Translate

sábado, 9 de abril de 2022

Svyatoslav: amar nosso inimigo é deter sua mão assassina, tirar suas armas, não dar a ele a oportunidade de matar

Svyatoslav e outros sacerdotes rezam juntos à vala comum (Foto: Ronaldo Schemidt/AFP)

"Pessoalmente, ontem tive a oportunidade de ir à muito triste e fatídica cidade de Bucha. Bucha é uma ferida aberta no corpo da Ucrânia. E lá, vendo os corpos mutilados e sem alma no fundo de uma vala comum ainda aberta, rezamos por seu descanso eterno. E durante aquela oração, eu me perguntei, perguntei a Deus: Oh Deus, o que significa amar a si mesmo e amar o próximo...? ".

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

 Queridos irmãos e irmãs em Cristo, hoje é 8 de abril de 2022 e nossa pátria, nossa Ucrânia está vivendo o 44º dia desta terrível guerra... do ataque da Rússia à nossa pátria, à nossa Ucrânia, ao nosso povo ucraniano.

E embora a Ucrânia esteja sangrando, a Ucrânia ainda está de pé. A Ucrânia continua a lutar...

Esta guerra traz novas feridas a cada dia, colhe novas ceifas mortais. Batalhas muito pesadas e sangrentas estão sendo travadas no leste da Ucrânia: na região de Luhansk, no leste da região de Kharkiv, na região de Donetsk. Também estão sendo travadas duras batalhas próximo à heroica cidade mártir de Mariupol, assim como também no sul do nossa pátria.

Cada vez mais, vemos que esta guerra é realmente uma guerra de extermínio total. Vemos como nossos ocupantes, tomando cidades e povoados, zombam e escarnecem cruelmente da população civil. Além disso, de antemão tentam destruir as ferrovias, as estradas que poderiam ter sido usadas para evacuar as pessoas de áreas perigosas.

Ontem soubemos que os ocupantes apreenderam e confiscaram para suas necessidades a carga humanitária que nossos voluntários estavam tentando entregar a essas pessoas, especialmente na região de Kherson, pessoas que estão realmente à beira da fome.

Em meio a todos os horrores da guerra, todo crente se pergunta: como viver como cristão em tais circunstâncias?

Sabemos que o mandamento central da vida cristã é o mandamento do Amor, Amor a Deus e Amor ao próximo. Nestes dois mandamentos, diz Cristo, se baseiam toda a lei e todos os profetas. O evangelista São João diz que: “Se alguém diz: «Eu amo a Deus» e odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”.

Pessoalmente, ontem tive a oportunidade de ir à muito triste e fatídica cidade de Bucha. Bucha é uma ferida aberta no corpo da Ucrânia. E lá, vendo os corpos mutilados e sem alma no fundo de uma vala comum ainda aberta, rezamos por seu descanso eterno. E durante aquela oração, eu me perguntei, perguntei a Deus: Oh Deus, o que significa amar a si mesmo e amar o próximo...? E justamente, ao lado daquela vala comum, olhando para as mãos de nossos irmãos e irmãs assassinados, percebi uma coisa... uma coisa que foi muito importante para mim: amar o próximo significa sentir nossa fraternidade com ele. Significa compreender que juntos somos uma família humana, que pertencemos à mesma raça humana. E que ali, naquela vala comum onde ele jaz, onde ela jaz, lá também eu posso estar.

Temos uma vocação comum, um destino comum. Nós, como irmãos e irmãs em Cristo, pertencemos à mesma raça humana. Amar o próximo é estar consciente e experimentar essa humanidade e, portanto, manifestá-la. É por isso que Cristo diz: "Devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos". É por isso que todo cristão, não importa onde viva no mundo, seja italiano, alemão ou australiano; vendo as atrocidades dos ocupantes de Bucha, hoje ele diz: “Eu sou ucraniano”. Sentindo em nossa raça humana essa unidade com essas vítimas inocentes, é que entendemos que o ocupante está realizando essa guerra para que você e eu nos encontremos amanhã naquela mesma vala comum.

Mas nós amamos a Deus, que é a fonte da vida e não da morte. E pedimos ao nosso amoroso Deus que possamos realmente sentir nossa unidade com nossos irmãos e irmãs. Que possamos até aprender a amar nossos inimigos. E amar nosso inimigo é deter sua mão assassina, tirar suas armas, não dar a ele a oportunidade de matar. Rezemos para que nestas circunstâncias de ódio e guerra assassina saibamos amar a Deus e ao próximo, e que possamos continuar a ser seres humanos.

 Nós te pedimos: Ó Senhor, dê o descanso eterno aos assassinados inocentemente, aos mortos em diferentes partes da Ucrânia, àqueles cujas sepulturas ainda não foram encontradas. Ó Deus, dai-nos força para amar. Para que, com o seu Amor, pelo Amor do seu Espírito Santo, possamos vencer esta guerra. Oh Deus, pare o agressor, pare essa guerra. Dê vida à sua cidade. Abençoe nosso exército ucraniano. Abençoe nosso país.

Que a bênção do Senhor e sua misericórdia desçam sobre vocês por sua divina graça e amor e permaneçam agora e para todo o sempre, amém.

Louvado seja Jesus Cristo!

Svyatoslav +

Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Maria de Cléofas

Sta. Maria de Cléofas | arquisp
09 de abril

Santa Maria de Cléofas

Maria de Cléofas, também chamada "de Cléopas", ou ainda "Clopas". É destas três formas que consta dos evangelhos o nome de seu marido, Cléofas Alfeu, irmão do carpinteiro José. Maria de Cléofas era, portanto, cunhada da Virgem Maria e mãe de três apóstolos: Judas Tadeu, Tiago Menor e Simão, também chamados de "irmãos do Senhor", expressão semítica que indica também os primos, segundo o historiador palestino Hegésipo.

Por sua santidade, ela uniu-se à Mãe de Deus também na dor do Calvário, merecendo ser uma das testemunhas da ressurreição de Jesus (Mc 16,1): "E passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo". O mensageiro divino anunciou às piedosas mulheres: "Por que procuram o vivo entre os mortos?"

Esse é um fato incontestável: nas Sagradas Escrituras vemos Maria de Cléofas acompanhando Jesus em toda a sua sofrida e milagrosa caminhada de pregação. Estava com Nossa Senhora aos pés da cruz e junto ao grupo das "piedosas mulheres" que acompanharam seus últimos suspiros. Estava, também, com as poucas mulheres que visitaram o túmulo de Cristo para aplicar-lhe perfumes e ungüentos, constatando o desaparecimento do corpo e presenciando, ainda, o anjo anunciar a ressurreição do Senhor.

Assim, Maria de Cléofas tornou-se uma das porta-vozes do cumprimento da profecia. Tem, portanto, o carinho e um lugar singular e especial no coração dos católicos, neste dia que a Igreja lhe reserva para a veneração litúrgica.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sexta-feira, 8 de abril de 2022

É o Aborto uma Questão de Saúde Pública?

Politize!

É realmente impressionante o fato de que a questão da defesa da vida se tornou o assunto central (e provavelmente decisivo) das próximas eleições no Brasil. O assunto veio crescendo lentamente nos últimos dias, através de uma imensa multidão de pessoas que trouxe o assunto a luz especialmente através da internet.

O tema certamente não é irrelevante. Gostaríamos aqui de, sem tomar posição partidária, acenar os principais argumentos utilizados nos países onde o aborto foi, infelizmente, permitido. Infelizmente não temos nenhuma garantia de que tais argumentos não serão utilizados pelo nosso futuro Presidente, seja ele quem for, uma vez que os discursos e as atitudes de ambos não demonstram um incondicional empenho em favor da vida humana.

O principal argumento, utilizado em tempos recentes em diversos lugares do mundo, diz assim: “eu pessoalmente sou contrário ao aborto, mas o aborto não é uma questão de fórum interno, de opinião particular, mas sim de saúde pública. Há muitas mulheres que morrem em clínicas clandestinas de abortos e essas precisam ser protegidas pela lei.”

Outro argumento semelhante seria: “há muitas mulheres que recorrem ao aborto no nosso País, de modo irregular, correndo grande risco de vida. Permitir que isso continue ocorrendo é uma grande hipocrisia. Essas devem ser protegidas; o Estado deve dar as mesmas as condições apropriadas para que possam ‘abortar’ sem correr perigo de vida.

Esses argumentos são tão repetidos quanto falaciosos. Ao primeiro podemos dizer que é uma forma pouco inteligente de esconder uma covardia e demonstra pouca honestidade intelectual. Aceitar tal argumento seria na prática permitir que um candidato dissesse uma coisa na campanha eleitoral (sua “opinião pessoal”) e depois fizesse o que lhe bem parecesse, em nome do “bem da nação”. Aceitar esse tipo de argumento equivale a dar aos candidatos a permissão para que eles enganem seus eleitores e não manifestem jamais claramente o que realmente pensam. Dessa forma, por exemplo, um candidato poderia se declarar contrário às privatizações dos bens públicos do nosso País, antes da campanha eleitoral. E depois o mesmo poderia permitir privatizações, alegando que isso é o mais necessário para o bem do País. Certamente o povo brasileiro é demasiado inteligente para aceitar esse tipo de engano.

O segundo argumento é ainda mais absurdo. Para mostrar o seu erro, façamos a aplicação do mesmo a outras situações da via social. Por exemplo: sabemos que no nosso País é grande o número de pessoas que alguma vez na vida já bebeu alguma bebida alcoólica antes de dirigir, embora a explícita proibição do nosso Código de Trânsito. Poderia então alguém argumentar dizendo: “a lei que pune quem dirige depois de ter consumido bebida alcoólica é uma grande hipocrisia, já que um grande número de pessoas do nosso País faz o mesmo. Essa lei deve ser cancelada, de modo que a população possa infringir a mesma sem ser punida por isso?” Evidentemente, o fato de que muitas pessoas infrinjam alguma lei justa não faz com que a mesma perca o seu valor. O fato, para citar outro exemplo, de que um número considerável da nossa população tenha experimentado alguma vez na vida alguma droga, não torna hipócritas as nossas leis de combate às drogas. No caso do aborto podemos dizer: o fato de que haja muitas pessoas que recorram ao mesmo (fato que deveria ser demonstrado e não suposto) não faria lícito o ato de eliminar uma vida humana inocente (não faria lícito o “homicídio uterino”, como diz nosso Código Civil);

Ainda podemos dizer que esses dois argumentos partem de dados falsos. Supõem que um grande número de mulheres morre a cada ano no nosso País pelo fato de terem recorrido a clínicas que realizam o aborto de maneira ilegal. Os números oficiais que temos não confirmam tal informação.

Sabemos, por exemplo, que a Federação Internacional de Planejamento familiar (IPPF) afirma que no Brasil existem cerca de 200.000 mulheres internadas todos os anos por complicações de aborto[i], sendo o número de morte bastante elevado. Os dados da ONU também dão números extraordinários (segundo a OMS, na América Latina ocorrem anualmente 3.700.000 abortos ilegais e 62.900 mulheres morrem em decorrência de complicações dos mesmos[ii]). O difícil é saber de onde eles recolhem esses dados, já que nenhuma das duas instituições possui hospitais no Brasil e nem mesmo equipes que recolham dados estatísticos em hospitais brasileiros ou latino-americanos. Em 2005, diante de uma manipulação absolutamente evidente de dados estatísticos sobre o aborto na Europa, a ONU, ainda sem admitir tal fraude, deixou de publicar esses dados para o continente europeu[iii].

Na verdade, os únicos dados científicos e reais, pois não são feitos por projeções ou especulações, mas de caso em caso (já que o médico que atende é obrigado a marcar num relatório diário cada procedimento que ele realiza) são os dados do DATASUS[iv]. Os últimos dados divulgados por esse organismo no Brasil são os de 2008 e mostram de modo explícito que naquele ano houve 117 mortes maternas por gravidez que terminaram em aborto. Nessas 117 mortes maternas estão incluídas as mortes por complicações de abortos espontâneos. Incluindo as mortes de mães que sofreram involuntariamente o aborto, seria menos de 0,02% dos dados da ONU para a América Latina, considerando que em extensão e em população o Brasil representa 50% da América Latina. Alguns dizem que esses dados são sub-notificados para evitar complicações legais, mas isso é uma completa mentira, pois nesses dados não se inclui a ficha clínica do paciente (nenhum dos seus dados é vinculado ao procedimento realizado), pois se tratam de dados estatísticos de saúde e não de provas legais contra algum paciente.

Ainda é importante lembrar que outra falácia, utilizada em todos os países que aprovaram o aborto: é a de aumentar – de um modo absurdamente exagerado – o número de casos de abortos realizados num País, falsificando dados, para poder afirmar que o aborto se trata de um problema de saúde pública. Na Espanha, por exemplo, antes da aprovação do aborto, a ONU e outros organismos internacionais afirmavam que a média de abortos realizados no País era de 20.000 a 80.000 abortos ao ano. Qual foi o grande susto quando, no primeiro ano depois da aprovação do aborto, os casos no País foram de 9[v] (não 9.000, mas simplesmente nove). Desses dados podemos concluir que naquele ano ou 20.000 mulheres (ou melhor, 19.991) desistiram de fazer o aborto ou os dados foram manipulados para forçar a aprovação do mesmo.

Outro ponto relevante é que, ainda que fosse verdade que há muitas clínicas que fazem o aborto ilegalmente no nosso País, a medida justa de um Estado responsável seria combater às mesmas e não permitir que outras se instalem no nosso País, desrespeitando os princípios da nossa Constituição, do nosso Código Penal e até mesmo da Declaração Mundial dos Direitos Humanos, de 1948[vi].

Podemos dizer ainda que se fosse reconhecido uma espécie de “direito ao aborto” no nosso País, isso significaria o ato mais extremo de “discriminação” contra outras pessoas, realizado na nossa História e seria algo diretamente contrário à nossa Constituição[vii]. Significaria que nós, atuais brasileiros, estaríamos negando a todos os futuros brasileiros (aos que irão nascer) o direito à vida nos primeiro período da vida dos mesmos. Negar esse direito seria negar o dom mais precioso que temos a todas as pessoas que nascerão no nosso País, injustificadamente. Esse ato seria de profunda injustiça feriria mortalmente a alma do nosso povo, que é radicalmente amante da vida. Se isso fosse aprovado, certamente nossa geração teria que responder por semelhante barbaridade à futura geração. Dessa forma, todo homem que nascer no futuro, deverá ser considerado um “sobrevivente”, em vez de ser reconhecido como um dom para nossas famílias e para nossa sociedade. Vale a pena lembrar sempre que “o País que mata seus filhos não tem futuro” (Papa João Paulo II), uma verdade tão simples quanto silenciada nos nossos dias. Certamente não vale a pena construir um País dominado por uma cultura de morte. E definitivamente, para se afirmar que o aborto é um tema de saúde pública é necessário afirmar argumentos falsos e dados manipulados. Felizmente o povo brasileiro é demasiado sábio para aceitar tais enganos.

Anderson Machado

Graduado em Filosofia na Universidade Católica de Petrópolis;

Mestrando em Filosofia na Pontifícia Universidade da Santa Cruz em Roma.

Hélio Luciano

Graduado em Odontologia pela UFSC;

Mestre em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade de Navarra; Doutorando em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade Campus Biomédico di Roma

Alessandro Garcia

Mestre em sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ)


[ii] http://whqlibdoc.who.int/publications/2008/9789241546669_3_eng.pdf nesse link estão os dados da OMS sobre morte materna em decorrência de aborto “não seguro” (evidentemente o adjetivo “seguro” não se aplica às crianças, nesses casos). Os dados do Brasil estão juntos com os da América Latina (3.700.000 abortos “não seguros” anuais e 62.900 mortes maternas em decorrência dos mesmos).

[iii] Um bom estudo sobre os lobbies abortistas e a manipulação de dados pode ser consultado no seguinte link:

http://www.prolifeworldcongress.org/index.php?option=com_content&task=view&id=27&Itemid=1

[iv] Os dados oficiais do DATASUS podem ser conferidos no seguinte link:

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?simp/cnv/matuf.def

[v] Os números de abortos na Espanha podem ser consultados no seguinte link: http://www.unidosporlavida.org/jardinausentes_archivos/N%DAMERO%20DE%20ABORTOS%20EN%20ESPA%D1A%20DESDE%20QUE%20SE%20DESPENALIZ%D3.htm

[vi] “Artigo III: Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”.

[vii] Título II, Cap. I Art. 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.”

Arcebispo de Brasília recebe Bispos da Província em reunião na Residência Episcopal

Bispos da Província Eclesiástica de Brasília | arqbrasilia

Na segunda-feira, 4 de abril, se reuniram na capital federal, os bispos da Província Eclesiástica de Brasília, Dom Paulo Cezar – arcebispo metropolitano de Brasília; Dom Marcony Vinícius, arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil; Dom José Aparecido, bispo auxiliar de Brasília; Dom Waldemar Passini, bispo de Luziânia e presidente do Regional Centro-Oeste; Dom Adair Guimarães, bispo de Formosa e vice-presidente do regional; e Dom Giovani Carlos, bispo de Uruaçu.

Em pauta, vários temas pastorais, entre eles, o cuidado e o acompanhamento do clero. Conforme Dom Waldemar, durante a reunião, os bispos fizeram um percurso do período da pandemia do novo coronavírus e suas consequências: dificuldades, mas também as superações, os exemplos de cuidado pastoral e paternal por parte dos bispos. “Em relação aos presbíteros, manifestamos mais uma vez a preocupação e a necessidade desse acompanhamento constante com uma ênfase sobre o valor da fraternidade presbiteral, isto é, os sacerdotes apoiando os seus irmãos de ministério e, é claro, também tendo o apoio, o incentivo e a presença dos bispos”, afirmou.

O acompanhamento vocacional e da formação dos presbíteros também foram temas de reflexão na reunião. Dom Paulo Cezar apresentou aos bispos o momento positivo por que passa o Seminário Maior de Brasília, casa de formação que acolhe também os seminaristas das dioceses que integram a Província Eclesiástica. “Sobre esse tema, nós bispos manifestamos nossas impressões positivas sobre a formação dos seminaristas. Dom Paulo fez uma exposição a respeito e falou sobre o novo reitor padre Carlos que já está bastante adaptado e partilhamos o sentimento comum de que a equipe formativa atua na perspectiva que desejamos para a formação”, disse Dom Waldemar. “Entendemos e não gostaríamos que nossos seminaristas tivessem outro tipo de formação senão a que está sendo proposta e é claro, dentro de um processo de melhoria gradual e contínua”, concluiu ainda.

Por fim, os bispos trataram sobre a iniciação à vida cristã nos processos de evangelização nas dioceses e sobre o processo sinodal que a Igreja está vivendo no mundo inteiro. Dom Waldemar disse que o grupo refletiu sobre a necessidade da cooperação entre ministérios ordenados e ministérios concedidos aos fiéis leigos. Outro ponto importante da sinodalidade são as estruturas já existentes que permitem o diálogo e a cooperação, como os conselhos paroquiais e os conselhos diocesanos. “É necessário cada vez mais implementar e valorizar esses conselhos e dar o devido valor e o devido peso de cooperação a eles”, comentou o presidente do regional em entrevista.

Processos matrimoniais
O tema sobre os processos matrimoniais foi iniciado nesta reunião. Os bispos partilharam alguns detalhes práticos de como o processo matrimonial se dá nas dioceses e ficaram de conversar novamente sobre abertura e a confecção do processo matrimonial, bem como sobre a preparação dos noivos. “Vamos continuar discutindo o tema no nosso próximo encontro que será em junho na Diocese de Uruaçu”, afirmou.

Dom Marcony Vinícius, empossado como arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil no dia 2 de abril, partilhou na reunião sua alegria pela posse como quinto arcebispo da Arquidiocese Militar. Estiveram presentes muitas autoridades militares, vários bispos, dentre eles o núncio apostólico, Dom Giambattista Diquattro; o presidente da CNBB, Dom Waldemor Oliveira e secretário geral da Conferência Dom Joel Portela; o arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar e o bispo de Rubiataba-Mozarlândia e secretário do Regional Centro-Oeste, Dom Francisco Agamenilton.

Dom Waldemar concluiu a entrevista agradecendo a Dom Paulo Cezar pela acolhida e disse que essas reuniões são o momento também de convivência e partilha entre os bispos.

Fonte: Portal do Regional Centro-Oeste da CNBB

OS ÓLEOS ABENÇOADOS NA MISSA DO CRISMA: SAIBA QUAIS SÃO E A COMPOSIÇÃO DELES

Os Óleos abençoados na Missa do Crisma | arqbrasilia

Na abertura das celebrações pascais, a Igreja celebra, na manhã da Quinta-feira Santa, a Missa do Crisma. É nesta ocasião que são abençoados os óleos que são utilizados na administração dos sacramentos durante o ano. Também conhecida como Missa da Unidade, a liturgia matutina da Quinta-feira da Semana Santa reúne todo o presbitério diocesano com seu bispo.

De acordo com o Pontifical Romano, essa Missa é considerada uma das principais manifestações da plenitude do sacerdócio do bispo e sinal da íntima união dos presbíteros com ele.

Mas quais são esses óleos e como são usados?

A origem

A origem do uso dos óleos nos sacramentos é bíblica, com referências a cada um deles na tradição e no magistério da Igreja. Antes do Concílio Vaticano II, o óleo usado nos sacramentos devia ser exclusivamente o azeite de oliveira. Mas, considerando a dificuldade de se conseguir a matéria prima em algumas localidades, o Papa Paulo VI ouviu o pedido de numerosos bispos e permitiu a adoção de outro tipo de óleo, “o qual, todavia, deve ser extraído de plantas, enquanto é mais semelhante à matéria designada na Sagrada Escritura”, segundo definiu na Constituição Apostólica Sacram Unctionem Infirmorum – sobre o Sacramento da Unção dos Enfermos.

Quais são os óleos

Os Santos Óleos preparados na Quinta-feira Santa estão relacionados aos Sacramentos. Há os óleos abençoados, que são o dos Catecúmenos e dos Enfermos; e o óleo consagrado, o Santo Crisma.

O Óleo dos Catecúmenos é utilizado no Sacramento do Batismo, quando é ungido o peito da pessoa que será batizada. Já o dos Enfermos é conferido àqueles “que estão doentes em perigo de vida, ungindo-os na fronte e nas mãos”. Esses dois óleos são abençoados na Missa matutina da Quinta-feira Santa.

Dom Sérgio da Rocha e os óleos abençoados na Missa do Crisma | arqbrasilia

O óleo do Crisma

Já o Óleo do Crisma é consagrado durante a celebração, e exclusivamente pelo bispo, no Rito Romano. Além dessa distinção em relação aos outros dois, ele recebe durante a consagração a mistura do bálsamo, o que lhe confere um cheiro agradável, e também o sopro do bispo, como sinal do Espírito Santo.

O Pontifical Romano ensina que “é com o santo crisma consagrado pelo bispo que os recém-batizados são ungidos e que os confirmandos são marcados”. Assim, após receber a água do batismo, é feita a unção pós batismal com óleo do Crisma, cuja oração pede que o Espírito Santo consagre aquele novo cristão com o óleo santo “para que participem da missão do Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei, e sigam os passos de Jesus permanecendo no seu povo até a vida eterna”.

Também são ungidos com o óleo consagrado aqueles que recebem o Sacramento da Crisma, conferido enquanto o ministro traça o sinal da cruz sobre a fronte do crismando e pronuncia as palavras da fórmula. E ainda os ministros ordenados, sendo os presbíteros nas mãos e os bispos na cabeça.

O cheiro agradável

O bálsamo misturado ao óleo faz com que este signifique a plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Leonardo Pinheiro, o bálsamo misturado no óleo do Crisma é comumente oriundo, aqui no Brasil, de essências de ervas da Amazônia.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Bispo fala sobre como vencer dificuldades na oração

Imagem ilustrativa / Gianna Bonello (Unsplash)

MADRI, 07 abr. 22 / 03:45 pm (ACI).- O bispo de Orihuela-Alicante, Espanha, dom José Ignacio Munilla, falou sobre as três principais dificuldades que impedem de rezar e ensinou podemos combatê-las, através de seu canal no YouTube "Em ti Confio".

Dom Munilla comentou o número 574 do Compêndio do Catecismo: "Quais são as dificuldades para a oração?": “A distração é a dificuldade habitual da nossa oração. Ela afasta da atenção a Deus e pode também revelar aquilo a que estamos apegados. O nosso coração deve então regressar humildemente ao Senhor. A oração é muitas vezes insidiada pela aridez, cuja superação, na fé, permite aderir ao Senhor, mesmo sem uma consolação sensível. A acédia é uma forma de preguiça espiritual devida ao relaxamento da vigilância e à negligência na guarda do coração”.

Segundo Munilla, perante três tentações, “o Senhor pede-nos que respondamos com o nosso desejo de uma certa determinação, de sermos fiéis à oração como um chamado a viver uma conversão contínua na nossa vida”.

1. A distração:

Dom Munilla disse que a principal dificuldade na oração “são as distrações” que nascem da imaginação. "Santa Teresa de Jesus já dizia que a imaginação é 'a louca da casa'. Mas santa Teresa aprendeu a não dar muita importância a ela”, disse.

No entanto, disse que ter uma imaginação bastante difícil de silenciar, “não deve nos afetar muito” para pensar “que esse será o principal obstáculo para fazer a oração”, a menos que essas distrações escondam o desinteresse. “Se há falta de interesse, se não há uma fé viva e verdadeira”, isso “é sinal de um coração que não está plenamente convertido” e isso é outro tema, disse ele.

Munilla explicou que "uma imaginação transbordante pode mostrar que temos apegos, porque o coração não está suficientemente apaixonado". Por exemplo, se "alguém está sempre distraído por questões de dinheiro, essas distrações podem revelar que há um apego ao dinheiro em meu coração", acrescentou.

Dom Munilla disse que devemos “estar vigilantes” e identificar quando as distrações “revelam onde está o apego do nosso coração”; sem esquecer que também nos distraímos com coisas "que não têm um elemento de apego".

“Se há apego, temos que arrancar o apego do nosso coração para vencer a distração. Mas quando minha imaginação é muito imparável, não devemos prestar muita atenção a ela”, aconselhou o bispo, mas advertiu que não devemos “caçar a distração”, porque essa ação em si é uma distração que nos afasta do objetivo de rezar.

Por exemplo, pode acontecer que uma mosca entre na sala e isso deixe você nervoso, então você pára de ler o seu livro, pega uma vassoura para matá-la, mas você erra e acaba quebrando os vidros. Nesse caso, é melhor “não prestar muita atenção” à mosca e apenas “fazer um leve gesto” de afastar a mosca com a mão, “sem tirar a atenção do que estava fazendo”, disse ele.

O bispo disse que "às vezes a melhor maneira de lidar com essas distrações é não ficar nervoso, ou dar muita atenção a elas". Finalmente, ele nos encorajou a sempre "ter o coração vigilante e atento", pois isso nos ajudará a "vencer as distrações".

2. Aridez

Dom Munilla disse que o Catecismo identifica a “aridez” como uma segunda dificuldade, “porque quando fazemos uma meditação e não temos um prazer sensível nesses pensamentos, a meditação fica árida, sentimos uma aridez que leva à tentação de deixá-la, porque está chata, porque é difícil”.

No entanto, Munilla lembrou que essa aridez “é um momento importante para crescer espiritualmente”.

A este respeito, recordou as palavras de são Paulo, que disse: "O justo viverá pela fé". Ele explicou que o santo não diz que a pessoa "viverá do sentimento da fé, mas viverá da fé, e a fé muitas vezes caminha na aridez, inclusive em meio às trevas, mas caminha e não se deixa desgovernar pelo fato de viver maiores se aridezes”.

Depois, ele encorajou a lembrar que “não buscamos as consolações de Deus”, mas “buscamos o Deus das consolações, que às vezes também prova nossos corações com momentos de desolação e aridez interior. Então, essa é uma forma de educar nossas vidas.”

3. A acédia

A terceira dificuldade é a acédia, que “é sinônimo de preguiça, mas com algumas nuances”, disse Munilla. "Não é apenas uma preguiça da vontade, mas no fundo é uma perda do primeiro amor, é uma separação daquele espírito de estar em conversão permanente".

“É o descuido da vigilância, ter caído em negligências, é ter entrado na tibieza ou na mediocridade. Obviamente, a acédia acaba por nos separar da oração", destacou.

Portanto, ele aconselhou que a melhor maneira de responder à acédia "é voltar primeiro ao amor e comprometer-se a viver em um estado permanente de conversão".

Fonte: https://www.acidigital.com/

Patriarca Raï: "Estamos perdendo nosso povo com uma hemorragia migratória"

Vista panorâmica de Harissa e imagem Nossa Senhora do Líbano |
Vatican News

A delegação da fundação "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS) que está atualmente no Líbano encontrou-se com o patriarca de Antioquia dos Maronitas, cardeal Béchara Boutros Raï, que agradeceu à organização, em particular aos doadores, pelo apoio prestado à população cristã libanesa.

Vatican News

Uma delegação da fundação "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS) está atualmente no Líbano. O objetivo da viagem é expressar solidariedade e proximidade à comunidade cristã local e fazer um balanço das várias necessidades que precisam ser atendidas com urgência. A delegação encontrou-se com o patriarca de Antioquia dos Maronitas, cardeal Béchara Boutros Raï O.M.M., que agradeceu à organização, em particular aos doadores, pelo apoio prestado à população cristã libanesa.

“Gostaria de dirigir uma palavra de agradecimento a todos os benfeitores e benfeitoras que, através da Ajuda à Igreja que Sofre, ajudam em vários lugares, não apenas no Líbano e no Oriente Médio. Eu sei que a AIS está presente em todos os lugares”. Os doadores, continuou o cardeal, “estão apoiando o Líbano, o povo libanês. Todos vocês já viram em que situação se encontra, infelizmente. Este não é o povo libanês de antes. Os libaneses viviam com dignidade, não eram um peso para ninguém, e lamento que nossos políticos no Líbano tenham tornado nosso povo pobre, mendigo. Esta - continuou o Patriarca - "não é a dignidade de nosso povo. De fato, os libaneses acolheram, não fecharam as fronteiras. Em 1948, acolheram os refugiados palestinos, e o Patriarca da época enviou uma circular a todos os conventos, todas as escolas, todas as universidades que dependiam da Igreja Maronita, dizendo-lhes: abram as portas, porque são irmãos na desgraça, que vocês devem acolher. Um milhão e meio de [refugiados] sírios estão agora entre nós. Ninguém fechou as fronteiras, em detrimento dos libaneses que vivem na pobreza. Existem agora dois milhões de refugiados. Estamos perdendo nosso povo com uma hemorragia migratória. Perdemos, e continuamos perdendo todos os dias, os melhores médicos, os melhores professores universitários, os melhores engenheiros, os melhores operadores financeiros porque com a desvalorização da libra libanesa em relação ao dólar, os salários não são nada. Um dólar valia, há um ano e meio, 1.500 libras libanesas, agora [vale] 25.000", então, continuou o cardeal, "quem pode emigrar emigra. Digo isso para destacar o que os queridos benfeitores e benfeitoras estão fazendo. É uma grande coisa o que vocês estão fazendo. É verdade que não resolve o "problema" do Líbano, [porque] o Estado é responsável pelo problema econômico, mas os benfeitores e benfeitoras demonstram fraternidade, solidariedade, comunhão e proximidade. Os libaneses, eu lhes asseguro, são muito gratos a vocês por tudo o que vocês fazem. Por isso, em nome de todos [libaneses], digo um grande "obrigado" a vocês de todo coração», concluiu o cardeal Raï.

Como a crise financeira e política do país parece não ter fim, muitos libaneses dependem de ajuda externa. A fundação pontifícia "Ajuda à Igreja que Sofre" administra muitos projetos no Líbano, que continua sendo o país com maior porcentagem de cristãos no Oriente Médio. Esses projetos incluem o apoio às congregações religiosas em seu serviço pastoral e social, fornecendo pacotes de alimentos para famílias particularmente vulneráveis, apoio financeiro aos professores de escolas cristãs, bem como o pagamento de mensalidades escolares para alguns dos alunos mais pobres. Em 2021, a AIS gerenciou mais de 100 iniciativas no Líbano, fornecendo mais de 5 milhões e 400 mil euros de euros em financiamento.

Segundo o diretor de AIS-Itália, Alessandro Monteduro, que se encontrou pessoalmente com o patriarca, "a devida atenção que há 43 dias dedicamos ao sofrimento indescritível do povo ucraniano não deve nos distrair, na denúncia sobretudo, das outras realidades dramáticas presentes em diferentes áreas do mundo. O Líbano que estou visitando está literalmente morrendo de fome. Como já vimos no Iraque e na Síria, a comunidade cristã, a mais qualificada, mas também a menos apoiada financeiramente, é a que mais sofre. Hospitais e escolas católicas, sem mais ajuda do governo, fecharam ou estão fechando. A AIS, com pouquíssimas outras entidades beneficentes, vai fazer de tudo para que isso não aconteça”, concluiu Monteduro.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Júlia de Billiart

Sta. Júlia de Billiart | Nossa Sagrada Família
08 de abril
Santa Júlia de Billiart

Fundadora da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Namur

Origens

Maria Rosa Júlia Billiart nasceu no dia 12 de julho de 1751, em Cuvilly, na França. Filha de família pobre, seus pais eram muito religiosos. Tanto, que fizeram questão de batiza-la no mesmo dia de seu nascimento. Talvez aí a marca mais profunda de sua vida tenha tido seu embrião.

Jesus, o único alimento de sua vida

A pequena Júlia fez o catecismo e sua primeira comunhão quando completou sete anos. A partir desse dia, por uma disposição interior ou por um chamado sobrenatural, e por fé viva na presença real de Jesus no Pão Eucarístico, a Eucaristia passou a ser o único alimento de sua vida. Ela aprendeu a ler e a escrever porque, com este saber, ajudava no sustento da família.

Consequências

Do ponto de vista meramente humano, já foi um milagre o fato de a pequena Júlia sobreviver até à adolescência alimentando-se apenas da comunhão Eucarística. Quando completou treze anos, ela começou a ter sérios problemas de saúde. Sem nutrição, foi ficando paraplégica. Ela sobreviveu assim por trinta anos.

Mística

Durante os trinta anos de sua paraplegia, Santa Júlia Billiart mergulhou nos mistérios profundos da oração, da contemplação, da vida mística. O Senhor, presente na Eucaristia, passou a ser o centro de sua vida. Ele revelou a ela os mistérios da salvação, dos sofrimentos no Calvário, da imensurável glória celeste e da luz de Deus que ilumina a vida do cristão. Mesmo paraplégica, ela esteve sempre ligada à catequese paroquial e dava grande atenção à educação dos pobres, sabendo que a educação é uma das chaves da libertação da pobreza.

Vida ativa

Os frutos da Eucaristia apareceram. Santa Júlia Billiart tinha uma vida ativa mesmo nesta situação especial de vida. Ela alimentava amizades dentro de sua família e ampliava esses laços com religiosos, com mulheres nobres que, sabendo de sua “situação”, procuravam ajuntar donativos que ajudavam sua família. Mantinha amizades também com as irmãs carmelitas, que lhe davam suporte espiritual.

Um sonho de ir mais além

Santa Júlia Billiart, depois de muitos anos de paralisia e vida mística, sentiu em seu coração o grande desejo de se tornar religiosa. Este desejo, porém, carregava uma meta muito definida: era preciso fundar uma Congregação religiosa com o carisma de formar bons e santos educadores para educar os pobres. Santa Júlia tinha, entre outros dons, uma pedagogia particular adquirida nos seus mais de vinte anos de paralisia. Mas ela aprendeu não só com a religião. Admiravelmente, tinha os pés no chão e soube aprender também com autoridades com quem conviveu, com os horrores da Revolução Francesa e com as guerras de Napoleão.

A realização do sonho

Mesmo sabendo apenas os rudimentos da leitura e da escrita, Santa Júlia Billiart, ainda deficiente por causa da paralisia, realizou seu sonho fundando a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora no ano 1804. Após trinta anos de paralisia, o Sagrado Coração de Jesus, de quem ela era devota, achou por bem cura-la e ela voltou a andar. A Eucaristia nunca deixou de ser o centro de sua vida e Nossa Senhora era seu modelo de vida. Após viver muitas dificuldades na estruturação da Congregação, Santa Júlia Billiart foi eleita a superiora geral.

A obra cresce

Santa Júlia Billiart abriu sua primeira escola gratuita para crianças pobres em Amiens e começou a viajar por França e Bélgica estendendo a obra. Era um tempo de miséria e dificuldades. Por isso, ela abria pensionatos e, com os ganhos obtidos, fundava as escolas gratuitas. Sua obra se espalhou pr várias cidades desses dois países.

Perseguição e mudança

Santa Júlia Billiart foi perseguida injustamente pelo bispo da cidade de Amiens. Ele chegou a afastá-la da Congregação. As irmãs, porém, decidiram ir junto com ela para Namur, uma cidade belga. Ali a Congregação se firmou e foi em frente. Santa Júlia, então, continuou com sua obra, ajudando a milhares de crianças pobres, dando a elas formação que lhes abria uma porta para um futuro melhor.

Falecimento

Em Namur Santa Júlia Billiart chegou à grande meta e carisma pedagógico da Congregação. Segundo suas palavras: “A educação é caminho da plenitude da vida”. Vendo a obra de sua vida realizada, Santa Júlia Billiart faleceu na paz de Nosso Senhor, que era o centro de sua vida. Era o dia 8 de abril de 1816, em Namur. Ela foi canonizada em 1969 pelo Papa Paulo VI.

Oração a Santa Júlia Billiart

Ó Deus, que destes a Santa Júlia Billiart a graça de ter vosso Filho Jesus Cristo como o centro de sua vida, dai também a nós esta graça essencial, para que nossa vida frutifique em bênçãos para todos aqueles que precisarem. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, amém. Santa Júlia Billiart, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF