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quinta-feira, 24 de março de 2022

Papa aos Maristas: educação espiritual é a base do crescimento integral

O Papa com os participantes da Conferência Geral dos Irmãos Maristas

“A educação espiritual é a base para o crescimento integral. Jesus Cristo é o Mestre de vida e de verdade, o caminho a ser seguido para se tornar homens e mulheres em sua plenitude, e o Espírito Santo é o Mestre interior que forma Cristo em nós”. Palavras do Papa Francisco no encontro com os Irmãos Maristas por ocasião da Conferência Geral da Ordem nesta quinta-feira (24) no Vaticano.

Jane Nogara - Vatican News

Na manhã desta quinta-feira (24) o Papa Francisco recebeu os Irmãos Maristas que participam da Conferência Geral da Ordem, na ocasião recordou aos presentes que nestes momentos de reflexões e verificações todos devem se recordar de sempre olhar em frente “com as indicações dos Capítulos”. Referindo-se a tais indicações o Papa salientou algumas delas tendo como base, “a Palavra de Deus”. “É fácil de dizer, mas não é fácil fazer! – continuou Francisco - Especialmente quando a Palavra nos pede para ‘olhar além’, ‘olhar para o além’, como diz o título de sua Conferência”. E completa: “Além da mentalidade mundana, além de interesses míopes, além de uma perspectiva parcial, a fim de abrir-se para o horizonte de uma fraternidade universal”.

Família dos Irmãos Maristas

Descrevendo os Irmãos Maristas como uma família multicultura e multiétnica, Francisco exortou os presentes a “superar fronteiras, não tanto geográficas, mas de mentalidade. Isso não significa abandonar suas próprias raízes, absolutamente não!”.

Afirmando em seguida:

“Não há contradição entre a fidelidade às próprias raízes e a abertura universal. Pelo contrário, segundo o modelo de Cristo Senhor, é precisamente permanecendo fiéis até o fim ao pacto de amor com o povo a nós confiado, que nosso serviço se torna fecundo para todos, através do poder da graça de Deus”

Marcelino Champagnat

“Para os Irmãos Maristas – continuou - isto significa permanecer fiéis ao serviço de educação e de evangelização dos jovens, de acordo com o carisma de São Marcelino Champagnat. Ele sabia como ‘olhar além’, e como ensinar os jovens a ‘olhar além’, a abrir-se a Deus, aos horizontes do amor segundo o Evangelho”. Francisco recordou também que os ensinamentos de Champagnat eram guiados pelo exemplo da Virgem Maria, a “boa Mãe”, a mulher simples que olhava “além”, para o “horizonte do Reino de Deus” e isso transparece no Magnificat. E o Papa sugeriu:

“O que poderia ser mais belo, mais eficaz do que o Magnificat para educar uma jovem ou um jovem a se abrir a Deus e a seu plano de amor? O Magnificat contém uma visão da vida e da história; é uma escola de fé e de oração, que liberta do fechamento de si mesmo e de todo espiritualismo, e mostra a alegria de crer, esperar e amar de acordo com o Evangelho de Cristo”

Educação Integral

Em seguida o Papa falou sobre a educação e ensinamentos dos maristas, que deve ser conjugado com a realidade que muda, sugerindo ainda: “Os jovens estão demonstrando sensibilidade e interesse pela ecologia. Aqui existe um grande campo para a educação, porque infelizmente a mentalidade mundana - permitam-me o trocadilho - também polui a ecologia, a reduz, torna-a ideológica e superficial. Em vez disso – advertiu - o horizonte de Deus é o de uma ecologia integral, que mantém sempre unidas as dimensões ambiental e social, o grito da Terra e o grito dos pobres....

Recordando em seguida aos Irmãos Maristas que as crianças e jovens estão “predispostos a se tornarem guardiões da criação, mas precisam aprender que isto não é apenas um slogan, não apenas uma denúncia, mas um modo de vida, exigindo paciência, fortaleza, temperança, justiça. Em resumo, não se nasce um guardião da criação, mas se torna um através de um caminho educacional”.

Por fim, Francisco disse aos presentes que o exemplo da ecologia “pode ser aplicado a outros campos, tais como o compromisso social e político, como o campo da comunicação, ou mesmo antes do campo do estudo e do trabalho, visto sob a perspectiva da promoção integral da pessoa".

“Mas acima de tudo, cabe a vocês como religiosos, a educação espiritual, que é a base para o crescimento integral. Jesus Cristo é o Mestre de vida e de verdade, o caminho a ser seguido para se tornar homens e mulheres em sua plenitude, e o Espírito Santo é o Mestre interior que forma Cristo em nós”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Os sacramentos no Catecismo da Igreja

Crédito: Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

O Catecismo da Igreja ensina o que é essencial sobre os Sacramentos, com muita clareza e autoridade, por isso vamos transcrever aqui os parágrafos mais importantes sobre o assunto. Estude-os com dedicação. É a voz da Igreja, a Esposa de Cristo.

O que são os Sacramentos?

§1131 – Os Sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Jesus Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis sob os quais os Sacramentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. Produzem fruto naqueles que os recebem com as disposições exigidas.

§1123 – Os Sacramentos destinam-se à santificação dos homens, à edificação do Corpo de Cristo e ainda ao culto a ser prestado a Deus. Sendo sinais, destinam-se também à instrução. Não só supõem a fé, mas por palavras e coisas também a alimentam, a fortalecem e a exprimem. Por esta razão são chamados Sacramentos da fé (SC, 59).

§1127 – Celebrados dignamente na fé, os sacramentos conferem a graça que significam (Conc. Trento, DS 1605 – 1606). São eficazes porque neles age o próprio Cristo; é ele quem batiza, é ele quem atua em seus sacramentos, a fim de comunicar a graça significada pelo sacramento.

Assim como o fogo transforma nele mesmo tudo o que toca, o Espírito Santo transforma em vida divina o que é submetido ao seu poder.

Este é o sentido da afirmação da Igreja (Conc. Trento, DS 1609): os sacramentos atuam ex opere operato (literalmente: “pelo próprio fato de a ação ser realizada”), isto é, em virtude da obra salvífica de Cristo, realizada uma vez por todas. Daí segue-se que “o sacramento não é realizado pela justiça do homem que o confere ou o recebe, mas pelo poder de Deus” (S. Tomas de Aquino, S.Th. III,68,8).

§1128 – A partir do momento em que um sacramento é celebrado em conformidade com a intenção da Igreja, o poder de Cristo e de seu Espírito agem nele e por ele, independentemente da santidade pessoal do ministro. Contudo, os frutos dos sacramentos dependem também das disposições de quem o recebe.

§1128 – Nos Sacramentos de Cristo, a Igreja já recebe o penhor da herança dele, já participa da Vida Eterna, embora ainda “aguarde a bendita esperança, a manifestação da glória de nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus (Tt 2,13)”.

Os Sacramentos são necessários para a salvação

§1129 – A Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliança são necessários para a salvação (Conc. Trento, DS 1604). A “graça sacramental” é a graça do Espírito Santo dada por Cristo e peculiar a cada Sacramento. O Espírito cura e transforma os que o recebem, conformando-os com o Filho de Deus. O fruto da vida sacramental é que o Espírito de adoção deifica (2Pe 1,4) os fiéis unindo-os vitalmente ao Filho único, o Salvador.

Assistida pelo Espírito Santo, em todos os tempos (cf. Jo 16,12-13), a Igreja foi entendendo aos poucos toda a realidade dos Sacramentos.

§1117 – Graças ao Espírito Santo que a conduz à “verdade plena” (Jo 16,13), a Igreja recebeu pouco a pouco este tesouro recebido de Jesus e precisou sua “dispensação”, tal como o fez com o Cânon das Sagradas Escrituras e com a doutrina da fé, qual fiel dispensadora dos mistérios de Deus (cf. Mt 13,52; 1Cor 4,1). Assim ao longo dos séculos, a Igreja foi discernindo que entre suas celebrações litúrgicas existem sete que são, no sentido próprio da palavra, Sacramentos instituídos pelo Senhor.

Os Sacramentos são da Igreja e para a Igreja

§1118 – Os Sacramentos são “da Igreja” no duplo sentido de que “existem por meio dela” e “para ela”. São “por meio da Igreja”, pois esta é o Sacramento da ação de Cristo operando em seu seio graças a ação do Espírito Santo. E são “para a Igreja”, pois são esses “Sacramentos que fazem a Igreja” (S. Agostinho, De Civita Dei, 22,17; cf. S. Tomás de Aquino, S. Th. III, 64,2 ad3.), com efeito, manifestam e comunicam aos homens, sobretudo na Eucaristia, o mistério da comunhão do Deus amor, uno em três Pessoas.

§1119 – “Formando com Cristo-cabeça como que uma única pessoa mística” (Pio XII, Mystici Corporis), a Igreja age nos Sacramentos como “comunidade sacerdotal”, “organicamente estruturada” (LG, 11).

A vida da Igreja se realiza nos Sacramentos

Todos os sete Sacramentos foram instituídos por Jesus; e não por um Papa ou um Bispo:

§1114 – “Fiéis à doutrina das Sagradas Escrituras, às tradições apostólicas (…) e ao sentimento unânime dos Padres” (Conc. Trento, 7a. S), professamos que “os Sacramentos da nova lei foram todos instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo” (idem).

§1115 – “As palavras e as ações de Jesus durante sua vida oculta e durante seu ministério público já eram salvíficas. Antecipavam o poder de seu mistério pascal; anunciavam e preparavam o que iria dar à sua Igreja quando tudo fosse realizado. Os mistérios da vida de Cristo são os fundamentos daquilo que agora, por meio dos ministros de sua Igreja, Cristo dispensa nos Sacramentos, pois aquilo que era visível em nosso Salvador passou para seus mistérios” (S. Leão Magno, Serm. 74,2).

Cristo age na Igreja pelos Sacramentos

§1116 – Os Sacramentos são “forças que saem” do corpo de Cristo (Lc 5, 17; 6,19; 8,46) sempre vivo e vivificante; são as ações do Espírito Santo operante no corpo de Cristo, que é a Igreja; são “as obras- primas de Deus” na Nova e Eterna Aliança.

Alguns Sacramentos não podem ser repetidos

§1121 – Os Sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem imprimem na pessoa, além da graça, uma marca que não se apaga, um caráter sacramental ou “selo” pelo qual o cristão participa do sacerdócio de Cristo e faz parte da Igreja, pelo Espírito Santo, segundo estados e funções diversas. Este “selo” permanece para sempre no cristão como disposição positiva: 1- para a graça; 2 – como promessa e garantia da proteção divina; e 3 – como vocação ao culto divino e ao serviço da Igreja. Por isso estes Sacramentos nunca podem ser repetidos.

A Igreja recebeu a fé e a liturgia de Cristo através dos Apóstolos

§1124 – A fé da Igreja é anterior à fé do fiel, que é convidado a aderir a ela. Quando a Igreja celebra os Sacramentos, confessa a fé recebida dos Apóstolos. Daí o adágio antigo: lex orandi, lex credendi (“a lei da oração é a lei da fé”).

§1125 – É por isso que nenhum rito sacramental pode ser modificado ou manipulado ao arbítrio do ministro ou da comunidade. Nem mesmo a Suprema autoridade da Igreja pode alterar a Liturgia a seu arbítrio, mas somente na obediência da fé e no religioso respeito do Mistério da Liturgia.

Toda a Igreja se beneficia com os Sacramentos

§1134 – O fruto da vida sacramental é ao mesmo tempo pessoal e eclesial. Por um lado, este fruto é para cada fiel uma vida para Deus em Cristo Jesus; por outro, é para a Igreja crescimento na caridade e em sua missão de testemunho.

Os Sete Sacramentos da Igreja

§1210 – Os Sacramentos da nova lei foram instituídos por Cristo e são sete, a saber: o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, A Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimônio. Os sete sacramentos atingem todas as etapas e todos os momentos importantes da vida do cristão: dão à vida de fé do cristão origem e crescimento, cura e missão. Nisto existe certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual.

Os Sacramentos da Iniciação Cristã

§1212 – Pelos sacramentos da iniciação cristã – Batismo, Confirmação e Eucaristia – são lançados os fundamentos de toda vida cristã. A participação na natureza divina, que os homens recebem como dom mediante a graça de Cristo, apresenta certa analogia com a origem, o desenvolvimento e a sustentação da vida natural. Os fiéis, de fato, renascidos no Batismo, são fortalecidos pelo sacramento da Confirmação e, depois, nutridos com o alimento da vida eterna na Eucaristia. Assim, por efeito destes sacramentos da iniciação cristã, estão em condições de saborear cada vez os tesouros da vida divina e de progredir até alcançar a perfeição da caridade.

Fonte: https://cleofas.com.br/

Dom Paulo Cezar preside momento de oração pela paz com autoridades e fiéis em comunhão com o Papa Francisco

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

Autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário Federal e Distrital, além de várias delegações diplomáticas participarão do Momento de Oração pela paz e Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria presidido pelo Arcebispo de Brasília Dom Paulo Cezar Costa na próxima sexta-feira (25 de março) às 13 horas, na Catedral Metropolitana de Brasília.

Segundo a organização, ao receber o comunicado da Santa Sé, o Arcebispo se propôs imediatamente a realizar este momento de oração: “Desde algum tempo, nosso Arcebispo tem feito referência em suas homilias e discursos sobre a necessidade de rezar pela paz e pela concórdia. Ao visitar a Paróquia do Imaculado Coração de Maria, em Taguatinga, Dom Paulo lembrou que Nossa Senhora sempre pediu a que rezássemos pela paz. Na formação da Campanha da Fraternidade, Dom Paulo lembrou que a educação é um meio muito eficaz para pensar a concórdia e as boas relações, citando o conflito entre Rússia e Ucrânia.”

Em vídeo em que convida os fiéis da Arquidiocese a participarem deste momento, Dom Paulo lembra da necessidade urgente de que todos rezemos pela paz no mundo. “O Papa Francisco tem falado que temos vivenciado, no mundo, uma Guerra mundial fragmentada em vários conflitos. São mais de 25 conflitos que acontecem ao redor de todo o planeta e, hoje, o maior deles é o que ocorre na Ucrânia que sofre uma invasão da Rússia. Unido ao Santo Padre, queremos rezar pedindo o dom da paz.”, afirmou o Arcebispo.

https://youtu.be/YLPTLivmGwU

Todos os fiéis são convidados a unirem-se a este momento que acontecerá na Catedral de Brasília de forma presencial e, para aqueles que não puderem estar, às 13 horas começará a transmissão no canal do Youtube da Arquidiocese. Participe e reze junto pedindo a Deus o dom da paz.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Conferência episcopal dos EUA “em oração” pela decisão que pode reverter Roe x Wade

Imagem ilustrativa / Pixabay

WASHINGTON DC, 23 mar. 22 / 03:19 pm (ACI).- O arcebispo de Los Angeles, dom José Gomez, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB, na sigla em inglês), e os presidentes de vários comitês da USCCB, falaram sobre a decisão da Suprema Corte que poderia reverter a decisão Roe x Wade, que liberou o aborto nos EUA em 1973.

“Enquanto nossa nação aguarda a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em Dobbs x Jackson Women's Health Organization, nos unimos em oração e esperança de que os estados possam mais uma vez proteger mulheres e crianças da injustiça do aborto", disse o comunicado divulgado em 21 de março.

“Ao afirmar o valor de cada vida humana, acolhemos com beneplácito a possibilidade de salvar incontáveis crianças por nascer, assim como evitar que as mulheres e famílias vivam a dor do aborto”, continua a mensagem.

Em 1º de dezembro, a Suprema Corte dos EUA ouviu os argumentos orais sobre a constitucionalidade da lei do Estado do Mississipi que proíbe o aborto a partir da 15ª semana de gestação, caso conhecido como Dobbs x Jackson Women's Health Organization.

Uma decisão a favor da lei pró-vida do Mississippi pode afetar as decisões em Roe x Wade de 1973 e Planned Parenthood x Casey de 1992.

A USCCB diz “depois de quase meio século de aborto legalizado, mais de 65 milhões de crianças morreram por aborto e um número incalculável de mulheres, homens e famílias sofrem as consequências”.

"A Igreja Católica tem uma longa história de serviço aos mais vulneráveis ​​e continua sendo a maior prestadora privada de serviços sociais nos Estados Unidos", disse a organização, um "testemunho em palavras e obras da beleza e a dignidade de cada vida humana, incluindo mãe e filho”.

O comunicado afirma que a ajuda a milhões de pessoas é dada por meio de "ministérios e agências diocesanas, hospitais católicos e sistemas de saúde, clínicas de imigração, abrigos e escolas e paróquias católicas".

Também “através de comunidades religiosas, dos centros de assistência à gravidez, dos serviços de reassentamento de refugiados, das agências de adoção e lares adotivos, das maternidades e ministérios paroquiais”.

Os presidentes dos comitês da USCCB também pediram que o país “priorize o bem-estar de mulheres, crianças e famílias com recursos materiais e acompanhamento pessoal, para que nenhuma mulher se sinta forçada a escolher entre seu futuro e a vida de seu filho”.

Proclamamos uma visão para nossa sociedade que defende a verdade de que toda vida humana é sagrada e inviolável.

Compromissos da USCCB

A USCCB se compromete a "redobrar os esforços para acompanhar mulheres e casais que enfrentam gestações inesperadas ou difíceis, e durante os primeiros anos de paternidade, proporcionando-lhes cuidados amorosos e compassivos por meio de iniciativas como Walking with Moms in Need (Caminhando com mães necessitadas) e muitas outras".

A organização também quer garantir que “as paróquias católicas sejam lugares acolhedores para mulheres que enfrentam gravidezes desafiadoras ou lutam para cuidar de seus filhos após o parto, para que qualquer mãe que precise de assistência receba apoio vital e esteja conectada aos programas e recursos apropriados onde possa conseguir ajuda".

Eles também se comprometeram a “ajudar os católicos a reconhecer as necessidades das gestantes e mães em suas comunidades, permitindo que os fiéis conheçam essas mães, as escutem e as ajudem a conseguir as necessidades da vida para si e seus filhos”.

Outra promessa é procurar “ser testemunhas do amor e da vida, ampliando e melhorando a extensa rede de atenção integral que inclui centros de assistência à gravidez, maternidades e agências católicas de saúde e serviços sociais”.

A USCBB anunciou que redobrará sua "defesa de leis que garantam o direito à vida dos nascituros e que nenhuma mãe ou família fique sem recursos básicos necessários para cuidar de seus filhos, independentemente de sua raça, idade, situação imigratória ou qualquer outro fator".

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa: a fé dos idosos é o "catecismo" da vida para os jovens

Papa Francisco saúda fiéis presentes na Sala Paulo VI antes da Audiência Geral
(Vatican Media)

Na Audiência Geral, o Papa Francisco deu continuidade a suas catequeses sobre o tema da velhice, propondo o exemplo de Moisés que, no fim de seus dias, proclama o nome do Senhor, transmitindo às novas gerações a herança de sua história vivida com Deus. Como seria bonito, afirma o Papa, se a transmissão da fé ainda se realizasse assim, pela boca dos idosos.

Adriana Masotti - Cidade do Vaticano.

“Porque vou proclamar o nome do Senhor, dar glória ao nosso Deus. Ele é o Rochedo, perfeita é a sua obra, justos todos os seus caminhos; é Deus de lealdade, não de iniquidade, ele é justo, ele é reto. (Dt 32, 3-4)”

Moisés tinha cento e vinte anos, segundo o relato bíblico, no momento em que pronunciou este cântico e estava no limiar da terra prometida e no final de sua vida. O cântico é uma confissão de fé, afirma o Papa, com a qual transmite a experiência com Deus aos seus descendentes. Poder fazer isso, diz Francisco, é um grande dom para os jovens:

Escuta pessoas e direta da história é insubstituível

A escuta pessoal e direta da história, da história de fé vivida, com todos os seus altos e baixos, é insubstituível. Lê-la em livros, assisti-la em filmes, consultá-la na internet, por mais útil que seja, nunca mais será a mesma coisa. Esta transmissão - que é a verdadeira tradição! – a transmissão concreta do idoso ao jovem, faz muita falta esta transmissão hoje, e sempre mais, às novas gerações. Por quê? Porque esta civilização novo tem a ideia de que os idosos são material de descarte, os velhos são descartados. Esta é a brutalidade! Não, não está certo! A narrativa direta, de pessoa para pessoa, tem tons e formas de comunicação que nenhum outro meio pode substituir.

Francisco se pergunta se hoje somos capazes de reconhecer e de honrar esse dom que vem dos idosos ou se, antes, tentamos prescindir dele e observa que alguns gostariam até mesmo de "abolir o ensino da história, como uma informação supérflua sobre mundos que não mais atuais, que tira recursos do conhecimento do presente”.

Os idosos, memória viva de um povo

Posso dar um testemunho pessoal. Aprendi o ódio e a raiva à guerra com meu avô que combateu no Piave, em 14 (1914), e ele me transmitiu essa raiva à guerra. Porque ele me contou sobre os sofrimentos de uma guerra. E isso não se aprende nem nos livros ou em outro lugar... aprende-se assim, transmitindo-a dos avós para os netos. E isso é insubstituível. A transmissão da experiência de vida dos avós para os netos. Hoje infelizmente não é assim e pensamos que os avós são material de descarte: não! Eles são a memória viva de um povo e os jovens e as crianças devem ouvir seus avós.

O Papa constata depois que muitas vezes à transmissão da fé "falta a paixão própria de uma 'história vivida'". Portanto, carece de capacidade atrativa:

Certo, as histórias de vida devem ser transformadas em testemunho, e o testemunho deve ser leal. A ideologia que curva a história a seus próprios padrões certamente não é correta; a propaganda, que adapta a história à promoção do próprio grupo, não é correta; não é correto fazer da história um tribunal em que todo o passado é condenado e se desencoraja todo futuro. Não. Ser leal é contar a história como ela é, e só quem a viveu pode contá-la bem. Por isso é muito importante ouvir os velhos, ouvir os avós: que as crianças conversem com eles.

Os próprios Evangelhos narram honestamente a história abençoada de Jesus sem esconder os erros, as incompreensões e até mesmo as traições dos discípulos. Esta é a história, é a verdade, isso é testemunho. Este é o dom da memória que os "anciãos" da Igreja transmitem, desde o início, passando-o "de mão em mão" à geração seguinte.

A fé se transmite "em dialeto"

Fará bem nos perguntarmos: quanto valorizamos esta forma de transmitir a fé, passando o bastão entre os anciãos da comunidade e os jovens abertos ao futuro?

E aqui me vem em mente algo que já disse muitas vezes, mas gostaria de repetir. Como a fé é transmitida? "Ah, aqui está um livro, estude-a": não! Assim, a fé não pode ser transmitida. A fé se transmite em dialeto, ou seja, na fala familiar, dos avós aos netos, entre pais e netos. A fé é sempre é transmitida em dialeto, naquele dialeto familiar e experiencial dos anos. Por isso é tão importante o diálogo em família, o diálogo das crianças com os avós que são aqueles que têm a sabedoria da fé.

Reevocar com comoção as bênçãos de Deus

Às vezes, eu reflito sobre essa estranha anomalia. O catecismo da iniciação cristã baseia-se generosamente na Palavra de Deus e transmite informações precisas sobre dogmas, sobre a moral da fé e sobre os sacramentos. Mas muitas vezes, porém, falta um conhecimento da Igreja que nasce da escuta e do testemunho da história real da fé e da vida da comunidade eclesial, desde os primórdios até os dias de hoje. Quando crianças aprendemos a Palavra de Deus nas salas de catecismo; mas a Igreja se "aprende" quando jovens, nas salas de aula e nos meios de informação globais.

A narração da história da fé deveria ser como o Cântico de Moisés, como o testemunho dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos. Ou seja, uma história capaz de reevocar com comoção as bênçãos de Deus e com lealdade as nossas falhas.

Seria belo se houvesse, desde o início, nos itinerários catequéticos, também o hábito de ouvir a experiência vivida pelos idosos, a lúcida confissão das bênçãos recebidas de Deus, que devemos guardar, e o testemunho sincero de nossas faltas de fidelidade, que devemos reparar e corrigir.

Os anciãos entram na terra prometida, que Deus deseja para cada geração, quando oferecem aos jovens a bela iniciação do seu testemunho. Então, guiados pelo Senhor Jesus, idosos e jovens entram juntos no seu Reino de vida e de amor.

"O Senhor disse [a Moisés]:" Esta é a terra que prometi a Abraão, Isaque e Jacó, "'Verás, pois, defronte de ti a terra que darei aos israelitas, mas não entrarás nela!'"

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Catarina da Suécia

Sta. Catarina da Suécia | arquisp
24 de março

Santa Catarina da Suécia

Catarina foi ao mesmo tempo filha, discípula e companheira inseparável da mãe, Santa Brígida, a maior expressão religiosa feminina da história da Suécia. Nascida num berço nobre e cristão, Catarina nasceu em 1331 e recebeu educação e cultura com sólida base religiosa. Aos sete anos de idade, foi entregue às Irmãs do convento de Risberg, que souberam desenvolver totalmente sua vocação, cristalizando os ensinamentos cristãos que já vinha recebendo desde o berço.

Mas, circunstâncias políticas e sociais fizeram com que a jovem tivesse que se casar com um nobre da corte, Edgar, que além de fervoroso cristão era doente. Assim, decidiu aceitar o voto de castidade que Catarina fizera e ele mesmo resolveu adota-lo, vivendo tranqüilos como irmãos. Quando Edgard, ficou paralítico, Catarina passou a cuidar dele com todo carinho e generosidade.

Por ocasião da morte do pai de Catarina, sua mãe Brígida resolveu se voltar totalmente para a vida religiosa, iniciando-a com uma romaria aos túmulos dos apóstolos, em Roma. Pouco tempo depois Catarina conseguiu a autorização do marido para encontrar-se com a ela. Mas, quando estavam em Roma receberam a notícia da morte de Edgard. Então, ambas fizeram os votos e vestiram o hábito de religiosas e não se separaram mais. Catarina ajudou e acompanhou todo o trabalho de caridade e evangelização desenvolvido pela mãe. Fundaram juntas o duplo mosteiro de Vadstena, na Suécia, do qual Brígida foi abadessa, criando a Ordem de São Salvador, cujas religiosas são chamadas de brigidinas.

Catarina, como sua assistente, seguiu-a em todas as viagens perigosas, em seu país e no exterior, sendo muita vezes salvas por um cervo selvagem que sempre aparecia para socorrer Catarina. Foi após uma peregrinação à Terra Santa, que Brígida veio a falecer, em Roma. Catarina acompanhou o corpo de volta para a Suécia e foi recebida com aclamação popular, junto com os restos mortais da mãe, que já era venerada por sua santidade.

Os registros relatam mais fatos prodigiosos, ocorridos com a nova abadessa, pois Catarina foi eleita sucessora da mãe no convento. Eles contam que alguns pretendentes queriam que ela abandonasse os votos e o hábito depois a morte de Edgard. Um, mais audacioso, ao tentar atacá-la, teria ficado cego e só recuperado a visão depois de se ajoelhar aos seus pés e pedir perdão, quando abriu os olhos viu ao lado de Catarina um cervo selvagem. Por isso, nas suas representações sempre há um cervo junto dela.

Entretanto, a rainha-mãe Brígida, depois de falecida passou a operar prodígios, segundo muitos devotos e peregrinos que afirmavam ter alcançado graças por sua intercessão. Por isso, a pedido do povo e das autoridades da corte, a abadessa Catarina foi a Roma requerer do Sumo Pontífice a canonização da mãe, em nome da população do seu país. Alí viveu por cinco anos, interna de um convento onde ficaram registrados sua extrema disciplina, o senso de caridade e a humildade com que tratava os doentes e necessitados.

Catarina, quando voltou para a Suécia, já era portadora de grave enfermidade, talvez pelas horas de duras penitências que praticava. Tinha cinqüenta anos de idade quando faleceu, no dia 24 de março de 1381.

O papa Inocente VIII, confirmou o culto de Santa Catarina da Suécia, em 1484. Mas o seu culto já era muito vigoroso em toda a Europa, uma vez que segundo a população romana ela teria salvado a cidade da inundação do rio Tevere cuja cheia já havia derrubado os diques que o continham.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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quarta-feira, 23 de março de 2022

O que significa consagrar um país a Maria?

Patricia De Melo Moreira | AFP
Por I. Media

E como se pode consagrar um país se nem todos nele são cristãos?

O Papa Francisco fará um gesto histórico a 25 de Março de 2022, festa da Anunciação. Enquanto a ofensiva russa em território ucraniano começa o seu 2º mês, o Papa consagrará a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria. Ele convidou todos os bispos e sacerdotes do mundo a juntarem-se à consagração.

Consagrar significa “dedicar-se a um propósito sagrado”. O termo é frequentemente usado no vocabulário da Igreja para lugares (igrejas), pessoas (religiosos ou leigos consagrados) e objetos litúrgicos, e, no coração da fé cristã, para a consagração da Eucaristia.

Também se pode consagrar pessoalmente a Cristo através de Maria, consagrar-se a Maria, ou a outros santos. A partir da Idade Média, este processo pessoal estendeu-se a cidades e depois a países. Assim, Luís XIII consagrou a França a Maria em 1638, um processo que mais tarde foi imitado por bispos e papas, para países e lugares específicos, e mesmo para o mundo inteiro. A primeira consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria foi feita por Pio XII, durante a Segunda Guerra Mundial, a 31 de Outubro de 1942.

Países

Muitos países já foram consagrados ao Imaculado Coração de Maria. Os bispos portugueses consagraram Portugal no dia 13 de Maio de 1931. A Polónia foi consagrada em 1946 e a Austrália em 1948.

Mais recentemente, o Congo consagrou-se ao Imaculado Coração de Maria a 4 de Fevereiro de 2017, na presença do Cardeal Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé. A 18 de Fevereiro de 2017, Inglaterra e País de Gales foram consagrados pelo Cardeal Vincent Nichols, Arcebispo de Westminster. Alguns meses mais tarde, os bispos da Escócia também consagraram o seu país ao Imaculado Coração de Maria, a 3 de Setembro de 2017.

Há dois anos, a 25 de Março de 2020, no início da pandemia de Covid-19, 24 países foram consagrados ao Imaculado Coração de Maria e ao Sagrado Coração de Jesus em Fátima para invocar a proteção do Senhor e da Virgem Maria face à epidemia.

Os países consagrados (ou que renovaram a sua consagração) foram: Albânia, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Guatemala, Hungria, Índia, Quénia, México, Moldávia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia, Espanha e Timor Leste.

A Jesus através de Maria

Como se pode consagrar um país inteiro quando nem todos os seus habitantes são crentes em Deus? A consagração de um país é de fato uma consagração ofertada: não é uma consagração formal (que requer consentimento), mas uma intercessão para o país.

Na sua exortação apostólica Reconciliatio et poenitentia, João Paulo II explicou o processo:

Nas mãos desta Mãe, cujo «fiat», na expressão de muitos autores, assinalou o início daquela «plenitude dos tempos» que viu ser realizada por Cristo a reconciliação do homem com Deus e ao seu Coração Imaculado — ao qual tenho repetidamente entregado e confiado toda a humanidade, turbada pelo pecado e dilacerada por tantas tensões e conflitos — confio agora de modo especial esta intenção: que, por sua intercessão, a mesma humanidade descubra e percorra o caminho da penitência, o único que a poderá conduzir à plena reconciliação!

Isto implica, como diz João Paulo II, um caminho de conversão.

Tomando Maria como mãe, uma “dupla” proteção

Saint Louis Marie Grignion de Montfort, um grande devoto da Virgem Maria, explicou que consagrarmo-nos a Maria é como tomar a Virgem como mãe: “Consagrar-se a Maria é muito precisamente escolhê-la como Mãe, não só para a proteção física das nossas pessoas, mas ainda mais, e antes de mais, para lhe conferir por direito próprio a plenitude do poder materno sobre a nossa alma. A mãe, na família humana, tem poder sobre os seus filhos. Ela protege-os de duas maneiras. Protegendo dos perigos e ameaças, por vezes sem que eles sequer o saibam. Aconselhando-os e orientando-os, para que façam bom uso da sua liberdade”.

Embora respeitando a liberdade de cada pessoa, um ato de consagração exige uma conversão dos corações. Numa mensagem de rádio dirigida à Bélgica, Pio XII especificou: “Ao colocar as suas atividades pessoais, familiares e nacionais sob a égide de Maria, invoca-se a sua protecção e a sua ajuda em todos os seus esforços, mas também promete-se não empreender nada que a possa desagradar, e também conformar toda a sua vida à sua direção e pedidos”.

Portanto, se desejamos apoiar o ato de consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, é sem dúvida bom começar por converter as nossas almas e agir como homens e mulheres de acordo com o coração de Deus.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Filhos de ninguém

Guadium Press
O terrível destino dos bebês gerados na Ucrânia por barrigas de aluguel.

Redação (22/03/2022 12:19Gaudium Press) Todos os dias nos levantamos, fazemos a higiene pessoal, tomamos nosso café, alguns rezam, outros não, e seguimos para a nossa rotina diária, que vai até o fim do dia, quando, após o jantar, nos deitamos novamente para dormir. Alguns sonham, outros não e, na manhã seguinte, nos levantamos, fazemos a higiene pessoal, tomamos nosso café…

Quase sempre, reclamamos de alguma coisa, seja do trânsito, do clima, das tarefas que temos a fazer, dos chefes, dos colegas de trabalho, dos familiares, dos atendentes das lojas ou dos supermercados, da falta de tempo, do cansaço, da política ou do sinal ruim da internet, que atrapalha a nossa fuga para o mundo virtual, onde tentamos acalmar as nossas mazelas nos vídeos, nos grupos de conversa fiada, nas redes sociais.

No entanto, nos últimos tempos, estamos sendo constantemente retirados de nossas zonas de conforto – ou de desconforto –, por acontecimentos pesados como a pandemia, que parece estar indo embora, e a guerra da Ucrânia, que vem substitui-la e já impacta o mundo todo. E, em circunstâncias como essas, é levantado o pesado véu de duras realidades que acabam nos conduzindo a verdadeiros cenários de filmes de horror.

Imagens de bombardeios, pessoas feridas, corpos sendo jogados em valas comuns, filas intermináveis de refugiados cruzando as fronteiras, crianças chorando: tudo isso nos causa doloroso impacto. Mas, há outros aspectos terríveis que, certamente, não chamariam a nossa atenção se não fossem desnudados pela guerra. Coisas seríssimas, mas que, por estarem acontecendo (aparentemente) longe, não possuem força suficiente para furar o cerco de nossa monótona vida de dias iguais e pequenas reclamações.

Mães de aluguel

Uma dessas coisas é o nefasto comércio de seres humanos que tem ocorrido em várias partes do mundo e do qual a Ucrânia é um dos principais mercados. Anualmente, são produzidas entre 2.000 e 2.500 crianças nessas condições naquele país, onde há cerca de 40 clínicas da chamada “gestação de substituição”, popularmente conhecida como “barriga de aluguel”. 90% dos contratantes são estrangeiros, o que, até o início da guerra, colocava o país como o principal destino do chamado “turismo reprodutivo”.

Há vários outros países que realizam legalmente esse procedimento imoral, como Reino Unido, Bélgica, Holanda, Grécia, Geórgia, República Checa, Estados Unidos, Austrália, Índia, Canadá, Colômbia. Porém, na Ucrânia, é mais barato. Um bebê, novinho em folha, está saindo por uma quantia entre 40 e 65 mil euros (algo entre 220 e 350 mil reais). Nos Estados Unidos, por exemplo, uma barriga de aluguel não sai por menos de U$ 110 mil, podendo chegar a U$ 130 mil (entre 540 e 650 mil reais).

O único fator que impedia que o negócio fosse ainda mais próspero na Ucrânia é que o país coloca algumas restrições: só aceita produzir filhos para casais heterossexuais, oficialmente casados e com problemas médicos de infertilidade. Nos Estados Unidos ou na Colômbia, por exemplo, essa exigência não existe, paga e leva quem tem dinheiro, independentemente de ser uma pessoa sozinha ou um casal do mesmo sexo.

Uma das etapas do processo desse tipo de reprodução é a fertilização in vitro, quando o óvulo é fecundado em laboratório e, após o período necessário para o amadurecimento do embrião – cerca de cinco dias – ele é transferido para o útero da mãe de aluguel. O óvulo a ser fecundado pode ser da mãe pagante ou obtido através de ovodoação (ou “ovovenda”, para ser mais exato, porque o verbo “doar” não tem aplicação prática nesse tipo de transação). Entra em cena, então, uma terceira mãe, que pode ser escolhida em um catálogo, de acordo com características como altura, peso, cor de cabelo e olhos, tipo de nariz, etc. Para dar mais pompa ao negócio, usam-se termos bonitos. Não se diz, por exemplo, “pagar à doadora”, mas, “dar a ela uma compensação”.

A guerra e a “mercadoria”

Mas, a guerra chegou e a situação se complicou. Recentemente, entre um bombardeio e outro, vimos notícias e imagens de 21 recém-nascidos em bercinhos de plástico, num abrigo improvisado num porão, nos arredores de Kiev. Quem são essas crianças? Onde estão as suas famílias? As mães que alugaram os seus úteros para que elas fossem gestadas provavelmente fugiram ou estão tentando fugir para salvar as suas vidas, e os pais que encomendaram a “mercadoria” estão em várias partes do mundo, amargando o desespero de terem perdido o seu investimento e talvez nunca poderem tirar os bebês daquele país. São os filhos de ninguém, que simplesmente, foram deixados para trás.

Tudo isso lhe parece terrível? Calma, tem mais! Como o aborto é legal naquele país, após a invasão da Rússia (onde o aborto também é legal) as agências de barriga de aluguel estão pedindo para as grávidas abortarem, pois sabem que a situação de conflito não garante a finalização dos contratos e, sem a entrega dos bebês saudáveis e em perfeitas condições, não há pagamento, logo, o negócio está sofrendo um grande golpe!

Um grande problema, não é mesmo? Muitos estão preocupados com a situação das mulheres ucranianas, que agora carregam na barriga filhos que não são seus, e com os quais foram treinadas para não estabelecer vínculos de afetividade. Elas precisam deixar o país por causa da guerra, então, ou abortam ou deixam nascer as crianças que não são delas e pelas quais elas provavelmente não receberão, pois nem todos os contratantes poderão se dirigir ao país para buscar a encomenda.

Cabe lembrar que, do montante informado, apenas uma pequena parte é dada como pagamento ou “compensação” às donas dos úteros alugados. O preço por esse “trabalho” vai de 8 a 10 mil euros (entre 40 e 50 mil reais), e não há qualquer garantia de que elas receberão o valor estipulado ou de que alguém se responsabilizará por esses bebês se algo der errado. E deu.

Outros lamentam o sofrimento dos “pais” que contrataram os serviços. Casais de diversas partes do mundo que, por não aceitarem as condições impostas a eles pela vida, decidiram fazer do seu jeito e gastar o seu dinheiro comprando bebezinhos bonitinhos, gestados num país que agora sofre uma terrível invasão. Eles seguem as regras do livre comércio, afinal, o dinheiro é deles e gastam como quiserem… Até não muito tempo atrás, compravam-se escravos para os serviços domésticos ou das lavouras; hoje, compram-se filhos. E, tanto naquela época, como agora, tudo parece absolutamente normal.

Filhos de Deus

A minha preocupação não é com nenhuma dessas pessoas, que usam o seu livre-arbítrio para fazerem aquilo que acham que é certo, seja comprar ou seja vender/alugar, sem dar muita importância para valores éticos e morais. A minha preocupação é com as crianças. Elas não são coisinhas, não são brinquedinhos. São seres humanos, são filhos de Deus, são nossos semelhantes, e agora estão lá, sem culpa nenhuma, esquecidos, sem nome, sem carinho, sem calor humano, sem amamentação, sem cuidados adequados e sem qualquer segurança de que serão levadas para o destino a elas reservado.

Minha preocupação é com esses e com tantos outros que ainda estão em alguma barriga, mas que, em breve, não passarão de vísceras e que não merecerão nem mesmo a vala comum onde estão sendo jogados os cadáveres das pessoas mortas nos bombardeios.

É revoltante escrever sobre isso e, há cinco dias, eu estou procrastinando esta tarefa, porque me revira o estômago, altera os meus batimentos cardíacos e dilacera a minha alma, fazendo nela um estrago maior do que as bombas que derrubam prédios históricos nas cidades ucranianas e que o mundo inteiro lamenta.

De acordo com a agência BioTexCom, responsável por 25% desse hediondo comércio, entre 200 e 300 mães de aluguel devem dar à luz nos próximos três meses. Essa empresa é a dona dos 21 bebês que mencionamos acima, que estão num bunker no subúrbio de Kiev, sendo cuidadas por seis funcionárias da empresa.

O rico comércio já tinha sido prejudicado durante a pandemia, quando cerca de 1.000 bebês não puderam ser retirados da Ucrânia, muitos deles indo parar em abrigos, para uma possível adoção, ou sabe-se lá que triste fim.

Preocupação só com o dinheiro?

A clínica IVMED está preocupada com a parte logística da matéria-prima para a fabricação de gente, e informou que já transportou 17 armazéns congelados, com 12.000 embriões e óvulos armazenados, da zona de guerra para países vizinhos. Claro está que a preocupação é com os lucros e a manutenção do negócio após o fim do conflito.

Talvez as pessoas devessem tirar, por um tempo, a capa de herói que foi colocada sobre as costas do presidente Volodymyr Zelensky e transferi-la para pessoas como essas moças que permanecem naquele porão, cuidando dos bebês, dentro das condições possíveis, enquanto ouvem as bombas caindo ao redor.

Duas delas disseram a um repórter francês que não tiveram coragem de fugir e abandonar os recém-nascidos. Antonina Yefimovich, que é mãe de duas meninas, contou que a sua família já deixou o país, mas que ela não vai fazer a mesma coisa, porque se sente responsável pelos bebês, que “são indefesos e precisam de cuidados”. Ela disse ainda que tem muita esperança que, ao final de tudo isso, os “pais” consigam ir buscar as crianças.

A Igreja, obviamente, tem uma posição totalmente contrária a essa prática, que trata como mercadoria não apenas a criança, mas também a mãe, que comercializa o próprio corpo. Embora se solidarize com o sofrimento das mulheres afetadas pela esterilidade, a Igreja se opõe à descriminalização das barrigas de aluguel, cuja prática se baseia na instrumentalização do corpo feminino, transformando-o em ferramenta de produção, o que fere a dignidade humana.

Embora se possa argumentar que a mulher que aluga o seu corpo o faz de forma voluntária e perfeitamente consciente, a prática da barriga de aluguel contradiz o princípio de indisponibilidade do corpo, conceito que nos preserva da mercantilização do corpo humano e tenta evitar que os mais pobres sejam tentados a abdicar da sua dignidade vendendo o único bem que possuem: o próprio corpo. E, para quem argumente que não se trata de um comércio e sim de ajuda a mulheres estéreis, a Igreja leva ao questionamento: você já viu mulheres ricas emprestando seus úteros a mulheres pobres?

Podemos pensar sobre a situação econômica precária que leva uma mulher a aceitar esse tipo de “ocupação” em troca de dinheiro, ou no desvario dos casais que são capazes de fazer qualquer coisa para ter um filho e, provavelmente, pagariam pelo aluguel de uma máquina, se já tivesse sido inventada uma capaz de gestar crianças. E, claro, é quase impossível não nos comovermos com a situação desses indefesos bebês.

Justiça divina

No entanto, há uma dor mais profunda e muito maior do que todas essas. E é nessa dor que eu sugiro que cada um pense. Refiro-me à dor da Mãe de todas as mães. Pensem nas lágrimas e no sofrimento de Nossa Senhora diante desta situação.

Em uma de suas aparições, Ela disse que segurava o braço do Seu filho, numa tentativa de adiar os castigos e nos dar mais algum tempo para nos emendarmos e nos convertermos. Porém, o seu lamento, diante de tamanhas tragédias, é tão grande e suas lágrimas tão abundantes que talvez ela precise usar as duas mãos para enxugar seu rosto, deixando, assim, de ter meios de segurar o braço da justiça de Deus, que estará, então, desimpedido para fazer o que precisa ser feito.

Aí, sim, haverá choro e ranger de dentes, e isso incluirá a cada um de nós, que nos conformamos em tratar como normal os mais gritantes absurdos ou, simplesmente, não nos importamos, porque precisamos acordar de manhã, fazer a higiene pessoal, tomar nosso café e adormecer novamente, reclamando por bagatelas, enquanto, no mundo, se instala o caos, pintado de suaves cores e enfeitado com os sorrisos de crianças rosadinhas e lindas, os filhos de ninguém, que hoje, em meio a uma guerra insana, simplesmente, estão sendo deixados para trás.

Por Afonso Pessoa

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Papa Francisco fala ao telefone com o presidente da Ucrânia

Encontro entre o papa Francisco e Zelensky em fevereiro de 2020
Crédito: Vatican Media

KIEV, 22 mar. 22 / 03:01 pm (ACI).- O papa Francisco e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conversaram por telefone hoje (22) de manhã.

“Hoje falei com Sua Santidade o papa Francisco e ele disse palavras muito importantes”, disse Zelensky ao Parlamento italiano através de videoconferência.

Segundo o presidente, Francisco disse: "Eu entendo que você quer a paz, eu entendo que você tem que defender, os militares defendem, os civis defendem sua pátria, todos a defendem".

O presidente da Ucrânia respondeu: “nosso povo se transformou no exército, quando viu o mal que o inimigo traz”.

Zelensky falou sobre a conversa com o papa em sua conta oficial no Twitter.

“Contei a Sua Santidade sobre a difícil situação humanitária e sobre o bloqueio dos corredores de ajuda por parte das forças russas. O papel mediador da Santa Sé para pôr um fim ao sofrimento humano seria bem-vindo. Agradeci-lhe por suas orações pela paz e pela Ucrânia", escreveu Zelensky na rede social.

O telefonema de terça-feira não foi o primeiro entre o papa e o presidente ucraniano desde o início da guerra. O papa Francisco e Zelensky já haviam falado em 26 de fevereiro.

O primeiro encontro entre os dois foi em fevereiro de 2020.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF