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quarta-feira, 8 de junho de 2022

Amor em família: vocação e caminho de santidade

paoline.org

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) 

Estamos chegando ao final do Ano Mundial da Família Amoris Laetitia que se conclui neste mês de junho com o X Encontro Mundial das Famílias. Um trabalho muito grande e importante para que as famílias estejam cada vez mais bem preparadas para a missão importante na sociedade.  

O Encontro Mundial do Papa com as Famílias. 

Iniciamos o X Encontro Mundial do Papa com as Famílias, que neste ano é celebrado num tempo de esperança e renascimento, por conta da pandemia do novo coronavírus, tendo o seguinte tema: Amor em família: vocação e caminho de santidade de 22 a 26 de junho de 2022.   

O evento, por desejo do Papa Francisco, acontecerá com iniciativas globais nas dioceses do mundo inteiro, parecidas às que, ao mesmo tempo, se farão em Roma. Apesar de Roma sediar o evento, cada diocese torna-se o centro de um Encontro local para as suas famílias e comunidades. Tudo isso com o intuito de permitir a todos sentirem-se protagonistas, num momento em que ainda é difícil viajar por conta da pandemia. 

O Encontro Mundial das Famílias é uma iniciativa da Igreja Católica que nasceu pela vontade de São João Paulo II, em 1994. Naquele ano, as Nações Unidas haviam declarado o “Ano Internacional da Família” e o pontífice quis celebrar também na Igreja a ocasião. O I Encontro Mundial das Famílias foi realizado em Roma nos dias 8 e 9 de outubro de 1994. Desde então, a cada três anos e em diferentes lugares do mundo, é realizado um Encontro Mundial das Famílias. 

Ao mesmo tempo em que iniciamos este encontro, estamos também concluindo o ano dedicado ao aprofundamento da Exortação Apostólica Amoris Laetitia e que teve como lema escolhido “O anúncio cristão sobre a família é verdadeiramente uma boa notícia” (AL, 1). Uma comemoração complementa a outra e caminham juntas, num mesmo e único objetivo, que é viver o amor e a misericórdia nas famílias. 

Por ocasião destes dois eventos, gostaria de dirigir-lhes algumas palavras, como o objetivo de incentivar e animar a vocação à vida de famílias cristãs no mundo de hoje.  

Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé e aos grandes valores que permeiam a vida humana, as famílias cristãs são de importância primordial. O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé e as bases de tudo o que levarão para toda a sua vida. Por isso, o Concílio Ecumênico Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de “Igreja doméstica”. É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé. 

Sabemos que muitos têm perdido o sentido de ser família, motivados seja pela sociedade ou governo, querendo mudar o modelo de família criado por Deus ou mesmo fomentando divisões na própria família, como pais que não falam com seus filhos ou vice-versa. As famílias cristãs devem ser protagonistas de união em meio a uma sociedade marcada pelas divisões e intolerâncias, cuidando para que a nossa casa seja um lar de paz, respeito e carinho; e que, sobretudo, transmita a fé! Nestes tempos de pandemia, todos fomos testemunhas de como a família tem sido refúgio e local de santificação mais efetivo da vida matrimonial e familiar. 

Sabemos que o lar é a primeira escola do mundo e da vida cristã. É uma escola de enriquecimento humano.  Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (n. 2205). 

É nas famílias que se aprende os verdadeiros valores, sejam eles morais, de fé, educação, respeito, entre outros. Se quisermos construir um futuro melhor para nosso país, essa base deve ser iniciada na família, ensinando os valores cristãos aos nossos filhos e netos e dizendo a eles a importância e a responsabilidade que é cuidar de uma família. 

Podemos perceber, ao refletir sobre tudo isto, que a vivência do amor, da justiça, da solidariedade nasce na família para depois se expandir para toda uma sociedade. Para seguir o projeto de Deus e, consequentemente, para vivermos a felicidade em plenitude, é preciso, aqui na terra, aqui neste mundo que tanto tenta destruir a família, é preciso que saibamos defendê-la, porque ela é o esteio da sociedade e é nela que podemos cultivar, desde a mais tenra infância, a fé, a esperança e a caridade, virtudes que farão deste mundo um mundo melhor e que, com toda a certeza, nos levarão à glória do Pai. 

A Igreja sempre teve em seu íntimo um carinho especial pelas famílias, tendo sempre como exemplo a Sagrada Família de Nazaré. É importante ver as famílias reunidas na Igreja, participando juntas da Eucaristia e dos Sacramentos. É de uma riqueza muito grande ver a fé sendo passada de geração a geração e em cada família deve prevalecer os ensinamentos cristãos. 

Rezemos por nossas famílias, em especial por aquelas que passam por dificuldades, sendo elas as mais variadas. Como Igreja Arquidiocesana, vivenciemos em clima de oração, de unidade e fraternidade estes dias em que estaremos mais intimamente unidos às famílias cristãs de todo o mundo. Que a Sagrada Família de Nazaré seja um exemplo para cada família e a livre de todos os males e perigos.  

O Ano Amoris Laetitia 

Em 19 de março de 2021, vivendo o Ano de São José, a Igreja comemorou 5 anos da publicação da Exortação Apostólica pós-sinodal “Amoris Laetitia” sobre a beleza e a alegria do amor familiar. Neste mesmo dia, o Papa Francisco inaugurou o Ano “Família Amoris Laetitia”, que terminará em 26 de junho de 2022, por ocasião da  conclusão do X Encontro Mundial das Famílias em Roma. 

Foram apresentados para a vivência deste ano, cinco objetivos, verdadeiros pilares nos quais devem estar fundadas as iniciativas, a saber:

Difundir o conteúdo da exortação apostólica “amoris laetitia” – Para fazer as pessoas experimentarem “que o Evangelho da família é alegria que enche o coração e a vida inteira” (AL 200). Uma família que descobre e experimenta a alegria de ter um dom e de ser um dom para a Igreja e para a sociedade, «pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo» (AL 66). E o mundo hoje precisa dessa luz!

Anunciar o sacramento do matrimônio é dádiva e tem poder transformador do amor humano – Para isso é necessário que os pastores e as famílias caminhem juntos na corresponsabilidade e complementaridade pastoral, entre as diferentes vocações na Igreja (cf. AL 203).

Tornar as famílias protagonistas da pastoral familiar – Para tanto, é necessário “um esforço evangelizador e catequético dirigido à família” (AL 200), pois uma família discípula torna-se também família missionária.

Conscientizar os jovens – Sobre a importância da formação à verdade do amor e ao dom de si, com iniciativas a eles dedicadas.

Alargar o olhar e a ação da pastoral familiar – Para que se torne transversal, de modo a incluir os cônjuges, os filhos, os jovens, os idosos e as situações de fragilidade familiar.

O Ano Família “Amoris Laetitia” foi uma iniciativa do Papa Francisco e pretendeu chegar a todas as famílias do mundo através de propostas de caráter espiritual, pastoral e cultural. Bem sabemos que a pandemia pôs em evidência o papel central da família como igreja doméstica e mostrou a importância dos laços comunitários entre as famílias. (Família de famílias, cf. AL 87). 

Este ano foi marcado pela proposta de um itinerário de um verdadeiro caminhando com as famílias, para cujo caminhar foram apresentados 12 percursos pastorais: Itinerários Catecumenais (antes e depois do matrimônio); Acompanhamento dos esposos; Educação dos filhos; A beleza e as dificuldades da vida familiar; Acompanhamento dos casais em crise; Inserir casais nas estruturas para configurar a pastoral familiar e formação de agentes, seminaristas e sacerdotes; Promover nas famílias sua natural vocação missionária; Desenvolver uma pastoral dos idosos; Envolver a pastoral juvenil; Preparação para o X Encontro Mundial das Famílias; Acompanhamento e discernimento para as famílias feridas; Grupos de aprofundamento sobre a Amoris Laetitia. 

No domingo 26 de dezembro de 2021, o Papa anunciou no Ângelus e publicou uma sua Carta aos Esposos, por ocasião do Ano Família “Amoris Laetitia”. 

Nesta Carta aos esposos do mundo inteiro, o Papa expressa com evidência sua estima e proximidade, especialmente neste período tão especial em que toda a humanidade está a viver. De fato, ele atesta que “sempre recorda das famílias em suas orações, sobretudo durante esta pandemia, que colocou todos a uma dura prova, de modo particular, os mais vulneráveis”. Este foi e continua sendo um momento de incerteza, solidão e perda de entes queridos. O amor conjugal neste tempo se fortalece e a presença na família com suas exigências, faz fortalecer os laços de comunhão. 

Como Abraão, o nosso pai na fé, (pai das três religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo) deixou a sua terra natal, também os esposos devem se colocar a caminho, na companhia de Deus, obedientes ao chamado divino ao amor conjugal e à doação pessoal. O noivado já é uma saída da própria terra, porque pretende dos noivos um caminho a dois, que culmina com o matrimônio, lugar onde Deus habita e no qual como rocha firme está firmada a futura convivência. 

O Santo Padre chamou também a atenção dos esposos relativamente aos filhos, sobretudo os mais pequeninos, aos quais eles devem dar exemplo e testemunho de um amor vivo e fiel; não é fácil a educação dos filhos. Os jovens, sempre muito observadores, percebem o amor de Cristo presente no amor de seus pais. Os filhos são um dom e mudam a história da família; têm sede de amor, confiança e segurança. Os esposos educam os filhos, mas eles também os educam. Educar é acompanhar o processo de crescimento de seus filhos, quer na esfera educacional como espiritual. 

O Papa Francisco recorda a identidade e a missão dos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, no trabalho e na família, na comunidade paroquial e diocesana, segundo seus carismas e vocações; exortando, pois, os esposos a colaborarem no âmbito eclesial, de modo particular na Pastoral da Família, na tutela das igrejas domésticas, pois a família é a célula fundamental da sociedade. 

Ao tratar da vocação matrimonial, o Papa assevera que o matrimônio tem a missão de guiar um barco instável, mas seguro, por meio dos sacramentos, em um mar, muitas vezes, revolto. Mas, assim como aconteceu com os discípulos no Mar da Galileia, o Mestre, não os abandona, Ele estava presente e as águas se acalmaram. Hoje, Jesus, não duvidemos, também está presente no barco do matrimônio, velando pelos esposos e filhos que, somente assim, poderão viver em paz, superar as desavenças e encontrar a solução de seus muitos problemas.  

A consciência da fragilidade e da impotência dos esposos encontram a âncora de sustento e soerguimento nas mãos do Senhor. Em uma tempestade, os apóstolos conseguiram reconhecer a realeza e a divindade de Jesus e aprender a confiar nele; ele não nos abandona jamais. 

À luz destas reflexões, o Papa recorda algumas situações familiares neste tempo de pandemia que acabamos de passar, mas que nos propôs situações que podem se tornar perenes: convivência, diálogo, preocupações, acolhimento, compreensão, dar as mãos, rezar juntos; expressa sua proximidade e afeto aos esposos que chegaram a uma ruptura, por desentendimentos e discussões. A eles pede para não se esquecerem do perdão, que cura todas as feridas. O amor humano é frágil e precisa do amor fiel de Jesus, com o qual construir a “casa sobre a rocha”. 

Ainda como mensagem dessa sua Carta, o Romano Pontífice se dirige, de modo especial, aos jovens que se preparam para o casamento, convidando-os a seguir o exemplo de São José, a manter sua confiança na Providência divina e a não hesitar em buscar ajuda em suas famílias, Igreja e paróquia. Dirige também uma saudação especial aos avós e idosos, que, no período de isolamento, mais sofreram por não poder ver seus netos e filhos. A família não pode prescindir dos avós, porque são a memória viva da humanidade. 

Na conclusão da sua Carta, o Santo Padre invoca a proteção de São José, e de Nossa Senhora, para que acompanhem a vida conjugal. E conclui: “Esposos, não deixem que vos roubem a alegria e a esperança, mas vivam intensamente a sua vocação matrimonial e a missão que Jesus lhes confiou, perseverando na oração e na “fração do pão”. Nesta cultura do “encontro” os esposos têm a sua missão, são chamados a dar testemunho, que creio, se funda no fato do próprio cristianismo ser a religião do encontro, o Deus uno e trino que tudo faz para se encontrar com o homem, que vem ao encontro do homem, fazendo-se um deles, em Jesus Cristo. 

 A Família e a sociedade

A família é o ambiente privilegiado onde cada pessoa aprende a dar e receber amor, lugar onde se aprende a fazer da vida dom. Por isso a Igreja manifesta constantemente a sua solicitude pastoral por este espaço fundamental para a pessoa humana, onde ela aprende a importância de fazer-se dom de si, da partilha e do viver em comunidade. Assim ensina no seu Magistério: “Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os ao Matrimônio a uma íntima comunhão de vida e amor entre eles, “de maneira que já não são dois, mas uma só carne” (Mt 19, 8)” (Compêndio do CIC, 337). 

Esta é a verdade que a Igreja proclama ao mundo sem cessar. São João Paulo II dizia que “O homem se tornou “imagem e semelhança” de Deus, não somente através da própria humanidade, mas também através da comunhão das pessoas que o homem e a mulher formam desde o princípio. Tornam-se a imagem de Deus não tanto no momento da solidão quanto no momento da comunhão” (Audiência geral de 14.11.1979). É na vivência da comunhão que testemunhamos e fazemos Deus presente no meio do mundo e nas realidades do dia a dia, sejam as mais simples, sejam as mais complexas. 

A família é uma instituição de mediação entre o indivíduo e a sociedade, é um dos primeiros instrumentos de socialização e nada a pode substituir totalmente. Ela apoia-se sobretudo numa profunda relação interpessoal entre o esposo e a esposa, sustentada pelo afeto, compreensão e doação mútuos. No sacramento do Matrimônio, ela recebe a abundante ajuda de Deus, que comporta a verdadeira vocação para a santidade. Peçamos a  Deus que os filhos contemplem mais os momentos de harmonia e afeto dos pais e não os de discórdia e distanciamento, pois o amor entre o pai e a mãe oferece aos filhos uma grande segurança e ensina-lhes a beleza do amor fiel e duradouro, sendo também a base para toda relação harmônica que hão de ter ao longo da vida. 

Não nos esqueçamos de que a família é um bem necessário para os povos, um fundamento indispensável para a sociedade e um grande tesouro dos esposos durante toda a sua vida. É um bem insubstituível para os filhos, que hão de ser fruto do amor, da doação total e generosa dos pais. Proclamar a verdade integral da família, fundada no matrimônio, como Igreja doméstica e santuário da vida é uma grande responsabilidade de todos. 

 Pai e a mãe deram-se um “sim” total diante de Deus, o qual constitui a base do sacramento que os une; do mesmo modo, para que a relação interna da família seja completa, é necessário que digam também um “sim” de aceitação aos seus filhos, aos que geraram ou adotaram e que têm a sua própria personalidade e carácter. Assim, eles irão crescendo num clima de aceitação e amor, e é de se desejar que ao alcançar uma maturidade suficiente queiram dar, por sua vez, um “sim” a quem lhes deu a vida. Num tempo marcado por divisões, exclusões e polarizações, a família torna-se mais uma vez um rico instrumento onde se ensina a acolhida e a aceitação do outro. 

Os desafios da sociedade atual, marcada pela dispersão que acontece sobretudo no ambiente das grandes cidades, fazem necessário garantir que as famílias não estejam sós. Um pequeno núcleo familiar pode encontrar obstáculos difíceis de superar se se acha isolado do resto dos seus parentes e amizades. Por isso, a Igreja tem a responsabilidade de oferecer acompanhamento, estímulo e alimento espiritual que fortaleçam a união entre as  famílias, sobretudo nas provações ou momentos críticos. Neste sentido, é muito importante o trabalho nas paróquias, assim como das diversas comunidades, chamadas a colaborar como redes de apoio e auxílio à Igreja para o crescimento da família na fé. 

Cristo sempre revelou qual é a fonte suprema da vida para todos e, portanto, também para a família: “Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13). O amor do próprio Deus foi derramado sobre nós no batismo. Portanto, as famílias são chamadas a viver essa qualidade de amor, pois o Senhor é quem se faz garante de que isso é possível para nós através do amor humano, sensível, afetuoso e misericordioso como o de Cristo. 

Junto com a transmissão da fé e do amor do Senhor, uma das maiores tarefas da família é a de formar pessoas livres e responsáveis. Por isso os pais devem ir desenvolvendo nos seus filhos a liberdade, da qual durante algum tempo são tutores. Se estes veem que seus pais e em geral os adultos que os rodeiam vivem a vida com alegria e entusiasmo, apesar das dificuldades, crescerá neles mais facilmente esse prazer imenso de viver que os ajudará a superar certamente os possíveis obstáculos e contrariedades que a vida humana trará. Ademais, quando a família não se fecha em si mesma, os filhos vão aprendendo que toda a pessoa é digna de ser amada, e que há uma fraternidade fundamental universal entre todos os seres humanos. 

O X Encontro Mundial convida-nos a refletir sobre um tema de particular importância e que encerra uma responsabilidade para nós: “Amor em família: vocação e caminho de santidade”. Expressa-o muito bem o Catecismo da Igreja Católica: “Tal como uma mãe ensina os seus filhos a falar e, dessa forma, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, ensina-nos a linguagem da fé, para nos introduzir na inteligência e na vida da fé” (n.171). 

Transmitir a fé aos filhos, com a ajuda de outras pessoas e instituições como a paróquia, a escola, movimentos e demais comunidades é uma responsabilidade que os pais não podem esquecer, descuidar ou delegar totalmente. “A família cristã é chamada Igreja doméstica porque manifesta e realiza a natureza comunitária e familiar da Igreja enquanto família de Deus. Cada membro, segundo seu próprio papel, exerce o sacerdócio baptismal, contribuindo para fazer da família uma comunidade de graça e de oração, escola de virtudes humanas e cristãs e lugar do primeiro anúncio da fé aos filhos” (Compêndio do CIC, 350). Ademais: “Os pais, enquanto participantes da paternidade divina, são os primeiros responsáveis pela educação dos seus filhos e os primeiros anunciadores da fé. Têm o dever de amar e de respeitar os seus filhos como pessoas e como filhos de Deus. Especialmente, têm a missão de educá-los na fé cristã” (Compêndio,460). 

Os fundamentos da fé são aprendidos dentro das nossas casas, onde a fé cresce e se fortalece através da oração e da prática cristã, uma fé que se aprende primeiramente por meio do testemunho. Esta é a fé da Igreja que vem do amor de Deus, por meio das famílias. Viver a integridade desta fé, na sua maravilhosa novidade, é um grande dom. 

O dom da fé dá novo ânimo para seguir anunciando o Evangelho da família, reafirmar a sua vigência e identidade apoiada no matrimônio aberto ao dom generoso da vida e onde se acompanham os filhos no seu crescimento corporal e espiritual. Deste modo, opõe-se uma busca exagerada pelo prazer muito difundida, que banaliza as relações humanas e as esvazia do seu genuíno valor e beleza. Promover os valores do matrimônio não impede de saborear plenamente a felicidade que o homem e a mulher encontram no seu amor mútuo. A fé cristã, portanto, não pretende sufocar o amor, mas fazê-lo mais são, forte e realmente livre. Para isso, o amor humano necessita se purificar e amadurecer para ser plenamente humano e princípio de uma alegria verdadeira e duradoura. 

Neste contexto, gostaria também de convidar os governantes a refletirem sobre o bem evidente que os lares em paz e harmonia garantem ao homem, à família, centro da sociedade. A família é uma escola de humanização do homem, a fim de que cresça até se fazer verdadeiramente homem. Neste sentido, a experiência de ser amado pelos pais leva os filhos a ter consciência da sua dignidade de filhos. 

Os filhos concebidos têm de ser educados na fé, amados e protegidos. Os filhos, com o fundamental direito a nascer e ser educados na fé, têm direito a um lar que tenha como modelo o de Nazaré e sejam preservados de todo o tipo de divisões e ameaças. 

Creio que seria importante referir-me agora aos nossos queridos avós, tão importantes nas famílias. Eles podem ser e muitas vezes são garantia do afeto e da ternura que todo o ser humano necessita de dar e receber. Eles dão às crianças a perspectiva do tempo, são memória e riqueza das famílias. Deus queira que, por nenhuma razão, sejam excluídos do círculo familiar. São um tesouro que não podemos arrebatar às novas gerações, sobretudo quando dão testemunho da fé diante da proximidade da morte. 

Conclusão

Caminhemos felizes e com esperança, vivendo intensamente o X Encontro Mundial das Famílias com o Papa em Roma. Cuidemos do nosso bem precioso que é a nossa família, aproveitemos o maior tempo possível para estarmos com ela. Pois, é a família que Deus nos presenteou, para cuidar e amar. O Papa Francisco reforça na Exortação Amoris Laetitia que “A presença do Senhor habita na família real e concreta, com todos os seus sofrimentos, lutas, alegrias e propósitos diários. Quando se vive em família, é difícil fingir e mentir, não podemos mostrar uma máscara. Se o amor anima esta autenticidade, o Senhor reina nela com a sua alegria e a sua paz. A espiritualidade do amor familiar é feita de milhares de gestos reais e concretos. Deus tem a sua própria habitação nesta variedade de dons e encontros que fazem maturar a comunhão. Esta dedicação une «o humano e o divino», porque está cheia do amor de Deus. Em suma, a espiritualidade matrimonial é uma espiritualidade do vínculo habitado pelo amor divino”.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O que os adolescentes realmente precisam que seus pais lhe ensinem hoje em dia?

LightField Studios | Shutterstock
Por Cerith Gardiner

O que funcionou no passado pode não ser tão aplicável hoje, mas, atualmente, faltam alguns elementos daquela educação do passado.

A sociedade vem mudando a um ritmo tão rápido, que às vezes é um pouco difícil de acompanhar! Portanto, imagine como deve ser desconcertante para os adolescentes de hoje fazer a transição para a vida adulta.

O que funcionou no passado pode não ser tão aplicável hoje, mas, atualmente, faltam alguns elementos do passado – e, é claro, alguns fundamentos que os adolescentes precisam adquirir e que podem ser adaptados à nossa sociedade moderna.

Para mim, que sou mãe de quatro – dois adolescentes e dois jovens adultos – tem sido um processo de aprendizado. Minha infância de viver em uma pacata cidade do interior sem os aparelhos mais modernos está bem distante da vida de meus filhos. Eles crescem em uma capital com tecnologia digital. Mas isso também é aprendizado – para mim e para eles.

Portanto, aqui estão algumas coisas que eu acredito que os adolescentes precisam dos pais para se tornarem grandes adultos. Se você tem algumas ideias a acrescentar, adoraríamos ouvi-las. Dei12xe-as nos comentários!

1. PAIS DEVEM SER PAIS, NÃO MELHORES AMIGOS

É cada vez mais comum que pais e filhos tenham um relacionamento um pouco confuso, com ênfase na amizade. É importante, entretanto, construir um relacionamento no qual o vínculo pai-filho seja respeitado, e os filhos conheçam seus limites. Quando há limites mais claros, é mais fácil disciplinar uma criança e ensiná-la a respeitar.

2. NÃO INCENTIVAR O CONSUMISMO

Não há dúvida de que nossa sociedade de hoje é voltada para o consumo. E quando estamos tratando nossos filhos com um pequeno presente cada vez que vamos à loja, não estamos ajudando em nada.

Essa necessidade de gratificação instantânea precisa ser transformada em paciência. Se eles querem ter uma bicicleta nova, precisam economizar dinheiro ou serem encorajados a ter um pouco de espírito empreendedor. Quando começarem a ver as recompensas de seu trabalho, seus esforços se multiplicarão, e eles terão um senso de realização.

3. TRANSFORMAR EXPECTATIVA EM GRATIDÃO

Precisamos incutir nos adolescentes a ideia de que as expectativas deles devem ser realistas. Sim, eles podem esperar que, se trabalharem duro na escola, deveerão ser recompensados com boas notas. Mas também é importante desenvolver um senso de gratidão. Se sairmos com nossos filhos, eles não devem esperar um sorvete, mas se eles ganharem um, devem se sentir gratos.

Pode parecer tão óbvio, mas muitos pais cansados caem na armadilha de se render e dar às crianças o que elas querem apenas para ter um pouco de paz e sossego. É aqui que você tem que ser forte – na verdade, mais forte do que o desejo de seu filho de tomar aquele sorvete! Será difícil. E cansativo. Mas certamente servirá a um propósito maior.

4. DESPERTAR AS BOAS MANEIRAS

As pessoas, muitas vezes, lamentam a falta de educação das crianças de hoje. No entanto, deve-se ressaltar que há muitos jovens maravilhosos que têm maneiras impecáveis, e um forte desejo de ajudar os outros.

Embora não vivamos mais em uma sociedade onde os homens tiram o chapéu quando cumprimentam alguém, ainda podemos pensar em tirar nossos óculos escuros quando paramos para conversar com os outros (mesmo que seja apenas para aquele “olá” inicial). Ainda podemos encorajar nossos filhos a ceder seus lugares para alguém mais necessitado – seja uma grávida, um idoso ou alguém com alguma deficiência. As boas maneiras começam em casa, portanto, seja um exemplo. Agradeça aos seus filhos se eles fizerem algo, mantenha a porta aberta para eles, e peça educadamente ao fazer-lhes alguma solicitação.

5. PERMITIR ERROS

Se o seu filho cometer um erro, dedique um tempo para conversar sobre o assunto. O que eles aprenderam com aquele erro? Como eles poderiam evitá-lo? Permita-lhes manter as coisas em perspectiva e eles crescerão em confiança.

6. GARANTIR SEGURANÇA

O lar de um adolescente deve ser seu refúgio seguro e um lugar de calma. Isso é especialmente verdadeiro para aqueles que vivem em grandes cidades, onde pode haver uma atmosfera de estresse e violência.

Mais do que tudo, saber que se é amado leva ao sentimento de segurança. Saber que eles podem cometer seus erros, que podem compartilhar seus sucessos e que sempre haverá alguém para apoiá-los e amá-los incondicionalmente, tudo isso vai trazer mais segurança aos adolescentes.

7. DAR O EXEMPLO DE FÉ

Com comentários depreciativos – verbais ou on-line – voltados para aqueles que seguem uma religião, às vezes é difícil se levantar e professar sua fé. Mas as crianças podem aprender com as pessoas que elas conhecem e amam.

Quer sejam membros da família, da comunidade, pessoas admiráveis na esfera pública ou os milhares de homens e mulheres santos da Igreja, há muitas grandes pessoas que mostrarão a seus filhos como levar uma vida de fé e virtude.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Santo Efrén o Sírio

S. Efrém | Templário de Maria

Hino Contra Bar Daisan

Santo Efrém da Síria (~306-373), conhecido como «A Lira do Espírito Santo», pela beleza e profundidade de suas poesias, se preocupou em refutar os erros que, pouco mais de um século antes, o doceta Bar Daisan (~154-222) havia propagado por meio de seus populares hinos, tratando de unir seus conhecimento de ocultismo com o cristianismo, e que seus seguidores, na época de Efrém, continuavam difundindo.

Há um Ser, que se conhece a Si mesmo
e se vê a Si mesmo.

Ele habita em Si mesmo
e a partir de Si mesmo se desdobra.

Glória ao seu Nome.

Este é um Ser que,
por sua própria vontade,
está em todo lugar,
é invisível e visível,
manifesto e escondido.

Ele está em cima e embaixo.
Familiar e condescendente
por sua graça entre os pequenos;
mais sublime e mais exaltado que os importantes,
como convém à sua glória.

O veloz não pode exceder sua presteza,
nem o retardatário ir além da sua paciência.

Ele está antes de tudo e depois de tudo,
em meio a tudo.

Ele é como o mar,
e toda a criação se move n'Ele.

Como as águas envolvem os pés
em todos seus movimentos,
assim o Criador está vestido com toda a criatura,
com o grande e o pequeno.

E como os pés estão escondidos na água,
assim estão escondidos em Deus
a altura e a profundidade,
o distante e o próximo,
e os seus habitantes.

E como a água se encontra com os pés
onde quer que vão,
assim Deus se encontra com todo o que caminha.

E como a água toca o peixe em cada volta que faz,
assim Deus acompanha e observa
cada homem em todos seus atos.

Os homens não podem mover a terra,
que é seu carro,
assim tampouco ninguém
se afasta do Único Justo, que é seu sócio.

O Único Bom está unido ao corpo,
e é a luz dos olhos.

Um homem não é capaz de escapar de sua alma,
pois ela está com ele.

Nem tampouco há homem escondido do Bom,
pois Ele o envolve.

Como a água envolve o peixe e este o sente,
assim também todas as naturezas sentem a Deus.

Ele se difunde no ar,
e com teu alento ingressa no mais íntimo de ti.

Ele está unido à luz,
e ingressa quando tu vês, por teus olhos.

Ele está unido ao teu espírito,
e te examina a partir de dentro, para saber quem és.

Ele habita em teu espírito,
e nada do que está no teu coração lhe é oculto.

Como a mente precede o corpo em todo lugar,
assim Ele examina tua alma antes de tu a examinares.

E como o pensamento precede em muito o ato,
assim seu pensamento conhece de antemão
o que tu planejarás.

Comparado com sua impalpabilidade,
tua alma é corpo e teu espírito carne.

Ele, que te criou,
é alma de tua alma,
espírito de teu espírito,
distinto de tudo,
e unido a tudo,
e manifesto em tudo,um grande prodígio
e um esconderijo maravilhosamente insondável.

Ele é o Ser cuja essência
nenhum homem é capaz de explicar.

Este é o Poder cuja profundidade é inexpressável.

Entre as coisas visíveis e entre as coisas ocultas,
não há nada que se compare a Ele.

Este é Aquele
que criou e formou do nada tudo o que és.

Deus disse:
- Faça-se a luz!
Uma coisa criada.
Ele fez a escuridão e se fez a noite.

Observa: uma coisa criada.
Fogo nas pedras,
água nas rochas:
o Ser os criou.

Há um Poder que os tirou do nada.

Contempla, também hoje,
o fogo não está armazenado na terra.

Olha! É continuamente criado
por meio de pederneiras.

É o Ser quem ordena sua existência
por meio d'Ele mesmo, que o sustenta.

Quando Ele quer, o acende,
quando Ele quer, o apaga,
para chamar à atenção ao obstinado.

Em uma grande alameda
se acende o fogo pela fricção de um madeiro.

A chama consome,
se move forte,
e ao final se apaga.

Se fogo e água são seres e não criaturas,
então, antes que a terra fosse,
onde estavam ocultas suas raízes?

Quem quiser destruir sua vida,
abra sua boca para falar de tudo.

Quem quiser odiar a si mesmo
e não se circunscrever a Deus
pensa ser uma grande impiedade
alguém crer em um erudito.

E se pensa que disse a última palavra,
alcançou o Paganismo.

Ó Bar Daisan,
filho do rio Daisa,
cuja mente é líquida como seu nome!

Mais sobre Santo Efrén, o Sírio, em SOPHIA.

FONTE:

VE Multimedios \ Veritatis Esplendor

Tradução: Carlos Martins Nabeto

https://www.ecclesia.org.br/

Arquidioceses espanholas querem fim do celibato, ordenação de mulheres e aceitação de uniões do mesmo sexo

Logo do Sínodo da Sinodalidade

BARCELONA, 07 jun. 22 / 03:36 pm (ACI).- Duas arquidioceses espanholas querem propor ao Sínodo sobre a Sinodalidade de 2023 a abolição do celibato sacerdotal, a ordenação de mulheres e mudança na moral sexual da Igreja. A arquidiocese de Saragoça propõe "acompanhar e acolher todos os modelos de família (cristãos divorciados recasados civilmente, homossexuais...)" e “revisar e esclarecer alguns ensinamentos sobre a moral pessoal, renovando a moral sexual e familiar, à luz dos sinais dos tempos”.

A arquidiocese de Barcelona, do arcebispo Juan José cardeal Omella Omella, atual presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), quer "uma Igreja que adapte os diferentes ministérios, abrindo a possibilidade de celibato facultativo ou a possibilidade de acesso ao sacerdócio de homens casados (como já acontece nas Igrejas do mundo oriental latino-católico)”.

O Sínodo dos Bispos, que terá como tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, será em outubro de 2023 no Vaticano.

A preparação para o Sínodo tem três etapas. A primeira, feita em nível diocesano, aconteceu entre outubro de 2021 e abril de 2022.

Uma segunda fase será "continental", e ocorrerá entre setembro de 2022 e março de 2023.

A terceira etapa, da "Igreja Universal", ocorrerá quando a secretaria geral do Sínodo enviar aos participantes da Assembleia Sinodal, que se reunirá no Vaticano em outubro de 2023, o texto do segundo Instrumentum Laboris, ou documento do Sínodo.

A arquidiocese de Baarcelona publicou a "Síntese da fase diocesana do Sínodo 2021-2023", publicada em 29 de maio de 2022.

Na seção "Perspectivas: próximos passos a que o Espírito nos convida", o documento diz que o papel "das mulheres deve ser fortalecido, avançando no reconhecimento real e efetivo da igualdade e dignidade de todos os batizados, especialmente delas, (...) e que se avance na reflexão sobre o acesso delas ao diaconato e, se possível, magisterialmente, ao presbiterado”.

Entre os grupos que participaram da fase diocesana em Barcelona está a Associação Cristã de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais da Catalunha, que se define em seu site como "um espaço de encontro ecumênico para todos os cristãos LGBT que desejam compartilhar suas experiências, viver sua fé e sua homossexualidade com naturalidade, promovendo o crescimento integral do ser humano".

Segundo o documento da arquidiocese de Barcelona, ​​​​que atende mais de 2 milhões de fiéis católicos, foram recolhidas contribuições de "cerca de 7 mil pessoas" para a preparação das propostas.

A arquidiocese de Saragoça, cuja catedral-basílica de Nossa Senhora do Pilar abriga a coluna sobre a qual a Virgem Maria, segundo a tradição, apareceu ao Apóstolo Santiago por volta do ano 40 depois de Cristo, em plena evangelização da atual Espanha, propõe “abrir o diálogo e o debate teológico sobre o acesso das mulheres aos ministérios, incluindo o diaconato e o sacerdócio”.

As propostas recolhidas em cada diocese foram enviadas à Conferência Episcopal Espanhola, que por sua vez preparará um resumo que será apresentado oficialmente no sábado, 11 de junho.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa: a Igreja na Amazônia testemunha a sinodalidade

Amazônia Legal | Vatican News

Francisco se alegra pelo compromisso "das Igrejas Particulares da Amazônia Brasileira, por meio de suas comunidades, em levar adiante as indicações da última Assembleia Sinodal, testemunhando ao mesmo tempo, pela já enraizada e bela tradição dos encontros das Igrejas Locais, a vivência da sinodalidade – como expressão de comunhão, participação e missão – à qual toda a Igreja é chamada".

Vatican News

O Papa Francisco enviou uma carta aos participantes do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal – 50 anos do Encontro de Santarém (1972 – 2022). O evento teve início nesta segunda-feira (06/06) e prossegue até o próximo dia 9, no Seminário Pio X, em Santarém (PA), com o objetivo de celebrar e recordar o Documento de Santarém que, 50 anos atrás, traçou linhas pastorais importantes para a missão da Igreja na Amazônia.

"Com o coração repleto de alegria e esperança, dirijo-me a todos os participantes do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, pois é motivo de especial alento para mim saber que sonhamos juntos “com comunidades cristãs capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazônia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazônicos”. Ao mesmo tempo, saber que esse encontro faz memória daquele ocorrido nesse mesmo local há 50 anos, é ocasião de intensa ação de graças ao Altíssimo pelos frutos da ação do Divino Espírito Santo na Igreja que está na Amazônia – durante estas últimas 5 décadas – e por quanto a mesma inspira", escreve o Papa na mensagem.

Francisco recorda que "aquele “Encontro de Santarém” propôs linhas de evangelização que marcaram a ação missionária das comunidades amazônicas e que auxiliaram na formação de uma sólida consciência eclesial. As intuições daquele encontro serviram também para iluminar as reflexões dos padres sinodais, no recente Sínodo para a região Pan-Amazônica, como recordei na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia, ao descrevê-lo como uma das “expressões privilegiadas” do caminhar da Igreja com os povos da Amazônia. De fato, nas conhecidas “linhas prioritárias”, frutos do recordado encontro, encontram-se esboçados os sonhos para a Amazônia que foram reafirmados no último sínodo".

O Papa se alegra pelo compromisso "das Igrejas Particulares da Amazônia Brasileira, por meio de suas comunidades, em levar adiante as indicações da última Assembleia Sinodal, testemunhando ao mesmo tempo, pela já enraizada e bela tradição dos encontros das Igrejas Locais, a vivência da sinodalidade – como expressão de comunhão, participação e missão – à qual toda a Igreja é chamada". Francisco recorda "com carinho e gratidão a participação intensa dos que vieram do Brasil a Roma trazendo vitalidade, força e esperança para as sessões do Sínodo de 2019".

"Sejam corajosos e audaciosos", exorta Francisco, "abrindo-se confiadamente à ação de Deus que tudo criou, nos deu a si mesmo em Jesus Cristo, e nos inspira através do Espírito a anunciar o Evangelho com novo empenho e a contemplar a beleza da criação, ainda mais exuberante nessas terras amazônicas, onde se experimenta a presença luminosa do Ressuscitado".

"Ao depositar tais votos aos pés de Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia – que jamais nos abandona nas horas escuras, envio-lhes, queridos irmãos e irmãs, de todo o coração, a Benção Apostólica, pedindo também que, por favor, continuem a rezar por mim e pela missão que o Senhor me confiou", conclui o Papa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 7 de junho de 2022

Garrafa do molho “Tabasco” fica escondida em pintura da Última Ceia por 15 anos

KATC | YouTube | Fair Use
Por J-P Mauro

Só agora o pequeno objeto chamou a atenção da maioria dos fiéis.

Um pequeno elemento inserido em uma pintura da Última Ceia está chamando a atenção numa igreja da Louisiana, EUA. A obra de arte, que retrata Cristo sentado entre seus discípulos, também apresenta uma pequena garrafa do que parece ser molho da marca “Tabasco”.

A pintura adorna a parede da igreja católica de São José há 15 anos, mas poucos notaram o pequeno objeto na cena até agora. A KATC entrevistou o Pe. Bryce Sibley, que encomendou o trabalho quando era pároco da igreja. Ele achava que as pessoas estavam cientes da garrafa de Tabasco, e ficou surpreso ao vê-la só agora nas manchetes.

“Há um humor. Jesus era bem-humorado. Há humor nas escrituras. Muitas vezes eu acho que ser engraçado é uma ótima ferramenta para a evangelização. Se as pessoas vão à igreja só para ver isso, talvez elas se sentem e tirem um tempinho para orar… Quem sabe, as pessoas podem ser trazidas de volta à igreja”, disse Pe. Sibley.

https://youtu.be/rQEDHWVz3bA

Confirmação

Nem mesmo o atual pároco, Pe. Nicholas DuPré, havia notado a garrafa de Tabasco na pintura da Última Ceia. Segundo o USA Today ele só foi procurá-la quando recebeu uma mensagem de Shane Bernard, que trabalha para a empresa a Tabasco. Bernard tinha ouvido rumores de que uma garrafa de Tabasco estava nesta pintura da Última Ceia e desejava confirmar.

O Padre DuPré disse que teve que pegar uma escada para poder ver de perto a pintura, que foi colocada perto do teto da igreja. DuPré rapidamente foi ao Facebook, onde anunciou que não havia rumores, havia, de fato, uma garrafa de molho Tabasco no quadro.

“Acho que isso nos dá um lado humano do que fazemos. Como católicos, temos uma refeição no coração da forma como adoramos a Deus. Portanto, vejo isso como um casamento belo e bem-humorado de nossa cultura católica e da cultura cajun local”, comentou o Pe. DuPré.

A resposta da Tabasco

Não demorou muito para que os fabricantes do molho mundialmente famoso reconhecessem a honra. Em agradecimento, eles enviaram ao Pe. DuPré uma grande garrafa de Tabasco. Com bom humor, o padre compartilhou a gentileza com seu rebanho nas mídias sociais.

ALETEIA

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Em parceria com TSE, CNBB assina termo de cooperação para as Eleições 2022

TSE

EM PARCERIA COM TSE, CNBB ASSINA TERMO DE COOPERAÇÃO EM PROL DO DIÁLOGO E DA PAZ NAS ELEIÇÕES 2022

Em busca do diálogo saudável e do livre trânsito de ideias e propostas dentro do processo eleitoral das Eleições 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) procura canais de diálogo com as mais diversas instituições públicas e privadas do país.

Para dar seguimento a esse objetivo, o TSE e representantes de diversas entidades religiosas, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), assinaram nesta segunda-feira, 6 de junho, acordos de cooperação para realizar ações e projetos no sentido de preservar a normalidade e o caráter pacífico do pleito de outubro.

Ministro Luiz Edson Fachin, presidente do TSE

Na ocasião, o ministro Luiz Edson Fachin, presidente do TSE, saudou a todos os presentes pela pronta disposição em colaborar de maneira “irmanar com uma causa fundamental e urgente relacionada com a preservação do clima de serenidade e de natureza não conflituosa das eleições que se aproximam, a fim de que o  rito da cidadania se possa cumprir e acatar”.

Segundo o ministro, o acordo de cooperação visa a divulgação dos ideais de respeito, de solidariedade e de harmonia social como forma de debelar a perspectiva de conflitos durante e após a vontade popular, no contexto das eleições 2022.

Ao assinar o termo de cooperação, as entidades parceiras declararam, entre outras coisas, a intenção de promover, em prédicas, debates, declarações públicas, publicações ou por qualquer outro meio, ações de conscientização relacionadas com a tolerância política, a legitimação do pensamento divergente e a consequente exclusão da violência, como aspectos indispensáveis à preservação da paz social.

Da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participou do ato de assinatura o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.

Dom Joel agradeceu o serviço prestado por todos os presentes por cumprir uma missão que é condição indispensável para a democracia. “A CNBB trazendo aqui a voz dos católicos manifesta a sua alegria e esperança em poder se unir aos irmãos e irmãs de diversas denominações religiosas e na união expressar o compromisso já vivenciado por paz e tolerância nas eleições seja nas próximas eleições ou em todas as eleições”.

Dom Joel relembrou que em vários momentos de sua história a CNBB se manifestou sobre o processo eleitoral, e que inclusive divulgou uma nota recente, em abril, em apoio às instituições da República e aos servidores públicos alertando contra a manipulação religiosa dos processos inerentes à democracia.

“Com os pés no chão firmamos o nosso compromisso pela paz em todas as instâncias, incluindo o convite que essa Casa nos fez hoje à paz nas eleições. A CNBB não enxerga esse convite como uma questão apenas pontual. Estamos sem dúvida diante de uma questão específica e desafiadora – o processo eleitoral de 2022 -, mas nós podemos com essa questão específica ratificar nosso irrenunciável compromisso por respeito mútuo e por tudo mais que está subdjacente à paz”, enfatizou dom Joel em seu discurso.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Setor de Juventude organiza peregrinação para JMJ 2023

arqbrasilia

O Setor de Juventude publicou em suas mídias sociais, na tarde do último domingo (05/6), o comunicado oficial da primeira peregrinação da Arquidiocese de Brasília para a Jornada Mundial da Juventude 2023. O embarque será no dia 24 de julho de 2023, com destino a Itália e Portugal.

Fazendo parte da comitiva, está prevista a participação do Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar, e a do Padre Silas César, coordenador do Setor de Juventude.

“Serão dias de uma experiência formidável de oração, vivência da fé, comunhão com os jovens de todo o mundo, conhecendo lugares super especiais para nossa fé na Itália e em Portugal”, segundo a organização.

Os interessados deverão entrar em contato  com o Setor Juventude pelo WhatsApp (61) 9 9248-6428 ou pelo e-mail comjuventudebrasilia@gmail.com.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Católicos recuperam a catedral de Kiev, tomada pela União Soviética

Catedral de São Nicolau, Kiev. Crédito: Konstantin
Brizhnichenko (CC BY-SA 4.0).

KIEV, 06 jun. 22 / 03:32 pm (ACI).- A catedral de São Nicolau em Kiev foi transferida oficialmente para a comunidade católica da Ucrânia em 1º de junho.

Em novembro de 2021, a Conferência Episcopal da Ucrânia informou que havia chegado a um acordo com as autoridades ucranianas para que a catedral de São Nicolau, a segunda igreja de rito latino mais antiga de Kiev, voltasse a pertencer à comunidade católica da capital ucraniana.

De templo católico a sala de concertos

A catedral de São Nicolau em Kiev foi consagrada em 1909 e serviu como local de culto até 1938, quando foi tomada pelo governo soviético. A Ucrânia era uma das 15 repúblicas que formaram União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

 Em 1980, o altar foi removido e o templo foi convertido em sala de concertos. Ante disso, os comunistas já tinham usado o templo como sede do Ministério da Administração Interna da União Soviética.

Depois da queda do regime comunista e da dissolução da URSS em 1991, o prédio da igreja passou a ser supervisionada pelo departamento de cultura do município e os católicos tinham que alugá-lo para poder celebrar a missa.

Um processo interrompido pela guerra

Dom Vitalii Kryvytskyi, bispo da diocese de Kiev-Zhitomir, Ucrânia, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que "a igreja de São Nicolau ainda não passou totalmente para as mãos da comunidade católica, pois é necessário completar algumas questões legais porque um incêndio e a eclosão da guerra tornaram este processo difícil e prolongado”.

“Em 6 de novembro de 2021, a paróquia e o Ministério da Cultura assinaram um memorando no qual o Ministério da Cultura se comprometeu a devolver a igreja à comunidade antes de 1º de junho de 2022.”

"No entanto, o princípio exato da operação não foi especificado, e a guerra arruinou todos os planos nos últimos três meses", lamentou o bispo. “Desde o início da guerra até a Semana Santa, por razões de segurança, a missa foi celebrada no porão da igreja, e a igreja superior tornou-se um centro de ajuda. Até hoje, nas naves laterais, além das atividades litúrgicas, é distribuída ajuda aos pobres e necessitados”.

No dia 1º de junho, o ministro da Cultura disse que tudo está avançando para devolver integralmente o prédio à comunidade católica.

“Nesse dia, a chave e as portas da igreja foram abençoadas, e foi decidido que a igreja permanecesse aberta o dia todo para ser um local de oração acessível a todos os crentes”, explicou o bispo.

Além disso, destacou que esse esforço e a luta dos católicos para recuperar o que era deles "já dura mais de 30 anos" e disse que "a decisão de devolver a igreja à comunidade e transformá-la de monumento arquitetônico em monumento religioso foi uma grande alegria para todos nós”.

“A igreja foi construída em 1909 e em 1938, na época da repressão soviética, passou para as mãos do Estado. Muitas pessoas que se opuseram foram perseguidas, algumas também deram a vida.

“Os esforços para devolver o edifício aos católicos duraram desde a declaração de independência da Ucrânia até hoje, quase 31 anos”, explicou.

“A paróquia tem um comitê especial de proteção composto por arquitetos leigos, advogados e estudiosos da cultura que acompanharam todo o processo de devolução do edifício à diocese quase desde o início”, disse dom Vitalii Kryvytskyi.

Segundo ele, muitos edifícios religiosos da diocese ainda estão nas mãos do Estado, “alguns deles estão muito deteriorados e em outros lugares não há mais comunidade de fiéis”.

“Seria muito caro reconstruí-los e mantê-los, por isso não estamos buscando a devolução de todos os prédios. Existem vários processos em andamento para devolver os imóveis confiscados às suas comunidades, esses casos costumam ser muito complicados”, concluiu.

"A vitória da Justiça"

O embaixador ucraniano junto da Santa Sé, Andrii Yurash, publicou uma mensagem através da rede social Twitter na qual manifestou a sua satisfação pelos avanços da comunidade católica, destacando a dificuldade do processo.

“Depois de muitos anos de discussões e inclusive de oposição, a principal igreja católica de Kiev, São Nicolau, foi devolvida ao seu proprietário histórico, a comunidade católica da capital. O bispo Vitalii Kryvytskyi, ordinário de Kiev, celebrou com os fiéis este momento essencial do triunfo da justiça", lê-se na mensagem publicada pelo embaixador.

"Muitos edifícios ainda não foram restaurados".

Falando à ACI Prensa, padre Andriy Soletskyy, secretário em Roma do arcebispo-mor de Kiev, sua beatitude Sviatoslav Shevchuk, explicou que "a igreja há muito tempo era propriedade do Estado e, portanto, a comunidade católica de rito latino estava pedindo seu retorno".

"Mesmo após a dissolução da União Soviética, quase não houve restituição de propriedade da igreja, há muitos edifícios da igreja que ainda não foram devolvidos, e esta é uma boa notícia para os católicos de Kiev", disse ele.

Promessas não cumpridas

ACI Prensa também conversou com o padre ucraniano Jurij Blazejewski, estudante de Comunicação Institucional na Universidade de Santa Croce em Roma, que lamentou que "o governo central todo ano dizia que ia entregar e todo ano atrasava”.

Ele também disse que "alguns elementos de pedra da fachada já estavam começando a desmoronar e eles também bloquearam as propostas do bispo para realizar todos os trabalhos de restauração necessários".

"No verão passado, um grande incêndio deflagrou durante a noite porque os velhos cabos dentro do órgão não eram bem cuidados e mantidos", explicou ele.

"Finalmente, a situação encontrou uma solução. Só agora o Ministério da Cultura finalmente entregou o edifício à diocese", concluiu.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF