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sábado, 12 de março de 2022

São Gregório de Nissa

S. Gregório de Nissa | FASBAM
12 de março
São Gregório de Nissa

O nome de Gregório de Nissa aparece sempre associado ao de seu irmão Basílio e ao de outro Gregório, o de Nazianzo, os três são conhecidos como Padres Capadócios.

Gregório de Nissa pertencia a uma família tradicionalmente cristã, o pai era um retórico estimado e a mãe era uma mulher de muita fé e piedade. O avô de Gregório teve a honra de sofrer o martírio e sua irmã mais velha, Macrina, foi mais tarde canonizada.

A família de Gregório de Nissa buscou zelar pela formação de seus filhos, tanto que enviou o seu primogênito, São Basílio Magno, para estudar em Constantinopla e Atenas, berços culturais da época.

Com o retorno de Basílio, este recebeu a missão de formar seu irmão mais novo nas artes da cultura clássica. Gregório não foi apenas um bom discípulo; chegou a ultrapassar o seu irmão, apesar de nunca ter tido a oportunidade de estudar em um dos grandes centros culturais do período em que viveu.

Gregório de Nissa queria dedicar-se ao magistério, mas no ano 372, o imperador Valente decidiu enfraquecer o poder eclesiástico da região através da divisão da Capadócia em duas partes. Percebendo de imediato o ardil do imperador, Basílio, que nessa época já era bispo de Cesareia e exercia grande influência em toda a região, decidiu agir rápido e nomeou novos bispos para a nova Capadócia, e entre eles estava Gregório; era a providência de Deus alterando os rumos da vida de nosso santo.

Mesmo contrariado em seus planos, Gregório assumiu com todo amor a missão que Deus lhe confiou. O povo de Nissa, cidade da região central da Capadócia, reconhecia nele o bom pastor à imagem de Jesus Cristo. Entretanto alguns hereges tramavam contra sua vida, e em 376 conseguiram que ele fosse expulso e exilado de Nissa através de falsas acusações de inexatidão na contabilidade de sua diocese.

Depois de dois anos, com a morte do imperador Valente, Gregório retornou a Nissa, onde foi recebido triunfalmente pelo povo.

Ficou conhecido em sua época por sua fé inabalável, uma profunda cultura teológica e vastíssima ciência, e isso capacitava-o primorosamente para empreender, mesmo após a morte do irmão, uma verdadeira cruzada contra os hereges, especialmente os arianos. Como bispo soube encontrar uma linguagem simples e direta para apresentar ao seu rebanho ensinamentos concretos, ao mesmo tempo que escrevia com profundidade teológica poucas vezes vista.

São Gregório de Nissa participou de inúmeros sínodos e concílios, entre os quais merece destaque o Concílio de Constantinopla em 381. Foi dele o discurso de abertura, e os demais bispos entusiasmaram-se com suas palavras cheias de vigor, temor a Deus e amor à Igreja de Cristo. Em 394 assistiu pela última vez a um sínodo, pois pouco tempo depois veio a falecer.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.
Reflexão
São Gregório de Nissa abraçou com todas as forças a vontade de Deus e soube vivê-la de modo exemplar, num tempo em que ser cristão era ter de enfrentar não só imensos desafios, mas, até mesmo, a própria morte, se necessário. Destacou-se não só pela prática heróica das virtudes e pelo santo exemplo de vida, mas também porque recebeu de Deus uma missão toda particular e de extrema importância para as gerações cristãs futuras: a missão de meditar, rezar e escrever acerca dos mistérios salvíficos, para a edificação de toda a Igreja de ontem e de hoje. Pensemos hoje nos homens e mulheres que se dedicam ao estudo da teologia e peçamos a Deus que lhes cumule com muita sabedoria.
Oração
Deus de bondade, auxiliai-nos na busca da verdade e dai-nos, a exemplo de São Gregório de Nissa, a sabedoria e o esforço em conhecer vossos mistérios. Que nossa fé seja esclarecida e iluminada pela luz do Espírito Santo. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Santa Serafina

Santa Serafina | arquisp
12 de março

Santa Serafina ou Fina

São Geminiano é uma pequena, mas belíssima, cidade medieval, situada na região da Toscana, Itália. Essa cidade é curiosamente cercada por numerosas torres. No passado, as famílias nobres mandavam construir torres como símbolo de poder e riqueza. Assim, quanto mais alta ou mais bonita fosse a torre, mais aristocrata era essa família. A nobre família Ciardi também mandou erguer sua torre, mas, não foi ela que eternizou o nome da família, foi sua filha Serafina, a pequena e frágil "Fina", como era chamada.

Serafina nasceu no ano de 1238, seus pais, Impéria e Câmbio Ciardi, nessa época, eram nobres decadentes. Ela teve uma vida breve, mas de intensa religiosidade. Sempre foi uma menina modesta, pura, bondosa e caridosa para com todos. Com receio que, pela sua inocência, alguém pudesse se aproveitar dela, seus pais sempre a alertavam quanto aos perigos mundanos. Por isso, se acentuou nela um maior amor à pureza, tanto que resolveu consagrar sua virgindade a Cristo, que desejava como único esposo.

Serafina tinha dez anos de idade, quando adoeceu gravemente. Ficou com o corpo coberto de chagas, incuráveis e dolorosas, e incapacitada de se movimentar. Como se não bastasse, seu sofrimento aumentou ainda mais, com a morte de sua mãe. Durante cinco anos permaneceu imóvel numa cama de tábua se mantendo feliz por sofrer, tendo como conforto seu amor à Cristo, sua devoção à Virgem Maria e aos Santos mártires da Igreja.

Josefina era devota de São Gregório Magno. Em sonho, ele a avisou que a levaria para a vida eterna no dia em que ele próprio morrera, ou seja, 12 de março. De fato, Serafina morreu com quinze anos de idade, no dia 12 de março de 1253. No momento de sua morte, todos os sinos das torres ecoaram, sem que nenhuma mão tivesse tocado nas cordas. Esse relato faz parte da sua biografia escrita no século XIV, pelo padre João do Coppo.

Extremamente amada, o culto a Serafina começou logo após sua morte. A ela foram atribuídas inúmeras graças de cura, e fatos prodigiosos ocorreram no local de sua sepultura, que fizeram crescer cada vez mais sua fama de santidade e sua popularidade entre os fiéis.

Em sua honra foi construído um hospital e em 1457 seu corpo foi transferido para o túmulo construído na nova na catedral da cidade. A Igreja a declarou Santa e padroeira da cidade de São Geminiano e o dia 12 de março escolhido para suas homenagens litúrgicas.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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sexta-feira, 11 de março de 2022

INDÍGENAS VOLTAM A DENUNCIAR AO CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU

CNBB

INDÍGENAS VOLTAM A DENUNCIAR AO CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU A VIOLÊNCIA CONTRA OS POVOS ORIGINÁRIOS DO BRASIL

Lideranças indígenas tornam a denunciar ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), nos dias 10 e 11 de março, o aumento da violência contra os povos originários no Brasil, que vem pondo em risco suas vidas e territórios. A política anti-indígena adotada pelo governo federal também será abordada pelas lideranças. A 49ª sessão do Conselho de Direitos Humanos (CDH 49) da ONU iniciou no dia 28 de fevereiro e se estende até 1º de abril deste ano, com o objetivo de revisar os informes sobre diversas questões de direitos humanos.

Nestes dois dias, estão previstas três incidências que serão realizadas pelas lideranças: Tatiane Kaiowá, representante dos povos Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul; Adriano Karipuna, do povo Karipuna em Rondônia; e Jair Maraguá, tuxaua geral do povo Maraguá, no Amazonas. As intervenções se darão no espaço destinado ao “Diálogos Interativos”, com a presença de especialistas e os respectivos relatores especiais do Conselho para o assunto.

A primeira contribuição está prevista para a manhã do dia 10 de março, quarta-feira. Com a presença do relator especial sobre liberdade religiosa ou crença, Tatiane Kaiowá irá abordar a constância dos ataques contra as casas de reza e rituais tradicionais enfrentados por seu povo e a falta de demarcação de seus territórios como causa. Segundo a Aty Guasu – Grande Assembleia dos povos Kaiowá e Guarani, pelo menos sete casas de reza Guarani e Kaiowá foram criminosamente incendiadas em 2021.

Na tarde do mesmo dia, 10/03, com a presença do relator especial sobre as obrigações de direitos humanos relacionadas ao gozo de um ambiente seguro, limpo e saudável e ambiente sustentável, Adriano Karipuna retorna à ONU para denunciar invasões e grilagem na Terra Indígena (TI) Karipuna, em Rondônia.

Em 2021, os Karipuna processaram a União, a Funai e o estado de Rondônia por invasões e pela devastação da terra indígena. No mesmo ano, houve um aumento de 44% no desmatamento registrado no território em relação ao ano anterior, colocando em risco a sobrevivência do povo e dos indígenas que vivem em isolamento voluntário naquela região.

Na sexta-feira, 11 de março, com a presença do relator especial sobre a situação dos defensores dos direitos humanos, a intervenção será de Jair Maraguá, liderança do povo Maraguá ameaçada após o massacre ocorrido na região do rio Abacaxis, no Amazonas, que vitimou quatro ribeirinhos e dois indígenas Munduruku. Indígenas e ribeirinhos seguem denunciando a negligência do Estado brasileiro nas investigações e a falta de proteção às comunidades afetadas.

Além destas contribuições, na manhã desta terça-feira (8), Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho (RO) e presidente do Cimi, apresentou o retrato da atual situação dos povos originários no Brasil e denunciou a política anti-indígena do governo Bolsonaro. Seu pronunciamento expôs as contradições do discurso da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, realizado no Segmento de Alto Nível, que abriu esta edição do Conselho no dia 28 de fevereiro.

Também estão previstas outras três intervenções do Cimi e do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que deverão ser realizadas nas próximas semanas, ainda durante a 49º sessão do Conselho de Direitos Humanos. A agenda completa e a íntegra das contribuições indígenas e indigenistas estão sendo disponibilizadas no site do Cimi.

Agenda:

10/03: Diálogo interativo com o relator especial sobre liberdade religiosa ou crença, com a contribuição de Tatiane Kaiowá, liderança indígena dos povos Guarani e Kaiowá (MS);10/03: Diálogo interativo com o relator especial sobre as obrigações de direitos humanos relacionadas ao gozo de um ambiente seguro, limpo e saudável e ambiente sustentável. Contribuição de Adriano Karipuna, liderança do povo Karipuna (RO);11/03: Diálogo interativo com o relator especial sobre a situação de defensor dos direitos humanos, com a contribuição de Jair Maraguá, tuxaua geral do povo Maraguá, ameaçado após o massacre no Rio Abacaxis (AM).

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

“Meu coração está sangrando”, diz representante do Papa na Ucrânia

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Por I. Media

Veja as imagens chocantes da fronteira da Ucrânia que o Cardeal Konrad Krajewski compartilhou com o Papa Francisco.

“Enviei fotos da fronteira ao Papa. São cenas assustadoras. Hoje estou com tanta raiva do homem que causou tanta dor, que meu coração está sangrando”, disse o cardeal Konrad Krajewski em Lviv, após seu primeiro dia na Ucrânia. Foi o que relatou a jornalista Paulina Guzik no Twitter.

O cardeal é um dos dois enviados pelo Papa Francisco ao país em guerra. Ele cruzou a fronteira da Polônia em 8 de março de 2022. Depois, reuniu-se com representantes da Igreja Católica local. Eles conversaram remotamente com o pontífice.

O esmoleiro pontifício compartilhou com o Papa as suas primeiras impressões da visita, e especialmente do que viu na Polônia. Em 8 de março, o cardeal Krajewski foi a um centro de acolhimento de refugiados localizado em Korczowa, na Polônia, perto da fronteira, conforme apurou a agência I.MEDIA.

Segundo informações coletadas por uma rádio católica polonesa, o cardeal também visitou o convento beneditino de Lviv, onde estão hospedados 100 refugiados.

Abaixo, algumas imagens da visita.

“Estarei lá”

Nos próximos dias, o cardeal Krajewski visitará “centros de serviço social na Ucrânia para encontrar refugiados e todas as vítimas da guerra”, anunciou o site da Igreja Greco-Católica Ucraniana.

De acordo com a Rádio Maryja, ele também deve participar de uma oração conjunta com representantes do Conselho de Igrejas e Organizações Religiosas da Ucrânia, que será realizada ao meio-dia na Catedral de Lviv. “Aonde quer que seja possível ir, estarei lá”, disse o alto prelado polonês ao Vatican News.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O regresso da União Soviética ateia

Guadium Press
“Os sacerdotes podem ser presos se usarem palavras erradas nas homilias”.

Redação (10/03/2022 16:57Gaudium Press) Em uma entrevista ao site de notícias católicas, Catholic News Service, um professor russo católico, que pediu para não ser identificado, declarou que o clero russo teme ser preso se questionar a guerra contra a Ucrânia e alertou que a Igreja agora enfrenta uma “nova era de silêncio”.

“Orações por um cessar-fogo imediato estão sendo feitas nas paróquias, mas os sacerdotes não podem mais falar publicamente. Estamos de volta a uma situação muito parecida com a União Soviética ateia, quando um sacerdote tinha de ligar o rádio ou a TV para não ser ouvido pelos serviços especiais. Os sacerdotes não querem prejudicar a comunidade católica ou serem presos e suas igrejas fechadas”.

O governo russo proíbe todas as notícias e informações não oficiais. As emendas ao Código Penal, aprovadas em 4 de março pela Duma russa, permitem multas pesadas e até 15 anos de prisão pela “divulgação pública de ‘fake News’ sobre o uso das forças armadas da Rússia”. Diversos meios de comunicação já foram fechados.

O professor explicou que muitos católicos têm amigos e familiares na Ucrânia e estão bem informados sobre os eventos, mas acrescentou que os sacerdotes podem ser presos se usarem palavras erradas nas homilias.

“A maioria dos católicos conhecem o ensinamento social da Igreja para diferenciar entre uma guerra justa e uma guerra agressiva”, afirmou. E muitos deles estão compensando as reticências de seu clero falando claramente.

Ressaltou também que os bispos católicos da Rússia, para não prejudicar e evitar “possíveis perseguições”, proibiram a publicação da mensagem do Papa no Angelus, de 6 de março, na qual ele descreve a ofensiva russa como “não apenas uma operação militar, mas uma guerra semeando a morte”.

 “A esfera pública da Rússia pode facilmente identificar os católicos. É por isso que ninguém está culpando nosso clero por não levantar a voz, como o ensino católico exigiria. As gerações que viveram o comunismo entendem especialmente a necessidade de cautela.”

O professor acrescentou que muitos católicos estão deixando a Rússia para evitar uma temida repressão militar e um possível alistamento militar.

“Muitas pessoas esperam uma nova Cortina de Ferro, fechando nossas fronteiras e cortando nosso acesso ao mundo. Embora a polícia esteja ocupada com outras tarefas agora, em breve eles poderão se voltar contra nós. Nossa igreja agora pode estar enfrentando uma nova era de silêncio”.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Simone Caputo Gomes – Estudos sobre as Letras cabo-verdianas

Professora Simone Caputo Gomes - especialista em Literatura
e Cultura cabo-verdianas

Brasileira, Simone Caputo Gomes considera Cabo Verde a sua segunda Pátria. Aproximou-se dele, através da literatura, nos anos 70 e a paixão por esse arquipélago, a sua gente e cultura foi aumentando até hoje. Convidada ao programa “África em Clave Feminina: música e arte”, a Professora Simone falou desta sua segunda Pátria, em vários aspetos semelhante ao Brasil.

Dulce Araújo - Vaticannews

A Professora Simone Caputo Gomes tem o dom de pôr a alma, o carinho, um certo sabor e doçura na sua forma de falar e narrar as coisas. Sente-se isto na conversa que teve connosco no programa "África em Clave Feminina: música e arte", emissão semanal do Programa Português (África) da Rádio Vaticano sobre mulheres artistas da África e da diáspora, para a qual foi convidada na qualidade de promotora da literatura cabo-verdiana, africana. 

Na conversa, focada particularmente sobre a sua obra Cabo Verde: Literatura em Chão de Cultura, explica a razão desse título e a articulação do conteúdo em volta de temas-ícones como o milho, o batuque, o vulcão. Qualquer pessoa mesmo sendo cabo-verdiana/o é raptada pela leitura que faz desses elementos. 

Aposentada de duas Universidades brasileiras, Simone Caputo Gomes é, todavia, Professora Sénior e continua com a agenda plena de conferências, estudos e trabalhos dentro e fora do Brasil. De resto, não podia deixar de ser assim, visto o seu excecional curriculum em estudos de literaturas africanas, como mostra o poeta, ensaísta e editor (Rosa de Porcelana Editora) Filinto Elísio, na sua crónica sobre ela. 

Primeira da sua geração no dar o ponta pé de saída a estudos sobre a literatura de Cabo Verde no Brasil a um certo nível, nos anos 70, Simone Caputo Gomes considera que houve avanços consideráveis nestas décadas em termos de número e qualidade dos estudos produzidos e também pelo aumento de pesquisadores. As mulheres nesses estudos não ficam de fora. Antes pelo contrário! Mas há áreas dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) que precisam de uma maior cobertura - afirma.

O melhor, contudo, é ouvir diretamente as suas palavras: 


Santo Eulógio

S. Eulógio | arquisp
11 de março

Santo Eulógio

Eulógio talvez seja a vítima mais célebre da invasão da Espanha pelos árabes vindos da África ao longo dos séculos VIII ao XIII. Entretanto, inicialmente todos os cristãos espanhóis não eram candidatos ao martírio ou à escravidão e os Califas não eram tidos como intolerantes e sanguinários. Ao contrário, a Espanha gozava, sob a dominação dos árabes, longos períodos de paz e de benesses, determinantes para o desenvolvimento de um alto padrão de civilização, diferente do concedido pela dominação dos romanos.

Também na religião, eles pareciam tolerantes. Não combatiam o Cristianismo, mas o mantinham na sombra e abafado, sem força para se difundir, para fazer progressos, para que não entrasse em polêmica com a religião do Estado, ou seja, a muçulmana. Desejavam um Cristianismo adormecido.

Mas os católicos da Espanha não se submeteram aos desejos dos árabes. E não por provocação aos muçulmanos, mas porque a sua fé, vivida com coerência , não podia se apagar pela renúncia e pelo silêncio. Também Eulógio, nascido em Córdoba de uma família da nobreza da cidade, foi um desses cristãos íntegros. Ele era sacerdote de Córdoba quando a perseguição aos cristãos começou e já era famoso pela cultura e atuação social audaciosa, ao mesmo tempo em que trabalhava com humildade junto aos pobres e necessitados. Formado na Universidade de Córdoba, muito requisitada na época , ele lecionava numa escola pública e se reciclava visitando dezenas de museus, mosteiros e centros de estudos.

Escrevia muito, como por exemplo os livros: "Memorial" e "Apologia", nos quais fez uma contundente análise da religião muçulmana confrontada com a cristã, pregando a verdade que é a liberdade pela fé em Cristo. Essa defesa da fé e dos fiéis ele apregoava na escola pública onde lecionava bem como nos conventos e igrejas que visitava, aprimorando os preceitos do cristianismo aos fiéis e às pessoas que o escutavam, conseguido milhares de conversões.

Por isso, e por assistir aos cristãos presos, os quais amparava na fé, o valoroso padre espanhol irritou as autoridades árabes que, apesar do respeito que tinham por ele, mandaram prende-lo. Baseado no que ocorria nos calabouços, onde eram jogados os cristãos antes da execução da pena de morte, escreveu a "História dos Mártires da Espanha". Uma obra que registrou para a posteridade o martírio de pessoas cujo único crime era manter sua convicção na fé em Cristo.

Depois, libertado graças à influência de familiares e autoridades locais, voltou a atuar com a mesma força. Falecido o bispo de Córdoba, Eulógio foi nomeado para o cargo. Passou então a ser considerado líder da resistência aos muçulmanos e, quando conseguiu converter a filha de um influente chefe árabe, a paciência dos islâmicos chegou ao fim. Eulógio, foi novamente processado, preso e, desta vez, condenado à morte.

Sua execução se deu no dia 11 de março de 859. Data que a Igreja manteve para sua festa, já muito antiga para os cristãos espanhóis e os da África do Norte, depois estendida para todos os cristãos, pela tradição de sua veneração.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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quinta-feira, 10 de março de 2022

O metaverso e seus possíveis impactos na prática da fé

Shutterstock
Por Ricardo Sanches

De que forma a revolução na maneira como interagimos com o mundo pode influenciar em nossa relação com o sagrado?

Você já deve saber: a Facebook Company (empresa que controla a rede social homônima, além do Instagram e WhatsApp) mudou de nome, passando a se chamar “Meta”. A nova marca é uma clara referência ao metaverso.

O próprio CEO da empresa, Mark Zuckerberg, já havia se referido ao termo e à estratégia em entrevista ao site “The Verge”. Ele também já adquiriu uma empresa de produção de óculos de realidade virtual, uma tecnologia que pode ser primordial para o desenvolvimento do que será o futuro da internet.

O que é metaverso? 

Embora a ideia não seja nova (já esteve presente em filmes e livros de ficção científica dos anos 1990), o conceito de metaverso é um tanto quanto abstrato e ainda está em construção. 

O que se sabe, entretanto, é que será um ambiente virtual marcado por uma nova forma de relacionamento com os mundos real e virtual. Tudo passará a ser “ainda mais real”, embora virtualmente.

Por exemplo: antigamente, para assistir à Missa, as pessoas precisavam ir a uma igreja e permanecer lá fisicamente. Depois, tiveram a oportunidade de acompanhar a celebração pelo rádio. Mais tarde, pela TV. E, agora, podem assistir por streaming. O próximo passo é o metaverso. 

Assim, ao que tudo indica, assistiremos à Missa, nos relacionaremos com as pessoas (próximas ou distantes), faremos compras, estudaremos, jogaremos videogames e veremos filmes não mais através de uma simples tela. O metaverso será uma fusão das telas com outros softwares, aplicativos e devices, como óculos de realidade virtual, realidade aumentada e dispositivos “vestíveis”, como relógios, roupas, avatares. 

E de que forma essa revolução na maneira como interagimos como o mundo vai impactar na nossa relação com o sagrado? Será que o metaverso também vai mudar o modo como praticamos a nossa fé em Deus? 

Metaverso e religião

Para o jornalista Moisés Sbardelotto, que é mestre e doutor em Comunicação, além de professor e pesquisador do Núcleo de Estudos em Comunicação e Teologia da PUC Minas, o espaço religioso já é uma espécie de metaverso. A a prática da fé é capaz de nos levar a um outro espaço, embora permaneçamos fisicamente no nosso. Com as devidas proporções, essa é a promessa do metarvervso. 

Em entrevista ao site do Instituto Humanitas Unisinos, Sbarbdelotto afirma: 

“Poderíamos dizer até que o próprio rito religioso, por exemplo, é um metaverso avant la lettre. Historicamente, os fiéis – independentemente da tradição religiosa – se dirigem a um lugar geolocalizado específico e, por meio de gestos, objetos e palavras ritualizados, fazem a experiência de um universo transcendente, em uma dimensão espaço-temporal sagrada que ressignifica o recinto físico do templo e a duração cronológica do rito. Nessa dimensão ritual e cúltica, comunicam-se com seres divinos ou mesmo pessoas que já se encontram no ‘além da vida’, tudo por meio de técnicas e tecnologias próprias para isso (discursos, sons, músicas, artes, textos, livros, símbolos, objetos cúlticos etc.). Seja no templo ou à beira de um rio sagrado, esse lugar se transforma no ‘centro do mundo’ (Mircea Eliade), um espaço sagrado por excelência, onde os diversos níveis cósmicos se comunicam.”

Sacramentos e liturgia 

O autor ainda alerta que, a exemplo do que acontece hoje no mundo digital, na era do metaverso continuará sendo impossível a vivência efetiva dos sacramentos:

“Do ponto de vista da ‘comunicação sacramental’, o que está em jogo é a ideia do hic et nunc, do ‘aqui e agora’ necessários para a celebração e a vivência de um sacramento. E esse ‘aqui e agora’ é entendido pela teologia tradicional como um mesmo tempo cronológico e um mesmo espaço geográfico.”

Por outro lado, o pesquisador considera que a liturgia é uma experiência condizente com a ideia do metaverso: 

“Como afirma a Sacrosanctum concilium, a liturgia terrena nos permite degustar (praegustando) e participar, aqui e agora, da Liturgia celeste celebrada na cidade santa de Jerusalém, glorificando ao Senhor junto com todos os seres celestiais e os Santos (SC 8). Com nossa corporeidade físico-biológica, comunicamo-nos no e com o universo ‘metaterreno’. Para isso, recorremos a ‘sinais sensíveis’ que significam (signa sensibilia significatur) tais realidades sagradas (SC 7). No metaverso, continuaremos recorrendo a ‘sinais sensíveis audiovisuais e talvez até de outras ordens para significar a realidade, que, por sua vez, nos permitirão fazer experiência de outros universos terrenos e – por que não? – ‘metaterrenos’.”

Evangelização nos novos tempos 

Enfim, o pesquisador ainda relata oportunidades e desafios que a Igreja deverá enfrentar com o advento do metaverso. Além disso, alerta para a necessidade de encontrar formas ainda mais eficazes de evangelização na realidade que está por vir: 

“O metaverso poderá gerar uma realidade ainda mais complexa e heterogênea do ponto de vista social, cultural e religioso, o que demandará de cada cristão e cristã uma coerência de vida ainda maior e um testemunho ainda mais consistente dos valores do Evangelho, independentemente dos ambientes (digitais ou não) em que se encontrar.

E a educação para a fé passa principalmente pelo exemplo, pela atração, e não pelo proselitismo, como o Papa Francisco reitera continuamente. Por isso, onde quer que um cristão esteja – seja neste universo que já conhecemos ou em um possível metaverso – ele será reconhecido pelo amor que tiver ao próximo (cf. Jo 13,35).”

Clique aqui e leia a entrevista na íntegra.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Uma Quaresma pela Paz (II) - Não nos deixeis cair em tentação

“Estejamos atentos a não pôr a esperança no dinheiro, no orgulho, no poder e
na vaidade", adverte o Papa  (Vatican Media)

Na segunda reflexão da Quaresma, Pe. Rafhael Silva Maciel recorda que este é um "tempo privilegiado para fazermos uma revisão de vida, para nos propormos recolocar as coisas e os sentimentos no seu devido lugar, colocando no centro Aquele que é a verdadeira Paz, Jesus Cristo".

No Evangelho do I Domingo de Quaresma meditávamos sobre as tentações que Jesus Cristo sofreu no deserto (Lc 4,10-13), como satanás o tentou de forma fascinante, uma vez que as três tentações que lhe foram propostas diziam respeito a necessidades básicas do ser humano, como a fome, ou a desejos que tocam o profundo do ser humano como o crescimento da vida e de suas circunstâncias, como o sucesso e as posses materiais.

As Escrituras nos relatam que Deus criou homem e mulher, colocou-os no Paraíso, e que a obra da criação foi posta à disposição deles (Gn 1,26-31;2,4b-25); porém, instigados pelo diabo, nossos primeiros pais caíram na maior e mais funesta tentação: “sereis como deuses” (Gn 3,5). Essa tentação sempre esteve às voltas com o ser humano. Ser como deuses, ter todo o poder e tudo poder subjugar a projetos individuais ou de determinados grupos têm sido a grande tentação, que por várias ocasiões têm feito a humanidade cair em um caos assustador, cheio de morte e de dor. O Papa emérito Bento XVI, certa vez ensinou que “quando se falsifica a relação com Deus com uma mentira, pondo-se no seu lugar, todas as demais relações são alteradas (...) o outro torna-se um rival, uma ameaça: depois de ter cedido à tentação, Adão acusa imediatamente Eva (...). Os dois escondem-se da visão daquele Deus com Quem conversavam amistosamente (...); o mundo deixa de ser o jardim no qual viver com harmonia, mas um lugar a explorar e no qual se ocultam insídias (...); a inveja e o ódio pelo outro entram no coração do homem” (Audiência 06/02/2013).

Quando o homem e a mulher se tornam ídolos de si próprios não podem trazer à tona senão morte. Os profetas sempre exortaram o povo de Deus para que voltasse para o seu Deus, deixando para trás as obras do pecado, deixando para trás os ídolos, uma vez que não se encontra paz na adoração de ídolos, de bezerros de ouro que só enganam e fazem sofrer. As guerras que o mundo está presenciando são uma amostra do que a comunhão do ser humano com um ídolo é capaz, porque é preenchida pela soberba e pelo orgulho. 

Para além das guerras bélicas existem muitas outras, movidas por ídolos e propostas ao coração do homem por obra do diabo, daquele espírito decaído que divide, e instigando os corações e as mentes, cria guerras interiores e exteriores naqueles que dialogam com a tentação. O tentador entende quais são as fraquezas de cada um e, com astúcia, propõe a “satisfação” das necessidades pessoais de modo prazeroso, mas, em verdade, são amargas e ilusórias. Por isso mesmo, “estejamos atentos a não pôr a esperança no dinheiro, no orgulho, no poder e na vaidade, pois tudo isto não nos pode prometer nada de bom!” (Francisco, Audiência 11/06/2014).

“Não nos deixes cair na tentação” (Mt 6,13), foi uma das fórmulas que o Senhor mesmo nos ensinou e que compõe a série de pedidos que fazemos na oração do Pai Nosso. Esse pedido diário deve ressoar em nosso entendimento, principalmente nas tomadas de decisões que envolvem as vidas de tantas outras pessoas. Papa Francisco acrescenta que “é com esta última invocação que o nosso diálogo com o Pai celeste entra, por assim dizer, ao cerne do drama, ou seja, ao âmbito do confronto entre a nossa liberdade e as ciladas do maligno” (Audiência 01/05/2019). Devemos pedir ao Senhor, que esse não nos deixar cair na tentação seja vivido na observância dos mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, na observância das obras de misericórdia, enfim.

Nesta Quaresma, vivendo ainda as consequências da pandemia e assistindo o desenrolar de uma guerra, façamos cada um de nós, um bom exame de consciência sobre como temos procurado viver aquilo que rezamos no Pai Nosso. Podemos nos perguntar: Há pecados de soberba na minha vida: irritação, resisto a perdoar, quero mais ser servido do que servir, trato com delicadeza e caridade os irmãos? Sou egoísta, guardando tudo só para mim? Procuro rezar por aqueles que me tenham ferido de algum modo? Essas são algumas, dentre tantas outras perguntas que nós podemos fazer.

O exame de consciência deve nos ajudar a perceber as “pequenas guerras” que, por vezes, travamos entre nós, e serve como um bom remédio contra as tentações que o inimigo de Deus nos propõe a cada dia e a cada instante. A Quaresma é tempo privilegiado para fazermos uma revisão de vida, para nos propormos recolocar as coisas e os sentimentos no seu devido lugar, colocando no centro Aquele que é a verdadeira Paz, Jesus Cristo. Fazendo assim, possamos chegar à Páscoa da Ressurreição do Senhor havendo combatido o bom combate da fé com a arma da oração.

Roma, 09 de março de 2022

Pe. Rafhael Silva Maciel

Missionário da Misericórdia

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Os quarenta santos mártires de Sebaste

Os 40 santos mártires de Sebaste | arquisp
10 de março

Os quarenta santos mártires de Sebaste

O martírio dos quarenta legionários ocorreu no ano 320, em Sebaste, na Armênia. Nessa época foi publicada na cidade uma ordem do governador Licínio, grande inimigo dos cristãos, afirmando que todos aqueles que não oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos seriam punidos com a morte. Contudo se apresentou diante da autoridade uma legião inteira de soldados, afirmando serem cristãos e recusando-se a queimar incenso ou sacrificar animais. Para testar até onde ia a coragem dos soldados, o prefeito local mandou que fossem presos e flagelados com correntes e ferros pontudos.

De nada adiantou o castigo, pois os quarenta se mantiveram firmes em sua fé. O comandante os procurou então, dizendo que não queria perder seus mais valorosos soldados, pedindo que renegassem sua fé. Também de nada adiantou e os legionários foram condenados a uma morte lenta e extremamente dolorosa. Foram colocados, nus, num tanque de gelo, sob a guarda de uma sentinela. A região atravessava temperaturas muito baixas, de frio intenso. Ao lado havia uma sala com banhos quentes, roupas e comida para quem decidisse salvar a vida. Mas eles preferiram salvar a alma e ninguém se rendeu durante três dias e três noites.

Foi na terceira e última noite que aconteceram fatos prodigiosos e plenos de graça. No meio da gélida madrugada, o sentinela viu uma multidão de anjos descer dos céus e confortar os soldados. Isto é, confortar trinta e nove deles, pois um único legionário desistira de enfrentar o frio e se dirigira à sala de banhos. Morreu assim que tocou na água quente. Por outro lado, o sentinela que assistira à chegada dos anjos se arrependeu de estar escondendo sua condição religiosa, jogou longe as armas, ajoelhou-se, confessou ser cristão tirando as roupas e se juntou aos demais. Morreram quase todos congelados.

Apenas um deles, bastante jovem, ainda vivia quando os corpos foram recolhidos e levados para cremação. A mãe desse jovem soldado, sabendo do que sentia o filho, apanhou-o no colo e seguiu as carroças com os cadáveres. O legionário morreu em seus braços e teve o corpo cremado junto com os companheiros.

Eles escreveram na prisão uma carta coletiva, que ainda hoje se conserva nos arquivos da Igreja e que cita os nomes de todos. Eis todos os mártires: Acácio, Aécio, Alexandre, Angias, Atanásio, Caio, Cândido, Chúdio, Cláudio, Cirilo, Domiciano, Domno, Edélcion, Euvico, Eutichio, Flávio, Gorgônio, Heliano, Helias, Heráclio, Hesichio, João, Bibiano, Leôncio, Lisimacho, Militão, Nicolau, Filoctimão, Prisco, Quirião, Sacerdão, Severiano, Sisínio, Smaragdo, Teódulo, Teófilo, Valente, Valério, Vibiano e Xanteas.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF