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quinta-feira, 14 de abril de 2022

Procissão do Fogaréu volta a ser celebrada em Goiás

Procissão do Fogaréu na cidade de Goiás | ACI Digital
Por Lilian da Paz Miranda

BRASILIA, 13 abr. 22 / 02:00 pm (ACI).- A procissão do fogaréu volta a acontecer e deve reunir cerca de 30 mil pessoas na madrugada da Quinta-Feira Santa na cidade de Goiás (GO). A tradição da procissão vem desde 1745 e marca as celebrações da Semana Santa.

Nos dois últimos anos, a procissão não foi realizada devido às medidas impostas por temor da pandemia de covid-19. “Voltar a celebrar essa procissão depois de dois anos parados é algo que balança com seu emocional. Estamos sentindo isso com todo o povo”, conta Heber da Rocha Rezende Junior, diácono e integrante da Organização Vilaboense de Artes e Tradições - Ovat, que organiza o fogaréu.

Na Idade Média, penitentes de grandes irmandades na Europa, principalmente na Espanha e Portugal, saíam nas madrugadas da Quinta-Feira Santa carregando tochas e se autoflagelando. Entravam pela porta da frente das Igrejas e saíam pelas portas à direita.

Depois, essas irmandades passaram a usar roupas rústicas. Daí se originou o hábito do farricoco, com capuz e túnica, passando de uma procissão de penitentes à encenação da perseguição do Cristo. Hoje, as grandes irmandades de Toledo e Sevilla, cidades espanholas, têm os seus próprios farricocos.

A procissão chegou ao Brasil no século XVI, em Pernambuco. De lá foi para a Bahia até chegar em Minas Gerais. A tradição na cidade de Goiás foi criada pelo padre espanhol João Perestelo de Vasconcelos Espíndola em 1745. Ele foi para o município como vigário e, a partir da tradição oral, criou a procissão para matar a saudade que tinha da Espanha.

Padre João não criou somente a procissão do fogaréu, mas fez toda a estrutura básica da encenação da Semana Santa que se realiza até hoje na cidade. Foi ele também quem criou a Irmandade dos Passos no mesmo ano da encenação, responsável pelas cerimônias até hoje, ao lado da Ovat.

“Aqui em Goiás nós celebramos a Semana Santa em três semanas. A primeira é a Semana dos Passos que é totalmente organizada pela Irmandade dos Passos juntamente com a Igreja. A segunda é a Semana das Dores em que são cantados os motetos dos passos e das dores. São motetos compostos em 1825 por Basílio Martins Braga Serra Dourada e o filho dele, cônego José Iria Braga Serra Dourada. São cantados até hoje em latim”, explica o diácono Heber. 

No Domingo de Ramos, começa efetivamente a Semana Santa e, na madrugada de quarta para quinta-feira, a cidade inteira acompanha a Procissão do Fogaréu.

Em 1960, um grupo de intelectuais liderado por Elder Camargo de Passo resolveu dar um pulso novo para a Procissão do Fogaréu que até então, com o passar dos anos, tinha uma versão bem mais resumida. A Ovat foi criada e teve a ajuda da artista Goiandira do Couto que fez um estudo sobre a o farricoco, partindo dos relatos em Goiás e das celebrações da Espanha.

A Ovat criou a cerimônia do Descendimento da Cruz em que um grupo de homens desce a imagem de Jesus Cristo da cruz e saem em procissão com todos os personagens que estão na passagem correspondente do evangelho de João.

Segundo Rezende, em 1965 começou uma nova etapa da Procissão do Fogaréu. Nas primeiras procissões as celebrações contavam com apenas seis farricocos e uma fanfarra. À frente, havia um berrante, tocado para que as pessoas fizessem silêncio. Hoje são 40 farricocos que representam os homens que foram, munidos de tochas, prender Jesus no Horto das Oliveiras.

A Procissão sai da porta do Museu da Boa Morte, que era uma Igreja, e vai até a praça Passo Camargo, no centro da cidade. Antes de sair, é cantado o Moteto dos Passos e se desce pelo lado direito da praça em direção à casa da poetisa Cora Coralina. Daí, a procissão segue até o Santuário do Rosário, onde há uma parada e o canto do segundo moteto. Nesta parada, os perseguidores procuram Jesus na Última Ceia.

A procissão segue, então, pela rua Eugênio Jardim até a esquina da rua do Carmo e vai até a Igreja São Francisco de Paula, que está em uma altura mais elevada e representa o Monte das Oliveiras. Então, há o momento da prisão do Cristo. Um farricoco vestido de vermelho toca um clarim pedindo silêncio. Em um segundo toque, aparece um farricoco de túnica branca segurando um estandarte com a imagem de Jesus flagelado. Terminado o toque, o coral canta um último moteto e o bispo faz uma homilia. Depois, a procissão segue até a Catedral de Sant'Ana.

As procissões da Semana Santa da cidade de Goiás estão em processo de registro como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A documentação encaminhada ao órgão em 2020, já teve a análise técnica preliminar da superintendência em Goiás, e agora o pedido aguarda o posicionamento da Câmara Setorial do Patrimônio Imaterial, grupo vinculado ao Conselho Consultivo e responsável pela decisão sobre os processos de reconhecimento dos bens de natureza imaterial.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Tríduo Pascal: Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus

Triduum Pascal | Vatican News

Aproximamo-nos do centro do Mistério, do Mistério da nossa salvação, apresentamos algumas considerações para ajudar a vivê-lo de forma mais concreta, e também esclarecer e aprofundar alguns aspectos teológicos e rituais que celebramos nestes dias da Paixão, Morte/Sepultamento e Ressurreição Gloriosa do Senhor.

Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist. - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Somos filhos de nossa época que muitas vezes, em vez de buscar explicações para nossas questões espirituais em fontes da Igreja, preferimos confiar em uma certa religiosidade, que às vezes pouco tem a ver com o espírito litúrgico e muito menos com a saudável tradição da Igreja. Motivados por essas reflexões, quisemos reapresentar o tema do Tríduo Sagrado para melhor compreender seu significado.

O Tríduo Pascal, repleto de ritos e celebrações, constitui para os cristãos o coração da liturgia e da vida cristã como memorial da essência da fé em Jesus Cristo morto e ressuscitado. O termo “tríduo pascal” refere-se, exatamente à celebração da Páscoa seguido do domingo de Páscoa, em que se comemora a paixão, morte de Cristo e Ressurreição do Senhor.

Começaremos na Quinta-feira Santa para chegar à Vigília da Noite Santa, embora talvez fosse mais lógico, do ponto de vista do desenvolvimento histórico, começar com essa celebração. É, de fato, o centro em que gira não apenas o Tríduo Pascal, mas todo o ano litúrgico é a Ressurreição do Senhor.

Na última reforma do Concílio Ecumênico Vaticano II, o tríduo se inicia na Quinta-feira Santa como uma introdução a ela. De fato, a quinta-feira pertence a dois tempos litúrgicos. Antes de tudo, é o último dia da Quaresma, com ele também termina o jejum quaresmal. Com a Missa In Coena Domini, começa propriamente o Tríduo Pascal dos três dias “Passionis et Resurrectionis Domini”, que termina com as segundas vésperas do Domingo de Páscoa. Temos, portanto, um tríduo, com quatro momentos distintos, que nos livros litúrgicos nos são explicitados. A celebração da Missa do Crisma, quase sempre feita pela manhã, ainda que não pertença ao próprio Tríduo, é importante porque serve para consagrar os óleos necessários aos Sacramentos.

A Igreja quer que a Missa In Coena Domini seja concelebrada com mais solenidade. Os temas que chamam a atenção dos fiéis são: a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial, e o mandamento do amor fraterno. A coleta foi substituída. A anterior que falava da traditio mudou com uma nova composição: Sacratissimam, Deus, frequentantibus Caenam…, que expressa melhor o sentido da celebração. Nessa perspectiva, as leituras também foram alteradas: A de 1Cor 11,20-32 foi alterada por uma passagem do Êxodo (12,1-8.11-14) que contém as prescrições para a Páscoa judaica. O Salmo segue com o responsório: “O que poderei oferecer ao Senhor... oferecei o cálice da salvação”. Introduz a segunda leitura de 1Cor 11,23-26. A passagem do Evangelho, por outro lado, não foi alterada.

Após a homilia, pro oportunitate, lavam-se os pés, o que foi simplificado em comparação com o pontifical anterior. A oração sobre as oferendas foi substituída, assim como o prefácio: o da Cruz foi substituído por um novo da Eucaristia. Conserva-se a canção Ubi caritas et amor, proposta hoje para a preparação das oferendas. Assim também é o cânone com suas partes próprias, lembrando de que hoje, Jesus institui a Eucaristia. Após a celebração, o Santíssimo Sacramento é levado em procissão até o tabernáculo provisório, onde pode realizar-se a adoração prolongada, mas as rubricas sugerem que isso seja feito sem solenidade particular. Após a celebração, ocorre o despojamento do altar. Não é mais um ritual particular, mas tudo acontece com simplicidade.

A celebração da Sexta-feira Santa não mudou muito na estrutura comemorativa. A comunhão dos fiéis foi introduzida, sendo restaurada já pela reforma de 1955. A celebração acontece no início da tarde. O padre usa vestes vermelhas, simbolizando a realeza de Cristo, e isso desde o início da celebração. A entrada do celebrante, feita sem canto, continua com a prostração e a oração silenciosa. Posteriormente, a partir do ambão, é proclamada uma das coletas à sua escolha, de nova composição. Segue-se a liturgia da Palavra. As leituras foram alteradas, e com isso a visão teológica também mudou. A primeira leitura do profeta Oséias é substituída pela do Servo Sofredor de Isaías. Mesmo a segunda, em vez da leitura do Êxodo, proclama-se hoje a carta aos Hebreus, que significa o sacrifício de Cristo. O Evangelho, segundo a tradição antiga, é sempre o de João. Pode-se fazer uma breve homilia seguida das orações solenes que, algumas revisadas e outras alteradas, expressam melhor a mentalidade do nosso tempo.

A segunda parte da celebração, a adoração da Cruz, que foi simplificada. O missal tem duas formas de rito. O Santíssimo Sacramento é trazido de volta ao altar, sem solenidade. Durante a comunhão, pode ser cantado um cântico adequado, mas não mais específico. No final, apenas uma das três orações foi preservada: Omnipotens sempiterne Deus… seguida da oração super populum. A assembleia se dissolve em silêncio. Em resumo, podemos dizer que esta celebração é geralmente um bom projeto celebrativo da Paixão do Senhor: A Liturgia da Palavra proclama a Paixão. As invocações rezam à paixão. A veneração da Cruz adora a paixão, e a Comunhão nos faz comungar com a paixão.

O Sábado Santo é o dia do grande silêncio –  porque – como diz uma antiga homilia, “o Rei está dormindo. A terra está silenciosa porque o Deus feito carne adormeceu e despertou aqueles que dormem há séculos”. A igreja romana, além do ofício matutino e vespertino, porém, nunca instituiu nenhuma celebração de Cristo no sepulcro. É a celebração silenciosa do tempo suspenso, do descanso, mas não do não fazer nada. No sábado de manhã os catecúmenos eram convocados para a profissão de fé pública. Este dia foi marcado no passado por um jejum severo até a celebração da Vigília.

Vigília da Noite Santa – a Mãe de todas as vigílias. Assim define Santo Agostinho esta celebração. É colocada no centro do ano litúrgico, no centro de cada celebração. Os novos cristãos estavam se preparando para isso, os pecadores esperavam por isso, todos podiam novamente alcançar da mesa as “portas celestiais”. Representa o Totum pasquale sacramentum. De fato, não só os fatos da ressurreição são celebrados nele, mas também os da Paixão de Cristo. 1. A liturgia da luz, recorda que Cristo é a luz do mundo, Ele veio para iluminar todos os homens, o batizado é aquele que deve conduzir a sua vida, à luz de Cristo; 2. A Liturgia da Palavra, perpassa toda a história da salvação, vendo como Deus se manifestou ao povo, e em seu filho fez-se um de nós, para salvar toda a humanidade; 3. A liturgia batismal, o batismo que nos purifica é recordado, pois nele passamos da morte para vida, vida nova, também renovada com a manifestação das promessas batismais; 4. A celebração eucarística fonte e cume de toda a vida sacramental na Igreja, ela é o memorial quotidiano da Páscoa do Senhor.

Vivamos, com grande piedade, o Tríduo Pascal Sagrado!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Liduína (Lidvina)

Santa Liduína | arquisp
14 de abril

Santa Liduína (Lidvina)

Lidvina ou Liduína, como costuma ser chamada por nós, nasceu em Schiedan, Holanda, em 1380, numa família humilde e caridosa. Ainda criança, recolhia alimentos e roupas para os pobres e doentes abandonados. Até os quinze anos, Liduína era uma menina como todas as demais. Porém, no inverno daquele ano, sua vida mudou completamente. Com um grupo de amigos foi patinar no gelo e, em plena descida da montanha, um deles se chocou violentamente contra ela. Estava quase morta com a coluna vertebral partida e com lesões internas. Imediatamente, foi levada para casa e colocada sobre a cama, de onde nunca mais saiu, até morrer.

Depois do trágico acidente, apareceram complicações e outras doenças, numa seqüência muito rápida. Apesar dos esforços, os médicos declararam que sua enfermidade não tinha cura e que o tratamento seria inútil, só empobrecendo ainda mais a família.

Os anos se passavam e Liduína não melhorava, nem morria. Ficou a um passo do desespero total, quando chegou em seu socorro o padre João Pot, pároco da igreja. Com conversas serenas, o sacerdote recordou a ela que: "Deus só poda a árvore que mais gosta, para que produza mais frutos; e aos filhos que mais ama, mais os deixa sofrer". E pendurou na frente da sua cama um crucifixo. Pediu que olhasse para ele e refletisse: se Jesus sofreu tanto, foi porque o sofrimento leva à glória da vida eterna.

Liduína entendeu que sua situação não foi uma fatalidade sem sentido, ao contrário, foi uma benção dada pelo Senhor. Do seu leito, podia colaborar com a redenção, ofertando seu martírio para a salvação das almas. E disse ao padre que gostaria de receber um sinal que confirmasse ser esse o seu caminho. E ela o obteve, naquela mesma hora. Na sua fronte apareceu uma resplandecente hóstia eucarística, vista por todos, inclusive pelo padre Pot.

A partir daquele momento, Liduína nunca mais pediu que Deus lhe aliviasse os sofrimentos; pedia, sim, que lhe desse amor para sofrer pela conversão dos pecadores e pela salvação das almas. Do seu leito de enferma ela recebeu de Deus o dom da profecia e da cura pela oração aos enfermos. Após doze anos de enfermidade, também começou a ter êxtases espirituais, recebendo mensagens de Deus e da Virgem Maria.

Em 1421, as autoridades civis publicaram um documento atestando que nos últimos sete anos Liduína só se alimentava da sagrada eucaristia e das orações. Sua enfermidade a impossibilitava de comer e de beber, e nada podia explicar tal prodígio. Nos últimos sete meses de vida, seu sofrimento foi terrível. Ficou reduzida a uma sombra e uma voz que rezava incessantemente. No dia 14 de abril de 1433, após a Páscoa, Liduína morreu serena e em paz. Ao padre e ao médico que a assistiam, pediu que fizessem de sua casa um hospital para os pobres com doenças incuráveis. E assim foi feito.

Em 1890, o papa Leão XII elevou santa Liduína ao altar e autorizou o seu culto para o dia da sua morte. A igreja de Schiedan, construída em sua homenagem, tornou-se um santuário, muito procurado pelos devotos que a consideram padroeira dos doentes incuráveis.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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quarta-feira, 13 de abril de 2022

Por que a mulher ungiu Jesus com um perfume caro?

Freedom Studio | Shutterstock
Por Philip Kosloski

O nardo era um óleo muito caro, mas também tem simbolismo ligado ao Cântico dos Cânticos.

Nos dias que antecedem a Paixão e morte de Jesus, ele se encontra em Betânia. Num jantar realizado para ele, entra uma mulher com um frasco de alabastro de óleo. Ela abre o recipiente e derrama o óleo sobre a cabeça de Jesus (ou, conforme alguns relatos, sobre seus pés), no gesto tradicional da unção. O Evangelho de Marcos menciona que este é um tipo específico de óleo, chamado “nardo” (Marcos 14,3).

Judas objeta contra esse “desperdício”, mas Jesus o repreende e diz que a mulher o ungiu para o seu sepultamento (cf. Mt 26,6).

Qual é o significado de usar o nardo para ungir Jesus?

Antes de tudo, é preciso destacar que o nardo era muito caro, como explica a Enciclopédia Católica: “A unção de nardo, um unguento muito caro, é mencionada em Marcos 14,3 (“um vaso de alabastro cheio de um perfume de nardo puro”). Estes unguentos eram tão apreciados, que eram mantidos em vasos de alabastro, e entre os egípcios acreditava-se que eles conservariam sua fragrância por séculos”.

O perfume pode ter vindo da Índia, tornando-o muito raro e de difícil acesso.

No entanto, há mais simbolismo naquele óleo.

O nardo só é mencionado em um outro livro da Bíblia, o Cântico dos Cânticos, que é escrito sob a forma de poesia de amor, expressando o amor de Deus por nós.

“Enquanto o rei descansa no seu divã,
o meu nardo exala o seu perfume.
O meu amado é para mim uma bolsa de mirra.”

Cântico dos Cânticos 1,12-13

Neste contexto, é fácil ver como a mulher de Betânia – que é tradicionalmente associada a Maria Madalena, embora ela não seja nomeada nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas – representa a mulher no Cântico dos Cânticos, derramando o nardo sobre seu amado Jesus, “o rei”.

Dom Prosper Gueranger confirma esta leitura em seu livro Liturgical Year (“Ano Litúrgico”), referindo-se ao “precioso nardo de Madalena, que é o emblema do amor generoso e compassivo”.

Quando lemos esta passagem dos Evangelhos, podemos nos colocar no lugar da mulher de Betânia e nos perguntar se amamos Jesus tanto quanto ela amou.

Tudo o que é mencionado nos Evangelhos está lá por uma razão, e embora possamos não compreendê-lo no início, quando nos aprofundarmos nas escrituras, encontraremos muitos níveis de significado.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

“COLETA PARA A TERRA SANTA” SERÁ REALIZADA NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA SANTA

CNBB

“COLETA PARA A TERRA SANTA” SERÁ REALIZADA NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA SANTA COMO GESTO SOLIDÁRIO À TERRA DE JESUS

Na próxima Sexta-Feira Santa, os cristãos católicos do Brasil e de todo mundo são convidados a estender seu gesto de caridade contribuindo com a “Coleta para a Terra Santa” nos locais sagradas da fé católica na Terra de Jesus e em todo o Médio Oriente. O lema bíblico extraído dos Atos dos Apóstolos (20, 35)  “Há mais alegria em dar do que receber” anima as doações à coleta. 

No vídeo, abaixo, o custódio da Terra Santa, irmão franciscano Francesco Patton, chama a atenção para as dificuldades de manter a missão nas comunidades de Belém, Jerusalém, Líbano e Síria “numa situação sem precedentes” como a vivida com a pandemia da Covid-19 nos últimos dois anos. Contudo, o religioso reforçou que a obras e a presença católica na Terra Santa foram intensificadas com orações, celebrações e a presença junto a trabalhadores, migrantes, refugiados, nas escolas e nos centros de formação e estudo.

“Neste ano, na Sexta-Feira Santa, lembrai de vossos irmãos e irmãs que vivem na Terra Santa. Ajude-nos, segundo a generosidade do vosso coração, lembrando-se das palavras do Senhor Jesus: ‘Há mais alegria em dar do que receber'”, exortou.

Assista e doe em sua comunidade e paróquia:

 https://youtu.be/yeRYJZXuL2E

O destino da coleta

Também conhecida como “Collecta pro Locis Sanctis”, o gesto é resultado da vontade dos papas de manter forte o vínculo entre todos os cristãos do mundo e os locais sagrados. A Coleta, que é tradicionalmente feita na Sexta-Feira Santa, é a principal fonte de rendimento para o sustento da vida que se desenvolve em torno dos locais sagrados. 

Durante séculos, a Custódia da Terra Santa tem se empenhado na preservação e revitalização dos lugares santos do cristianismo na Terra de Jesus e em todo o Médio Oriente. Entre os vários objetivos da missão franciscana estão o apoio e desenvolvimento da minoria cristã, a conservação e valorização de áreas arqueológicas e santuários, a intervenção em casos de emergência, a liturgia em locais de culto, as obras apostólicas e a assistência aos peregrinos. As obras são sempre realizadas graças a vários tipos de contribuições econômicas.

Veja, no vídeo, abaixo, o início da Semana Santa na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém:

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Portugal: Nova edição do Missal Romano entra em vigor nesta Quinta-feira Santa

Novo Missal Romano | Vatican News

A nova tradução do Missal Romano em português, que entra em vigor esta Quinta-feira Santa, depois de “um processo longo” de trabalho. Dom José Cordeiro assinala oportunidade de “consolidação da reforma litúrgica”.

Vatican News

O presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade destacou algumas das alterações da nova tradução do Missal Romano em português, que entra em vigor esta Quinta-feira Santa, depois de “um processo longo” de trabalho.

“O tratamento dado à Mãe de Deus e Mãe da Igreja tem uma nova tradução. Não o habitual Nossa Senhora, como continuamos a fazer na piedade popular, mas pelo diálogo ecuménico, a tradução é de Virgem Santa Maria”, disse D. José Cordeiro, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O arcebispo de Braga acrescentou que, no ato penitencial (confissão), se  recupera o gesto dos “três batimentos”, dizendo ‘por minha culpa, minha culpa, minha tão grande culpa’, em respeito ao texto original – porque esta nova tradução, segundo, as normas do Papa Francisco no motu próprio ‘Magnum principium’, obedece às “três fidelidades”, ou seja, ao texto original, “à língua e à cultura em que é traduzido, mas também à compreensão dos textos”.

Outra alteração que a terceira edição do Missal Romano em português apresenta é na narração da instituição da Eucaristia, onde o verbo ‘benedicere’ passa a ser traduzido por ‘bendizer’, em vez de ‘abençoar’.

A oração eucarística é dirigida ao Pai, como toda a oração da liturgia, pelo filho no Espírito Santo, e essa introdução às palavras sacramentais traduzem a atitude de Jesus – “vos bendisse, deu graças” -, que é a atitude maior da oração. Não se tratou apenas de uma bênção como fazemos ao pão, ao vinho, mas deu graças a Deus pela criação e naqueles sinais da própria criação. Ele diz ‘isto é o meu corpo, meu corpo entregue; isto é o meu sangue derramado por todos’, e assim fica muito mais fiel ao texto bíblico e ao sentido da própria oração eucarística, que é o coração da celebração da Missa”.

A terceira edição portuguesa do Missal Romano foi aprovada no dia 14 de novembro de 2019, e validada pelo Papa Francisco, no dia 8 de janeiro de 2021, em audiência à presidência da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

“Numa colaboração até muito estreita com a Conferência Episcopal Italiana, que conseguiu a aprovação antes de nós, e com uma intervenção direta do Papa Francisco, conseguimos esta aprovação e com as alterações possíveis na sua edição. Sempre em cooperação com as outras conferências episcopais de língua portuguesa”, assinalou D. José Cordeiro.

Segundo o presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade da CEP, a nova edição serve outros países de Língua Portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste -, e há um diálogo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que permite “um acordo estabelecido nas fórmulas sacramentais, nos diálogos da Missa”.

Já este ano, a Conferência Episcopal Portuguesa ofereceu ao Papa um exemplar da nova tradução do Missal Romano em português, que o recebeu “com muito apreço”, num encontro entre Francisco e D. José Cordeiro, no dia 31 de março.

Segundo D. José Cordeiro, esta é uma oportunidade, sobretudo neste momento “da consolidação da reforma litúrgica”, e da consciência de que “é irreversível”, para além da “urgente necessidade da formação litúrgica”, nos ministros da celebração e nas comunidades celebrativas”.

O presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade sublinha a importância de chegar ao “porquê, para um renovado espírito da liturgia”, em ordem a uma participação ativa e consciente de todos.

“Aproveitamos esta ocasião para que seja um renovado tempo de formação litúrgica integral e integrada, porque a Liturgia é como que o lugar síntese da vida da fé e da nossa pertença à Igreja”, desenvolveu.

No mês de fevereiro, os bispos católicos em Portugal aprovaram a Nota Pastoral ‘Celebrar e viver melhor a Eucaristia’, relativa à nova tradução do Missal Romano em português.

O tema vai estar em destaque na emissão desta Quinta-feira Santa do Programa ECCLESIA, na RTP2, pelas 15h00.

PR/CB/OC

Fonte: Agência ECCLESIA.

https://www.vaticannews.va/pt

Santa Ida

Santa Ida | arquisp
13 de abril

Santa Ida

Ida nasceu em 1040, descendente do grande conquistador francês Carlos Magno, filha de Godofredo, duque de Lorraine, e de Doda, também oriunda da nobreza católica reinante. Assim sendo, recebeu educação cristã, mas também teve de cumprir obrigações sociais da corte, e só por esse motivo não seguiu a vida inteiramente dedicada à Deus, vestindo o hábito de religiosa.

Por vontade dos pais, teve de casar-se aos dezessete anos com Eustáquio II, conde de Bolonha, também católico praticante. Juntos, tiveram muitos filhos: Eustáquio III, herdeiro do condado de Bolonha; Godofredo de Bulhão, que conquistou e foi rei de Jerusalém; e Balduíno, que sucedeu o irmão no trono da Terra Santa. Tiveram também filhas, uma das quais tornou-se imperatriz ao casar-se com o imperador Henrique IV.

Entretanto, além da formação nas atividades políticas e sociais, Ida e seu marido educaram todos os filhos dentro dos rigorosos preceitos cristãos. O que surtiu um bom efeito, pois, tornaram-se bons exemplos, promoveram dezenas de obras de caridade, à altura das posses que tinham, socorrendo doentes, pobres abandonados, estrangeiros, viúvas e órfãos.

O grande passatempo de Ida era fazer, com as próprias mãos, as toalhas e enfeites dos altares e ornamentos sacros para os sacerdotes. Enquanto Eustáquio era vivo, o casal restaurou quase todas as igrejas de seus estados e domínios, inclusive o célebre santuário de Nossa Senhora de Bolonha. Seu diretor espiritual era o sacerdote Alberto, naquela época chamado, ainda, de monge de Bec, região da Normandia, porque, mais tarde, também foi elevado aos altares da Igreja.

Ao se tornar viúva, Ida diminuiu sua participação nas atividades sociais, porém na vida da Igreja só fez aumentá-la. Ela vendeu parte de seus bens e fundou vários mosteiros com o dinheiro arrecadado, como o de Santo Wulner de Bolonha; o de Wast, a duas milhas da cidade; o de Nossa Senhora da Capela, perto de Calais; e o mosteiro de Samer, que se encontrava praticamente destruído e arruinado, mas foi totalmente recuperado, voltando à franca atividade nas mãos dos beneditinos.

Há relatos de muitas graças realizadas por ela ainda em vida. Sentindo aproximar-se o fim, santa Ida previu a data exata de sua morte: 13 de abril de 1113. Os milagres e graças por intercessão de seu nome continuaram a acontecer com as crescentes romarias ao seu túmulo. Seu culto foi autorizado para o dia do seu trânsito, em 1808, quando suas relíquias foram transferidas da catedral de Arras para a de Bayeux.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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terça-feira, 12 de abril de 2022

Meditação sobre a paz

A Paz! | Opus Dei

Neste texto refletimos sobre a paz a partir destes temas: bem-aventurados os pacíficos, ajudar com o realismo da oração e forjar a paz começando pela família.

“VENDO AQUELAS multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: (...)Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!” (Mt 5,1-2.9).

No Evangelho de São Mateus, o Senhor, antes de confirmar as suas palavras com prodígios, ensina com as bem-aventuranças o caminho da felicidade na terra e no céu. O caminho, ainda que surpreenda, não é mais do que ser pobre de espírito, preocupar-se com a dor dos outros, buscar a justiça, ter um coração puro, não retribuir o mal com o mal... E, também, ser uma pessoa que constrói a paz.

São Paulo VI, na metade dos anos 1970, dizia que: “infelizmente, enquanto pouco a pouco, à medida que a trágica experiência da última guerra mundial declina na esfera das recordações, se verifica uma recrudescência de espírito contencioso entre as Nações”[1]. São João Paulo II, constatando um ambiente similar, no final de 1989, apontou que “a memória vigilante do passado deve conscientizar nossos contemporâneos dos abusos sempre possíveis no uso da liberdade, que a geração deste tempo conquistou à custa de tantos sacrifícios. O frágil equilíbrio da paz – prosseguia – poderá ficar comprometido se nas consciências se despertassem males como o ódio racial, o desprezo pelos estrangeiros, a segregação dos doentes ou idosos, a exclusão dos pobres ou o recurso à violência privada e coletiva”[2]. E já nos nossos dias, o Papa Francisco, tendo em mente tanto os conflitos em diversos lugares do mundo, como a interdependência sempre crescente entre países, afirmou que se poderia falar de uma “guerra mundial aos pedaços”[3].Neste contexto, como dar vida àquelas palavras de paz que Jesus dirigiu aos seus discípulos? Como podemos ser pessoas pacíficas que buscam alcançar a bem-aventurança?

“Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a paz” (Is 52,7), diz o profeta Isaías referindo-se a Cristo e, nele, a todos nós que queremos seguir o seu caminho. Diante da impotência e da incompreensão que a violência pode gerar, somos chamados a ser semeadores de esperança. “A realização da paz depende sobretudo do reconhecimento de que somos, em Deus, uma úni­ca família humana (...). A paz não é um sonho, nem uma utopia; a paz é possível”[4], animava Bento XVI. Em seu discurso das bem-aventuranças, Jesus une a paz com a filiação comum. “Ou somos irmãos ou tudo se desmorona”[5], afirmava o Papa Francisco.

“PAZ, VERDADE, unidade, justiça. Que difícil parece às vezes a tarefa de transpor as barreiras que impedem a convivência humana! – dizia São Josemaria. E, não obstante, nós, cristãos, somos chamados a realizar esse grande milagre da fraternidade”[6]. Deus, desde os primeiros tempos, quis nos revelar a tristeza que surge da violência entre seus filhos. “Onde está teu irmão?”(Gen 4,9), pergunta a Caim no livro do Gênesis. Trata-se de um interrogante que ressoa ao longo dos séculos, lembrando-nos a tarefa de cuidar de quem nos acompanha nesta terra. Esse “milagre da fraternidade” espera a nossa colaboração, o nosso empenho positivo, já que todos podemos ajudar de alguma maneira. Em primeiro lugar, Deus conta com as nossas orações. Se repararmos bem, nas orações da Missa incessantemente pedimos a paz.

É lógico que, sabendo que somos filhos do mesmo Pai, nos interessemos pelas coisas que acontecem em qualquer lugar do planeta. Viver a comunhão dos santos nos faz considerar nosso o destino de muitas outras pessoas. Em um mundo interconectado e quase imediato, é compreensível querer sempre saber o que está acontecendo, estar atento às mídias que nos aproximam desses lugares. No entanto, “a velocidade da informação pode superar a nossa capacidade de reflexão e de discernimento (...). O ambiente de comunicação pode ajudar-nos a crescer ou, pelo contrário, desorientar-nos”[7]. Nesse contexto, enquanto se impõe uma responsabilidade pessoal de aprender a estar bem-informado e não apenas superficialmente, sem violentar a realidade, também pode ser bom estar atento a uma possível desordem ao querer saber tudo, em tempo real, ou querer ter o máximo de detalhes possível. O prelado do Opus Dei, referindo-se à profissão da comunicação, destacou que só “um comunicador sereno poderá infundir o sentido cristão no fluxo inevitavelmente rápido da opinião pública”[8]. Da mesma forma, apenas um consumidor de notícias sereno será capaz de assimilar a informação com um sentido cristão.

“A compreensão começa quando procuramos ver pessoas concretas (e não "massas") no centro de cada relacionamento comunicativo, mesmo que essas pessoas não estejam fisicamente presentes. Nós não as vemos, mas elas estão lá, com toda a sua dignidade, especialmente quando são mais vulneráveis”[9]. Podemos alcançar esse equilíbrio para nos informar sobre os conflitos se vivermos o realismo que nos dá uma vida de oração e caridade com os mais próximos; um realismo forjado no silêncio e na vida concreta, que impulsiona o nosso desejo de servir, aqui e agora, no meio da nossa família e da nossa profissão. A vida contemplativa nos leva a cuidar do que realmente podemos mudar: primeiro em nós mesmos e depois no ambiente que nos cerca, para encher tudo de paz.

“NÃO PAGUEIS a ninguém o mal com o mal – diz São Paulo aos romanos. Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os homens. Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens” (Rom 12, 17-18). Nosso desejo de que a paz chegue a tantos lugares do mundo pode ser um bom impulso para fazer o mesmo em nosso ambiente. Talvez também nós vivamos as nossas pequenas batalhas domésticas, ou inimizades com pessoas que vemos todos os dias. A sabedoria do povo judeu recolhia uma máxima que dizia: “É uma glória para o homem abster-se de contendas; o tolo, porém, é o único que as procura” (Prov 20,3), e isso acontece tanto em nível político como no doméstico. São João Paulo II, que foi chamado o Papa da família, viu que é precisamente nesse ambiente onde um futuro de paz para o mundo pode ser semeado: “As crianças aprendem muito cedo a conhecer a vida. Observam e imitam o modo de agir dos adultos. Aprendem rapidamente o amor e o respeito pelos outros, mas assimilam, com a mesma prontidão, o veneno da violência e do ódio. A experiência tida em família influenciará intensamente os comportamentos que assumirão quando adultos. Portanto, se a família é o primeiro lugar onde se abrem ao mundo, ela deve ser para elas a primeira escola de paz”[10].

“Tanto a paz como a guerra estão dentro de nós”[11], escreveu São Josemaria. “Se a origem de onde brota a violência é o coração humano, então é fundamental começar por percorrer a senda da não-violência dentro da família (...). Esta constitui o cadinho indispensável no qual cônjuges, pais e filhos, irmãos e irmãs aprendem a comunicar e a cuidar uns dos outros desinteressadamente e onde os atritos, ou mesmo os conflitos, devem ser superados, não pela força, mas com o diálogo, o respeito, a busca do bem do outro, a misericórdia e o perdão. A partir da família, a alegria do amor propaga-se pelo mundo, irradiando para toda a sociedade”[12]. O fundador do Opus Dei, em sua busca pela paz, recorreu a Maria; nela podemos encontrar, em primeiro lugar, a nossa paz interior e, sucessivamente, a paz no nosso ambiente, no nosso trabalho, na nossa cidade. “Santa Maria é – assim a invoca a Igreja – a Rainha da paz. Por isso, quando se conturba a tua alma, ou o ambiente familiar ou profissional, ou a convivência na sociedade ou entre os povos, não cesses de aclamá-la com esse título: ‘Regina pacis, ora pro nobis!’ - Rainha da paz, rogai por nós! Experimentaste fazê-lo, ao menos, quando perdes a tranquilidade?... - Ficarás surpreso com a sua eficácia imediata[13].

[1] São Paulo VI, Mensagem, 1/01/1974.

[2] São João Paulo II, Carta Apostólica, 27/08/1989.

[3] Francisco, Fratelli tutti, n. 259.

[4] Bento XVI, Mensagem, 1/01/2013

[5] Francisco, Vídeo-mensagem, 4/02/2022

[6] São Josemaria, É Cristo que passa, n. 157.

[7] Francisco, Mensagem, 1/06/2014.

[8] Mons. Fernando Ocáriz, Discurso, 19/04/2018.

[9] Ibid.

[10] São João Paulo II, Mensagem, 1/01/1996.

[11] São Josemaria, Sulco, n. 852.

[12] Francisco, Mensagem, 1-I-2017.

[13] São Josemaria, Sulco, n. 874.

Segunda-feira Santa e a unção em Betânia

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A Liturgia da Igreja nesta segunda-feira da Semana Santa traz uma pequena profecia de Jesus ao ser ungido por Maria, irmã de Lázaro e Marta. ““Deixa-a; ela fez isto em vista do dia de minha sepultura.”, diz Jesus quando Judas, olhando tão somente para o dinheiro, repreende Maria enquanto derramava o vaso de perfume em Jesus.

O Mestre fala de sua sepultura que se aproximava e de seu corpo que seria buscado pelas mulheres para ser ungido e não foi encontrado, pois Ele já havia ressuscitado. Ao dizer “deixa-a”, Jesus explica que aquela unção prefigura sua paixão e morte.

A lamúria de Lázaro preocupando-se apenas com o valor do perfume e com o “gasto” que poderia ser investido em outras questões, manifesta o coração do homem que, por vezes, antepõe suas necessidades materiais, emocionais e humanas à amizade com Cristo. Maria, amiga de Jesus, não se preocupou com valores, ela depositou, como o óbolo da viúva, aquilo que tinha para honrar Nosso Senhor.

No mundo de valores invertidos, é necessário que coloquemos as coisas no seu devido lugar: Ao Senhor devemos dar o nosso melhor; para a viúva no Templo era aquela última moeda, para Maria, amiga de Jesus, foi a unção com o vaso de perfume e o ato de enxugar seus santíssimos pés com os cabelos, para os apóstolos, foi o sim generoso, mesmo sem compreender, para tantos santos foi a renúncia de seus bens, títulos e afins; e para nós, qual é o melhor que posso dar ao Senhor? Certamente, o nosso coração é o que Ele mais deseja, mas depois da manjedoura, o lugar mais pobre que Jesus veio habitar foi em nossos corações. Por isso, podemos oferecer a Ele muito mais que o nosso coração.

“Pobres sempre tereis convosco”, e não errou Jesus em afirmar isso. Pelo contrário, a constatação do Senhor é de que a pobreza, sempre estaria rondando o ser humano, seja pelas próprias misérias, que vêm, sobretudo pelo pecado no coração, seja pela triste certeza de que muitos irmãos e irmãs não têm o mínimo para um avida digna. Louvar e bendizer ao Senhor não está em contradição ao encontro com Ele nos pobres. Ao elevarmos o incenso numa Liturgia bem celebrada, nosso coração deve realizar seu rebaixamento para que, saindo do templo depois de uma bela celebração, possa se encontrar com o irmão sofredor e ver Jesus Cristo, também nele. O ouro do Cálice onde se conserva o Santíssimo Sangue de Nosso Senhor é prolongado no “ouro” do irmão que passa fome e deve ter sua dignidade elevada.

Que a generosidade de Maria, ao dar o seu melhor para o Senhor, nos motive a vivermos totalmente para Ele que entregou tudo – a sua vida – para nossa salvação. E que a preocupação com os irmãos menos favorecidos seja um incômodo honesto de nossos corações para que, nas nossas possibilidades, ajudemos o Cristo sofredor que encontramos todos os dias naqueles que são nossos irmãos e irmãs.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Invasores russos depredam seminário católico na Ucrânia

Caritas - Spes Zhytomyr | Facebook
Por Francisco Vêneto

Quebraram imagens e "roubaram quase tudo o que pode ser vendido", inclusive cálice da Missa celebrada por São João Paulo II

Os invasores russos depredaram o seminário católico de Vorzel, na Ucrânia, onde quebraram imagens sacras e “roubaram quase tudo o que pode ser vendido”, inclusive o cálice da Santa Missa celebrada por São João Paulo II.

O relato foi publicado via rede social pelo bispo da diocese de Kiev-Zhytomyr, dom Vitaliy Kryvytskyi, com repercussão no portal oficial de notícias do Vaticano.

Dom Vitaliy denunciou:

“Eles roubaram quase tudo o que pode ser vendido. De climatizadores, máquinas de lavar, computadores, roteadores, equipamentos de cozinha, até os tênis velhos do padre reitor. E também alguns objetos sagrados, incluindo um cálice comemorativo da Santa Missa celebrada por João Paulo II em 2001”.

O bispo registrou as impressões sobre o retorno ao seminário após o ataque e os saques perpetrados pelas tropas russas:

“A aparência é triste, mas estamos agradecidos [a Deus] porque todos sobreviveram. A evacuação era necessária. O seminário sempre foi hospitaleiro, mas desta vez não foi tranquilo. Os saqueadores abriram o portão para entrar e não sair de mãos vazias”.

Além do reitor, outros padres e seminaristas também perderam pertences pessoais.

O bispo prossegue:

“Os bárbaros estragaram vários carros. Alguns quartos estão danificados por explosões, mas agradecemos a Deus Todo-Poderoso por salvar a nossa Alma Mater de uma destruição maior. Vai levar tempo até que a vida no seminário se normalize. Não há água, luz, gás. O reitor, o padre diretor espiritual e os diáconos voltaram para as casas frias. Um grupo de homens voluntários ​​chegou para dividir essas condições espartanas e ajudar a recuperar o seminário o mais rápido possível. Obrigado a todos, sinceramente, pela sua coragem e sacrifício! Moradores locais que precisam de ajuda já estão chegando ao seminário. Obrigado pelos vários transportes humanitários que a nossa Caritas diocesana já enviou”.

Registrando os fatos perpetrados no seminário da Ucrânia neste último sábado, o bispo fez menção ao Domingo de Ramos que seria celebrado no dia seguinte:

“Amanhã, Domingo de Ramos, todos os rendimentos das nossas paróquias serão revertidos tradicionalmente ao seminário diocesano. Muito obrigado desde já por qualquer doação! Precisaremos dos fundos para renovar as instalações e reavivar o seminário, para o bem da Igreja. Afinal, a Ucrânia, que será reconstruída após a guerra, também vai precisar de líderes espirituais – sacerdotes. Rezem para que o Senhor chame aqueles a quem Ele escolheu para o Seu ministério especial”.

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Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF