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domingo, 13 de março de 2022

Papa: na Quaresma, pedir a graça de despertar do nosso letargo interior

Papa Francisco - Angelus  (Vatican Media)

"O tempo forte da Quaresma é uma oportunidade", disse o Papa no Angelus deste domingo. "É um período em que Deus quer nos acordar do letargo interior. Porque – lembremo-nos bem – manter acordado o coração não depende somente de nós: é uma graça e deve ser pedida."

Vatican News

O episódio da Transfiguração proposto pelo Evangelho deste II Domingo da Quaresma foi o tema da reflexão do Papa Francisco no Angelus dominical. Numa Praça São Pedro ensolarada, com temperatura quase primaveril, o Pontífice comentou um detalhe da cena em que Jesus sobre o monte com Pedro Tiago e João: a sonolência dos discípulos num momento tão importante, diante de um espetáculo único de ver Jesus mudar de aspecto.

Lendo com atenção o Evangelho, explica o Papa, Pedro, João e Tiago adormecem antes que tenha início a Transfiguração, isto é, enquanto Jesus estava em oração. Tratou-se evidentemente de uma oração que se prolongou por muito tempo e os discípulos foram vencidos pelo cansaço. Francisco então questiona: este sono fora de lugar não se parece talvez com muitos de nossos sonos que nos vêm durante momentos que sabemos ser importantes, como o convívio familiar depois de um dia de intenso trabalho?

"O tempo forte da Quaresma é uma oportunidade neste sentido. É um período em que Deus quer nos acordar do letargo interior. Porque – lembremo-nos bem – manter acordado o coração não depende somente de nós: é uma graça e deve ser pedida."

Superar o cansaço com a força do Espírito

Os discípulos acordam justamente durante a Transfiguração, talvez devido à luz que emanava de Cristo. Assim como eles, acrescentou o Papa, também nós precisamos da luz de Deus, que nos faz ver as coisas de modo diferente; nos atrai, nos desperta, reacende o desejo e a força de rezar, de olhar para dentro de nós mesmos e de dedicar tempo aos outros. "Podemos superar o cansaço do corpo com a força do Espírito de Deus."

Eis então a exortação do Pontífice a dar ao Senhor a possibilidade de nos surpreender e reavivar o nosso coração. Isso pode ser feito concretamente abrindo o Evangelho e deixando-se surpreender pela Palavra ou contemplando o Crucifixo e maravilhar-se com o seu amor, que nunca se cansa de nós. 

“Que a Virgem Maria nos ajude a manter desperto o nosso coração para acolher este tempo de graça que Deus nos oferece.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

II Domingo da Quaresma - Ano C

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

II Domingo da Quaresma

Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

Contempladores da Beleza que Salva

Hoje, neste segundo domingo da Quaresma, contemplamos a cena da transfiguração (Lc 9, 28-36). Na montanha, com Pedro, Tiago e João, contemplamos a beleza do Senhor. Contemplamos uma beleza que salva, que dá sentido à nossa vida pessoal e ao nosso caminho de Igreja. Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João e sobe à montanha para orar. Lucas nos apresenta Jesus rezando, significando, para o evangelista, que este é um momento importante do ministério de Jesus.  “Enquanto orava, o aspecto do seu rosto se alterou, suas vestes tornaram-se de fulgurante brancura”. O rosto de Jesus se torna bonito, radioso. É a beleza de Jesus que contemplamos.

São João Paulo II, na Novo Millenium Ineunte pergunta: “Não é porventura, papel da Igreja refletir a luz de Cristo em cada época da história, fazer resplandecer o seu rosto diante das novas gerações do novo milênio?” A cena que contemplamos apresenta um rosto radiante e bonito de Cristo. Cabe aqui a pergunta: Que face de Cristo estamos apresentando? São João Paulo II diz que “o nosso testemunho será pobre se não formos, antes, contempladores do rosto de Cristo”. Sermos contempladores do rosto de Cristo: aqui está o segredo para o nosso caminho de Igreja, para o nosso caminho pessoal.  Contemplando a beleza de Cristo, encontramos Nele o verdadeiro sentido da vida humana. Nele, o ser humano encontra o seu caminho, pois o mistério de Cristo revela ao homem o que é ser homem, pois Cristo é o homem segundo o projeto de Deus. A um homem que corre o risco de perder o sentido do que é ser homem, pois vai perdendo a sua origem e o seu destino, a Igreja lhe apresenta Cristo, ele é o sentido do homem. Somente Nele encontramos a nossa verdadeira vocação.

Um segundo aspecto é a transformação da veste de Jesus que se tornou de fulgurante brancura.  A veste de Jesus, para os Padres da Igreja, simbolizava a Igreja, veste de um tecido só, como se lê em Jo 19, 23. Diz São Cipriano, falando da Igreja: “Este sacramento da unidade, este vínculo de concórdia inviolada e sem rachadura, é figurado também pela túnica do Senhor Jesus Cristo. Os apóstolos contemplam esta veste bonita, resplandecente. É a Igreja na sua santidade, que será mais radiante ou não de acordo com o nosso testemunho, com a nossa doação”.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

sábado, 12 de março de 2022

6 práticas que podem nos ajudar a alcançar a santidade

Imagem referencial / Foto: Flickr David Dennis (CC-BY-SA-2.0) | ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 08 mar. 19 / 04:00 pm (ACI).- O Arcebispo de Los Angeles, Dom José Gomez fez uma recopilação, baseada na vida dos santos e mestres da vida espiritual, de seis práticas que podem nos ajudar a alcançar a santidade.

Em uma carta pastoral intitulada “Fomos criados para grandes coisas”, o Prelado indicou que, para ser semelhantes a Cristo, “é necessário um plano de vida” e ter “um propósito”.

“Nossas vidas devem ser conduzidas por um alegre desejo de trabalhar com a graça de Deus para ser mais parecidos a Cristo a cada dia, a cada ano”, assinalou.

Para alcançar esse objetivo, Dom Gomez recomendou trabalhar os “bons hábitos” e apresentou estas seis práticas recomendadas pelos santos e mestres da vida espiritual. Assegurou: “Deram frutos na minha própria vida espiritual”.

1. Ser conscientes da presença de Deus

O Prelado indicou que é necessário se comunicar com Deus através de uma oração simples no começo e no final do dia. De manhã, oferece-se o dia ao Senhor e à tarde reflete-se sobre o que foi realizado durante o dia.

“Ao longo do dia, tentem ser conscientes do ‘sacramento do momento presente’. O nosso objetivo é ter a certeza de que vivemos sob o olhar amoroso de Deus e que com a sua graça é possível fazer tudo por amor a Ele”, assinalou.

2. Organizar um tempo para rezar todos os dias

Dom Gomez recomendou que ao longo do dia é bom parar durante os trabalhos diários para rezar. Explicou que o propósito da oração é levar o homem à presença do Deus vivo em uma atitude de humildade, amor e louvor.

O Prelado aconselhou conversar com Deus de maneira honesta e simples. “Conte para o teu Pai o que te deixa ansioso, o que você quer fazer por Ele. Fale sobre as áreas da vida que você quer melhorar. Diga que o ama e quer amá-lo mais. Diga que quer fazer a sua vontade, como Maria, nossa mãe”.

Também assinalou que “a única oração que precisamos” é repetir o nome de Jesus durante o dia. “É uma oração bonita e poderosa”.

3. Ler uma passagem evangélica todos os dias

Outra prática que Dom Gomez propõe é rezar a lectio divina. Trata-se de ler uma passagem dos Evangelhos e meditá-la na oração perguntando: “O que Deus me diz nesta passagem? O que está me pedindo para fazer?”.

O Prelado assegurou que só se pode conhecer Jesus através dos seus ensinamentos e da sua vida que estão refletidos no Evangelho.

“Quanto mais rezemos com os Evangelhos, teremos mais a ‘mente de Cristo’. Seus pensamentos e sentimentos, vendo a realidade através dos seus olhos”, afirmou.

4. Participar da Eucaristia com frequência

O Arcebispo de Los Angeles recomendou buscar todas as oportunidades para se encontrar com Cristo e adorá-lo na Missa e no Santíssimo Sacramento.

Segundo Dom Gomez, o ideal é frequentar a Eucaristia durante os dias da semana, além do domingo. Recordou que, quando ele começou a ir à Missa diária, tornou-se mais consciente da presença de Deus. A sua relação pessoal com Ele foi crescendo cada vez mais e se tornou uma amizade profunda.

5. Fazer um exame de consciência diário e confessar-se com frequência

O Prelado afirmou que a confissão frequente oferece “uma sensação de libertação e paz” na alma quando os pecados são perdoados.

Dom Gomez comentou que ao longo do seu ministério pastoral, surpreendeu-se de como “a graça de Deus age na vida das pessoas” através desse sacramento.

“Participar do sacramento que cura de Cristo é uma graça. Poder pronunciar a sua palavra de perdão, para perdoar os pecados em seu nome. Não há maior privilégio que possa imaginar, nem algo mais bonito na terra”, sublinhou.

6. Realizar obras espirituais e materiais de misericórdia

“O amor é a forma de imitar Cristo. Precisamos amar os outros como Jesus os ama, começando pelas pessoas mais próximas. Começar pelas nossas famílias e depois com os outros”, sublinhou o Arcebispo de Los Angeles.

Deste modo, recomendou servir a Deus através dos pobres, abandonados e vulneráveis.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Arcebispo faz lectio divina com 500 jovens na catedral de Brasília

Lectio divina com jovens na Catedral de Brasília | ACI Digital

BRASILIA, 11 mar. 22 / 12:15 pm (ACI).- Mais de 500 jovens com idade de 15 a 29 anos da arquidiocese de Brasília se reuniram na catedral metropolitana Nossa Senhora Aparecida no último sábado, 5 de março, para uma lectio divina com o arcebispo, dom Paulo Cezar Costa. O evento foi organizado pelo Setor Juventude da Arquidiocese.

lectio divina é um momento de reflexão e oração baseado na Palavra de Deus. Para o encontro, foi escolhida a passagem sobre as tentações de Jesus no deserto, na narratição do Evangelho Segundo são Lucas. Depois da leitura, seguem-se a meditação, a oração e a contemplação do texto lido.

Ao fazer a leitura da passagem, imersa na realidade juvenil, dom Paulo comentou que “talvez a imagem do deserto nos ajude a entender a cultura pós-moderna. Onde as possibilidades são tantas, mas vive-se uma grande solidão. O eu vai se afirmando cada vez mais, o ser humano vive na grande cidade em meio a tantas pessoas, mas a solidão tornou-se uma experiência que toca o coração humano”, e continuou, falando da realidade do deserto: “o deserto não é um tempo definitivo, ele é passagem. É no deserto que caem os fracos, os despreparados, mas também, no deserto é forjado o coração do homem de Deus. No deserto se experimenta a precariedade, a fragilidade da vida e se aprende a experimentar e viver o essencial.”

Depois, rezando com os jovens, o arcebispo afirmou que “o ser humano se encontra incapaz de superar, por si mesmo, os assaltos do mal, do tentador, assim que cada um se sente como que acorrentado. Mas quando contemplarmos o Salvador tentado, o ser humano entende que a tentação faz parte da vida humana, do caminho de fé, mas que o Salvador, Jesus Cristo, venceu o tentador definitivamente, com sua morte de cruz.”

De acordo com padre Silas César, coordenador do Setor Juventude, a ideia de realizar a lectio divina com a juventude veio do arcebispo. Segundo o sacerdote, além de querer estar mais próximo dos jovens, inclusive por ser o bispo referencial para a pastoral juvenil do Regional Centro-Oeste, dom Paulo tem trabalhado para que a Palavra de Deus seja o centro da vida arquidiocesana.

“A motivação para fazer este encontro, além de alimentar a comunhão entre os jovens dos diversos movimentos, grupos, serviços e carismas, visa também levá-los a terem um contato mais próximo com o pastor, o arcebispo, escutando dele e rezando com ele a partir da Palavra de Deus. Um outro empenho é colocar a Palavra de Deus no centro da vida do jovem que, por vezes, é bombardeado por inúmeras influências advindas do mundo com leituras poucos confiáveis. Ler, meditar e rezar com a Palavra de Deus é o melhor caminho para que cresçam em virtude e na fé”, explica o padre.

Victor Hugo Rodrigues, de 24 anos de idade, da paróquia Nossa Senhora da Esperança (Vicente Pires/DF), esteve na Catedral para a lectio. Ele foi com o grupo de jovens com média de 16 anos de idade que coordena, o Ide e Evangelizai, e afirma ter sido marcado pela alegria do encontro.   

“Através da abertura do coração e da mente, os jovens conseguem compreender e acolher o que foi dito na Palavra. A compreensão e o trazer a Palavra para sua realidade faz com que tudo fique mais suave e tranquilo e mostra a eles que são fortes para enfrentar todas as barreiras e tentações que enfrentamos diariamente. Além disso, a Palavra mostra para todos eles que o amor de Deus é incondicional e para todos”, sublinha.

Ao final da lectio divina, dom Paulo perguntou aos jovens se eles gostaram da nova experiência que foi feita de leitura orante da Palavra. Os jovens responderam com um caloroso ‘sim’. Por isso, já ficou acertado entre dom Paulo e os jovens que, no tempo pascal, o Setor Juventude irá promover a segunda lectio divina com o arcebispo.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Cardeal Czerny e a dor das mulheres ucranianas, vítimas da crueldade da guerra

O Cardeal Czerny abençoa Tamara que fugiu de Kharkiv | Vatican News

Concluiu-se a missão, na Hungria, do prefeito interino do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral entre os refugiados ucranianos. O cardeal visitou o Serviço Jesuíta para Refugiados em Budapeste, a estação de Nyugati e o centro de acolhimento da Ordem de Malta, onde ouviu as dramáticas histórias de Natália, Tamara e outras pessoas que fugiram da Ucrânia. Por fim, saudou os jovens equatorianos que fugiram de Kiev.

Salvatore Cernuzio - Budapeste

Marina e Nadja pegaram um táxi até a fronteira com a Moldávia para fugir das bombas em Kharkiv. Natália usou uma mesa de restaurante como cama. Em sua pressa para escapar, Tamara esqueceu seu celular em casa e durante semanas não teve contato com seus filhos que ficaram em Kiev. Dana e Danjra viajaram sozinhas, aos 18 anos, durante quinze horas de carro.

Histórias de vida

Num salão de uma estrutura na periferia de Budapeste, a dor que esta guerra "cruel" está causando ao povo ucraniano pode ser tocada com as mãos. Seis refugiadas, todas mulheres, agora seguras graças à ajuda recebida das equipes da Ordem de Malta, aguardam um novo destino. O cardeal Michael Czerny, prefeito interino do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, em seu terceiro e último dia de missão na Hungria, encontrou-se com elas na tarde de 10 de março, num centro esportivo transformado em poucos dias num centro de acolhimento. Ajudado por um intérprete, o cardeal parou para ouvir estas histórias, fez perguntas e olhou as imagens nos celulares.  Fotos de bunker, acomodações improvisadas, bebês e pais idosos.

Natália e as lágrimas por seus pais idosos

Pais como os de Natália aos quais a guerra não tem dado trégua desde 2014. Originária de Donetsk, de onde fugiu em 2015, agora ela se encontra novamente em meio ao medo e à destruição e desde 5 de março está viajando com outra jovem de 29 anos, para depois se separarem: uma para a Alemanha, a outra para a França. Quando o cardeal chegou, ela foi a única que não ergueu a cabeça para olhar, sempre fixada em seu celular. Depois, ouvindo as histórias dos outros compatriotas, ela se aproximou e fez questão de mostrar a Czerny as etapas de sua viagem, documentadas em seu celular: o subterrâneo de seu prédio, com a filha de vizinhos de poucos meses, dormindo debaixo dos canos de água, as noites passadas em sacos de dormir, o restaurante de um hotel abandonado com uma mesa usada como cama. A foto dos pais aparece então na galeria de fotos e Natália irrompe em lágrimas: "Eles não têm comida, não têm remédios. Morrerão mesmo sem bombas". 

Natália mostra ao cardeal a foto de seus pais idosos que ficaram na Ucrânia | Vatian News

Marina fugiu de Kharkiv num táxi

Marina, 62 anos, é uma ex-empregada numa fábrica para a construção de nave espacial de um edifício industrial. Ela fugiu de Kharkiv com sua filha deficiente intelectual. "Pegamos um táxi até o centro da Ucrânia". "E quanto vocês pagaram?" "Nada, o taxista quis apenas uma contribuição para a gasolina". Agora, Marina está esperando para ser transferida para a Alemanha. Ela não viu sua casa desmoronar por causa dos bombardeios, mas houve um "ponto de não retorno": "A trigésima primeira vez que fomos obrigados a descer para o porão. Eu não suportava mais o som constante da sirene, isso me fazia enlouquecer. Eu decidi partir". Ela não se arrepende desta decisão, embora tenha deixado seu marido e seu pai "em casa". Em vez disso, ela chora pelo "calor humano" que recebeu em Budapeste: "Sou realmente grata", repete ao cardeal que a abençoa e lhe dá uma pequena imagem com uma oração do Papa Francisco.

O celular esquecido de Tamara

"Eu também quero", intervém Tamara. Ela é uma senhora pequena na casa dos 60 anos, com o rosto abatido e os olhos cansados da viagem de cinco dias. Ela ri quando diz que em sua pressa de arrumar sua mala para fugir de Kiev, ela deixou seu telefone em algum lugar da casa. Mas é um riso histérico que se transforma rapidamente em lágrimas: "Durante quase uma semana perambulei sem conseguir me comunicar. Meus filhos estão na cidade. Pude ouvi-los graças aos voluntários. Eles estão seguros com a comunidade batista num bunker".

Czerny abençoa uma refugiada ucraniana | Vatican News

Na estação oeste de Nyugati

As mulheres são uma pequena parte dos 54 refugiados atualmente assistidos pela Ordem de Malta, que também oferece um serviço de ambulância ("um hospital em quatro rodas") até as fronteiras. A única realidade caritativa a fazê-lo. Trabalha também ao lado da Caritas diocesana, na estação Keleti, a leste de Budapeste. Czerny a visitou no primeiro dia da viagem. Na quinta-feira (10/03) de manhã, depois de uma longa parada no Serviço Jesuíta para Refugiados, guiado pelo padre Sajgó Szabolcś, ele quis visitar a estação a oeste, Nyugati pálayauvdar. Um cenário totalmente diferente em relação a Keleti, com refugiados em massa e má harmonização de serviços. O problema é que as pessoas que descem em Nyugati são o dobro: quase 3-4 mil por dia. Pouco antes da chegada de Czerny, um e-mail da fronteira anuncia um trem com 125 pessoas de Zahony. Muitas, muitas pessoas da etnia cigana olham com indiferença a passagem do cardeal, depois, ao seu primeiro convite para se aproximarem, ficam curiosas e contam a sua história. Miriana, por exemplo, conta que em Odessa com sua família eram comerciantes ou empregados de fábrica. Eles foram evacuados de uma hora para outra: "Queremos chegar a Berlim, mas não há meios". Na Alemanha não têm ninguém que os espere e possa recebê-los, mas querem tentar a sorte "porque lá há mais possibilidades".

Saudação a alguns jovens nigerianos que fugiram de Kiev, na estação de Nyugati |
Vatican News

Saudações aos jovens equatorianos evacuados de Kiev

A última parada do terceiro dia de missão do cardeal foi a paróquia de Szent József, em Esztergom, guiada pelo pe. András Szili. O sacerdote tem 35 anos, é padre há dez e há três anos é pároco e capelão dos hispano-americanos. Há semanas vive em meio a telefonemas como: "Pe. András, hoje mais 42!". São os jovens refugiados equatorianos evacuados de Kiev que, enquanto esperam voltar para casa graças ao Consulado, ficam no oratório ou nas salas de catecismo. Eles ficam por algumas noites e dividem em 56 um computador e dois banheiros, com apenas um chuveiro, tanto que os moradores do bairro disponibilizaram os banheiros de suas casas. Sentados em círculo numa sala, eles recebem o emissário papal, acompanhados pelo arcebispo de Budapeste, cardeal Pedro Ërdo. "Estou aqui porque o Papa quer expressar proximidade e esperança para a Ucrânia", disse Czerny. "O Santo Padre pede que rezem e se unam para contribuir para a paz". Duas crianças se aproximam do cardeal oferecendo biscoitos. Seguem-se histórias e um aperto de mão e, por fim, uma foto de grupo. Por fim, o emissário do Papa se despede com uma recomendação: "Não se esqueçam a caridade recebida aqui, quando vocês voltarem ao seu país. Vocês deverão oferecê-la aos outros".

O cardeal Czerny voltou para Roma na manhã desta sexta-feira.

Duas crianças oferecem biscoitos ao cardeal | Vatican News

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Em toda a guerra fazemos Caim renascer!

CNBB

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Assistir, diariamente, a noticiários que nos trazem as cenas mais recentes de vítimas ou da destruição da guerra pode-nos anestesiar e levar-nos até banalizar o sentido do sofrimento e perder a capacidade de indignar-se profundamente. Longe de ser um fato natural, corriqueiro ou espetaculoso, a guerra faz renascer Caim.

Os irmãos que sofrem as guerras e todo ser humano, é da nossa família, não são estatísticas ou personagens secundários de dramas externos, que pouco significam, mas demonstram como a violência reproduzida e repetida em flashbacks, nos entorpeceu e nos insensibilizou. Nunca podemos nos resignar diante de populações inteiras reféns da matança, da miséria e da exploração, e até comentar que as mulheres se tornam fáceis porque estão pobres.

Não podemos, de nenhuma maneira, aceitar assistir indiferentes ou encolher os ombros, alegando impotência ou distanciamento dos lugares onde acontecem os conflitos. Para começar digamos, de forma vigorosa e categórica, que não existe justificativa religiosa, política ou militar para a violência que agride pessoas indefesas, independente do modo como ela se manifesta.

De imediato, se somos pessoas do bem, crentes em valores éticos ou religiosos, sejamos conscientes que podemos fazer muito e, certamente, a diferença. Rezar pela paz, trabalhar pela paz, gritar e fazer ressoar o clamor pela paz, tornar-se rosto, símbolo, palavra, pensamento e luta, das pessoas sacrificadas e atropeladas pelo rolo compressor da guerra. Fazer emergir o diálogo, pois o diálogo sempre gera consenso e esperança, apontar saídas e alternativas não violentas.

O diálogo é o caminho da paz, porque opta pelo entendimento, a concórdia e a harmonia, com ele começamos a trama e o tecido dos acordos e dos pactos. Construamos nossa rede de paz, canais de compreensão e corredores humanitários, para fazer acontecer a corrente de Abel, do bem, do perdão e da reconciliação.

Não desistamos nunca de interceder como Abrahão e Moisés, a humanidade está interligada pela consciência e pela pertença, acreditemos que todos levamos a marca da imago Dei e da fraternidade, que aflora quando despertamos ao amor e à gratuidade compassiva. Unamo-nos ao Deus da Vida e da Paz, para sermos, com Ele e para Ele, barreiras de contenção e neutralização da violência e proteção e amparo para as pessoas envolvidas e ameaçadas. Deus seja louvado!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Cantalamessa: Eucaristia, sacramento da não-violência

"Graças a Eucaristia, o “não” absoluto de Deus à violência, pronunciado na 
Cruz, é mantido vivo ao longo dos séculos" (Cardeal Raniero Cantalamessa) 
(Vatican Media)

As pregações da Quaresma do cardeal Raniero Cantalamessa versam sobre a Eucaristia. Em entrevista ao L'Osservatore Romano, o pregador da Casa Pontifícia explica as razões que o levaram à escolha deste tema. "A Eucaristia pode certamente favorecer a paz, mas pressupõe a fé. Ela favorece a paz na medida em que oferece ao crente um motivo transcendente (e uma ajuda!) para lutar pela paz e contra a violência que tem na guerra a sua manifestação mais destrutiva."

por Nicola Gori

A Eucaristia certamente favorece a paz, mas pressupõe a fé, porque Cristo venceu a violência. São de grande atualidade as palavras do cardeal Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, nesta entrevista ao "L'Osservatore Romano". O purpurado capuchinho explica a escolha do tema «"Tomai e comei: este é o meu corpo" - Uma catequese mistagógica sobre a Eucaristia"» para as pregações da Quaresma, que terão lugar às 9 horas, nas sextas-feiras 11, 18, 25 de março e 1, 8 de abril, na Sala Paulo VI.

Por que a escolha da Eucaristia?

Algumas Igrejas locais e nacionais (por exemplo a dos Estados Unidos da América) decidiram dedicar o presente ano a uma catequese especial sobre a Eucaristia, em vista de um desejado renascimento eucarístico na Igreja Católica. Pareceu-me uma decisão oportuna e um exemplo a seguir, talvez tocando em alguma área geralmente negligenciada. Mas há um motivo menos ocasional do que este que descrevi no programa impresso das minhas próximas pregações. A Eucaristia está no centro de cada tempo litúrgico, da Quaresma não menos do que dos outros tempos. É o que celebramos todos os dias, a Páscoa diária. Cada pequeno progresso na sua compreensão traduz-se em progresso na vida espiritual da pessoa e da comunidade eclesial. É um tema sobre o qual realmente se deveria falar, como diz Paulo, ""oportuna e inoportunamente" (2Tm 4, 2), ou seja, sempre. É um tema sempre atual, precisamente porque não é um "tema", mas uma pessoa e uma presença: Cristo morto e ressuscitado que renova a cada dia o acontecimento que nos salvou.

Quanto a pandemia de Covid-19 incidiu na preparação das meditações?

Durante o período mais agudo, em 2020, fiquei fortemente impressionado - e comigo penso que muitos outros - pelo que significava assistir todas as manhãs à Santa Missa celebrada pelo Papa Francisco na Santa Marta pela televisão. Com as poucas palavras inspiradas que o acompanhavam, era realmente a luz no fim do túnel, o sol por trás das nuvens. Compreendi que falar da Eucaristia em tempo de pandemia - e agora, por acréscimo, em meio aos rumores de guerra - não é um abstrair-se da realidade, mas sim olhar para ela de um ponto de vista mais elevado e menos contingente, livre daquela que um Salmo chama "a briga das línguas maldizentes" (Sl 31, 21).

O que se entende por enlevo eucarístico?

Esta bela expressão remonta a São João Paulo II que a utilizou na Encíclica Ecclesia de Eucharistia (A Igreja na sua relação com a Eucaristia) de 17 de abril de 2003. Ele disse entre outras coisas: "Há, no evento pascal e na Eucaristia, que a tornou presente ao longo dos séculos, uma "capacidade" verdadeiramente enorme, na qual está contida toda a história, como recipiente da graça da redenção... Desejo despertar este enlevo eucarístico com esta Carta Encíclica "(nº 5-6).

O que é o enlevo eucarístico? É mais fácil intuí-lo do que expressá-lo, porque é um sentimento, não uma ideia. Podemos dizer: é a capacidade de não subestimar a Eucaristia e sua celebração; não a reduzir a uma prática piedosa, ainda que a mais importante, ou a um rito que se repete sempre da mesma forma. O enlevo eucarístico é a fé em seu mais alto grau: fé expectante (fide qua, diz-se na teologia), não apenas fé crida (fides quae). Os poetas crentes têm o poder de exprimir os mistérios da fé de uma forma diferente, por vezes paradoxal, mas precisamente por isso preciosas. Eis como Paul Claudel traduz o enlevo eucarístico em termos poéticos: "Oh meu Deus, esta coisa é muito maior do que nós: fique claro que Tu és o único responsável por essa enormidade" (Hymne du Saint Sacrement). A Eucaristia é verdadeiramente, em sentido literal, uma “enormidade”, algo que vai além de tudo o que o homem considera “normal” no agir de Deus com o homem. Não é somente um mistério que não pode ser entendido; é também um mistério que nunca deixaremos de compreender.

A Eucaristia pode facilitar a paz?

A Eucaristia pode certamente favorecer a paz, mas pressupõe a fé. Ela favorece a paz na medida em que oferece ao crente um motivo transcendente (e uma ajuda!) para lutar pela paz e contra a violência que tem na guerra a sua manifestação mais destrutiva. Cristo venceu a violência, não opondo a ela uma violência maior, mas suportando-a e expondo toda a sua injustiça e inutilidade. Ele inaugurou um novo gênero de vitória que Santo Agostinho resumia em três palavras: "Victor quia vitima": vencedor porque vítima. Ressuscitando-o dos mortos, o Pai declarou, de uma vez por todas, de que lado está a verdade e a justiça e de que parte o erro e a mentira.

O debate de algumas décadas atrás sobre "violência e sagrado", suscitado (e resolvido de maneira cristã!) por René Girard nos ajudou a compreender uma nova dimensão da Eucaristia. Graças a ela, o “não” absoluto de Deus à violência, pronunciado na Cruz, é mantido vivo ao longo dos séculos. A Eucaristia é o sacramento da não-violência! Ao mesmo tempo, ela aparece-nos, positivamente, como o "sim" de Deus às vítimas inocentes, o lugar onde todos os dias o sangue derramado na terra se une ao de Cristo que clama a Deus "com mais eloquência que o sangue de Abel" (Hb 12, 24). Mesmo isso derramou nos dias de hoje na Ucrânia atormentada!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Brasil tem novo ordinário militar

Dom Marcony Vinícius Ferreira é o novo ordinário militar | Vatican News

Papa Francisco nomeia Dom Marcony Vinícius Ferreira novo Arcebispo Militar do Brasil

Na manhã deste sábado (12/03), Sua Santidade, o Papa Francisco, nomeou Dom Marcony Vinícius Ferreira, até então Bispo Auxiliar de Brasília, como novo Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil. Dom Marcony Vinícius assume o pastoreio militar no Brasil sucedendo Dom Fernando José Guimarães, CSsR que teve sua renúncia aceita por limite de idade, segundo o cânon 401 do Código de Direito Canônico. A posse está marcada para o dia 2 de abril, às 10h, na Catedral Militar Rainha da Paz.

Biografia

Dom Marcony nasceu em 3 de março de 1964 em Brasília. Filho de Francisco Canindé Ferreira e de Maria do Céu Barroso (falecidos). Estudou no Seminário Menor Bom Jesus, cursou Filosofia e Teologia no Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima, ambos em Brasília.

Especializou-se em Liturgia, tendo feito pós-graduação no ITEPAL – CELAM (1989), e possuindo o título de mestre em Teologia Litúrgica, frequentando primeiramente o Pontifício Ateneu Santo Anselmo (1993-1996) e depois o Instituto de Teologia Litúrgica da Pontifícia Universidade da Santa Cruz (2011-2012), em Roma.

Foi ordenado diácono em 8 de dezembro de 1987 por Dom Geraldo do Espírito Santo Ávila, na Vila Planalto – DF. Em 3 de dezembro de 1988 foi ordenado sacerdote por Dom José Freire Falcão no Santuário Dom Bosco. Foi o primeiro padre nascido em Brasília ordenado para a Arquidiocese de Brasília. Em 4 de outubro de 2001, foi nomeado monsenhor pelo Papa João Paulo II.

No decorrer do seu ministério sacerdotal, desempenhou inúmeros cargos e funções: foi Cerimoniário e Coordenador da Liturgia na visita de São João Paulo II, em 15 de outubro de 1991; Pároco da Paróquia “Nossa Senhora do Rosário de Fátima” (1989-1993); Pároco da Catedral Metropolitana de Brasília (1996-2010); Coordenador de Pastoral (1996-2004); Membro do Conselho dos Presbíteros (1996-2010); Membro do Conselho dos Consultores (1996-2010); Vigário Episcopal para o Vicariato Centro (1996-2007); Vigário Geral da Arquidiocese de Brasília (2008-2011); Responsável pelo jornal litúrgico dominical Povo de Deus da Arquidiocese (1989-2003 e 2006-2011); Secretário Geral e Coordenador da Equipe de Liturgia do XVI Congresso Eucarístico Nacional (2010).

Dedicado à formação de padres, deu aula em várias disciplinas no Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima, no Ordinariado Militar de São Paulo, Seminário Redemptoris Mater e na Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília – FATEO.

Em 19 de fevereiro de 2014 foi nomeado bispo titular de Vertara e bispo auxiliar de Brasília pelo Papa Francisco, sendo ordenado em 12 de abril de 2014, na Catedral de Brasília pelo Cardeal arcebispo emérito de Brasília, Dom Falcão, pelo arcebispo de Brasília há época, Dom Sérgio da Rocha e o cardeal arcebispo de Aparecida, Dom Damasceno. Seu lema episcopal é: A Deo Omnia que quer dizer “Tudo é de Deus”.

Foi nomeado pelo Papa Francisco como Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil, em 12 de março de 2022. Tomará posse no dia 2 de abril de 2022, na Catedral Militar Rainha da Paz.

FATOS MARCANTES:

·         Nascimento: 3 de março de 1964 (58 anos)

·         Ingressou no Seminário Menor em 17 de fevereiro de 1979 (14 anos) e no Seminário Maior em 13 de fevereiro de 1982 (17 anos)

·         Ordenação Diaconal: 8 de dezembro de 1987 (23 anos)

·         Ordenação Sacerdotal: 3 de dezembro de 1988 (24 anos)

·         Monsenhor: 4 de outubro de 2001 (37 anos)

·         Ordenação Episcopal: 12 de abril de 2014 (50 anos)

·         Bispo Auxiliar de Brasília (2014-2022)

·         Concluiu Mestrado em Liturgia em 2011 na Pontifícia Universidade da Santa Cruz, Roma

·         Desempenhou as seguintes funções:

·         Cerimoniário e Coordenador da Liturgia na visita de São João Paulo II (15/10/1991)

·         Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Sobradinho (1989-1993);

·         Pároco da Catedral Metropolitana de Brasília (1996-2010);

·         Coordenador de Pastoral (1996-2004);

·         Membro do Conselho dos Presbíteros (1996-2010);

·         Membro do Colégio dos Consultores (1996-2010);

·         Vigário Episcopal para o Vicariato Centro (1996-2007);

·         Vigário Geral da Arquidiocese de Brasília (2008-2011);

·         Secretário Geral e Coordenador da Equipe de Liturgia do XVI Congresso Eucarístico Nacional (2010).

·         Responsável da reforma da Catedral (2009-2012)

·         Responsável da construção da Cúria (2004)

·         Atualmente:

·         Bispo referencial da Pastoral Litúrgica do Regional Centro-Oeste da CNBB

·         Professor da Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília – FATEO

A Arquidiocese de Brasília felicita Dom Marcony pela nomeação como Arcebispo Militar do Brasil, rendendo graças a Deus por todos os anos dedicados a evangelização na Arquidiocese de Brasília. Da mesma forma, roga ao Senhor que a sua nova missão seja repleta de frutos espirituais também ao novo rebanho que receberá seu novo pastor

A Missa de despedida de Dom Marcony acontecerá no dia 26 de março de 2022 às 10h na Catedral Metropolitana de Brasília. Já a Posse Dom Marcony como Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil acontecerá no dia 02 de abril de 2022, às 10h, na Catedral Militar Rainha da Paz, Eixo Monumental.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF