tg 5, 7), para não desistir na prática do bem, um passo de cada vez. Quem cai, estenda a mão ao Pai que nos levanta sempre. Quem se extraviou, enganado pelas seduções do maligno, não demore a voltar para Deus, que «é generoso em perdoar» (Is 55, 7). Neste tempo de conversão, buscando apoio na graça divina e na comunhão da Igreja, não nos cansemos de semear o bem. O jejum prepara o terreno, a oração rega, a caridade fecunda-o. Na fé, temos a certeza de que «a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido», e obteremos, com o dom da perseverança, os bens prometidos (cf. Heb 10, 36) para salvação nossa e do próximo (cf. 1 Tm 4, 16). Praticando o amor fraterno para com todos, estamos unidos a Cristo, que deu a sua vida por nós (cf. 2 Cor 5, 14-15), e saboreamos desde já a alegria do Reino dos Céus, quando Deus for «tudo em todos» (1 Cor 15, 28).

Virgem Maria, em cujo ventre germinou o Salvador e que guardava todas as coisas «ponderando-as no seu coração» (Lc 2, 19), obtenha-nos o dom da paciência e acompanhe-nos com a sua presença materna, para que este tempo de conversão dê frutos de salvação eterna.

Roma, em São João de Latrão, na Memória litúrgica do bispo São Martinho, 11 de novembro de 2021.

Francisco

[1] Cf. Santo Agostinho, Sermones 243, 9,8; 270, 3; Enarratio in Psalmis 110, 1.

[2] Cf. Francisco, Momento extraordinário de oração em tempo de pandemia (27 de março de 2020).

[3] Cf. Idem, Angelus de 17 de março de 2013.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Guerra após a pandemia: ameaça à humanidade

Conflito Ucrânia - Rússia (ANSA)

O ataque à Ucrânia já começou. Uma guerra na Europa no século XXI parecia impossível. Os riscos de degeneração são inimagináveis. O Papa nos pede para contrastar o poder das armas com a fraqueza da oração.

Sergio Centofanti - Vatican News

Alguns não acreditavam. Uma guerra na Europa no terceiro milênio: improvável, quase impossível. Agora já há muitos mortos. Teme-se um banho de sangue. As habituais vítimas inocentes e indefesas, que gostariam de viver em paz com os outros, com todos, mesmo que tivessem uma bandeira diferente. Os poderosos não se importam com os fracos que sucumbem. Há muitos Herodes cínicos em circulação. O massacre dos inocentes não cessa. Depois dos sofrimentos causados pela pandemia, vem o luto de um conflito que não sabemos como poderá degenerar.

Alguns têm evocado o risco de uma terceira guerra mundial. Continuamos acreditando que isso é impossível. Continuamos pensando que a humanidade não será tão louca o suficiente para cair novamente numa guerra. Porque a guerra é uma loucura, é insensata. É demoníaca. E o diabo quer destruir a vida, quer destruir o mundo. Hoje há armas letais suficientes para atingir seu objetivo. Não tomemos a paz no mundo como algo dado por certo.

O Papa Francisco, repleto de angústia e preocupação, pede oração e jejum pela paz. A fraqueza da oração contra o poder das armas. Quem vai querer acreditar nisso? Quem oporá a ascese mansa do jejum contra a força dos canhões? A oração nos une ao Pai e nos faz irmãos, o jejum nos tira algo para compartilhá-lo com os outros: mesmo que o outro seja um inimigo.

A oração é a verdadeira revolução que muda o mundo porque muda os corações. Temos poucos recursos contra as guerras porque, sem eximir-nos de qualquer responsabilidade, o diabo as fomenta, com ódio, astúcia, maldade. Jesus diz: "Este tipo de demônios não pode ser expulso de nenhuma maneira, a não ser através da oração".

Ataque contra Kiev  (ANSA)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Parolin: quem tem nas mãos o destino do mundo nos poupe dos horrores da guerra

Imagem de guerra | Vatican News

O cardeal secretário de Estado após o ataque russo à Ucrânia: "Ainda há tempo para a boa vontade, ainda há tempo para a negociação".

https://youtu.be/bjWtPARxUD0

Vatican News

Diante dos desdobramentos hodiernos da crise na Ucrânia, tornam-se ainda mais nítidas e mais prementes as palavras que o Santo Padre Francisco pronunciou ontem ao término da Audiência Geral: é o que afirma o secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin, numa declaração divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé esta quinta-feira, 24 de fevereiro, dia em que a crise na Ucrânia se transformou num conflito.

"O Papa evocou grande dor ‘grande dor’, ‘angústia e preocupação’. E convidou todas as partes envolvidas a ‘abster-se de qualquer ação que provoque ainda mais sofrimento às populações’, ‘desestabilize a convivência pacífica’ e desacredite o direito internacional’."

"Este apelo – prossegue o cardeal Parolin – adquire uma dramática urgência após o início das operações militares russas no território ucraniano. Os trágicos cenários que todos temiam, infelizmente, estão se tornando realidade."

O cardeal secretário de Estado ressalta que "ainda há tempo para a boa vontade, ainda há tempo para a negociação, ainda há tempo para o exercício de uma sabedoria que impeça o prevalecer dos interesses de parte, tutele as legítimas aspirações de cada um e poupe o mundo da loucura e dos horrores da guerra".

"Nós fiéis - conclui o cardeal Parolin - não perdemos a esperança num vislumbre de consciência daqueles que têm o destino do mundo em suas mãos. E continuamos rezando e jejuando – o faremos na próxima Quarta-feira de Cinzas – pela paz na Ucrânia e no mundo inteiro."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Sérgio

S. Sérgio | Sacramentinos
24 de fevereiro

SÃO SÉRGIO

São Sérgio foi um mártir de Cesarea da Capadócia. Ele passaria totalmente desconhecido do cristianismo moderno se não fosse uma redação romana, da época do imperador Diocleciano. Nessa página em Latim foi descrito pouquíssimo sobre sua origem, seu martírio e o local onde os cristãos o sepultaram.

Origens - um Magistrado convertido

Sabe-se que São Sérgio fora um magistrado, ou seja, juiz romano, antes de se converter ao cristianismo. Para conseguir o posto de Magistrado no império romano, era preciso muita influência política e dinheiro. A profissão era bastante lucrativa. Sabe-se também que o Magistrado Sérgio estudou e conheceu o cristianismo em profundidade. Por isso, se converteu, foi batizado e abandonou todo o luxo em que vivia para se dedicar à vida monástica no deserto. Ali, passou grande parte de sua vida na oração, nos sacrifícios e no louvor a Deus.

Perseguição

Segundo o texto e confirmado pela história, em 304 uma violenta perseguição contra os cristãos tinha sido deflagrada pelo imperador Diocleciano. Os governadores romanos, em todas as províncias, eram obrigados a seguir as ordens do imperador, senão perdiam o cargo e os bens. Sapricio, governador da Capadócia e Armênia, atual Turquia, era fiel ao imperador e famoso por ser bajulador. Não perdia oportunidades de agradar o imperador.

O cerco se fecha

E aconteceu que durante uma festa anual dedicada a Júpiter, um famoso senador visitava a província. Para mostrar serviço e lealdade a Roma, Sapricio ordenou que os cristãos fossem levados para a frente do templo de Júpiter e obrigados a prestarem culto ao deus romano, sob pena de serem condenados à prisão e à morte. Forçados por uma legião romana, os cristãos foram chegando ao local.

São Sérgio intervém

Estando no deserto em oração, São Sérgio sentiu em seu coração o impulso para se dirigir a Cesarea da Capadócia. Ele não precisava fazer isso, pois não tinha sido denunciado. Aliás, ninguém mais se lembrava dele nem imaginavam que ele ainda pudesse estar vivo e atuante. Quando chegou, porém, foi logo reconhecido pelos cristãos e pelos romanos, de forma que todas as atenções se voltaram para ele. Os cristãos o viam como uma força espiritual. Tanto que as tochas acesas para os sacrifícios a Júpiter se apagaram espontaneamente. Os romanos, o viram, então, como uma ameaça perigosa. Os sacerdotes de júpiter ficaram furiosos. O senador, curioso e o governador, embaraçado.

A caminho do martírio

São Sérgio colocou-se à frente de todos e fez um ardente discurso mostrando que o único Deus Verdadeiro era justamente quem os romanos perseguiam: Jesus Cristo. São Sérgio esclareceu ainda que os deuses pagãos, que ele mesmo servira antes, não passavam de ilusão e farsa que alimentava os cofres dos sacerdotes e de vários outros aproveitadores.

Martírio

Sapricio, o governador, mandou prenderem São Sérgio imediatamente, pensando que prendendo um “peixe grande” atingiria todos os cristãos e agradaria mais ao senador e ao imperador. O governador ordenou que São Sérgio prestasse culto a Júpiter ali, diante de todos os cristãos, sob pena de ser decapitado. São Sérgio não obedeceu e disse diante de todos que só prestava culto a Jesus Cristo. Por esta razão, foi decapitado diante de todo o povo. São Sérgio entregou sua vida pela fé em Jesus Cristo, Deus Único e Verdadeiro. Era 24 de fevereiro.

Engano do governador

Sapricio, o governador romano da província pensou, erroneamente, que matando um grande líder cristãos, os demais se dispersariam. O senador concordou. Os restos mortais de São Sérgio foram retirados pelos cristãos e sepultados na casa de uma cristã fiel. Porém, ao contrário do que o governador pensou, São Sérgio se tornou uma força de união e testemunho de fé para os cristãos. A partir de então, eles se tornaram mais fortes e mais missionários. São Sérgio entregou sua vida salvando a de muitos cristãos. Seu sangue tornou-se semente de novos cristãos na Capadócia e nos arredores. Mais tarde, os restos mortais de São Sérgio foram levados para a cidade de Ubeba, Espanha.

Oração a São Sérgio

Ó Deus, que destes s São Sérgio a graça de conhecer-vos tão profundamente que ele não hesitou em dar a vida por ti, dai também a nós a graça de conhecer-vos, para que em vida se realize o vosso plano de amor por nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, amém. São Sérgio, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Educação Católica: Fundamento Cristológico

Cristo Rei | CNBB Norte 2

Dom Antônio de Assis
Bispo de Belém do Pará (PA)

EDUCAÇÃO CATÓLICA: Fundamento Cristológico – Jesus educador, por excelência (Parte 8)

Continuemos nossa reflexão sobre a identidade da educação católica centrando o nosso olhar sobre a pessoa de Jesus Cristo. O fundamento cristológico é determinante para a educação católica, porque Jesus Cristo é a pedra angular, o Mestre e o Senhor da Igreja.

A pessoa de Jesus Cristo muito contribui para o enriquecimento da pedagogia através das suas palavras, do conteúdo de suas pregações, da excelência das suas atitudes, da sabedoria dos seus ensinamentos, da sua sensibilidade indo ao encontro de todas as pessoas, acolhendo-as, escutando-as, advertindo-as e estimulando-as à mudança de vida.

A educação católica perderia totalmente a sua identidade específica se deixar de lado a centralidade da pessoa de Jesus Cristo. O educador cristão católico é um discípulo que se identifica com Jesus Cristo e busca configurar-se com suas atitudes.

Na arte de educar, os educadores católicos são inspirados por Ele e chamados a cultivar a espiritualidade pedagógica do Bom Pastor (cf. Ez 34,1-16; Is 40,11; Sl 23; Jr 23,1-4; 1Pd 5,1-3; Jo 10,1-18), assumindo seu modo de pensar, sentir e agir, levados pela paixão do zeloso cuidado (cf. 1Pdr 5,1-3).

  1. Os desafios do pluralismo

Vivemos numa sociedade pluralista onde os educadores católicos, como todos os profissionais, vivem inseridos num contexto sociocultural profundamente marcado pelo pluralismo de ideias. Assim a educação católica é ameaçada por muitas ideologias como o relativismo moral, o reducionismo educacional, o tecnicismo profissional, o naturalismo etc. porque todas elas têm uma visão reducionista e desequilibrada do ser humano.

Em meio a esse complexo e tentador contexto sociocultural, a educação católica é chamada a preservar a sua identidade que deve ser visibilizada através do seu currículo proposto, das palavras, atitudes dos educadores, fidelidade dinâmica e visão dos seus gestores.

Livre de qualquer forma de influxo ideológico, a educação católica é fiel propositora da promoção da formação integral do educando. Educar é estimular o desenvolvimento pluridimensional da pessoa humana. Essa sensibilidade educativa holística é claramente visível nas atitudes e palavras de Jesus Cristo para com os seus discípulos e o povo.

Por isso, enquanto educadores católicos assumimos a pessoa de Jesus Cristo como o nosso modelo. Como educadores cristãos, não podemos assumir o «sincretismo pedagógico», ou seja, não ter um «fio condutor», um centro de referências, uma estrutura de valores, um princípio norteador fundamental, uma instância de confronto e modelo ideal permanente.

  1. Jesus, Educador por excelência

Jesus Cristo é a fonte inesgotável de estímulos e critérios permanentes de como devemos entrar em relação com o outro no ensino, na aprendizagem, no discernimento, na correção, no conflito, nas intervenções diante dos problemas, nas crises, na dor, na alegria, na festa, nas situações de pressão social, institucional, cultural, moral, religiosa etc.

A excelência educativa de Jesus Cristo está no seu ser, em suas palavras, no seu agir; em tudo isso, vemos suas atitudes educativas, sensibilidade pedagógica, conteúdo de ensinamentos, linguagem acessível, percepção crítica, cuidado e compaixão para com todos! Jesus Cristo não é um professor, mas é o Mestre que se revelou diante dos seus discípulos, no encontro com as pessoas, na relação com as massas, diante dos adversários, nas advertências aos seus seguidores. Diante de todos!

Onde Jesus foi educador? Jesus educou na rua, na praia, no deserto, nos caminhos, nos montes, na beira de um poço, na casa de amigos, nas sinagogas, no templo, na família, no tribunal, na cruz… Em todos os lugares.

Jesus foi educador em todas as circunstâncias: na experiência de conflito, na tensão, na fome, na solidão, na angústia, na dor, no cansaço, na serenidade, na perseguição, na incompreensão… Sem estresse, sem agressividade, sem violência, sem mau humor, sem falsidade, sem omissão… em todas as circunstâncias.

Como Jesus foi educador? Jesus exercitou sua arte de educar acolhendo as pessoas, aproximando-se delas, escutando, convivendo, conversando, caminhando, perdoando, entendendo, ensinando, libertando, corrigindo, curando, esclarecendo, desafiando, defendendo, alertando, motivando, envolvendo, estimulando, animando… sempre conciliando ternura e firmeza!

  1. A sensibilidade educativa de Jesus

Jesus Cristo não só convocou, mas sobretudo, dedicou-se à formação dos seus discípulos; a meta da educação é a conversão, a transformação do coração e da mente, para a acolhida da Salvação. Não esperava seus educandos, mas ia ao encontro deles percorrendo toda a Galileia, entrando nas cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino (cf. Mt 4,23; Mc 1,39; Lc 4,14; Jo 6,59).

Jesus provocou seus discípulos e o povo para o cultivo de nobres ideais e atitudes diferenciadas pela gratuidade do amor (cf. Mt 5,1-12; Lc 6,27-49). Dirigindo-se para a terra onde cresceu (Nazaré), pôs-se a ensinar as pessoas que estavam na sinagoga; o povo ficou maravilhado com seus ensinamentos cheios de sabedoria, autoridade e feitos maravilhosos (cf. Mt 13,54; Mc 1,27; Lc 4,22).

Jesus não tinha uma postura centralizadora, por isso, disse: “a minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quer cumprir a sua vontade, saberá se a minha doutrina é de Deus ou se falo por mim mesmo” (Jo 7,14-17). O educador católico não ensina aquilo que quer! A atenção às pessoas mais simples, levava Jesus a ensinar muitas coisas por meio de parábolas (cf. Mc 4,2;12,38).

A tarefa de educar faz parte da missão que Jesus confiou aos seus apóstolos: “Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as (…) e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei” (Mt 28,19-20; Mc 16,15). A missão que Jesus confiou à Igreja tem uma dimensão educativa.

Jesus educou seus discípulos para a dimensão espiritual quando lhes ensinou a rezar e lhes falou do Reino de Deus despertando neles o compromisso de fraternidade, perdão e partilha (cf. Mt 6,9-13; Mt 13,1-33). Também os educou para o sentido da vida alertando seus discípulos para o perigo do materialismo e do egoísmo: “quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará. De fato, que adianta um homem ganhar o mundo inteiro, se perde e destrói a si mesmo?” (Lc 9,24-25).

Jesus concebeu a educação como instrumento de transformação social: “Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas…” (Mc 6,34). Nesse mesmo evento Jesus educa para a sensibilidade, corresponsabilidade, partilha, envolvimento, gestão, organização, e cuidado com o não desperdício de alimentos.

PARA A REFLEXÃO PESSOAL:  

  1. Por que o fundamento cristológico é determinante para a educação católica?
  2. Por que as ideologias são uma ameaça à educação católica?
  3. Quais das atitudes educativas de Jesus mais lhe chamam a atenção e são importantes para a educação católica?

Aborto até seis meses não será mais punido na Colômbia

Bebê não nascido / Ivon19 (Wikipédia - CC-BY-SA-4.0)
Por Walter Sánchez Silva

BOGOTÁ, 22 fev. 22 / 10:55 am (ACI).- A Corte Constitucional colombiana deciciu que o aborto até seis meses ou 24 semanas de gravidez não mais será punido de acordo com a lei ainda em vigor no país.

A decisão da Suprema Corte foi dada por 5 votos a favor e 4 votos contra em uma sessão extraordinária marcada pelo protesto pró-vida "O Silêncio dos Inocentes" e manifestações de grupos feministas em frente à Corte em Bogotá.

Antonio José Lizarazo Ocampo, Alberto Rojas Ríos, Diana Fajardo Rivera, José Fernando Reyes e o vice-juiz Julio Andrés Ossa, que substituiu o juiz Alejando Linares, que havia sido impedido por manifestar publicamente seu apoio ao aborto antes do debate, votaram a favor do aborto.

Cristina Pardo Schlesinger, Paola Andrea Meneses, Gloria Stella Ortiz Delgado e Jorge Enrique Ibáñez votaram a favor da vida.

Corte Constitucional afirmou em nota que o aborto “só será punível quando for realizado após a vigésima quarta semana de gestação e, em todo caso, esse prazo não se aplicará aos três casos estabelecidos na sentença C. - 355 de 2006”.

Isso significa que o aborto não será crime punível até a 24ª semana de gravidez, e que continua vigente a decisão da Corte Constitucional de 2006 que descriminaliza a prática para casos de estupro, malformação do nascituro ou perigo para a vida da mãe, mesmo depois do prazo estabelecido.

A decisão da Corte pede ao Congresso e ao governo nacional que criem uma política pública integral que, entre outras coisas, elimine “qualquer obstáculo ao exercício dos direitos sexuais e reprodutivos reconhecidos nesta decisão”.

Jesús Magaña, presidente da plataforma Unidos pela Vida, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, nesta segunda-feira que a ação debatida pela Corte foi apresentada pelo grupo feminista que é financiado por ProFamilia, a maior clínica de aborto da Colômbia. “Eles estão fazendo o negócio, com o pretexto de defender os corpos das mulheres", disse.

O líder pró-vida também disse que o protesto realizado pela manhã mostrou “centenas de caixões representando bebês abortados. Um bebê é abortado a cada 7 minutos na Colômbia, por causa da decisão da Corte de 2006”.

"A Corte Constitucional falhou com o povo colombiano"

Após a decisão da Corte Constitucional, a ACI Prensa conversou com Magaña, que explicou que “o movimento pró-aborto não venceu, porque eles queriam a descriminalização total do aborto e isso o tribunal não deu a eles”.

Além disso, afirmou o líder pró-vida, a Corte Constitucional "desperdiçou uma oportunidade histórica de corrigir suas sentenças erradas anteriores e ficou ‘no meio do caminho’" entre as pressões dos abortistas e as exigências dos pró-vida.

Em busca desse “meio”, disse Magaña, a Corte Constitucional emitiu uma decisão que permite que “bebês de até seis meses sejam destruídos, algo que é uma atrocidade”.

“Não há meio termo entre deixar viver ou matar. Eles decidiram deixar as pessoas matarem até seis meses e a Corte abriu ainda mais as portas para o negócio do aborto”, enfatizou Magaña.

O líder pró-vida explicou que “embora esta seja uma sentença da Corte, o aborto não está legalizado. Está apenas despenalizado. Continua sendo um crime que não será castigado se for realizado nestas condições” até os seis meses.

Sobre o que o movimento pró-vida pode fazer agora na Colômbia, Magaña disse que é hora de “planejar uma estratégia jurídica para ver se geramos um novo pronunciamento diferente deste”, mas enfatizou que a decisão corresponde ao mais alto tribunal do país.

“Vamos lutar para que o Congresso imponha limites à Corte Constitucional que viola a Constituição, não aceitando o que diz o artigo 11 da Carta Magna, que estabelece textualmente que a vida é inviolável e que na Colômbia não haverá pena de morte."

Jesús Magaña lembrou que "a vida começa no momento da fecundação e a partir desse momento é inviolável".

Magaña disse que, com esta nova sentença de aborto, "os magistrados cometeram um erro mais uma vez, violaram a Constituição que juraram defender e falharam mais uma vez com o povo colombiano".

Esta é uma batalha perdida, mas nós vencemos a guerra”

Andrea Garzón, líder pró-vida colombiana, postou um vídeo no Instagram no qual lamentava que “temos um tribunal de aborto que não protege os direitos humanos dos colombianos. Precisamos continuar lutando, continuar defendendo a vida. Continuaremos a defender os direitos das crianças por nascer".

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa convoca Dia de oração e jejum em 2 de março: a paz de todos está ameaçada

Audiência geral  (Vatican Media)

Na Audiência geral desta quarta-feira o Papa Francisco falou da sua tristeza sobre o agravamento da situação na Ucrânia e convocou um Dia de oração e jejum pela paz.

Silvonei José - Vatican News

"Peço a todas as partes envolvidas para que se abstenham de qualquer ação que possa causar ainda mais sofrimento às populações, desestabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional". Dessa maneira o Papa Francisco no final da Audiência Geral, falou sobre a situação na Ucrânia, apelando "aos que têm responsabilidade política para fazer um sério exame de consciência diante de Deus, que é o Deus da paz e não da guerra" e que "quer que sejamos irmãos e não inimigos". "Mais uma vez, a paz de todos está ameaçada por interesses de parte".

Tenho uma grande tristeza em meu coração com o agravamento da situação na Ucrânia. Apesar dos esforços diplomáticos das últimas semanas, cenários cada vez mais alarmantes estão se abrindo. Como eu, muitas pessoas ao redor do mundo estão experimentando angústia e preocupação. Mais uma vez, a paz de todos está ameaçada por interesses de parte. Gostaria de apelar aos responsáveis políticos para que façam um sério exame de consciência diante de Deus, que é o Deus da paz e não da guerra, o Pai de todos, não apenas de alguns, que quer que sejamos irmãos e não inimigos. Peço a todas as partes envolvidas que se abstenham de qualquer ação que possa causar ainda mais sofrimento às populações, desestabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional.

E o Papa Francisco fez um apelo a todos, crentes e não crentes:

Jesus nos ensinou que à insistência diabólica, à diabólica insensatez da violência se responde com as armas de Deus: com a oração e o jejum. Convido a todos a fazerem no próximo 2 de março, Quarta-feira de Cinzas, um dia de jejum pela paz. Encorajo, de modo especial os crentes a se dedicarem intensamente à oração e ao jejum naquele dia. Que a Rainha da Paz preserve o mundo da loucura da guerra.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF