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domingo, 17 de abril de 2022

Páscoa

Cardeal Orani Tempesta | cnbb

Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Páscoa

“Este é o dia que o Senhor fez para nós: Alegremo-nos e nele exultemos”! (Sl 117/118)

Celebramos neste domingo, dia 17 de abril de 2022, a grande solenidade da Páscoa do Senhor. Iniciamos com a igreja os 50 dias pascais abrindo com uma solene oitava. Para a nossa alegria, a luz venceu as trevas, a vida venceu a morte e abriu-se o caminho da salvação para nós. O Cordeiro imolado Ressuscitou, o cordeiro pascal é o próprio Cristo. A partir da ressurreição de Jesus, a Páscoa tem um novo significado, que é a passagem da morte para a vida.

O dia do domingo também ganha um novo significado para nós, cristãos, a partir da ressurreição de Jesus. É o primeiro (ou oitavo) dia da semana, dia de ir à celebração Eucarística e pedir bençãos de Deus para a semana inteira. Que a partir da Ressurreição de Jesus, possamos ter a fé impulsionada e acreditar na vida eterna. Revistamo-nos da força do ressuscitado e que possamos, a partir dessa Páscoa, viver uma vida nova.

O tempo da Páscoa iniciado hoje durará por 50 dias, até a celebração da Solenidade de Pentecostes. Nesse período, o Círio Pascal ficará aceso em todas as celebrações e só será apagado ao final da missa de Pentecostes. O Círio Pascal significa a luz de Cristo Ressuscitado. Durante essa semana, estaremos na Oitava da Páscoa, em que podemos desejar feliz e santa Páscoa para quem encontrarmos e cada dia dessa semana, será um Domingo de Páscoa prolongado durante uma semana. É que a festa da Páscoa é tão importante que não pode ser celebrada em um dia só, então estende-se por toda essa semana. Nós celebraremos esse mistério pascal cada liturgia, cada dia de nossa vida.

O ato penitencial da missa deste domingo é substituído pela aspersão da água da benta, ou seja, com a celebração da Páscoa, fomos mergulhados em Cristo para ressurgir para uma vida nova. Na celebração da Vigília Pascal, renovamos as promessas do batismo e fomos aspergidos com a água benta. Também na missa de Páscoa, antes da aclamação do Evangelho, tem a sequência pascal. Essa sequência aparece nas grandes solenidades, como por exemplo, Páscoa, Pentecostes e Natal. Também em algumas solenidades.

A primeira leitura deste domingo é do livro dos Atos dos Apóstolos (At 10, 34a. 37-43). Durante o tempo da Páscoa, as duas leituras antes do Evangelho serão sempre do Novo Testamento e vamos acompanhar o livro dos Atos dos Apóstolos que retrata os atos dos apóstolos a partir da ressurreição de Jesus. É o livro que retrata o início da Igreja primitiva. Na leitura deste domingo, Pedro que é o líder do grupo dos apóstolos, toma a palavra e fala tudo o que aconteceu com Jesus, desde o início de sua vida pública até morte e ressurreição. Pedro ainda diz que os apóstolos são testemunhas do ressuscitado e todo aquele que n’Ele crer, tem o perdão dos pecados. Sejamos, também nós, testemunhas do ressuscitado nos dias de hoje e proclamemos que todo aquele que n’Ele crer, tem o perdão dos pecados.

O salmo responsorial é o 117 (118) e nos diz em seu refrão: “Este é o dia que o Senhor fez para nós: Alegremo-nos e nele exultemos”! O domingo é o dia que o Senhor fez para nós. O domingo não é dia de tristeza ou de dor, mas é dia de alegria, pois o Senhor ressuscitou é quer que sejamos felizes. Que o Senhor nos alcance com a sua misericórdia e perdoe os nossos pecados.

A segunda leitura é da carta de São Paulo aos Colossenses (Cl 3, 1-4). Paulo diz que temos que aspirar as coisas celestes e não terrenas. A alegria está nas coisas do Céu e não nas coisas da terra. Tudo que é terreno é passageiro e não dura para sempre, já o que é do céu, dura para sempre. Sejamos merecedores da ressurreição e da vida eterna, de acordo com a nossa conduta aqui na terra.

O Evangelho é o de João (Jo 20, 1-9). O Evangelho diz que no primeiro dia da semana, que é o domingo, Maria Madalena foi bem cedo, ainda de madrugada, ao túmulo de Jesus, e viu que a pedra havia sido retirada. Então, Maria saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o discípulo que Jesus amava dizendo que haviam tirado Senhor do túmulo. Pedro e o discípulo amado foram correndo ao túmulo. O discípulo amado correu mais que Pedro e chegou primeiro ao túmulo e viu tudo como Maria disse. Em seguida, chegou Pedro. Os dois entraram e confirmaram. De fato, eles ainda não haviam compreendido a escritura que dizia que Jesus devia ressuscitar dos mortos. Apesar de verem o túmulo vazio, os discípulos ainda eram incapazes de compreender a ressurreição.

Somente no decorrer do tempo Pascal e quando Jesus aparecer para os discípulos antes de subir para o Pai, é que os discípulos irão compreender de fato a Escritura e crer na ressurreição. De fato, para os discípulos era difícil crer que alguém poderia ressuscitar dos mortos, por conta da cultura judaica. Jesus disse a eles que ressuscitaria, mas os olhos e o coração deles ainda estavam fechados para essa realidade.

Peçamos a graça de crer na ressurreição de Jesus e o Espírito Santo nos dê à luz necessária para crer que Cristo vive eternamente e abriu para nós as portas da ressurreição e da vida eterna.

Desejo a todos uma Santa e abençoada Páscoa do Senhor Ressuscitado. Paz e graça para todos os homens de boa vontade!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Santo Aniceto

S. Aniceto | Omi.org
17 de abril

Aniceto nasceu na Síria e foi sucessor do Papa São Pio I, em 155, no tempo em que Antônio era o imperador romano. Além da perseguição do Império, o Papa Aniceto teve que enfrentar também cismas internos da igreja. Todos eles formaram seitas paralelas dentro do catolicismo, dividindo e confundindo os fiéis e até colocando-os contra a autoridade do Papa. Seu maior desafio foi o herege Marcião, que pregava um espiritualismo vazio e histérico, e a questão da data para celebração da Páscoa.

Mas o Papa Aniceto tinha um auxiliar excepcional, o grande Policarpo, que o ajudou a enfrentar todas essas dificuldades. Policarpo exerceu também um papel fundamental para que pagãos se convertessem, por testemunhar que a Igreja de Roma era igual à de Jerusalém.

Outro auxiliar foi Hegesipo, que escreveu um livro defendendo o Papa Aniceto e provando que ele, sim, seguia a doutrina cristã correta, e não os integrantes das seitas paralelas.
O Papa Aniceto teve uma árdua missão durante os quase onze anos de seu pontificado, morrendo no ano 166, quase aniquilado pela luta diária em favor da Igreja. O seu corpo foi sepultado nas escavações que depois se transformaram nas catacumbas de São Calixto.  

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Reflexão
Santo Aniceto como Santo Papa e Pastor Fiel do Povo de Deus, procurou através do ensino da Sã Doutrina encaminhar todos para a Verdade. Sua luta em favor de uma religião santa e livre de erros o levou a consumir seus dias pelo Reino de Deus. Enfrentou heresias e ajudou a definir a data da celebração da Páscoa. Dele aprendemos a segurança e a alegria em servir Jesus Cristo através de sua Igreja. "Se a perfeita inteligência da Escritura, se a inocência e santidade de vida, se a glória do martírio, bastam, cada um de per si, para a imortalidade, o que devemos pensar do mérito de Santo Aniceto, que possuiu todos esses dons?"
Oração
Deus, nosso Pai, através da Igreja chegou até nós a vossa mensagem de salvação. É esta a razão de nossa alegria: fundados na fé recebida dos apóstolos e animados pelo testemunho de vossos santos, queremos tornar vivas em nós as palavras do apóstolo. Pelo exemplo de São Aniceto, revesti-nos de sentimentos de compaixão, de bondade, de humildade, mansidão. Por suas preces, guardai os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

sábado, 16 de abril de 2022

Vigília pascal: Com Jesus, nenhuma noite é infinita, afirma o Papa

Celebração da Vigília Pascal | Vatican News

A Vigília Pascal foi presidida pelo Cardeal Giovanni Battista Re e o Papa leu a homilia. A Missa foi precedida pelo sugestivo rito da bênção do fogo no Átrio da Basílica e pela posterior procissão ao som de "Lumen Christi". Sete catecúmenos de diferentes nacionalidades (italiana, estadunidense, cubana, albanesa) receberam o batismo. Ao final da homilia, Francisco disse em ucraniano: "Cristo ressuscitou"

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

As sombras e luzes que marcam a missa da vigília pascal, com a bênção do fogo e acensão do círio, se refletiram também na homilia pronunciada pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro, que logo começou com uma referência aos conflitos em andamento.

“As noites de guerra são atravessadas por rastos luminosos de morte. Nesta noite, irmãos e irmãs, deixemo-nos guiar pelas mulheres do Evangelho, para descobrir com elas a aurora da luz de Deus que brilha nas trevas do mundo”, disse o Papa.

Francisco propôs três ações das mulheres que, por primeiro, testemunharam a Páscoa do Senhor: ver, escutar e anunciar.

No cemitério, as mulheres não veem o corpo de Jesus. Ou seja, a Páscoa começa invertendo os nossos esquemas, disse o Papa. Por isso, não é fácil acolhê-la. Chega com o dom duma esperança surpreendente, que às vezes não encontra espaço no nosso coração.

“E assim permanecemos imóveis diante do túmulo da resignação e do fatalismo; sepultamos a alegria de viver. Mas, nesta noite, o Senhor quer dar-nos olhos diferentes, iluminados pela esperança de que o medo, o sofrimento e a morte não terão a última palavra sobre nós.”

O risco de um "cristianismo sem Páscoa

Em segundo lugar, as mulheres escutam de dois homens em trajes resplandecentes: «Porque buscais o Vivente entre os mortos? Não está aqui; ressuscitou!» (24, 5-6).

Para o Pontífice, faz bem ouvir e repetir estas palavras toda vez que O procurarmos nas emoções passageiras ou nos momentos de necessidade, quando O confinamos em fórmulas e tradições, mas não O procuramos em quem chora, luta, sofre e espera.

“Não podemos fazer Páscoa, se continuamos a morar na morte”, disse ainda o Papa.

“Um cristianismo que busca o Senhor entre as ruínas do passado e O encerra no túmulo da rotina é um cristianismo sem Páscoa.”

Façamos Páscoa com Cristo!

Por fim as mulheres anunciam a alegria da Ressurreição.

“Como é bela uma Igreja que corre, assim, pelas estradas do mundo! Sem medo, sem táticas nem oportunismos; só com o desejo de levar a todos a alegria do Evangelho. A isto, somos chamados: a fazer experiência do Ressuscitado e partilhá-la com os outros.”

A missão dos fiéis é levar Jesus para a vida de todos os dias, a realizar gestos de paz neste tempo marcado pelos horrores da guerra; a realizar ações de justiça no meio das desigualdades e de verdade no meio das mentiras.

“Irmãos e irmãs, a nossa esperança chama-se Jesus. (...) Façamos Páscoa com Cristo! Ele está vivo e ainda hoje passa, transforma e liberta. Com Ele, o mal já não tem poder, o fracasso não pode impedir-nos de recomeçar, a morte torna-se passagem para o início duma nova vida. Porque com Jesus, o Ressuscitado, nenhuma noite é infinita; e mesmo na escuridão mais densa, brilha a estrela da manhã.”

Celebração da Vigília Pascal | Vatican News

Христос воскрес!, Cristo ressuscitou

Ao final da homilia, o Papa se dirigiu ao prefeito de Melitopol, Ivan Fedorov, presente na Basílica na companhia de parlamentares ucranianos, que já havia encontrado antes da celebração: "Nesta escuridão que vivem, senhor prefeito e senhores parlamentares, o breu obscuro da guerra e da crueldade, todos nós rezamos com vocês nesta noite, rezamos pelos muitos sofrimentos. Nós podemos só oferecer a nossa companhia, a nossa oração e dizer-lhes: coragem, os acompanhamos. Podemos também dizer-lhes a maior coisa que hoje se celebra: Христос воскрес! (Cristo ressuscitou).

Celebração da Vigília Pascal | Vatican News

A celebração prosseguiu com o rito do batismo de sete catecúmenos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

La Madrugá, tradicional procissão espanhola, reúne milhares de pessoas

Guadium Press
A tradicional procissão de Semana Santa de Sevilha, La Madrugá, voltou a reunir milhares de fiéis em torno das imagens da Paixão de Cristo.

Redação (15/04/2022 13:00, Gaudium Press) A cidade de Sevilha, no sul da Espanha, é conhecida por abrigar uma das mais tradicionais procissões de Semana Santa: “La Madrugá”.

Por causa da pandemia, La Madrugá foi anulada por dois anos consecutivos, mas na passada noite de quinta-feira santa (14 de março) para Sexta-feira santa, os carros de procissão retomaram as ruas da cidade.

Milhares de fiéis reunidos puderam ver a saída dos carros processionais, de cada uma das igrejas das confrarias sevilhanas, e acompanhar uma a uma das procissões que intercalam momentos de silêncio, instrumentos musicais e saetas.

La Madrugá começa por volta da meia-noite de quinta-feira para sexta-feira santa e dura cerca de 12 horas.

Virgen de la Esperanza | Guadium Press

Confrarias fundadas na Idade Média 

As confrarias (ou irmandades) são formadas por grupos de fiéis leigos, que organizados em hierarquia, desfilam em procissão pela cidade com imagens da piedade católica.

Sevilha conta com seis confrarias responsáveis pela La Madrugá, entre as quais algumas têm sua origem na Idade Média, como é o caso da confraria do Silêncio, fundada em 1340.

Dolorosa | Guadium Press

As confrarias sevilhanas de Semana Santa 

As outras cinco confrarias da capital da Andaluzia são: a confraria del Gran Poder, a confraria de la Esperanza Macarena, a confraria del Calvario, a confraria de la Esperanza de Triana e a confraria de los Gitanos.

As imagens carregadas em andores representam a piedade e o sofrimento de Nosso Senhor e de Nossa Senhora. Entre as mais famosas estão: Senhor da Sentença e a Virgem de Macarena, conhecidos por serem cuidadosamente adornados. (FM)

Passado o drama da Cruz, tudo é silêncio

Elnur | Shutterstock
Por Hozana

Maria, em pé aos pés da cruz, agora nos acompanha em nossos caminhos para nos ajudar a viver nossas ressurreições cotidianas.

Passado o drama da Cruz, tudo é silêncio. Silêncio e espera. Os evangelhos não nos trazem detalhes precisos do que aconteceu depois que o sepulcro foi fechado. Era Sabat e todos só podiam fazer uma coisa: esperar. Para as mulheres que seguiam Jesus a espera era poder cuidar de Seu Corpo. Já para os soldados, era que nada de extraordinário acontecesse. Para os discípulos, saber que rumo tomar em suas vidas.

E para Maria? Para aquela que gerou em seu ventre o Filho de Deus, que o acompanhou em seus primeiros passos, que intercedeu para o seu primeiro milagre. Aquela que o acompanhou durante a sua Paixão? Que recebeu seu corpo sem vida na descida da Cruz. Qual era a sua espera?

Os evangelhos não trazem detalhes precisos da ressurreição. Eles se contentam em nos mostrar um sepulcro vazio. E o último detalhe que nos é dado de Maria é narrado pelo evangelista João: “perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe…” (Jo 19, 25) Ela permanecia de pé.

Maria e a ressurreição do seu Filho

Maria esperava a realização da obra de Deus. A realização da palavra dita pelo anjo “ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai.” (Lc 1, 32) E de pé, aos pés da Cruz, ela esperava, como sinal de esperança e de confiança.

Talvez cada um de nós carregue secretamente esse desejo de saber se Maria foi a primeira ou não a receber a visita de Jesus depois da ressurreição. Seria lógico, pensamos, que o filho se mostrasse primeiramente à sua mãe, depois dela ter passado por tanto sofrimento… Mas os evangelhos silenciaram-se diante deste questionamento. Como se eles respeitassem este momento de intimidade entre a mãe e o filho.

Podemos somente imaginar o que poderia ter acontecido. E como poderia ter acontecido. E a única certeza que temos é que aquela que permaneceu de pé diante de cruz, de uma maneira ou de outra foi testemunha da plena realização da obra de Deus na vida de seu povo. Maria, mãe das dores, é a mãe da esperança, da espera, da fé! O caminho do calvário deu lugar ao caminho da luz. 

Este novo caminho é balizado pela intimidade que podemos ter com o Senhor através da oração, da leitura da Palavra, da caridade fraterna e da prática sacramental. Neste caminho podemos contar com a intercessão amorosa de Maria. 

A Via Lucis

A Via Lucis com Maria é uma proposta de aprofundamento do Tempo Pascal na companhia da Mãe de Jesus. Ao longo de 14 estações nós vamos revivendo, passo a passo, a ressureição de Cristo na doce companhia de sua Mãe. Clique aqui se você deseja participar desse belo retiro de Páscoa do Hozana.

“Perto da cruz de Jesus está sua mãe…” sinal de vitória. De esperança. De certeza de que, mesmo que tudo esteja nebuloso, Deus continua sua obra. Um lembrete que nos diz que nos momentos mais vulneráveis de nossas vidas e de nossa caminhada, podemos abraçar essa mãe que conhece a dor e que nos ajuda a esperar, não sem lágrimas, às vezes, mas esperar que sempre haja a Ressurreição. 

Maria, de pé aos pés da cruz, agora nos acompanha em nossos caminhos para nos ajudar a viver nossas ressurreições cotidianas até o encontro definitivo com seu Filho, com quem ressuscitaremos na eternidade.

Padre Emmanuel Albuquerque, pelo Hozana

Fonte: https://pt.aleteia.org/

As sete palavras de Cristo na Cruz

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Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

“Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (Lc 23,46)

É tradição na sexta-feira santa ser pronunciado com grande solenidade em algumas comunidades, o Sermão das 7 Palavras. Faz parte das tradições da semana santa, e esse sermão, em especial, na sexta-feira santa. Durante essa Semana Santa, podemos meditar as sete palavras de Cristo na Cruz. Enquanto esteve na Cruz até dar o último suspiro, Jesus profere algumas palavras. Essas palavras ficaram marcadas, como muitas que Jesus proferiu durante a vida e, em toda Semana Santa, meditamos sobre elas. As sete palavras de Cristo na Cruz podem ser meditadas todos os dias, mas em especial na própria Sexta-feira da Paixão.

São sete expressões ditas por Jesus na Cruz que os evangelistas recolheram, e elas condensam a vida do crucificado. Nessas expressões revela-se a identidade de Jesus, quem Ele é e sua missão. São palavras que trazem um grande significado. Jesus esvazia-se totalmente, sai de si mesmo e se dirige aos outros.

A primeira palavra que Jesus profere é: Perdão – “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Durante toda a sua vida, Jesus pregou o perdão e amor de Deus a todos. Quando se encontrava com os pecadores, mostrava o rosto da misericórdia de Deus. O perdão fez parte da vida de Jesus e o seus seguidores devem seguir o seu exemplo. Por isso, Jesus perdoa até aqueles que lhe condenaram à morte.

É difícil perdoar, ainda mais do jeito que foi a morte de Jesus, mas temos que fazer o esforço de colocar aquilo que rezamos no Pai Nosso em prática, perdoando todo aquele que nos ofende. Por mais que seja difícil perdoar, é melhor perdoar do que condenar. O perdão alivia a alma e nos deixa mais leve. Aprendamos do Mestre que perdoou até mesmo aqueles que lhe condenaram.

A segunda palavra é: Hoje estarás comigo no Paraíso (Lc 23,43). Jesus morre entre dois ladrões, enquanto um o insultava dizendo que se fosse de fato Deus os salvaria da morte. O outro manda que esse se cale e diz que ele não respeita nem a Deus que sofre o mesmo castigo que ele. Jesus diz a esse “bom ladrão”: “De hoje em diante estarás comigo no Paraíso”. O paraíso não é simplesmente “um lugar”, mas um “lugar” de plenitude da vida, onde não haverá mais dor, sofrimento e pranto. Nesse lugar habitará a justiça e a paz. Que possamos construir o paraíso aqui na terra e vive-lo de maneira plena no céu. Construamos aqui a verdadeira paz e a justiça.

A terceira palavra é: “Mulher, eis aí o teu filho; filho eis aí a tua mãe” (Jo 19,26). Com essa fala, Jesus entrega o discípulo aos cuidados da sua mãe e sua mãe aos cuidados do discípulo. Ao entregar Maria ao discípulo, Ele a entrega a humanidade inteira, por isso Maria é a Mãe da Igreja e da humanidade. A partir desse momento, o discípulo a acolhe consigo e cuida dela. João, também de pé junto à Cruz, representa todo seguidor fiel de Jesus, mesmo nos momentos de crise. Esse momento também nos ensina a não nos desesperarmos diante do sofrimento, pois o caminho do calvário é necessário para se chegar à glória da ressurreição.

A quarta palavra é: “Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste”? (Mt 27, 46). Jesus se sente num momento de esvaziamento e abandono, Ele grita junto com toda a humanidade sofredora e grita por aqueles que resolveram abandonar Deus e seguir os seus próprios interesses. Nos dias de hoje, Ele continua gritando por tantos que o abandonam e não querem ouvir a sua voz. Logicamente, Jesus tinha certeza de que Deus estava com Ele, e sabia que era necessário Ele passar pela cruz, mas Ele Grita, em uma forma de chamar a atenção, de tantos corações insensíveis que de forma cruel, entregaram o filho do homem.

A quinta palavra é “Tenho sede” (Jn 19,28). Jesus, sabendo que se aproximava a hora de entregar o seu espírito ao Pai e de selar de uma vez por todas a aliança entre o céu e a terra, diz a frase: “Tenho sede”. Os soldados embebedam vinagre na ponta de uma esponja e levam-na a boca de Jesus, e Ele diz: “Tudo está consumado”. A partir desse momento, Ele entrega o seu espírito a Deus, dando o último suspiro.

Jesus grita a sua derradeira sede, um mundo sem dor, sem exclusão, sem violência, que tanto Ele pregou em vida, mas o coração das pessoas se fechou e não quiseram ouvir a sua palavra, pelo contrário, o condenaram. Só o reconheceram como “filho de Deus”, quando Jesus entrega o seu Espírito, diziam: “Realmente ele era Filho de Deus”, mas era tarde demais. A sede de Jesus pode ser a nossa sede, sede por um mundo novo com mais paz, amor, menos fome e menos desigualdade. Jesus grita no intuito de ser escutado. Quantas vezes no mundo de hoje não escutamos a voz de Jesus? Ele precisa falar manso em nosso coração.

A sexta palavra é: “Tudo está consumado” (Jo 19,30). Jesus, após beber do vinagre, diz que tudo está consumado, ou seja, o tempo se cumpriu, a sua missão aqui na terra terminou. Jesus esvazia-se totalmente, se abaixa totalmente e nos resgata do pecado. Com a sua morte, Jesus desce à mansão dos mortos para resgatar aqueles que foram feridos pelo pecado, resgata Adão, o primeiro homem, e ressurge glorioso para nos ensinar o caminho da liberdade, longe do pecado. Do madeiro da cruz, brota a árvore da vida.

Que ao final da nossa vida possamos também dizer: “Tudo está consumado”, olhar para trás e ver o quanto de coisas boas fizemos e sermos merecedores da vida eterna. É muito triste chegar ao final da vida e ver que não deixamos nada de bom. Jesus com certeza quando disse essa frase, olhou para trás e viu o quanto de coisas boas deixou para a humanidade.

A sétima palavra é: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (Lc 23,46). Essa foi a entrega final de Jesus, já quando não suportava mais a dor dos braços esticados na cruz, dos pés juntos com prego e da coroa de espinhos cravando a sua testa. Jesus já havia suportado muito as dores, mas chegou um momento em que era melhor Ele se entregar e, nos braços do Pai, ser curado de suas dores. Na vida eterna, não haverá mais dor e nem sofrimento, será somente alegrias ao lado de Deus.

Quem dera se ao final da nossa vida, quando não mais suportarmos as dores terrenas, entregarmos a Deus o nosso espírito, sermos acolhidos por Ele na eternidade e receber o alívio de nossas dores. A Cruz é expressão da máxima compaixão e comunhão com Jesus e com os sofredores. Ela aponta para Aquele que foi fiel ao Pai e ao Reino.

Guardemos em nosso coração as sete palavras de Cristo na cruz. Que da cruz possamos chegar à glória eterna, ao lado de Deus.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Antonio Cardoso em: a Canção e a Prece – "Aleluia”

Jesus ilumina | Vatican News

Antonio Cardoso em: a Canção e a Prece. O cantor, compositor e catequista está presente no Programa Brasileiro da Rádio Vaticano todos os domingos com o espaço especial intitulado "A Canção e a Prece". No programa de hoje: seguidores de um crucificado...

Vatican News

Este é o momento mais relevante da nossa existência como cristãos, a graça da Ressurreição. Todos sentimos de sermos seguidores de um crucificado, de um Jesus tão amigo, tão misericordioso, tão paciente, tão perdoador. Tão iluminado e tão iluminador, que assim alcançamos n’Ele esta mesma graça...

A Canção “Aleluia” é de autoria de Antonio Cardoso

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2022/04/15/19/136515303_F136515303.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Milhares de fiéis escutam Dom Paulo Cezar na Celebração da Paixão no Morro da Capelinha

Reprodução: Youtube Via Sacra ao vivo Planaltina

Milhares de fiéis escutam Dom Paulo Cezar na Celebração da Paixão no Morro da Capelinha – “diante da sua morte e ressurreição, não se pode ser indiferente”

Sob o olhar atento de milhares de fiéis, o Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, presidiu a Celebração da Paixão de Nosso Senhor no Morro da Capelinha, em Planaltina, nesta Sexta-feira Santa (15/04). Ao chegar ao Morro, Dom Paulo Cezar afirmou que ir ao Morro da capelinha “é uma grande alegria neste dia em que celebramos a Paixão do Senhor, sobretudo nesta primeira vez que venho aqui celebrar e participar da encenação.”

Reprodução: Youtube Via Sacra ao vivo Planaltina

Às três horas da tarde, hora da morte de Jesus, a celebração foi iniciada com o tradicional silêncio que indica a Liturgia deste dia. Após o relato da Paixão em que tomaram parte o Arcebispo e o Pároco da Paróquia São Sebastião de Planaltina, Padre Rafael Silva, Dom Paulo Cezar destacou, em sua homilia o lugar da Paixão de Jesus na vida do ser humano.

“Estamos aqui celebrando a morte de Jesus. Ele morreu por nós, morreu pela nossa salvação. Essa é a grande verdade da nossa fé, a grande verdade do Cristianismo. É preciso perceber que a morte de Jesus toca a vida de cada um de nós: diante da sua morte e ressurreição, não se pode ser indiferente. Se olharmos bem, todos os personagens da narrativa da paixão tomaram posição diante de Jesus, isso nos mostra que, diante de Jesus não tem como sermos indiferentes. A indiferença é a rejeição a sua salvação.”, refletiu o Arcebispo.

Após a Celebração, teve início a tradicional Via Sacra de Planaltina que já acontece há 49 anos – interrompidos tão somente nos dois últimos por conta da pandemia -, onde cerca de 1000 atores e 400 voluntários do apoio encenaram as estações da subida dolorosa de Nosso senhor ao Calvário. A cada estação, nas pausas onde os atores ficavam estáticos, os milhares de fiéis que acompanharam, faziam suas orações e, mesmo em meio à multidão, o silêncio, por vezes, reinava contemplando o sofrimento do senhor.

Antes do momento da Ressurreição, novamente Dom Paulo Cezar se dirigiu aos fiéis que acompanharam “essa noite deve relembrar pra nós uma grande coisa: que nos nossos sofrimentos, nas nossas dores, nos momentos difíceis que vivemos, o senhor estava conosco: nós não estamos sozinhos. E nós temos a certeza de que Ele está vivo e ressuscitado.”

A surpresa deste ano, no final da encenação, foi a homenagem aos serviços essenciais que doaram sua vida durante a pandemia, atores vestidos com as roupas das profissões se apresentaram em meio a um grande letreiro com a palavra “saudade” representando o sentimento dos fiéis de poderem estar novamente unidos celebrando e assistindo a Paixão do Senhor.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Hoje Bento XVI completa 95 anos

Bento XVI. Foto: Alan Holdren / ACI Prensa

REDAÇÃO CENTRAL, 16 abr. 22 / 06:00 am (ACI).- O papa emérito Bento XVI, completa hoje 95 anos de idade. Dentro de três dias, em 19 de abril, recordará o aniversário de sua eleição como sucessor de São Pedro, que ocorreu em 2005.

Bento XVI – cardeal Joseph Ratzinger –, nasceu em Marktl am Inn, na diocese de Passau (Alemanha), em 16 de abril de 1927.

Entre os importantes trabalhos que desempenhou a serviço da Igreja, destaca que em 1962 participou do Concílio Vaticano II como consultor teológico do então arcebispo de Colônia (Alemanha), cardeal Joseph Frings.

Além disso, serviu durante anos como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Pontifícia Comissão Teológica Internacional, assim como decano do Colégio dos Cardeais.

Em 11 de fevereiro de 2013, anunciou sua renúncia ao pontificado, o que se fez efetivo na quinta-feira 28 do mesmo mês. Atualmente, Joseph Ratzinger vive no mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano, onde se dedica à leitura e à oração.

Uma de suas últimas e mais memoráveis aparições foi ao lado do papa Francisco durante a canonização de João Paulo II e João XXIII, considerado pela imprensa como "o dia dos quatro Papas”.

Em 14 de fevereiro de 2015, Bento XVI participou da criação de 20 novos cardeais pelo papa Francisco e, em 8 de dezembro do mesmo ano, foi o primeiro peregrino que atravessou a Porta Santa da Basílica de São Pedro, na abertura do Ano Jubilar.

Fonte: https://www.acidigital.com/

A Hora da Mãe, liturgia da dor na esperança

Sábado Santo- La pietà | Vatican News

Desde os primeiros séculos da era cristã, existe uma liturgia própria do Sábado Santo que acompanha Maria na espera e se une a ela neste dia de silêncio. Uma celebração de rito oriental, também acolhida no rito latino.

Maria Milvia Morciano – Vatican News

Hora da Mãe é uma antiga liturgia, recitada na manhã do Sábado Santo desde 1987, Ano Mariano, na Basílica de Santa Maria Maior, onde foi oficiada pela primeira vez - século IX - pelos Santos Cirilo e Metódio. A celebração alterna salmos, leituras e orações rítmicas breves, os assim chamados "tropari" da liturgia bizantina.

Mas a celebração não é realizada apenas na papal arquibasílica maior: o favor de que goza a estendeu também para outros lugares. Por duas vezes foi celebrada na Basílica de São Pedro, a pedido de São João Paulo II e, ainda hoje, em outras igrejas. Esta tradição é alimentada pelo padre Ermanno Toniolo, da Ordem dos Servos de Maria, diretor do Centro para a Cultura Mariana de Roma e professor emérito da Pontifícia Faculdade Teológica "Marianum". Nascida em ambiente bizantino, a Hora de Maria se torna um elo vivo entre o Oriente e o Ocidente.

Maria das Dores

Nenhuma dor é maior do que aquela de uma mãe que perde seu filho. Imaginemos a dor de Maria: sabia o que devia acontecer e aprendeu a aceitar isso durante toda a vida, desde aquele primeiro ‘sim’ da Anunciação.

Ela vê tudo se cumprir sob seus olhos, com a certeza da fé de que seu filho é Deus, mas o vê sofrer como qualquer outro homem, submetido a terríveis torturas e humilhações e condenado à morte. A Virgem reconhece aquela dor que Simeão lhe previra: "Uma espada transpassará a tua alma" (Lc 2, 35). Citando Paulo na Carta aos Romanos (4, 18), a respeito de Abraão, o padre Toniolo escreve que Maria "acreditou contra toda evidência, esperou contra toda esperança".

O sim de Maria

Sob a Cruz, Maria pronuncia mais uma vez - no silêncio de seu coração - seu sim incondicional. A dor de Maria não é desesperada, mas ainda assim é insuportável, porque é a mais pura dor de uma mãe. Transcorre o sábado, aquele dia interminável, à espera de que tudo aconteça.

Esta força de fé, esta esperança segura, certamente não poderia aliviar sua dor. Ela teve que testemunhar a agonia de seu Filho e sua morte. Ela o segurou pela última vez em seus braços antes de deixá-lo, ao ser levado para a sepultura. Ela teve que aceitar o desapego e o vazio que se abateu sobre ela.

É impossível compreender quantos pensamentos «ela guardava em seu coração» (Lc 2, 51) em meio ao clamor das lamentações das piedosas mulheres e entre os Apóstolos perdidos. Sozinha, mas não na solidão e no abandono: Cristo, antes de morrer, pensou na sua Mãe e em todos os homens. Antes de morrer, da Cruz confia a sua Mãe a João:

"Então Jesus, vendo sua mãe e o discípulo que ele amava ao lado dela, disse à sua mãe: "Mulher, eis aí o teu filho!" Depois disse ao discípulo: "Eis aí a tua mãe!" E dessa hora em diante o discípulo a recebeu como sua mãe”. (João 19, 26-27)

União da Mãe com o Filho

Assim, toda a Igreja se reúne em torno dela, que se torna ponte entre o Filho e a humanidade, entre a morte e a vida, à espera da Ressurreição. Se a Sexta-feira Santa é a hora de Cristo, morto na Cruz, o Sábado Santo é a Hora da Mãe.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF