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domingo, 12 de junho de 2022

Não leveis a humanidade à ruína

L'osservatore Romano

07 junho 2022

Um duplo apelo à paz na Ucrânia e no Iémen foi lançado pelo Papa Francisco no final do Regina caeli recitado ao meio-dia de 5 de junho, da janela do Palácio apostólico do Vaticano, com os fiéis reunidos na praça de São Pedro. Antes da oração mariana, o Pontífice comentou o Evangelho do domingo de Pentecostes. Eis a sua meditação.

Caros irmãos e irmãs
bom dia, bom domingo!

E hoje também boa festa, porque se celebra a Solenidade de Pentecostes. Celebra-se a efusão do Espírito Santo sobre os Apóstolos, que teve lugar cinquenta dias após a Páscoa. Jesus prometeu-o várias vezes. Na liturgia de hoje, o Evangelho regista uma destas promessas, quando Jesus disse aos discípulos: «O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e recordar-vos-á o que vos disse» (Jo 14, 26). Eis o que faz o Espírito: ensina e recorda o que Cristo disse. Reflitamos sobre estas duas ações, ensinar e recordar, porque é assim que Ele faz entrar o Evangelho de Jesus nos nossos corações.

Antes de tudo, o Espírito Santo ensina. Desta forma, ajuda-nos a superar um obstáculo que se apresenta na experiência da fé: o da distância. Ele ajuda-nos a superar o obstáculo da distância na experiência da fé. De facto, pode surgir a dúvida de que entre o Evangelho e a vida quotidiana exista uma grande distância: Jesus viveu há dois mil anos, foram outros tempos, outras situações, e por isso o Evangelho parece ultrapassado, parece inadequado para falar aos nossos dias com as suas necessidades e problemas. Também a nós surge esta pergunta: o que pode o Evangelho dizer na era da internet, e na época da globalização? Como pode incidir a sua palavra?

Podemos dizer que o Espírito Santo é especialista em preencher distâncias, Ele sabe como transpor distâncias; Ele ensina-nos a superá-las. É Ele que liga o ensinamento de Jesus a cada tempo e a cada pessoa. Com Ele as palavras de Cristo não são uma memória, não: as palavras de Cristo pelo poder do Espírito Santo tornam-se vivas, hoje! O Espírito torna-as vivas para nós: através da Sagrada Escritura Ele fala-nos e orienta-nos no presente. O Espírito Santo não teme o passar dos séculos; pelo contrário, Ele torna os crentes atentos aos problemas e vicissitudes do seu tempo. De facto, quando o Espírito Santo ensina, atualiza: ele mantém a fé sempre jovem. Arriscamo-nos a fazer da fé uma peça de museu: é o risco! Ele, ao contrário, põe-na ao passo com os tempos, sempre atualizada, a fé em dia: esta é a sua tarefa. Pois o Espírito Santo não se prende a épocas nem a modas passageiras, mas traz aos dias de hoje a atualidade de Jesus, ressuscitado e vivo.

E como faz isto o Espírito? Fazendo-nos recordar. Eis o segundo verbo, recordar. O que significa recordar? Recordar significa trazer de volta ao coraçãorecordar: o Espírito traz o Evangelho de volta ao nosso coração. Acontece como com os Apóstolos: eles ouviram Jesus muitas vezes, no entanto tinham-no compreendido pouco. O mesmo acontece connosco. Mas a partir do Pentecostes, com o Espírito Santo, recordam e compreendem. Acolhem as suas palavras como feitas especialmente para eles e passam de um conhecimento exterior, de um conhecimento da memória, para uma relação viva, uma relação convicta e jubilosa com o Senhor. É o Espírito que faz isto, que nos faz passar do “ouvir dizer” para um conhecimento pessoal de Jesus, que entra no coração. Assim o Espírito muda a nossa vida: Ele faz com que os pensamentos de Jesus se tornem os nossos pensamentos. E fá-lo relembrando-nos as suas palavras, trazendo-nos ao coração, hoje, as palavras de Jesus.

Irmãos e irmãs, sem o Espírito para nos recordar Jesus, a fé fica esquecida. Tantas vezes a fé torna-se uma recordação sem memória: mas a memória está viva e a memória viva é trazida pelo Espírito. E nós — perguntemo-nos — somos cristãos esquecidos? Talvez seja suficiente uma adversidade, um cansaço, uma crise para esquecer o amor de Jesus e cair na dúvida e no nosso medo? Ai de nós! Tenhamos o cuidado de não nos tornarmos cristãos esquecidos. O remédio é invocar o Espírito Santo. Façamo-lo com frequência, especialmente em momentos importantes, antes de decisões difíceis e nas situações complicadas. Peguemos o Evangelho e invoquemos o Espírito. Podemos dizer: “Vem, Espírito Santo, recorda-me Jesus, ilumina o meu coração”. É uma bela oração, esta: “Vem, Espírito Santo, recorda-me Jesus, ilumina o meu coração”. Digamo-la juntos? “Vem, Espírito Santo, recorda-me Jesus, ilumina o meu coração”. Depois, abramos o Evangelho e leiamos um pequeno trecho, lentamente. E o Espírito fará com que ele falar à nossa vida.

Que a Virgem Maria, cheia do Espírito Santo, acenda em nós o desejo de rezar a Ele e de receber a Palavra de Deus.

No final da prece mariana o Papa recordou os dramas da Ucrânia e do Iémen e a beatificação no Líbano de dois frades capuchinhos mártires. E concluiu, rezando pelas vítimas das inundações no Brasil e pelos pescadores que sofrem por causa do aumento do custo do combustível.

Estimados irmãos e irmãs!

No Pentecostes o sonho de Deus sobre a humanidade torna-se realidade; cinquenta dias após a Páscoa, povos que falam línguas diferentes encontram-se e compreendem-se. Mas agora, cem dias após o início da agressão armada contra a Ucrânia, o pesadelo da guerra, que é a negação do sonho de Deus, desceu de novo sobre a humanidade: povos em confronto, povos a matarem-se, povos que, em vez de se aproximarem, são expulsos das próprias casas. E à medida que a fúria da destruição e da morte grassa e o conflito se reacende, alimentando uma escalada cada vez mais perigosa para todos, renovo o apelo aos líderes das nações: por favor, não leveis a humanidade à ruína! Não leveis a humanidade à ruína, por favor! Que se realizem verdadeiras conversações, negociações concretas para um cessar-fogo e para uma solução sustentável. Que o clamor desesperado do povo sofredor seja ouvido — vemo-lo todos os dias nos meios de comunicação social — que a vida humana seja respeitada e que tenha fim a terrível destruição de cidades e aldeias no leste da Ucrânia. Continuemos, por favor, a rezar e a trabalhar pela paz, sem nos cansarmos.

Ontem, em Beirute, foram beatificados dois frades menores capuchinhos, Leonard Melki e Thomas George Saleh, sacerdotes e mártires, assassinados por ódio à fé na Turquia respetivamente em 1915 e 1917. Estes dois missionários libaneses, num contexto hostil, deram provas de confiança inabalável em Deus e de abnegação para com o próximo. Que o seu exemplo reforce o nosso testemunho cristão. Eram jovens, tinham menos de 35 anos. Um aplauso aos novos Beatos!

Tomei conhecimento com satisfação que a trégua no Iémen foi renovada por mais dois meses. Graças a Deus e a vós. Espero que este sinal de esperança possa ser mais um passo para pôr fim a este conflito sangrento, que gerou uma das piores crises humanitárias do nosso tempo. Por favor, não esqueçamos de pensar nas crianças do Iémen: fome, destruição, falta de escolas, falta de tudo. Pensemos nas crianças!

Gostaria de assegurar as minhas orações pelas vítimas dos deslizamentos de terra causados pelas chuvas torrenciais na região metropolitana do Recife, no Brasil.

Saúdo todos vós, romanos e peregrinos! Saúdo a Associação “Advocacia em missão”; os membros do Movimento Internacional de Reconciliação e do Movimento não violento; o grupo escoteiro francês “Saint Louis”, a Sociedade de São Vicente de Paulo e a fraternidade Evangelii gaudium. Saúdo os fiéis de Piacenza d’Adige, o Coro de Castelfidardo, os jovens de Pollone e os de Cassina de’ Pecchi — lembro-me de quando visitei estes lugares há tantos anos — os peregrinos dos Santuários Antoniani de Camposampiero e os ciclistas de Sarcedo, e saúdo também os jovens da Immacolata.

Manifesto a minha proximidade aos pescadores, pensemos nos pescadores que, devido ao aumento do custo do combustível, correm o risco de ter de cessar a sua atividade; e estendo-a a todas as categorias de trabalhadores seriamente penalizados pelas consequências do conflito na Ucrânia.

Eu rezo por vós, vós rezai por mim. Desejo a todos bom domingo. Bom almoço e até à vista!

Fonte: https://www.osservatoreromano.va/pt

Santíssima Trindade: “o Pai é o que ama, o Filho é o amado e o Espírito Santo é o amor”

Zvonimir Atletic | Shutterstock
Por Mário Scandiuzzi

Como entender e acreditar no Deus que é Uno e Trino ao mesmo tempo.

Depois das celebrações da Ascensão de Jesus e de Pentecostes, a Igreja faz memória à Santíssima Trindade. 

Nós, católicos, professamos a nossa fé, dizendo: “Creio em Deus Pai, Todo Poderoso, criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, seu único Filho (…) Creio no Espírito Santo”. 

E se rezarmos o Símbolo Niceno-constantinopolitano, diremos: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas”. 

Acreditamos em um Deus que é Uno e Trino ao mesmo tempo. É um mistério da nossa fé, um dogma, ou seja, uma verdade de fé proclamada pela Igreja. 

Nos Evangelhos encontramos passagens que nos mostram a manifestação do Pai, como no Monte Tabor (Mateus 17, 1-9). Os discípulos que acompanhavam Jesus ouviram uma voz que dizia: “Eis o meu Filho muito amado em quem pus toda minha afeição: ouvi-o”. 

E do Espírito Santo, como em Pentecostes (João 20, 19-23). Jesus pôs-se no meio dos discípulos que estavam reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”. 

A verdade sobre a Santíssima Trindade está presente desde as origens da Igreja. Na segunda carta aos Coríntios, São Paulo escreve: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!” (2Cor 13, 13). 

Para tentar explicar o mistério da Trindade Una, o Catecismo da Igreja Católica nos mostra que “não professamos três deuses, mas um só Deus em três pessoas: a Trindade consubstancial” (§253).  

No parágrafo seguinte, o Catecismo nos ensina que eles “são distintos entre si por suas relações de origem: é o Pai que gera, o Filho que é gerado, e o Espírito Santo, que procede” §254).

Para finalizar, uma explicação que eu ouvi de um padre numa aula sobre o catecismo: “o Pai é o que ama, o Filho é o amado e o Espírito Santo é o amor”. 

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Santíssima Trindade

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

SANTÍSSIMA TRINDADE

Palavra do Pastor

Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

A Santíssima Trindade

Estamos celebrando o Domingo da Santíssima Trindade. Toda oração e ação da Igreja se dirigem ao mistério da Trindade, ao mistério do nosso Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Sabemos que Deus é Trindade, pois Jesus nos revelou. Ele tinha uma relação singular com o Pai, a quem chamava Abá, Pai, (Paizinho) e era conduzido pelo Espírito. Jesus, quando se submeteu ao rito batismal de João Batista, o Espírito desceu sobre Ele e, depois, o conduziu durante todo o seu ministério. Ressuscitado, Jesus mandará sobre os apóstolos e sobre a Igreja o Espírito Santo. Jesus nos revelou que Deus é Trindade e a Igreja nascente experimentou a ação de Deus como Trindade. No Evangelho desta solenidade (Jo 16, 12-15) encontramos a ação da Trindade. Jesus, no seu discurso de despedida, afirma que o Espírito da Verdade conduzirá os apóstolos a verdade plena. Jesus mostra que é o Espírito que fará com que os discípulos penetrem no sentido mais profundo das suas Palavras, dos seus ensinamentos, e termina o trecho do Evangelho afirmando que “Tudo que o Pai possui é meu”, isto é, a sua comunhão profunda com o Pai.

A definição mais profunda que a Sagrada Escritura nos dá de Deus se encontra em 1 Jo, 4, 8. 16: “Deus é Amor”. O povo de Israel, durante todo o Antigo Testamento, tinha experimentado o amor de Deus no decorrer da sua história.  Deus o escolheu por amor, não cessou de oferecer-lhe a salvação perdoando seus pecados e infidelidades. São João, com esta definição nos mostra que o próprio ser de Deus é amor. “Ao enviar, na plenitude dos tempos, seu Filho único e o Espírito de Amor, Deus revela seu segredo mais íntimo: Ele mesmo é eternamente intercambio de Amor – Pai, Filho e Espírito Santo – e nos destinou a participar deste intercâmbio”(Catecismo da Igreja Católica 221). Bento XVI, nos ajuda a penetrar o mistério do amor trinitário: “Quando pensamos na Trindade, vem à mente, sobretudo o aspecto do mistério: são Três e são Um, um só Deus em três Pessoas. Na realidade, Deus só pode ser um mistério para nós na sua grandeza, e, todavia Ele revelou-se: podemos conhecê-lo no seu Filho, e assim conhecer também o Pai e o Espírito Santo. No entanto, a liturgia hodierna chama a nossa atenção não tanto para o mistério, mas para a realidade de amor que está contida neste primeiro e supremo mistério da nossa fé. O Pai e o Filho e o Espírito Santo são um só, porque são amor, e o amor é a força vivificadora absoluta, a unidade criada pelo amor é mais unidade do que uma unidade puramente física. O Pai doa tudo ao Filho; o Filho recebe tudo do Pai, com reconhecimento; e o Espírito Santo é como que o fruto deste amor recíproco do Pai e do Filho.” (Bento XVI, Homilia de 19 de junho de 2011).

Que celebrar a Santíssima Trindade nos ajude a sentirmos que o Pai de Jesus é também nosso Pai; a nos relacionarmos com Jesus como nosso irmão, nosso Salvador e Redentor e a nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, que habita em nossos corações e nos santifica.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Comunidade brasileira que adota pessoas com deficiência inaugura fundação na Europa

Fundador da Jesus Menino, Tonio, com Judith e Maria Luiza, em Portugal.
Foto: Comunidade Jesus Menino
Por Natalia Zimbrão

REDAÇÃO CENTRAL, 09 jun. 22 / 03:30 pm (ACI).- A Comunidade Católica Jesus Menino, que tem como carisma o cuidado de pessoas com deficiência, deu início à sua fundação na Europa no dia 26 de maio. Inicialmente, o trabalho está sendo feito com um grupo de famílias em Portugal, mas a proposta é ampliar para a acolhida a pessoas com deficiência de todo o continente.

“A importância de chegarmos à Europa é sermos sinal de que a vida está acima de tudo e Deus é o Senhor da vida. Estamos ali para ser um contraponto à cultura da morte e implantarmos a cultura da vida”, disse à ACI Digital o fundador da comunidade, Antônio Carlos Tavares de Mello, conhecido como Tonio.

A Jesus Menino é uma comunidade católica de vida consagrada que tem como carisma acolher Jesus Menino presente nas pessoas com deficiências. O fundador, Tonio, adotou e adota crianças, jovens e adultos especiais abandonados, que na sua maioria vieram de gestações de alto risco ou até mesmo de tentativas de aborto e, por isso, tiveram sequelas físicas ou mentais. A sede fica em Petrópolis (RJ) e a comunidade também tem uma casa de missão em Brasília (DF).

Tonio disse que a ligação da Jesus Menino com Portugal começou em 2013, quando “uma jovem chamada Judith”, da cidade de Vila Real, conheceu a comunidade por meio de um programa da TV Canção Nova. “Ela demonstrou um grande amor filial, sentiu que eu poderia ser o pai dela, mesmo ela tendo pai e mãe, por ter uma deficiência psicológica”, contou.

Então, “a mãe de Judith, Maria Luiza, me escreveu uma carta. Naquele ano, eu tinha uma viagem à Europa e fui à Portugal para conhecê-la”. Nessa viagem, disse Tonio, foi possível “levar a mensagem da Jesus Menino ao coração daquela família”.

Na ocsião, Tonio assistiu à missa do então bispo de Vila real, dom Amândio José Tomás, que lhe pediu que falasse às pessoas presentes. “Ali, pais de outras pessoas especiais vieram nos conhecer e nasceu o primeiro grupo da Jesus Menino em Portugal, com pessoas que têm filhos com deficiência e gostariam de ter um apoio, uma palavra para sustentar a paternidade, pois muitos pais têm a dificuldade de conviver com a deficiência dos filhos”, disse Tonio.

Segundo ele, a partir desse grupo, “nasceu o desejo de criar um grupo de aliança, que caminhou até agora entre visitas, missas, celebrações, retiros”. Até que no mês passado, conseguiram fundar a Comunidade Jesus Menino Europa. “Foram feitos os estatutos, registros nacionais e internacionais, todos dimensionados para a Europa, feitos com o acompanhamento de advogados em cartório”, contou o fundador. Segundo Tonio, o trabalho também é acompanhado por “padre Manuel Coutinho, o sacerdote delegado pelo bispo de Vila Real [dom António Augusto de Oliveira Azevedo] para acompanhar o grupo, dando o discernimento necessário para esta fundação”.

O grupo em Portugal é composto por nove famílias, com filhos com deficiências. “Esses filhos vivem com seus pais e o desejo deles é que, futuramente, quando os pais não existirem mais, a comunidade os adote e também outras crianças que tiverem no caminho de orfandade”.

Atualmente, dois consagrados da Jesus Menino estão em Portugal. “Os trabalhos realizados são de acompanhamento das famílias, dando o respaldo psicológico, espiritual, afetivo, para que percebam que têm um grande presente que é a vida de seus filhos”, disse Tonio. Segundo ele, agora, buscam também por uma casa para ser sede da comunidade em Portugal e, quando for definida essa residência, mais quatro consagrados partirão para a Europa.

“Após a fundação em Vila Real, fomos à Fátima e, por obra de Deus, apareceu uma casa bem próxima ao santuário que comportaria toda a fundação da Jesus Menino como família que adota pessoas com deficiência”, disse. Segundo ele, tudo está sendo estudado e conversado, “para ver se é a vontade de Deus”.

“Vamos fazer lá o mesmo que fazemos no Brasil, amar sem medidas, ser família, ser sinal de Deus. Sabemos que nós não iremos resolver as situações de abandono de pessoas com deficiência no mundo, mas queremos ser esse sinal”, disse Tonio. A missão está começando em Portugal, mas, “ficaremos felicíssimos de ampliar cada vez mais por toda a Europa”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Dia de Combate ao Trabalho Infantil, o Papa: eliminar este flagelo

12 de junho: Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil | Vatican News

São 160 milhões os afetados, particularmente entre os cinco e onze anos de idade. Um flagelo, lembrado por Francisco no Angelus deste domingo, 12 de junho.

Vatican News

O Papa no Angelus dominical lembrou que este 12 de junho é o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.

"Comprometamo-nos a eliminar este flagelo, para que nenhuma criança seja privada de seus direitos fundamentais e forçada ou compelida a trabalhar. A realidade das crianças exploradas para o trabalho é uma realidade dramática que nos desafia a todos."

Trabalho infantil: no mundo afeta uma em cada 10 crianças

Pela primeira vez desde 2000, o número de crianças entre cinco e onze anos de idade envolvidas no trabalho infantil aumentou. Em todo o mundo, elas são agora cerca de uma em cada dez e metade delas está engajada em trabalhos perigosos. Quase 17 milhões a mais em 2020 do que quatro anos antes, para um total, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 160 milhões. Foi o que denunciado o Unicef em um comunicado para o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, que é celebrado em 12 de junho no mundo inteiro.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 11 de junho de 2022

Santo Antônio e o milagre dos peixes

Peixes | Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

“Irmãos peixes. Os homens esquecem-se de Deus. Por isso aqui estou para vos falar”, dizia Santo Antônio aos peixes ao perceber a ingratidão dos homens para com Deus…

Aos poucos foi ficando claro que a verdadeira missão de Santo Antônio estava no púlpito; tinha eloquência, amor às almas, grande poder de persuasão e uma voz boa. Irradiava santidade; dizia-se que bastava vê-lo que os pecadores caiam de joelhos. A todos os lugares que ia as multidões acorriam para ouvi-lo; hereges cátaros se convertiam e confessavam os seus pecados. Muitas vezes as igrejas eram pequenas para conter a multidão. E ele pregava nas praças públicas e nos mercados, como era comum na época.

Mas os hereges catáros não lhe davam sossego. Premeditaram uma vingança muito cruel em Rímini, na Itália. E foi essa vingança que proporcionou um dos milagres mais famosos de Santo Antônio.

O povo atraído pelos sermões brilhantes, corria em massa à igreja para ouvir a pregação. Os “cátaros” conseguiram afugentar os fiéis da igreja. Para isso atraíram o povo ao pecado e às festas onde não se observava nenhum princípio de moral.

Frei Antônio entrou no templo. Ficou surpreso. Nem, um fiel. Aquele templo que antes costumava ficar cheio de religiosos estava completamente vazio. Uma tristeza invadiu seu semblante. Os homens esqueciam-se de Deus.

Saindo do templo, percebendo que o povo não quis ouvir a palavra divina, preferindo seguir aos hereges, resolveu pregar aos peixes. “Estou certo de que eles me ouvirão com muito mais atenção do que esses hereges”. E tristemente afastou-se em direção ao rio Marecchia, onde ele desagua no mar Adriático, que passava próximo. Olhando as águas começou a chamar:

“Irmãos peixes. Os homens esquecem-se de Deus. Por isso aqui estou para vos falar”.

Os peixes foram surgindo, pondo a cabeça fora d’água. Só isso já era um milagre. Os peixes morrem, quando ficam muito tempo com a cabeça fora d’água. Mas eles não morreram. E ficaram ouvindo atentos, em ordem. O sol colocava reflexos estranhos naquelas cabeças de brilho metálico e molhado. Os peixes olhavam e ouviam atentos. E frei Antônio pregava. Falava de Deus. Dizia da ingratidão dos homens para com Deus.

Algumas pessoas que passavam viram o prodígio e foram chamar as outras. Dentro em pouco, atrás de frei Antônio havia toda uma verdadeira multidão assustada, vendo esse milagre, frei Antônio falava aos peixes.

Compreendendo o significado grandioso desse episódio, os homens caíram de joelhos arrependidos.

Não foi por acaso que lhe chamaram de “Arca do Evangelho”…

Este foi mais um dos muitos dos prodígios realizados por Santo Antônio durante sua vida. Você pode conhecer outros no livro: Santo Antônio – Arca do Evangelho –

Retirado do livro: “Santo Antônio – Arca do Evangelho -”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Fonte: https://cleofas.com.br/

"Cebola" ou "Batata"

Dreamstime

Dom Jacinto Bergmann
Arcebispo de Pelotas (RS)

Por que a humanidade de hoje gosta mais da “cebola” do que da “batata”? A pergunta é um tanto inusitada. Mas ela acaba por colocar-nos perante nossa realidade de forma bastante profunda. Ela pode ser feita numa cozinha por uma criança que está descobrindo o mundo, mas, pode ser proferida por pensadores nas suas reflexões. 

 A nossa história humana é uma “cebola” ou uma “batata”? A cebola contém cascas ininterruptas até o seu fim. Descascou-a e nada de “algo interior”. A batata apresenta uma casca e já se chegou ao seu cerne. Descascou-a e saboreamos o “seu interior”. 

As pessoas humanas que vão na linha da “cebola”, podem ser representadas pelo filósofo existencialista, Nietzsche. Ele afirmava que “tudo é interpretação”, isto é, não há um núcleo de Ser sustentando a nossa experiência de vida. Tudo são “cascas de cebola”: modos de ver, interpretações, perspectivas. Para além disso não há mais nada. 

Os que vão na linha da “batata”, são todos os pensadores com visão cristã de humanidade. Eles defendem que, mesmo escondida por uma crosta, existe uma realidade que é substanciosa e vital. 

Como nós nos colocamos diante da “cebola” e da “batata”? A verdade é que, mesmo sabendo que a vida humana é uma “batata”, nós a vivemos, muitas vezes, como se fosse uma “cebola”. Vivemos de opiniões de verdades parciais e provisórias, de paixões imediatas; vivemos aparências e modas como se a vida humana fosse isso. Esgotamo-nos desfilando cascas e camadas sem um centro que nos dê realmente acesso ao pleno sentido. Há uma escritora contemporânea, Susan Sontag, que diz que a nossa existência humana fica como que “sequestrada” neste sem-fim de interpretações que nos distraem da viagem essencial. Não habitamos em nós próprios, levados por ideias, pontos de vista, absolutizações das circunstâncias, cascas e mais cascas. Segundo ela, o mais urgente seria apuraraprofundar e afinar os nossos sentidos mais profundos e existenciais, aprendendo a ver melhor, a sentir melhor, a escutar melhor 

Segundo estudiosos atuais do ser humano é preciso, justamente, “trabalhar” à atenção. Ela, a atenção, é o grande desafio, que outra coisa não é que, confiadamente, ver melhorsentir melhorescutar melhor o que Deus revela em nós: sermos “sua imagem e semelhança” (cf. Gn 1). 

A “cebola” só faz ver, sentir e escutar cascas. A “batata” faz ver, sentir e escutar a beleza interior, essa que o grande Santo Agostinho coloca nas suas Confissões: “Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei… Tu estavas comigo e eu não estava contigo” (Confissões X, XXVII). 

Barriga de aluguel é prática desumana, diz Francisco

Papa Francisco no Vaticano / Vatican Media

Vaticano, 10 jun. 22 / 03:37 pm (ACI).- “A dignidade do homem e da mulher também está ameaçada pela prática desumana e cada vez mais difundida da ‘barriga de aluguel’, em que as mulheres, quase sempre pobres, são exploradas, e as crianças são tratadas como mercadorias”, disse o papa Francisco hoje (10) ao receber os membros da Federação das Associações de Famílias Católicas da Europa.

Francisco também lamentou “a chaga da pornografia, que agora está se espalhando por toda parte pela Internet: ela deve ser denunciada como um ataque permanente à dignidade de homens e mulheres. Não se trata apenas de proteger as crianças – uma tarefa urgente das autoridades e de todos nós – mas também de declarar a pornografia como uma ameaça à saúde pública".

Da mesma forma, Francisco disse que “os Estados têm a tarefa de eliminar obstáculos à fertilidade das famílias e reconhecer que a família é um bem comum a ser recompensado, com consequências naturais positivas para todos”.

Francisco citou uma declaração de outubro de 2021 da federação que explicava que “ter filhos não deve ser considerado uma falta de responsabilidade para com a criação ou seus recursos naturais. O conceito de ‘impressão ecológica’ não pode ser aplicado às crianças, pois elas são um recurso indispensável para o futuro. Em vez disso, o consumismo e o individualismo devem ser abordados, olhando as famílias como o melhor exemplo de otimização de recursos”.

O papa disse que “o amor recíproco entre homem e mulher é reflexo do amor absoluto e indefectível com que Deus ama o ser humano, destinado a ser fecundo e realizado no trabalho comum de ordem e cuidado social criação".

“A família fundada no matrimônio está no centro. É a primeira célula de nossas comunidades e deve ser reconhecida como tal, em sua função generativa, única e indispensável. Não porque seja uma entidade ideal e perfeita, não porque seja um modelo ideológico, mas porque representa o lugar natural das primeiras relações e da geração: Quando a família acolhe e vai ao encontro dos outros, especialmente dos pobres e abandonados, é símbolo, testemunha e participação na maternidade da Igreja”, disse o papa.

Francisco destacou o compromisso diário da federação em favor das famílias em que prestam “um serviço duplo: vocês levam sua voz para as instituições europeias e trabalham para formar redes de famílias em toda a Europa”.

Ao mencionar que a federação europeia está comemorando 25 anos de fundação, o papa lamentou que "neste momento a Europa, e eu diria que especialmente as famílias da Europa, vivem um momento que para muitos é trágico e para todos é dramático por causa da guerra na Ucrânia”.

Por isso, o papa recordou outra declaração recente na qual dizia que “mães e pais, independentemente de sua nacionalidade, não querem guerra. A família é a escola da paz” e reconheceu que “as famílias e redes de famílias estiveram e estão na vanguarda do acolhimento de refugiados, especialmente na Lituânia, Polônia e Hungria”.

Francisco os encorajou a continuar seu serviço para responder às exigências do Evangelho “que o Senhor os abençoe e a Virgem cuide de vocês. Eu os abençoo de coração e peço que por favor rezem por mim. Obrigado!”

Fonte: https://www.acidigital.com/

Ortodoxos e católicos em Istambul para apoiar juntos o futuro do planeta

Patriarca Bartolomeu na Cúpula da Ecologia

Ontem (09) teve início a 5ª Cúpula de Halki dedicada à ecologia e às perspectivas teológicas, educacionais e ecumênicas ligadas a um tema muito caro às Igrejas Ortodoxas e Católicas. O pedido de Francisco para um compromisso comum cada vez maior e o apelo de Bartolomeu para considerar as conexões que unem a humanidade.

Adriana Masotti – Vatican News

O Patriarca Ecumênico Bartolomeu e o Papa Francisco representam uma abordagem unificada e uma voz profética sobre a relação inseparável entre a sustentabilidade do planeta e a salvação do mundo, entre a proteção ambiental e a realização da fraternidade universal. Graças a seus constantes apelos, a consciência das comunidades católicas e ortodoxas aumentou muito, dando origem a ações e reflexões comuns. Um exemplo disso é a 5ª Cúpula de Halki, que abriu ontem (09/06) em Istambul, evento organizado conjuntamente pelo Patriarcado de Constantinopla e pelo Instituto Universitário Sophia, uma expressão do Movimento dos Focolares.

A saudação e a oração do Papa Francisco

A Cúpula conta com a participação de estudantes e professores católicos e ortodoxos de todos os continentes. "Apoiando juntos o futuro do planeta", este é o título. Para a ocasião o Papa Francisco enviou uma mensagem, assinada pelo Secretário de Estado Cardeal Pietro Parolin, afirmando que está "contente por ser informado sobre a conferência". "Enquanto a nossa casa comum enfrenta os efeitos contínuos das mudanças climáticas, que ameaçam especialmente nossos irmãos e irmãs mais vulneráveis - diz a mensagem - Sua Santidade reza para que uma sempre crescente resposta ecumênica ao chamado para ser bons administradores do dom de Deus da criação, inspire muitos a se comprometerem com este fim em prol das gerações futuras".

Bartolomeu: juntos para salvaguardar o futuro

Em seu discurso o Patriarca Bartolomeu, enfatizou duas palavras do título: "futuro" e "juntos". A primeira palavra lembra o forte vínculo intergeracional inerente ao respeito ao meio ambiente em que vivemos; a segunda, a abordagem interdisciplinar imperativa a ser adotada diante da vastidão e complexidade dos problemas ecológicos. “Torna-se evidente - disse o Patriarca - que somente uma resposta cooperativa e coletiva por parte de líderes religiosos, cientistas, autoridades políticas, instituições educacionais e organizações financeiras será capaz de abordar efetivamente estas questões vitais de nosso tempo". Bartolomeu então retomou dois conceitos centrais na teologia e na espiritualidade ortodoxa: 'eucaristia', no sentido de 'ação de graças' pelo dom da criação, e 'ascese', ou seja, 'autocontrole' das paixões consumistas. O Patriarca convidou a considerar estes conceitos também como formas diferentes de falar de comunhão. “E é aqui que a visão de nosso irmão Papa Francisco - afirmou - coincide com a visão de mundo que temos proposto e promulgado há mais de trinta anos. Ambos estamos convencidos de que o que fazemos ao nosso mundo, 'fazemos ao menor de nossos irmãos e irmãs', assim como o que fazemos aos outros, fazemos ao próprio Deus".

Tudo está conectado

"Tudo está conectado", nos lembra com frequência o Papa Francisco, e o Patriarca explica esta convicção contextualizando-a: "Conexões entre nós e toda a criação de Deus, entre nossa fé e nossa ação, entre nossa teologia e nossa espiritualidade, entre o que dizemos e o que fazemos; entre ciência e religião, entre nossas convicções e toda disciplina; entre nossa comunhão sacramental e nossa consciência social; entre nossa geração e as gerações futuras, entre nossas duas Igrejas, mas também com outras Igrejas e outras comunidades de fé.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Barnabé

S. Barnabé | RCCBRASIL
11 de junho
São Barnabé

Padroeiro de Chipre

Origens – primo de São Marcos

São Barnabé foi um dos primeiros cristãos a serem mencionados nominalmente no Novo Testamento, onde seu nome aparece 29 vezes. Sabe-se que seus pais eram judeus gregos de Chipre e que seu nome original era José. Era descendente da tribo de Levi e sobrinho de Maria, mãe de João Marcos, autor do segundo Evangelho (Colossenses 4, 10). Portanto, Barnabé era primo de São Marcos. Sabemos que Marcos era discípulo de Pedro. Esta proximidade com Apóstolos e Evangelistas certamente influenciou sua vida.

Um homem bom

O Evangelista Lucas menciona Barnabé como um “homem bom”. Ele possuía uma área de terras na ilha de Chipre. Porém, depois de sua adesão total a Jesus Cristo, vendeu tudo e entregou o dinheiro aos líderes da Igreja em Jerusalém. Por causa disso, os Apóstolos lhe deram um nome novo: Barnabé. São Lucas, em Atos 4, 36, dá o significado do nome: “Filho da Consolação ou Filho da Exortação”.

Amigo de Paulo e Apóstolo

Algumas fontes dizem que Barnabé e Paulo estudaram juntos em Chipre, na escola do grande Mestre Gamaliel. Quando Paulo voltou a Jerusalém após converter-se, foi Barnabé quem o apresentou aos Apóstolos (Atos 9, 27). Um detalhe do livro dos atos dos Apóstolos 14, 14 muitas vezes passa despercebido: Barnabé é citado antes de Paulo quando a dupla é mencionada. “Barnabé e Paulo”. Ambos são denominados Apóstolos. Esse detalhe mostra a importância de Barnabé no início do cristianismo. Além disso, Barnabé é mencionado entre os setenta e dois discípulos enviados pelo próprio Jesus a pregar pela Palestina.

Profeta e Mestre

São Barnabé é citado como um dos primeiros profetas e mestres atuando na Igreja de Antioquia (Atos 13, 1). Ele foi enviado para lá por ordem dos Apóstolos de Jerusalém, a fim de supervisionar, orientar e conduzir a comunidade cristã mais próspera da região. Porém, o trabalho era tanto, que ele foi buscar seu amigo Paulo, em Tarso, para que este o ajudasse. Os dois trabalharam juntos durante um ano e meio em Antioquia (At 11, 25-26). Depois disso, foram pra Jerusalém levando uma importante ajuda financeira dos cristãos de Antioquia para os irmãos pobres de Jerusalém (At 11, 28-30)

Missionário com São Paulo na primeira viagem missionária

Depois disso, Barnabé e Paulo foram enviados em missão pela Ásia Menor. Estiveram anunciando o Evangelho em Chipre, Panfília, Licaônia e Pisídia (At 13, 14). Em Lídia, os dois passaram por uma experiência inusitada. Por causa do dom da palavra e dos milagres, começaram a ser considerados como dois deuses gregos Hermes (Paulo) e Zeus (Barnabé). Os dois tiveram muito trabalho para convencer a população que não eram “deuses”, mas simplesmente enviados em nome do Único e Verdadeiro Deus. (At 14, 12)

No Concílio de Jerusalém

Barnabé e Paulo estiveram presentes na reunião dos Apóstolos que ficou conhecida como Concílio de Jerusalém (Gálatas 2, 1 e Atos 15, 2). A decisão mais importante tomada neste Concílio, certamente por influência de Barnabé e Paulo, foi a de que os gentios, ou seja, os “não judeus”, conhecidos também como “pagãos”, poderiam abraçar a fé em Jesus Cristo e serem batizados. Assim, a fé em Cristo se espalhou pelo mundo fora do judaísmo. Foi um grandioso passo da Igreja nascente.

Separação de Paulo

Voltando a Antioquia, Paulo convidou Barnabé para empreenderem outra viagem missionária. Barnabé quis levar seu primo Marcos. Paulo, porém, não concordou. Por isso, Barnabé e Paulo se separaram e seguiram rotas geográficas diferentes. Barnabé e Marcos foram anunciar o Evangelho na ilha de Chipre, como vemos em Atos 15. Alguns estudiosos atribuem a São Barnabé a autoria da Carta aos Hebreus. Isso pode ser possível porque o conteúdo é de um bom conhecedor do judaísmo e profundo conhecedor do cristianismo. Este era o caso de São Barnabé.

Morte

Relatos indicam que São Barnabé tenha sido morto em Salamina, Chipre, por judeus. Estes não suportaram o grande sucesso que Barnabé alcançou entre os judeus, prenderam-no e depois apedrejaram-no. Marcos, seu primo evangelista, sepultou o corpo numa caverna. Séculos mais tarde, em 488, suas relíquias foram encontradas e um mosteiro foi construído em sua homenagem em Salamina. Por isso São Barnabé passou a ser venerado como Padroeiro de Chipre.

Oração a São Barnabé

Santo Apóstolo, Barnabé, que fostes eleito a levar o Evangelho a Antioquia e orientar os neófitos, tendo a cooperação de são Paulo e posteriormente de Marcos em Salamina e em tantos outros lugares, vós que fostes o primeiro bispo de Milão, que morrestes apedrejado por pagãos impiedosos, volvei o vosso olhar a nós e a todos os apóstolos da Igreja, para que servindo ao Evangelho, possam encontrar a fortaleza necessária para nunca se desanimar. Olhai para as pedras que se encontram em nosso caminho, pois elas vos apressaram vosso encontro com Deus: que as nossas nos levem à santidade também, aceitando-as nos sofrimentos, com brandura e paciência. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF