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sábado, 16 de abril de 2022

São Bento José Labre

S. Bento José Labre | arquisp
16 de abril

São Bento José Labre

O cigano de Cristo", este também é seu apelido, que demonstra claramente o que foram os trinta e cinco anos de vida de Bento José Labre, treze deles caminhando e evangelizando pelas famosas e seculares estradas de Roma. Aliás, o antigo ditado popular que diz que "todos os caminhos levam a Roma" continua sendo assim para todos os cristãos. Entretanto, principalmente no século XVII, em qualquer um deles era possível cruzar com o peregrino Bento José e nele encontrar o caminho que levava a Deus.

Ele era francês, nasceu em Amettes, próximo a Arras, no dia 27 de março de 1748, o mais velho dos quinze filhos de um casal de agricultores pobres. Freqüentou a modesta escola local, mas aprendeu latim com um tio materno. Ainda muito jovem, quis tornar-se monge trapista, mas não conseguiu o consentimento dos pais.

Com dezoito anos, pediu ingresso no convento trapista de Santa Algegonda, mas os monges não aprovaram sua entrada. Percorreu a pé, então, centenas de quilômetros até a Normandia, debaixo de um inverno extremamente rigoroso, onde pediu admissão no Convento Cisterciense de Montagne. Também foi recusado ali, tentando, ainda, a entrada nos Cartuchos de Neuville e Sept-Fons, com o mesmo resultado. Foi então que, com vinte e dois anos, tomou a decisão mais séria da sua vida: seu mosteiro, já que não encontrava guarida em nenhum outro, seriam as estradas de Roma.

No embornal de peregrino carregava apenas o Novo Testamento e um breviário, além de um terço nas mãos. Durante a noite, dormia nas ruínas do Coliseu e, de dia, percorria as estradas peregrinando nos lugares sagrados e evangelizando sem pedir esmolas. Quando recebia a caridade alheia, mesmo sem pedir, ainda dividia o que ganhava com os pobres. Isso lhe valeu, certa vez, algumas pancadas de um certo cidadão que encarou sua atitude como um insulto. Na maior parte dos dias, comia um pedaço de pão e ervas colhidas no caminho.

Os maus tratos do cotidiano, ou seja, a maneira insatisfatória de higiene a que se submetera durante muitos anos e as penitências que se auto-impusera, acabaram por causar o seu fim. Um dia, ainda muito jovem, seu corpo foi encontrado nos fundos da casa de um amigo arquiteto, perto da igreja de Santa Maria dos Montes. Houve uma grande aglomeração de populares que admiravam e até veneravam o singelo peregrino.

Bento José acabou sendo sepultado ali mesmo, próximo daquela igreja, local que logo passou a ser procurado pelos devotos e peregrinos. Imediatamente, tornou-se palco de muitas graças e prodígios, por intercessão daquele que em vida percorreu o caminho da santidade. O papa Leão XIII canonizou são Bento José Labre em 1881, determinando sua festa para o dia 16 de abril, data de sua morte no ano 1783.

São Benezet, ou pequeno Bento;Benezet, nascido em 1163 na região da Savóia, na França, era um humilde, mas alegre, pastor de ovelhas de doze anos. Diz a tradição que ele ouviu, de repente, uma voz conversando com ele e dizendo ser Jesus. Como não enxergasse nada à sua volta, de imediato ficou apreensivo, mas depois permaneceu confiante. Vejamos como tudo isso aconteceu, no início do segundo milênio, cheio de superstições e perseguições aos cristãos.

Para Benezet, ou pequeno Bento, como era chamado, ter ouvido aquela voz não seria nada se não fosse a natureza da ordem que veio com ela. Deveria erguer uma ponte sobre o rio Ródano, do qual nunca tinha ouvido falar, além de ter de abandonar a profissão que tanto amava. Porém o chamado tinha sido tão real que Benezet não pensou duas vezes e se pôs a caminho. Ele também não estranhou quando, centenas de metros adiante, um jovem veio a seu encontro e simplesmente lhe comunicou que o acompanharia em sua empreitada na construção da ponte.

Ao chegar, finalmente, às margens do rio determinado, na cidade de Avignon, Benezet assustou-se com o seu volume d'água. Orientado pelo novo amigo, que na verdade era um anjo que depois desapareceria, procurou o bispo, contando-lhe a missão que recebera. Foi ignorado. Procurou, então, o prefeito, e este, julgando tratar-se de um louco, disse que o ajudaria se removesse uma pedra que atrapalhava a cidade e a usasse como alicerce para a gigantesca obra a ser erguida.

Dizem os devotos que tudo mudou a partir desse momento. Benezet apenas fez o sinal da cruz sobre a pedra e, depois de levantá-la com facilidade, levou-a nos ombros até onde deveria ficar. Enquanto fazia isso, dezoito doentes teriam tocado a sua túnica e se curado imediatamente. Diante desse prodígio e graças, tanto o prefeito quanto o bispo assumiram a construção da obra que ajudou o desenvolvimento de toda a região. O pequeno Bento acabou falecendo antes da conclusão da ponte, que levou onze anos para terminar.

A ponte resistiu quinhentos anos antes de ruir. Foi reconstruída e trata-se do marco da cidade de Avignon, que tem, como seu padroeiro, são Benezet, ou o pequeno Bento, como querem os devotos, que nunca mais deixaram de pedir por sua intercessão e de festejá-lo no dia 14 de abril.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sexta-feira, 15 de abril de 2022

O futuro da Aleteia está ameaçado: carta do editor

ALETEIA
Por Alexandre Ribeiro

A Aleteia é um sucesso: é o maior site católico do mundo! Mas infelizmente hoje isso não basta.

É nestes tempos incertos, em que todos somos chamados à esperança, que a missão da Aleteia assume todo o seu significado.

Hoje a Aleteia é o único meio de comunicação social católico no mundo que atinge o grupo etário de 18 a 35 anos em grande escala. Imagine se a Aleteia fechasse: os jovens adultos católicos de todo o mundo ficariam privados de qualquer informação enraizada na civilização cristã… Impensável, não é? Esse é um dos motivos pelos quais a missão da Aleteia é importantíssima nos dias de hoje.

A publicação de dezenas de artigos originais todos os dias, alguns dos quais ganharam prêmios internacionais, tem um custo: o custo de um jornalismo de qualidade. Nunca abriremos mão disso. A mensagem católica na internet perderia toda a credibilidade se fosse manchada pela mediocridade. Mas sem a generosidade regular dos seus leitores e leitoras, o futuro da Aleteia está em risco. Inevitavelmente.

Como você sabe, a Aleteia é gratuita porque é um serviço essencial para a missão católica na internet. Com até 20 milhões de leitores por mês, a Aleteia é um sucesso: é o maior site católico do mundo! Mas infelizmente hoje isso não basta. Mesmo sendo o maior site católico do mundo, sem o seu apoio, a Aleteia corre o risco de fechar. Os custos de se manter um grande site de qualidade são altos, e as receitas de publicidade são cada vez menores.

Há diversas formas de apoiar a Aleteia: rezar por este serviço tão importante nos dias de hoje, compartilhar seus artigos com amigos e familiares, ler seus conteúdos… E acima de tudo, neste momento, fazer uma doação.

Se você acredita que é importante manter a presença católica nas redes socias e na internet,  por favor, considere ajudar a Aleteia. Faça hoje mesmo uma doação. E se você tiver condições, faça uma doação mais generosa. A sua doação mais generosa frutificará de uma forma inimaginável.

Neste momento, a sua doação é absolutamente fundamental.

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Fonte: https://pt.aleteia.org/

Onde estão as relíquias da Paixão de Cristo?

Relíquias da Paixão de Cristo | Guadium Press
A Basílica da Santa Cruz de Jerusalém é um dos lugares mais visitados durante a Semana Santa em Roma, sendo ainda um lugar privilegiado para a celebração da liturgia da Sexta-Feira Santa.

Itália – Roma (13/04/2022 10:07, Gaudium Press) Situada na Cidade Eterna, a um quilômetro da Basílica de São João de Latrão, encontra-se a Basílica da Santa Cruz de Jerusalém, muito visitada na Semana Santa porque resguarda importantes relíquias da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo: Três fragmentos da Santa Cruz, dois espinhos da Coroa de Jesus, um dos cravos e o letreiro da Crucifixão “INRI”, que significa “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”.

História das relíquias da Paixão

A história das relíquias remete à Imperatriz Santa Helena, mãe de Constantino, chamado “O Grande”, que no ano 326 viajou à Terra Santa com o desejo de redescobrir os lugares da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

Foi graças à passagem da Imperatriz pela terra de Jesus que ali se construíram as primitivas Basílicas da Natividade em Belém da Ascensão no Monte das Oliveiras. Estando no Gólgota, quando já haviam sido demolidos os templos pagãos que ali se encontravam, Santa Helena pode cumprir seu sonho de ajoelhar-se na terra onde Jesus havia sido elevado na Cruz, mas notou que faltava o mais importante: encontrar a relíquia do santo madeiro.

Guadium Press

O encontro da Cruz de Cristo

Assim a Imperatriz mandou realizar algumas escavações em um terreno próximo ao Gólgota, onde se encontraram três cruzes, e a tábua onde estava escrito em hebraico, grego e latim “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”. Conta a tradição popular que para determinar qual era a Cruz de Jesus, se pediu para pessoas enfermas que tocassem os três madeiros, notando que um em particular lhes concedia saúde.

Santa Helena deixa a maior parte das relíquias em Jerusalém, mas leva consigo à Roma três fragmentos da Verdadeira Cruz, o INRI, um dos cravos, e alguns espinhos da Coroa que os verdugos impuseram a Jesus; além da terra do Gólgota e as escadas que Jesus pisou quando foi apresentado diante de Pilatos, que agora se encontram no Santuário da ‘Scala Santa’ na Cidade Eterna.

Relíguias da Santa Cruz | Guadium Press

Basílica da Santa Cruz de Jerusalém

Os fragmentos da Cruz, o título da condenação, os cravos e os espinhos, foram por alguns anos custodiados piedosamente no Palácio Sessoriano, residência imperial da Imperatriz. Se acredita que depois de sua morte, seu filho, Constantino pediu que se construísse um templo, utilizando como cimento da edificação a terra do Gólgota que Santa Helena havia trazido de sua viagem à Terra Santa.

No interior do templo foram colocados os três fragmentos da Cruz em um belo relicário de ouro, adornado com finas pedras preciosas, o mesmo se fez com as outras relíquias que hoje se custodiam em uma capela especial. Esses relicários são acompanhados por outros com fragmentos da gruta da Natividade e do Santo Sepulcro, além do dedo de São Tomás, e o patíbulo do bom ladrão.

Basílica da Santa Cruz | Guadium Press

Um dos lugares mais visitados em Roma durante a Semana Santa

No século XII, a partir do Pontificado de Lúcio II, o templo romano da Santa Cruz em Jerusalém recebe uma série de modificações, anexando-se à torre, e mais adiante a fachada e o átrio de forma ovalada.

E de maneira natural, a Basílica se converteu em epicentro de peregrinação, sendo uma das sete igrejas de Roma que os peregrinos percorriam à pé durante um dia, e um dos lugares mais visitados para a Semana Santa graças às relíquias da Paixão. É um lugar privilegiado para a celebração da liturgia da Sexta-Feira Santa. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Missa dos Santos Óleos reúne presbitério de Brasília e centenas de fiéis na Catedral Metropolitana

Missa dos Santos Óleos na Catedral | arqbrasilia

A Catedral Metropolitana de Brasília voltou a receber centenas de fiéis na manhã desta Quinta-Feira Santa para a Missa dos Santos Óleos. Todo o clero de Brasília esteve presente e concelebrou a Santa Eucaristia com o Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa. Estiveram presentes, também, vários Bispos, dentre eles o Bispo Auxiliar de Brasília, Dom José Aparecido; o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro; o Arcebispo emérito de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno; Dom Marcony Vinícius, Arcebispo do Ordinariato Militar do Brasil; Dom José Francisco Falcão, Bispo Auxiliar do Ordinariato Militar do Brasil; Dom José Ronaldo, Bispo emérito de Formosa.

Nesta Celebração, os padres renovam as promessas sacerdotais feitas no dia de sua ordenação, fazendo memória do mistério da configuração com Cristo que os faz arautos da Eucaristia, neste dia em que se faz memória da Sua instituição. Também nesta Missa, o Arcebispo abençoa os Óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos, além de consagrar o Óleo do Crisma.

Em sua homilia, Dom Paulo Cezar destacou a beleza e importância do Sacramento da Ordem “Esta celebração é cheia de simbolismo, pois nela celebramos, como que uma epifania da Igreja, Corpo de Cristo, organicamente estruturado que em seus vários ministérios e carismas exprime, pela graça do Espírito, os dons nupciais de Cristo à sua esposa peregrina no mundo. É uma verdadeira festa do sacerdócio ministerial que está a serviço do sacerdócio dos fiéis.”

Dom Paulo também relembrou que a benção e consagração dos óleos é sinal da unidade da Igreja. “este gesto mostra o bom odor de Cristo que da cabeça se expande para todos os membros do Corpo eclesial. Que nossa participação na unção de Cristo nos faça homens que ungem o nosso amado povo e que a Palavra de Deus ouvida, meditada e vivida continue a formar homens e mulheres livres e operantes.”

Após a homilia, os diáconos entraram em procissão trazendo os vasos contendo os óleos que foram confeccionados, entoando em cântico, o óleo que traziam. “Eis o Óleo dos Catecúmenos”, “Eis do Óleo dos Enfermos”, “Eis o Óleo do Santo Crisma”, enquanto toda a comunidade respondeu: “Demos Graças a Deus.” O Arcebispo, então abençoou os dois primeiros Óleos destinados ao Batismo e a Unção dos Enfermos e, em seguida, confeccionou o Santo Crisma misturando ao azeite virgem uma porção de nardo, perfume balsâmico que lembra a unção do Espírito Santo.

Reveja a Celebração e a homilia de Dom Paulo abaixo, em nossa página do Youtube:

https://youtu.be/9gR9I3AQaRk

Mais de 700 cristãos da Faixa de Gaza vão celebrar a Páscoa em Jerusalém

Católicos latinos em Gaza irão celebrar a Santa Páscoa no domingo,
17 de abril  (ANSA)

Segundo o Padre Gabriel Romanelli, da Paróquia Católica da Sagrada Família, é um número alto de autorizações permitidas pelas autoridades de Israel aos batizados da Faixa de Gaza por ocasião das solenidades da Semana Santa. Antes da pandemia, as restrições causavam tristeza e pesar: em 2015, por exemplo, nenhuma permissão foi concedida para celebrar o Natal em Jerusalém ou Belém a quem tinha entre 12 e 30 anos.

Vatican News

Este ano, 722 cristãos palestinos que vivem na Faixa de Gaza poderão celebrar a Páscoa em Jerusalém, nos lugares que viram a Paixão, a morte e a ressurreição de Cristo. A notícia foi dada pelo Padre Gabriel Romanelli, pároco da Paróquia Católica da Sagrada Família, que expressa seu apreço pelo alto número de autorizações para a Cidade Santa concedidas neste ano pelas autoridades de Israel aos batizados da Faixa de Gaza por ocasião das solenidades da Semana Santa.

Na Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 1,8 milhões de palestinos, existem atualmente pouco mais de 1070 cristãos, em sua maioria pertencentes à Igreja Greco-ortodoxa. Os católicos são 133. "Apresentamos uma outra lista de pedidos", explica o Pe. Gabriel, sacerdote do Instituto do Verbo Encarnado, "mas até agora as permissões concedidas são 722. Em qualquer caso, um número substancial. Muitas pessoas estão felizes, e nós também estamos felizes. Muitas pessoas da nossa paróquia latina receberam permissão. Alguns já estão saindo. Portanto, a nossa será uma Semana Santa celebrada com poucos fiéis na paróquia, mas estamos felizes por nossos irmãos e irmãs que poderão celebrar a ressurreição de Cristo na Cidade Santa, junto com tantos cristãos de todo o mundo".

A Páscoa em família

O pároco de Gaza também está satisfeito por, neste ano, terem sido concedidas permissões a famílias inteiras, para que possam viver juntos os ritos da Semana Santa em Jerusalém. Em anos anteriores, não foi assim, explica ele: "só davam autorizações ao pai e não à mãe, ou aos filhos e não aos pais. Além disso, as permissões concedidas são válidas por um período mais longo. Todos esses são sinais positivos. E esperamos que este caminho de melhoria continue".

Os católicos latinos em Gaza irão celebrar a Santa Páscoa no domingo, 17 de abril. Para as Igrejas Orientais, que seguem o calendário juliano, a Páscoa será celebrada uma semana depois neste ano, ou seja, em 24 de abril.

A realidade antes da pandemia

Antes dos bloqueios devido à pandemia, a emissão de autorizações concedidas pelas autoridades israelenses para permitir que os cristãos da Faixa de Gaza celebrassem as Solenidades de Natal e Páscoa nos Lugares Santos de Jerusalém, Belém e Nazaré havia causado pesar e decepção. Em dezembro de 2019, por exemplo, as permissões foram concedidas in extremis, pouco antes da celebração do Natal, quando muitos dos beneficiários já haviam desistido da viagem. Naquela ocasião, inclusive, só foram concedidas a pessoas com mais de 55 anos de idade. Em dezembro de 2015, nenhuma permissão para celebrar o Natal em Jerusalém ou Belém havia sido concedida aos cristãos da Faixa de Gaza entre os 12 e 30 anos de idade.

Agência Fides

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Homilia do papa Francisco na Missa Crisma de Quinta-feira Santa 2022

Papa Francisco na Missa Crismal de Quinta-feira Santa|ACI Digital

Vaticano, 14 abr. 22 / 09:03 am (ACI).- “Um sacerdote mundano não passa dum pagão clericalizado”, disse o papa Francisco hoje (14), na Missa Crismal de hoje, Quinta-feira Santa, que celebrou no altar da cátedra de São Pedro.

A seguir, a homilia completa do papa Francisco:

Na leitura que ouvimos do profeta Isaías, o Senhor faz uma promessa cheia de esperança que nos diz intimamente respeito: «Vós sereis chamados “Sacerdotes do Senhor”, e nomeados “Ministros do nosso Deus”. (...) Dar-lhes-ei fielmente a sua recompensa e farei com eles uma aliança eterna» (Is 61, 6.8). Ser sacerdote é uma graça, queridos irmãos, uma graça muito grande, que não se destina primariamente a nós, mas aos fiéis; e, para o nosso povo, é um grande dom que o Senhor escolha, dentre o seu rebanho, alguns que se ocupem das suas ovelhas, de forma exclusiva, como pais e pastores. É o próprio Senhor que dá a recompensa ao sacerdote: «dar-lhes-ei fielmente a sua recompensa (Is 61, 8). E sabemos que Ele é bom pagador, embora tenha as suas peculiaridades como a de pagar primeiro os últimos e, depois, os primeiros, segundo o seu estilo.

A leitura do livro do Apocalipse diz-nos qual é a recompensa do Senhor. É o seu Amor e o perdão incondicional dos nossos pecados com o preço do seu sangue derramado na Cruz: Aquele «que nos ama e nos purifica dos nossos pecados com o seu sangue, e fez de nós um reino, sacerdotes para Deus e seu Pai» (Ap 1, 5-6). Não há recompensa maior do que a amizade com Jesus (não o esqueçamos). Não há paz maior do que o seu perdão (isto, sabemo-lo nós todos). Não há preço mais elevado do que o seu precioso Sangue: não permitamos que seja aviltado com uma conduta indigna.

Queridos irmãos sacerdotes, se lermos tudo isto com o coração, veremos que se trata de convites do Senhor para Lhe sermos fiéis, fiéis à sua Aliança, para nos deixarmos amar, nos deixarmos perdoar; são convites não só para nosso próprio proveito, mas também para podermos assim servir, com uma consciência pura, o santo povo fiel de Deus. Este povo merece-o, e também tem necessidade. O Evangelho de Lucas conta que Jesus, depois de ter lido a passagem do profeta Isaías diante do seu povo, Se sentou; e acrescenta: todos «tinham os olhos fixos n’Ele» (Lc 4, 20). Também o Apocalipse nos fala hoje de olhos fixos em Jesus, da atração irresistível do Senhor crucificado e ressuscitado que nos leva a reconhecê-Lo e adorá-Lo: «Olhai; Ele vem no meio das nuvens! Todos os olhos O verão, até mesmo os que O trespassaram. Todas as nações da terra se lamentarão por causa d’Ele. Sim. Amen!» (Ap 1,7). A graça final, quando o Senhor ressuscitado voltar, será a graça de O reconhecermos de forma imediata: vê-Lo-emos trespassado, reconheceremos que é Ele e também quem somos nós: pecadores, e nada mais!

«Fixar os olhos em Jesus» é uma graça que devemos cultivar como sacerdotes. No fim do dia, é bom olhar para o Senhor e deixar que Ele contemple o nosso coração, juntamente com o coração das pessoas que encontramos. Não se trata de contabilizar os pecados, mas duma contemplação amorosa em que vemos o nosso dia com o olhar de Jesus repassando assim as graças do dia, os dons e tudo o que Ele fez por nós a fim de Lhe agradecermos. E mostramos-Lhe também as nossas tentações, para as identificarmos e rejeitarmos. Como vemos, trata-se de compreender aquilo que é agradável ao Senhor e o que Ele quer de nós, aqui e agora, na nossa história atual.

E talvez, se nos mantivermos sob o seu olhar cheio de bondade, haverá também da parte d’Ele um sinal para Lhe mostrarmos os nossos ídolos: aqueles ídolos que escondemos, como Raquel, sob as dobras do nosso manto (cf. Gn 31, 34-35). Deixar que o Senhor veja os nossos ídolos escondidos. Todos nós os temos, todos! E deixar que o Senhor veja os nossos ídolos escondidos torna-nos fortes face a eles e tira-lhes o poder.

O olhar do Senhor faz-nos ver que neles, na realidade, glorificamo-nos a nós mesmos, porque, naquele espaço tomado por nós como se fosse exclusivo, intromete-se o diabo, acrescentando um elemento tipicamente maligno: faz com que não só nos «comprazamos» nós próprios dando rédea solta a uma paixão ou cultivando outra, mas leva-nos também a substituir com eles, com esses ídolos escondidos, a presença das Pessoas divinas, a presença do Pai, do Filho e do Espírito, que moram dentro de nós. É algo que acontece efetivamente. Embora uma pessoa diga a si mesma que distingue perfeitamente o que é um ídolo e quem é Deus, na prática estamos tirando espaço à Trindade para o dar ao demónio, numa espécie de adoração indireta: a de quem o esconde, mas continuamente escuta as suas sugestões e consome os seus produtos, de tal forma que no final não sobra sequer um cantinho para Deus. É que o Senhor deixa fazer, afasta-Se lentamente. Além disso existem os demónios «educados» (de que já vos falei uma vez); acerca deles, disse Jesus que são piores do que o outro que Ele tinha já expulso. Estes são «educados», tocam a campainha, instalam-se e pouco a pouco apoderam-se da casa. Devemos estar atentos; são os nossos ídolos.

É que os ídolos têm qualquer coisa (um elemento) de pessoal. Quando não os desmascaramos, quando não deixamos que Jesus nos faça ver que, errando, neles estamos a procurar-nos a nós mesmos sem motivo, então deixamos um espaço onde se intromete o Maligno. Devemos recordar-nos que o demônio exige que façamos a sua vontade e o sirvamos… Mas nem sempre pede que o sirvamos e adoremos continuamente; sabe como levar-nos. É um grande diplomático; basta-lhe receber a adoração de vez em quando para lhe demonstrar que é o nosso verdadeiro senhor e que até se sente deus na nossa vida e no nosso coração.

Dito isto, gostaria, nesta Missa Crismal, de partilhar convosco três espaços de idolatria escondida nos quais o Maligno se serve dos seus ídolos para nos enfraquecer na nossa vocação de pastores e, pouco a pouco, separar-nos da presença benéfica e amorosa de Jesus, do Espírito e do Pai.

Um primeiro espaço de idolatria escondida abre-se onde há mundanidade espiritual, que é «uma proposta de vida, é uma cultura, uma cultura do efémero, uma cultura da aparência, uma cultura da maquilhagem». O seu critério é o triunfalismo, um triunfalismo sem Cruz. E Jesus reza para que o Pai nos defenda desta cultura da mundanidade. Esta tentação duma glória sem Cruz vai contra a pessoa do Senhor, vai contra Jesus que Se humilha na Encarnação e que, como sinal de contradição, é o único remédio contra todo o ídolo. Ser pobre com Cristo pobre e «porque Cristo escolheu a pobreza» é a lógica do Amor; e não outra. No texto evangélico de hoje, vemos como o Senhor Se apresenta na sua humilde sinagoga e na sua pequena aldeia – a de toda a vida – para proferir o mesmo Anúncio que fará no final da história, quando vier na sua Glória, rodeado pelos anjos. E os nossos olhos devem estar fixos em Cristo, na história de Jesus aqui e agora comigo, como estarão na parusia. A mundanidade de andar à procura da própria glória rouba-nos a presença de Jesus humilde e humilhado, Senhor próximo de todos, Cristo sofredor com todos os que sofrem, adorado pelo nosso povo que sabe quais são os seus verdadeiros amigos. Um sacerdote mundano não passa dm pagão clericalizado. Repito: um sacerdote mundano não passa dum pagão clericalizado.

Outro espaço de idolatria escondida cria raízes onde se dá a primazia ao pragmatismo dos números. Aqueles que possuem este ídolo escondido, reconhecem-se pelo seu amor às estatísticas, aquelas que podem apagar qualquer traço pessoal no debate e dar a proeminência às maiorias, que passam a ser, em última análise, o critério de discernimento. Está mal! Mas isto não pode ser a única maneira de proceder nem o único critério na Igreja de Cristo. As pessoas não se podem reduzir a números, e Deus dá o Espírito «sem medida» (Jo 3, 34). Na realidade, neste fascínio pelos números, é a nós mesmos que nos procuramos, comprazendo-nos no controlo que nos dá esta lógica, que não se interessa pelos rostos, e não é a lógica do amor; ama os números. Uma caraterística dos grandes santos é que sabem retirar-se para deixar todo o espaço a Deus. Este retirar-se, este esquecer-se de si mesmo e querer ser esquecido por todos os outros é a caraterística do Espírito, o Qual carece de imagem; o Espírito não tem imagem própria, simplesmente porque todo Ele é Amor, que faz brilhar a imagem do Filho e, nesta, a do Pai. A substituição da sua Pessoa, que já de si gosta de «não aparecer» (porque não tem imagem!), é aquilo que visa o ídolo dos números, que faz com que tudo «apareça», mas de modo abstrato e contabilizado, sem encarnação.

Um terceiro espaço de idolatria escondida, aparentado ao anterior, é aquele que se abre com o funcionalismo, um ambiente sedutor em que muitos, «mais do que pelo percurso, se entusiasmam com a tabela de marcha». A mentalidade funcionalista não tolera o mistério, aposta na eficácia. Pouco a pouco, este ídolo vai substituindo em nós a presença do Pai. O primeiro ídolo substitui a presença do Filho; o segundo ídolo, a do Espírito; e este, a presença do Pai. O nosso Pai é o Criador: não alguém que faz apenas «funcionar» as coisas, mas Alguém que «cria» como Pai, com ternura, ocupando-Se das suas criaturas e agindo para que o homem seja mais livre. O funcionalista não sabe alegrar-se com as graças que o Espírito derrama sobre o seu povo e das quais poderia também «alimentar-se» como trabalhador que recebe a sua recompensa; mas o sacerdote com mentalidade funcionalista tem o seu alimento que é o próprio «eu». No funcionalismo, deixamos de lado a adoração do Pai nas pequenas e grandes coisas da nossa vida e comprazemo-nos na eficácia dos nossos programas, como fez David, quando, tentado por Satanás, se obstinou em realizar o recenseamento (cf. 1 Cro 21, 1). Estão enamorados pelo plano de rota, pelo plano do caminho, não pelo caminho.

Nestes dois últimos espaços de idolatria escondida (pragmatismo dos números e funcionalismo) substituímos a esperança, que é o espaço do encontro com Deus, pela constatação empírica. Trata-se duma atitude de vanglória por parte do pastor, uma atitude que desintegra a união do seu povo com Deus e plasma um novo ídolo baseado em números e programas: o ídolo «o meu poder, o nosso poder», o nosso programa, os nossos números, os nossos planos pastorais. Esconder estes ídolos (imitando a atitude de Raquel) e não os saber desmascarar na vida quotidiana prejudica a fidelidade da nossa aliança sacerdotal e resfria a nossa relação pessoal com o Senhor. Poderia alguém pensar: mas afinal o que é que quer este bispo que hoje, em vez de falar de Jesus, nos fala dos ídolos?

Queridos irmãos, Jesus é o único caminho para não nos enganarmos no conhecimento do que sentimos e para onde nos leva o nosso coração; é o único caminho para um bom discernimento, confrontando-nos dia-a-dia com Jesus como se Ele estivesse também hoje sentado na nossa igreja paroquial e nos dissesse que hoje se cumpriu tudo o que acabamos de ouvir. Sendo sinal de contradição (nem sempre é sinónimo de algo cruento ou duro, pois a misericórdia é sinal de contradição como o é, e muito mais, a ternura), Jesus Cristo faz com que estes ídolos se manifestem, se veja a sua presença, as suas raízes e o seu funcionamento, a fim de que o Senhor os possa destruir. Esta é a proposta: dar espaço ao Senhor, para que Ele possa destruir os nossos ídolos escondidos. E devemos ter em mente e estar atento para que não renasça a cizânia destes ídolos que soubemos esconder nas dobras do nosso coração.

Gostaria de concluir pedindo a São José, pai castíssimo e sem ídolos escondidos, que nos liberte de toda a avidez de possuir, pois esta – a avidez de possuir – é o terreno fecundo onde crescem estes ídolos. E que nos alcance também a graça de não desistir na árdua tarefa de discernir estes ídolos que, com grande frequência, escondemos ou se escondem. E pedimos ainda a São José que, quando duvidarmos sobre como fazer melhor as coisas, interceda por nós a fim de que o Espírito nos ilumine o discernimento, como iluminou o dele quando esteve tentado a deixar Maria «em segredo» (lathra), para que, com nobreza de coração, saibamos subordinar à caridade o que aprendemos com a lei.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Sexta-feira Santa, o Mistério da Cruz

Jesus crucificado | Vatican News

Hoje as igrejas estão silenciosas. Na liturgia não há canto, não há música e não se celebra a Eucaristia, porque todo espaço é dedicado à Paixão e à morte de Jesus.

Silvonei José - Vatican News

Depois disso Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que se cumprisse a Escritura, disse: “Tenho sede”. Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo de hissopo uma esponja embebida de vinagre e a levaram à sua boca. Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Jo 18, 28-30).

Hoje as igrejas estão silenciosas. Na liturgia não há canto, não há música e não se celebra a Eucaristia, porque todo espaço é dedicado à Paixão e à morte de Jesus. Ajoelhamo-nos, para simbolizar a humilhação do homem terreno e a coparticipação ao sofrimento do Senhor. Porém, não é um dia de luto, mas um dia de contemplação do amor de Deus que chega para sacrificar o próprio Filho, verdadeiro Cordeiro pascal, para a salvação da humanidade.

A adoração da Cruz

A Cruz está presente na vida de todos os cristãos desde a purificação do pecado no Batismo, absolvição do Sacramento da Reconciliação, até o último momento da vida terrena com a Unção dos enfermos. Na Sexta-feira Santa somos convidados a adorar a Cruz para o dom da salvação que conseguimos através da sua vinda. Depois da ascese quaresmal o cristão está preparado para não fugir do sofrimento.

Tendo em vista o abrandamento da pandemia, mesmo com velocidades diferentes em cada país, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos não ofereceu novas disposições para as celebrações da Semana Santa deste ano, além daquelas a serem observadas em tempos de Covid-19. Segundo uma nota divulgada “a experiência que as Conferências Episcopais adquiriram nestes anos é certamente capaz de lidar com as diversas situações da maneira mais apropriada, tendo sempre o cuidado de observar as normas rituais contidas nos livros litúrgicos”.

Na nota, enviada aos bispos e às Conferências Episcopais, o convite para exercitar “a prudência, evitando gestos e comportamentos que poderiam ser potencialmente arriscados".

Nos últimos dias, continua a nota, o Papa Francisco convidou a rezar, “pedindo a Deus o dom da paz para a Ucrânia, para que esta "guerra repugnante" possa chegar ao fim”. Junto com a Ucrânia, ressalta a congregação, “também queremos lembrar todos os outros conflitos, infelizmente sempre numerosos, em muitos países do mundo: uma situação que o Papa Francisco descreveu como uma terceira guerra mundial em pedaços”.

Nesse sentido, já que a liturgia da celebração da Paixão do Senhor nesta Sexta-feira Santa nos convida a elevar a Deus a nossa súplica pela Igreja e o mundo inteiro, “na oração universal invocaremos o Senhor pelos governantes para que ilumine as suas mentes e corações para buscar o bem comum em verdadeira liberdade e em verdadeira paz, e por aqueles que estão em provação para que todos possam experimentar a alegria de ter encontrado a ajuda da misericórdia do Senhor”. Uma oração para se fazer desde já em prol dos irmãos “que vivem a atrocidade da guerra, especialmente na Ucrânia”.

Via-Sacra no Coliseu

Histórias, alegrias e dificuldades de muitas famílias nas 14 estações do rito da Sexta-feira Santa com o Papa Francisco. No Ano da Família "Amoris Laetitia", as meditações contam partes de vida cotidiana, mas também a guerra no Leste Europeu e a dureza da vida dos imigrantes nos países de acolhimento.

Há famílias em seu cotidiano, as alegrias do amor compartilhado, os problemas do casal, as preocupações com os filhos, o sofrimento das doenças, a dor pela perda do cônjuge nas meditações da Via-Sacra. Há quem vive a guerra, como os povos ucraniano e russo há mais de um mês, protagonistas de um conflito que continua causando mortes atrozes, ou quem teve que enfrentar o distanciamento de seu país para buscar um futuro em outro lugar e sofre por ser chamado apenas de migrante. Histórias reais e concretas. A Paixão que será contada no Coliseu, nesta Sexta-feira Santa, é a de Cristo, mas encarnada na vida quotidiana de muitos lares. Vibram de vida os textos escritos por um casal de jovens esposos (I estação), por uma família em missão (II), por esposos idosos sem filhos (III), por uma família numerosa (IV), por uma família com um filho com deficiência (V), por uma família que administra uma casa-família (VI), por uma família com pai doente (VII), por um casal de avós (VIII), por uma família adotiva (IX), por uma viúva com filhos (X), por uma família com um filho consagrado (XI), por uma família que perdeu uma filha (XII), por uma família ucraniana e uma família russa (XIII) e por uma família migrante (XIV).

O Papa Francisco quis que as famílias fossem protagonistas das 14 estações no ano dedicado à família, com o qual a Igreja celebra os cinco anos da exortação apostólica Amoris Laetitia; um ano que terminará com o décimo Encontro Mundial das Famílias, que se realizará em Roma, de 22 a 26 de junho.

Francisco guiará a Via-Sacra no Coliseu de Roma. Cada igreja no mundo irá fazer à sua maneira.

A Sexta-feira Santa

A Sexta-feira Santa nasceu como dia da morte de Jesus (dia 14 do mês de Nissan, que caía numa sexta-feira). Trata-se de um dia de luto, acompanhado de "jejum", depois estendido a todas as sextas-feiras do ano. A liturgia é composta de três momentos: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão. Neste dia, por meio desta liturgia, os fiéis são convidados a fixar seu olhar em Jesus Crucificado, que morreu na cruz para cumprir a sua missão salvífica, que o Pai lhe havia confiado: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". O profeta Isaías diz: “Ele tomou sobre si os nossos pecados, as nossas dores e sofrimentos, e nós o julgamos castigado por Deus” (Is 52,13-53,12). Com a sua vida, Jesus pagou um alto preço pela nossa desobediência, mas o fez com amor e por amor: “Sendo rico, Jesus se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer com a sua pobreza” (2Cor 8,9). No contexto desta Sexta-feira Santa, cada um de nós pode ficar diante da cruz e dialogar com o Senhor Jesus sobre os próprios problemas, dramas, sofrimentos. Todas as questões sobre a vida são iluminadas pela Cruz, a ponto de chegarmos a dizer, realmente, que "o coração tem suas razões, que a razão não pode compreender". O Senhor Jesus deve ser acompanhado com amor, até o fim, como Ele o fez.

A Via Sacra foi introduzida na Europa pelo dominicano beato Alvaro De Zamora da Cordoba em 1402 e mais tarde pelos Frades Menores.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Cesar de Bus

S. Cesar de Bus | Tenda do Senhor
15 de abril
São Cesar de Bus

Fundador da Congregação dos Padres da Doutrina Cristã ou Doutrinários

Origens

César de Bus nasceu na pequena cidade de Cavaillon, região da Provença, França, em 3 de fevereiro de 1544. Recebeu formação cristã na infância, por influência da família, mas abandonou a prática da fé quando jovem. Seu grande sonho de juventude era seguir a carreira militar, talvez, por influência de seu irmão, que era capitão do exército do rei francês Carlos IX. Tanto que seu irmão o chamou para se alistar. Porém, pouco antes do embarque para ingressar no exército, uma surpresa não muito boa mudaria o rumo de sua vida.

Doença ou providência?

Prestes a embarcar para realizar seu sonho, César de Bus foi acometido por uma misteriosa doença que o debilitou e impediu de ingressar no exército. Durante o tratamento, o bispo de Cavaillon o visitou e os dois começaram uma amizade frutuosa. Em seguida, recebeu constantes visitas dos jesuítas de Avignon e a atenção especial do capelão do hospital e de uma camponesa fervorosa que o ajudava conduziram César de Bus novamente à fé cristã. E esta redescoberta da fé o fez ver que seu sonho com a carreira militar não passava de uma ilusão.

Chamado de Deus

Durante sua convalescença César de Bus começou a sentir um profundo chamado de Deus para o sacerdócio. Assim, quando teve sua saúde restabelecida, completou seu processo de “re-conversão” e, com o acompanhamento do bispo, começou a se preparar para se tornar padre. Nesse tempo de preparação, percorreu um grande número de fazendas e sítios onde ensinava o catecismo. Nessas andanças, percebeu que o povo tinha uma fé profunda, porém, não conhecia esta fé em profundidade.

Experiência transformadora

Baseado em sua própria experiência de conhecer a deficiência do povo quanto ao conhecimento da fé, o Beato César de Bus, auxiliado por um primo chamado Romillon, fundou centros de instrução da Doutrina Cristã nos lugares mais esquecidos e abandonados. Nestes centros, ele começou a experimentar métodos novos para o ensino do catecismo às crianças. Assim, descobriu métodos bastante eficazes para a transmissão da fé aos pequeninos.

A obra dos Doutrinários

Aos trinta e oito anos o Beato César de Bus foi ordenado sacerdote. A essa época, ele e já tinha conquistado o coração de muitos jovens, que se tornaram seus discípulos fiéis. Assim, contando com a ajuda de padres e bispos da região, ele fundou uma grande comunidade, que tinha como carisma o ensino da Doutrina Cristã a crianças e adultos, analfabetos e alfabetizados. A comunidade, formada de padres, recebeu o nome de Congregação dos Padres da Doutrina Cristã, ou Doutrinários. A princípio, eles não emitiam votos e viviam juntos no mesmo local.

Divergência

No auge da Comunidade dos Doutrinários, apareceu uma divergência entre os fundadores, o Beato César de Bus e seu primo Romillon. César de Bus sentia em seu coração que os padres da comunidade deveriam se tornar religiosa e emitirem votos. Já Romillon, achava que que eles tinham que permanecer como estavam: padres que vivem em comunidade sem votos. Por causa dessa divergência. Romillon saiu da comunidade de Avignon e foi para a casa de Aix-en-Provance. César de Bus permaneceu em Avignon e seu desejo foi atendido: os padres passaram a emitir os votos religiosos de pobreza, obediência e castidade. Assim, a congregação permaneceu.

Morte

O Beato César de Bus viu a Congregação dos Padres Doutrinários florescer e transformar a Igreja da região numa Igreja forte, composta de fiéis que conhecem e amam a doutrina católica. Depois disso, ele foi acometido por outra enfermidade que lhe causou um longo sofrimento. Assim, depois de muito sofrer, o Padre César de Bus faleceu. Era o dia 15 de abril de 1607. Mais tarde, em 1975, ele foi beatificado pelo Papa Paulo VI. Sua celebração litúrgica foi instituída para o dia de sua morte.

Oração ao Beato César de Bus

Ó Deus, que destes ao Beato César de Bus a graça de conhecer e amar a Doutrina ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como a sabedoria para ensiná-la, dai também a nós o amor à vossa Doutrina e a sabedoria para ensiná-la a todos aqueles que pudermos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. Beato César de Bus, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Aborto "não é seguro, legal e gratuito" diz mãe de argentina morta há um ano

María del Valle González López, que morreu há um ano depois
de fazer um aborto | ACI Digital

Buenos Aires, 13 abr. 22 / 12:43 pm (ACI).- “Não é um aborto seguro, legal e gratuito. Não é verdade, meninas”, disse Lidia Fiore, mãe de María del Valle González López, que morreu há um ano depois de fazer um aborto.

María del Valle González López tinha 23 anos e era presidente da Juventude Radical de La Paz, na província de Mendoza, Argentina.

Depois de saber de sua gravidez de seis semanas, em 5 de abril de 2021, María foi ao hospital Arturo Illia, na cidade de La Paz, para pedir um aborto nos termos da Lei 27.610, aprovada em 30 de dezembro de 2020. Receitaram para ela misoprostol, droga que causa aborto.

Segundo o testemunho de sua mãe e de seu irmão, que descobriram o procedimento pelo celular, María tomou 12 comprimidos de misoprostol.

Depois que o feto foi expulso, ela começou a se sentir mal. O hospital fez o acompanhamento com ela apenas pelo telefone. Quando o estado de saúde de María piorou, ela foi encaminhada ao hospital Perrupato, um centro para casos mais complexos.

Ela foi diagnosticada com uma infecção geral que causou sua morte na madrugada de 11 de abril.

Um ano após a morte de sua filha, Lidia Fiore quis dar uma mensagem sobre o slogan adotado pelo lobby do aborto no mundo.

https://www.facebook.com/779919021/videos/4834359773353595/

“Não é um aborto seguro, legal e gratuito. Não é verdade meninas. Perdi minha filha com todo um futuro pela frente. Uma menina maravilhosa e estudiosa. Não há explicação. Somos uma família destruída", disse Fiore em uma mensagem de vídeo transmitida por Corações Pró-vida.

“Perdi minha filha e meu neto por causa de um aborto seguro, legal e gratuito. Vamos defender as duas vidas, meninas. Adolescentes, jovens, não é verdade que existe aborto seguro, legal e gratuito”, disse.

María namorava e estudava Serviço Social na Universidade Nacional de Cuyo. Ela era “uma menina cheia de sonhos e projetos ", disse a mãe.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Apelo das Igrejas da Europa para um cessar-fogo pascal na Ucrânia

A esperança e a fé, instrumentos para silenciar as armas na Ucrânia  (ANSA)

Uma trégua de 17 a 24 de abril para permitir aos cristãos celebrar a Santa Páscoa em paz e dignidade: é o pedido dos presidentes da CEC e da Comece em carta dirigida a Putin e Zelensky. O apelo, já lançado pelo Papa no Angelus do Domingo de Ramos, também foi dirigido ao Patriarca de Moscou, Kirill.

Cecilia Seppia - Vatican News

Em uma carta conjunta, o cardeal Jean-Claude Hollerich, presidente da Comece, a Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia, e o reverendo Christian Krieger, presidente da CEC, a Conferência das Igrejas Europeias, escrevem aos chefes de Estado da Rússia e da Ucrânia, Putin e Zelensky. O pedido é para que suspendam as armas no país do Leste Europeu da meia-noite de 17 de abril à meia-noite de 24 de abril para permitir que os cristãos de todas as tradições, ocidental e oriental, possam viver a Santa Páscoa em paz e dignidade. Diz o texto:

"Em poucos dias, os cristãos de todo o mundo irão recordar a Paixão e a morte de Jesus Cristo e celebrar a sua Ressurreição. Essas celebrações pascais são o coração da fé cristã, o ponto culminante do ano litúrgico. São centrais na vida dos fiéis... Pedimos, portanto, um cessar-fogo geral no conflito entre os seus dois países para dar aos cristãos da Rússia e da Ucrânia, irmãs e irmãos em Cristo, a oportunidade de celebrar a Páscoa em paz e dignidade. Tal trégua também beneficiaria todos os cidadãos, dando-lhes fôlego da incerteza premente sobre as vidas dos seus entes queridos que estão combatendo no conflito ou são afetados por ele de várias maneiras."

As mesmas palavras do Papa

Um apelo que faz eco àquele lançado por Francisco em 10 de abril, no Angelus do Domingo de Ramos, pronunciado na Praça de São Pedro, no qual dizia: "Deponham-se as armas, se inicie uma trégua pascal, mas não para recarregar as armas e retomar o combate, não! Uma trégua para se chegar à paz através de uma verdadeira negociação, disponíveis também a qualquer sacrifício pelo bem das pessoas".

Este ano, a Páscoa, fixada pelo calendário gregoriano, cai no domingo, 17 de abril, na Europa Ocidental, enquanto na Europa Oriental, conforme estabelecido pelo calendário juliano, será celebrada em 24 de abril. Eis a razão pela qual os bispos europeus estão pedindo a suspensão das hostilidades durante todo o período.

Os bispos pedem o apoio de Kirill

O pedido se estende a todos os líderes europeus, mas, em uma outra carta, datada de 11 de abril, o cardeal Hollerich e o reverendo Christian Krieger fazem um apelo diretamente ao Patriarca Ortodoxo de Moscou, Kirill, para compartilhar o desejo de criar uma janela de paz na qual os gritos de morte, as bombas e os tiros de canhão não possam mais ser ouvidos.

No texto, que retoma as palavras dirigidas aos dois presidentes, as Igrejas da Europa pedem "apoio público para essa iniciativa. Ao fazer isso, poderiam mostrar quanta importância dão aos cristãos na Rússia e na Ucrânia, irmãs e irmãos em Cristo... Após dois anos em que a Páscoa foi celebrada com severas restrições por causa da pandemia, esperamos, com a sua ajuda, criar as condições que nos permitam celebrar aqueles momentos essenciais para todos os cristãos".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF