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sexta-feira, 20 de maio de 2022

A vida de Jesus, uma conversa sempre aberta

Opus Dei

O anúncio do Evangelho ganha tons diferentes em cada momento histórico concreto. Contemplar algumas atitudes de Cristo pode ajudar-nos em nossa tarefa.

“A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? ” (Lc 13, 18). Esta pergunta que Jesus faz a si mesmo em voz alta, antes de relatar algumas parábolas, é provavelmente algo mais do que um recurso retórico. Reflete, talvez, o que ele mesmo considerava frequentemente em seu interior, pelo menos cada vez que ia transmitir a sua mensagem nos ambientes em que andava. Esta atitude pode ressoar em nós, em forma de pergunta também: como testemunhar o amor de Deus aqui e agora? Qual é a melhor forma de compartilhar a sua luz em cada momento histórico particular, com pessoas concretas, que têm seu próprio modo de ver a vida?

Se lermos o Evangelho com essa chave, veremos, por exemplo, que o Senhor se interessa pela cultura que formava o mundo que o rodeava: certa vez utiliza uma canção popular para mover as disposições daqueles que o escutavam (cfr. Mt 11, 16-17), ou serve-se de uma notícia conhecida por todos – a queda acidental de uma torre, na qual morreram dezoito pessoas – para ajudar os seus ouvintes a redesenhar a ideia que tinham de Deus (cfr. Lc 13, 4). Cristo, além disso, está sempre aberto a todos os tipos de perguntas, especialmente as daqueles que parecem hostis à sua pessoa ou à sua pregação: seu anúncio, que escapa inteligentemente de polêmicas estéreis, chega a preencher um vazio, uma insatisfação e tal abertura não muda quando ele sabe que as intenções de quem pergunta não são muito retas (cfr. Mt 22, 15-22; Mc 12, 13; Lc 20, 20).

Por outro lado, não poucas vezes, ele procura ter momentos prolongados de intimidade para considerar o que a outra pessoa está de verdade compreendendo, como aquela noite com Nicodemos (cfr. Jo, 3), o encontro com a samaritana junto ao poço (cfr. Jo 4), com os discípulos de Emaús (cfr. Lc 24, 13-35) ou em tantas caminhadas com outros discípulos. Jesus sabe que, por um lado, está o que pregou; por outro, porém, está o que cada um compreendeu pessoalmente, encarnado em sua história concreta, seu modo de vida, seu talentos e limitações.

Se a fé é “o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa”[1], olhar com atenção estas atitudes de Cristo pode ser um bom caminho para comunicar melhor esse encontro que transforma nossa vida. Porque “toda a vida de Jesus – dizia São Josemaria – não é senão um maravilhoso diálogo, meus filhos, uma maravilhosa conversa com os homens”[2].

Qualquer momento é único e bom para Deus

Cada época é modelada por uma cultura, convicções compartilhadas, anseios próprios... e por isso, com o tempo a evangelização adquire modos diferentes. Bento XVI observava que quando os cristãos se preocupam pelas consequências sociais de sua fé, fazem-no frequentemente “considerando a fé como um pressuposto óbvio da vida comum”. No entanto, continuava, hoje “este pressuposto não só não aparece como tal, mas inclusive é frequentemente negado. Enquanto que no passado era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente aceito em sua referência ao conteúdo da fé e aos valores inspirados por ela, hoje não parece ser assim”[3].

Bento XVI não se propunha transmitir uma radiografia pessimista do presente, já que para Deus não há tempo melhores e nem piores. Lançava, simplesmente, luz sobre esta nova situação em que anunciamos Jesus: momento no qual muitas pessoas não ouviram falar da sua mensagem ou consideram irrelevante o que ouviram; momento no qual muitos ainda não receberam a Boa Notícia do amor de Deus. Isto implica a necessidade de voltar a afinar os termos, de encontrar caminhos adequados para aquecer a imaginação e o coração daqueles que nos rodeiam. É verdade que não é difícil identificar manifestações culturais ou artísticas que surgiram de um espírito cristão; muitas vezes, porém, elas permanecem isoladas, sem conexão com o grande evento que lhes deu vida ou com os desígnios misericordiosos de Deus para cada pessoa. Uma esplêndida obra de arte ou a valorização de um direito humano podem ser belos retalhos, mas desconexos, de uma grande mensagem desconhecida.

O fato de que a fé não seja “um pressuposto óbvio da vida comum” torna mais desafiadora, e inclusive mais bonita, a tarefa de compartilhar o Evangelho. Sem considerar nada já conhecido, somos nós os primeiros que teremos que descobrir a essência do que Jesus nos trouxe: descer até as raízes desta nova vida, visar o mais importante. Em certos momentos, a situação será semelhante à dos primeiros cristãos, que anunciavam uma novidade destinada a encher de esperança os corações e a preencher o vazio que as correntes do momento deixavam. Por isso, como Jesus, queremos encontrar o melhor modo de falar sobre o Reino de Deus com as pessoas que nos rodeiam. “Como é bom – diz o Papa Francisco ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia”[4].

O cristianismo requer um anúncio sinfônico

A carência desse “tecido cultural unitário” é algo que não depende atualmente da responsabilidade das pessoas concretas. É um ponto de partida do qual convém tomar consciência, porque para transmitir alguns aspectos particulares da mensagem evangélica – que podem ser de caráter dogmático, moral, etc.– é necessário ter anunciado abundantemente o marco geral que lhes dá sentido, o coração que lhes dá vida. Não é estranho que Jesus tenha querido deixar claro, para que não houvesse confusões, que o mandamento do amor está por cima de todo o resto (cfr. Mt 22, 37-39). Somente sobre esta base os seus ensinamentos adquirem harmonia, ordem e compreensibilidade. Normalmente também acontece assim quando uma pessoa quer apreciar um quadro: não se aproxima para ver primeiro um ângulo da tela, porque isso não lhe permitiria perceber a composição em seu conjunto, mas observa primeiro a tela inteira. Da mesma forma, se o anúncio cristão se reduzisse a um ou dois temas particulares, haveria o risco de não expor nunca a obra autêntica, que dá sentido integral e beleza a cada um de seus elementos.

Por isto, a riqueza do cristianismo pede para ser expressada como uma sinfonia, fazendo ressoar, ao mesmo tempo, tanto os sons baixos que dão consistência à orquestra, como o virtuosismo de cada instrumento particular. Se um trompete começa a tocar mais alto que os violinos ou os instrumentos de percussão que marcam o ritmo, poderá talvez apresentar uma melodia compreensível para especialistas, mas não entusiasmará, sem dúvida, a variada multidão que enche a sala. “Cada verdade é melhor compreendida se é vista na harmoniosa totalidade da mensagem cristã, e nesse contexto todas as verdades têm sua importância e se iluminam mutuamente”[5]. Com relação a essa iluminação recíproca, e fazendo-se eco do Concílio Vaticano II, o Papa sublinhou que os diferentes aspectos do anúncio cristão não são todos iguais em importância; nem todos expressam com igual intensidade o coração do Evangelho, o kerygma[6]: “Neste núcleo fundamental o que resplandece é o amor salvador de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado”[7].

Nesse mesmo sentido, São João Paulo II reconhecia, na pergunta do jovem rico a Jesus sobre como alcançar a vida eterna (cfr Mt 19, 16), algo diferente de uma dúvida sobre as regras a cumprir ou de uma busca de soluções parciais. Palpitava antes na inquietação deste jovem “uma pergunta de pleno significado para a vida”[8]. O que aquele jovem manifestava era a sua experiência do “eco da chamada de Deus”[9]. Assim se termina de formar o grande marco, esse grande anúncio dentro do qual podem ser plenamente compreensíveis todas as outras verdades cristãs: o amor de um Deus misericordioso que, em Jesus Cristo, procura a todos nós. Os instrumentos isolados – um ou outro aspecto doutrinal concreto – só se unirão à melodia se todos os sons da orquestra, especialmente os mais importantes, forem ativados de modo sinfônico.

Em resumo, é importante recordar que, ao dar testemunho da nossa fé, conta mais a música que a outra pessoa ouve, entende e interioriza, do que o que nós pensamos ter dito de modo satisfatório. “No dizer do povo, quem é o Filho do Homem? ”, pergunta Jesus. “E vós quem dizeis que eu sou? ” (Mt 16, 13.15). O Senhor quer assegurar-se, e sobretudo que seus discípulos o façam, de quanto caminharam no conhecimento de seu Mestre.

Existe muito terreno compartilhado

Cristo acaba de cruzar o Jordão da Galileia para a Judeia. A fama da sua pregação e dos milagres que realizou voa como o vento, de modo que uma grande quantidade de pessoas não tarda em ir à sua procura. Entre elas, um bom número de fariseus, estudiosos da lei. Um deles faz logo uma pergunta sobre o divórcio. Jesus explica a indissolubilidade do matrimônio, recorrendo às palavras do Gênesis. Embora não saibamos se essa explicação os convence totalmente, o que vemos é que os próprios discípulos, em princípio mais bem-dispostos para acolher os seus ensinamentos ficam desconcertados: “Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar” (Mt 19, 10). Algo similar acontece quando Cristo anuncia, desta vez aos saduceus, a ressurreição futura do nosso corpo, diante de um rebuscado caso hipotético que eles lhe haviam proposto, servindo-se inclusive das palavras de Moisés (cfr. Mt 22, 23-33).

Em cada momento histórico há também aspectos dos ensinamentos da Igreja que, por razões culturais, são mais difíceis de ser compreendidos. A solução não é fazer como se tais questões não existissem, uma vez que isso manifestaria desinteresse pela felicidade dos outros; os ensinamentos da Igreja nos fazem bem e por isso necessitamos deles. O verdadeiro serviço aos outros consistirá em procurar tornar compreensíveis estes ensinamentos; mostrar um caminho viável, progressivo, compreendendo a situação deles. Para isso, pode ser útil apoiar-se em elementos que os outros já compartilham com o anúncio cristão: construir sobre um terreno comum. É assim que, nas duas questões anteriores, Jesus recorre a passagens da Escritura que os seus interlocutores aceitam como reveladas por Deus. Em nosso tempo, também existem muitos aspectos do cristianismo que são amplamente compartilhados: o amor e a busca da verdade, a promoção da liberdade religiosa, a luta contra todo tipo de escravidão ou pobreza, o impulso da paz, o cuidado do meio ambiente, o atendimento especial para pessoas com alguma deficiência, etc.

Quanto mais dificuldades se encontram no anúncio, mais se deve afirmar o essencial da mensagem cristã e mais convém promover as convicções compartilhadas. A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa: ela fere se a lançamos na cara do outro, mas se a colocamos delicadamente em suas mãos, compartilhando o seu tempo e o seu espaço, ela poderá exercer uma atração divina. A amizade, por isso, é o melhor contexto para comunicar a fé em um mundo plural e cambiante. A bem-aventurada Guadalupe Ortiz de Landázuri encarava sua missão apostólica nesses termos; entusiasmava-a “construir pontes e oferecer a sua amizade a pessoas de todos os tipos: pessoas distantes da fé, pessoas de países muito diferentes e de idades muito variadas”[10].

Transformar os conflitos em elos

“Ordenou aos seus anjos a teu respeito que te guardassem. E que te sustivessem em suas mãos, para não ferires o teu pé nalguma pedra” (Lc 4, 11). São palavras do salmo 91 que o demônio manipula para pôr Jesus à prova no deserto. O que o tentador busca é que o Senhor sobrevoe os caminhos terrenos mostrando seu poder divino sem submeter-se à lógica própria da história. São Tomás de Aquino vê nesta tentação a vanglória que pode cruzar o caminho de quem já empreendeu um caminho cristão[11]. Não é verdade que quereríamos às vezes não encontrar nenhuma pedra em nosso apostolado e que a Boa Nova se transmitisse por todo o mundo como uma espécie de irresistível melodia angélica?

Sabemos que o cristianismo não se resume a uma série de conceitos, mas consiste fundamentalmente no encontro com Jesus. Pode acontecer, no entanto, que tenhamos às vezes a tentação de reduzir a proposta deste encontro à satisfação de uma discussão que se venceu, a ter sempre os melhores argumentos frente às dúvidas dos outros. De que serve “ganhar” uma disputa se se perde a outra pessoa? Estaríamos de fato nesse caso passando ao largo do caminho (cfr. Lc 10, 31-32). Ser bom samaritano implica, pelo contrário, “sofrer o conflito, resolvê-lo e transformá-lo no elo de um novo processo”[12]. Durante o último ano de sua vida, São Josemaria costumava repetir: “Deus teve muita paciência comigo”[13]. E encontrava nessa realidade a razão para ser muito paciente com os outros.

Neste sentido, também é importante distinguir os contextos de nossas conversas. Uma coisa é defender certos valores em um processo legislativo ou intervir em debates sobre as políticas de um governo, outra muito diferente, porém, é querer compartilhar a alegria da própria fé com um amigo. As redes sociais fizeram, no entanto, que muitas vezes se confundam os planos e o debate público acabe por invadir o terreno íntimo, onde os desacordos deveriam ser superados pelo carinho mútuo. “Quem recorre à violência para defender suas ideias – dizia o fundador do Opus Dei – demonstra com isso que carece de razão”. E concluía: “não discutais”[14]. Em situações de polarização – que acontecem quando o pluralismo sadio e normal adoece – convirá, às vezes, abandonar o terreno que se converteu em um campo de batalha para assim optar por fortalecer a relação antes que fique minada para sempre. Em um ambiente polarizado no qual não há contato aberto com quem pensa de modo diferente, quando desaparece a conversa, as legítimas diferenças podem chegar pouco a pouco a um desprezo mais ou menos encoberto ou a uma manifesta desqualificação. Tudo isso é profundamente contrário ao espírito cristão.

Numa das primeiras vezes em que Jesus anuncia que Ele é o Messias esperado por tanto tempo, encontra dura oposição: “A essas palavras encheram-se todos de cólera na sinagoga. Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo” (Lc 4, 28-29). O clímax deste conflito chega muito depressa, inclusive com perigo de morte. Jesus percebe que, em tal contexto ele não tem margem para acrescentar algo positivo. De modo que, supreendentemente, decide ir-se em silêncio, passando pelo meio deles. Muitas vezes, como Cristo, o melhor será optar por um silêncio que dê lugar à obra do Espírito Santo: a força de Deus não é ruidosa, frutifica no silêncio e a seu tempo.

Preencher nossa comunicação com o Evangelho

Não nos cansaremos de contemplar as respostas de Jesus àqueles que lhe abrem o coração, àqueles que buscam nele luzes e sossego. Jesus, por exemplo, anuncia à mulher samaritana a água viva que acalmará a sua sede mais profunda (cfr. Jo 4, 10). A Nicodemos, por outro lado, faz ver que para entrar no Reino de Deus ele tem que nascer de novo, desta vez do Espírito (cfr. Jo, 3, 5). E aos discípulos de Emaús explica como os profetas tinham anunciado há muito tempo tudo o que o Messias devia sofrer (cfr. Lc 24, 26-27). É bom perceber que em nenhum destes casos se trata simplesmente de uma exposição sobre a fé. Nas três passagens, junto aos aspectos doutrinais que Jesus expõe, há outras dimensões da verdade que essas conversas manifestam, talvez menos perceptíveis, mas igualmente importantes: a verdade sobre quanto o Senhor valoriza aquela relação pessoal; sobre quem é o próprio Jesus Cristo e quem são eles verdadeiramente. É a verdade do encontro, a verdade como inspiração de um vínculo destinado a ser duradouro.

Jesus não tem pressa, não afasta as pessoas: recebe-as a qualquer hora e acompanha-as no caminho. Jesus comunica muito mais do que dizem suas palavras: faz que, apenas com a sua presença, cada um se sinta filho de Deus. Esta é a principal verdade que as pessoas levam consigo depois de um encontro com Ele. Nosso desafio é preencher todos os níveis do nosso testemunho – o conteúdo da fé, a relação de amizade e o próprio desenvolvimento da nossa personalidade – com o espírito do Evangelho: “O que dizemos, e como o dizemos, cada palavra e cada gesto deveria expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos”[15].


[1] Bento XVI, Deus caritas est, n. 1.

[2] São Josemaria, Cartas 37, n. 7.

[3] Bento XVI, Porta fidei, n. 2.

[4] Francisco, Mensagem para a 50ª jornada mundial das comunicações sociais, 24/01/2016.

[5] Francisco, Evangelii gaudium, n. 39.

[6] A palavra grega kerygma significa anúncio ou proclamação. É utilizada como resumo do anúncio cristão.

[7] Evangelii gaudium, n. 36

[8] São João Paulo II, Veritatis Splendor, n. 7

[9] Ibid.

[10] Mons. Fernando Ocáriz, Homília na Missa de ação de graças por sua beatificação, 19/05/2019.

[11] Cfr. São Tomás de Aquino, Suma teológica, III, c. 41, a. 4, r.

[12] Evangelii gaudium, n. 227.

[13] São Josemaria, Anotações de uma reunião familiar, 10/07/1974.

[14] São Josemaria, Anotações de uma reunião familiar.

[15] Francisco, Mensagem para a 50ª jornada mundial das comunicações sociais, 24-I-2016.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Enviado vaticano à Ucrânia: “ver a guerra na tv é uma coisa; tocar esta realidade é outra”

MFA Russia-CC
Por Francisco Vêneto

O arcebispo inglês dom Paul Gallagher visita refugiados e declara preocupação com risco de diminuição da ajuda humanitária.

O arcebispo inglês dom Paul Richard Gallagher, secretário vaticano para as Relações com os Estados, está em visita oficial à Ucrânia, de onde afirmou que “ver a guerra na tv é uma coisa; tocar esta realidade é outra”.

Dom Paul viajou até Cracóvia, na Polônia, e de lá foi de ônibus até Lviv, no oeste da Ucrânia, onde encontrou o arcebispo metropolita latino Mieczysław Mokrzycki e o arcebispo metropolitano católico grego Ihor Woźniak, além de autoridades civis.

Encontros com refugiados acolhidos pela Igreja

Em seguida, visitou a igreja de São João Paulo II, paróquia que mais recebeu refugiados desde o início do conflito e que ainda abriga cerca de 200 cidadãos deixados sem casa na Ucrânia em guerra.

“Pude testemunhar um pouco do seu sofrimento e testemunhei e senti a coragem do povo ucraniano”, afirmou dom Paul, acrescentando que o Papa Francisco está “totalmente ciente de todas as coisas terríveis que aconteceram na Ucrânia nos últimos dois meses” e agradece a todos “os que acolheram os refugiados que vieram até Lviv, bem como a solidariedade demonstrada nesta paróquia em particular”.

Depois de conversar com os refugiados acolhidos na paróquia, o enviado vaticano visitou ainda um mosteiro beneditino feminino que também já acolheu centenas de refugiados e que, no momento, abriga cerca de 200 famílias. A superiora do mosteiro, irmã Bernardeta, declarou que a visita de dom Paul “é importante para as pessoas que estão passando pela guerra” porque “a presença do representante do Papa traz uma palavra de encorajamento e uma afirmação de proximidade”, além de transmitir “uma grande esperança de estarmos juntos”. Isso “torna a nossa oração mais forte, porque o Santo Padre e o mundo inteiro também rezando por nós”.

Também ali o arcebispo conversou com refugiados e lhes transmitiu a solidariedade e oração do Papa Francisco.

“Grande sofrimento apesar da força de espírito”

Sobre esta visita, dom Paul afirmou ao Vatican News:

“Fiquei muito satisfeito em ver como a Igreja respondeu a esta tremenda crise humanitária. É uma Igreja que se identifica completamente com o seu povo e tenta responder às necessidades para ajudar a todos, não só católicos, mas também os membros de outras religiões”.

Falando sobre o “trauma que o país está vivendo” e o “grande sofrimento sentido entre as pessoas que estão angustiadas apesar da força de espírito”, o arcebispo declarou sobre a trágica situação da Ucrânia em guerra:

“Ver a guerra na televisão é uma coisa; tocar esta realidade é outra”.

Dom Paul Gallagher reafirmou que o Papa e a Santa Sé “estão dispostos a fazer todo o possível” pela paz:

“A Santa Sé continua a sua atividade diplomática mediante contatos com as autoridades ucranianas, e, através da embaixada russa junto à Santa Sé, temos algum contato com Moscou”.

Diminuição de ajuda humanitária à Ucrânia nesta guerra

Segundo matéria do portal Família Cristã, o emissário vaticano declarou preocupação particular com a diminuição da ajuda humanitária que está prevista em caso de prolongamento indefinido da guerra, tal como ocorreu na Síria e no Líbano:

“Depois de um tempo entra o cansaço até mesmo no apoio a um povo em dificuldade”.

Diante deste risco real, ele acrescentou:

“A Santa Sé quer continuar encorajando o envio de ajuda humanitária e aumentar a consciencialização da comunidade internacional. Isto é sempre necessário”.

Nesta sexta, 20, o arcebispo deverá chegar a Kiev. Na capital, encontrará autoridades civis e religiosas e partirá em visitas a localidades próximas que foram dramaticamente afetadas pela guerra, como Bucha, Irpin e Vorzel.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Empresa de Elon Musk pagaria a funcionárias que viajem para abortar

Elons Musk / J. D. Lasica (CC POR 2.0)

WASHINGTON DC, 20 mai. 22 / 09:05 am (ACI).- A Tesla, do magnata Elon Musk, é apontada como mais uma grande empresa disposta a pagar as despesas de funcionárias que viajem para fazer aborto. Com a possibilidade de a Suprema Corte dos EUA revogar a decisão Roe x Wade que, em 1973, liberou o aborto no país, pelo menos 26 dos 50 Estados dos EUA devem restringir prática. Empresas como Amazon e Starbucks já anunciaram que pagarão as despesas de funcionárias que decidam fazer abortos fora de seus Estados.

Em 2 de maio último, o site americano POLITICO vazou um rascunho de parecer de maioria de cinco juízes da Suprema Corte Federal, que indica a anulação da sentença Roe x Wade.

Em seu Relatório de Impacto 2021, a Tesla fala da oferta aos seus trabalhadores “de um programa de uma ampla rede de seguros de saúde que inclui apoio a viagens e alojamento para quem possa precisar buscar serviços de saúde que não estejam disponíveis nos Estados onde moram”.

Em 17 de maio, a ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, perguntou à Tesla se esse “apoio” inclui aborto. Até a publicação desta notícia, não houve resposta da empresa.

A Tesla ocupa o 100º lugar na lista Fortune 500, que lista as 500 empresas americanas com os maiores lucros do ano.

Numa carta publicada em 16 de maio, Sara Kelly, vice-presidente executiva interina de recursos para funcionários da Starbucks, disse que a empresa está preocupada com a possibilidade de a Suprema Corte anular a decisão Roe x Wade.

Em sua mensagem aos funcionários da Starbucks, Kelly ofereceu cobertura para "cuidados de saúde de qualidade", incluindo aborto.

Embora não tenha especificado um valor limite, a Starbucks se juntou a outras empresas, como a Amazon, que prometeu cobrir até US$ 4 mil para as despesas de seus trabalhadores que viajarem para outros Estados para fazer um aborto.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Câmara aprova projeto de homeschooling, mas há restrições

Imagem ilustrativa. Foto: Unsplash
Por Natalia Zimbrão

BRASILIA, 19 mai. 22 / 03:20 pm (ACI).- A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (18) o texto-base do projeto de lei que regulamenta no Brasil o homeschooling, isto é, o ensino em casa. Hoje, os deputados devem votar os destaques e, depois, o projeto seguirá para o Senado.

Durante a sessão de ontem, os deputados aprovaram o regime de urgência para a tramitação do projeto na Câmara. Isso permitiu que o texto passasse direto à votação no plenário, sem precisar passar por uma comissão especial. Em seguida, houve a votação que levou à aprovação do texto-base, com 264 votos a favor, 144 contra e duas abstenções.

“Para a Aned este foi um passo gigantesco em prol da liberdade educacional no nosso país. Nós vencemos o primeiro round, que foi a votação a Câmara, mas a luta continua, porque agora vai para o Senado. Hoje, nós continuamos aqui na Câmara porque serão votados os destaques para alinhar ainda mais e sabemos que quanto menos restritivo for o texto, melhor para a liberdade das famílias que praticam o homeschooling no Brasil”, disse à ACI Digital o presidente da Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), Rick Dias.

Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o homeschooling é constitucional. Entretanto, afirmou que para essa modalidade de ensino ser adotada no Brasil, precisaria ser regulamentada.

Mesmo sem haver a regulamentação, que só agora está sendo votada, 7,5 mil famílias praticam homeschooling no Brasil atualmente, com um total de 15 mil estudantes entre 4 e 17 anos, segundo a Aned. A taxa de crescimento da educação domiciliar no país é de 55% ao ano, informa a associação.

O projeto aprovado na Câmara, no entanto, impõe restrições ao ensino em casa. O estudante terá que estar matriculado em uma instituição de ensino, que acompanhará o aprendizado. Além disso, um dos pais ou responsáveis deverá ter ensino superior ou educação profissional tecnológica em curso reconhecido. Os pais terão que cumprir os conteúdos curriculares de cada ano escolar com a Base Nacional Comum Curricular. Um relatório sobre as atividades pedagógicas terá que ser encaminhado a cada três meses à escola em que o estudante estiver matriculado.

As escolas deverão manter um cadastro dos estudantes em homeschooling e repassar essa informação anualmente ao órgão competente do sistema de ensino do governo.

Direito ao homeschooling pode ser perdido por reprovação

Segundo o projeto aprovado na Câmara, os pais ou responsáveis perderão o direito de optar pelo homeschooling quando a criança, na educação infantil, mostrar insuficiência no progresso em avaliação anual em dois anos consecutivos; quando o aluno do ensino fundamental e médio for reprovado em dois anos consecutivos ou três não consecutivos em avaliação anual ou se não comparecer a ela.

Segundo o professor de Direito e doutor em Educação pela USP, Édson Prado, essa medida busca responder a uma “grande preocupação que sempre existiu e existe no mundo inteiro sobre o ensino domiciliar de que as crianças educadas fora da escola sem a orientação de especialistas em educação não aprenderiam adequadamente”.

“Presume-se, de maneira geral, que as crianças que são educadas de forma desescolarizada teriam, ao longo do tempo, um prejuízo”, disse Prado à ACI Digital.

“Há dois pesos e duas medidas. No homeschooling não pode haver reprovação e se estabeleceu um marco de dois e três anos”, afirmou o especialista em Educação. “A legislação que rege a escola é completamente diferente” e não acontece nada em casos de reprovação. Segundo ele, “a criança pode, em tese, repetir duas, cinco, dez vezes que ela permanece na escola”, pois se “presume que, neste caso, a criança precisa de mais apoio pedagógico, mais incentivo”. “Mas, o que vemos é que na grande maioria dos casos essas escolas são muito mal aparelhadas”, declarou.

Em muitos locais do Brasil, como no Estado de São Paulo, adota-se “a filosofia da progressão continuada, que trabalha no sentido contrário daquilo que é o projeto de homeschooling”, disse Prado. “De maneira geral, no Brasil, compreende-se que as crianças na escola não devem ser reprovadas, pois isso imprimiria sobre elas um estigma”. Por isso, só ao final de um ciclo escolar de quatro anos, se “a criança não aprendeu adequadamente, ela seria retida”. Ou seja, “não há reprovação e a criança vai avançando”. Prado afirmou que essa é a “razão pela qual muitas crianças chegam à quinta série, por exemplo, e não são alfabetizadas ainda”.

Para Prado, isso não terá muito impacto sobre as famílias que optam pelo hosmeschooling. “A literatura internacional sobre homeschooling afirma que, de maneira geral, essas crianças aprendem muito mais e em menos tempo do que em uma escola”, disse.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa: a destrutividade humana deve ser curada e erradicada pela raiz

Ucrânia: imagem de Mariupol atacada pelas forças armadas russas  (ANSA)

Em uma Mensagem ao Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana, por ocasião dos 50 anos de sua fundação, Francisco analisa o presente e o que está ocorrendo na Ucrânia. É imperativo dizer não ao mal, ajudar aqueles cuja dignidade é ofendida e promover a pessoa humana.

Tiziana Campisi – Vatican News

Diante da profunda crise antropológica e de sentido que o mundo está atravessando, "a Igreja tem o dever de responder de forma adequada e eficaz". Foi que escreveu o Papa na Mensagem enviada ao Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana que, com a conferência internacional e interdisciplinar "Adão, onde você está? A questão antropológica de hoje", está celebrando o 50º aniversário de sua fundação. O evento visa analisar como os desafios de hoje - incluindo a globalização, as novas tecnologias, a crise ecológica, o pós-humano - afetam a pessoa humana e sua dignidade transcendente, e se a Igreja será capaz de responder de forma criativa em vista do futuro. Tudo isso de uma perspectiva psicológica, filosófica, teológica e sociológica.

A guerra é a pior consequência da destrutividade humana

Analisando o presente, em sua Mensagem, Francisco alude ao que está ocorrendo na Ucrânia e define "a imensa tragédia da guerra que está ocorrendo diante de nossos olhos, 'a pior consequência da destrutividade humana, tanto individual quanto sistêmica, que não é levada a sério o suficiente e não é devidamente cuidada e erradicada pela raiz'. Ele afirma que há necessidade de "aprender a dizer não ao mal", de "levantar os feridos ou ofendidos em sua dignidade" e de "formar pessoas capazes de forjar formadores com uma sólida preparação antropológica". É por isso que a Igreja continua esperando do Instituto "um serviço de qualidade baseado no conhecimento da psicologia com contribuições da teologia e da filosofia". "Sua missão está a serviço da promoção da pessoa humana e do contínuo processo de evangelização", acrescentou o Pontífice, "que se realiza traduzindo na existência humana concreta o dom supremo da Redenção realizada pelo Senhor Jesus Cristo".

A abordagem interdisciplinar no cuidado pastoral dos fiéis

Em sua Mensagem, Francisco lembra que o Instituto de Psicologia nasceu "na onda da atualização eclesial iniciada pelo Concílio Vaticano II, que na Gaudium et spes, exortou, no cuidado pastoral, a fazer uso "não só dos princípios da teologia, mas também das descobertas das ciências profanas, antes de tudo da psicologia e da sociologia, para que os fiéis possam ser conduzidos a uma vida de fé mais pura e mais madura". Em seus 50 anos de história, prossegue o Papa, o Instituto tem perseguido "com coragem a abordagem interdisciplinar no cuidado pastoral dos fiéis, tanto no campo da pesquisa e numerosas publicações, como na prática pastoral e formativa". E "seguindo o princípio inaciano da cura personalis", preparou "especialistas capazes de integrar a espiritualidade e a psicologia nas atividades apostólicas e educacionais, em diferentes contextos geográficos e culturais da Igreja". Mais de mil e quinhentas pessoas, homens e mulheres, de várias culturas em diferentes continentes, em colaboração com o Instituto, deram origem a cerca de quinze centros especializados para formadores em diferentes regiões da África, América Latina, Ásia e Europa.

A serviço da Igreja que está em saída

A conferência com a qual o Instituto de Psicologia está celebrando meio século de atividade quer partir da herança do passado para enfrentar os desafios do futuro, ressaltou Francisco, destacando que o tema escolhido, "na situação atual do mundo ressoa com grande força, nos questiona, nos sacode e nos convida a um sério exame de consciência e à conversão". Enfim, o Papa faz votos que "as celebrações do 50º aniversário do Instituto de Psicologia da Gregoriana renovem "o compromisso com a pesquisa, o ensino e o cuidado das pessoas", para que professores e estudantes estejam "a serviço da Igreja em saída em direção das periferias existenciais dos homens e mulheres de hoje, na diversidade de suas culturas, mas unidos pela necessidade de apoio e impulso para enfrentar as dificuldades e desafios da vida".

O Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana

Fundado em 1971, o Instituto de Psicologia da Gregoriana tem como objetivo preparar especialistas que integrem as dimensões espiritual e psicológica nas atividades apostólicas e educacionais a eles confiadas em seus próprios contextos geográficos e culturais. Hoje, seus aproximadamente 600 ex-alunos trabalham como instrutores e educadores e em outras funções responsáveis em todo o mundo. Respondendo ao convite do Concílio Vaticano II para fazer uso das ciências, 'principalmente da psicologia e da sociologia', para purificar e amadurecer a vida de fé", o Instituto pretende oferecer uma visão da pessoa que, levando em conta os valores cristãos e a importância das motivações subconscientes, se apresenta como uma base sólida na tarefa de ajudar os outros a crescerem em sua vocação.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Bernardino de Sena

S. Bernardino de Sena | arquisp
20 de maio

São Bernardino de Sena

Na Itália, Bernardino nasceu na nobre família senense dos Albizzeschi, em 8 de setembro de 380, na pequena Massa Marítima, em Carrara. Ficou órfão da mãe quando tinha três anos e do pai aos sete, sendo criado na cidade de Sena por duas tias extremamente religiosas, que o levaram a descobrir a devoção a Nossa Senhora e a Jesus Cristo.

Depois de estudar na Universidade de Sena, formando-se aos vinte e dois anos, abandonou a vida mundana e ingressou na Ordem de São Francisco, cujas regras abraçou de forma entusiasmada e fiel. Apoiando o movimento chamado "observância", que se firmava entre os franciscanos, no rigor da prática da pobreza vivida por são Francisco de Assis, acabou sendo eleito vigário-geral de todos os conventos dos franciscanos da observância.

Aos trinta e cinco anos de idade, começou o apostolado da pregação, exercido até a morte. E foi o mais brilhante de sua época. Viajou por toda a Itália ensinando o Evangelho, com seus discursos sendo taquigrafados por um discípulo com um método inventado por ele. O seu legado nos chegou integralmente e seu estilo rápido, bem acessível, leve e contundente, se manteve atual até os nossos dias. Os temas freqüentes sobre a caridade, humildade, concórdia e justiça, traziam palavras duríssimas para os que "renegam a Deus por uma cabeça de alho" e pelas "feras de garras compridas que roem os ossos dos pobres".

Naquela época, a Europa vivia grandes calamidades, como a peste e as divisões das facções políticas e religiosas, que provocavam morte e destruição. Por onde passava, Bernardino restituía a paz, com sua pregação insuperável, ardente, empolgante, até mesmo usando de recursos dramáticos, como as fogueiras onde queimava livros impróprios, em praça pública. Além disso, como era grande devoto de Jesus, ele trazia as iniciais JHS - Jesus Salvador dos Homens - entalhadas num quadro de madeira, que oferecia para ser beijado pelos fiéis após discursar.

As pregações e penitências constantes, a fraca alimentação e pouco repouso enfraqueciam cada vez mais o seu físico já envelhecido, mas ele nunca parava. Aos sessenta e quatro anos de idade, Bernardino morreu no convento de Áquila, no dia 20 de maio de 1444. Só assim ele parou de pregar.

Tamanha foi a impressão causada por essa vida fiel a Deus que, apenas seis anos depois, em 1450, foi canonizado. São Bernardino de Sena é o patrono dos publicitários italianos e de todo o mundo.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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quinta-feira, 19 de maio de 2022

São João Paulo II perdeu toda a família até os 21 anos de idade

European Dreams Factory
Por Francisco Vêneto

Sua irmã partiu deste mundo antes mesmo que ele nascesse; sua mãe, quando ele tinha 9 anos; seu irmão, aos 12; e o pai, aos 21.

São João Paulo II perdeu toda a família até os 21 anos de idade.

Herdeiro do nome de seu pai, o pequeno Karol Józef Wojtyła tinha dois irmãozinhos mais velhos: Edmund, que se tornaria médico e morreria aos 26 anos, e Olga, que faleceu antes mesmo que o pequeno Karol nascesse.

Karol Wojtyła pai era suboficial do exército da Polônia e faleceria em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial. Já a mãe, Emilia, partiria deste mundo vários anos antes, ainda em 1929, quando Karol Józef tinha apenas 9 anos de idade.

Emilia, a mãe

Emilia Wojtyla e o filho mais velho, Edmund
Archiwum Kurii Metropolitalnej Archidiecezji Krakowskiej

Emilia, de fato, tinha uma saúde bastante frágil, que se tornou ainda mais delicada após o nascimento do futuro Papa. A própria gravidez já havia sido muito difícil, a ponto de os médicos lhe indicarem o aborto. Ela fez questão de lutar pelo filho e protegê-lo. Emilia aceitou com firmeza o custo dessa opção pela vida: passou os 9 anos seguintes entre internações e o progressivo enfraquecimento que acabou por levá-la embora desta vida. Na primavera de 1939, quando o futuro Papa Wojtyła tinha 19 anos e já fazia uma década que havia perdido a mãe, ele escreveu sobre as saudades dela:

“Sobre o teu túmulo branco florescem as flores brancas da vida. Ah, quantos anos já se foram sem você, quantos anos?”

Vem do amor materno, inegavelmente, boa parte da profunda sensibilidade de Wojtyła na defesa enfática da vida humana mais frágil, desde a concepção até a morte natural. Não admira que os cidadãos de Wadowice tenham dedicado a Emilia Kaczorowska Wojtyła uma obra em prol das mulheres que, mesmo no meio de muitas dificuldades, escolheram proteger o fruto da sua maternidade: a Casa da Mãe Sozinha. Em visita à sua terra natal em junho de 1999, São João Paulo II declarou sobre essa obra:

“Sou grato por esse grande dom do amor de vocês ao homem e da solicitude de vocês pela vida. A minha gratidão é tanto maior porque esta casa é dedicada à minha mãe, Emilia. Acredito que aquela que me colocou no mundo e envolveu de amor a minha infância cuidará também desta obra”.

Edmund, o irmão

Edmund Wojtyła, irmão do Papa São João Paulo II
Public Domain 

Apenas três anos depois da morte de Emilia, outro luto comoveria os Wojtyła: a trágica morte de Edmund, o irmão maior, a quem Karol tanto amava e admirava. Formado médico em 1930, ele começou a trabalhar no Hospital Estatal de Bielsko. Pouco depois, eclodiu na região uma epidemia de escarlatina, doença infectocontagiosa aguda, provocada por uma bactéria e contra a qual, na época, não existia vacina.

Apesar dos riscos para a sua própria saúde, dos quais era bem consciente, o jovem doutor continuou atendendo os pacientes com esmero e acabou contraindo a infecção. Edmund foi arrancado deste mundo e da carreira promissora na medicina com apenas 26 anos, em 1932.

Karol, o pai

Emilia e Karol Wojtyła
Archiwum Kurii Metropolitalnej Archidiecezji Krakowskiej

Karol Józef tinha apenas 12 anos e já tinha perdido a mãe e o irmão, além de irmã que sequer havia chegado a conhecer. Restava-lhe, porém, o amado pai, o Karol que lhe dera o mesmo nome, um militar bom e rigoroso, de fé inabalável apesar das tragédias pessoais, familiares e nacionais. Karol pai acompanharia Karol filho até a idade adulta, ajudando a consolidar a sua personalidade e a gerir a própria conduta com base na honestidade, no patriotismo, no amor à Virgem Maria e em outras virtudes humanas e espirituais que se tornariam para ele um “segundo DNA”. Quando já era Papa, em conversa com o amigo jornalista André Frossard, São João Paulo II testemunhou:

“Meu pai foi admirável. E quase todas as minhas recordações de infância e de adolescência se referem a ele (…) A dor dele se transformava em oração. O simples fato de vê-lo se ajoelhar teve uma influência decisiva nos meus anos jovens”.

A influência do pai se estendeu também à vocação sacerdotal do filho. Em seu livro autobiográfico “Dom e Mistério”, o Papa Peregrino contou:

“Não falávamos de vocação ao sacerdócio, mas o exemplo dele foi para mim, de qualquer modo, o primeiro seminário, um tipo de seminário doméstico”.

Karol filho e Karol pai vivem em Cracóvia, onde o jovem estuda na universidade, quando, em 1939, irrompe a ocupação nazista. Os sofrimentos da família se entrelaçam e se fundem com os da pátria polonesa, tornando-se um só.

Aos 21 anos de idade, o futuro “Papa que veio de longe” perde também o pai, que morre na fria noite de inverno de 18 de fevereiro de 1941, talvez o dia mais doloroso da sua vida.

São João Paulo II ainda se tornaria, porém, o Papa da família.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

CADERNO “ENCANTAR A POLÍTICA”, DA CNBB

CNBB

CADERNO “ENCANTAR A POLÍTICA” OFERECE REFLEXÕES SOBRE A POLÍTICA COMO EXPRESSÃO DA CARIDADE EM VISTA DAS ELEIÇÕES 2022 

 Um conjunto de organismos da Igreja no Brasil, entre os quais as Comissões Episcopais Pastorais para o Laicato e para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançaram o caderno “Encantar a Política”.

O projeto retoma questões centrais das encíclicas do Papa Francisco – Laudato SíFratelli Tutti e da exortação pós-sinodal Evangelii Gaudium, que tratam, entre outros temas, da alegria do Evangelho, do cuidado com a casa comum (meio ambiente) e abordam a Política como decorrência ética do mandamento do amor.

Caderno Encantar a Política | CNBB

A publicação está organizada em cinco capítulos: a) A universalidade do Amor Cristão; b) A amizade social e a ética na política; c) As grandes causas do Evangelho; d) Cuidar da Casa Comum; e d) 2022 – Eleições e Democracia.

Cidadania eclesial e civil

Na apresentação da publicação, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, afirma que a publicação é fruto de uma oferta que marca o sentido do protagonismo dos cristãos leigos e leigas, pela propriedade de sua cidadania eclesial, qualificando e contribuindo com a sua cidadania civil.

Trata-se, segundo o presidente da CNBB, de mais uma possibilidade formativa enquanto contribuição importante no âmbito da educação política cidadã, pela verdade na política, reunindo densas lições de nosso amado Papa Francisco, para inspirar estudos, reflexões e atitudes que tenham no horizonte este propósito: ajudar cada pessoa a se reconhecer importante, essencial, na edificação de um mundo com as feições do Reino de Deus, todos à procura dele em plenitude.

O presidente da CNBB defende que “nenhum cristão pode permanecer alheio à tarefa de contribuir para que  a sociedade se torne mais justa, solidária e fraterna: é compromisso de fé dedicar atenção à política, buscando resgatar a sua nobre vocação – singular expressão da caridade”.

A quem se destina

O caderno “Encantar a Política” é fruto do trabalho de uma rede de organizações, serviços, pastorais sociais e organismos da Igreja, Rede Brasileira de Fé e Política, e quer abrir os horizontes da Boa Política para mais gente da Igreja.

QR CODE do Projeto

É voltado especialmente a pessoas atuantes nas comunidades e paróquias, como animadoras e animadores de celebrações, catequistas, ministras e ministros da Palavra, participantes de grupos e movimentos, e agentes de pastoral em geral.

Baixe o seu exemplar aqui: Caderno Encantar a Política

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Dom Paulo Cezar participa da segunda Lectio Divina com os jovens da Arquidiocese

PASCOM | arqbrasilia

Dom Paulo Cezar participa da segunda Lectio Divina com os jovens da Arquidiocese

Na tarde do último sábado (14/05), o Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa conduziu a Lectio Divina Pascal com a juventude da Arquidiocese de Brasília. Promovido pelo Setor Juventude, inspirado pelo Plano Pastoral, os jovens meditaram, junto com o Arcebispo, a passagem dos discípulos de Emaús.

Jovens de todas as idades, desde os adolescentes do Encontro de Adolescentes com Cristo (EAC), com faixa etária a partir dos 13 anos, até os mais velhos, das comunidades de vida, como também, os “tios” que acompanham os grupos, puderam fazer o percurso dos discípulos de Emaús junto com o Arcebispo, compreendendo a ligação desse trecho do Evangelho com o período Pascal o qual a Igreja está vivenciando.

No início da celebração, Dom Paulo explicou aos presentes os passos para realizar bem a Lectio Divina, falando sobre os momentos de leitura, silêncio e escuta da Palavra. Em seguida, o Diácono Reinaldo, fez a proclamação do trecho do Evangelho proposto para, em seguida, o Arcebispo apresentar os detalhes do texto que poderiam ser chaves para a meditação dos jovens.

“A missão começa a partir do momento que reconhecem o Senhor no partir do pão e voltam para Jerusalém, onde estão os outros, para anunciar-lhes que o Senhor tinha ressuscitado”, destacou Dom Paulo em uma das situações apresentadas pelo texto e mostrando a íntima ligação entre o anúncio da Palavra de Deus e a Eucaristia.

Em vários momentos, o Arcebispo se aproximou da juventude presente para dialogar, como um pai e pastor, trazendo os questionamentos do dia a dia dos jovens para dentro da passagem do Evangelho, fazendo com que as palavras de Jesus pudessem ser respostas para as inquietações dos presentes.

“Em alguns momentos da vida a gente se sente derrota, sem esperança: quando faz o vestibular e não passa, quando faz o ENEM e não tira a nota que desejava, quando procura um emprego e não encontra…, muitas vezes a gente experimenta a derrota na nossa vida, ficamos, por vezes sem esperança, mas o encontro com o Senhor sempre revigora a nossa esperança, o nosso desejo de sermos melhores, porque é Ele quem nos dá os dons e nos dá o ânimo necessário para continuar a caminhar e recobrar o sentido da vida.”, ao mostrar que a passagem tem sentido na vida, no hoje da história, Dom Paulo apresentou este exemplo dos estudos e do trabalho.

Ao final de toda a meditação, o assessor do Setor Juventude, Padre Silas César, anunciou que o Setor Juventude está organizando a peregrinação oficial da Arquidiocese para a Jornada Mundial da Juventude 2023 em Lisboa, Portugal e pediu aos jovens para se animarem e anunciarem em suas paróquias.

PASCOM | arqbrasilia

Também, antes da Missa de encerramento presidida pelo Padre Silas, o seminarista Lucas Téu, da Pastoral Vocacional, deu seu testemunho vocacional incentivando os jovens a não terem medo de disporem sua vida a escutar o chamado de Deus para alguma vocação e a beleza desse chamado.

Um momento de alegria, também, para os jovens é poder tirar uma foto com o Arcebispo. Logo que desceu do presbitério, vários jovens foram ao encontro de Dom Paulo que, prontamente tirou fotos, perguntou de onde eram, deu bençãos e escutou dos “tios” dos grupos e dos próprios jovens a alegria de estarem com o pastor. Esta proximidade é um desejo de Dom Paulo que é bispo referencial para a juventude no Regional Centro-Oeste e que entende que a evangelização dos jovens é fundamental para o anúncio da mensagem de Jesus Cristo no mundo.

PASCOM | arqbrasilia

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF