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sexta-feira, 29 de abril de 2022

Papa: a família é antídoto para a pobreza material e espiritual

Encontro com os participantes da Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais | Vatican News

“Este vínculo de perfeição, consiste em uma ação amorosa motivada pelo dom”. “A família humaniza as pessoas através da relação do ‘nós’ e, ao mesmo tempo, promove as diferenças legítimas de cada um”. Palavras do Papa Francisco durante o encontro com os participantes na Plenária da Pontifícia Comissão das Ciências Sociais que teve como tema a família.

Jane Nogara - Vatican News

Na manhã desta sexta-feira (29) o Papa Francisco recebeu no Vaticano os participantes da Sessão Plenária da Pontifícia Comissão das Ciências Sociais. O tema focalizado pelo Santo Padre foi sobre a realidade da família, tema da plenária da Comissão e que pode ser considerada como um “bem relacional”. Francisco iniciou comentando que o contexto mundial atual com crises múltiplas e prolongadas “coloca as famílias estáveis e felizes à dura prova”. “Podemos responder a esta situação – continuou - redescobrindo o valor da família como fonte e origem da ordem social, como célula vital de uma sociedade fraterna e capaz de cuidar da casa comum”.

No alto da escala de valores

O Papa recordou que “a família está quase sempre no alto da escala de valores de diferentes povos, porque está inscrita na natureza própria da mulher e do homem. Neste sentido, o matrimônio e a família não são instituições puramente humanas”. “Além de todas as diferenças – continuou - existem traços comuns e permanentes que revelam a grandeza e o valor do matrimônio e da família”. E em seguida adverte: “Porém, se este valor for vivido de forma individualista e privada, como é em parte o caso no Ocidente, a família pode ser isolada e fragmentada no contexto da sociedade. Assim perdem-se as funções sociais que a família desempenha entre os indivíduos e na comunidade, especialmente em relação aos mais fracos, tais como crianças, pessoas com deficiência e idosos dependentes”. Por isso, explicou o Papa, “trata-se de uma questão de compreender que a família é um bem para a sociedade, não como uma simples agregação de indivíduos, mas como uma relação fundada em um ‘vínculo de perfeição mútua’, para usar uma expressão de São Paulo”.

Vínculo relacional de perfeição

“O bem da família – disse - não é agregativo, ou seja, não consiste em agregar os recursos dos indivíduos para aumentar a utilidade de cada um, mas é um vínculo relacional de perfeição, que consiste em compartilhar relações de amor fiel, confiança, cooperação, reciprocidade, das quais derivam os bens de cada membro da família e, portanto, sua felicidade.”

Aprofundando o tema o Francisco acrescentou: “Este vínculo de perfeição, que poderíamos chamar de seu específico ‘genoma social’, consiste em uma ação amorosa motivada pelo dom, vivendo de acordo com a regra da reciprocidade generosa e da generatividade. A família humaniza as pessoas através da relação do ‘nós’ e, ao mesmo tempo, promove as diferenças legítimas de cada um”.

“O pensamento social da Igreja ajuda a compreender este amor relacional próprio da família, como a Exortação Apostólica Amoris laetitia procurou fazer, seguindo os passos da grande tradição.”

Antídoto para a pobreza material e espiritual

Em seguida o Papa sublinhou outro ponto importante da família: “lugar de acolhida. Suas qualidades são particularmente evidentes em famílias com membros frágeis ou deficientes. Estas famílias desenvolvem virtudes especiais, que aumentam a capacidade de amor e a resistência do paciente às dificuldades da vida” e confirma:

“A família - como sabemos - é o principal antídoto para a pobreza, tanto material quanto espiritual, como também para o problema do inverno demográfico ou da maternidade e paternidade irresponsáveis.”

E para isso serve a ajuda de outras pessoas e das instituições mesmo governamentais para que a família se torne um vínculo de perfeição: “É necessário que em todos os países sejam promovidas políticas sociais, econômicas e culturais 'amigas da família'”. “É possível uma sociedade ‘amiga da família’, pondera Francisco continuando: “porque a sociedade nasce e evolui com a família. Nem tudo é feito por contrato, nem tudo pode ser imposto por comando. Na verdade, quando uma civilização desarraiga a árvore do dom como gratuidade de seu solo, seu declínio se torna incontrolável. Pis bem, a família é o principal plantador da árvore da gratuidade”.

Três condições da beleza da família

Por fim o Papa destacou três condições para redescobrir a beleza da família: “A primeira é tirar dos olhos da mente a ‘catarata’ das ideologias que nos impedem de ver a realidade”. A segunda condição, “é a redescoberta da correspondência entre matrimônio natural e sacramental. A separação entre os dois, de fato, termina por um lado fazendo as pessoas pensarem na sacramentalidade como algo acrescentado, algo extrínseco e, por outro lado, arriscando-se a abandonar a instituição da família à tirania do artificial. A terceira condição é, como recorda a Amoris laetitia, a consciência de que a graça do sacramento do Matrimônio - que é o sacramento ‘social’ por excelência - cura e eleva toda a sociedade humana e é um fermento de fraternidade”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Manipulação religiosa e fake news são ameaças ao processo eleitoral, diz CNBB

Foto: CNBB | ACI Digital

BRASILIA, 29 abr. 22 / 03:24 pm (ACI).- Por ocasião do fim da etapa virtual da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a entidade divulgou a tradicional mensagem ao povo brasileiro. O texto recorda as eleições deste ano e afirma que “o cenário é de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança”. Além disso, diz que “duas ameaças merecem atenção especial”: a manipulação religiosa e a fake news.

A mensagem é assinada pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, por dom Walmor Oliveira de Azevedo, pelo arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da entidade, dom Jaime Spengler, pelo arcebispo nomeado de Cuiabá (RS) e segundo vice-presidente, dom Mário Antônio da Silva, e pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.

A mensagem afirma que o Brasil passa por uma “complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política”, que foi acentuada com a pandemia de covid-19. Neste âmbito, a CNBB espera que os governantes “promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988”.

A mensagem ainda toca no processo eleitoral deste ano, que segundo a entidade está envolto “de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança”. A CNBB chama atenção para as ameaças ao pleito e faz um apelo pela democracia.

“Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro”, afirma a entidade.

Além disso, afirma que há a ameaça da “manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo”, e das fake news, que “modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder”.

Acompanhe o texto da mensagem na íntegra:

MENSAGEM AO POVO BRASILEIRO

59ª. Assembleia Geral da CNBB

“A esperança não decepciona” (Rm 5,5).

Guiados pelo Espírito Santo e impulsionados pela Ressurreição do Senhor, unidos ao Papa Francisco, nós, bispos católicos, em comunhão e unidade, reunidos para a primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, de modo on-line e com a representação de diversos organismos eclesiais, dirigimos ao povo brasileiro uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil.

Enche o nosso coração de alegria perceber a explosão de solidariedade, que tem marcado todo o País na luta pela superação do flagelo sanitário e social da COVID-19. A partilha de alimentos, bens e espaços, a assistência a pessoas solitárias e a dedicação incansável dos profissionais de saúde são apenas alguns exemplos de incontáveis ações solidárias. Gestores de saúde e agentes públicos, diante de um cenário de medo e insegurança, foram incansáveis e resilientes. O Sistema Único de Saúde-SUS mostrou sua fundamental importância e eficácia para a proteção social dos brasileiros. A consciência lúcida da necessidade dos cuidados sanitários e da vacinação em massa venceu a negação de soluções apresentadas pela ciência. Contudo, não nos esquecemos da morte de mais de 660.000 pessoas e nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, trazendo ambas em nossas preces.

Agradecemos ainda, de modo particular às famílias e outros agentes educativos, que não se descuidaram da educação das crianças, adolescentes, jovens e adultos, apesar de todas as dificuldades. Com certeza, a pandemia teria consequências ainda mais devastadoras, se não fosse a atuação das famílias, educadores e pessoas de boa vontade, espírito solidário e abnegado. A Campanha da Fraternidade 2022 nos interpela a continuar a luta pela educação integral, inclusiva e de qualidade.

A grave crise sanitária encontrou o nosso País envolto numa complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política, que já nos desafiava bem antes da pandemia, escancarando a desigualdade estrutural enraizada na sociedade brasileira. A COVID-19, antes de ser responsável, acentuou todas essas crises, potencializando-as, especialmente na vida dos mais pobres e marginalizados.

O quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem! A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade. Assistimos estarrecidos, mas não inertes, os criminosos descuidos com a Terra, nossa casa comum. Num sistema voraz de “exploração e degradação” notam-se a dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais, a precarização das ações de combate aos crimes contra o meio ambiente e projetos parlamentares desastrosos contra a casa comum.

Tudo isso desemboca numa violência latente, explícita e crescente em nossa sociedade. A crueldade das guerras, que assistimos pelos meios de comunicação, pode nos deixar anestesiados e desapercebidos do clima de tensão e violência em que vivemos no campo e nas cidades. A liberação e o avanço da mineração em terras indígenas e em outros territórios, a flexibilização da posse e do porte de armas, a legalização do jogo de azar, o feminicídio e a repulsa aos pobres, não contribuem para a civilização do amor e ferem a fraternidade universal.

Diante deste cenário, esperamos que os governantes promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988, já tão desfigurada por meio de Projetos de Emendas Constitucionais. Não se permita a perda de direitos dos trabalhadores e dos pobres, grande maioria da população brasileira. A lógica do confronto que ameaça o estado democrático de direito e suas instituições, transforma adversários em inimigos, desmonta conquistas e direitos consolidados, fomenta o ódio nas redes sociais, deteriora o tecido social e desvia o foco dos desafios fundamentais a serem enfrentados.

Nesse contexto, iremos este ano às urnas. O cenário é de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança. Nossas escolhas para o Executivo e o Legislativo determinarão o projeto de nação que desejamos. Urge o exercício da cidadania, com consciente participação política, capaz de promover a “boa política”, como nos diz o Papa Francisco. Necessitamos de uma política salutar, que não se submeta à economia, mas seja capaz de reformar as instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos, como as conquistas da Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar 135 de 2010, que afasta do pleito eleitoral candidatos condenados em decisões colegiadas, e da Lei 9.840 de 1999, que criminaliza a compra de votos. Não existe alternativa no campo democrático fora da política com a ativa participação no processo eleitoral.

Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro. Reiteramos nosso apoio às Instituições da República, particularmente aos servidores públicos, que se dedicam em garantir a transparência e a integridade das eleições.

Duas ameaças merecem atenção especial. A primeira é a manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo. A autonomia e independência do poder civil em relação ao religioso são valores adquiridos e reconhecidos pela Igreja e fazem parte do patrimônio da civilização ocidental. A segunda é a disseminação das fake news, que através da mentira e do ódio, falseia a realidade. Carregando em si o perigoso potencial de manipular consciências, elas modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e o respeito aos resultados nas eleições. A democracia brasileira, ainda em construção, não pode ser colocada em risco.

Conclamamos toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade, escolhendo projetos representados por candidatos e candidatas comprometidos com a defesa integral da vida, defendendo-a em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural. Que também não negligenciem os direitos humanos e sociais, e nossa casa comum onde a vida se desenvolve. Todos os cristãos somos chamados a preocuparmo-nos com a construção de um mundo melhor, por meio do diálogo e da cultura do encontro, na luta pela justiça e pela paz.

Agradecemos os muitos gestos de solidariedade de nossas comunidades, por ocasião da pandemia e dos desastres ambientais. Encorajamos as organizações e os movimentos sociais a continuarem se unindo em mutirão pela vida, especialmente por terra, teto e trabalho. Convidamos a todos, irmãos e irmãs, particularmente a juventude, a deixarem-se guiar pela esperança e pelo desejo de uma sociedade justa e fraterna. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, obtenha de Deus as bênçãos para todos nós.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Santa Catarina de Sena

Sta. Catarina de Sena | arquisp
29 de abril

Santa Catarina de Sena

Catarina era apenas uma irmã leiga da Ordem Terceira Dominicana. Mesmo analfabeta, talvez tenha sido a figura feminina mais impressionante do cristianismo do segundo milênio. Nasceu em 25 de março de 1347, em Sena, na Itália. Seus pais eram muito pobres e ela era uma dos vinte e cinco filhos do casal. Fica fácil imaginar a infância conturbada que Catarina teve. Além de não poder estudar, cresceu franzina, fraca e viveu sempre doente. Mas, mesmo que não fosse assim tão debilitada, certamente a sua missão apostólica a teria fragilizado. Carregava no corpo os estigmas da Paixão de Cristo.

Desejando seguir o caminho da perfeição, aos sete anos de idade consagrou sua virgindade a Deus. Tinha visões durante as orações contemplativas e fazia rigorosas penitências, mesmo contra a oposição familiar. Aos quinze anos, Catarina ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Durante as orações contemplativas, envolvia-se em êxtase, de tal forma que só esse fato possibilitou que convertesse centenas de almas durante a juventude. Já adulta e atuante, começou por ditar cartas ao povo, orientando suas atitudes, convocando para a caridade, o entendimento e a paz. Foi então que enfrentou a primeira dificuldade que muitos achariam impossível de ser vencida: o cisma católico.

Dois papas disputavam o trono de Pedro, dividindo a Igreja e fazendo sofrer a população católica em todo o mundo. Ela viajou por toda a Itália e outros países, ditou cartas a reis, príncipes e governantes católicos, cardeais e bispos, e conseguiu que o papa legítimo, Urbano VI, retomasse sua posição e voltasse para Roma. Fazia setenta anos que o papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas.

Outra dificuldade, intransponível para muitos, que enfrentou serenamente e com firmeza, foi a peste, que matou pelo menos um terço da população européia. Ela tanto lutou pelos doentes, tantos curou com as próprias mãos e orações, que converteu mais algumas centenas de pagãos. Suas atitudes não deixaram de causar perplexidade em seus contemporâneos. Estava à frente, muitos séculos, dos padrões de sua época, quando a participação da mulher na Igreja era quase nula ou inexistente.

Em meio a tudo isso, deixou obras literárias ditadas e editadas de alto valor histórico, místico e religioso, como o livro "Diálogo sobre a Divina Providência", lido, estudado e respeitado até hoje. Catarina de Sena morreu no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Foi declarada "doutora da Igreja" pelo papa Paulo VI em 1970.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Falar palavrão é pecado?

Shutterstock
Por Philip Kosloski

Precisamos usar sempre uma linguagem adequada para elevar as pessoas, não derrubá-las.

Na cultura popular de hoje, xingar, falar palavrão ou usar linguagem imprópria são extremamente comuns. À primeira vista, não parecem ser pecado, pois nem sempre machucam alguém.

Tecnicamente, o Catecismo da Igreja Católica não aborda diretamente o ato de falar palavrão ou xingar os outros. Mas esse péssimo hábito se enquadra outras categorias diferentes.

Usar o nome do Senhor em vão

Em primeiro lugar, sempre que alguém usa o nome do Senhor de forma inconveniente em sua linguagem, é uma violação direta do segundo mandamento.

“O segundo mandamento proíbe o abuso do nome de Deus, isto é, todo o uso inconveniente do nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e de todos os santos.”

CIC 2146

Esta é, provavelmente, a maneira mais óbvia de que falar palavrão ou xingar pode ser um pecado, pois não trata o nome de Deus com respeito.

Chamar as pessoas com outros nomes

A próxima maneira pela qual xingar pode se configurar um pecado é chamar as pessoas de nomes vulgares.

“Deus chama a cada um pelo seu nome (79). O nome de todo o homem é sagrado. O nome é a imagem da pessoa. Exige respeito, como sinal da dignidade de quem por ele se identifica.”

CIC 2158

Chamar alguém de nome profano é outro exemplo claro de como uma pessoa pode violar o segundo mandamento.

Linguagem chula

Após os exemplos acima, há mais áreas cinzentas, pois a Igreja não lista especificamente quais termos são palavrões, e, consequentemente, pecados.

No entanto, a Bíblia enfatiza repetidamente a necessidade de evitar toda linguagem inadequada e desrespeitosa.

“Agora, porém, deixai de lado todas estas coisas: ira, animosidade, maledicência, maldade, palavras torpes da vossa boca.”

Colossenses 3,8

“Não é aquilo que entra pela boca que mancha o homem, mas aquilo que sai dela.”

Mateus 15,11

Portanto, a pessoa deve saber que é pecado dizer essas palavras com total total consentimento. Às vezes, podemos deixar escapar um, e isso nem sempre é fácil de parar.

O segredo é tentar deixar nossa linguagem elevar outras pessoas, em vez de derrubá-las.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

De uma Homilia atribuída a Santo Epifânio, bispo

Salve na Liturgia
Santo Epifânio de Salamina
Sermão 3 (atribuído) sobre a Ressurreição de Cristo
“Mistérios antigos e novos”

Este é o dia em que o Senhor agiu: seja nossa alegria espiritual e rejubilemo-nos n’Ele com divina alegria. Para nós, realmente esta é a festa das festas, a festa do mundo inteiro que celebra, como em única solenidade, a consagração e a salvação universal. Neste dia tem o seu cumprimento todo tipo de figuras, sombras e profecias. Cristo, nossa Páscoa, foi imolado, ou seja, a verdadeira Páscoa, e o que vive com Cristo é uma criatura nova; o que vive com Cristo possui uma nova fé, novas leis, é o novo povo de Deus; o novo, sim, não o velho Israel; nova é a Páscoa, nova e espiritual é a circuncisão, novo e incruento o sacrifício, novo e divino o testamento.
Renovai-vos no dia de hoje, renovai-vos por dentro com espírito firme, para que vos seja dado perceber os mistérios desta nova e verdadeira festa e possais desfrutar profundamente das delícias celestiais; para que sejais iluminados e iniciados, não pelos da antiga, mas pelos indeléveis e sempre vigentes símbolos da nova Páscoa; para que conheçais a grande diferença existente entre nossos mistérios e os do povo judeu, assim como a distância que existe entre a figura e a realidade. Seja, portanto, tal confrontação o ponto de partida desta nossa reflexão e contemplação sobre o mistério da Páscoa e da Ressurreição de Cristo.
Assim como no passado e para a salvação do povo Moisés foi enviado por Deus como legislador desde o sublime monte para esboçar um avanço da lei, assim também Aquele que é a própria verdade, legislador, Deus e Senhor, foi enviado por Deus, o monte pelo monte, desde as montanhas celestes, para a salvação de nosso povo. Moisés redimiu nosso povo do faraó e dos egípcios; Cristo o libertou do diabo e da servidão dos demônios. Moisés alcançou a paz entre dois de seus irmãos que estavam brigando; Cristo reconciliou entre si aos seus dois povos e uniu o céu com a terra. No passado, a filha do faraó, quando foi banhar-se, encontrou Moisés e o adotou; por outro lado, a Igreja de Cristo - que também é sua filha -, ao descer às águas batismais, recebe a Cristo: porém, não como Moisés, resgatado da cesta de vime com a idade de três meses, mas, em vez de Moisés, recebe a Cristo saído do sepulcro ao terceiro dia.
No passado, Israel celebrou a Páscoa em figura e de noite; mas agora celebramos a Páscoa em um dia de luz e de esplendor. No passado, ao declinar o dia; agora, ao entardecer e no ocaso dos tempos. No passado, com o sangue se aspergiram as ombreiras e o dintel das casas; agora, com o sangue de Cristo são selados os corações dos crentes. Naquela ocasião, de noite se matou ao cordeiro e de noite atravessaram o Mar Vermelho; agora, por sua vez, dispomos da salvação e de um mar batismal esplêndido e vermelho, que reluz com o fulgor do Espírito; mar sobre o qual realmente esvoaçava o Espírito de Deus; mar no qual se percebe sua presença; mar em cujas águas foi abatida a cabeça do dragão; ainda mais: a cabeça do príncipe dos dragões, ou seja, dos satélites do diabo. Naquela ocasião, Moisés lavou aos israelitas com um batismo noturno, e uma nuvem cobriu o povo; mas ao povo de Cristo a força do Altíssimo o cobre com sua sombra. Naquela ocasião, ao ser libertado o povo, Maria, a irmã de Moisés, dirigiu a dança; agora, libertado o povo dos gentios, a Igreja de Cristo celebra festejos com todas as suas igrejas.
Naquela ocasião Moisés se abrigou junto a uma rocha natural; agora o povo se abriga junto à rocha da fé. No passado, foram quebradas as pedras da lei, o que foi indício de uma lei chamada a perecer e a envelhecer; agora, as leis divinas se mantêm íntegras e invioladas. Naquele tempo, para castigo do povo, fabricou-se um bezerro fundido; agora, para salvação do povo, é imolado o Cordeiro de Deus. No passado, a rocha foi golpeada por uma vara; mas agora uma lança transpassa o lado de Cristo, que é a verdadeira rocha. Então, da rocha brotou água; agora, do lado vivificante de Cristo manou sangue e água. Eles receberam do céu a carne de codornizes; nós recebemos do alto a pomba do Espírito Santo. Eles comeram o maná temporal e morreram; nós comemos o pão que dá a vida eterna.

Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 341-342.

Você se consagrou à Virgem Maria? Eis um "método" seguido por grandes santos

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 28 abr. 22 / 09:00 am (ACI).- Em seu "Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria", são Luís Maria Grignon de Montfort propõe um método de consagração a Maria seguido por grandes santos. Atualmente, o Movimento Laços de Amor Mariano (LAM) prepara milhares de fiéis de vários países que desejam se consagrar à Mãe de Deus com esse método.

Em entrevista à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em 2019, Wilson Tamayo, subdiretor geral de LAM, disse que na história da Igreja sempre houve atos de consagração à Virgem, mas "o que são Luís de Montfort fez foi dar um passo a mais, e dizer que esta consagração não é apenas um ato devocional, mas é um ato de entrega verdadeira, de entrega total”.

Os temas da preparação que são Luís propõe em seu Tratado são desenvolvidos e aprofundados durante 33 semanas nos grupos de consagração de Laços de Amor Mariano. Providencialmente, isso leva 9 meses, por isso é simbolicamente entendido como "uma espécie de gestação em Maria para nascer em Jesus Cristo", disse Tamayo.

Os conteúdos trabalhados dividem-se em quatro blocos e referem-se ao conhecimento do mundo, de si, de Nossa Senhora e de Jesus Cristo. No final, os participantes realizam a consagração, geralmente em uma festa mariana especial e com uma eucaristia solene.

Entre os papas e santos que destacaram a Consagração à Virgem Maria com esse método, estão o beato Pio IX, que afirmou que a verdadeira devoção proposta por são Luís é a melhor e a mais aceitável; e são Pio X, que aprovou a fórmula da consagração.

Além disso, são João Paulo II expressou na encíclica Redemptoris Mater que se alegrava em recordar “a figura de são Luís Maria Grignion de Montfort, que propõe aos cristãos a consagração a Cristo pelas mãos de Maria, como meio eficaz para viverem fielmente os compromissos batismais”.

No final da sua vida, são João Paulo II escreveu uma carta às famílias monfortinas, em 2003, na qual dizia que na sua juventude a leitura do "Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria" o ajudou muito, porque ali encontrou a resposta para suas dúvidas sobre o medo de que o culto excessivo a Maria acabasse por comprometer a supremacia do culto a Cristo.

“Sob a orientação sábia de são Luís Maria compreendi que, quando se vive o mistério de Maria em Cristo, esse risco não subsiste. O pensamento mariológico do Santo, de fato, está radicado no Mistério trinitário e na verdade da Encarnação do Verbo de Deus”, disse são João Paulo II.

Ele também explicou que o lema "Totus tuus" que apareceu em seu escudo episcopal foi inspirado nos ensinamentos de Montfort. “A doutrina deste Santo exerceu uma profunda influência sobre a devoção mariana de muitos fiéis e sobre a minha própria vida. Trata-se de uma doutrina vivida, de grande profundidade ascética e mística, expressa com um estilo vivo e fervoroso, que usa com frequência imagens e símbolos”.

Como ter acesso à preparação?

Os interessados ​​em se consagrar a Maria segundo o método de são Luís Maria Grignon de Montfort podem entrar em contato com o Movimento Laços de Amor Mariano, que atualmente está em várias cidades do Brasil, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Venezuela, Panamá, Uruguai, México e Peru.

O movimento criou a consagração online, que oferece aos fiéis que têm dificuldades para ingressar fisicamente em um grupo, a possibilidade de se preparar pela internet com vídeos de formação e tutores virtuais.

“Não tenham medo de receber Maria em sua casa, de abrir as portas para ela. A única coisa que ela sabe fazer é conduzir-nos a Jesus e esta consagração é um tesouro da Igreja”, afirmou Wilson Tamayo.

Laços de Amor Mariano é uma Associação Privada de Fiéis que nasceu na Colômbia em 16 de julho de 1999, dia de Nossa Senhora do Carmo, cujo diretor-geral atual é Rodrigo Jaramillo. O movimento se expandiu rapidamente e, por meio de seus missionários, promove o amor à Virgem Maria, a Jesus Eucaristia e ao papa.

Para mais informações, clique AQUI.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Santa Joana (Gianna) Baretta Molla

Sta. Joana Baretta Molla | arquisp
28 de abril

Santa Joana (Gianna) Baretta Molla

Na família italiana dos Baretta de Milão, os treze filhos foram reduzidos a oito pela epidemia da gripe espanhola e por duas mortes ocorridas na primeira infância. Desses oito, saíram uma pianista, dois engenheiros, quatro médicos e uma farmacêutica. Um dos engenheiros, José, depois se fez sacerdote, e dois médicos fizeram-se religiosos missionários: madre Virgínia e padre Alberto.

Gianna Baretta, para nós Joana, a penúltima dos oito, nasceu no dia 4 de outubro de 1922 na cidade de Magenta, onde cresceu e se formou médica cirurgiã, com especialização em pediatria, concluída 1952. Porém preferiu exercer clínica geral, atendendo especialmente os velhos abandonados e carentes. Para ela, tudo era dever, tudo era sagrado: "Quem toca o corpo de um paciente, toca o corpo de Cristo", dizia.

Em 1955, ela se casa com Pedro Molla. O casal vive na tradição religiosa familiar: missa, oração e eucaristia, inserida com harmonia na Modernidade. Joana ama esquiar na neve, pintar e a música também. Ela freqüenta o teatro e os concertos com o marido, importante diretor industrial, sempre muito ocupado.

Residem em Magenta mesmo, onde Joana participa ativamente também da vida local da Associação Católica Feminina. Os retiros espirituais são momentos de forte interiorização e ela é a verdadeira colaboradora dessas novidades felizes da comunidade católica. Vive essa atribuição como sua missão de médica.

Nascem os filhos: Pedro Luiz , Maria Rita e Laura . No mês de setembro de 1961, no início da quarta gravidez, é hospitalizada e então é descoberto um fibroma no útero. Diante da gravidade, sempre mais evidente, do caso, a única perspectiva de sobreviver é renunciar à gravidez, para não deixar órfãos os três filhos. Mas Joana possui valores cristãos firmemente consolidados e coloca em primeiro lugar o direito à vida. E assim decide, com o preço da sua vida, ter o bebê.

Joana Emanuela nasce e sua mãe ainda a segura nos braços antes de morrer, no dia 28 de abril de 1962. Uma morte que é uma mensagem iluminada do amor em Cristo.

Após sua morte, o marido lê as anotações pessoais de Joana que antecediam os retiros espirituais, e descobre sua conexão indissolúvel com o amor, o sacrifício e a fé inabalável.

Ao proclamar santa Joana Baretta Molla, em 2004, o papa João Paulo II quis exaltar, juntamente com seu heroísmo final, a sua existência inteira, os ensinamentos de toda uma vida no seguimento de Jesus, exemplo para os casais modernos.

Joana Emanuela, a filha nascida do seu sacrifício, em pronunciamento nessa ocasião, disse: "Sinto em mim a força e a coragem de viver, sinto que a vida me sorri". Ela ainda disse que rende homenagem à mãe "dedicando a minha vida à cura e assistência aos anciãos".

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Celulares, smartphones e redes sociais devem ser ilegais para menores de idade?

Marian Fil | Shutterstock
Por Jim Schroeder

Precisamos de uma conversa séria e aberta sobre um dos maiores problemas para os jovens e as famílias de hoje.

Estamos no meio de uma crise de saúde mental neste país. Embora haja muitos fatores envolvidos, um grande corpo de investigação científica forneceu provas inegáveis de que, para qualquer impacto positivo que a tecnologia possa ter na juventude, a utilização de smartphones e redes sociais resultou numa realidade de problemas físicos, psicológicos e sociais que só estão a piorar para os jovens.

Chegou o momento de fazer a pergunta: Devem ser impostas restrições legais aos menores de idade quando se trata de smartphones pessoais e de contas em redes sociais? Aqui estão as quatro considerações que creio que temos de fazer ao discutur esta questão.

Consideração #1

A 22 de Março de 2022, o Diretor Científico da Associação Psicológica Americana, Dr. Mitch Prinstein, em conjunto com uma série de outros profissionais e organizações, enviou uma carta sem precedentes ao Surgeon General dos Estados Unidos.

Ao abordar um aspecto específico da crise de saúde mental, a carta pediu ao governo que lançasse uma “campanha de educação pública” sobre os “perigos específicos que as redes sociais representam para os adolescentes” e os melhores métodos para manter a juventude segura.

As principais conclusões da carta foram as evidências, detalhando como as redes sociais podem “explorar vulnerabilidades biológicas entre os jovens” especificamente associadas à sua fase de desenvolvimento, o que leva à redução da saúde e do bem-estar, ao aumento de comportamentos ilícitos, à influência mal orientada dos pares, e ao aumento da vitimização e assédio dos pares.

Entretanto, também afirma a carta, as empresas tecnológicas continuam a demonstrar uma “falta de transparência” em relação aos métodos concebidos para recompensar uma maior utilização entre os jovens. Para além do que foi detalhado nesta carta, existe uma abundância de dados científicos disponíveis (sublinhei algumas destas informações no meu website) indicando que tanto as redes sociais como os celulares e smartphones pessoas estão associados a resultados negativos em muitas áreas, incluindo mas não se limitando ao seguinte: atenção, humor, comportamento, competências sociais, sono, acidentes de trânsito, desempenho académico/intelectual, pornografia, obesidade, criatividade.

As evidências científicas apoiam cada vez mais a ideia de que o “experimento” feito com a nossa juventude através do uso de celulares, smartphones e redes sociais é um dos piores da história.

Consideração #2

Recentemente, estive num programa de rádio a discutir este assunto, e um dos apresentadores observou que “todos nós sabemos que [a situação tecnológica com a juventude] é um naufrágio, mas não sabemos o que fazer a esse respeito”.

A realidade é que os pais e educadores têm vindo a dizer isto há já algum tempo. Todas as recomendações de peritos, muitas vezes envolvendo educação e monitoramento, falharam em proporcionar uma situação melhorada no que diz respeito à juventude e à tecnologia. Passaram 15 anos desde que o iPhone foi lançado, e apesar de todo e qualquer esforço para ensinar e modelar o uso apropriado, chegou o momento de reconhecer que a situação é pior do que nunca.

Enquanto que a possibilidade de restrições legais vem com desafios, vem também com a promessa de dar aos pais, cuidadores e educadores “uma perna para se manterem de pé”. Ao longo dos anos, tenho conversado com inúmeros pais que lamentam as escolhas que fizeram em relação a celulares, smartphones e redes sociais, exasperados por terem sido pressionados (por várias forças) a tomar decisões que sabem não serem saudáveis para os seus filhos. É tempo de considerarmos realmente todas as opções para ajudar as pessoas a fazer o que é melhor para as crianças.

Consideração #3

Para qualquer bem que as empresas tecnológicas possam tentar trazer ao mundo, é inegável que elas são principalmente motivadas por um fator – o lucro. Isto nunca foi tão evidente como no ano passado em relação ao que foi descoberto no Facebook.

Uma reportagem do Wall Street Journal afirmou que o Facebook tinha estado a esconder pesquisas conduzidas nos últimos três anos, que descobriram que o Instagram está a prejudicar a juventude – especialmente as meninas adolescentes.

Entre muitas descobertas, quase um terço das meninas inquiridas revelou que quando se sentiam mal com o seu corpo, o Instagram fê-las sentir-se pior. Seis por cento dos utilizadores americanos e 13% dos utilizadores britânicos vincularam seus pensamentos suicidas ao uso do Instagram. De um modo geral, os dados eram claros: para muitos jovens, o Instagram é um lugar pouco saudável para se estar.

Entretanto, 40% dos utilizadores do Instagram têm menos de 22 anos de idade. Por mais irresponsável que tenha sido esconder a pesquisa, o Facebook, proprietário do Instagram, afirma claramente nos seus documentos que a juventude tem sido e continua a ser um dos seus principais alvos de crescimento. Estão atualmente a trabalhar na construção de uma plataforma Instagram para jovens com menos de 13 anos, ignorando ao mesmo tempo as suas próprias pesquisas sobre o quão tóxica esta plataforma é para os utilizadores mais jovens.

A realidade é esta: as empresas tecnológicas ganham mais dinheiro quando mais jovens utilizam as suas plataformas, e não demonstraram uma “consciência social” em relação a todas as formas como esta prática está a causar efeitos prejudiciais. Não podemos confiar que estas empresas façam a coisa certa; por conseguinte, temos de considerar outras opções para refrear as práticas insalubres destes gigantes de bilhões de dólares.

Consideração #4

A nossa sociedade há muito que impõe restrições legais aos jovens por duas razões principais: a sua saúde e bem-estar / e o bem público.

Dos 16 aos 21 anos de idade, os indivíduos são restringidos ou limitados nos seguintes aspectos: conduzir, fumar, beber (álcool), jogo, consentimento médico, filmes com classificação R (restritos), seguros pessoais e propriedade de cartões de crédito, entre outras coisas. Não se pode sequer obter um carro alugado até os 25 anos de idade.

Não é que os jovens não tenham capacidades gerais para gerir estas áreas, pois poderíamos facilmente argumentar que um jovem de 15 anos tem as capacidades físicas para conduzir bem, ou que um jovem de 16 anos tem a capacidade matemática para compreender as compras/pagamentos com cartão de crédito. Em vez disso, falta-lhes uma gama mais completa de desenvolvimento neurológico e experiências de vida para gerir estes campos de uma forma que os mantenha – e os outros – em segurança.

No entanto, considere o que temos feito com as redes sociais e os celulares e smartphones quando se trata de jovens. Sancionámos a sua utilização, reconhecendo ao mesmo tempo os tremendos efeitos negativos que está a ter nos indivíduos e na comunidade como um todo.

À luz do que já é ilegal para a juventude, parece quase óbvio que esta consideração ocorreria em relação à tecnologia digital. Penso que falo pela maioria quando digo que estaríamos muito menos preocupados com o fato de os nossos jovens possuírem um cartão de crédito ou irem sozinhos a um filme com classificação R do que terem acesso sem restrições a celulares, smartphones e ao mundo online.

Outras observações

Ao propor uma consideração pelas restrições legais para os smartphones e as contas pessoais de redes sociais para menores de idade, é importante reconhecer algumas coisas.

Em primeiro lugar, gostaria que não tivesse chegado a este ponto. Para aqueles que me conhecem, não penso que as restrições legais sejam a resposta para a maior parte das dificuldades das nossas vidas. Pelo contrário, preferiria outras opções (que poderiam ainda estar em desenvolvimento), envolvendo melhor educação, comunicação, responsabilidade parental, cooperação, políticas internas (por exemplo, nas escolas), opções de segurança tecnológica, e apoio global.

No entanto, tendo estado no centro desta tempestade durante mais de uma década, cheguei infelizmente à conclusão de que, se queremos verdadeiramente preservar a saúde e o bem-estar dos nossos jovens e comunidades, precisamos de fazer algo mais drástico.

Em segundo lugar, para aqueles pais ou educadores que consideram isto demasiado restritivo da autonomia, ofereço mais alguns pontos de reflexão:

1) Não proponho que os menores não tenham telefones (por exemplo, em casos de emergência), mas sim que sejam impedidos de ter smartphones pessoais, que demonstraram ser os verdadeiros culpados de tudo isto.

2) Reconheço que se os pais optarem por utilizar as redes sociais, podem fazer essa escolha pelos seus filhos, se assim o desejarem (através da conta dos pais, não da criança).

3) Compreendo que a aplicação de tais políticas seria difícil para a aplicação da lei, que já se encontram amarradas de muitas maneiras. No entanto, a esperança é que ao apoiar pais e prestadores de cuidados a fazerem escolhas mais saudáveis para os nossos filhos, os efeitos decorrentes beneficiarão todos a longo prazo.

Discussão aberta

Em última análise, isto precisa de ser uma discussão aberta. Mesmo para além de todas as terríveis estatísticas e histórias de terror do público em geral, testemunhei pessoalmente demasiados jovens – mesmo os de famílias com grandes recursos, apoio e estabilidade – vitimizados pelo atual panorama tecnológico. Se houver uma forma melhor de regressar a um lugar saudável para a nossa juventude, sou todo ouvidos.

Entretanto, é tempo de não ter medo de fazer a coisa certa. Caso contrário, o que já é a questão mais importante que a nossa juventude enfrenta hoje em dia tornar-se-á em breve o problema mais importante com impacto em toda a nossa sociedade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Em meio à guerra, missionários brasileiros retornam da Ucrânia

Família em missão | ACI Digital
Por Lilian da Paz Miranda

BRASILIA, 27 abr. 22 / 03:09 pm (ACI).- Pertencentes ao Caminho Neocatecumenato, Emanuel e Patrícia Cícera formam com os seis filhos - um deles no Céu - uma família missionária. Brasilienses, foram enviados para a Ucrânia, em 2019, pela paróquia do movimento, Nossa Senhora da Assunção, e o então arcebispo de Brasília, cardeal Sergio da Rocha. Mas, nunca esperaram que uma guerra iria interromper a missão familiar.

Casados há seis anos, os dois foram com os filhos em missão para a cidade ucraniana de Vinnitsya, onde boa parte da população fala russo.

A rotina da família entre os deveres domiciliares, laborais e de missão era intensa. A cada dia pela manhã, eles rezavam as laudes, oração que toda a Igreja reza pela manhã. Depois, Emanuel ia preparar o carro: remover a neve, esquentá-lo. Enquanto isso, Patrícia preparava as crianças para irem à escola.

O pai deixava as crianças na escola e ia ao trabalho de contador que, da Ucrânia, exercia online em um escritório do Brasil. As crianças ficavam na escola até o horário do almoço. Nesse período, Patrícia ficava em casa com as crianças pequenas e estudava o idioma ucraniano.

Na parte da tarde iniciavam a missão: sair e anunciar através das próprias vidas a boa notícia de que Cristo venceu a morte, que Deus ama incondicionalmente, independente da condição de pecadores. Já no período da noite faziam catequese para as pessoas que queriam receber uma palavra, que buscavam respostas diante dos sofrimentos.

“Era maravilhoso! Sentíamos que o Senhor nos queria ali. Deixamos casa, carro, trabalho no Brasil e fomos morar em um bairro pobre na Ucrânia. Ali encontramos Jesus Cristo. Foi maravilhoso não por ser Ucrânia, mas por estar vivendo conforme a vontade de Deus”, lembra Emanuel.

Desde 2014 existem conflitos diários na Ucrânia, mas a família nunca imaginou que isso poderia se tornar algo tão grande ao ponto de culminar em uma guerra. Mas, mesmo nesse cenário, Deus se manifestou fazendo uma grande obra por meio dos padres e católicos que seguem dando a vida pelo anúncio do Evangelho no país.

“Passamos por todo esse tempo com tranquilidade. Estivemos lá nos 10 primeiros dias de guerra. Tínhamos medo, incertezas, porque somos assim, seres humanos débeis. Mas ao mesmo tempo Deus nos deu a graça de seguir com as catequeses, encontros, mesmo ao som de sirenes de alerta de bombas e também abaixo de bombardeios. Era uma graça que não vem de nós!”, conta o missionário.

Da mesma forma que a família se colocou disponível a ir onde fosse preciso levar o anúncio a Deus, também estiveram no país pelo tempo que a Igreja discerniu ser necessário. A decisão de voltar ao Brasil se deu em uma conversa com os responsáveis pelo Caminho Neocatecumenal e também com os catequistas responsáveis pela família.

A volta não chegou a ser feita por corredores humanitários, mas por uma rota normal, um caminho que já tinham feito algumas vezes durante as férias. “Saímos com uma dor no coração por deixar amigos, jovens ucranianos com os quais tínhamos relação constante nesse tempo. Mas a experiência é que o Senhor estava indo à nossa frente, abrindo os caminhos. Passamos de verdade no vale tenebroso e nada nos tocou. A experiência é que o Senhor é sempre fiel”, afirma Emanuel.

Mesmo com a volta para a cidade natal, a família mantém o ardor missionário: seguem disponíveis. Se a Igreja os enviar para voltar à Ucrânia, para ir a outro país ou mesmo seguir em missão no Brasil, a família Cícera fará tudo com muita alegria. “Como fala Jesus com Nicodemos: vivemos conforme o Espírito, como o vento. Hoje, aqui; amanhã já não se sabe. Estamos disponíveis para ir onde seja necessário anunciar o amor de Deus”, finaliza o missionário.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa: restabelecer a ponte forte entre jovens e idosos

Papa Francisco | Dom Total

Francisco disse que o Livro de Rute "contém também um valioso ensinamento sobre a aliança das gerações: onde a juventude se mostra capaz de dar novo entusiasmo à idade madura, quando a juventude dá novo entusiasmo aos idosos, a velhice se mostra capaz de reabrir o futuro para a juventude ferida".

Vatican News

O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre a velhice na Audiência Geral, desta quarta-feira (27/04), realizada na Praça São Pedro. "Noemi, a aliança entre gerações que abre o futuro" foi o tema deste encontro semanal.

A catequese de Francisco foi inspirada no "maravilhoso Livro de Rute, uma preciosidade da Bíblia", que "ilumina a beleza dos laços familiares: gerados pela relação de um casal, mas que vão além do vínculo do casal. Em comparação com o Cântico dos Cânticos, o Livro de Rute é como o outro painel do díptico do amor nupcial. Tão importante como essencial, celebra o poder e a poesia que devem habitar os laços de geração, parentesco, dedicação e fidelidade que envolvem toda a constelação familiar".

Valioso ensinamento sobre a aliança das gerações

Sabemos que os clichés sobre os laços de parentesco criados pelo matrimônio, especialmente entre sogra e nora, falam contra esta perspectiva. Mas, precisamente por esta razão, a palavra de Deus torna-se preciosa. A inspiração da fé pode abrir um horizonte de testemunho que vai contra os preconceitos mais comuns, um horizonte que é precioso para toda a comunidade humana. Convido-os a redescobrir o livro de Rute! Especialmente na meditação sobre o amor e na catequese sobre a família.

A seguir, o Papa disse que "este pequeno livro contém também um valioso ensinamento sobre a aliança das gerações: onde a juventude se mostra capaz de dar novo entusiasmo à idade madura, quando a juventude dá novo entusiasmo aos idosos, a velhice se mostra capaz de reabrir o futuro para a juventude ferida".

Os mundos são de novo pacificados

"No início, a idosa Noemi, embora movida pelo afeto das noras, viúvas dos seus dois filhos, é pessimista quanto ao seu destino num povo que não é o seu. Ela encoraja afetuosamente as jovens viúvas a regressarem às suas famílias para reconstruírem a própria vida", disse o Papa. "Movida pela dedicação de Rute, Noemi sairá do seu pessimismo e até tomará a iniciativa, abrindo um novo futuro para Rute. Ela instrui e encoraja Rute, a viúva do seu filho, a conquistar-se um novo marido em Israel. Booz, o candidato, mostra a sua nobreza, defendendo Rute dos homens seus empregados. Infelizmente, este é um risco que também se verifica hoje", sublinhou Francisco.

"O novo matrimônio de Rute é celebrado e os mundos são de novo pacificados. As mulheres de Israel dizem a Noemi que Rute, a estrangeira, vale “mais de sete filhos” e que o matrimônio será uma “bênção do Senhor”. Noemi, que era amargurada, dizia que o seu nome era amargura, revive, renasce e na sua velhice conhecerá a alegria de desempenhar um papel na geração de um novo nascimento", disse ainda o Papa, acrescentando:

Vejam quantos “milagres” acompanham a conversão desta idosa! Ela se converte ao compromisso de se tornar disponível, com amor, para o futuro de uma geração ferida pela perda e em risco de abandono. As frentes de recomposição são as mesmas que, de acordo com as probabilidades desenhadas pelos preconceitos do senso comum, deveriam gerar fraturas insuperáveis. Em vez disso, a fé e o amor permitem que sejam superados: a sogra supera o ciúme do próprio filho amando o novo vínculo de Rute; as mulheres de Israel superam a desconfiança em relação ao estrangeiro; a vulnerabilidade da jovem sozinha, perante o poder do homem, reconcilia-se com uma relação cheia de amor e respeito.

A sogra: mãe de seu cônjuge, avó de seus filhos

"Tudo isso porque a jovem Rute persistiu em ser fiel a um vínculo exposto ao preconceito étnico e religioso", frisou o Papa, que a propósito da sogra disse:

Hoje, a sogra é um personagem mítico, a sogra, não digo que pensamos nela como o diabo, mas sempre se pensa nela de maneira ruim. A sogra é a mãe do seu marido, é a mãe da sua esposa. Pensemos hoje nesse sentimento um pouco impregnado de que a sogra quanto mais longe melhor. Não! Ela é mãe, é idosa. Uma das coisas mais bonitas das avós é ver os netos, quando os filhos têm filhos, elas revivem. Olhem bem a relação que vocês têm com suas sogras e se às vezes são um pouco especiais, elas lhe deram a maternidade do seu cônjuge, lhe deram tudo. Ao menos as façam felizes, que continuem sua velhice com felicidade. E se têm algum defeito que seja corrigido. Digo também a vocês sogras: cuidado com a língua, porque a língua é um dos pecados mais feios das sogras. Tenham cuidado!

A seguir, o Papa recomendou aos jovens que conversem "com seus avós, que conversem com os idosos e que os idosos conversem com os jovens". "Devemos restabelecer esta ponte forte, há uma corrente de salvação e felicidade ali. Que o Senhor nos ajude desta forma a crescer em harmonia nas famílias, aquela harmonia construtiva que vai do idoso ao jovem, aquela bela ponte que devemos proteger e conservar", concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF