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segunda-feira, 23 de maio de 2022

Dom Vital: A terra é um dom de Deus, para todas as pessoas

Agricultura | Vatican Media

A realidade relatada pelo livro: “Conflitos no Campo, Brasil 21” pela CPT.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), organismo da Conferência Nacional do Brasil (CNBB) lançou o livro: “Conflitos no Campo, Brasil 2021” [1], relatando a realidade do campo no último ano do Brasil onde contém os dados da terra, os seus conflitos, as mortes ocorridas de lideranças da terra, e, outros aspectos de conflitos, provocados por interesses do capital, de políticos, de fazendeiros, de grileiros, de pessoas que tornam a vida do campo difícil, mas também o livro é carregado de esperanças por uma vida digna, conforme a palavra de Jesus que veio para dar vida em abundância (Jo 10,10). Jesus morto e ressuscitado ilumine a nossa vida para que a vida no campo e na cidade seja feita na paz e no amor. Uma análise é feita para uma perceber a realidade do campo no Brasil na qual o diálogo é fundamental para ser construído, almejado pelo povo de Deus e por pessoas de bem.

A terra, dom de Deus

A terra é um dom de Deus, para todas as pessoas, pois, estas têm direito à terra, de modo que ela é um bem universal. Infelizmente o egoísmo, o interesse pessoal fizeram com que as pessoas se apropriassem de terras, resultando a milhares de pessoas que não tem um pedaço de terra. A CPT está completando quarenta e sete anos de existência, sendo uma comissão que não estimula a invasão de terras, mas procura entrar em contato com as partes interessadas nos conflitos, sobretudo com os mais pobres, com aqueles que não têm terra, ou sofreram os despejos, para a resolução de problemas dados muitas vezes por encaminhamentos jurídicos.

A ideia de CPT

A CPT é uma ação pastoral da Igreja que tem a sua raiz e fonte no Evangelho e tem como destinatários de sua ação os trabalhadores e as trabalhadoras da terra e das águas. Ela está em comunhão com o Deus dos pobres, à terra que vem de Deus e dos pobres da terra, de modo que a CPT assumiu a tarefa de registrar e denunciar os conflitos de terra, água e a violência contra os trabalhadores e seus direitos, criando o setor de documentação que desde 2013 foi renomeado Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno. Ela documenta os dados com uma fundamentação teológica, que vem da própria bíblia, pois Deus ouviu o clamor do seu povo (Ex 3,7-10) e está presente na luta dos trabalhadores e trabalhadoras da terra.

A CPT à luz da palavra de Jesus e do Magistério

É preciso reforçar o olhar pastoral da atuação da CPT à luz do Senhor Jesus e do magistério eclesial. É pastoral, pois vem de pastor, a exemplo do Pastor dos pastores, Jesus Cristo. A CPT é uma comissão pastoral da Igreja Católica, que age em favor de todas as pessoas, sobretudo os sofredores no mundo rural e urbano. Ela tem presente a opção pelos pobres que se realiza pela palavra de Cristo, pelo amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. Os documentos da Igreja falam da terra como um bem dado para todos, universal, doutrina bem presente nos santos padres, os primeiros escritores cristãos. Os últimos Papas, como São Paulo VI, São João Paulo II e Francisco colocaram a questão agrária como questão fundamental que se soluciona pelo diálogo, pela justiça, pelo amor. As diversas manifestações eclesiais afirmam a importância que a terra tem para todas as pessoas em vista da solidariedade, e à produção agrária.

Os números

A CPT registrou em 2021 diversos assassinatos no campo, trinta e cinco, um número que supera setenta e cinco por cento o número registrado em 2020, que foi de vinte mortos. Se a pandemia da Covid 19 tem presente mais de 660 mil mortos, desde 2016 o governo federal sustentado pelo agronegócio, tem aumentado o número de conflitos do campo, que somou na base aproximadamente de mil setecentos e sessenta oito, em 2021.

Os relatos dos conflitos no campo

A CPT desde a sua criação em 1975 se defrontou com os conflitos do campo e o grave problema da violência contra os trabalhadores e trabalhadoras da terra, com as diversas categorias de comunidades tradicionais, assalariados rurais, povos indígenas, pescadores, pescadoras artesanais, que vivem em espaços rurais, tendo o uso da terra e da água como seu sistema de sobrevivência e dignidade humana. Todos querem ter uma vida digna pela terra, dom de Deus, dado para todos e não somente para algumas pessoas.

A CPT sempre registrou os dados para colocar para a Igreja e para a sociedade os conflitos do campo, para lutar por uma sociedade digna, de vida sobre a morte, como o Senhor ressuscitado quer de todos os seus filhos e filhas. Desde a sua fundação, a CPT realiza uma ampla pesquisa sobre os conflitos do campo. Ela formou um dos acervos mais importantes sobre as lutas da terra no território nacional, colocando as formas de resistência dos trabalhadores e trabalhadoras da terra, das águas, das florestas, bem como sobre a defesa e conquista de direitos.

A história do Brasil

A história do Brasil é um continuo registro de conflitos pela terra. Todos os anos registram-se conflitos agrários que atingem trabalhadores e trabalhadoras rurais, agricultores e agricultoras, comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas, e outros povos do campo, das florestas e das águas. Nós vemos também o aparato ruralista na exploração agrícola voltada à monocultura com ampla representação parlamentar que muitas vezes legisla em seu favor, impondo no território nacional, uma dinâmica de seus interesses políticos, econômicos e fundiários. Nestes últimos anos os números de conflitos atingiram, mas de cinco milhões de pessoas aprofundando uma política contra a reforma agrária, e sendo violenta nas áreas rurais do país.

A situação do Norte

O Norte teve quatrocentos e oitenta e oito famílias atingidas em 2021, com milhares de ocorrências, representando quarenta e sete por cento em relação ao território nacional de conflitos da terra. Os povos indígenas, os quilombolas, os posseiros, os sem-terra sofreram mais nos conflitos por ação. O Estado do Pará foi o Estado com maior número de conflitos, com cento e cinquenta e seis ocorrências, envolvendo muitas famílias.

O cultivo da terra

Segundo o IBGE nas últimas três décadas a área cultivada com soja, milho, e cana, produtos para a exportação superou a área cultivada com arroz, feijão, e mandioca, principais alimentos da população brasileira e da agricultura familiar. Muitos conflitos por terra envolvendo água ocorreram pela atividade minerária em que o atributo de solvente da água contribuiu para separar o minério do chamado rejeito, de modo que a água não é usada para matar a sede, nem para plantar, pois quando a água é poluída, impede que se plante e até mesmo sirva para vida humana. O fato é que teve mais de setenta milhões de hectares de terras, cerca de oito vírgula quatro por cento do total do território brasileiro, objeto de disputa em 2021.

O relatório em relação à Amazônia

O relatório também fala dos conflitos agrários na Amazônia, a violência e a agro bandidagem. A Amazônia tem sofrido pela invasão dos territórios dos povos indígenas, comunidades tradicionais e o campesinato regional. Como disse o Papa Francisco a Amazônia é cobiçada por grupos econômicos, sociais, políticos. É preciso preservar a Amazônia. Cristo olha para a Amazônia, afirmou São Paulo VI. Deve-se dizer também que há uma violência estrutural dos conflitos agrários no Brasil, pois ela impossibilita a paz no campo.

Os conflitos em relação à água

É preciso dizer que os conflitos por água no Brasil colocam-na na linha de disputas, no entanto ela é um bem comum. No âmbito nacional, as empresas privadas são responsáveis por quase dezenove milhões de pessoas e o processo de privatização das águas assumiu uma dimensão complexa que intercala os efeitos da instalação de empreendimentos minerários e ao agronegócio pela contaminação hídrica, dando prejuízos diretos sobre a qualidade da água disponíveis para o uso vital da vida humana. Dentre os conflitos centralizados nas disputas das águas muitos foram provenientes de mineradoras internacionais, setores empresariais, fazendeiros, instalação de hidrelétricas, entes governamentais e atuação de garimpeiros. O abastecimento de água via carros-pipa é uma face perversa da negação do direito à água por ser um direito universal de um bem dado por Deus para toda a população. É preciso dizer uma palavra sobre a violência contra a pessoa: o garimpo ilegal na terra do povo indígena Yanomami, sendo uma das terras mais afetadas pela vida destes povos das florestas, constatando-se também uma violência contra as mulheres indígenas, e contra as mulheres na cidade, com mortes, feminicídios que tira a vida de muitas mulheres em nossas comunidades.

A importância das notas da CPT

Nestes últimos tempos, notas diversas foram divulgadas pela CPT denunciando as ações contra o despejo de famílias, as quais destroem casas sem autorização judicial. Elas colocaram o desmatamento, a invasão de terras nos povos indígenas e dos camponeses, ameaças de mortes por lideranças da sociedade e da Igreja. Elas aludem às famílias camponesas que sofrem com a utilização de agrotóxicos, a importância das pastorais sociais denunciando os projetos de lei da morte, e estão a favor dos Institutos federais e à educação brasileira.

Nós dizemos que o livro “Conflitos do campo, Brasil 2021” é fundamental para a vida agrária e urbana no Brasil, para a nossa região, para a Igreja e para a sociedade. Ele diz muita coisa nos conflitos, mortes no Brasil e a vontade do diálogo pela CPT para o bem e a vida de todas as pessoas atingidas pelos conflitos. Nós reflitamos através do livro a realidade brasileira em vista da unidade e da fraternidade para tornar a nossa sociedade mais justa e fraterna conforme o plano de Deus: a terra é um dom de Deus dado para todos, com alegria e com amor. 

[1]Cfr. Conflitos no Campo, Brasil 2021CPT. Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno. Goiânia, CPT Nacional 2022. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Fio i-lógico

Guadium Press
Se ponderadas, as notícias dessa semana refletem uma peculiar situação mundial.

Redação (21/05/2022 18:54Gaudium Press) As notícias dessa semana chamam a atenção, ao leitor atento. Vejamos:

O editorial do qualificado semanário britânico, The Economist, advertiu sobre o perigo iminente que ameaça o mundo como consequência da guerra Russo-Ucraniana: a fome generalizada ou, ao menos, uma acentuada crise alimentícia.[1]

E se não bastassem as palavras (sempre ponderadas) do The Economist, uma vez mais, a capa do semanário é notável por seu caráter em especial ilustrativo e permeado de informações: uma espiga de trigo, cujos grãos estão substituídos por caveiras humanas. Um aviso? Ao menos, um alerta…

Nesta esteira, o The New York Times frisou a conjunção de dois fatores que acentuam o perigo da fome mundial, o caos climático e as sanções impostas à Rússia devido à guerra.

Com efeito, enquanto boa parte do mundo alimenta a Ucrânia com armas, a Rússia deixa de alimentar aqueles que são seus opositores, fechando a exportação de grãos e fertilizantes (empregados especialmente em plantios) a não pequena porção de países.

De fato, a fome é também uma arma; e não está fora da estratégia russa, visto que, em sua história, seus generais mais eficazes foram o frio e a fome… Napoleão o comprovou; Hitler, não pôde fazer-lhe descaso.

Mas os ventos contrários sopram não só sobre o leste do globo, pois tormentas – dessa vez telúricas, na força do termo – não perdoam sequer a Alemanha, onde muitos danos materiais puderam ser computados, em particular em Westfalia e em Paderborn.[2]

De maneira parecida, os Estados Unidos também foram alvo de um tornado, que atravessou a cidade de Gaylord, deixando feridos e mortos.[3]

A França, por sua vez, atingida por secas infrequentes, teme pelas produções agrícolas. O que acentua e ratifica ainda mais as previsões feitas pelo semanário britânico.[4]

Em terras brasileiras, por outro lado, a situação é diversa, pois os rios que banham o grande estado do Amazonas são afetados por enchentes, dado que as chuvas não cessam há dias, já prejudicando trinta e cinco municípios, cujas residências encontram-se quase submersas.[5]

O que também chama a atenção – como se estivéssemos vivendo ainda numa era pré-moderna –, a degradação de Roma: a poucos metros do Vaticano, são os javalis que assaltam as ruas, deixando a população irrequieta. Agouro de dias menos felizes?

Enfim, de norte a sul, de leste a oeste, as ocorrências preocupantes são muitas; e tecendo o crochet entre esses fatos, haveria um fio lógico que os una todos?

Buscando as causas, para evitar de engolir um subproduto malfazejo, simplesmente porque divulgado pelos jornais e/ou revistas, sou levado a pensar que, sim, existe um fio lógico que os une.

Mas, para espanto do leitor, afirmo ser um fio i-lógico. Ou seja, a lógica entre os fatos – entre os promovidos pelos homens – estaria em pretender mostrar um mundo instável, inseguro, prestes a ruir; ilógico, dentro da lógica usada.

Ora, para desconcerto dos promotores da guerra e da fome, é o caos climático – os furacões, as enchentes, as secas e as queimadas – o que mais temem. Justamente porque isso foge da lógica que desejam acentuar no i-lógico dos fatos.

E a razão é evidente: quem coordena tais elementos naturais, Deus, não pode fazer parte da lógica dos que querem ser i-lógicos.

Assim, num só compasso, Deus permite que o homem vá promovendo desordens, mas vai avisando por meios naturais que, desde que se busque socorro em sua providência, a real lógica dos fatos e suas causas aparece.

Destarte, dessa amálgama de fios que se contorcem e se entrecruzam – os humanos e os naturais – pode vir a surgir uma bela obra, desde que, a partir da situação intricada, o homem saiba recorrer ao sobrenatural, fundamentando suas esperanças em Deus.

Dessa maneira, bem ao contrário do que tal situação mundial pretende provocar (ou já provoca?) – isto é, a confusão entre as mentes e o afastamento da religião –, os homens terão meios para se unirem ao Criador, desde que não sejam i-lógicos.

Bonifácio Silvestre


[1] https://www.cronista.com/internacionales/para-the-economist-el-mayor-temor-del-mundo- es-inminente-y-lo-demuestra-con-una-tapa-escalofriante/

https://www.infobae.com/economia/2022/05/21/guerra-produccion-y-comercio-mundial- segun-the-economist-el-mundo-esta-al-borde-de-una-catastrofe-alimentaria/

[2] https://www.elmundo.es/internacional/2022/05/21/628821e5fdddff12a28b45f9.html

[3] https://metsul.com/tornado-deixa-um-morto-e-dezenas-de-feridos-nos-eua/

[4] https://www.france24.com/es/medio-ambiente/20220514-sequ%C3%ADa-francia- cambio-climático-agua-medioambiente

[5] https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2022/05/21/cheia-dos-rios-no-am-muda- cenario-e-afeta-vida-de-moradores-veja-fotos.ghtml

Fonte: https://gaudiumpress.org/

A vida é um dom de Deus, sempre sagrado e inviolável, diz o papa

Papa Francisco e fiéis no Regina Coeli / Vatican Media

Roma, 23 mai. 22 / 09:21 am (ACI).- O papa Francisco disse ontem (22) que a vida é um “dom de Deus” e que “é sempre sagrada e inviolável” por isso “não podemos silenciar a voz da consciência”.

Após a oração dominical Regina Coeli, o papa saudou os participantes da Marcha pela Vida 2022, que aconteceu em Roma no sábado (21).

“Agradeço o vosso empenho a favor da vida e em defesa da objeção de consciência, cujo exercício tentamos muitas vezes limitar”, disse Francisco aos fiéis reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano.

Francisco lamentou que "infelizmente, nos últimos anos houve uma mudança na mentalidade comum e hoje estamos cada vez mais inclinados a pensar que a vida é um bem à nossa total disposição, que podemos optar por manipular, fazer nascer ou morrer a nosso bel-prazer, como o resultado exclusivo de uma escolha individual”.

Marcha pela vida 2022

Foi a décima edição deste evento anual pró-vida na Itália, intitulado “Vamos escolher a vida” (“Scegliamo la vita”, em italiano).

O evento reuniu cerca de 3 mil pessoas em Roma, segundo os organizadores, na tarde do sábado (22).

A presidente do Comitê Organizador, Virginia Coda Nunziante, disse que a Marcha pela Vida convoca todas as pessoas de boa vontade que queiram "defender o direito à vida como um daqueles princípios inegociáveis ​​sobre os quais se baseia toda a convivência civil" e para afirmar que “a vida dos pequenos, desde o ventre, é inviolável e deve ser defendida sem exceção e sem concessões”.

“Afirmamos a intangibilidade da vida humana inocente, desde a concepção até a morte natural, porque estamos convencidos de que nada é irreversível na história e que é possível redescobrir os princípios do direito natural e cristão, que foram pisoteados na Itália nos últimos quarenta anos”, afirmou Coda Nunziante.

Você pode assinar a declaração pró-vida da EWTN, grupo ao qual pertence ACI Digital, AQUI.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Davos, início do Fórum Econômico Mundial: apoio à Ucrânia no centro

logotipo do Fórum Econômico Mundial 2022 (WEF) em Davos 

Mais de 2.500 líderes da política, economia e finanças estão reunidos até 26 de maio na pequena cidade da Suíça para discutir o mundo de hoje e do futuro, à luz das crises globais da guerra e do clima. Na abertura dos trabalhos, a intervenção em vídeo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

Tem início nesta segunda-feira (23/05), em Davos, na Suíça, o Fórum Econômico Mundial que este ano tem como tema central a situação de guerra na Ucrânia. Por causa da invasão, a Rússia não foi convidada para participar desta edição 2022 do fórum.

Depois de dois anos sem ser realizado por causa da pandemia (este ano, a variante Omicron obrigou o adiamento de janeiro para maio), o evento econômico mais importante do ano está de volta e prossegue até 26 de maio. Cerca de 2.500 personalidades influentes da economia e da política, líderes dos setores sem fins lucrativos, privados e públicos, estão se reunindo nessas horas na pequena cidade da Suíça de língua alemã para discutir o mundo atual e futuro. 

As palavras em vídeo de Zelensky

A abertura será feita por videoconferência pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o primeiro entre os chefes de Estado a tomar a palavra. Depois, segue uma sessão intitulada Espírito de Resiliência que conta com a participação de cinco parlamentares ucranianos, incluindo a vice-premiê e ministra da Economia, Yuliia Svyrydenko. Nos próximos dias serão várias as sessões em que a guerra será debatida, tanto do ponto de vista dos cenários geopolíticos em mudança, quanto das consequências do conflito na economia global.

Clima e transição energética

No encontro, será dado espaço também para as questões do clima e transição energética. O programa inclui seis pilares temáticos: promover a cooperação global e regional; garantir a retomada econômica e moldar uma nova era de crescimento; construir sociedades saudáveis e justas; salvaguardar o clima, o alimento e a natureza; guiar a transformação industrial; usufruir do poder da Quarta Revolução Industrial. O foco será também o aumento dos preços da energia e a ameaça de uma crise alimentar global. Haverá também debates e reflexões sobre igualdade de gênero, desigualdades, necessidade de criar empregos devidamente remunerados.

Oportunidade de encontro diplomático

Mais de 50 chefes de Estado e de Governo garantiram sua presença, incluindo o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente israelense, Isaac Herzog; o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez; o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, além da presidente da Comissão da UE, Ursula von der Leyen, e numerosos comissários, incluindo o da Economia, Paolo Gentiloni. Haverá também a presidente do BCE, Christine Lagarde; o enviado especial do presidente dos EUA para o clima, John Kerry, e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg. A Itália será representada por quatro ministros e sete gestores e empresários. Dentre os participantes, também o Fundo Global de Solidariedade que reúne representantes da comunidade católica mundial.

Como todos os anos desde sua criação por Klaus Schwab, o evento de Davos também será uma oportunidade para fazer encontrar a diplomacia e abordar questões sensíveis. Uma oportunidade fundamental neste tempo de guerra.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Lassalistas: o novo Superior Geral vem das Filipinas

O novo Superior Geral da Ordem dos Irmãos das Escolas Cristãs saúda o Papa
na Audiência aos participantes no Capítulo  (Vatican Media)

O 46º Capítulo Geral dos Irmãos das Escolas Cristãs, que se encerrou neste domingo (22) em Roma, elegeu o Irmão Armin Luistro, 60 anos, até então visitador da Ásia Oriental, como o 28º sucessor do fundador, São João Batista de La Salle. Ele permanecerá no cargo por sete anos, juntamente com o novo vigário geral, o Irmão Carlos Gabriel Gomez, da Colômbia, e um novo Conselho

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

O 46º Capítulo Geral dos Irmãos das Escolas Cristãs, a congregação leiga fundada em 1682 na França por São João Batista de La Salle, do qual deriva o nome Lassalistas, que encerrou no domingo 22 de maio, elegeu o novo Superior Geral do Instituto. Trata-se do irmão Armin Luistro, 60 anos, natural das Filipinas, que desde maio de 2019 é o irmão visitador do Distrito Lassalista da Ásia Oriental. Sua eleição ocorreu oito anos após a nomeação do governo anterior da congregação, que devido à pandemia foi adiada. Portanto, um ano a mais do que exige a Regra do Instituto.

Foi votado pela assembleia de 70 irmãos capitulares reunidos na Aula Magna da Casa Geral em Roma, na Via Aurelia, no dia 18 de maio. O Irmão Armin pronunciou seus votos perpétuos em 1988, em 26 de agosto de 2000, foi co-fundador com o Bispo Josef Suwatan de Manado, Indonésia, da Universidade Católica De La Salle de Manado, agora conhecida como Universidade De La Salle na Indonésia.

Alguns Irmãos, durante o Capítulo, na entrada da casa Geral na Via Aurélia em Roma

As palavras do novo Superior Geral

Assim que foi eleito, o Irmão Luistro disse aos Irmãos Capitulares que estava feliz "em se unir e trabalhar com todos, para enfrentar os muitos problemas, desafios, mas também a emocionante aventura que teremos que enfrentar como Família Lassalista no mundo de hoje". Depois de pedir orações e apoio, ele indicou como primeiro objetivo buscar "novos caminhos neste mundo no qual muitos de nossos jovens estão passando por problemas e desafios". Com energia e alegria, porque 'Nós somos La Salle'.

Mais de mil escolas e um milhão de alunos no mundo

Os Irmãos das Escolas Cristãs atualmente são 3116 e junto com mais de 90.000 colaboradores leigos e dirigem 1125 escolas e centros educacionais em 80 países em todo o mundo, com cerca de um milhão de alunos. O objetivo do Instituto é proporcionar uma educação humana e cristã aos jovens, especialmente aos pobres, de acordo com o ministério a eles confiado pela Igreja. Há mais de 300 anos os irmãos De La Salle dedicam suas vidas a esta missão. Hoje os lassalistas educam, junto com seus colaboradores leigos, crianças e jovens em uma grande variedade de instituições, desde jardins de infância e escolas primárias até uma vasta rede de universidades, em abrigos para crianças de rua e em lares para jovens em situação de risco.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São João Batista de Rossi

S. João Batista de Rossi | Wikipédia
23 de maio
São João Batista de Rossi

Origens

João Batista de Rossi nasceu em Voltagio, que fica na província de Gênova, Itália, em 22 de fevereiro de 1698. Com apenas dez anos, foi trabalhar em Gênova, como pajem, na casa de uma família muito rica. Ali, conseguia se manter e estudar. Depois de três anos, mudou-se em definitivo para a capital Roma.

Capacidades

Em Roma, foi morar na casa de um primo padre e estudar no Colégio Romano dos Jesuítas. Lá, conseguiu o doutorado em filosofia. Conviveu ali com os mais preparados religiosos de sua geração. Depois disso, concluiu o curso de teologia com os frades dominicanos de Minerva. Juntamente a este esforço acadêmico, João Batista exercia uma extenuante missão evangelizadora. Ajudava, especialmente, os jovens, os pobres e os abandonados.

Epilepsia

Acredita-se que, por causa dessa atividade intensa, João Batista atingiu um esgotamento físico e mental tão grande, que começou a ter crises epiléticas e, depois, uma doença grave nos olhos. Desses males, ele não mais se recuperou, tendo que conviver com isso por toda a sua vida. Mesmo assim, não abandonou a prática da penitência. Alimentava-se pouco. Isso ajudou a enfraquecer ainda mais o seu já frágil corpo. Seu espírito, porém, estava sempre forte e pronto para o amor cristão.

Padre e fundador

Em 1721 São João Batista de Rossi recebeu a ordenação sacerdotal. Uma vez padre, fundou a Pia União de Sacerdotes Seculares. Ele mesmo dirigiu esta obra por alguns anos, empregando ali a experiência que ele adquiriu anteriormente dirigindo grupos de estudantes. No seminário fundado por ele, até 1935, estudaram grandes personalidades do clero de Roma. Alguns desses foram canonizados. Outros, foram eleitos bispos e Papas.

Obras para moços e moças

São João Batista de Rossi, no entanto, ainda não estava satisfeito. Queria obras mais abrangentes. Por isso fundou a Casa de Santa Gala, para moços necessitados e, depois, a Casa de São Luiz Gonzaga, destinada a atender moças carentes. São Luiz Gonzaga era o santo de sua devoção e exemplo de vida que buscava seguir na sua missão apostólica.

Dons carismáticos

São João Batista de Rossi dedicava grande parte de seu ministério sacerdotal aos mais pobres, aos doentes, aos presidiários e aos pecadores. Em favor desses, manifestava o dom do conselho. Era sempre atencioso e cheio de paciência para com todos. Por isso, os formavam grandes filas para se aconselharem e se confessarem com ele. Tinha também os dons da consolação, da exortação e da orientação. Por isso, o povo da região o procurava mais e mais. São João Batista de Rossi era sempre incansável. Agia e dirigia suas obras sempre com delicadeza e firmeza, fervor e espiritualidade forte. 

Morte 

São João Batista de Rossi faleceu em 23 de maio de 1764. Tinha, então, sessenta e seis anos quando a doença o abateu. Pobre, não tinha dinheiro para pagar seus funerais. Esses foram pagos pelos devotos que o amavam e eram eternamente gratos a ele. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Leão XIII no ano 1881.

Oração a João Batista de Rossi

“São João Batista de Rossi que fostes chamado a tão sublime missão do sacerdócio e que tivestes a graça de servir a Deus nos irmãos mais abandonados, obtende de Deus a nosso favor, esse amor, essa fortaleza de espírito, esta perseverança principalmente aos futuros sacerdotes e a todo o clero para que apenas a presença de cada um deles possa ser o primeiro passo para a conversão dos povos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

domingo, 22 de maio de 2022

7 exemplos de Maria para praticar o silêncio

Cléofas

Quem é silencioso sabe escutar

Numa conversa entre amigos, sempre que o silêncio reinava por alguns segundos, alguém dizia: “Foi um anjo que passou por nós!”

Faz tempo que não escuto essa expressão! Ou os anjos estão assustados com as nossas conversas ou é a ausência de silêncio dos nossos dias. Vou ficar com a segunda opção! Uma mulher soube, por causa do silêncio, sentir a presença e ouvir o anjo. Maria é modelo de quietação para nós. Vamos aprender com Ela?

1. Silenciosa e escondida

No Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, São Luís de Montfort nos leva a Nazaré a encontrar uma jovenzinha escondida. Não com medo, mas reservada, delicada e simples. Era Maria. São Luís afirma que nem os anjos conheciam essa mulher. O silêncio dela era do agrado de Deus e pela sua humildade foi escolhida para tão perfeita missão: mãe de Jesus.

Hoje, nossos barulhos pelas redes sociais, pelo ego, pelo desejo de sermos destaques nos impedem de gerar Cristo em nós. Pelo silêncio da Virgem, foi gerado o Verbo encarnado e, em nós, pelo barulho, são deixados de lado os ensinamentos do mesmo Verbo.

2. Silenciosa e confiante

Maria não contou a José sobre a gravidez. E nem a Isabel. A Palavra nos conta que José, percebendo a gestação, quis abandonar Maria em segredo. Certamente Maria orou muito. Abandonou-se em Deus e confiou. E José, por sonho, acreditou. A Bíblia também narra que Maria mal tinha chegado à casa de Isabel e já foi saudada por sua prima. Como Isabel sabia? Nossa Senhora não saiu divulgando a todos, mas pelo seu silêncio e jeito meigo tornou-se bendita. Precisamos aprender a maturidade do silêncio que nos leva a confiar e não nos vangloriar.

3. Silenciosa e grata

Sabe aquela expressão, “falou pouco, mas falou bonito”? Encaixa-se perfeitamente a Maria. Quando ela abriu a boca, cantou o Magnificat em gratidão ao amor de Deus.

Tem gente que quer enfeitar tanto sua fala que mais enche linguiça do que toca no coração das pessoas. Maria ensina a usar os lábios para o bem e não para ser o queridinho.

4. Silenciosa e perceptiva

Em Caná, Maria interveio para o primeiro milagre de Jesus. Nossa Senhora estava em um lugar barulhento. Era uma festa! Tinha música, conversas… E ela estava se divertindo, porém o fruto de uma vida regrada pelo silêncio fez Nossa Senhora perceber o drama dos noivos com o vinho que iria acabar.

Em muitas situações a agitação nos domina e não percebemos os necessitados e sofredores ao nosso lado.

5. Silenciosa e paciente

Aos pés da Cruz, diante da dor de ver seu filho morrendo, Maria poderia se desesperar. A dor era imensa, mas seu silêncio ajudava a cicatrizar as feridas. A quietação permitiu trocar olhares e dar força a Jesus.

Em nossas dores precisamos silenciar. A agitação no momento da Cruz só aumenta as feridas e nada resolve. Assim como nos momentos de raiva. Agir com a cabeça quente mais machuca do que cura.

6. Silenciosa e solícita

Quem é silencioso sabe escutar. Oferece os ouvidos para quem quer desabafar. Maria é refém dos nossos pedidos. Fica à espera de nossas orações e confianças.

Aprendamos com Ela a ser atenciosos, oferecendo nossos ouvidos para um simples desabafo.

7. Silenciosa e advogada

Os advogados precisam de muitos argumentos para defender seus clientes. Maria é tão bendita e formosa para Deus que uma palavra já basta para nos salvar. Ela é advogada e mãe de misericórdia. Quando a mãe fala o filho obedece!

Queremos ser do agrado de Deus a exemplo de Maria!

José Eymard, via Jovens de Maria

Fonte: https://pt.aleteia.org/2018/05/10/7-exemplos-de-maria-para-praticar-o-silencio/

https://cleofas.com.br/

Santas Ritas multiplicam devoção à santa no Brasil

A policial militar Quivia Balbino com a filha Maria Alice, vestidas de santa Rita.
Foto: Quivia Balbino

REDAÇÃO CENTRAL, 20 mai. 22 / 04:04 pm (ACI).- Santa Rita de Cássia, cuja festa se celebra neste domingo (22), goza de grande devoção entre os brasileiros. No Brasil fica a maior estátua de Santa Rita do mundo, no santuário dedicado a ela na cidade de Santa Cruz (RN). Para o reitor do santuário, padre Vicente Fernandes da Silva Neto, esta devoção traz “uma mensagem de esperança, de fé, de que devemos lutar para que nada possa nos esfriar na fé, tampouco esmorecer, mesmo que tenhamos dificuldades, obstáculos, sofrimentos, porque para Deus nada é impossível”.

Padre Vicente Fernandes afirmou à ACI Digital que a grande devoção à santa se deve, “primeiramente, à identificação das pessoas com o sofrimento de santa Rita”, mas também a como ela “superou esses sofrimentos”. Santa Rita “era uma mulher pacificadora, caridosa, virtuosa e, com isso, fazia suas orações superando os sofrimentos. Ela colocou como máxima em sua vida a declaração do anjo a Maria de que para Deus nada é impossível. Santa Rita fez dessa sua oração diária e, pela sua fé, foi conseguindo muitas coisas em sua vida e na vida das pessoas”, disse, em referência ao título pela qual ela é conhecida, santa das causas impossíveis.

Nascida em 1381, em Roccaporena, Itália, Rita queria ser freira, mas se casou por obediência aos pais. Seu marido tinha maus hábitos e a maltratava. Tiveram filhos gêmeos que tinham o mesmo temperamento do pai. Após 20 anos de casamento, o marido se converteu, mas um dia, foi morto. Os filhos juraram vingar a morte do pai. Aflita, Rita rogou ao Senhor para salvar seus filhos e tirar as vidas deles antes que eles mesmos se condenassem com um pecado mortal. Assim, ambos sofreram de uma terrível doença e antes de morrer perdoaram os assassinos do pai. Santa Rita ingressou na congregação das Irmãs Agostinianas, em Cássia, em 1417. Recebeu os estigmas e as marcas da coroa de espinhos na cabeça, que exalavam um cheiro ruim, por isso, teve que viver isolada por muitos anos. Quando morreu, em 1457, a ferida em sua testa desapareceu e no lugar ficou um ponto vermelho como um rubi, que tinha deliciosa fragrância. Foi canonizada em 1900.

Segundo padre Vicente Fernandes, “mesmo antes da beatificação em 1627, santa Rita já tinha uma devoção entre as pessoas de Roccaporena, de Cássia, da Itália. Depois, foi se expandindo até Portugal e mais ainda com a questão portuguesa de ganhar novos mundos”. “No Brasil, chegou primeiro no Rio de Janeiro, depois Recife e foi se expandindo para outras partes do país, chegando aqui em 1820, mais ou menos”, levada por “dois irmãos cearenses, da família Rocha”, devotos de santa Rita. “Junto aos fazendeiros locais e moradores, essa devoção foi se desenvolvendo. Em 1832, foi criada a paróquia de Santa Rita e a festa foi só aumentando até chegar ao que é hoje, tendo aqui a maior festa religiosa do Estado” do Rio Grande do Norte, disse.

Em 2010, foi inaugurada na cidade a maior estátua de santa Rita de Cássia do mundo, com 56m de altura, localizada no santuário dedicado à santa, que é administrado pela paróquia de Santa Rita de Cássia. Este monumento, segundo padre Vicente Fernandes, demonstra “a grandiosidade da devoção dos fiéis”. No mesmo santuário há uma réplica do corpo de santa Rita de Cássia, que está incorrupto na basílica dedicada a ela em Cássia, na Itália. “O santuário e esta réplica recebem um grande número de visitas”, disse o reitor, ressaltando que é “grande a expectativa para o dia da padroeira” neste ano, após dois anos de restrições por causa da pandemia de covid-19. A festa do santuário pode ser acompanhada AQUI.

Santuário de Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz (RN). 
Foto: Facebook Santuário de Santa Rita de Cássia

“Carrego o nome de uma santa e é uma responsabilidade”

A devoção à santa Rita se reflete na vida de muitas pessoas como as várias mulheres pelo país que se chamam “Rita” ou mesmo “Rita de Cássia” como uma forma de homenageá-la. Uma dessas é a farmacêutica Rita de Cássia Freitas Guedes, 42 anos, moradora de São Gonçalo (RJ), que tem “orgulho de carregar o nome” da santa das causas impossíveis. “É uma responsabilidade muito grande, porque as pessoas sempre perguntam. Tem gente que acha que eu faço aniversário no dia dela, mas não, minha história com ela é outra. Eu acho que minha vida foi mudada por um milagre pela intercessão de santa Rita”, afirmou à ACI Digital.

Guedes disse que, quando nasceu, sua mãe biológica não quis ficar com ela e decidiu doá-la. Na mesma época, em outro hospital, sua mãe adotiva tinha acabado de perder o quarto filho. “Quando minha mãe (adotiva) casou, engravidou de gêmeos e os dois morreram. Depois, ela teve uma menina que viveu cerca de três meses. Depois, teve um menino que nasceu em 17 de janeiro e morreu em 23 de janeiro. Ela já estava com certa idade e não poderia mais arriscar de ter outro filho, por isso estava muito triste”, contou.

Foi então que surgiu a oportunidade, mediada por um médico que trabalhava nos dois hospitais, de que Rita, na ocasião ainda sem um nome, fosse acolhida por sua nova mãe. “Quando me levaram para o hospital onde minha mãe (adotiva) estava, ela não tinha nada de menina, nem um nome. Mas, na enfermaria tinha uma imagem de santa Rita de Cássia e as enfermeiras sugeriram que minha mãe me desse o nome da santa e que me entregasse a ela para ser minha madrinha. Assim foi feito”, disse. Hoje, Rita de Cássia tem “grande devoção por santa Rita” e procura “ser uma afilhada sempre junto de sua madrinha”.

A estudante Rita de Cássia Balter, 21 anos, de Petrópolis (RJ), recebeu este nome por causa de uma promessa e aprendeu a admirá-lo com o passar dos anos. Quando seu irmão mais velho, Felipe, tinha cerca de quatro anos, teve um grave crise de bronquite e “os médicos não sabiam direito como tratar”. Sua mãe, “sabendo que santa Rita era santa das causas impossíveis”, prometeu que, se o menino ficasse curado e um dia ela tivesse uma filha, a criança se chamaria Rita de Cássia. Felipe se curou e a mãe engravidou de gêmeas. A primeira que nascesse, então, seria a Rita de Cássia.

“Eu fui a primeira que nasci e ela cumpriu essa promessa”, disse Rita Balter. Na infância, ela não gostava muito do nome, “porque não era comum”. Mas, a paróquia onde ela cresceu também era dedicada à santa e, com o tempo, acabou “criando uma intimidade muito grande com ela”. “Comecei a conhecer a história dela, que acho maravilhosa, e passei a gostar do meu nome”, disse Rita. “Amo contar a história de santa Rita todas as vezes que me perguntam e é como se eu tivesse uma amiga no céu”, completou.

E se mulheres se orgulham de ter o nome da santa, em muitos locais, esse orgulho se torna comum a toda a comunidade. No Brasil, Santa Rita de Cássia é homenageada em cidades que levam o seu nome ou que fazem referência a ela, como: Santa Rita de Cássia, na Bahia; Santa Rita, na Paraíba e no Maranhão; Cássia, em Minas Gerais; Cassilândia, no Mato Grosso do Sul.

Há ainda municípios que têm a santa como padroeira e parte de sua tradição popular, como Viçosa (MG), cujo povoado originário se chamava Santa Rita do Rio Turvo e foi criado em torno de uma igreja dedicada à santa. Hoje, a cidade foi identificada como “cidade das Ritas”, como indicou a doutora em Antropologia Raquel dos Santos Sousa Lima em sua dissertação de mestrado intitulada “‘Oh! Que imitem a santa Rita de Cássia!’ As mulheres de nosso tempo: Representações e práticas da devoção em Viçosa (MG)”.

Em seu trabalho, Lima percebeu que a devoção à santa Rita é vista pela população “como algo dado naturalmente a todo viçosense, pelo nascimento, embora a devoção também possa ser adquirida por outros (não nativos) já que a santa ‘acolheria’ a todos”.

Entre as tradições estudadas por Lima está a de mulheres da cidade que se vestem como santa Rita de Cássia no dia 22 de maio e saem na procissão da padroeira. Segundo ela, muitos de seus entrevistados para o trabalho afirmaram que “a presença destas ‘Santas Ritas’ é antiga e que se constitui em um dos principais atrativos e diferenciais da festa”. Mas a especialista disse que não encontrou “nenhuma referência deste fato na literatura específica de Viçosa”. Além disso, afirmou que “vestir-se como Santa Rita está muitas vezes relacionado ao pagamento de promessas”.

É o caso da policial militar Quivia Balbino, 34 anos, que vive em Viçosa. Em fevereiro de 2019, ela teve eclampsia dois dias após o nascimento de sua filha, Maria Alice. “Fiquei cinco dias na UTI e mais dois dias em quarto comum, no hospital Vila da Serra, em Belo Horizonte (MG). Minha mãe, muito desesperada, implorou a intercessão de santa Rita, para que eu não morresse. Como forma de agradecimento, minha filha e eu íamos acompanhar a procissão vestidas de santa Rita”, contou.

Para Quivia Balbibo, “santa Rita ouviu as súplicas” de sua mãe. “Hoje estou aqui, sem sequelas, para contar a minha história”. A policial afirmou que atualmente busca passar esta tradição para sua filha, de três anos. “Vamos novamente juntas, vestidas de santa Rita, no dia 22 de maio, agradecer por nossa vitória”, declarou.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Brasil terá o maior santuário do mundo dedicado à Santa Rita de Cássia

Novo Santuário de Santa Rita de Cássia
Santuário será inaugurada no dia da padroeira das causas impossíveis
Por Ricardo Sanches

Localizado em Minas Gerais, o santuário terá capacidade para receber sete mil pessoas e contará até com heliponto.

No dia 22 de maio de 2022 o Brasil ganhará o que já está sendo considerado o maior santuário do mundo dedicado à Santa de Rita de Cássia.

O santuário fica em Cássia, cidade de 18 mil habitantes na região sudoeste de Minas Gerais, e levou quatro anos para ficar pronto. Está localizado em uma área de 180 mil metros quadrados e possui 10.600 metros quadrados de área construída. O local abriga um centro comercial, a casa para o clero, um velário e a réplica da casa onde viveu Santa Rita de Cássia, na Itália. Ao todo são 100 mil metros quadrados de edificação.

O novo santuário levou quatro anos para ser concluído. Tem capacidade para receber 5 mil pessoas sentadas e 2 mil em pé. Conta com sanitários, vestiários, fraldário, praça de alimentação, heliponto e estacionamento para 200 ônibus e mil carros.

“Acredito que o novo Santuário vai despertar a curiosidade nas pessoas de todo Brasil. Muitos virão aqui para visitar e estar perto desta grande Santa da Igreja e inspiradora da fé. No Santuário, as pessoas poderão se alimentar da palavra de Deus e dos sacramentos e de tudo que faz parte da fé cristã e da fé católica”, destaca o bispo diocesano de Guaxupé, MG, Dom José Lanza Neto.

O santuário em números

Durante a construção foram utilizados:

– mais de 50 mil sacos de cimento;

– 6 mil metros cúbicos de concreto;

– 25 mil toneladas de pedra e areia;

– 500 mil blocos de tijolos;

– 500 mil bloquetes;

– 100mil quilômetros de cabos elétricos;

– 15 mil metros quadrados de piso;

– 60 mil metros quadrados de asfalto;

– 100 quilômetros de cabo elétrico.

Mais de 100 empresas fizeram parte do trabalho e, mais de 500 pessoas foram empregadas.

Realização de um sonho

O projeto do santuário de Santa Rita de Cássia foi idealizado pelo empresário Paulo Flávio de Melo Carvalho. “Estamos finalizando esta grande missão de construir e entregar o maior Santuário do mundo dedicado à Santa Rita de Cássia. A inauguração será um momento de fé e devoção e, a expectativa é fortalecer a cidade de Cássia como um destino de turismo religioso e um local para se viver uma experiência de fé e evangelização”, afirmou Carvalho.

O empresário é natural de Cássia, tem 73 anos e é um devoto fiel à santa. “O maior santuário do mundo é no Vaticano [Basílica de São Pedro], depois vem o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida e, agora, virá o Santuário de Santa Rita De Cássia. Me sinto um enviado da Santa para a construção desse santuário”, finaliza Carvalho, que fará a doação do edifício orçado em R$ 25 milhões para a diocese.

Na galeria abaixo, você pode conferir como ficou o novo Santuário de Santa Rita de Cássia.

© Novo Santuário de Santa Rita de Cássia

Santa Rita de Cássia

Rita nasceu em 22 de maio de 1381, em Roccaporena, perto de Cássia, na Itália. Sua família era religiosa e ela queria seguir esse caminho. Mas, como era costume da época, seus pais desejavam que ela se casasse. Assim, recebeu como marido Paolo Ferdinando. No começo, ele parecia ser uma boa pessoa, mas, com o tempo, o homem passou a ser infiel e beber demais.

Rita usou de sua fé e sempre rezou para a conversão do marido. No fim, ele se tornou um bom homem, mas acabou assassinado. Os dois filhos do casal, ainda jovens, acabaram seguindo os maus exemplos do pai e, com a sua morte, juraram vingança. Rita sabia que eles cometeriam um grande pecado, então, suplicou a Deus que os salvasse. Algum tempo depois, os dois ficaram doentes e, antes que morressem, Rita os ajudou a se converter. Eles ouviram o conselho da mãe e conseguiram perdoar o assassino do pai e, assim, morreram em paz.

Após esses fatos, Rita entrou em um convento, onde as superioras duvidavam de sua vocação por ela ter sido casada e ter tido filhos. Então, mandaram-na regar um pedaço de madeira seca do jardim por um ano. Ela obedeceu, sempre com fé e amor. E assim, um milagre aconteceu: o galho se transformou em uma videira que dá uvas até hoje! Por isso, acredite sempre no poder dessa doce sofredora e conte com sua intercessão para ter ajuda com suas causas impossíveis.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Um mundo onde todos possam viver em paz e prosperidade

Planeta Terra | Vatican News

Nunca haverá paz quando alguém ou, no caso atual, multidões sejam excluídas, como dizia São Paulo VI do banquete da vida.

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo Diocesano de Campos (RJ)

A mensagem do Papa Francisco, para a 108ª Jornada Mundial dos Migrantes e Refugiados, se centra na proposta de “construir o futuro com os migrantes e refugiados”. Desde o episódio de Lampedusa, o Papa tem afirmado, de uma forma profética, e corajosa, que os vulneráveis, longe de ser uma ameaça, ajudam a sociedade inteira a renovar-se, pois a chegada de estrangeiros, na sua diversidade de culturas e aprendizados, é uma fonte de enriquecimento e dilatação das nossas perspectivas e percepções.

Nunca haverá paz quando alguém ou, no caso atual, multidões sejam excluídas, como dizia São Paulo VI do banquete da vida. Torna-se necessário, repensar e recriar um novo sistema global, a partir da lógica da inclusão e da esperança, pois sem garantir paz e dignidade para todos/as teremos o triste e cruel cenário da guerra e do extermínio, pois chegamos a um ponto, sem retorno, de crise civilizatória.

Acalentar o sonho de uma humanidade, como uma família unida e reconciliada, é muito mais real e humanitário que continuar com a velha e repetida história na qual somos cada um lobo para os outros. Acolher o estrangeiro e refugiado, é receber o próprio Cristo, peregrino, faminto e perseguido, que bate à nossa porta.

Na Páscoa, celebramos uma nova Criação, um homem e mulher novos, capazes de abrir os braços para tantos irmãos que perambulam sem rumo e sem lar; para o cristão os migrantes e estrangeiros nos recordam e fazem lembrar que, na Igreja de Jesus, ninguém é estrangeiro, e que o Reino de Deus não tem fronteiras.

Que, por nossa oração e solidariedade, onde houver exclusão, floresça com generosidade a fraternidade e que todos/as possamos tornar-nos construtores do futuro, agindo em nosso presente com decisão e determinação alegre e esperançosa, testemunhando sempre a presença do Ressuscitado entre nós, através da pessoa do migrante e do refugiado. Deus seja louvado!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF