Translate

quarta-feira, 23 de março de 2022

Uma Quaresma pela Paz (IV) - “Não ofendam mais a Deus"

"Aproveitemos esses dias para fazermos uma boa confissão" | Vatican News

Na quarta reflexão da Quaresma, Pe. Rafhael Silva Maciel afirma: "A chamada do Papa Francisco para que nos unamos a ele no Ato da Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria acontecerá dentro de uma Celebração Penitencial, com confissões individuais. Esse dado deveria nos chamar a atenção: a verdadeira devoção à Nossa Senhora leva os fiéis ao Sacramento da Reconciliação".

Vatican News

No Evangelho do 3º Domingo da Quaresma (Lc 13,1-9), por duas vezes lemos a mesma advertência da parte de Jesus: “Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo” (Lc 13,3.5). Sem muito esforço, lembramos que essa mesma mensagem nos foi transmitida bem no início da Quaresma, na Quarta de Cinzas: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Sabemos que a Quaresma é esse tempo especial que a graça de Deus nos concede todos os anos, através da Igreja, para que possamos dar passos ainda mais firmes em nosso caminho de conversão. Mas, não é só preciso saber, devemos tomar uma decisão!

A oração inicial da Missa do 3º Domingo da Quaresma, nos recordava os remédios eficazes para que possamos fazer nosso itinerário de conversão: “Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado. Acolhei esta confissão da nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa misericórdia.” (MR, III Dom. Quaresma).

Eis a sabedoria pedagógica da Igreja, que está sempre a nos recordar os meios eficazes para nossa conversão, para nossa “mudança de mentalidade”. Somos chamados pelo próprio Senhor a mudar nossa mentalidade mesquinha e egoísta, utilizando-nos do jejum para quebrar nosso orgulho e nossa luxúria; a esmola para quebrar nosso egoísmo e avareza; a oração para quebrar nossa prepotência e sede de poder.

Exatamente na estrada de “uma Quaresma pela Paz”, com grande alegria e esperança recebemos o convite do Santo Padre Francisco, para nos unirmos a ele no Ato de Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, no próximo dia 25 de março. Assim, se faz mais uma vez eco ao apelo da sempre Virgem Maria, em suas aparições na Cova da Iria, em Fátima, Portugal. As aparições de Fátima, sem dúvida, estão muito conectadas com o mistério da Revelação Divina, em Nosso Senhor Jesus Cristo. Se a Igreja nos apresenta na sua liturgia quaresmal um apelo constante à conversão, os pedidos de Nossa Senhora em Fátima não fazem outra coisa a não ser corroborar o chamado à mudança de mentalidade que Jesus Cristo veio nos fazer.

Rezem o terço, façam penitência! Era isso que Nossa Senhora pedia aos pastorzinhos, no dia 13 de julho de 1917: “continuem a rezar o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer”Primeiro pilar da conversão: a Oração. Mais especificamente, a sempre Virgem Maria pede a oração pelo fim da guerra. Ousaria dizer, que a guerra, para além daquela promovida pela violência das armas, como estamos assistindo, também pode se esconder nas guerras “fratricidas” entre aqueles que promovem a discórdia com fofocas, com falsas notícias, com ideologias horrendas que atingem os fundamentos da família e da religião, que promovem o aborto, a eutanásia, enfim.

Naquela mesma visão que os pequenos pastores tiveram em 13 de julho de 1917, a Venerável serva de Deus, Ir. Lúcia, narra que viram “o Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência”Eis os dois outros pilares da conversão: a esmola e o jejum. Em uma sociedade em que o prazer a todo custo, o poder e o dinheiro parecem falar mais alto, a mensagem evangélica das aparições de Fátima chama os fiéis à mortificação e ao sacrifício; em meio às ideologias político-econômicas do consumismo, às ideologias de gênero e do relativismo permissivo, a Mensagem de Fátima é tão atual quanto foi em 1917.

A chamada do Papa Francisco para que nos unamos a ele no Ato da Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria acontecerá dentro de uma Celebração Penitencialcom confissões individuais. Esse dado deveria nos chamar a atenção: a verdadeira devoção à Nossa Senhora leva os fiéis ao Sacramento da Reconciliação, nos leva diante do tribunal da misericórdia e nos interpela a mudarmos nossa mentalidade, tantas vezes afetada pelas insídias de Satanás. Ao nos aproximarmos do confessionário pedimos o perdão a Jesus, que “não é fruto dos nossos esforços, mas uma dádiva, um dom do Espírito Santo, que nos enche da água da misericórdia e de graça que brota incessantemente do Coração aberto de Cristo Crucificado e Ressuscitado” (Francisco, Audiência 19.02.2014). Aproveitemos, então, esses dias para fazermos uma boa confissão e, mais uma vez, oferecer nossas penitências pelo fim da guerra, por intercessão do Imaculado Coração de Maria.

Roma, 23 de março de 2022

Pe. Rafhael Silva Maciel

Missionário da Misericórdia

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Turíbio de Mongrovejo

S. Turíbio de Mongrovejo | arquisp
23 de março

São Turíbio de Mongrovejo

Turíbio Alfonso de Mongrovejo nasceu na cidade de Majorca de Campos, Leon, na Espanha, em 1538, no seio de uma família nobre e rica. Estudou em Valadolid, Salamanca e Santiago de Compostela, licenciado em direito e foi membro da Inquisição. Sua vida era pautada pela honestidade e lisura, mas, jamais poderia suspeitar que Deus o chamaria para um grande ministério. Quando então foi nomeado Arcebispo para a América espanhola, pelo Papa Gregório XIII, atendendo um pedido do rei Felipe II, da Espanha, que tinha muita estima por Turíbio.

O mais curioso é que ele teve de receber uma a uma todas as ordens de uma só vez até finalizar com a do sacerdócio, para em 1580, ser consagrado Arcebispo da Cidade dos Reis, chamada depois Lima, atual capital do Peru, aos quarenta anos de idade. Isso ocorreu porque apesar de ser tonsurado, isto é, ter o cabelo cortado como os padres, ainda não pertencia ao clero. E, foi assim que surgiu um dos maiores apóstolos da Igreja, muitas vezes comparado a Santo Ambrósio.

Chegando à América espanhola em 1581, ficou espantado com a miséria espiritual e material em que viviam os índios. Aprendeu sua língua e passou a defendê-los contra os colonizadores, que os exploravam e maltratavam. Era venerado pelos fiéis e considerado um defensor enérgico da justiça, diante dos opressores.

Apoiado pela população, organizou as comunidades de sua diocese e depois reuniu assembléias e sínodos, convocando todos os habitantes para a evangelização. Sob sua direção, foram realizados dez concílios diocesanos e os três provinciais que formaram a estrutura legal da Igreja da América espanhola até o século XX. Inclusive, o Sínodo Provincial de Lima, em 1582, foi comparado ao célebre Concílio de Trento. Conta-se que neste sínodo, com fina ironia, Turíbio desafiou os espanhóis, que se consideravam tão inteligentes, a aprenderem uma nova língua, a dos índios.

Quando enviou um relatório ao rei Felipe II, em 1594, dava conta de que havia percorrido quinze mil quilômetros e administrado o sacramento da crisma a sessenta mil fiéis. Aliás, teve o privilégio e a graça de crismar três peruanos, que depois se tornaram santos da Igreja: Rosa de Lima, Francisco Solano e Martinho de Porres.

Turíbio fundou o primeiro seminário das Américas e pouco antes de morrer doou suas roupas, inclusive as do próprio corpo, aos pobres e aos que o serviram, gesto, que revelou o conteúdo de toda sua vida. Faleceu no dia 23 de março de 1606, na pequena cidade de Sanã, Peru. Foi canonizado em 1726, pelo Papa Bento XIII, que declarou São Turíbio de Mongrovejo "apóstolo e padroeiro do Peru", para ser celebrado no dia do seu trânsito.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

terça-feira, 22 de março de 2022

Dom Paulo Cezar celebra a consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria

arqbrasilia

Dom Paulo Cezar celebra a consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, na Catedral de Brasília na próxima sexta-feira (25).

Na próxima sexta-feira, 25 de março, às 13h, na Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida, Dom Paulo Cezar, Arcebispo de Brasília, celebrará a Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria. O Momento de oração acontecerá em comunhão com toda a Igreja, atendendo a convocação feita pelo Papa Francisco que, na tarde do dia 25, presidirá o rito de consagração dos dois países ao Imaculado Coração de Maria, em Roma.

A oração que marcará o rito do próximo dia 25, foi enviada pelo Santo Padre para os bispos do mundo inteiro. Assim, todos os fiéis da Arquidiocese de Brasília são convidados a se fazerem presentes, na Catedral de Brasília, neste momento especial de oração que inspira a paz e esperança em tempos de guerra.

Transmissão pela rádio e mídias sociais

A transmissão da consagração será feita pelo canal do YouTube da Arquidiocese de Brasília e pela Rádio Arquidiocesana Nova Aliança 710 AM e 103,3 FM.

Clique aqui para definir lembrete no YouTube

Vínculo com as aparições de Nossa Senhora de Fátima

Na aparição de 13 de julho de 1917, em Fátima, Nossa Senhora havia pedido a consagração da Rússia a seu Imaculado Coração que, se este pedido não fosse atendido, a Rússia espalharia “seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja”. Após as aparições de Fátima houve vários atos de consagração ao Imaculado Coração de Maria: Pio XII consagrou o mundo inteiro em 31 de outubro de 1942 e em 7 de julho de 1952 consagrou os povos da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, com a Carta Apostólica Sacro vergente anno. Paulo VI, em 21 de novembro de 1964 e João Paulo II em 7 de junho de 1981, 13 de maior de 1982. Em memória do Fiat pronunciado por Maria no momento da Anunciação, em 25 de março de 1984, na Praça São Pedro, em união espiritual com todos os bispos do mundo, previamente “convocados”, João Paulo II confiou todos os povos ao Imaculado Coração de Maria.

Em junho de 2000, quando a Santa Sé revelou a terceira parte do segredo de Fátima, o então secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, arcebispo Tarcisio Bertone, destacou que a Irmã Lúcia, numa carta de 1989, havia pessoalmente confirmado que o ato de consagração realizado por João Paulo II em 1984 correspondia ao que Nossa Senhora havia pedido. (Com informações Vatican News)

Agora, no próximo dia 25 de março de 2022, o Papa Francisco consagrará a Rússia junto a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, unindo-se a ele bispos do mundo inteiro.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Ucrânia: padres celebrarão a Missa nos abrigos antiaéreos

Krysja | Shutterstock - Sviatoslav Shevchuk: lembrou que
São Miguel Arcanjo é padroeiro de Kiev | ALETEIA
Por Francisco Vêneto

"O povo de Kiev não poderá ir à igreja porque há toque de recolher... Então a Igreja irá até eles", declarou o arcebispo-maior de Kiev.

Padres celebrarão a Santa Missa nos abrigos antiaéreos da Ucrânia, declarou neste domingo, 27 de fevereiro, o arcebispo-mor de Kiev-Halych, Sviatoslav Shevchuk, que é também o líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana, uma tradição em plena comunhão com a Igreja Católica.

Ele divulgou um vídeo no qual ressalta a importância de se continuar participando da Missa mesmo em plena guerra:

“Hoje é domingo, 27 de fevereiro de 2022. Superamos mais uma noite terrível. Mas depois da noite vem o dia, vem a manhã; depois da escuridão vem a luz. Neste domingo celebraremos o Ressuscitado presente entre nós, presente na Ucrânia. Mas o povo de Kiev não poderá ir à igreja porque há toque de recolher e todas as pessoas devem ficar em casa para não arriscar sua vida”.

O arcebispo líder dos católicos da Ucrânia continuou, apresentando uma solução:

“Então a Igreja irá até eles. Os nossos sacerdotes descerão aos porões, aos abrigos antiaéreos, e celebrarão ali a Divina Liturgia. A Igreja está com o seu povo. A Igreja de Cristo leva o Salvador Eucarístico até aqueles que estão passando por momentos críticos na sua vida, que precisam de força e esperança na Ressurreição”.

Dom Sviatoslav finalizou o vídeo com um pedido aos católicos:

“Hoje eu quero pedir a todos os que possam ir para a igreja: vão e participem da Divina Liturgia! Vão e participem da Divina Liturgia. Vão hoje para a confissão e recebam todos a Comunhão. Recebam hoje o Cristo Eucarístico em sacrifício por aqueles que não podem ir até as igrejas, para oferecer a Sagrada Comunhão pelos nossos soldados – hoje a nossa vida está nas mãos deles. Ofereçam o sacrifício eucarístico pelos feridos, pelos que estão desanimados, pelos refugiados qu estão nas estradas desta guerra tortuosa na Ucrânia”.

Em seguida, o arcebispo-mor agradece a todos os que estão lutando para defender a Ucrânia.

https://youtu.be/1nF9y2lMrIA

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Santa Léia

Santa Léia | arquisp
22 de março

Santa Léia

Pouco se conhece sobre a vida de Léia, uma rica romana que quando ficou viúva, ainda jovem, recusou um novo casamento, como era o costume da época, para se juntar à Marcela, abadessa de uma comunidade, criada em sua própria residência em Aventino, Roma. O local, depois se tornou um dos mosteiros fundados e dirigidos por Jerônimo, que se tornou santo, doutor da Igreja e bispo de Hipona, na África do Norte, e que viveu também nesse período, na cidade eterna.

Léia recusara ninguém menos que Vécio Agorio Pretestato, cônsul romano designado prefeito da Urbe, que lhe proporcionaria uma vida ainda mais luxuosa, pelo prestigio e privilégios que envolviam aquele cargo. Teria uma vila inteira como moradia e incontáveis criados para atendê-la. Entretanto, Léia preferiu viver numa cela pequena, fria e escura, com simplicidade e dedicada à oração, à caridade e à penitência.

A jovem abandonou os finos vestidos para usar uma roupa tosca de saco rude e fazia questão de realizar as tarefas mais humildes, assumindo uma atitude de escrava para as outras religiosas. Passava noites inteiras em oração e quando fazia obras beneméritas, o fazia escondido, para não chamar a atenção de ninguém e não receber nenhuma recompensa ou reconhecimento pelos seus atos. Por isso, Léia foi eleita Madre superiora, trabalho que exerceu durante o resto de seus dias com alegria, tranqüilidade e a mesma humildade.

Esses poucos dados sobre Léia estão contidos numa carta escrita pelo bispo Jerônimo, quando soube da sua morte, em 384. Curiosamente, ela morreu em Roma, no mesmo ano em que faleceu Vécio, o consul, rejeitado por ela .

Na ocasião dessas mortes, Jerônimo já havia se retirado de Roma para viver solitariamente perto de Belém, depois de ter sido caluniado. Retirou-se para um mosteiro e continuou dirigindo o que havia fundado, na residência romana. Na carta, que ele enviou à essas religiosas, fez um paralelo entre as duas mortes, mostrando que antes o riquíssimo cônsul usava as mais finas vestes púrpuras e agora estava envolto em escuridão, enquanto, Léia, antes vestida de rude roupa de saco, agora vivia na luz e na glória, por ter percorrido o caminho da santidade.

Logo foi venerada pelo povo que trazia Santa Léia, no coração e na memória. Até porque era difícil compreender, mesmo depois de passado tanto tempo, a troca que fizera do posto de primeira dama romana pela de abnegação de monja. Contudo, foi assim que Santa Léia escolheu viver, na entrega total ao Senhor ela encontrou a maneira de alcançar seu lugar ao lado de Deus na eternidade.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

segunda-feira, 21 de março de 2022

O aborto e os dramas de consciência

Rattiya Thongdumhyu | Shutterstock
Por Vanderlei de Lima

Objeção de consciência é abster-se de participar ativamente de atos objetivamente imorais, impostos pela lei positiva ou pela autoridade civil.

De início, digamos que o aborto é o crime mais covarde da história, pois trucida um bebê inocente e indefeso no ventre materno. Eis um tipo de homicídio amparado pela lei humana positiva, porém nunca pela Lei Divina não só inscrita no coração de cada ser humano, mas também proclamada pelo próprio Deus no Monte Sinai (cf. Ex 20,2-17). 

Fecundação: marco do início da vida

E por que é homicídio? – Porque há vida desde a concepção. Jérôme Lejeune, renomado geneticista francês, assegura: “A vida começa na fecundação. Quando os 23 cromossomos masculinos transportados pelo espermatozoide se encontram com os 23 cromossomos da mulher [no óvulo], todos os dados genéticos que definem o novo ser humano já estão presentes. A fecundação é o marco do início da vida. Daí para a frente qualquer método artificial para destrui-la é um assassinato” (Pergunte e Responderemos n. 485, novembro de 2002, p. 462-468). Mais: “Desde a penetração do espermatozoide se encontra realizado o novo ser. Não um homem teórico, mas já aquele que mais tarde chamarão de Pedro, de Paulo ou de Madalena […]. Se o ser humano não começa por ocasião da fecundação, jamais começará. Pois de onde lhe viria uma nova informação? O bebê de proveta o demonstra aos ignorantes” (Dom Estêvão Bettencourt, OSB. Problemas de Fé e Moral. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 2007, p. 176).

Esta comprovação científica dos nossos dias alicerça ainda mais a firme posição tradicional da Igreja a condenar o homicídio no ventre materno. Fiel ao 5º mandamento da Lei de Deus a prescrever o “Não matarás” (Ex 20,13), os cristãos do século I já diziam: “Não matarás criança por aborto nem criança já nascida” (Didaché 2,2). Ainda: o pecado do aborto foi inserido entre aqueles que, por derramar sangue inocente, brada ao céu por vingança divina (cf. Gn 4,10). Sim, Deus mesmo toma a defesa do bebê assassinado! O afamado biblista Luís Alonso Schökel, ao comentar a passagem bíblica em questão, diz: “Quando se comete um crime, a vítima ou seu defensor clamam, pedindo justiça; morta a vítima e na falta de defensor humano, o sangue derramado ‘clama ao céu’ pedindo justiça (Jó 16,18; Hb 12,24)” (Bíblia do Peregrino. 3ª ed. São Paulo: Paulus, 2017). 

Excomunhão latae sententiae

Relembremos ainda que o aborto é punido com a excomunhão latae sententiae (automática), conforme o Código de Direito Canônico vigente, cânon 1398: “Quem provoca o aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae”. Estão excomungados também todos os que, com ciência e consciência, ajudaram na realização do aborto. De modo material, a excomunhão atinge os médicos, enfermeiros, parteiras etc., pois colaboram diretamente no assassinato de um ser humano. De modo moral eficaz, a excomunhão atinge o marido, o namorado, o amante, o pai, a mãe etc. que ameaçam ou estimulam e ajudam a mulher a submeter-se ao aborto. A mãe também está excomungada, mas nem sempre, pois ela pode estar inserida nas atenuantes propostas pelo cânon 1324 que prevê a não excomunhão da mulher que aborta quando: a) esta tem apenas posse parcial da razão; b) está sob forte ímpeto de paixão que não foi por ela mesma fomentada voluntariamente e c) se está sob coação por medo grave.

Objeção de consciência

Que devem fazer os médicos ante uma lei homicida dessas? – Não devem se tornar assassinos, mas, sim, exercer o direito humano fundamental à objeção de consciência. Esta é entendida como qualquer tipo de resistência à autoridade pública por motivos íntimos, ou seja, se dá quando o cidadão julga, de modo bem fundamentado, que as determinações da autoridade são injustas e, por isso, não merecem obediência, mas oposição. Objeção de consciência é, portanto, abster-se de participar ativamente de atos objetivamente imorais, impostos pela lei positiva ou pela autoridade civil. O recurso à objeção de consciência assegura que ninguém pode ser, legalmente, obrigado a fazer algo contra a consciência, especialmente ferindo seus valores morais e espirituais.

Que tenhamos a graça divina de sempre obedecer a Deus antes que aos homens (cf. At 5,29).

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa ao Fórum da Água: o mundo tem sede de paz

Água Potável | Vatican News

Aos participantes reunidos no Senegal, Francisco envia uma mensagem assinada pelo cardeal Parolin reiterando o direito à água potável e ao saneamento básico, como primário, universal e básico para a construção da fraternidade. O convite é para fortalecer a cooperação entre os Estados para a gestão sustentável de um "bem indivisível".

Antonella Palermo – Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do 9º Fórum Mundial da Água sobre o tema da Segurança da Água para a Paz e o Desenvolvimento – que se realiza em Dacar, Senegal, de 21 a 26 de março - assinada pelo cardeal Secretário de Estado do Vaticano Pietro Parolin e lida pelo cardeal Michael Czerny, prefeito interino do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral.

Fazer da água um verdadeiro símbolo de diálogo

O Papa disse que estava acompanhando os trabalhos deste encontro internacional com suas orações para que "possa ser uma oportunidade de trabalhar juntos para a realização do direito à água potável e ao saneamento básico para cada ser humano, e assim contribuir para fazer da água um verdadeiro símbolo de partilha, de diálogo construtivo e responsável em favor de uma paz duradoura".

A água é um bem precioso para a paz

Partindo do pressuposto de que "nosso mundo tem sede de paz", que é um "bem indivisível", o convite é para que todo esforço seja feito para construí-la, através da constante contribuição de todos. Para isso é necessário satisfazer as necessidades essenciais e vitais de cada ser humano. O Papa lembrou que a segurança da água hoje é ameaçada pela poluição, conflitos, mudanças climáticas e abuso dos recursos naturais. "A água não pode ser considerada simplesmente como um bem privado", disse, "que gera lucros mercantis e está sujeito às leis do mercado".

O acesso à água e ao saneamento básico é um direito primário

O dado que deveria sacudir as consciências e levar à ação concreta dos líderes internacionais diz respeito à situação de mais de dois bilhões de pessoas sem acesso a água potável e/ou ao saneamento básico. Francisco chamou a atenção para as consequências, em particular, para os pacientes em centros de saúde, mulheres em trabalho de parto, prisioneiros, refugiados e pessoas deslocadas. Citando a Laudato si', a mensagem reiterou que o acesso é um "direito humano primário, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas"; também vincula estreitamente este direito ao "direito à vida, que está enraizado na dignidade inalienável da pessoa humana".

Apelo a servir o bem comum com dignidade

O texto destacou a "grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável". Sob a lente do Papa estão a poluição que ameaça a segurança, as armas que tornaram a água inutilizável, ou a secaram por causa da má gestão das florestas. Daí o apelo a todos os líderes políticos e econômicos, às diversas administrações, aos diretores de pesquisa, do financiamento, da educação e da exploração dos recursos naturais, para "servir o bem comum com dignidade, determinação, integridade e em espírito de cooperação". Fez-se referência ao Terceiro Encontro Mundial dos Movimentos populares (2016) e se pediu uma melhor gestão da água, especialmente por parte das comunidades: pode ajudar a criar maior coesão social e solidariedade, a iniciar processos e a construir relacionamentos.

Trabalhar juntos como irmãos na gestão da água

Mais uma vez o Papa enfatizou que a água é um dom de Deus e um patrimônio comum que deve ser usado universalmente. Convidou os países, por ser em grande parte um bem transfronteiriço, a trabalharem mais estreitamente juntos: "seria um grande passo avante para a paz". O pensamento voltou-se então para o rio Senegal, ao Níger, ao Nilo... regiões e situações onde a água chama para a necessidade de fraternidade. Gerir a água de forma sustentável e com instituições eficazes e solidárias", concluiu, "é também uma forma de reconhecer este dom da criação que nos foi confiado para que juntos possamos cuidar dele".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Hoje é celebrado o Dia Mundial da Síndrome de Down

Papa Francisco abraça criança com síndrome de Down /
Vatican Media.

REDAÇÃO CENTRAL, 21 mar. 22 / 12:04 pm (ACI).- Hoje é celebrado o Dia Mundial da Síndrome de Down, data promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar sobre a dignidade humana inerente das pessoas com a síndrome.

Em 2011, a ONU escolheu 21 de março (3/21 na forma usual de escrever dia e mês em inglês) como a data para o Dia Mundial da Síndrome de Down, porque a síndrome triplica o cromossomo número 21.

A comemoração também lembra "a dignidade inerente, o valor e as valiosas contribuições das pessoas com deficiência intelectual como promotoras do bem-estar e da diversidade de suas comunidades", diz a ONU.

Segundo a ONU, a incidência estimada da síndrome de Down no mundo é de 1 em 1 mil recém-nascidos. Segundo os dados da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, estima-se que no Brasil a incidência é de 1 em cada 700 nascimentos.

Em alguns países como o Reino Unido, se a trissomia é detectada ou suspeita-se de que o bebê nascerá com a Síndrome de Down, a mãe pode fazer um aborto legalmente.

Segundo um estudo publicado em 2020 pelo European Journal of Human Genetics, entre 2011 e 2015, o número de bebês nascidos na Europa com síndrome de Down diminuiu pela metade.

ONU disse que em 2020, o mundo teve que se adaptar a "uma forma diferente de se relacionar uns com os outros" e embora isso "foi um grande desafio [...] foi também uma oportunidade de encontrar novas formas de se conectar".

Em 2021, a ONU incentivou “melhorar as conexões para garantir que todas as pessoas com síndrome de Down possam se conectar e participar em igualdade de condições com as outras”.

Este ano, a data pretende ser "uma oportunidade única para que a comunidade global de síndrome de Down compartilhe ideias, experiências e conhecimentos; para que se fortaleça na hora de advogar e reivindicar" seus direitos; e consiga que sua mensagem "chegue aos principais interessados ​​e traga mudanças positivas”, disse.

Em 2021, por ocasião desta data, o papa Francisco lembrou que cada criança “é um dom que muda a história de uma família” e “que tem necessidade de ser acolhida, amada e cuidada. Sempre!”.

A síndrome foi descoberta pelo pesquisador John Langdon Down em 1866, embora ele não tenha descoberto as causas.

Em 1958, o pesquisador católico Jerome Lejeune descobriu que se tratava de uma alteração cromossômica: a trissomia do par de cromossomos 21, e publicou sua descoberta na revista Nature em 1959.

A principal consequência da Síndrome de Down é a incapacidade cognitiva, embora tenha sido demonstrado que a estimulação precoce pode ajudar muito a que esta seja reduzida.

Lejeune foi indicado ao Prêmio Nobel, mas sua candidatura não foi adiante devido à sua convicção contra o aborto de crianças com essa alteração genética.

Este cientista francês foi nomeado pelo papa são João Paulo II como membro da Pontifícia Academia para a Vida no Vaticano. 

Jérôme Lejeune nasceu em 13 de junho de 1926 na França e morreu em 1994. Após sua descoberta, ficou muito desapontado ao perceber que os governos estavam usando a detecção da Síndrome de Down para abortar essas crianças, e não para contribuir com o tratamento dessa deficiência.

Por isso, dedicou sua vida à defesa dessas crianças e se opôs à lei do aborto na França, embora isso lhe custasse a rejeição da comunidade científica e ele deixasse de receber doações para suas pesquisas.

Atualmente, está em processo de beatificação. O papa Francisco autorizou em 21 de janeiro de 2021 a promulgação do decreto da Congregação para as Causas dos Santos que reconhece suas virtudes heroicas, um passo anterior para seu reconhecimento como beato.

A Fundação Jérôme Lejeune dedica-se à pesquisa, formação, cuidado e conscientização da síndrome de Down. Em 2019, por ocasião do Dia Mundial da Síndrome de Down, a fundação publicou um vídeo em que relembra que “um diagnóstico não pode ser uma sentença de morte”.

https://youtu.be/OYsuRAGzZCY

Fonte: https://www.acidigital.com/

Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

Papa Francisco em Lesbos  (AFP or licensors)

O Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial é comemorado a cada 21 de março desde 1966, convocado pelas Nações Unidas para comemorar o massacre em Sharpeville, África do Sul. No ano passado, o Papa definiu o racismo como "um vírus que, em vez de desaparecer, se esconde".

Andrea De Angelis – Vatican News

Às vezes o racismo também é feito de silêncios. Olhares eloquentes que não podem esconder um julgamento discriminatório. As palavras então reforçam conceitos que são os mais baixos que a raça humana pode expressar. Todos os anos, no dia 21 de março, celebramos o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. Em uma época de pandemia e com mais de uma guerra em curso - Ucrânia, mas também Etiópia, Síria e Iêmen - este dia ganha um significado especial.

O que aconteceu 62 anos atrás

O dia é comemorado todos os anos nesta data para lembrar o que ocorreu em 21 de março de 1960 na África do Sul. No auge do apartheid, a polícia abriu fogo sobre um grupo de manifestantes negros, matando 69 e ferindo cerca de três vezes esse número. Foi um episódio dramático, lembrado de forma indelével na história como o Massacre de Sharpeville. Ao proclamar este Dia Internacional em 1966, a Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua Resolução 2142, enfatizou a necessidade de um maior compromisso para a eliminação de todas as formas de discriminação racial. Uma missão que certamente não terminou.

Lembrando Desmond Tutu

O Dia se comemora menos de três meses após a morte do arcebispo anglicano Desmond Tutu, que morreu em 26 de dezembro com a idade de 90 anos. Um símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul, ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1984. O Comitê do prêmio mais famoso do mundo citou seu "papel como uma figura unificadora na campanha para resolver o problema do apartheid na África do Sul". Dois anos mais tarde, ele se tornou a primeira pessoa de pele negra a liderar a Igreja Anglicana na África do Sul: foi em 7 de setembro de 1986. O Arcebispo foi um homem de paz, um servo de Cristo e também inspirado pelo conceito africano de ubuntu, que indica uma visão da sociedade na qual cada pessoa é chamada a desempenhar um papel importante, com uma preocupação natural pelos outros e, consequentemente, pela promoção e manutenção da paz.

As palavras do Papa Francisco

"O racismo é um vírus que se transforma facilmente e, em vez de desaparecer, se esconde, mas está sempre à espreita. As manifestações de racismo renovam em nós a vergonha, demonstrando que o progresso da sociedade não está assegurado de uma vez por todas". Isto é o que o Papa Francisco escreveu exatamente um ano atrás em seu perfil no twitter, neste dia. Não ao racismo, sim ao acolhimento dos migrantes. Não aos nacionalismos, sim aos valores europeus e à paz. Estes foram os conteúdos da mensagem de Francisco em sua audiência com os participantes da Assembleia Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, em maio de 2019. A Igreja", disse o Papa, "observa com preocupação o ressurgimento, em todas as partes do mundo, de correntes agressivas contra os estrangeiros, especialmente os imigrantes, bem como aquele nacionalismo crescente que negligencia o bem comum". Desta forma", acrescentou, "há o risco de comprometer as formas de cooperação estabelecidas, prejudicando os objetivos das organizações internacionais e impedindo a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável" estabelecidos pela ONU. E novamente, em seu discurso aos participantes da conferência Xenofobia, Racismo e Nacionalismo Populista no Contexto da Migração Global, em setembro de 2018, o Papa declarou:

“Vivemos em tempos em que sentimentos que pareciam ultrapassados para muitos parecem estar revivendo e se espalhando. Sentimentos de suspeita, medo, desprezo e até mesmo ódio para com indivíduos ou grupos considerados diferentes por causa de sua afiliação étnica, nacional ou religiosa e, como tal, considerados não dignos o suficiente para participar plenamente da vida da sociedade. Com muita frequência, esses sentimentos inspiram atos de intolerância, discriminação ou exclusão que minam seriamente a dignidade das pessoas envolvidas e seus direitos fundamentais, incluindo seu direito à vida e à integridade física e moral. Infelizmente, acontece também que o mundo da política cede à tentação de explorar os medos ou as dificuldades objetivas de certos grupos e de usar promessas ilusórias para interesses eleitorais míopes. A gravidade destes fenômenos não pode nos deixar indiferentes. Todos somos chamados, em nossas respectivas funções, a cultivar e promover o respeito à dignidade intrínseca de cada pessoa humana, começando pela família - o lugar onde aprendemos desde muito jovens os valores de partilha, aceitação, fraternidade e solidariedade - mas também nos diversos contextos sociais em que atuamos”.

Absolutamente intolerável

Em junho passado, falando no debate urgente convocado hoje nas Nações Unidas em Genebra como parte da 43ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, sobre o tema das "atuais violações dos direitos humanos de inspiração racial, racismo sistêmico, brutalidade policial e violência contra protestos pacíficos", o Observador Permanente da Santa Sé, Arcebispo Ivan Jurkovič, exortou todos os Estados a "reconhecer, defender e promover os direitos humanos fundamentais de cada pessoa", definindo a discriminação racial como "absolutamente intolerável".  De fato, "todos os membros da família humana, criados à imagem e semelhança de Deus", observou ele, são "iguais em sua dignidade intrínseca, independentemente de raça, nação, gênero, origem, cultura ou religião". Citando as palavras do Papa Francisco, dom Jurkovič lembrou que "não é possível tolerar ou fechar os olhos a qualquer tipo de racismo ou forma de exclusão social e, ao mesmo tempo, afirmar defender a sacralidade da vida humana".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Nicolau de Flue

S. Nicolau de Flue | arquisp
21 de março

São Nicolau de Flue

Bruder Klaus nasceu no dia 21 de março de 1417, na Suíça. Oriundo de família pobre, ainda jovem queria ser monge ou eremita. Nesta época não pôde realizar o sonho porque tinha que ajudar os pais nos trabalhos do campo. Mais tarde também não o conseguiu, pois se casou. Felizmente a escolhida era uma moça muito virtuosa e religiosa, chamada Dorotéia, com a qual teve dez filhos. Vários deles se tornaram sacerdotes, e um dos netos, Conrado Scheuber, morreu com o conceito de santidade.

Ainda neste período Klaus não pôde se dedicar totalmente às orações e meditações como queria. Os escritos da época narram que, devido ao seu reconhecido senso de justiça, retidão de consciência e integridade moral, foi convocado a assumir vários cargos públicos, como, juiz, conselheiro e deputado.

Finalmente, aos cinqüenta anos de idade conseguiu a concordância da família e abandonou tudo. Adotou o nome de Nicolau e foi viver numa cabana que ele mesmo construiu, não muito longe de sua casa, mas num local ermo e totalmente abandonado. Tinha por travesseiro uma pedra e como cama uma tábua dura. Naquele local viveu por dezenove anos e há um fato desse período que impressionou no passado e impressiona até hoje. Há provas oficiais de que ele, durante todos esses anos, alimentou-se exclusivamente da Sagrada Comunhão. Entretanto, não conseguia se manter na solidão. Amável e receptivo, não fugia de quem o procurasse. E a pátria precisou dele várias vezes.

Pacificador e inimigo das batalhas, conhecido por seus atos e pela condição de eremita, foi chamado a mediar situações explosivas como a ameaça de guerra contra os austríacos e a eclosão iminente de uma guerra civil. Mas, quando não houve jeito de alcançar a paz no diálogo, ele também não fugiu de assumir seu lugar nos campos de batalha, como soldado e mesmo oficial. Entretanto, seu trabalho na reconciliação entre as partes envolvidas nestas questões de guerra repercutiu muito na população. Nicolau passou a ser venerado pelo povo, que logo o chamou de "Pai da Pátria".

Porém, à qualquer chance que tinha voltava para sua cabana, até ser solicitado novamente. Foi conselheiro espiritual e moral de muita gente, tanto pessoas simples como ocupantes de cargos elevados. Era muito respeitado por católicos e protestantes. Há quase um consenso em seu país de que a Suíça é hoje um país neutro e pacífico, que dificilmente se envolve em guerras ou conflitos internacionais, graças à influência do "Irmão Klaus", como era, e ainda é, carinhosamente chamado por todos os suíços.

Ele morreu no dia 21 de março de 1487, exatos setenta anos do seu nascimento. O corpo de Nicolau está sepultado na Igreja de Sachslen. Beatificado em 1669, foi canonizado pelo Papa Pio XII em 1947. A memória de São Nicolau de Flue é venerada pela Igreja, no dia 21 de março e como herói da pátria, no dia 25 de setembro. Ele é o Santo mais popular da Suíça.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF