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terça-feira, 28 de junho de 2022

Os 5 P’s para um casamento feliz, segundo os ensinamentos do Papa Francisco

©AWR/ Aleteia - Victor y Stella Domínguez - delegados de Paraguay para el X Encuentro
Internacional de las Familias. (23-26 junio en Roma)
Por Ary Waldir Ramos Díaz

Um casal com 46 anos de união compartilha as posturas que marido e mulher devem adotar para que o amor não se afunde.

“Você não se cansa de fazer sexo com seu cônjuge?”. Esta é uma das curiosas perguntas que os noivos mais fazem ao casal Stella (65 anos) e Victor Dominguez (68 anos), que coordena retiros e acompanhamentos com noivos e namorados.

O casal pertence ao Movimento Apostólico Schoenstatt do Paraguai e educa a partir do testemunho dos seus 46 anos de feliz vida conjugal.

Stella e Victor têm oito netos e seis filhos. São pioneiros no seu país a levar a cabo a “pastoral da esperança” para ajudar os cônjuges em crise, pessoas divorciadas e casadas de novo e pessoas abandonadas pelos companheiros, entre outras histórias.

Eles participaram como especialistas – convidados pelo Papa Francisco – em um painel sobre o “caminho da santidade” do X Encontro Mundial das Famílias, no Vaticano.

Victor define-se como um romântico e um grande apaixonado por sua mulher. Os olhos dele ainda brilham quando ele se lembra do seu primeiro encontro. Era um jovem gestor de edifícios. Tinha 17 anos de idade. “Ainda me lembro das pernas dela”, diz ele com um sorriso. Stella, por outro lado, lembra-se de outros detalhes, por exemplo: o cavalheirismo de Victor, que a ajudou atenciosamente porque tinha perdido as chaves para entrar no seu escritório.

Mas os Dominguez enfrentaram e enfrentam dificuldades comuns a toda família: os desafios econômicos de ser uma grande família, a doença prematura da sua primeira filha (um problema de coração). Entretanto, conseguiram conciliar o seu apostolado com os cuidados dos filhos e netos, superando o drama familiar da doença com a convicção de que tudo é “graça” e crescimento na mão de Deus e da Sua Igreja.

casal
©AWR/ Aleteia – Victor e Stella Domínguez durante o X Encontro Mundial das Famílias

Victor e Stella instruem casais e noivos nos 5 P’s do casamento feliz inspirados pelos ensinamentos do Papa Francisco para que o amor não se afunde. São eles:

1PAIXÃO

“O prazer e a paixão são muito importantes…tens de renovar todos os dias o teu casamento, o dia em que eras noivo, quando as pipocas voavam”, dizem Victor e Stella. “De vez em quando, dançar um bolero, com luzes baixas e com a porta fechada para que ninguém os interrompa”, diz Stella.

Devemos também educar os nossos filhos para que estes prelúdios possam acontecer. “Os nossos filhos sabem que quando a porta está fechada, não se entra”, diz o casal.

2PACIÊNCIA

“Paciência não é uma atitude passiva e conformista. É a paciência cristã. É carregar os problemas e o cansaço da outra pessoa sobre os ombros, mas com alegria, a fim de que a paciência se torne um catalisador de misericórdia. É uma virtude daqueles que caminham na vida de casados. Sem preguiça ou mente fechada. É a capacidade de dialogar e de suportar as coisas menos agradáveis, juntos, como um casal”, explicam.

3PERSEVERANÇA

Perseverança no amor e na oração. De fato, o Papa convida os noivos e casados a rezarem juntos um pelo outro: “Pai nosso, dá-nos hoje o nosso amor cotidiano”. Stella confirma: “Eu rezo todos os dias, quero dizer, rezamos o terço juntos, rezo por ele, ele reza por mim, por aquelas fraquezas, aquelas coisas dele que me incomodam, a fim de que Deus possa realmente ajudar-me a ser mais colaboradora com ele nesse sentido”.

Victor acrescenta: “Perseverança em todo o diálogo. E ouvir o outro não é ouvir o que eu quero ouvir, mas ouvi-lo com o meu coração e ouvi-lo para além disso”.

Stella, por sua vez, diz: “É preciso perseverar em ouvir para compreender se ele está cansado, se teve um dia mau, se está zangado com alguma coisa… Às vezes, ele não quer que eu fale com ele”.

E Victor confirma: “Vou para o meu quarto, o meu espaço, todos devem ter um espaço”.

Stella concorda: “É por isso que, só de o ver, tenho de saber que ele é muito importante e peço perseverança. Às vezes quero falar com ele, quero dizer-lhe coisas e depois consigo conter-me, isso é perseverança”.

4PERDÃO

Para Victor, é preciso perdoar sempre e nunca ir para cama sem fazer reparações. Isso evita que o dia seguinte traga uma “guerra fria”.

Ele diz: “Muitas vezes, é difícil olhar para dentro de nós mesmos e perceber que o problema está em nós. Pedir perdão é devolver a liberdade à outra pessoa. Porque também me liberta primeiro, depois liberta-nos.”

5PEQUENOS DETALHES

Victor pergunta: “Tu sempre dás uma rosa vermelha à tua mulher? Compras chocolates? Partilhas momentos de descontracção e de união com ela? Danças sozinho com ela a sua música preferida? Telefonas-lhe por um minuto durante o dia para lhe dizer algo agradável e para enchê-la de expectativas?”

Ele insiste que um jantar romântico não é para falar de trabalho ou de si próprio, mas para partilhar com ela, para preencher o mundo interior do casal com significado.

Por fim, Victor assegura que o “P” de pequenos detalhes leva ao “P” de Paixão. “Por exemplo, um dia não pode começar sem um processo para se chegar à noite. Há muitos homens que chegam à noite e exigem sexo de suas esposas, mas durante o dia não ofereceram-lhe um detalhe, nem um telefonema sequer. A mulher precisa desse processo, caso contrário sente-se usada.”

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Caminho Neocatecumenal: Papa envia famílias em missão e Kiko Arguello anuncia processo de beatificação de Cármen Hernandez

Kiko Argüello e Papa Francisco | Guadium Press
O Papa Francisco recebeu uma comissão dos membros do Caminho Neocatecumenal e soube por meio de Kiko Argüello que o processo de beatificação de Carmen Hernandez foi oficialmente aberto, na fase diocesana.

Redação (27/06/2022 13:00, Gaudium Press) O Papa Francisco recebeu nesta segunda-feira, 27 de junho, 5.500 membros das comunidades do Caminho Neocatecumenal.

O Papa chegou à Sala Nervi, no Vaticano, caminhando com o auxílio de uma bengala. No início do encontro, Kiko Argüello cumprimentou o Pontífice e agradeceu o fato de enviar as famílias presentes, em missão.

Kiko Argüello deu a notícia ao Papa Francisco que a arquidiocese de Madrid abriu o processo diocesano da causa de canonização de Carmen Hernandez (1930-2016), uma das iniciadoras do Caminho Neocatecumenal juntamente com Arguëllo.

Carmen Hernandez. Fonte: Wikipedia

Carmen Hernández

Carmen Hernández começou seu apostolado com Argüello no final dos anos 60. Ambos evangelizavam as pessoas marginalizadas das periferias da capital espanhola. Depois começaram o trabalho evangelizador com as famílias missionárias.

A causa de canonização de Carmen conta com 1500 testemunhos de graças e favores recebidos por seu intermédio, entre os quais muitos relatam, sem explicação aparente, curas de doenças.

Carmen Hernandez faleceu em 19 de julho de 2016, quando contava 85 anos de idade. Seu túmulo está no seminário Redemptoris Mater, em Madrid, e já recebeu mais de 40 mil pessoas e 25 mil pedidos de intercessão.

Discurso do Papa

A audiência com o Papa Francisco durou pouco mais de uma hora. O Pontífice, em discurso improvisado, exortou o espírito missionário das famílias do Caminho. 

“Este espírito missionário, de se deixar enviar, é uma inspiração para todos. Agradeço a todos por isso e peço docilidade ao Espírito que lhe envia, docilidade e obediência a Jesus Cristo na sua Igreja”, disse Francisco.

O Pontífice continuou dizendo que há “várias culturas mas o mesmo evangelho, vários povos mas o mesmo Jesus Cristo. Isto é o que somos chamados a fazer. A fé cresce, mas sempre é a mesma. Este espírito missionário é uma inspiração para todos”.

Padre António Torrão quer inserir a oração nas rotinas do quotidiano, em cada família, em cada casa.
Família rezando | Guadium Press

Benção de envio das famílias missionárias

O Santo Padre abençoou 430 famílias que foram enviadas em missão para países como Rússia, Estônia e China. Alguns seminaristas também foram enviados a Macao.

O Caminho Catecumenal está atualmente presente em 134 países e conta com 21.300 comunidades espalhadas ao redor de 6270 paróquias.

1668 famílias missionárias estão em ação pelo mundo, dentro das quais 216 estão em países não cristianizados. (FM)

Santo Irineu de Lyon

S. Ireneu de Lyon | arquisp
28 de junho

Santo Irineu de Lyon

Padre da Igreja, grego de nascimento, filho de pais cristãos, nasceu na ilha de Esmirna, no ano 130. Foi discípulo de Policarpo, outro Padre e santo da Igreja. Dele Irineu pôde recolher ainda viva a tradição apostólica, pois Policarpo fora consagrado bispo pelo próprio João Evangelista, o que torna importantíssimos os seus testemunhos doutrinais.

Muito culto e letrado em várias línguas, Irineu foi ordenado por são Policarpo, que o enviou para a Gália, atual França, onde havia uma grande população de fiéis cristãos procedentes do Oriente. Lá, trabalhou ao lado de Fotino, o primeiro bispo de Lyon, que, em 175, o enviou a Roma para, junto do papa Eleutério, resolver a delicada questão doutrinal dos hereges montanistas. Esses fanáticos, vindos do Oriente, pregavam o desprezo pelas coisas do mundo, anunciando o breve retorno de Cristo para o juízo final.

Contudo tanto o papa quanto Irineu foram tomados pela surpresa da bárbara perseguição decretada pelo imperador Marco Aurélio. Rapidamente, em 177, ela atingiu a cidade de Lyon, ocasionando o grande massacre dos cristãos, todos mortos pelo testemunho da fé.

Um ano depois, Irineu retornou a Lyon, onde foi eleito e aclamado sucessor do bispo mártir, Fotino. Nesse cargo ele permaneceu vinte e cinco anos. Ocupou-se da evangelização e combateu, principalmente, a heresia dos gnósticos, além das outras que proliferavam nesses primeiros tempos. Obteve êxito, junto ao papa Vitor I, na questão da comemoração da festa da Páscoa, quando lhe pediu que atuasse com moderação para manter a união entre a Igreja do Ocidente e a do Oriente.

A sua obra escrita mais importante foi o tratado "Contra as heresias", onde trata da falsa gnose, e depois, de todas as outras heresias da época. O texto grego foi perdido, mas existem as traduções latina, armênia e siríaca.

Importante não só do lado teológico, onde expôs já pronta a teoria sobre a autoridade doutrinal da Igreja, mas ainda do lado histórico, pois documentou e nos apresentou um quadro vivo das batalhas e lutas de então.

Mais tarde, um outro tratado, chamado "Demonstração da pregação apostólica", foi encontrado inteiro, numa tradução armênia. Além de vários fragmentos de outras obras, cartas, discursos e pequenos tratados.

Irineu morreu como mártir no dia 28 de junho de 202, em Lyon, e sua festa litúrgica ocorre nesta data. As relíquias de santo Irineu estão sepultadas, junto com os mártires da Igreja de Lyon, na catedral desta cidade.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

A tristeza do Papa pelas tragédias com migrantes em Melilla e no Texas

No primeiro tuíte desta terça-feira (28), a oração de Francisco pelas vítimas

As condolências do Pontífice pelas duas recentes tragédias envolvendo migrantes em Melilla, território espanhol na África, e na cidade americana de San Antonio, no Texas, vieram nesta terça-feira (28) pela sua conta oficial no Twitter. O Papa reza pelas vítimas e invoca o Senhor para abrir nossos corações e para que "essas desgraças não aconteçam mais".

Adriana Masotti - Vatican News

Nos últimos dias, as notícias trouxeram à tona a realidade da imigração através de dois episódios dramáticos que exigem respostas por parte da comunidade internacional. O Papa Francisco, com o primeiro tuíte desta terça-feira (28), demostrou proximidade e oração aos envolvidos:

“Recebi com dor as notícias das tragédias dos migrantes no Texas e em Melilla. Rezemos juntos por estes nossos irmãos mortos enquanto seguiam a esperança de uma vida melhor; e, por nós, para que o Senhor nos abra o coração e essas desgraças não aconteçam mais.”

Comece: esclarecer e respeitar a dignidade humana

A tragédia na cidade autônoma de Melilla, na fronteira entre Marrocos e Espanha, descrita como "uma carnificina", ocorreu na última sexta-feira (24): devido à tentativa em massa de cerca de 2 mil migrantes africanos para entrar à força no território espanhol, pelo menos 23 pessoas foram esmagadas até a morte. O local é considerado como uma das fronteiras mais problemáticas da União Europeia.

A reação brutal de rejeição das forças policiais de Rabat é o foco de controvérsia e protestos do governo argelino contra o Marrocos, acusado de desempenhar um papel policial na defesa das fronteiras da União Europeia. O uso indiscriminado da força é condenado pela Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia, a Comece, que em comunicado faz um apelo para uma investigação independente e reitera a necessidade de uma gestão adequada pelos direitos dos migrantes e refugiados com a identificação dos requerentes legítimos de asilo.

A reação dos bispos espanhóis

Houve também uma forte reação dos bispos da subcomissão de Migração e Mobilidade Humana da Conferência Episcopal Espanhola, que pediram "medidas humanizadoras" para lidar com essa nova crise. Os bispos expressaram pesar pela perda de vidas humanas e pediram às autoridades que esclareçam o que aconteceu e que tomem as medidas apropriadas para que episódios semelhantes não se repitam.

A voz da sociedade civil

Muitas organizações nacionais e internacionais da sociedade civil estão erguendo a mesma voz, entre elas, a Coordenação Nacional de Comunidades de Acolhimento (CNCA), na Itália. O apelo conjunto é por um novo pacto europeu que permita que as pessoas cheguem ao continente através de canais seguros, como está sendo experimentado pelos refugiados ucranianos.

"Os gravíssimos acontecimentos ocorridos em Melilla destacam tragicamente, mais uma vez", como se lê numa declaração, "a inadequação e a falta de humanidade e justiça que caracterizam a política migratória europeia. Levantar muros diante daqueles que migram em busca de liberdade e de uma esperança de vida decente só pode produzir violações da lei e de direitos e tragédias como as que ocorrem continuamente no Mediterrâneo, nas portas da Europa".

A tragédia de migrantes no Texas

Na cidade americana de San Antonio, no Texas, um caminhão virou um caixão para 46 migrantes abandonados a cerca de 240 quilômetros da fronteira mexicana, junto com 16 sobreviventes. O veículo abandonado foi encontrado na noite desta segunda-feira (27). Todos estavam amontoados a uma temperatura de cerca de 40 graus. O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos está investigando o caso e três suspeitos já foram presos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro | osaopaulo

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: expressão do triunfo de Cristo sobre a morte e o pecado.

27 de junho de 2021 - Por Fernando Geronazzo

Hoje, 27, a Igreja comemora a memória de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Essa devoção mariana surgiu entre os cristãos orientais, mais precisamente na Ilha de Creta, na Grécia, entre os séculos XIII e XVII, em torno de um ícone de estilo bizantino que representa a Virgem da Paixão com o menino Jesus nos braços.

No século XV, o ícone foi roubado por um comerciante e levado a Roma, na Itália, ficando sob custódia de sua família por alguns anos, até que, em 1499, foi entronizado na igreja romana de São Mateus, voltando a ser venerado pelo povo.

O ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro permaneceu na Igreja de São Mateus até o século XIX, quando o templo foi destruído pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Conta a história que o quadro foi levado para a Igreja de Santo Eusébio e mais tarde, em 1819, para a Igreja de Santa Maria, em Posterula, em Roma Mas nessa igreja a devoção principal era Nossa Senhora das Graças, o ícone foi colocado em uma capela interna do convento dos agostinianos e acabou ficando esquecido.

Redentoristas

Em janeiro de 1855, os Missionários Redentoristas assumiram uma residência que foi construída onde se encontravam as ruínas da Igreja de São Mateus e abriram ali o seu noviciado redentorista. Em 1863 uma pregação do padre jesuíta Francesco Blosi, intrigou os missionário, pois dizia que ali havia sido venerado um ícone de grande devoção de Nossa Senhora.

Ao conhecer a história, o superior redentorista da época solicitou ao Papa Pio IX que o ícone voltasse para o lugar onde esteve alicerçada a Igreja de São Mateus. O Pontífice concedeu a licença e o ícone começou a ser venerado na então Igreja de Santo Afonso, que fica no caminho entre as basílicas de Santa Maria Maior e São João de Latrão.

No dia 26 de abril de 1866, o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi entronizado solenemente na Igreja de Santo Afonso onde permanece até hoje. O Ao entregar o quadro aos missionários redentoristas, Papa Pio IX pediu: “Façam-na conhecida no mundo inteiro”. Assim, essa devoção de espalhou por todo o Ocidente.

Símbolos

O ícone de Nosso Senhora do Perpétuo Socorro mostra a Mãe de Deus segurando o menino Jesus com as duas mãos. Jesus é retratado olhando para o Arcanjo Gabriel, que segura a cruz e os pregos no canto superior direito do ícone. No canto superior esquerdo, o Arcanjo Miguel segura a lança, coroa de espinhos e a esponja encharcada de vinho. Estes elementos mostram Jesus meditando sobre a sua paixão. A maneira como Jesus segura a mão de sua mãe mostra a angústia que ele sente e como Maria o conforta.

Ao mesmo tempo, os arcanjos seguram os instrumentos da paixão como se estivessem apresentando presentes ou troféus. O fundo dourado lembra a glória da ressurreição. Dessa maneira, este ícone também expressa o triunfo de Cristo sobre a morte e o pecado.

A sandália de Jesus caindo do pé mostra a pressa com que ele correu para Maria com medo, olhando para os anjos que seguram os instrumentos de sua paixão e morte. A sandália solta também representa a natureza divina de Cristo, desamarrada dos limites da terra. A sandália que permanece segura é simbólica da Sua natureza humana. Enquanto a Santíssima Mãe de Deus está segurando as mãos de Jesus para confortá-lo, ela também as estende para a humanidade. Ela apresenta Jesus como ele é, totalmente Deus e totalmente homem. Dessa forma, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro também é um ícone que expressa a verdade da encarnação.

Oração

Entre as muitas orações à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, destaca-se a de autoria de São João Paulo II, rezada durante sua visita à Igreja de Santo Afonso, em 29 de junho de 1991.

Leia a seguir:

Virgem do Perpétuo Socorro, Santa Mãe do Redentor, socorrei o vosso povo que almeja ressurgir. Dai a todos a alegria de caminhar na consciente e ativa solidariedade com os mais pobres, anunciando de modo novo e corajoso o Evangelho do vosso Filho, fundamento e ápice de toda convivência humana que aspira a uma paz verdadeira, justa e duradoura. Como o Menino Jesus que admiramos neste venerável Ícone, também nós queremos apertar a vossa mão. A vós não faltam nem o poder nem a bondade para nos socorrer em todas as necessidades e em cada pedido. Agora é a vossa hora! Vinde, pois, em nosso auxílio e sede para todos refúgio e esperança. Amém.

(Com informações de A12 e Redentoristas)

Fonte: https://osaopaulo.org.br/

A sinodalidade como dom de Deus e como responsabilidade humana

Vatican News

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA) 

A Igreja está em processo de sinodalidade em vista do sínodo que ocorrerá em Roma, no mês de outubro de 2023. O Papa Francisco está convocando a todos para entrar neste processo de vida e de conversão para que a Igreja siga o caminho da comunhão, da participação e da missão.  

Estamos ainda no período de coleta de dados, de respostas às perguntas enviadas para as comunidades, pastorais, movimentos, serviços, paróquias, e também em nível diocesano, de estrutura para que todos vivam a importância do processo como um dom do Senhor que é o sínodo. A sinodalidade dá uma conotação de uma Igreja peregrina, imagem do povo de Deus em missão para corresponder ao chamado do Senhor de ir para todas as nações, tornando-as discípulas em nome de Deus Uno e Trino (Mt 28, 19). A encarnação de Jesus prolonga o caminho sinodal da Igreja1.  

A sinodalidade é vivida como carisma, dom de Deus porque é sempre o Senhor a conceder às coisas para a nossa vida de cristãos, católicos e católicas e é também responsabilidade humana no sentido de que nós colaboremos com o Senhor, pela luz do Espírito de Deus que ilumina as pessoas para pensar e agir conforme o seu plano de amor. Veremos a seguir alguns pontos fundamentais para a nossa sinodalidade, sobretudo na Igreja dos primeiros séculos.  

Os sínodos na Igreja antiga.

A Igreja antiga realizou diversos sínodos, que eram expressão da caminhada em conjunto, reuniões que se entrelaçava muitas vezes, com os concílios. Neste período inicial não havia muita diferença entre Sínodo e Concílio. Estas instituições foram assumidas pela Igreja pela necessidade advertida, desde os primeiros tempos da Igreja, pelos responsáveis das comunidades cristãs, de caminhar juntos sobre questões referentes à fé, a caridade e à disciplina2.  

A partir do século II os bispos da Ásia buscavam consultas, em relação ao montanísmo, quando o Papa Victor governou a Igreja, de modo que os responsáveis das Igrejas também se reuniram no Ponto, na Palestina, na Síria para deliberarem sobre a data da Páscoa. Pela metade do século III, o concílio já era uma instituição estável a nível regional3.  

A paz assumida por Constantino.

A paz de Constantino com Licínio, em 313 em Milão, possibilitou uma nova forma para a realização dos concílios e dos sínodos, pois se fixaram as estruturas metropolitanas e patriarcais que darão força aos concílios, sínodos provinciais e gerais. Em 324 o Imperador Constantino convocou em Arles, na Província da Gália, hoje França, os bispos para debater a questão do donatismo que estava reinando de uma forma muito forte no Norte africano, dividindo as Igrejas ligadas a Roma e aquelas na África4.  

O Concílio de Nicéia.

A questão ariana surgida no início do século IV a qual negava a divindade do Verbo na sua preexistência, apressou um Concilio geral, ecumênico para todo o mundo cristão, sobretudo do Oriente, mas também teve a participação do Ocidente. O Imperador Constantino percebeu que a doutrina ariana dividia as Igrejas, as suas lideranças, de modo que ele convocou em Nicéia5, em 325 um grande concilio com expressiva participação de 300 bispos, hoje é na Turquia. Neste Concilio foi condenada a doutrina ariana, e se reafirmou que Jesus é Filho de Deus, desde sempre, que é Deus como o Pai é Deus e o Espírito Santo. A sua geração é eterna, é consubstancial ao Pai, de modo que se eliminou toda doutrina ariana e valorizou-se a unidade eterna do Filho com o Pai.  

A sinodalidade ocorreu como dom de Deus em vista da defesa do Senhor Jesus como Filho de Deus desde toda a eternidade, na fé que era presente desde o início do cristianismo, mas que o presbítero Ário distorcia, colocando o Senhor ao lado das criaturas do Pai. A sinodalidade também foi responsabilidade humana porque o Concilio de Nicéia teve presente que Jesus é Deus, está no lado do Criador, e como o Pai é Deus e o Espírito Santo é Deus. O Senhor Jesus está na esfera da Santíssima Trindade, Deus Uno e Trino. A sinodalidade é a inspiração do Espírito Santo para que todos acreditem em Cristo e vivam bem no cotidiano de suas existências.  

Práticas fundamentais da Tradição.

Santo Agostinho, bispo de Hipona dos séculos IV e V, afirmou em seu tempo práticas da tradição como formas de sinodalidade, pontos aceitos por todos de modo que essas tornarem-se dons de Deus e de responsabilidade humana. A fé em Cristo Jesus, morto e ressuscitado estabeleceu vínculos da aliança com o novo povo de Deus, pela diversidade de sacramentos, assim como o era pelo batismo realizado em nome da Santíssima Trindade, a comunhão de seu corpo e sangue, portanto a realização da eucaristia e todos os outros meios provenientes da Sagrada Escritura. Existiam também prescrições não escritas, mas que eram observadas pela tradição em todo o mundo, pois essas foram recomendadas pelos mesmos Apóstolos ou pelos Concílios gerais, na qual a autoridade era percebida como instrumento da salvação da Igreja, como por exemplo, a celebração da Paixão, Ressurreição e Ascensão do Senhor, Pentecostes, a descida do Espírito Santo e outras festas que se viviam na Igreja católica em toda parte onde ela se difundiu6.  

O valor da sinodalidade pela tradição não escrita. 

Tertuliano, padre dos séculos II e III, no Norte da África, disse que o batismo tinha a sua conotação sinodal, por realizarem-se ritos e orações na unidade, transmitidos desde o início pelas igrejas. Quando os catecúmenos entravam na água, mas antes na Igreja, sob as mãos do bispo eles declaravam em renunciar ao diabo, ao seu poder e aos seus anjos. Em seguida os catecúmenos eram imersos por três vezes, dando respostas que o Senhor prescreveu no Evangelho, a fé na Santíssima Trindade. Em relação ao sacramento da eucaristia, que o Senhor colocou a todos eles, no tempo da ceia, os cristãos eram acolhidos nas reuniões da comunidade na madrugada e a recebiam na mão de quem presidia a assembléia, o bispo, em geral ou ao sacerdote7.  

Tertuliano também disse que na comunidade eram lembrados o nome dos mortos, o aniversário dos seus dias natalícios, a entrada na vida imortal com Deus e também se dava uma recordação aos mártires dos quais os fieis faziam memória. As pessoas eram muito atentas para que não caísse nada na terra alguma coisa do cálice ou do pão consagrados. Em cada passo, em cada movimento, quando entravam ou saiam da comunidade, quando acendiam as luzes ou os fiéis se sentavam à mesa, ou na família, na cama, em qualquer atividade, imprimiam, aplicavam sobre a fronte, o pequeno sinal da cruz8. Assim segundo Tertuliano, o sinal da cruz veio da tradição não escrita, revelando-se um gesto sinodal, onde as pessoas faziam de uma forma importante o sinal da cruz sobre si mesmos, invocando o nome das Pessoas da Santíssima Trindade.  

O valor da sinodalidade: a tradição não escrita. 

O Padre africano também afirmou que a observância de uma tradição não escrita justificava-se, pois era confirmada pelos costumes, pela caminhada em conjunto da Igreja dos seus pastores e o povo de Deus, porque este testemunho idôneo, fundado sobre a observância constante, do evangelho do Senhor e pela vida da Igreja, era de uma tradição aprovada. As práticas que se adequavam para Deus levavam à retidão e serviam à salvação 9. 

A sinodalidade e missão. 

Um dos itens do Sínodo de 2023 é a missão. São Gregório Magno, Papa nos séculos VI e VII tinha presente o valor da missão para uma caminhada de Igreja sinodal. Ele aconselhou ao Bispo Agostinho, que fora enviado pelo Papa à terra dos Anglos para que não destruísse os templos dos ídolos, mas que se eliminassem as imagens idolátricas encontradas naqueles templos. As pessoas construíam altares e lá se colocavam as relíquias e os fiéis eram conduzidos a adorar o Deus verdadeiro e assim todos acorriam com maior confiança aos lugares onde o povo costumava freqüentar nas suas celebrações, somente que agora tinham a conotação cristã10.  

A caminhada em conjunto nas igrejas primitivas levavam as pessoas a valorizar a unidade em Deus, à missão de conduzir as pessoas a Cristo e pela luz do Espírito Santo vivia-se a dedicação da missão, feita por ministros, mas também por leigos e leigas a serviço da evangelização. A sinodalidade é dom de Deus porque ela leva à unidade, à comunhão, a participação do povo de Deus, os seus ministros e a missão onde o Senhor Deus é louvado e amado pelas pessoas, famílias, comunidades e sociedade. Ela é também responsabilidade humana, porque a Igreja, os fiéis caminham na unidade para testemunhar para as pessoas a importância do amor a Deus, ao próximo como a si mesmo.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O que falta: paz ou coerência?

Guadium Press
O segredo para vivermos em paz é sermos coerentes com uma reta vida cristã: vivermos de acordo com esta santa escolha que fizemos.

Redação (26/06/2022 14:04Gaudium Press) Um grande intelectual brasileiro dizia que a glória é como a nossa sombra: quanto mais corremos atrás dela, mais ela foge de nós; para que nos siga, é necessário fugir dela.

Mas isso não se passa somente com a glória; há uma série de outras coisas que obedecem à mesma regra, como por exemplo a paz.

“Paz”. Fala-se dela nos púlpitos, nos discursos políticos, nas mais diversas conferências, nas manifestações públicas… Mas, até hoje, quem a encontrou inteiramente? E não só isso: parece que quanto mais a buscamos, mais longe ela está de nós. Prova disso, as notícias publicadas nesses últimos meses: guerras, catástrofes naturais, roubos, crimes, assassinatos etc. É sempre a mesma coisa, só muda o lugar e a hora.

Isso sem contar a paz interior das pessoas. Terá havido época histórica em que a agitação e a inquietação, o medo e o temor pelo futuro tenham reinado tanto quanto em nossos dias? Por quê? Justamente porque se busca muito a paz… onde não existe.

O único caminho para a paz

Toda a Liturgia deste 13º Domingo do Tempo Comum nos convida a uma coisa só: seguirmos a Deus, cientes de que o resto nos virá por acréscimo.

Na primeira leitura, vemos Elias que, a mandato do Senhor, vai ungir Eliseu como profeta em seu lugar. Este apenas se despede de seus pais e passa a seguir Elias até o fim de sua vida (cf. Rs 19,16-21).

Já no Evangelho, o convite é muito mais exigente: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62). Foi o que Nosso Senhor respondeu àquele que disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me de meus familiares” (Lc 9,62).

Quer dizer, então, que Nosso Senhor veio perturbar ainda mais a vida familiar, separando os filhos dos pais? Este abandonar tudo para seguir a Deus não produziria ainda mais infortúnios para esta nossa sociedade tão caótica?

Pensar assim significa não ter compreendido o que significa “seguir a Nosso Senhor”. O próprio São Paulo nos diz na segunda leitura de hoje: “Irmãos, é para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai, pois, firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão” (Gl 5,1). Esta entrega completa a Deus, muito longe de ser um fardo ou uma perturbação para o nosso espírito, constitui a verdadeira paz de alma. Só mesmo nela encontramos repouso, livres de tudo aquilo que nos liga a este mundo.

Isto não significa, porém, que todos devem trancar-se num convento, para viverem uma vida de oração e penitência, sem contato algum com o mundo, dedicando-se unicamente ao serviço de Deus. O convite feito por Nosso Senhor é mais acessível do que imaginamos.

Honremos a religião que professamos

O número de católicos no mundo de hoje – sobretudo no Brasil – constitui uma porcentagem bastante considerável. Dentre eles, entretanto, há quem possa definir o que é ser católico verdadeiramente?

Ser católico é somente ir à Missa aos Domingos ou participar das festas, eventos e comemorações na Igreja? É pagar o dízimo? É dar esmolas?

São coisas muito boas, louváveis e santas – algumas até obrigatórias. Entretanto, isto nem de longe constituiria o cerne da vida cristã se não deixássemos aqueles costumes que são contrários a ela.

É deveras coerente aquele que, se dizendo católico, frequenta certos locais hostis à vida da graça, não desvia seus olhares de cenas opostas ao pudor e é capaz de permitir que palavras obscenas e indecentes manchem os seus lábios? Isto não é colocar a mão no arado e olhar para trás? Quem age assim não está apto ao Reino de Deus – foi o próprio Jesus quem o disse (cf. Lc 9,62).

O que nasce daí é a perda da paz, uma agitação interior de quem deseja coisas contrárias ao mesmo tempo. Esta tensão não tarda em transbordar para os nossos atos, para a nossa vida de família e, como consequência, para toda a sociedade.

O segredo para a paz é sermos coerentes com uma reta vida cristã: vivermos de acordo com esta reta escolha que fizemos.

Devemos, portanto, tomar a resolução de, agora em diante, nos entregarmos inteiramente a Deus e honrarmos o nome de católico que portamos, rejeitando tudo quanto não seja digno dele. Que jamais voltemos nossas vistas para as práticas más que abandonamos, pois, como diz São Nilo, “os repetidos olhares para aquilo que deixamos nos fazem voltar ao costume abandonado”.[1]

Por Lucas Rezende


[1] SÃO NILO, O MONGE, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO. Catena Aurea. In Lucam, c.IX, v.57-62.

A misteriosa Mulher de Apocalipse 12

Fred de Noyelle | Godong
Por Vanderlei de Lima

Eis o que bons teólogos dizem a respeito dessa Mulher – gloriosa, dolorosa, portanto também misteriosa – de Apocalipse 12.

O texto bíblico mais intrigante aplicado a Nossa Senhora é, sem dúvida o do capítulo 12 do Apocalipse (Ap). Estudemo-lo em seus aspectos mais salientes.

Dom Estêvão Bettencourt, OSB, em sua grande capacidade de síntese, assim nos expõe o conteúdo de Ap 12: “Este trecho apresenta uma Mulher gloriosa e dolorida ao mesmo tempo. Está para dar à luz um filho que um monstruoso Dragão espreita para abocanhá-lo. A Mulher gera seu Filho, que tem os traços do Messias; Ele escapa ao Dragão e é arrebatado aos céus. Dá-se, então, uma batalha entre Miguel com seus anjos e o Dragão; este acaba sendo projetado do céu sobre a terra, onde procura abater a Mulher-Mãe, perseguindo-a de diversos modos. Todavia, o próprio Deus se encarrega de defender a Mulher, no deserto, durante os três anos e meio ou os 42 meses ou os 1260 dias de sua existência. Vendo que nada pode contra essa figura grandiosa, a Serpente antiga atira-se contra os demais filhos da Mulher, tentando perdê-los” (Pergunte e Responderemos n. 475, dezembro de 2001, p. 541).

Dito isso, a pergunta fundamental a ser feita e esclarecida é a seguinte: “Quem é essa Mulher gloriosa e dolorosa, portanto também misteriosa apresentada por João?”. Duas grandes respostas podem ser oferecidas. Ambas – cada uma com sua abordagem própria – não se excluem, mas, complementam-se. Vejamo-las.

Dom Estêvão Bettencourt, afirma que a figura feminina trazida por João é uma “mulher eterna” a perpassar a história. Assim, ela representa a primeira Eva, a filha de Sião (povo do Antigo Testamento), Maria Santíssima (a segunda Eva ou a mãe dos viventes por excelência), a Santa Mãe Igreja (nossa geradora para a vida divina pelo santo Batismo) e, por fim, a Jerusalém celeste. São suas palavras: “a Mulher de Ap 12 é a Mulher como tal, na sua função específica da maternidade, já designada pelo nome de Eva. A mulher perpassa toda a história da salvação; a vida, até mesmo a vida do Messias, só vem aos homens através da Mulher. No Protoevangelho (Gn 3,15), o Senhor Deus quis colocar a mulher, e não o homem, como protagonista mais remota da obra da Redenção; ela é fonte e origem da linhagem donde sai o Messias e a vitória do Bem sobre o Mal; é nas entranhas da Mulher (agraciada por Deus ou cumulada de favores divinos) que está escondida a salvação da humanidade” (Curso de Mariologia. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 1997, p. 27).

Cândido Pozo, SJ, afamado teólogo espanhol, vê forte paralelo entre Gn 3,15 e Ap 12. Daí dar ao texto uma profunda interpretação mariana. Após esquadrinhar amplos dados do escrito apocalíptico, Pozo conclui o seguinte: “Tudo isso nos faz pensar que João, no capítulo 12 do Apocalipse, tenha visto a Igreja (sentido primeiro do texto) com traços de Maria. No realismo do nascimento do Messias (v. 5), dificilmente se pode desvincular a figura de sua Mãe histórica, a mulher mediante a qual o Povo de Deus da Antiga Aliança dá à luz o Messias; uma figura triunfal e celeste, em sua realidade ontológica e interiorizada de graça, a mãe de Cristo. É verdade que as dores de parto, do versículo 2, podem ser um mero modo bíblico e poético de falar que verdadeiramente deu à luz […]; mas a conexão literária existente entre o nascimento de Jesus e a sua elevação ao Pai (no v. 5), talvez, se refira à outra coisa: à participação dolorosa de Maria na passagem de Jesus desta terra para o Pai (o nascimento para o céu), às suas dores junto à cruz do Filho; com efeito, é ali onde […] Maria foi proclamada Mãe ‘dos que guardam os preceitos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus’ (Ap 12,17)”.

E continua, a título de conclusão: “Por tudo isso, o uso teológico do texto, em sua exegese mariológica, nos levará a destacar a dignidade de Maria expressa no versículo 1, sua participação nas dores de Jesus junto à cruz e sua maternidade espiritual no que diz respeito aos fiéis discípulos de Jesus” (María en la obra de la salvación. Madri: BAC, 1974, p. 245-246).

Eis o que bons teólogos dizem a respeito dessa Mulher – gloriosa, dolorosa, portanto também misteriosa – de Apocalipse 12.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pela vida, sempre

Suprema Corte derruba legalização federal do aborto nos Estados Unidos
EDITORIAL

Espera-se que a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos seja a ocasião para uma legislação que proteja a vida, os direitos das mulheres e a maternidade.

Andrea Tornielli

decisão da Suprema Corte, que após meio século cancela a legalização federal do aborto nos EUA, devolvendo a cada Estados a faculdade de legislar, pode ser a ocasião para refletir sobre a vida, sobre a proteção dos indefesos e descartados, sobre os direitos das mulheres, sobre a proteção da maternidade.

É um tema sobre o qual, desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco se expressou de maneira forte e inequívoca. Na "Evangelii gaudium", documento que desenhou o programa do atual Bispo de Roma, lemos: "Entre estes seres frágeis, de que a Igreja quer cuidar com predilecção, estão também os nascituros, os mais inermes e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar a dignidade humana para poder fazer deles o que apetece, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que ninguém o possa impedir. Muitas vezes, para ridiculizar jocosamente a defesa que a Igreja faz da vida dos nascituros, procura-se apresentar a sua posição como ideológica, obscurantista e conservadora; e no entanto esta defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano. Supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento. É fim em si mesmo, e nunca um meio para resolver outras dificuldades.”

Uma reflexão séria e compartilhada sobre a vida e sobre a proteção da maternidade exigiria sair da lógica dos extremismos opostos e da polarização política que muitas vezes, infelizmente, acompanha a discussão sobre esse tema, impedindo um verdadeiro diálogo.

Ser pela vida, sempre, significa se preocupar, por exemplo, se aumentam as taxas de mortalidade das mulheres por causa da maternidade: nos Estados Unidos, segundo dados do relatório da agência federal "Centers for Disease Control and Prevention", passou-se de 20,1 mortes de mulheres por 100.000 nascidos vivos em 2019 para 23,8 mortes de mulheres por 100.000 nascidos vivos em 2020. E chama a atenção que em 2020 a taxa de mortalidade materna para as mulheres negras foi de 55,3 mortes por 100.000 nascidos vivos, 2,9 vezes a taxa das mulheres brancas.

Ser pela vida, sempre, significa perguntar como ajudar as mulheres a acolher uma nova vida: segundo uma estatística nos Estados Unidos, cerca de 75% das mulheres que abortam vivem em situação de pobreza ou têm baixos salários. E apenas 16% dos funcionários do setor privado têm acesso a licença parental remunerada, de acordo com um estudo publicado na Harvard Review of Psychiatry em 9 de março de 2020. Quase uma em cada quatro novas mães que não têm direito a licença remunerada, são forçadas a retornar ao trabalho dentro de dez dias após o parto.

Ser pela vida, sempre, também significa defendê-la da ameaça das armas de fogo, que infelizmente se tornaram uma das principais causas de morte de crianças e adolescentes nos EUA.

Espera-se, portanto, que a discussão sobre a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos não se reduza a um contraste ideológico, mas ofereça a ocasião para questionar – para além e também deste lado do oceano - o que significa acolher a vida, defendê-la e promovê-la com legislação adequada.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Cirilo de Alexandria

S. Cirilo de Alexandria | arquisp
27 de junho

São Cirilo de Alexandria

Cirilo nasceu no ano de 370, no Egito. Era sobrinho de Teófilo, bispo de Alexandria, e substituiu o tio na importante diocese do Oriente de 412 até 444, quando faleceu aos setenta e quatro anos de idade.

Foram trinta e dois anos de episcopado, durante os quais exerceu forte liderança na Igreja, devido à rara associação de um acurado e profundo conhecimento teológico e de uma humildade e simplicidade próprias do pastor de almas. Deixou muitos escritos e firmou a posição da Igreja no Oriente. Primeiro, resolveu o problema com os judeus que habitavam a cidade: ou deixavam de atacar a religião católica ou deviam mudar-se da cidade. Depois, foi fechando as igrejas onde não se professava o verdadeiro cristianismo.

Mas sua grande obra foi mesmo a defesa do dogma de Maria, como a Mãe de Deus. Ele se opôs e combateu Nestório, patriarca de Constantinopla, que professava ser Maria apenas a mãe do homem Jesus e não de Um que é Deus, da Santíssima Trindade, como está no Evangelho. Por esse erro de pregação, Cirilo escreveu ao papa Celestino, o qual organizou vários sínodos e concílios, onde o tema foi exaustivamente discutido. Em todos, esse papa se fez representar por Cirilo.

O mais importante deles talvez tenha sido o Concilio de Éfeso, em 431, no qual se concluiu o assunto com a condenação dos erros de Nestório e a proclamação da maternidade divina de Nossa Senhora. Além, é claro, de considerar hereges os bispos que não aceitavam a santidade de Maria.

Logo em seguida, todos eles, ainda liderados por Nestório, que continuaram pregando a tal heresia, foram excomungados. Contudo as idéias "nestorianas" ainda tiveram seguidores, até pouco tempo atrás, no Oriente. Somente nos tempos modernos elas deixaram de existir e todos acabaram voltando para o seio da Igreja Católica e para os braços de sua eterna rainha: Maria, a Santíssima Mãe de Deus.

Cultuado na mesma data por toda a Igreja Católica, do Oriente e do Ocidente, são Cirilo de Alexandria, célebre Padre da Igreja, bispo e confessor, recebeu o título de doutor da Igreja treze séculos após sua morte, durante o pontificado do papa Leão XIII.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF