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sábado, 19 de março de 2022

Uma Quaresma pela Paz (III) - Para oferecer vítimas espirituais

Papa Francisco em oração na Igreja 'del Gesù' | Vatican News

Na terceira reflexão da Quaresma, Pe. Rafhael Silva Maciel sugere como exercício quaresma oferecer "sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, e, ao mesmo tempo, os nossos sofrimento e dores em favor de tantos que involuntariamente sofrem as dores das guerras e das suas consequências".

Vatican News

A Transfiguração do Senhor se dá no Monte Tabor, e ali, sobre o monte, Jesus, “enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias” (Lc 9,29-31). O Tabor é o lugar da Glória, o lugar em que Jesus, de certo modo, antecipa qual é o fim reservado para aqueles que escutam o que ele diz (Lc 9,35) e colocam em prática (Lc 8,21).

O referido trecho de Lucas diz qual era o assunto que Jesus conversava com Moisés e Elias: “Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém”. Morte que Jesus sofreria, em outro monte, o Monte Calvário. Revestidos de glória eles tratavam sobre o sofrimento, sobre as dores e a morte que se tornaria morte redentora, fonte vida nova. Na Quaresma, também somos chamados a refletir sobre esse aspecto da nossa existência: a dor e o sofrimento, vividos com o olhar na Cruz Redentora, erguida no Calvário, redimensionar todas as nossas dores e angústias.

O mundo assiste, mais uma vez, ao desenrolar de uma guerra, dentre outras que acontecem em nossos dias. Os meios de comunicação mostram a dor e o sofrimento de tantas pessoas, “quantas lágrimas são derramadas, em cada instante, no mundo (...). As mais amargas são as lágrimas causadas pela maldade humana: as lágrimas de quem viu arrancar-lhe violentamente uma pessoa querida (...) Há olhos que muitas vezes param fixos no pôr-do-sol e têm dificuldade em ver a alvorada dum dia novo” (Francisco, Discurso, 05.05.2016). Essas são lágrimas do sofrimento humano diante da dor da subida dos nossos “Calvários”.

Diante do tema do sofrimento humano o Apóstolo Paulo oferece seu testemunho: “completo na minha carne o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu Corpo, que é a Igreja” (Cl 1,24). O Papa João Paulo II afirma que o Apóstolo encontrou o sentido para o sofrimento, redimensionou a dor em valor redentor, em oferta de si pela salvação das almas, pois, diz são João Paulo II, essas palavras “têm o valor de uma descoberta definitiva, que é acompanhada pela alegria: ‘Alegro-me nos sofrimentos suportados por vossa causa’ (Cl 1,24). Esta alegria provém da descoberta do sentido do sofrimento (...). O Apóstolo comunica a sua própria descoberta e alegra-se por todos aqueles a quem ela pode servir de ajuda — como o ajudou a ele — para penetrar no sentido salvífico do sofrimento” (Salvifici doloris, 1).

Como exercício quaresmal, somos convidados a oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, e, ao mesmo tempo, os nossos sofrimento e dores em favor de tantos que involuntariamente sofrem as dores das guerras e das suas consequências. São Pedro nos lembra e exorta a que “quais pedras vivas, vós também vos tornais os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd 2,5). Eis, queridos irmãos, o significado do nosso sacerdócio batismal: oferecermo-nos como vítimas, como hóstias vivas. Que belo poder oferecer as nossas dores para amenizar a dor de outros, ou como diz poeticamente uma canção católica brasileira: “que o meu cansaço a outros descanse”.

Nesses dias de Quaresma, vivendo nossas penitências e exercícios espirituais, podemos oferecê-los e consagrá-los em favor de tantas pessoas que estão sofrendo em diversas partes do mundo, com o terror das guerras, entre tantos outros males; podemos oferecer nossos pequenos sacrifícios quaresmais, com a oração, para amenizar as dores de que padece o Sagrado Coração de Jesus diante da violência e da opressão pelas quais passam “os pequeninos” (Mt 25,40).

Que nestes dias quaresmais, o Senhor nos ajude a oferecer o dom das lágrimas, o dom da compaixão pelo sofrimento alheio, lágrimas que “nas Escrituras, pode ter dois aspetos: o primeiro é pela morte ou sofrimento de alguém. O outro aspecto são as lágrimas pelo pecado — pelo próprio pecado — quando o coração sangra pela dor de ter ofendido a Deus e ao próximo. Trata-se, portanto, de amar o outro de maneira tal que nos vinculamos a ele ou a ela até compartilharmos a sua dor” (Francisco, Audiência, 12.02.2020).

Por fim, nessa semana em que celebraremos o grande São José, nosso pai e senhor, entreguemos a ele as nossas ofertas, as nossas penitências e lágrimas, para que ele mesmo as apresente a Jesus em favor dos mais necessitados. São José que é proclamado como “sustento nas dificuldades”, ajude-nos a nos oferecermos como hóstias puras, a exercer nosso sacerdócio batismal, sacrificando em nós o que faz sofrer o Coração de Jesus, e oferecendo nossas dores para que outros descansem, na misericórdia de Deus.

Roma, 16 de março de 2021

Pe. Rafhael Silva Maciel

Missionário da Misericórdia

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Papas e guerra: entre a autodefesa e a incansável busca da paz

Ann Ronan Picture Library | Photo12 | AFP
Por I. Media

Um olhar sobre a história recente da Igreja, desde a Primeira Guerra Mundial, e os sucessos e fracassos da diplomacia papal.

Desde 24 de Fevereiro de 2022, a atitude da Santa Sé em relação à ofensiva russa na Ucrânia deu origem a perguntas e mal-entendidos, uma vez que o Papa Francisco nunca denunciou a Rússia pelo nome. Este tom faz parte de uma velha tradição de diplomacia no Vaticano, que tem sido frequentemente o único organismo a manter canais abertos com todos os atores em conflitos internacionais. I.MEDIA consultou três especialistas sobre o papado para identificar as directrizes da diplomacia papal desde a Primeira Guerra Mundial.

“Quando uma nação é atacada, tem todo o direito de se defender”, explica Frédéric le Moal, historiador e autor de um livro sobre a relação de Pio XII com a França durante a sua eleição em 1939. Ele observa que o termo “guerra justa”, que tem sido objeto de um longo desenvolvimento doutrinário ao longo dos séculos, está ligado sobretudo ao objetivo da “autodefesa”.

Relativamente à resistência ucraniana, assegura que se trata “totalmente” de um caso de auto-defesa, mas que encorajar a ajuda militar direta poderia levar a uma posição de “co-beligerância”. Esta situação daria a Vladimir Putin “o pretexto para uma política ainda mais agressiva” em relação ao Ocidente. “É um equilíbrio muito sutil, muito difícil de encontrar, e muito perigoso”, observa o historiador.

Consequências

O Papa Francisco, tal como Pio XII e os seus outros predecessores, sabe que “palavras demasiado brutais contra o inimigo podem ter consequências para os cristãos”. Assim, o objetivo da diplomacia do Vaticano nunca é atirar gasolina no fogo”, insiste o especialista em história militar. Evitar a espiral mortal que poderia conduzir a um conflito generalizado tem sido uma preocupação fundamental dos sucessivos papas ao longo da história.

Em 1939, Pio XII foi censurado por não ter denunciado claramente a agressão alemã contra a Polônia. Frédéric le Moal recorda que o Papa que pontificou durante a Segunda Guerra Mundial manteve sempre “uma extraordinária prudência” nas suas intervenções. O historiador vê analogias com a atitude do Papa Francisco perante o islamismo e o Kremlin.

Além disso, o estabelecimento de relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Rússia sob o pontificado de Bento XVI, numa dinâmica de aproximação com o mundo ortodoxo, torna difícil fazer qualquer crítica frontal a Vladimir Putin. “É possível que o Papa Francisco esteja a ser cuidadoso para não quebrar este equilíbrio com a Rússia”, diz o historiador.

Conversar com todos, incluindo os poderes violentos

Frédéric le Moal lembra-nos que o realismo da diplomacia do Vaticano o leva a “falar com todos, incluindo pessoas que podem parecer verdadeiramente brutais”, assegura ele.

Assim, a nunciatura em Damasco nunca foi fechada durante a guerra civil, apesar da partida de uma grande parte do corpo diplomático. Esta estratégia deu ao papado “possibilidades de intervenção, especialmente num papel de arbitragem”, explica o historiador.

A Santa Sé viu-se assim no centro de muitas mediações, desde a Guerra dos Cem Anos até acontecimentos mais recentes, como a retomada das relações entre Cuba e os Estados Unidos em 2014.

Paradoxalmente, o mundo secularizado contemporâneo parece estar hoje mais receptivo às contribuições da diplomacia papal do que a chamada Europa “cristã” do início do século passado. O restabelecimento da credibilidade da Santa Sé tem sido fruto de várias décadas de esforço, após um período de descrédito da instituição pontifícia aos olhos dos governos ocidentais.

1914-1918: um papado controverso

Durante a Primeira Guerra Mundial, o papado sofreu um declínio na sua reputação internacional devido às diferenças entre o Papa Bento XV e o seu Secretário de Estado, recorda o historiador Marcel Launay, autor de uma biografia do pontífice que chefiou a Igreja de 1914 a 1922.

Neste contexto de caos entre nações europeias, o Cardeal Pietro Gasparri era a favor da “neutralidade absoluta, para não antagonizar nenhuma nação, porque para o papado isso era uma forma de procurar a paz” sem tomar a posição dos beligerantes.

Bento XV, por outro lado, considerava que se podia “interferir para tentar arranjar assuntos em nome de uma diplomacia que fosse a da paz”. Explicando que “a guerra é condenável em qualquer caso”, ele fez “24 intervenções em favor da paz e da reconciliação”.

Mas à medida que os combates avançavam, “o papado seria criticado pela sua atitude de aparente neutralidade”, recorda Marcel Launay. Neste contexto conturbado, os franceses chamavam a Bento XV o “Papa Germanófilo” e o general alemão, Erich Ludendorff, considerava-o, pelo contrário, um “Papa Francófilo”.

Na encíclica Ad beatissimi apostolorum, “desde o início do seu pontificado, ele disse: ‘Temos de procurar a paz, a guerra é odiosa'”, recorda o historiador. À medida que o pontificado evoluiu, “a posição de Bento XV prevaleceu finalmente sobre a de Gasparri”.

Em Agosto de 1917, Bento XV emitiu a mais importante intervenção do pontificado com a nota que dirigiu a todas as nações, convidando-as a “procurar a paz através do desarmamento”. Esta nota, mal recebida e mal compreendida, levou à exclusão da Santa Sé das negociações do tratado de paz em 1919, recorda Marcel Launay.

Rumo a uma Igreja que é “especialista em humanidade”

Nas décadas seguintes, a diplomacia papal deslocou gradualmente o seu centro de gravidade. Nas décadas de 1930 e 1940, a preocupação fundamental de Pio XII era limitar os riscos de perseguição dos católicos por Hitler, na Alemanha como nos países ocupados, e pelo regime soviético.

Sob os seguintes pontificados, contudo, ocorreu uma mudança de perspectiva. “A Igreja queria ser uma ‘especialista em humanidade’, pelo que já não se limitava a defender os católicos, mas vigiava realmente o respeito pela justiça para com todos os seres humanos, bem como a restauração da paz”, observou Frédéric le Moal.

O jornalista Bernard Lecomte, que cobriu o pontificado de João Paulo II, nota o “importante ponto de virada” tomado durante o pontificado de João XXIII, nomeadamente com a sua encíclica Pacem in Terris.

No início dos anos 60, o “Papa Bom” surpreendeu e chocou alguns católicos com os seus gestos de aproximação à URSS, o que, na verdade, ajudou a afastar o fantasma de uma guerra atómica. O jornalista explica que os contatos de João XXIII com Khrushchev “chegaram ao fim durante a crise dos mísseis cubanos, que coincidiu com a semana de abertura do Concílio”.

A pedido da comitiva de Kennedy, o papa italiano interveio com sucesso junto do líder soviético, que disse: “João XXIII e eu demo-nos bem porque somos ambos camponeses”.

“Houve, portanto, uma espécie de relação pessoal, bastante surpreendente”, observa Bernard Lecomte.

Seguiu-se o grito de Paulo VI – “Nunca mais guerra, nunca mais guerra” – na ONU em 1965. No entanto, o seu pontificado foi marcado pelos conflitos no Vietnã e em Biafra. Foi também o início da Ostpolitik no Vaticano.

O conceito de “nação” legitimado por João Paulo II

Eleito em 1978, João Paulo II assumiu uma estratégia diferente, enfatizando a defesa da nação polaca face ao domínio soviético, como demonstrado pelo “seu apoio ao Solidarnosc, aos dissidentes”, diz Bernard Lecomte.

O papa polaco continuou esta lógica no início dos anos 90, tomando o partido das populações balcânicas que procuravam a emancipação do regime de Belgrado, assinala ele.

“A independência da Croácia e da Eslovénia foi reconhecida muito rapidamente pela Santa Sé, mesmo antes dos países da Comunidade Europeia”, recorda o biógrafo do papa polaco. “Estas eram duas nações católicas pelas quais João Paulo II tinha um carinho especial, como ele tinha por todas as comunidades católicas do Oriente”.

Este apoio papal explícito e rápido seria criticado durante as lutas fratricidas que iriam dilacerar os países da ex-Jugoslávia. Mas a defesa de uma população oprimida, inclusive através da resistência armada, era legítima aos olhos de João Paulo II. “Quando somos atacados por tanques, respondemos com mísseis anti-tanque. Cada situação tem a sua resposta específica”, sublinhou Bernard Lecomte.

No seu discurso de 2004 na Normandia, o Cardeal Ratzinger, representante de João Paulo II para as comemorações de 6 de Junho, salientou que os desembarques Aliados eram uma necessidade moral e mostraram “o carácter insustentável do pacifismo absoluto”.

“O desembarque na Normandia não podia ser realizado com scooters, isso é claro!” observa Bernard Lecomte, notando a plena convergência entre o papa polaco e o seu sucessor alemão, eleito 60 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial.

Sucessos e fracassos aparentes de uma diplomacia de longo prazo

Em termos de esforços diplomáticos, o início do pontificado de João Paulo II foi marcado pela sua bem sucedida mediação no conflito sobre o Canal Beagle, uma zona fronteiriça disputada na ponta sul da América Latina. “Ele não queria deixar duas nações católicas, Argentina e Chile, entrar em guerra uma contra a outra”, recorda Bernard Lecomte, sublinhando a eficácia da mediação levada a cabo pelos núncios enviados pelo Papa, que conduziu a um tratado de paz no início dos anos 80.

O fim do pontificado foi mais amargo, pois a imensa influência internacional de João Paulo II não o impediu de experimentar desilusões. O Papa experimentou um “fracasso total” durante a ofensiva americana de 2003 no Iraque, segundo o seu biógrafo. Ele “investiu muito” ao enviar o Cardeal Pio Laghi a George W. Bush e o Cardeal Roger Etchegaray a Saddam Hussein, e “foi tudo em vão”. O repórter sublinha: “Só porque a diplomacia do Vaticano se investe numa questão, não significa que tenha êxito”.

No entanto, esta atitude de João Paulo II deu frutos a longo prazo, na percepção que a população iraquiana tem da figura do Papa. Bernard Lecomte reconhece que é “bastante provável” que o sucesso da visita do Papa Francisco ao Iraque em 2021 tenha estado ligado à atenção constante da Santa Sé à população iraquiana, mesmo quando o país era um pária na cena internacional.

Apesar dos aparentes fracassos face a acontecimentos traumáticos e violentos, a perseverança da diplomacia papal e a atenção fiel dos papas às populações martirizadas pela guerra pode, portanto, ser também uma ferramenta valiosa para moldar a paz a longo prazo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Frases de São Cirilo de Jerusalém, Bispo e Doutor da Igreja

S. Cirilo de Jerusalém | Guadium Press
A Igreja Católica celebra no dia de hoje, 18 de março, a memória litúrgica de São Cirilo de Jerusalém, Bispo e Doutor da Igreja.

Redação (18/03/2022 09:21, Gaudium Press) São Cirilo nasceu no ano 315, em uma família cristã. Desde a infância, foi doutrinado segundo as Sagradas Escrituras, sendo ordenado sacerdote no ano 345. Três anos depois foi consagrado Bispo de Jerusalém, permanecendo no cargo durante aproximadamente trinta e cinco anos, dos quais dezesseis foram passados no exílio, em três ocasiões diferentes.

S. Cirilo de Jerusalém | Guadium Press

Os três exílios de São Cirilo de Jerusalém

A primeira porque foi acusado de heresia pelo Bispo Acácio. A segunda por ordem do imperador Constâncio que acreditava que Cirilo era simpatizante dos hereges. Os Santos Bispos Atanásio e Hilário, ambos Padres da Igreja, defenderam São Cirilo. O período mais longo de exílio foi o terceiro, no qual o herege imperador Valente, mandou de volta para o exílio todos os Bispos anistiados. Durante onze anos, São Cirilo peregrinou por várias cidades da Ásia, até a morte do soberano.

São Cirilo de Jerusalém: Doutor da Igreja

O Papa Leão XIII concedeu à São Cirilo o título de Doutor da Igreja, graças às 24 catequeses que escreveu para os catecúmenos da sua Diocese. Das primeiras 19, treze são dedicadas à exposição geral da doutrina e cinco, ditas mistagógicas, referem-se ao comentário dos ritos dos sacramentos de iniciação.

S. Cirilo de Jerusalém | Guadium Press

Confira algumas frases de São Cirilo de Jerusalém

01 – “Da mesma maneira que a vitória testemunha o valor do soldado na batalha, da mesma forma se manifesta a santidade de quem sofre os problemas e as tentações com paciência inquebrantável”.

02 – “Assim como dois pedaços de cera derretidos juntos se tornam um, do mesmo modo o que comunga, de tal sorte está unido a Cristo, que ele vive em Cristo e Cristo vive nele”.

03 – “A cruz vitoriosa iluminou quem estava cego pela ignorância, libertou quem estava preso pelo pecado, trouxe à toda humanidade a redenção”.

04 – “Mas aprendendo a Fé e a professando, tenhais em mente e conservai aquilo somente que vos é agora transmitido pela Igreja [Católica] e que foi estruturado fortemente nas Escrituras”.

05 – “Ao catecúmeno ele diz: “Caíste na rede da Igreja (Mt 13, 47). Deixa-te, portanto, apanhar vivo; não fujas, porque é Jesus que te prende no seu anzol, para te dar não a morte mas a ressurreição depois da morte. De fato, deves morrer e ressurgir ( Rm 6, 11.14)… Morres para o pecado, e vives para a justiça a partir de hoje”.

S. Cirilo de Jerusalém | Guadium Press

Oração a São Cirilo de Jerusalém

Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São Cirilo de Jerusalém, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Santuário Nacional: fachada com narração bíblica será entregue no sábado

Santuário Nacional - Fachada Norte

Trabalho que conta a história de José do Egito e Moisés foi realizado em mosaico por artistas de diversos países. Quatro mil metros quadrados de mosaico. O padre esloveno Marko Rupnik é o autor da obra, que apresenta 24 cenas bíblicas.

Victor Hugo Barros – Santuário Nacional

O Santuário Nacional entrega, neste sábado (19), a Fachada Norte da Basílica de Aparecida (SP). A cerimônia tem início uma missa solene, celebrada às 18h no Altar Central, seguida por um show às 19h30, no Jardim Norte do complexo religioso. A obra, inspirada no livro do Êxodo, é a primeira das quatro fachadas que serão revestidas por mosaicos que apresentam cenas da Bíblia.

“Na festa de São José, o esposo da Virgem Maria, queremos entregar aos devotos de Nossa Senhora a primeira etapa dessa grande obra. O primeiro passo já foi dado, mas outras três etapas dessa jornada ainda estão por vir”, comemora o reitor do Santuário Nacional, padre Eduardo Catalfo.

Para celebrar o momento, as cantoras Ziza Fernandes e Adriana Arydes e o cantor Diego Tiguéz vão se apresentar diante da Fachada Norte da Basílica. Eles serão acompanhados pela orquestra composta por músicos do PEMSA (Projeto de Educação Musical do Santuário de Aparecida), regidos pelo maestro Rodrigo Costa.

Santuário Nacional

O musical, que conta com duas canções compostas especialmente para a data, vai narrar a história da libertação do povo hebreu do Egito e a ação de Deus na vida dos fiéis, temas presentes no mosaico que será inaugurado durante a apresentação. A ideia é traduzir a arte presente nas paredes utilizando a músicas, coreografias e encenações.

“É hora de contemplar. Ler o Êxodo na Fachada Norte do Santuário, interpretar fatos, cores e uma arte que nos revela que Deus cuida de nós, vem ao nosso encontro, nos liberta e caminha conosco. Ele quer ser um Pai para nós e quer sejamos seu povo, numa aliança de amor”, afirma o administrador do Santuário, padre Luiz Claudio Alves de Macedo.

Tanto a celebração eucarística, como a apresentação artística terão transmissão da TV Aparecida. Os devotos também podem acompanhar a festividade pelas redes sociais do Santuário Nacional (Facebook e Youtube), pela plataforma Aparecida ao Vivo, disponível em www.a12.com/aparecidaaovivo, e pelo aplicativo Aparecida.

Santuário Nacional - Fachada Norte

Fachada Norte 

Com mais de 50 metros de altura, a Fachada Norte foi a primeira a ser edificada no Santuário Nacional, em 1955. Em 2019, iniciaram-se as obras de revestimento do local, que contaram com o envolvimento direto de 177 profissionais. Entre eles, 27 mosaicistas de diversas nacionalidades, ligados ao Centro Aletti, de Roma, na Itália.

A concepção artística é do padre Marko Ivan Rupnik, sacerdote esloveno que desde 1991 vive e trabalha no Centro de Arte Espiritual Aletti. O religioso possui mais de 200 obras em mosaico nos cinco continentes.

“Seu trabalho foi iniciado a convite do então Papa João Paulo II para a realização dos mosaicos da Capela Redemptoris Mater no Vaticano, inaugurados em 1999. Também nos importantes santuários marianos de Fátima, em Portugal, e Lourdes, na França, na Igreja de São Pio de Pietrelcina, em San Giovanni Rotondo, na Itália. No Brasil, temos os mosaicos na Catedral de Santa Maria Mãe de Deus na cidade de Castanhal, no Pará”, detalha a doutora em ciência da religião, Wilma Tommaso.

A obra de Aparecida promete ser a maior realizada pelo sacerdote e o Centro Aletti até o momento. Somente na Fachada Norte da Basílica foram aplicados quatro mil metros quadrados de mosaicos.

As pedras que o compõem são provenientes de diversos países. Entre eles o Brasil, a França, a Grécia, e o Afeganistão, entre outros. Algumas são naturais, como o mármore e o granito, por exemplo, mas também há o Mosaico Veneziano, produzido artesanalmente.

Após a Fachada Norte, as outras três fachadas da Basílica também serão revestidas com cenas bíblicas. Atualmente, a Fachada Sul do templo está sendo preparada para receber os mosaicos, que estão sendo produzidos em Roma pelos artistas do Centro Aletti.

O revestimento é realizado por meio de doações feitas por membros da Família dos Devotos. A iniciativa reúne pessoas do Brasil e do exterior que auxiliam nas obras de acolhimento, construção e evangelização do Santuário Nacional de Aparecida.

Imprensa

Os profissionais de comunicação que desejam realizar a cobertura da missa e do evento de entrega da Fachada devem solicitar credenciamento junto à Assessoria de Imprensa do Santuário Nacional até às 17h desta sexta-feira (18). O cadastro, obrigatório para jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas e cinegrafistas ligados a veículos de comunicação que desejam cobrir as festividades da Padroeira, deve ser realizado por meio de formulário em www.a12.com/imprensa.

No sábado, os porta-vozes do Santuário Nacional estarão disponíveis para o atendimento de entrevistas das 16h30 às 17h15. Para este momento, é preciso realizar agendamento prévio diretamente com a Sala de Imprensa da Basílica, também por meio do site de credenciamento.

Fotos: Santuário Nacional

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“Valei-nos, São José”

arqbrasilia

“Valei-nos, São José” – Paróquias em Brasília celebram seu Padroeiro

O Patrono Universal da Igreja, São José, esposo castíssimo da Virgem Maria, é celebrado solenemente no próximo dia 19 de março. Na Arquidiocese de Brasília, 5 paróquias têm São José como Padroeiro a ser celebrado nesta data (muitas outras o tem com o título de operário que é lembrado no dia 1º de maio)

Após um ano especial convocado pelo Papa Francisco para honrar e refletir sobre a figura de São José na Igreja e seu exemplo para as famílias do mundo inteiro, celebrar sua Solenidade nos lembra da importância das virtudes josefinas para o cristão, sobretudo nos tempos difíceis pelos quais o mundo tem passado.

Por isso, todos os católicos são convidados a celebrar o Patrono Universal da Igreja nas diversas paróquias da Arquidiocese de Brasília, mas sobretudo, naquelas dedicadas ao Beatíssimo Protetor da Sagrada Família.

Abaixo, confira a programação deste sábado, 19/03, das Paróquias dedicadas a São José na Arquidiocese:

Paróquia São José – Taguatinga Norte

Missa Solene 18/03 às 19h

Missas dia 19/03: 08h e 11h00

Paróquia São José Esposo de Maria – Sobradinho II

Carreata saindo às 18h do restaurante comunitário rumo a paroquia. às 19h30, missa Solene.

Paróquia São José – Setor Habitacional Lúcio Costa

Missa de posse do novo pároco, Pe. Paulinho, às 10h celebrada pelo arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar.

Solenidade de São José, às 19h celebrada por Dom Marcony.

Paróquia São José – Santa Maria

Procissão com a imagem de São José saindo do colégio da 403 rumo a matriz. A missa solene será às 10h.

Paróquia São José – Brazlândia

Missa Solene às 19h30

Paróquia São José Operário – L2 Norte

Missas: 07h, 09h, 11h, 15h e 18h.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Ucrânia. "Toda a humanidade deve ser protegida, a guerra não tem vencedores"

"A guerra não tem vencedores, todos perdem" | Vatican News

Fazendo alusão ao pedido de uma zona de exclusão aérea para a Ucrânia, feito estes dias não somente pelo governo de Kiev diante da guerra em curso no país do Leste europeu, a fonte da Igreja local - que por razões de segurança pede o anonimato - afirma que, no seu entender, "não se pode dizer que somente o céu acima da Ucrânia precisa de proteção. É toda a humanidade que precisa de proteção. Porque se a Ucrânia perder, o mundo inteiro perde, a guerra não tem vencedores, todos perdem", enfatiza.

Vatican News

"O país está devastado, milhões de refugiados estão fugindo das áreas de combates e a guerra está se aproximando cada vez mais da capital Kiev. As tropas da Federação Russa estão avançando de forma lenta, mas inexorável, e o número de combatentes mortos de ambos os lados está aumentando, muitos são pouco mais que adolescentes." Foi o que disse à Fides - agência missionária da Congregação para a Evangelização dos Povos - uma fonte da Igreja local, que por razões de segurança pede o anonimato.

A Igreja inteira está ao lado do sofrimento do povo

"Muitos sacerdotes, nas cidades sitiadas, apesar das dificuldades permanecem em seu lugar como capelães das igrejas, greco-católicos, ortodoxos (mas também judeus e muçulmanos junto com os líderes de outras comunidades religiosas)" - explica a fonte.

"A Igreja inteira está ao lado do sofrimento do povo. Os pastores estão com as ovelhas e conhecem a dor, conhecem o cheiro das ovelhas, são os bispos com o seu rebanho. O Papa no Angelus de domingo, 13 de março, fez ouvir ainda mais alto sua voz com uma mensagem de paz", ressalta.

A guerra não tem vencedores, todos perdem

"Esta não é uma guerra da televisão ou dos jornais, não é uma história da segunda guerra mundial, mas uma guerra que está ocorrendo diante de nossos olhos, que não termina há mais de duas semanas. A questão é o que podemos fazer em relação a tudo isso?"

Fazendo alusão ao pedido de uma zona de exclusão aérea para a Ucrânia, feito estes dias não somente pelo governo de Kiev diante da guerra em curso no país do Leste europeu, a fonte da Igreja local afirma que, no seu entender, "não se pode dizer que somente o céu acima da Ucrânia precisa de proteção. É toda a humanidade que precisa de proteção. Porque se a Ucrânia perder, o mundo inteiro perde, a guerra não tem vencedores, todos perdem".

(com Fides)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São José

São José | arquisp
19 de março

São José

Do esposo de Maria sabemos somente aquilo que nos dizem os evangelistas Mateus e Lucas, mas é o que basta para colocar esse incomparável "homem justo" na mais alta cátedra de santidade e de nossa devoção, logo abaixo da Mãe de Jesus.
Venerado desde os primeiros séculos no Oriente, seu culto se difundiu no Ocidente somente no século IX, mas num crescendo não igual ao de outros santos. Em 1621, Gregório XV declarou de preceito a festa litúrgica deste dia; Pio IX elegeu são José padroeiro da Igreja, e os papas sucessivos o enriqueceram de outros títulos, instituindo uma segunda comemoração no dia 1º de maio, ligada a seu modesto e nobre ofício de artesão.
O privilégio de ser pai adotivo do Messias constitui o título mais alto concedido a um homem.
O extraordinário evento da Anunciação e da divina maternidade de Maria - da qual foi advertido pelo anjo depois da sofrida decisão de repudiar a esposa - coloca são José sob uma luz de simpatia humana, em razão do papel de devoto defensos da incolumidade da Virgem Mãe, mistério prenunciado pelos profestas, mas acima da inteligência humana.
Resolvido o angustiante dilema, José não se questiona. Cumpre as prescrições da lei: dirige-se a Belém para rescenseamento, assiste Maria no parto, acolhe os pastores e os reis Magos com útil disponibilidade, conduz a salvo Maria e o Menino para subtraí-lo do sanguinário Herodes, depois volta à laboriosa quietude da casinha de Nazaré, aprtilhando alegrias e dores comuns a todos os pais de família que deviam ganhar o pão com o suor de sua fronte. Nós o revemos na ansiosa procura de Jesus, que ele conduz ao templo por ter cumprido os 12 anos de idade.
Enfim, o Evangelho se despede dele com uma imagem rica de significado, que coloca mais de um tema para nossa reflexão: Jesus, o filho de Deus, o Messias esperado, obedece a ele e a Maria, crescendo em sabedoria, idade e graça.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

sexta-feira, 18 de março de 2022

Você sabe fazer o exame de consciência?

© Luxorphoto / Shutterstock
Por Hozana

Alguns escritores nos falam que o exame de consciência pode ser dividido em três etapas.

Todos nós cristãos sabemos da grande importância do exame de consciência, não somente para quando nos preparamos para fazer uma boa confissão, mas também devemos praticar este exercício à noite antes de se fazer a oração da noite.

São João Crisóstomo dizia que se uma pessoa fizesse seu exame de consciência todos os dias no período de trinta dias, sem dúvida essa pessoa estaria no caminho da santidade. Santo Inácio de Loyola, fundador dos Jesuítas, praticamente dirigia espiritualmente seus discípulos somente com o exame de consciência e a prática dos sacramentos. 

Então vejamos como é importante praticar o exame de consciência. Alguns escritores nos falam que o exame de consciência pode ser dividido em três etapas: a primeira, identificar os nossos atos (superficial). A segunda etapa é a contrição, onde percebemos que o pecado o qual cometemos não só machuca, mas destrói. A terceira, por fim, é a etapa da resolução, do propósito de amar a Deus, cortar pela raiz os maus hábitos e os vícios arraigados no coração.

Exame de consciência: pedido, louvor e agradecimento

O exame que é praticado a noite é de grande importância porque nesse momento depositamos no Coração misericordioso de Jesus todas as nossas misérias. Tudo o que vivemos durante o dia, os bons atos e ações que praticamos. Também é o momento do louvor e do agradecimento pelo dia que está chegando ao fim. É, ainda, o momento de colocar-se em questão sobre os atos que desagradaram a Deus e ao próximo: Será que magoei alguém com atos ou palavras? Fui fiel a Deus durante esse dia? 

Assim como agradecemos pelo dia que passou, também precisamos analisar onde erramos, como está a nossa consciência? Estou indo me deitar na tranquilidade e na paz ou algo que fiz está tirando o meu sono? Depois que for realizado tudo isso podemos então fazer nossas orações rezar o ato de contrição pedindo a Deus força para não cair no mesmo erro e que a cada dia possamos crescer na fé, no amor e no caminho para a santidade.

5 passos para um bom exame de consciência

Os 5 passos para realizar o exame de consciência, recomendados por Santo Inácio de Loyola, são os seguintes:

1. Pedir luz e graça para descobrir Deus naquilo que viveu

Acalmo o meu coração para compartilhar o que vivi com um Amigo muito especial. Peço luz para conhecer os sinais e a ação de Deus neste dia. Recordo que Jesus deixou seu Espírito Santo para levar à criação a plenitude e restaurá-la segundo o plano do Criador.

2. Agradecer pelos dons recebidos

Repasso o que vivi no dia: atividades, experiências, encontros, trabalho etc. Agradeço a Deus por tudo o que vivi e penso em que momentos senti uma maior proximidade com Jesus. Posso perceber esta proximidade através do que experimentei interiormente: esperança, entrega, gratidão, serviço, liberdade etc. Estes movimentos internos vêm acompanhados de convites e, por isso, é importante reconhecê-los e agradecê-los.

3. Reconhecer as falhas (o que senti, fiz ou pensei).

Penso nos descuidos que não me permitiram obter maiores frutos no dia. Reconheço se houve alguma insensibilidade diante das necessidades que encontrei no caminho. Assumo as falhas na construção da fraternidade e da justiça com os irmãos.

4. Se houve falhas graves, fazer uma oração de perdão

Peço perdão aos que eu ofendi hoje. Dou o meu perdão aos que me machucaram. Dou a mim mesmo o perdão que Jesus me oferece.

5. Fazer um propósito para cumprir essa graça

Se houve uma falha grave, vejo a maneira de corrigi-la para o dia de amanhã. Renovo a minha amizade e meu desejo de amar e servir: “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”. Peço a bênção de Maria.

Se você deseja ser guiado(a) nesse passo a passo para a vivência de um bom exame de consciência, convido você a unir-se a mim neste retiro de 7 dias para encontrar-se consigo mesmo no qual você poderá experimentar 7 propostas de exame de consciência que lhe ajudarão a rever o seu dia. Clique aqui para se inscrever. 

Margô Teixeira, pelo Hozana

Fonte: https://pt.aleteia.org/

“CUIDADO PARA NÃO CAIR”

Foto: Divulgação

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

            A Campanha da Fraternidade usa a metodologia de escutar a realidade, fazer o discernimento dos acontecimentos e agir para promover mudanças. Os textos bíblicos da liturgia do terceiro domingo da quaresma podem ser refletidos e rezados dentro desta metodologia educativa.

            No livro do Êxodo (3,1-15) Deus diz a Moisés que viu a aflição do povo, ouviu o seu clamor e conhece os seus sofrimentos. No evangelho (Lucas 13,1-9) Jesus está diante de dois fatos trágicos oriundos de causas diferentes. O primeiro relata a ordem de Pilatos para matar galileus no templo e misturar o sangue com os sacrifícios que ofereciam. Temos aí assassinato e sacrilégio. O segundo fato relata a morte de 18 pessoas sobre as quais caiu acidentalmente uma torre. São Paulo na 1 Carta aos Coríntios ((10, 1-12) constata que a vida cristã dos Coríntios era muito aparente e superficial. Os três relatos pedem uma escuta atenta destes fatos e um discernimento a partir da Palavra de Deus e por fim um agir ou uma conversão.

            Moisés conhecia muito bem a situação do seu povo. Tentou resolver o problema sozinho recorrendo à violência. Logo percebeu que a metodologia adotada não alcançaria os objetivos, por isso foge e se esconde no deserto. Neste contexto recebe o convite de voltar, de converter-se novamente em direção do seu povo. Agora não mais em nome próprio, mas em nome do “Deus de vossos pais que me enviou a vós”. A realidade de sofrimento somente muda com decisões eficazes e a colaboração dos sofredores.

            Jesus comenta os dois fatos trágicos que lhe são apresentados. Faz um discernimento pois havia interpretações que não condiziam com a verdade. Segundo a mentalidade da época, o povo interpretava estes acontecimentos como uma punição divina dos pecados daquelas vítimas. Transmitia-se com isso uma imagem errada de Deus, como também se culpava inocentes.

            Os fatos motivam Jesus a guiar seus ouvintes à necessidade da conversão. Não a propõe em termos moralistas, mas realistas. Perante certas desgraças as certezas humanas entram em crise. Não se pode descarregar a culpa nas vítimas. Diante da precariedade da existência humana deve-se assumir uma atitude de responsabilidade. A atitude correta, segundo Jesus, é converter-se. Ninguém está isento de ser vítima de desastres. Também não se pode gastar todo tempo em procurar culpados. Faz-se necessário rever o próprio agir e assumir a própria responsabilidade no contexto.

            A fragilidade humana também se expressa na demora para promover mudanças, mesmo aquelas que são urgentes. A parábola, ao final do Evangelho, expressa a vida infrutífera “já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro”. As mudanças exigem paciência e misericórdia, além de esforço e investimento. “Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto”.

            Muito provocativo é o alerta de São Paulo na Carta aos Coríntios. “Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair”. A condição humana não deixa espaço para atitudes de arrogância. Achar que somente os outros erram e por isso posso emitir julgamentos é uma ilusão. Pois, posso estar muito bem hoje, ser justo e correto, mas isto não é garantia absoluta para o amanhã. Quando menos se espera também posso estar caindo. Como recomenda Paulo “cuidado para não cair”, vigilância e conversão diária.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF