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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

São Cesário de Nazianzo

S. Cesário de Nazianzo | iCatólica
25 de Fevereiro

São Cesário de Nazianzo

O santo de hoje era irmão de São Gregório. Foi médico da corte imperial, sob o reinado de Juliano, que o tentou inutilmente convertê-lo ao paganismo. Cesário foi um catecúmeno durante grande parte da sua vida e só recebeu o batismo depois de sobreviver milagrosamente de um terremoto em Nicéia. Alguns detalhes de sua vida nos são conhecidos através da oração fúnebre composta por Gregório.

O nome Cesário, de origem latina, significa grande, honrado. Nasceu em 330 e viveu grande parte da vida em Alexandria, onde estudou geometria, astronomia e medicina. O ofício de médico o levou a corte imperial de Constantinopla. Como médico imperial, Cesário foi tentado várias vezes a abandonar o cristianismo e assumir a vida pagã.

Mas depois do episódio do terremoto, onde teve sua vida salva pela graça de Deus, Cesário deixou a medicina e passou a dedicar tempo para a salvação das pessoas. Recebeu o batismo, viveu vida de penitente, mas faleceu jovem, em 369.

Em seu testamento deixou o desejo expresso de doar sua riqueza aos pobres. Em tudo serviu a Deus e soube amar Jesus Cristo mesmo em situações adversas. 

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão
Às vezes, imaginamos os santos como homens extraordinários e especiais. São Cesário nos mostra que a vida dos santos não possui nada de especial, a não ser seu grande amor radical ao Cristo. Todos nós somos vocacionados à santidade, e buscar Jesus Cristo de maneira incondicional é dever de todo cristão.
Oração
Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de São Cesário de Nazianzo, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em vosso Filho. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Por que a Ucrânia reconheceu oficialmente que comunismo e nazismo são horrores equivalentes

Jarosław Góralczyk I CC BY-SA 4.0

E por que o resto do mundo ainda insiste em negar esta realidade comprovada por fatos históricos clamorosos?

Comunismo e nazismo foram oficialmente declarados pela Ucrânia como regimes de horror equiparáveis. Em 2015, o legislativo do país aprovou uma lei que reconhecia os dois regimes como igualmente abomináveis e, em 2019, essa lei foi confirmada pelo judiciário ucraniano, que declarou a respeito:

“O regime comunista, assim como o regime nazista, infligiu danos irreparáveis aos direitos humanos porque, durante a sua existência, manteve total controle da sociedade, promoveu perseguições e repressões politicamente motivadas, violou as suas obrigações internacionais e as suas próprias constituições e leis”.

Com base nessa decisão, começaram a ser removidos monumentos comunistas soviéticos ainda resistentes na Ucrânia, além de ser proibido o uso de símbolos nazistas e comunistas.

Por que o mundo ainda nega a equivalência dos dois horrores?

A coragem ucraniana de afirmar o caráter igualmente nefasto dessas duas excrescências ideológicas, no entanto, é uma gritante exceção entre as nações. Em muitas partes do mundo, persiste uma chamativa recusa em reconhecer que, pela própria natureza, o comunismo se caracteriza pelo totalitarismo e pela brutal repressão da liberdade do indivíduo.

Em pleno 2022, por exemplo, diante da iminência do conflito bélico entre a Rússia e a Ucrânia, vários veículos da assim chamada “grande mídia ocidental” se empenharam em publicar matérias que tentavam vender a ideia de que os dois regimes que romperam recordes horrendos em extermínio de seres humanos não poderiam ser comparados, amparando-se em teses altamente questionáveis como a da motivação para matar: o nazismo, segundo essas teses, seria pior porque matava com base em etnias, enquanto o comunismo seria menos ruim porque matava “apenas” com base em discordância ideológica. É um repugnante exemplo da mentalidade maquiavélica de que os piores meios podem ser “menos graves” com base no fim, como se exterminar populações sistematicamente fosse menos execrável a depender da alegação dos assassinos para fazê-lo.

Essa “dissonância cognitiva” que tenta fazer parecer que os crimes do comunismo não foram tão hediondos quanto os do nazismo se tornou insuportável para os ucranianos, que sofreram ambos com intensidade ímpar.

Para o resto do mundo, porém, ainda falta mais objetividade e menos viés ideológico na hora de analisar os dois máximos horrores do século XX.

Fatos históricos e números clamorosos

Por um lado, há um vasto reconhecimento de que uma das máximas abominações da história da humanidade foram os campos nazistas de extermínio, que sistematicamente assassinaram milhões de judeus, poloneses, prisioneiros soviéticos de guerra, ciganos, homossexuais, sacerdotes e freiras. Santos e beatos da Igreja foram martirizados em campos de horrores como Auschwitz e Dachau, sendo os mais conhecidos São Maximiliano Kolbe, Santa Teresa Benedita da Cruz e o beato Karl Leisner.

No entanto, as abominações associadas a Adolf Hitler são apenas uma parte do registro histórico dos horrores do século XX.

Segundo os dados levantados pelos autores do best-seller internacional “O Livro Negro do Comunismo”, este regime chega a superar vastamente o nazismo na quantidade de pessoas assassinadas em direta decorrência da sua ideologia totalitária e extremamente violenta:

  • 65 milhões de mortos na China
  • 20 milhões na União Soviética
  • 1 milhão no Vietnã
  • 2 milhões na Coreia do Norte
  • 2 milhões no Camboja
  • 1 milhão nos países comunistas do Leste Europeu
  • 1,7 milhão na África
  • 1,5 milhão no Afeganistão

Além disso, com base nas estatísticas do mesmo estudo, 150 mil na América Latina e outros 10 mil mundo afora também foram mortos em decorrência de ações do movimento internacional comunista e de partidos comunistas fora do poder.

O emoji do homem gr?vido: uma viol?ncia contra a humanidade
Domínio Público (Wikipédia)

“O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror, Repressão” é uma obra coletiva de professores e pesquisadores universitários europeus encabeçados pelo francês Stéphane Courtois. Como o livro é de 1997, ele obviamente não computa as mortes cometidas de lá para cá nas regiões que continuaram sujeitas a esse regime e aos seus métodos essencialmente opressivos, como a China e a Coreia do Norte; nem, é claro, nas regiões que retrocederam na sua trajetória democrática para reeditar essa aberração histórica – como a Venezuela de Hugo Chávez e Nicolás Maduro.

Marc Thiessan, no Washington Post, anotou em resumo:

“Ao todo, regimes comunistas mataram cerca de 100 milhões de pessoas — cerca de quatro vezes mais que o número de mortos pelos nazistas — tornando o comunismo a ideologia mais assassina da história humana”.

Por que o horror comunista não é tão execrado quanto o nazismo?

Em artigo publicado no dia 27 de julho de 2019 no site da Fundação para a Educação Econômica (Foundation for Economic Education), o autor Jon Miltimore observa que os horrores da Alemanha nazista e os horrores do comunismo do século XX ainda são vistos de maneiras diferentes, causando grande frustração em quem vê a dissonância cognitiva no tratamento dado à foice e ao martelo em comparação com o tratamento recebido pela suástica.

Numa época em que as farsas de viés socialista voltam a se apresentar ao mundo como “libertadoras do povo”, a verdade sobre o comunismo costuma ser “evitada” nas TVs e nos “grandes” jornais e revistas a serviço desse mesmo projeto de poder – que não é exatamente um poder “do proletariado”, como prega, descaradamente, a sua propaganda (a este propósito, nunca é demais recordar o magistral resumo feito por George Orwell sobre a “igualdade” realizada pelo comunismo: “Todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”).

Holodomor, o holocausto ucraniano

Falar de comunismo e nazismo na Ucrânia é falar, ineludivelmente, do holocausto local.

Anne Applebaum, vencedora do Prêmio Pulitzer, publicou em 2017 o livro “Red Famine: Stalin’s War on Ukraine” (Fome Vermelha: A Guerra de Stalin contra a Ucrânia, ainda sem edição no Brasil). Ao contar como quase 4 milhões de ucranianos foram assassinados pela fome propositalmente provocada na União Soviética entre 1931 e 1934, ela enumera meios que levaram a esse resultado espantoso:

“A decisão desastrosa da União Soviética de forçar os camponeses a abandonarem suas terras e se unirem a fazendas coletivas; o despejo de ‘kulaks’, os camponeses mais ricos, de suas casas; o caos que se seguiu… Tudo foi responsabilidade de Joseph Stalin, o secretário-geral do Partido Comunista Soviético”.

Joseph Stalin
James-Vaughan-CC

Se milhões de pessoas morrerem de fome já é pavoroso, ainda mais aterrorizante é saber que essa tragédia derivou de uma política sem nada de acidental.

Até o verão de 1932, prossegue Anne Applebaum, a fome em massa era evitável: os soviéticos poderiam ter pedido ajuda internacional, como, aliás, já tinham feito em ocasiões anteriores. Poderiam ter parado de exportar grãos ou interrompido as requisições de grãos, por exemplo. Mas os líderes do partido, deliberadamente, escolheram não fazer nada disso.

“No outono de 1932, o Politburo soviético, a liderança de elite do Partido Comunista Soviético, tomou uma série de decisões que ampliaram e aprofundaram a fome no campo ucraniano e ao mesmo tempo impediram os camponeses de deixarem a república em busca de comida. No auge da crise, grupos organizados de policiais e ativistas partidários, motivados pela fome, pelo medo e por uma década de retórica odiosa e conspiratória, entraram nas casas das famílias camponesas e levaram tudo o que era comestível: batata, beterraba, abóbora, feijão, ervilha, qualquer coisa no forno e no armário, animais de fazenda e animais de estimação”.

3,9 milhões de ucranianos morreram de fome. Na década seguinte, os que na Ucrânia sofreram o domínio de Hitler enxergam pouca diferença entre as atrocidades dos nazistas e as atrocidades dos comunistas.

O genocídio ucraniano sob a tirania comunista se iniciou por conta da resistência de muitos camponeses do país à coletivização forçada, que era uma das bases do regime comunista porque visava suprimir a propriedade privada. Os soviéticos confiscaram maciçamente o gado, as terras e as fazendas dos ucranianos e lhes impuseram punições que iam de trabalhos forçados ao assassinato sumário, passando por brutais deslocamentos de comunidades inteiras.

Este abominável episódio histórico, hoje chamado de Holodomor, que sintetiza as hediondas semelhanças entre comunismo e nazismo, foi o mais vultoso, mas não o único do gênero em território comunista: 1,5 milhão de pessoas no Cazaquistão e quase outro milhão de habitantes do norte do Cáucaso e de regiões ao longo dos rios Don e Volga sofreram suplícios semelhantes, na mesma época, também causados propositalmente pelo mesmo governo central comunista soviético.

O Papa Francisco já execrou claramente o Holodomor

Papa Francisco com semblante s?rio e triste
Antoine Mekary | Aleteia | I.Media

No ângelus dominical de 26 de novembro de 2017, o Papa Francisco recordou explicitamente os cerca de 3,9 milhões de vítimas da fome provocada deliberadamente nos campos da Ucrânia pelas políticas do ditador comunista Joseph Stalin, da antiga União Soviética, entre 1932 e 1933, para “coletivizar” fazendas de gado e terras agrícolas.

Em mensagem ao povo ucraniano, o Papa Francisco mencionou “a tragédia do Holodomor, a morte por fome provocada pelo regime estalinista que deixou milhões de vítimas. Rezo pela Ucrânia, para que a força da paz possa curar as feridas do passado e promover caminhos de paz“.

Dentro do panorama de tergiversação dos fatos que é característica indissociável da ideologia comunista e que insiste em tentar perpetuar-se, é digno de aplausos que o Papa Francisco tenha dado nome aos bois – assim como já deu a outro genocídio amplamente “esquecido” pelo mundo até recentemente: aquele que a Turquia otomana perpetrou contra a Armênia cristã em 1915.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: a velhice é um dom de sabedoria e maturidade para todas as idades da vida

Papa Francisco: a velhice é um dom de sabedoria | Vatican News

Na Audiência Geral desta quarta-feira, Francisco sublinhou que é importante a interlocução dos jovens com os idosos e dos idosos com os jovens. Esta ponte será a transmissão da sabedoria na humanidade.

https://youtu.be/V9eMeRjJB6M

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco iniciou um novo ciclo de catequeses, nesta quarta-feira (23/02), dedicado ao tema do sentido e o valor da velhice.  

Segundo o Papa, "esta idade da vida diz respeito a um verdadeiro "novo povo" que são os idosos". "Nunca fomos tão numerosos na história da humanidade", sublinhou Francisco e o "risco de ser descartados é ainda mais frequente: os idosos muitas vezes são vistos como um peso". "Na primeira fase dramática da pandemia, foram eles que pagaram o preço mais alto. Já eram a parte mais frágil e transcurada", frisou o Pontífice, aconselhando a ler a Carta do Direito dos Idosos.

Amizade e aliança entre as diferentes idades da vida

Junto com a migração, a velhice está entre as questões mais urgentes que a família humana é chamada a enfrentar neste momento. Não se trata apenas de uma mudança quantitativa; está em jogo a unidade das idades da vida, ou seja, o verdadeiro ponto de referência para a compreensão e apreciação da vida humana em sua totalidade. Existe amizade, existe aliança entre as diferentes idades da vida ou prevalece a separação e o descarte?

Segundo o Papa, "vivemos num presente onde convivem crianças, jovens, adultos e idosos. No entanto, a proporção mudou: a longevidade tornou-se massa e, em grandes regiões do mundo, a infância é distribuída em pequenas doses. Falamos também do inverno demográfico. Um desequilíbrio que tem muitas consequências".

Nas culturas "desenvolvidas", a velhice tem pouca incidência

A cultura dominante tem como modelo único o jovem adulto, ou seja, um indivíduo que é autodidata e que sempre permanece jovem. Mas é verdade que a juventude contém todo o sentido da vida, enquanto a velhice simplesmente representa o seu esvaziamento e sua perda? É verdade isso? Somente a juventude contém o sentido pleno da vida, e a velhice é o esvaziamento da vida, a perda da vida? A exaltação da juventude como a única idade digna de encarnar o ideal humano, aliada ao desprezo pela velhice vista como fragilidade, degradação ou deficiência, foi o ícone dominante do totalitarismo do século XX. Será que esquecemos isso?

Segundo Francisco, "o prolongamento da vida tem um impacto estrutural na história dos indivíduos, das famílias e das sociedades. De fato, na representação do sentido da vida, e nas chamadas culturas "desenvolvidas", a velhice tem pouca incidência, porque é considerada uma idade que não tem conteúdos especiais para oferecer, nem significados próprios para viver. Além disso, falta o incentivo das pessoas a procurá-los, e falta educação da comunidade para reconhecê-los".

Projetos para os idosos viverem plenamente

Em suma, para uma idade que é parte decisiva do espaço comunitário e se estende por um terço de toda a vida, há – às vezes – planos de assistência, mas não projetos de existência. Planos de assistência, sim; mas não projetos para fazê-los viver plenamente. E isso é um vazio de pensamento, imaginação, criatividade. Sob esse pensamento, o que cria o vazio é que o idoso, a idosa são material de descarte: nessa cultura do descarte, os idosos entram como material de descarte. A aliança entre gerações, que restitui ao humano todas as idades da vida, é o nosso dom perdido e devemos recuperá-lo. Deve ser reencontrado nesta cultura do descarte e nesta cultura da produtividade.

Segundo o Papa, "quando os idosos comunicam seus sonhos, os jovens veem bem o que devem fazer. Os jovens que não mais questionam os sonhos dos idosos, farão fadiga para carregar seu presente e suportar seu futuro. Se os avós se voltam para suas melancolias, os jovens vão olhar ainda mais para seus celulares. A tela pode permanecer ligada, mas a vida se extingue antes do tempo. A repercussão mais grave da pandemia não está na desorientação dos jovens? Os idosos têm recursos de vida já vivida aos quais os jovens podem recorrer a qualquer momento. A velhice é um dom para todas as idades da vida. É um dom de maturidade, de sabedoria".

Diálogo entre jovens e idosos

O Papa sublinhou que é importante a interlocução dos jovens com os idosos e dos idosos com os jovens. "Esta ponte será a transmissão da sabedoria na humanidade", disse Francisco, esperando que essas reflexões sobre a velhice "sejam úteis a todos nós, para levar adiante esta realidade que o profeta Joel dizia, de que no diálogo entre jovens e idosos, os idosos possam doar sonhos e os jovens possam recebê-los e levá-los adiante. Não nos esqueçamos que tanto na cultura familiar quanto na social, os idosos são como as raízes da árvore: eles têm toda a história ali, e os jovens são como flores e frutos".

Francisco concluiu, dizendo que "se o suco não vier das raízes", os jovens "nunca poderão florescer. Tudo o que há de bonito numa sociedade está relacionado às raízes dos idosos. O idoso não é um material de descarte, mas uma benção para uma sociedade".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Mensagem do papa Francisco para a Quaresma de 2022

Papa Francisco na procissão quaresmal em 2020 / Daniel Ibañez (ACI)

Vaticano, 24 fev. 22 / 09:09 am (ACI).- A Santa Sé publicou hoje, 24 de fevereiro, a mensagem do papa Francisco para a Quaresma de 2022 com o tema: “Não nos cansemos de fazer o bem, porque, a seu tempo, colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos”.

Em sua mensagem, o papa lembra que a Quaresma “é um tempo favorável de renovação pessoal e comunitária que nos conduz à Páscoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado” e animou a refletir sobre o tema da mensagem que se baseia em uma exortação de são Paulo aos Gálatas.

“Não nos cansemos de rezar. Jesus ensinou que é necessário «orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18, 1). Precisamos rezar, porque necessitamos de Deus. A ilusão de nos bastar a nós mesmos é perigosa. Se a pandemia nos fez sentir de perto a nossa fragilidade pessoal e social, permita-nos esta Quaresma experimentar o conforto da fé em Deus, sem a qual não poderemos subsistir (cf. Is 7, 9). No meio das tempestades da história, encontramo-nos todos no mesmo barco, pelo que ninguém se salva sozinho; mas sobretudo ninguém se salva sem Deus, porque só o mistério pascal de Jesus Cristo nos dá a vitória sobre as vagas tenebrosas da morte”, disse o papa.

A seguir, a mensagem completa do papa Francisco:

«Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos» (Gal 6, 9-10a).

Queridos irmãos e irmãs!

A Quaresma é um tempo favorável de renovação pessoal e comunitária que nos conduz à Páscoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado. Aproveitemos o caminho quaresmal de 2022 para refletir sobre a exortação de São Paulo aos Gálatas: «Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo (kairós), pratiquemos o bem para com todos» (Gal 6, 9-10a).

1. Sementeira e colheita

Neste trecho, o Apóstolo evoca a sementeira e a colheita, uma imagem que Jesus muito prezava (cf. Mt 13). São Paulo fala-nos dum kairós: um tempo propício para semear o bem tendo em vista uma colheita. Qual poderá ser para nós este tempo favorável? Certamente é a Quaresma, mas é-o também a nossa inteira existência terrena, de que a Quaresma constitui de certa forma uma imagem [1]. Muitas vezes, na nossa vida, prevalecem a ganância e a soberba, o anseio de possuir, acumular e consumir, como se vê no homem insensato da parábola evangélica, que considerava assegurada e feliz a sua vida pela grande colheita acumulada nos seus celeiros (cf. Lc 12, 16-21). A Quaresma convida-nos à conversão, a mudar mentalidade, de tal modo que a vida encontre a sua verdade e beleza menos no possuir do que no doar, menos no acumular do que no semear o bem e partilhá-lo.

O primeiro agricultor é o próprio Deus, que generosamente «continua a espalhar sementes de bem na humanidade» (Enc. Fratelli tutti, 54). Durante a Quaresma, somos chamados a responder ao dom de Deus, acolhendo a sua Palavra «viva e eficaz» (Heb 4, 12). A escuta assídua da Palavra de Deus faz maturar uma pronta docilidade à sua ação (cf. Tg 1, 19.21), que torna fecunda a nossa vida. E se isto já é motivo para nos alegrarmos, maior motivo ainda nos vem da chamada para sermos «cooperadores de Deus» (1 Cor 3, 9), aproveitando o tempo presente (cf. Ef 5, 16) para semearmos, também nós, praticando o bem. Esta chamada para semear o bem deve ser vista, não como um peso, mas como uma graça pela qual o Criador nos quer ativamente unidos à sua fecunda magnanimidade.

E a colheita? Porventura não se faz toda a sementeira a pensar na colheita? Certamente; o laço estreito entre a sementeira e a colheita é reafirmado pelo próprio São Paulo, quando escreve: «Quem pouco semeia, também pouco há de colher; mas quem semeia com generosidade, com generosidade também colherá» (2 Cor 9, 6). Mas de que colheita se trata? Um primeiro fruto do bem semeado, temo-lo em nós mesmos e nas nossas relações diárias, incluindo os gestos mais insignificantes de bondade. Em Deus, nenhum ato de amor, por mais pequeno que seja, e nenhuma das nossas «generosas fadigas» se perde (cf. Exort. Evangelii gaudium, 279). Tal como a árvore se reconhece pelos frutos (cf. Mt 7, 16.20), assim também a vida repleta de obras boas é luminosa (cf. Mt 5, 14-16) e difunde pelo mundo o perfume de Cristo (cf. 2 Cor 2, 15). Servir a Deus, livres do pecado, faz maturar frutos de santificação para a salvação de todos (cf. Rm 6, 22).

Na realidade, só nos é concedido ver uma pequena parte do fruto daquilo que semeamos, pois, segundo o dito evangélico, «um é o que semeia e outro o que ceifa» (Jo 4, 37). É precisamente semeando para o bem do próximo que participamos na magnanimidade de Deus: constitui «grande nobreza ser capaz de desencadear processos cujos frutos serão colhidos por outros, com a esperança colocada na força secreta do bem que se semeia» (Enc. Fratelli tutti, 196). Semear o bem para os outros liberta-nos das lógicas mesquinhas do lucro pessoal e confere à nossa atividade a respiração ampla da gratuidade, inserindo-nos no horizonte maravilhoso dos desígnios benfazejos de Deus.

A Palavra de Deus alarga e eleva ainda mais a nossa perspetiva, anunciando-nos que a colheita mais autêntica é a escatológica, a do último dia, do dia sem ocaso. O fruto perfeito da nossa vida e das nossas ações é o «fruto em ordem à vida eterna» (Jo 4, 36), que será o nosso «tesouro no céu» (Lc 18, 22; cf. 12, 33). O próprio Jesus, para exprimir o mistério da sua morte e ressurreição, usa a imagem da semente que morre na terra e frutifica (cf. Jo 12, 24); e São Paulo retoma-a para falar da ressurreição do nosso corpo: «semeado corruptível, o corpo é ressuscitado incorruptível; semeado na desonra, é ressuscitado na glória; semeado na fraqueza, é ressuscitado cheio de força; semeado corpo terreno, é ressuscitado corpo espiritual» (1 Cor 15, 42-44). Esta esperança é a grande luz que Cristo ressuscitado traz ao mundo: «Se nós temos esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram» (1 Cor 15, 19-20), para que quantos estiverem intimamente unidos a Ele no amor, «por uma morte idêntica à Sua» (Rm 6, 5), também estejam unidos à sua ressurreição para a vida eterna (cf. Jo 5, 29): «então os justos resplandecerão como o sol, no reino do seu Pai» (Mt 13, 43).

2. «Não nos cansemos de fazer o bem»

A ressurreição de Cristo anima as esperanças terrenas com a «grande esperança» da vida eterna e introduz, já no tempo presente, o germe da salvação (cf. Bento XVISpe salvi, 3; 7). Perante a amarga desilusão por tantos sonhos desfeitos, a inquietação com os desafios a enfrentar, o desconsolo pela pobreza de meios à disposição, a tentação é fechar-se num egoísmo individualista e, à vista dos sofrimentos alheios, refugiar-se na indiferença. Com efeito, mesmo os recursos melhores conhecem limitações: «Até os adolescentes se cansam, se fatigam, e os jovens tropeçam e vacilam» (Is 40, 30). Deus, porém, «dá forças ao cansado e enche de vigor o fraco. (…) Aqueles que confiam no Senhor, renovam as suas forças. Têm asas como a águia, correm sem se cansar, marcham sem desfalecer» (Is 40, 29.31). A Quaresma chama-nos a repor a nossa fé e esperança no Senhor (cf. 1 Ped 1, 21), pois só com o olhar fixo em Jesus Cristo ressuscitado (cf. Heb 12, 2) é que podemos acolher a exortação do Apóstolo: «Não nos cansemos de fazer o bem» (Gal 6, 9).

 Não nos cansemos de rezar. Jesus ensinou que é necessário «orar sempre, sem desfalecer» ( Lc 18, 1). Precisamos rezar, porque necessitamos de Deus. A ilusão de nos bastar a nós mesmos é perigosa. Se a pandemia nos fez sentir de perto a nossa fragilidade pessoal e social, permita-nos esta Quaresma experimentar o conforto da fé em Deus, sem a qual não poderemos subsistir (cf. Is 7, 9). No meio das tempestades da história, encontramo-nos todos no mesmo barco, pelo que ninguém se salva sozinho [2]; mas sobretudo ninguém se salva sem Deus, porque só o mistério pascal de Jesus Cristo nos dá a vitória sobre as vagas tenebrosas da morte. A fé não nos preserva das tribulações da vida, mas permite atravessá-las unidos a Deus em Cristo, com a grande esperança que não desilude e cujo penhor é o amor que Deus derramou nos nossos corações por meio do Espírito Santo (cf. Rm 5, 1-5).

Não nos cansemos de extirpar o mal da nossa vida. Possa o jejum corporal, a que nos chama a Quaresma, fortalecer o nosso espírito para o combate contra o pecado. Não nos cansemos de pedir perdão no sacramento da Penitência e Reconciliação, sabendo que Deus nunca Se cansa de perdoar [3]. Não nos cansemos de combater a concupiscência, fragilidade esta que inclina para o egoísmo e todo o mal, encontrando no decurso dos séculos vias diferentes para fazer precipitar o homem no pecado (cf. Enc. Fratelli tutti, 166). Uma destas vias é a dependência dos meios de comunicação digitais, que empobrece as relações humanas. A Quaresma é tempo propício para contrastar estas ciladas, cultivando ao contrário uma comunicação humana mais integral (cf. ibid., 43), feita de «encontros reais» ( ibid., 50), face a face.

Não nos cansemos de fazer o bem, através duma operosa caridade para com o próximo. Durante esta Quaresma, exercitemo-nos na prática da esmola, dando com alegria (cf. 2 Cor 9, 7). Deus, «que dá a semente ao semeador e o pão em alimento» (2 Cor 9, 10), provê a cada um de nós os recursos necessários para nos nutrirmos e ainda para sermos generosos na prática do bem para com os outros. Se é verdade que toda a nossa vida é tempo para semear o bem, aproveitemos de modo particular esta Quaresma para cuidar de quem está próximo de nós, para nos aproximarmos dos irmãos e irmãs que se encontram feridos na margem da estrada da vida (cf. Lc 10, 25-37). A Quaresma é tempo propício para procurar, e não evitar, quem passa necessidade; para chamar, e não ignorar, quem deseja atenção e uma boa palavra; para visitar, e não abandonar, quem sofre a solidão. Acolhamos o apelo a praticar o bem para com todos, reservando tempo para amar os mais pequenos e indefesos, os abandonados e desprezados, os discriminados e marginalizados (cf. Enc. Fratelli tutti, 193).

3. «A seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido»

Cada ano, a Quaresma vem recordar-nos que «o bem, como aliás o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia» (ibid., 11). Por conseguinte, peçamos a Deus a constância paciente do agricultor (cf. Tg 5, 7), para não desistir na prática do bem, um passo de cada vez. Quem cai, estenda a mão ao Pai que nos levanta sempre. Quem se extraviou, enganado pelas seduções do maligno, não demore a voltar para Deus, que «é generoso em perdoar» (Is 55, 7). Neste tempo de conversão, buscando apoio na graça divina e na comunhão da Igreja, não nos cansemos de semear o bem. O jejum prepara o terreno, a oração rega, a caridade fecunda-o. Na fé, temos a certeza de que «a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido», e obteremos, com o dom da perseverança, os bens prometidos (cf. Heb 10, 36) para salvação nossa e do próximo (cf. 1 Tm 4, 16). Praticando o amor fraterno para com todos, estamos unidos a Cristo, que deu a sua vida por nós (cf. 2 Cor 5, 14-15), e saboreamos desde já a alegria do Reino dos Céus, quando Deus for «tudo em todos» (1 Cor 15, 28).

Virgem Maria, em cujo ventre germinou o Salvador e que guardava todas as coisas «ponderando-as no seu coração» (Lc 2, 19), obtenha-nos o dom da paciência e acompanhe-nos com a sua presença materna, para que este tempo de conversão dê frutos de salvação eterna.

Roma, em São João de Latrão, na Memória litúrgica do bispo São Martinho, 11 de novembro de 2021.

Francisco

[1] Cf. Santo Agostinho, Sermones 243, 9,8; 270, 3; Enarratio in Psalmis 110, 1.

[2] Cf. Francisco, Momento extraordinário de oração em tempo de pandemia (27 de março de 2020).

[3] Cf. Idem, Angelus de 17 de março de 2013.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Guerra após a pandemia: ameaça à humanidade

Conflito Ucrânia - Rússia (ANSA)

O ataque à Ucrânia já começou. Uma guerra na Europa no século XXI parecia impossível. Os riscos de degeneração são inimagináveis. O Papa nos pede para contrastar o poder das armas com a fraqueza da oração.

Sergio Centofanti - Vatican News

Alguns não acreditavam. Uma guerra na Europa no terceiro milênio: improvável, quase impossível. Agora já há muitos mortos. Teme-se um banho de sangue. As habituais vítimas inocentes e indefesas, que gostariam de viver em paz com os outros, com todos, mesmo que tivessem uma bandeira diferente. Os poderosos não se importam com os fracos que sucumbem. Há muitos Herodes cínicos em circulação. O massacre dos inocentes não cessa. Depois dos sofrimentos causados pela pandemia, vem o luto de um conflito que não sabemos como poderá degenerar.

Alguns têm evocado o risco de uma terceira guerra mundial. Continuamos acreditando que isso é impossível. Continuamos pensando que a humanidade não será tão louca o suficiente para cair novamente numa guerra. Porque a guerra é uma loucura, é insensata. É demoníaca. E o diabo quer destruir a vida, quer destruir o mundo. Hoje há armas letais suficientes para atingir seu objetivo. Não tomemos a paz no mundo como algo dado por certo.

O Papa Francisco, repleto de angústia e preocupação, pede oração e jejum pela paz. A fraqueza da oração contra o poder das armas. Quem vai querer acreditar nisso? Quem oporá a ascese mansa do jejum contra a força dos canhões? A oração nos une ao Pai e nos faz irmãos, o jejum nos tira algo para compartilhá-lo com os outros: mesmo que o outro seja um inimigo.

A oração é a verdadeira revolução que muda o mundo porque muda os corações. Temos poucos recursos contra as guerras porque, sem eximir-nos de qualquer responsabilidade, o diabo as fomenta, com ódio, astúcia, maldade. Jesus diz: "Este tipo de demônios não pode ser expulso de nenhuma maneira, a não ser através da oração".

Ataque contra Kiev  (ANSA)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Parolin: quem tem nas mãos o destino do mundo nos poupe dos horrores da guerra

Imagem de guerra | Vatican News

O cardeal secretário de Estado após o ataque russo à Ucrânia: "Ainda há tempo para a boa vontade, ainda há tempo para a negociação".

https://youtu.be/bjWtPARxUD0

Vatican News

Diante dos desdobramentos hodiernos da crise na Ucrânia, tornam-se ainda mais nítidas e mais prementes as palavras que o Santo Padre Francisco pronunciou ontem ao término da Audiência Geral: é o que afirma o secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin, numa declaração divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé esta quinta-feira, 24 de fevereiro, dia em que a crise na Ucrânia se transformou num conflito.

"O Papa evocou grande dor ‘grande dor’, ‘angústia e preocupação’. E convidou todas as partes envolvidas a ‘abster-se de qualquer ação que provoque ainda mais sofrimento às populações’, ‘desestabilize a convivência pacífica’ e desacredite o direito internacional’."

"Este apelo – prossegue o cardeal Parolin – adquire uma dramática urgência após o início das operações militares russas no território ucraniano. Os trágicos cenários que todos temiam, infelizmente, estão se tornando realidade."

O cardeal secretário de Estado ressalta que "ainda há tempo para a boa vontade, ainda há tempo para a negociação, ainda há tempo para o exercício de uma sabedoria que impeça o prevalecer dos interesses de parte, tutele as legítimas aspirações de cada um e poupe o mundo da loucura e dos horrores da guerra".

"Nós fiéis - conclui o cardeal Parolin - não perdemos a esperança num vislumbre de consciência daqueles que têm o destino do mundo em suas mãos. E continuamos rezando e jejuando – o faremos na próxima Quarta-feira de Cinzas – pela paz na Ucrânia e no mundo inteiro."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Sérgio

S. Sérgio | Sacramentinos
24 de fevereiro

SÃO SÉRGIO

São Sérgio foi um mártir de Cesarea da Capadócia. Ele passaria totalmente desconhecido do cristianismo moderno se não fosse uma redação romana, da época do imperador Diocleciano. Nessa página em Latim foi descrito pouquíssimo sobre sua origem, seu martírio e o local onde os cristãos o sepultaram.

Origens - um Magistrado convertido

Sabe-se que São Sérgio fora um magistrado, ou seja, juiz romano, antes de se converter ao cristianismo. Para conseguir o posto de Magistrado no império romano, era preciso muita influência política e dinheiro. A profissão era bastante lucrativa. Sabe-se também que o Magistrado Sérgio estudou e conheceu o cristianismo em profundidade. Por isso, se converteu, foi batizado e abandonou todo o luxo em que vivia para se dedicar à vida monástica no deserto. Ali, passou grande parte de sua vida na oração, nos sacrifícios e no louvor a Deus.

Perseguição

Segundo o texto e confirmado pela história, em 304 uma violenta perseguição contra os cristãos tinha sido deflagrada pelo imperador Diocleciano. Os governadores romanos, em todas as províncias, eram obrigados a seguir as ordens do imperador, senão perdiam o cargo e os bens. Sapricio, governador da Capadócia e Armênia, atual Turquia, era fiel ao imperador e famoso por ser bajulador. Não perdia oportunidades de agradar o imperador.

O cerco se fecha

E aconteceu que durante uma festa anual dedicada a Júpiter, um famoso senador visitava a província. Para mostrar serviço e lealdade a Roma, Sapricio ordenou que os cristãos fossem levados para a frente do templo de Júpiter e obrigados a prestarem culto ao deus romano, sob pena de serem condenados à prisão e à morte. Forçados por uma legião romana, os cristãos foram chegando ao local.

São Sérgio intervém

Estando no deserto em oração, São Sérgio sentiu em seu coração o impulso para se dirigir a Cesarea da Capadócia. Ele não precisava fazer isso, pois não tinha sido denunciado. Aliás, ninguém mais se lembrava dele nem imaginavam que ele ainda pudesse estar vivo e atuante. Quando chegou, porém, foi logo reconhecido pelos cristãos e pelos romanos, de forma que todas as atenções se voltaram para ele. Os cristãos o viam como uma força espiritual. Tanto que as tochas acesas para os sacrifícios a Júpiter se apagaram espontaneamente. Os romanos, o viram, então, como uma ameaça perigosa. Os sacerdotes de júpiter ficaram furiosos. O senador, curioso e o governador, embaraçado.

A caminho do martírio

São Sérgio colocou-se à frente de todos e fez um ardente discurso mostrando que o único Deus Verdadeiro era justamente quem os romanos perseguiam: Jesus Cristo. São Sérgio esclareceu ainda que os deuses pagãos, que ele mesmo servira antes, não passavam de ilusão e farsa que alimentava os cofres dos sacerdotes e de vários outros aproveitadores.

Martírio

Sapricio, o governador, mandou prenderem São Sérgio imediatamente, pensando que prendendo um “peixe grande” atingiria todos os cristãos e agradaria mais ao senador e ao imperador. O governador ordenou que São Sérgio prestasse culto a Júpiter ali, diante de todos os cristãos, sob pena de ser decapitado. São Sérgio não obedeceu e disse diante de todos que só prestava culto a Jesus Cristo. Por esta razão, foi decapitado diante de todo o povo. São Sérgio entregou sua vida pela fé em Jesus Cristo, Deus Único e Verdadeiro. Era 24 de fevereiro.

Engano do governador

Sapricio, o governador romano da província pensou, erroneamente, que matando um grande líder cristãos, os demais se dispersariam. O senador concordou. Os restos mortais de São Sérgio foram retirados pelos cristãos e sepultados na casa de uma cristã fiel. Porém, ao contrário do que o governador pensou, São Sérgio se tornou uma força de união e testemunho de fé para os cristãos. A partir de então, eles se tornaram mais fortes e mais missionários. São Sérgio entregou sua vida salvando a de muitos cristãos. Seu sangue tornou-se semente de novos cristãos na Capadócia e nos arredores. Mais tarde, os restos mortais de São Sérgio foram levados para a cidade de Ubeba, Espanha.

Oração a São Sérgio

Ó Deus, que destes s São Sérgio a graça de conhecer-vos tão profundamente que ele não hesitou em dar a vida por ti, dai também a nós a graça de conhecer-vos, para que em vida se realize o vosso plano de amor por nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, amém. São Sérgio, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF