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terça-feira, 14 de junho de 2022

Julho terá 5 sextas, 5 sábados e 5 domingos: o que significa?

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Por Francisco Vêneto

Textos compartilhados em redes sociais atribuem supostos significados mágicos para o mês que vem.

As 5 sextas, os 5 sábados e os 5 domingos de julho já estão fazendo proliferar pelas redes sociais mensagens apócrifas semelhantes a esta:

“Esse ano, julho terá 5 sextas, 5 sábados e 5 domingos. Isto só acontece a cada 823 anos e significa boas mudanças”.

Repare agora em outra mensagem, também fartamente esparramada pelas redes sociais em janeiro deste ano, mas a propósito de fevereiro:

“Esse ano, fevereiro, o mês exato, terá 4 domingos, 4 segundas, 4 terças, 4 quartas, 4 quintas, 4 sextas e 4 sábados. Os 28 dias do ciclo lunar completo e com igualdade entre os dias da semana. Isso só acontece a cada 823 anos. E significa boas mudanças”.

Coitados dos números…

É frequente que muitas pessoas se impressionem com qualquer afirmação que envolva números, porque os números passam a impressão de que existe algo de “exato” ou “científico” naquilo que se está dizendo. E quando o conceito de “ciência” é tão facilmente jogado para cá ou para lá ao sabor das narrativas ideológicas, conforme se vê em nossos tempos, é ainda mais fácil que mais pessoas suponham acriticamente que estão diante de algo que mereça ser levado a sério porque há números sendo apresentados.

Números, pesquisas e mentiras

Entretanto, vale recordar a máxima: “É possível demonstrar qualquer coisa com números – de vez em quando, até a verdade”.

E, de fato, é muito comum usar números para “enfeitar” afirmações falsas, descontextualizando fatos ou forçando interpretações tendenciosas – como ocorreu inúmeras vezes com alardeadas “pesquisas” e “previsões estatísticas” que se revelaram extraordinariamente distantes da realidade. O caro leitor recorde as de sua preferência.

823 anos?

A respeito do mito da repetição de certas ocorrências a cada 823 anos, é outro boato cansativamente repetido na internet. Ele costuma voltar a circular quando qualquer mês contenha 5 sextas-feiras, 5 sábados e 5 domingos. Esse padrão, porém, acontece em quase todos os anos, como foi o caso de janeiro e outubro em 2021 e será o caso de julho de 2022 ou dezembro de 2023. Evidentemente, não transcorreram 823 anos entre janeiro e outubro do ano passado, nem transcorrerão entre o último outubro e o próximo julho.

4 x 7 = 28

No caso dos dias da semana que se repetiram exatas 4 vezes cada um ao longo do último fevereiro, isto é um fato incontestável – mas não significa nada além de pura matemática. Afinal, fevereiro sempre tem 28 dias em qualquer ano que não seja bissexto, e, dividindo 28 pelos 7 dias da semana, obviamente obteremos 4 ocorrências para cada dia. Qual é a mágica disto? Nenhuma.

Ciclo lunar completo?

Quanto à afirmação de que um “ciclo lunar completo” tenha 28 dias, como se disse nas mensagens sobre a “mágica” de fevereiro, também não há fundamentação nenhuma que a sustente. Em declarações ao portal G1, o professor Roberto Dell’Aglio, do Departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo, explica que o ciclo das fases da lua dura 29,53 dias, e não 28 dias. Ele ainda questiona:

“Quando começa um ciclo das fases? A mudança da iluminação da Lua é contínua, não existe uma bandeirinha na órbita da Lua em torno da Terra dizendo: ‘O ciclo começa aqui’”.

Portanto, ainda que o ciclo das fases da lua durasse exatos 28 dias, o que já é falso logo de partida, não haveria relação alguma entre isso e os 28 dias de fevereiro distribuídos em número igual de ocorrências.

“Boas mudanças”

Por fim, na maioria dessas mensagens, tem-se a “previsão” de que esses números todos, sejam de fevereiro, de julho ou de qualquer outro mês aleatório, significam “boas mudanças” ou, pelo contrário, “maus presságios“. Nos casos recentes, as mensagens resolveram ser generosamente otimistas, tanto em fevereiro quanto com as 5 sextas, 5 sábados e 5 domingos de julho…

Pois que venham mesmo as boas mudanças! Mas elas definitivamente não dependem da quantidade de sextas-feiras nem de quaisquer crendices em torno a números cujo suposto “significado mágico” não resiste a uma simples olhada no calendário.

Dito isso, um ótimo julho, ótimo agosto, ótimos todos os meses e ótimo resto de junho para todos nós!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Oito conselhos dos santos para amar a Eucaristia

Imagem ilustrativa / Flickr - Saint Joseph (CC-BY-NC-ND-2.0)

REDAÇÃO CENTRAL, 14 jun. 22 / 06:00 am (ACI).- A Igreja sempre destacou a presença real do Senhor no Santíssimo Sacramento e por vários séculos incentivou o amor a este grande milagre de Deus.

A seguir, oito conselhos dos santos sobre a Eucaristia:

1. Santo Tomás de Aquino

“A Eucaristia produz uma transformação progressiva no cristão. É o Sol das famílias e das Comunidades”.

2. Santo Agostinho

“Senhor, você alegra minha mente de alegria espiritual. Como é glorioso teu cálice que ultrapassa todos os prazeres provados anteriormente”.

3. São Francisco de Assis

“Quando não posso participar da Santa Missa, adoro o Corpo de Cristo com os olhos do espírito através da oração, o qual adoro quando vejo na Missa”.

4. Santo Afonso Maria de Ligório

“Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do divino sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolo na hora da morte e durante a eternidade. E seremos mais recompensados por 15 minutos de adoração na presença de Jesus Sacramentado do que em todos outros exercícios espirituais realizados durante nosso dia”.

5. São Francisco de Sales

“A oração, unida a esse sacrifício divino da Missa, tem uma força inexplicável; de modo que através deste sacrifício a alma fica cheia de favores celestiais como apoiada sobre seu Amado”.

6. Santa Maria Goretti

“A Santa Eucaristia é a perfeita expressão do amor de Jesus Cristo pelo homem, é a essência de todos os mistérios da sua vida”.

7. São Luis Maria Grignion de Montfort

“Antes da Comunhão... suplica a esta bondosa Mãe para que empreste seu coração para receber nele o seu Filho com suas mesmas disposições”.

8. Santa Teresa D’Ávila

“Depois de receberem o Senhor, sua pessoa real está diante de nós, procurem fechar os olhos do corpo e abrir os da alma e olhá-lo com o coração”. 

Fonte: https://www.acidigital.com/

A história da Ir. Alicia Torres num bairro pobre de Chicago

Alicia Torres, Franciscana da Eucaristia | Vatican News

A Irmã Alicia Torres explica a sua vocação como sendo "intimamente ligada ao Batismo e à Eucaristia" para dar apoio às pessoas que encontra e que vivem "nas situações mais adversas". O compromisso da religiosa é na escola para fazer as crianças conhecerem Jesus e também na formação de sacerdotes aptos a pregar a Eucaristia.

Bernadette Reis

Tudo começou quando Alicia Torres se matriculou na Loyola University.  Teologia e Bioética estavam no seu menu académico. Mas durante este período, Alicia também começou a passar uma parte do seu tempo a praticar a adoração eucarística.  Um tempo que se revelou precioso e que a levou a criar «uma verdadeira relação com Ele».   Não só a Eucaristia se tornou «mais verdadeira» aos seus olhos, mas sobretudo a sua fé, que até então tinha sido muito intelectual, transformou-se «numa fé do coração: este é Jesus!». Foi apenas o início: quanto mais a sua vida – e a sua participação na Missa – se tornava «real», tanto mais Alicia sentia aumentar dentro de si um progressivo e irrenunciável «convite a pertencer totalmente ao Senhor, tornando-se religiosa».

Os planos do Senhor são perfeitos

Assim uniu-se a uma nova fundação, as Franciscanas da Eucaristia de Chicago. Até hoje, Alicia ainda se pergunta de que modo o Senhor a quis conduzir a esta forma especial de vida religiosa entre Jesus sacramentado e a realidade ardente da pobreza, porque antes disso ela nunca tinha tido qualquer contacto com a realidade do serviço aos pobres. Pensou que esta nova missão fosse um desenvolvimento do seu compromisso com os movimentos pró-vida, nos quais estava envolvida desde os tempos de liceu.  Contudo, olhando hoje para trás, para os seus 13 anos de compromisso e vida nesta congregação religiosa, não pode deixar de observar com espanto que «os planos do Senhor para a minha vida são perfeitos!».

A forte ligação entre São Francisco e a Eucaristia

 A irmã Alicia, olhando para a sua vocação, explica-nos a ligação entre o carisma de São Francisco de Assis e a Eucaristia: «Muitos não conhecem a profunda graça eucarística que caraterizou a personalidade espiritual de São Francisco. Após o Quarto Concílio de Latrão, escreveu uma carta a todos os sacerdotes do mundo salientando a prática de respeito e reverência pela Eucaristia, que tinha sido recomendada pelos padres Conciliares».    Para a Irmã Alicia e as suas irmãs de hábito, a missão a favor dos pobres através do ensino e da evangelização é sustentada por uma «relação especial com Jesus Cristo na Eucaristia».  «Existe uma relação incrível e poderosa entre o Senhor e a sua presença na Eucaristia, e entre a Eucaristia e o seu povo, especialmente os mais pequeninos, os pobres e quantos sofrem».

A experiência com as crianças

A irmã Alicia vive e trabalha agora como professora de religião num subúrbio pobre de Chicago.  «A Eucaristia está no coração da minha sala de aulas, é o coração da experiência religiosa das minhas crianças». Uma experiência que testemunha como convidar as crianças para um encontro com o Senhor as leva necessariamente a acreditar e a apreciar a presença de Jesus no sacramento.  «Pedi a uma das minhas crianças, que tem alguma dificuldade de expressão, que me fizesse um desenho de Jesus dois meses após a lição sobre a Eucaristia. Ela desenhou um círculo com uma cruz no centro. Perguntei-lhe o que tinha desenhado e ela respondeu-me com naturalidade e satisfação “Deus!”».

O grupo de sacerdotes pregadores da Eucaristia (Foto concedida por USCCB)

Formar os sacerdotes a serem pregadores da Eucaristia

A missão eucarística da irmã Alicia desenvolve-se agora em escala nacional através de uma iniciativa dos Bispos dos EUA concernindo sacerdotes que pregam a Eucaristia, em preparação para o National Eucharistic Revival  que terá início a 19 de junho,  Festa de Corpus Christi, e terminará com o Congresso Eucarístico Nacional no ano seguinte.  A religiosa começou a trabalhar no comité executivo deste projeto desde o verão passado «juntamente com muitos outros maravilhosos líderes leigos católicos», sendo-lhe atribuído o papel específico de formar sacerdotes chamados a tornarem-se “pregadores eucarísticos nacionais”.   «Foi incrível – disse a irmã Alicia – ver como os presbíteros aderiram entusiasticamente a esta nova missão; e como ela contribuiu para renovar a sua vocação sacerdotal, que goza da especificidade de levar o povo à Eucaristia, e a Eucaristia ao povo. Mas também foi muito útil para mim como edificação do meu ser uma religiosa, fazendo-me compreender melhor o meu papel específico na Igreja, através de algo tão essencial como a Eucaristia». 

Junto a quem sofre com a força de Jesus

A irmã Alicia descreve a sua vocação como intimamente ligada ao Batismo e à Eucaristia, e à relação inseparável entre os dois sacramentos.  «Não posso imaginar uma vida que não seja acompanhar homens e mulheres nas circunstâncias mais difíceis da sua existência, suscitando-lhes um suspiro de esperança também nas situações mais adversas. Até neste lugar onde agora vivo, onde os tiroteios estão na ordem do dia. Mas nunca tenho medo, porque sei que fui chamada aqui pelo Senhor e que Jesus está intimamente unido a mim, e é a minha força».

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Santo Antônio de Pádua

S. Antônio de Pádua | arquisp
13 de junho

Santo Antônio de Pádua

anto Antônio de Pádua é tão conhecido por seu nome de ordenação que chamá-lo pelo nome que recebeu no batismo parece estranho: Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo. Além disso, ele era português: nasceu em 1195, em Lisboa. De família muito rica e da nobreza, ingressou muito jovem na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. Fez seus estudos filosóficos e teológicos em Coimbra e foi lá também que se ordenou sacerdote. Nesse tempo, ainda estava vivo Francisco de Assis, e os primeiros frades dirigidos por ele chegavam a Portugal, instalando ali um mosteiro.

Os franciscanos eram conhecidos por percorrer caminhos e estradas, de povoado em povoado, de cidade em cidade, vestidos com seus hábitos simples e vivendo em total pobreza. Esse trabalho já produzia mártires. No Marrocos, por exemplo, vários deles perderam a vida por causa da fé e seus corpos foram levados para Portugal, fato que impressionou muito o jovem Fernando. Empolgado com o estilo de vida e de trabalho dos franciscanos, que, diversamente dos outros frades, não viviam como eremitas, mas saiam pelo mundo pregando e evangelizando, resolveu também ir pregar no Marrocos. Entrou para a Ordem, vestiu o hábito dos franciscanos e tomou o nome de Antônio.

Entretanto seu destino não parecia ser o Marrocos. Mal chegou ao país, contraiu uma doença que o obrigou a voltar para Portugal. Aconteceu, porém, que o navio em que viajava foi envolvido por um tremendo vendaval, que empurrou a nave em direção à Itália. Antônio desembarcou na ilha da Sicília e de lá rumou para Assis, a fim de encontrar-se com seu inspirador e fundador da Ordem, Francisco. Com pouco tempo de convivência, transmitiu tanta segurança a ele que foi designado para lecionar teologia aos frades de Bolonha.

Com apenas vinte e seis anos de idade, foi eleito provincial dos franciscanos do norte da Itália. Antônio aceitou o cargo, mas não ficou nele por muito tempo. Seu desejo era pregar, e rumou pelos caminhos da Itália setentrional, praticando a caridade, catequizando o povo simples, dando assistência espiritual aos enfermos e excluídos e até mesmo organizando socialmente essas comunidades. Pregava contra as novas formas de corrupção nascidas do luxo e da avareza dos ricos e poderosos das cidades, onde se disseminaram filosofias heréticas. Ele viajou por muitas regiões da Itália e, por três anos, andou pelo Sul da França, principal foco dessas heresias.

Continuou vivendo para a pregação da palavra de Cristo até morrer, em 13 de junho de 1231, nas cercanias de Pádua, na Itália, com apenas trinta e seis anos de idade. Ali, foi sepultado numa magnífica basílica romana. Sua popularidade era tamanha que imediatamente seu sepulcro tornou-se meta de peregrinações que duram até nossos dias. São milhares os relatos de milagres e graças alcançadas rogando seu nome. Ele foi canonizado no ano seguinte ao de sua morte pelo papa Gregório IX.

Na Itália e no Brasil, por exemplo, ele é venerado por ajudar a arranjar casamentos e encontrar coisas perdidas. Há também uma forma de caridade denominada "Pão de Santo Antonio", que copia as atitudes do santo em favor dos pobres e famintos. No Brasil, ele é comemorado numa das festas mais alegres e populares, estando entre as três maiores das chamadas festas juninas. No ano de 1946, foi proclamado doutor da Igreja pelo papa Pio XII.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

O que é o Ofício de Nossa Senhora?

Imaculada Conceição | Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

O Ofício foi escrito na Itália no século XV pelo franciscano Bernardino de Bustis, e aprovado pelo papa Inocêncio XI em 1678. No Brasil foi muito propagado, sobretudo no Nordeste, por Frei Damião. Uma antiga tradição ensina que Nossa Senhora se ajoelha no céu quando alguém na terra reza este Ofício. Muitos santos rezavam este ofício todos os dias.

O Ofício pode ser realizado a cada três horas, ou pode também ser rezado de uma vez só; e pode ser cantado. É fonte de muitas graças, especialmente contra as tentações do demônio. Consta de sete partes: Matinas e Laudes (manhã e madrugada); Prima (6 horas da manhã); Terça (9 horas da manhã); Sexta (meio-dia); Noa (3 horas da tarde); Vésperas (6 horas da tarde); Completas (9 horas da noite).

Muitas pessoas, graças a Deus, também rezam diariamente este sagrado Ofício de Nossa Senhora, mas nem todos sabem o significado de cada inovação bíblica pela qual Nossa Senhora é louvada. Neste pequeno livro queremos explicar o sentido de cada uma dessas inovações. Sem dúvida este conhecimento aumentará ainda mais a devoção à Virgem Imaculada por meio desta oração.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

Inácio Maloyan

Inácio de Maloyan | arquisp
13 de junho

Beato Inácio Maloyan

Choukrallah Maloyan nasceu em Mardin, atualmente, Turquia, no dia 19 de abril de 1869, filho de pais cristãos piedosos. Desde criança, dedicava-se a oração, a caridade e a penitência. Recebeu boa formação acadêmica e religiosa, sendo fluente nas línguas árabe e turca. Descobrindo a sua inegável vocação para o sacerdócio, em 1883 o arcebispo da comunidade armênio-católica enviou-o para estudar a religião no Líbano.

Estudos que foram interrompidos por cinco anos, quando voltou para cuidar da saúde na sua cidade natal. No ano de 1901, já curado, retomou os estudos de filosofia e teologia no Líbano. Tornou-se membro do Instituto do Clero Patriarcal de Bzommar e, em 1896, recebeu a ordenação sacerdotal, tomando o nome de Inácio, a exemplo do seu santo de devoção.

Logo foi nomeado pregador dos sacerdotes e seminaristas do Convento de Bzommar e depois enviado para o apostolado no Egito. Em seguida, em Istambul, Turquia, foi eleito secretário-geral do patriarca, e agraciado com o título de arcipreste. Depois de alguns anos no Egito, regressou a Mardin, onde continuou o seu abnegado trabalho e, por isso, foi nomeado administrador dos assuntos temporais e espirituais dessa eparquia, uma vez que o bispo tinha renunciado ao posto.

Em 1911, viajou para Roma como secretário-geral do sínodo dos bispos armênio-católicos. No mesmo ano, foi nomeado bispo de Mardin, uma das eparquias armênio-católicas mais importantes.

Nessa Sede desempenhou um ministério exemplar, melhorando o nível educativo, cultural e religioso das escolas da comunidade armênia, e difundiu um espírito de grande piedade. Propagou em todas as paróquias de sua diocese o amor e a devoção ao Santíssimo Sacramento, ao Sagrado Coração e à Santíssima Virgem Maria.

O seu patriotismo não passou despercebido ao sultão do Império Otomano, que o condecorou com a Legião de Honra. Durante a guerra, os soldados turcos invadiram as igrejas, semearam o terror, aprisionaram e torturam pessoas inocentes, provocando o vigoroso protesto do bispo Maloyan, que exortava os seus sacerdotes a rezar pedindo a proteção de Deus.

Preso de maneira arbitrária quando o governo decidiu acabar com os cristãos na Turquia, foi induzido a professar a fé do islã, mas respondeu energicamente: "Nunca renegarei Cristo, nem os ensinamentos da Igreja Católica, à sombra da qual cresci e da qual, sem ser digno, fui um dos seus ardorosos discípulos", provocando a fúria dos presentes.

Torturado cruelmente na prisão, foi morto no dia 13 de junho de 1915. Porém, antes de partir para a casa do Pai, tomou algumas migalhas de pão, consagrou-as e deu-as aos seus companheiros como corpo de Cristo. O papa João Paulo II beatificou Inácio Maloyan em 2001, e indicou o dia de sua morte para a sua veneração litúrgica.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Fonte: https://arquisp.org.br/

Alguns conselhos para solteiros (que não querem ficar solteiros)

Shutterstock-Pressmaster
Por Mathilde de Robien

Muitas vezes, basta uma ideia ou um pequeno truque: aqui estão algumas dicas práticas, psicológicas e espirituais para colocar as suas cartas na mesa e preparar-se para o "grande encontro".

“Sou responsável pelo que não fui”, disse Bernanos no seu leito de morte. Uma frase dura e exigente, que confronta a pessoa com a sua responsabilidade perante sua própria vida.

Uma ideia que pode chocar muitos solteiros e solteiras, que sofrem por não ter encontrado o amor, uma vez que por vezes o desejaram ardentemente. Como se alguém tivesse qualquer poder sobre a vida amorosa!

Se o juízo de Bernanos permanece duro de vários pontos de vista, também abre um caminho: se não se é inteiramente responsável por se ser solteiro, é, no entanto, responsável por abrir-se aos outros, por procurar amizade, partilha, amor. Um grande desafio, para o qual a Aleteia gostaria de oferecer algumas ideias.

1. Estar em paz consigo mesmo

É difícil pensar num “nós” se o “eu” não estiver em paz. Imaginar um caso de amor duradouro pressupõe, a priori, que se esteja em paz e em verdade consigo mesmo. Como diz o Padre Nicolas Rousselot, jesuíta e capelão da École Polytechnique: “não se pode encontrar alguém”, sublinha, “se não se está em paz com a própria pessoa, a própria história, o próprio passado”. Isto pressupõe que se faça ou tenha feito algum trabalho sobre si próprio: que se fale, perdoe e/ou peça perdão.

Estar em paz consigo próprio também significa saber habitar a solidão. A solidão, assumida, permite que um se abra ao verdadeiro amor, aquele em que o outro não é nem um objeto nem uma muleta. Uma relação amorosa é distorcida se for baseada na fuga da solidão. O Padre Denis Sonet advertiu contra a necessidade de estar com alguém por medo de estar sozinho. Um casal adulto, disse ele, reúne dois seres que poderiam muito bem viver sozinhos, mas que estariam pobres por não partilhar a sua riqueza. “Se eu fujo da minha solidão”, resumiu o Padre Nicolas Rousselot, “é porque não posso habitar a minha pessoa, a minha história”. E até o fazer, o encontro não vai acontecer”.

2. Oferecer meios para o encontro

Não se encontra ninguém apenas sentado numa poltrona. Àqueles que afirmam deixá-lo à ‘Providência’ para lhes encontrar um marido ou mulher, o Padre Pascal Die, médico e doutor em filosofia e teologia, responde:

Cuidado com as desculpas espiritualistas, tais como ‘Deus encontrará um marido/mulher para mim’. Se estivesse desempregado, o que faria? Procuraria ativamente por um emprego. O abandono à Providência não é um abandono das responsabilidades de cada um.

E depois cita a Didache, um texto cristão do primeiro século:

O que se pode, faz-se. O que não se pode, confia-se à misericórdia de Deus.

Agora, criar oportunidades de namoro está definitivamente ao alcance de toda pessoa. É preciso aceitar convites, participar de passeios e eventos entre solteiros, estar aberto a amigos de amigos para conhecer novas pessoas.

O mesmo vale para fazer uma visita guiada a grupos da igreja, mesmo que a ideia nunca lhe tivesse passado pela cabeça, ou ir ao casamento daquele amigo, mesmo que não a tenha visto durante anos e anos.

Talvez seja o momento de se inscrever em algum grupo para praticar algum esporte, de se tornar voluntário em alguma associação, ou de ir a reuniões de solteiros. A noção de um grupo é importante.

Para o padre Nicolas Rousselot, não se deve ir diretamente para uma relação exclusiva mas, pelo contrário, conhecer-se dentro de um grupo é uma coisa boa:

No frente a frente modifico a minha forma de ser para me conformar com o que o outro espera de mim. Num grupo controlamo-nos menos, há mais liberdade, tudo é mais natural, e estamos mais próximos da verdade de nós próprios.

Fazer algo em comum é a melhor forma de aumentar a probabilidade de encontrar alguém. Numa caminhada, numa peregrinação, ou durante o trabalho voluntário, faz-se algo juntos, e é “nesses momentos que se vê o rosto mais belo da outra pessoa – a pessoa emerge”, explica o capelão.

3. Correr riscos

Feridos por fracassos amorosos anteriores, alguns têm medo de se comprometer de novo. Medo de voltar a sofrer, de ficar desapontado, de sair da zona de conforto e de ir para o desconhecido. Medos legítimos, mas que minam a liberdade ou, por outro lado, dão uma ideia falsa da mesma.

Uma relação amorosa pressupõe um compromisso, e todo o compromisso é uma assunção de risco. Padre Pierre-Marie Castaignos, da congregação dos Servos de Jesus e Maria na Abadia de Ourscamp, especialista em preparação matrimonial, aponta para a grande tentação da pessoa solteira: manter aberto o leque ‘in(de)finito’ de possibilidades.

Sem compromisso, todas as estradas permanecem abertas. Mas como superar o medo do compromisso? Uma das chaves está na confiança – diz ele: estar convencido de que se está empenhando para alcançar algo importante.

Correr riscos significa também ousar dar o primeiro passo, para revelar os seus sentimentos. O Padre Castaignos convida-nos a deixarmo-nos surpreender pelo desconhecido, pela diferença, para nos libertarmos das expectativas dos pais, que por vezes são tão pesadas que paralisam qualquer impulso. Em todos os campos, a tendência atual é para minimizar os riscos: “Ao minimizar os riscos, porém,” salienta o frade Ourscamp, “também se minimizam as possibilidades de encontro”.

4. Vencer os medos e aprender a comunicar

Uma coisa é assistir a uma reunião de solteiros/solteiras, outra é saber como estabelecer uma relação. Seria uma pena deixar escapar o homem/mulher da sua vida pela simples razão de não se atrever a falar com ele/ela! Saber ouvir é certamente louvável, mas também é desejável – para comunicar com a outra pessoa – que se saiba falar, que se saiba confiar, que se dê um pouco de si mesmo. O Padre Denis Sonet, um grande especialista em aconselhamento de casais, escreveu:

É impossível permanecer à frente de alguém que não oferece nada de si próprio. O seu interlocutor chega a esta observação invariável: “Mas fale de si… Afinal, não te conheço! Eu não sei nada sobre a tua vida”.

Pode ser timidez, mas é frequentemente o medo de decepção ou de revelar os próprios sentimentos pessoais. No entanto, assegura o padre, “a partilha sincera de sentimentos, positivos e negativos, pode fazer vibrar os corações”.

Uma atitude que supõe a superação corajosa dos medos:

Talvez julgado, criticado, mal compreendido”, analisa o escritor e franciscano Michel Hubaut, “apanhado pelo medo de que a outra pessoa perceba uma imagem desagradável de mim, no medo de ser questionado, de ter de mudar, de ser dominado, manipulado, seduzido e abandonado… Aqui, aqueles que não superarem estes medos nunca se comunicarão.

As palavras são extremamente importantes, ainda que no estilo de vida atual se avance rapidamente para relações íntimas, adverte o Padre Rousselot. A relação, na sua necessidade de discurso, de projeto, vem em primeiro lugar. “Se se põe o prazer antes da relação, ela não dura”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Israel: Patriarcado greco-ortodoxo perde recurso sobre imóveis adquiridos por organização judaica

Hotel Petra, proximidade da Porta de Jaffa, na Cidade Velha de
Jerusalém (Photo by Hazem Bader)  (AFP or licensors)

Dois dos três prédios em questão, o Hotel Petra e o Hotel Imperial, localizam-se perto da Porta de Jaffa, considerada a entrada mais direta de acesso ao bairro cristão da Cidade Velha de Jerusalém. A terceira propriedade, também localizada no bairro cristão, é conhecida como "Muzamiya House". O controle das propriedades da Igreja em Jerusalém por colonos judeus é visto pelos cristãos na Terra Santa como uma ameaça ao status quo e uma "tentativa sistemática" de minar a integridade da Cidade Santa.

O Supremo Tribunal de Israel pôs um fim definitivo às longas batalhas judiciais travadas pelo Patriarcado greco-ortodoxo de Jerusalém para anular a aquisição, pela organização judaica radical Ateret Cohanim, de três prestigiados imóveis localizados na Cidade Velha de Jerusalém, outrora pertencentes ao Patriarcado.

O relevante pronunciamento do supremo órgão judiciário israelense, ocorrido na quarta-feira, 8 de junho, confirmou a sentença anteriormente pronunciada por um tribunal de primeira instância, que já havia decidido sobre a inconsistência das provas e argumentos jurídicos baseados na ação judicial movida pelo Patriarcado greco-ortodoxo.

Os juízes Daphne Barak Erez, David Mintz e Shaul Shohat - informa a mídia israelense - afirmaram não ter encontrado "nenhum erro" na sentença anterior proferida pelo Tribunal Distrital de Jerusalém, que em 2020 rejeitou um pedido do Patriarcado greco-ortodoxo para reabrir o caso, com base em novas provas que atestam - na opinião dos delegados do Patriarcado -, o "comportamento criminoso, que inclui extorsão e fraude" praticados pela Ateret Cohanim, com o objetivo de se apossar das propriedades em disputa.

A organização Ateret Cohanim esteve repetidamente envolvida em controversas aquisições de imóveis registradas nas últimas décadas em Jerusalém Oriental, particularmente no bairro cristão da Cidade Velha. "Estamos falando – declarou à agências internacionais Asaad Mazawi, advogado do Patriarcado greco-ortodoxo - de um grupo de extremistas que quer roubar propriedades das Igrejas, quer mudar o caráter da Cidade Velha e querem invadir áreas cristãs".

Em comunicado divulgado após a decisão da Suprema Corte, o Patriarcado greco-ortodoxo de Jerusalém confirmou sua intenção de continuar apoiando os funcionários palestinos que ainda estão dentro dos prédios em disputa, lembrando a urgência de se opor à "política racista" e à agenda de extrema direita em Israel."

De acordo com relatos da mídia israelense, a Ateret Cohanim está se preparando para despejar os inquilinos nas propriedades disputadas.

Dois dos três prédios em questão, o Hotel Petra e o Hotel Imperial, localizam-se perto da Porta de Jaffa, considerada a entrada mais direta de acesso ao bairro cristão da Cidade Velha de Jerusalém. A terceira propriedade, também localizada no bairro cristão, é conhecida como "Muzamiya House".

A venda dos três imóveis ocorreu em 2004, e a notícia da venda provocou protestos e descontentamento na comunidade cristã greco-ortodoxa, culminando com a deposição do Patriarca Irineu I pelo Santo Sínodo, sob a acusação de alienação indevida de bens pertencentes ao Patriarcado.

Em agosto de 2017, o Tribunal Distrital de Jerusalém já havia rejeitado as iniciativas legais com as quais o Patriarcado greco-ortodoxo pretendia que fosse reconhecidas como “ilegais” e “não autorizadas” as aquisições dos três imóveis em litígio pelo Ateret Cohanim.

Depois da sentença, os Patriarcas e os Chefes das Igrejas de Jerusalém haviam assinado um documento conjunto no qual denunciavam a "tentativa sistemática de minar a integridade da Cidade Santa" e "de enfraquecer a presença cristã na Terra Santa". Um projeto que, na opinião dos Chefes das Igrejas de Jerusalém, também se manifestou nas "violações do Status Quo" dos Lugares Santos.

No documento conjunto, também assinado por Teófilo III, Patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém, e pelo arcebispo Pierbattista Pizzaballa, então administrador apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, expressava-se a firme oposição a "qualquer ação" implementada por "qualquer autoridade ou grupo” que tenha por objetivo violar e minar “leis, acordos e regulamentos que regem nossa vida há séculos”.

O Patriarcado ortodoxo de Jerusalém recorreu da decisão de 2017 junto ao Supremo Tribunal de Israel, que em 10 de junho de 2019 confirmou a regularidade da transferência de propriedade dos imóveis, legitimamente adquiridos por intermediários estrangeiros agindo em nome da Ateret Cohanim.

Depois, em dezembro de 2019, o litígio foi reaberto depois que um juiz do Tribunal Distrital de Jerusalém questionou a decisão anterior da Suprema Corte, abrindo efetivamente a possibilidade de iniciar um novo julgamento sobre a questão controversa.

Agora, esta nova decisão da Suprema Corte de Israel parece marcar o fim definitivo do cabo de guerra em torno dos prédios disputados na Cidade Velha de Jerusalém.

*Com Agência Fides

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

OS SANTOS JUNINOS

diocesesa.org.br

OS SANTOS JUNINOS

O mês de junho é considerado o mês mais festivo do calendário dos santos. No nosso país, o mês de junho é um tempo feliz de vivência da piedade popular e de valorização de alguns elementos culturais do nosso povo. Tempo de quermesses, tríduos, novenas, trezenas e procissões que revelam a nossa fé, amizade e devoção a Santo Antônio, São João Batista e São Pedro, que são considerados os santos mais populares da Igreja Católica.

O mês de junho é também um tempo de resgate da cultura nordestina com suas comidas típicas, danças e cantos. Tempo de dançar quadrilha, ouvir música com sanfona e viola e de degustar canjica, pamonha, mingau de milho, pé de moleque, pipoca e batata doce. Tempo de demonstrar que, na vivência cotidiana da fé, o fiel cristão é alguém que comunica a alegria do Evangelho, valorizando suas raízes e os laços que evidenciam a pertença a um povo, a uma comunidade.         

Nos trinta dias que compõem o mês de junho, a nossa Mãe Igreja nos convida a aprofundar os nossos conhecimentos sobre a vida e a missão de Santo Antônio, São João Batista e São Pedro, a fim de que possamos celebrar suas festas com renovada alegria nos dias 13, 24 e 29 de junho, professando a certeza de que “o santo é um intercessor, alguém que reza por nós; nós rezamos a ele, e ele ora por nós, e o Senhor concede-nos a graça: o Senhor age através do santo.” (Papa Francisco)

Com seus ensinamentos, fidelidade e dedicação a Cristo, Santo Antônio, São João Batista e São Pedro nos recordam que a santidade é um caminho possível a todas as pessoas que procuram, entre sombras e luzes, quedas e avanços, dificuldades e acolhimento, permanecer em plena sintonia com o nosso Redentor e, por isso, celebrar a vida dos santos é fazer memória das maravilhas que Jesus operou em suas vidas.

No dia 13 de junho, nós celebramos a Memória de Santo Antônio, o padroeiro dos pobres, das mulheres grávidas e dos casais. Ele nasceu em Lisboa, Portugal, com o nome de Fernando, no dia 15 de agosto de 1191, e entrou para um convento de Ordem Agostiniana aos quinze anos. Aos 25 anos, em plena juventude, ele foi ordenado sacerdote. Logo após, ele entrou para a Ordem Franciscana, trocou o seu nome para Antônio e partiu para o Marrocos.

Chegando lá, ficou doente e, por isso, com o intuito de cuidar da saúde, ele foi à Itália, onde conheceu São Francisco de Assis e passou a fazer pregações em Pádua. Ali, em sintonia com Deus, ele pregou aos peixes e restaurou o pé amputado de um jovem. Pela sua fama de santidade, Santo Antônio foi beatificado e canonizado pelo Papa Gregório IX, apenas onze meses após o seu falecimento, que ocorreu no dia 13 de junho de 1231.

No dia 24 de junho, nós celebramos a Solenidade da Natividade de São João Batista que é, excepcionalmente, o único santo a quem a Igreja dedica duas de suas festas: o nascimento e o martírio. Esse fato singular já é suficiente para despertar nossa atenção acerca desse profeta que, por meio de sua voz, anunciava um reino iminente, renovando a promessa feita por Deus aos patriarcas do Antigo Testamento.

Ele é filho de Zacarias e de Isabel e nasceu quando os pais já estavam em idade avançada. Ele é o precursor do Messias que andava pelo deserto anunciando um batismo de arrependimento e de conversão.

Pelos relatos do Evangelho, nós adquirimos a consciência de que João Batista foi o profeta que preparou, com coragem, fortaleza e humildade, o caminho para o início da vida pública de Cristo; o último entre todos os profetas que anunciaram a vinda do Messias esperado e, por isso, ele é chamado de arauto do Messias, o profeta de um reino eminente que já está em nosso meio.

São João Batista viveu integralmente a sua vocação, pois sabia que devia “preparar o caminho do Senhor, aplainar as suas veredas”. Ele não se deixou levar pelos erros ou pelas imperfeições. Basta perceber que, quando diante de Herodes, todos se deixavam influenciar pelos respeitos humanos, ele, sem hesitar, denunciava: “Herodes, não te é lícito ficar com Herodíades, mulher de teu irmão.” (Mc 6,18)

São João Batista é, indubitavelmente, um exemplo de amor e de fidelidade ao Cristo, pois ele cumpriu plenamente sua vocação profética. E por meio de um gesto de carinho, o próprio Cristo demonstrou o Seu agradecimento, deixando-se batizar por João e tecendo-lhe um belo elogio: “Dentre os nascidos de mulher, não há ninguém maior do que João”. (Lc 7,28). Deus elogiou São João Batista e manifestou a importância desse profeta, pois um elogio divino é sempre grandioso. Cabe, então, a nós nos esforçarmos para conhecer melhor a pessoa e os ensinamentos de São João Batista.

No dia 29 de junho, nós comemoramos a Solenidade de São Pedro, o Padroeiro dos Papas e dos pescadores. No Brasil, visando uma maior participação do povo de Deus, essa solenidade é sempre transferida para o domingo seguinte.

Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Ele exercia a profissão de pescador, antes de ser chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu o Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro. Ele foi o Apóstolo que Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro Papa da Igreja, guiando e sustentando a primeira comunidade cristã. A ele Cristo disse: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e Eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mt 16, 17-19)

Durante as perseguições que foram empreendidas contra os cristãos na Roma antiga, Pedro sofreu a prisão por testemunhar Jesus e a força do Evangelho. Pela sua fidelidade, doação e identificação com o nosso Redentor, Pedro selou o seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado sob o imperador Nero, no ano de 67 d.C. Ele foi crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo. Ele escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.

Aproveitamos todos os dias desse mês de junho para crescermos em união a Cristo, motivados pelos exemplos desses santos que nos ensinam a corresponder ao amor de Deus por meio da obediência da fé. Quando as dificuldades na vida matrimonial e a santificação das realidades do lar se tornarem demasiadamente pesadas, recorramos à intercessão de Santo Antônio. Onde a perseguição e a indiferença tentarem impedir que o Evangelho seja proclamado, peçamos a São João Batista a fortaleza necessária para suportamos as cruzes cotidianas com renovada santidade. Onde percebermos que os ensinamentos do Papa estão sendo vilipendiados, recorramos a São Pedro, a fim de que possamos vencer o mal com a generosidade do amor. Enfim, a cada novo dia do mês de junho, vamos juntos com os santos juninos professar a alegria, o entusiasmo, o bom humor e a clareza da fé que são características inerentes aos fiéis cristãos que se deixam transformar pela presença de Cristo em suas vidas.

Aloísio Parreiras  

(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

domingo, 12 de junho de 2022

A doutrina social da Igreja e os populismos: um tema do qual não podemos escapar

Shutterstock | David Peinado Romero
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

A estratégia populista, com a vinculação direta da massa de eleitores a um líder que promete resolver os problemas gerados pelo fracasso do sistema democrático, pode ser utilizada tanto pela esquerda quanto pela direita.

O Observatório Socioantropológico Pastoral do CELAM acaba de publicar Democracia y neopopulismos: alternativas para superar la polarización en América Latina. Não se trata de um texto da própria Conferência Episcopal, mas sim de um documento de trabalho para ajudar a reflexão dos bispos e de toda a comunidade católica.

Salta aos olhos a pergunta: por que a Igreja deve se preocupar com um tema tão claramente político, tão problematicamente partidário? A doutrina social católica deixa claro que o amor cristão é muito concreto e nos impele a colaborar na construção do bem comum, que é a razão de ser da política. Nesse caminho, sem envolver-se com opções partidárias, a Igreja reconhece que a democracia é o sistema de governo que mais colabora com o bem comum. Sendo assim, vê com suspeita as tendências populistas que parecem pôr em risco nossas democracias.

O que é populismo?

O termo “populista” é muito aplicado, em sentido pejorativo, aos adversários, nunca aos aliados. Dos cinco presidentes brasileiros eleitos diretamente depois do regime militar, apenas Fernando Henrique Cardoso não foi criticado por seus adversários como “populista”. Lula e Bolsonaro foram os mais associados ao populismo, mas a crítica também foi aplicada a Collor e Dilma.

O populismo é uma estratégia de chegada ao poder em regimes democráticos. Caracteriza-se pela canalização, por parte de um líder social, da insatisfação e do ressentimento dos pobres e/ou da classe média contra as elites políticas e econômicas. É tão mais eficiente quanto maior o desencanto e a frustração com o desempenho dos políticos, geralmente tidos como interesseiros e corruptos, e a fragilidade da máquina pública em garantir a justiça e o bem-estar da população.

Democracia implica em controle social – e nossa democracia brasileira é fraca. A maioria dos eleitores não acompanha o desempenho dos políticos eleitos e os candidatos mais votados são frequentemente personalidades midiáticas, sem um histórico de engajamento social, ou lideranças comprometidas com esquemas de poder tradicionais. A ineficácia da justiça, quando se trata de condenar e punir corruptos, demonstra a força dos esquemas corporativistas, consolidados no próprio arcabouço legal, que em nome da defesa do indivíduo contra as arbitrariedades do Estado frequentemente criam condições para acobertar a corrupção. Apesar da insistência das mídias e até da justiça eleitoral, a maioria dos partidos continuam fragmentados, organizados numa perspectiva corporativista e não programática – e estão entre as instâncias consideradas menos confiáveis pela população. Nas eleições atuais, esse desencanto com os políticos e partidos se evidencia na dificuldade da chamada “terceira via”, que é, mais do que um caminho intermediário entre extremismos de esquerda e direita, a defesa das elites políticas institucionalizadas frente às lideranças personalistas de Lula e Bolsonaro.

Uma ameaça à construção democrática

A estratégia populista, com a vinculação direta da massa de eleitores a um líder que promete resolver os problemas gerados pelo fracasso do sistema democrático, pode ser utilizada tanto pela esquerda quanto pela direita. O lado perdedor é sempre a própria democracia, pois sua convicção de fundo é autoritária. O populismo atrela a mudança a uma determinada liderança pessoal, inibe o fortalecimento político das várias instâncias da sociedade organizada (tidas como ameaças a quem está no poder). Além disso, o governante populista, tendo se viabilizado sem o necessário suporte institucional e com uma base social forte, mas pouco articulada, termina enredado no corporativismo e no clientelismo das elites políticas tradicionais, repetindo esquemas fisiológicos que não consideram o bem comum.

O populismo pressupõe a lógica do “nós contra eles”, de certa forma inevitável em sua estrutura discursiva, dificultando a construção de consensos necessários à organização da sociedade, ao desenvolvimento social e econômico. Ao culpabilizar o outro por todos os problemas sociais e econômicos, inibe a reflexão crítica e a construção do realmente novo. Implica numa adesão acrítica ao discurso do líder e/ou de seu grupo, associando-se à disseminação de notícias falsas e à deturpação da realidade.

Menos evidente é o perigo que o populismo representa para os próprios valores que pretende defender. Numa sociedade livre e plural, o convencimento é muito mais convincente que a mera imposição. O controle dos meios de comunicação ou da máquina estatal só é realmente eficiente quando articulado com um discurso capaz de convencer a população, em particular os jovens. O populismo, porém, uma vez no poder, imagina que o simples controle social pode garantir os valores que defende. Com isso, no plano cultural, permite a erosão gradual desses valores e inibe a busca construtiva de novos caminhos.

A superação do populismo na doutrina social da Igreja

O termo “populismo” era pouco presente na doutrina social da Igreja até recentemente. Contudo, a valorização das organizações sociais (ou dos “corpos intermédios”, nos termos usados até a publicação do Compêndio de Doutrina Social da Igreja, CDSI 356-357), a insistência na participação (CDSI 189ss) e a ênfase da sociedade organizada como contrapeso ao poder tanto do Estado quanto dos mercados (Caritas in veritate, CV 38) indicam claramente uma desconfiança em relação ao populismo.

Com um bom senso tipicamente católico, Francisco, na Fratelli tutti observa que líderes populares que conseguem transformar as estruturas injustas são um bem para a sociedade (FT 169). Contudo, podem se revelar muitas vezes como demagogos que enganam o povo, ao invés de servirem ao bem comum (FT 156-162). Ideólogos de direita tendem a ver demagogia populista em qualquer tentativa de aumentar a participação popular e melhorar a distribuição de renda da população. Ideólogos de esquerda tendem a ver demagogia populista em qualquer defesa da ordem social ou dos valores morais tradicionais.

O fato é que a população quer justiça social, condições de vida dignas, respeito a seus valores morais e segurança. Grande parte de nossos problemas de engajamento vem da tendência dos grupos políticos de lutarem por algumas bandeiras e não levarem outras em consideração. É comum se dizer no Brasil que “o povo não sabe votar”. O problema maior, contudo, é que “as elites não sabem governar”, deixando o povo sem opções e entregue a líderes populistas de esquerda ou direita. Governos populistas são, de certa forma, um ponto de passagem no processo de amadurecimento democrático na América Latina. Isso não quer dizer que sejam obrigatórios, mas sua recorrência e duração depende em grande parte da capacidade de políticos e instituições democráticas conseguirem atender a população em suas reivindicações básicas.

A superação dessa situação só poderá acontecer com o aumento da participação; o fortalecimento, em todos os níveis, das organizações sociais e a formação de lideranças políticas cada vez menos personalistas e mais comprometidas com o bem comum. Por outro lado, implica em lideranças sociais realmente empenhadas em escutar a população, reconhecendo tanto suas necessidades quanto seus valores (FT 15-17).

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF