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terça-feira, 5 de julho de 2022

Santo Antônio Maria Zacarias

S. Antônio Maria Zacarisas | Pinterest
05 de julho
Santo Antônio Maria Zacarias

Fundador da congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo "barnabitas" e da congregação das Angélicas de São Paulo

Origens

Antônio nasceu no ano 1502 em Cremona, Itália. Era filho da família Zacarias, que era rica, nobre e tradicional. Ele foi filho único do casal Antonieta e Lázaro. Com apenas dois anos de idade, Antônio sofreu um grande golpe na vida: o falecimento de seu pai. Por causa disso, apareceram vários pretendentes a um casamento com sua mãe, pois ela tinha apenas dezoito anos na ocasião. Antonieta, porém, recusou-se e foi viver afastada do círculo social da aristocracia de Cremona. Ela decidiu dedicar sua vida à educação e formação de Antônio.

Austeridade da mãe

A jovem Antonieta passou a viver uma vida dedicada também a Deus. Aos poucos ela foi se tornando para todos um belo exemplo de vida marcada pela austeridade, pela busca da oração, do conhecimento e da fé. Tudo isso ela fez pensando em fazer de Antônio um homem de bem. O empenho de Antonieta ajuda-nos a compreender um pouco sobre quem foi Santo Antônio Maria Zacarias: um homem muito bem preparado para viver no mundo e servir a Igreja.

Inteligência e caridade

À medida em que crescia, Antônio Maria demonstrava que o esforço de sua mãe estava valendo a pena. Ele começou a se destacar na escola pela inteligência e pela bondade. Várias vezes voltou para casa no extremo frio, sem os agasalhos caros com que se vestia, pois tinha dado a algum mendigo.

Jovem despojado

Quando completou dezoito anos decidiu partir para estudar mais. Antes disso, porém, doou toda a herança que lhe cabia à sua mãe. Estudou filosofia na cidade de Pávia e medicina em Pádua. Durante o tempo de estudos foi sempre dedicado e ótimo aluno, ao contrário da maioria dos estudantes que preferiam gastar seu tempo com diversões e prazeres. Ao invés de usar roupas dos ricos e nobres, ele preferia se vestir com simplicidade e se comportava humildemente.

Médico competente e caridoso

Depois de formado, Antônio Maria tornou-se um médico competente e caridoso. Era procurado por todos por causa dessas qualidades. Ele ainda se destacou por também aliviar os males da alma dos que estavam sob seus cuidados. Distribuía remédios gratuitamente a quem precisava e paz de espírito aos aflitos e angustiados. Durante esse tempo, nunca deixou sua vida espiritual de lado. Dedicava-se sempre à oração e às leituras espirituais.

Padre aos 28 anos

Aos poucos, o médico e santo Antônio Maria Zacarias foi sentindo em seu coração o chamado para cuidar mais da alma do que do corpo de seus pacientes. Foi se definindo em sua vida o chamado para o sacerdócio. Assim, como ele já tinha formação, ordenou-se sacerdote em 1528. Partiu, então, para a cidade de Milão, onde foi exercer o sacerdócio. Lá, Deus iria lhe mostrar novos rumos de vida e de missão.

Fundador

Em Milão, Santo Antônio Maria Zacarias se uniu a dois companheiros que compartilhavam do mesmo ardor apostólico: Bartolomeu Ferrari e Tiago Morigia. Os três fundaram a Congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo. Os membros da Congregação passaram a ser chamados de “Barnabitas” porque a primeira casa que tiveram foi construída ao lado da igreja dedicada a São Barnabé, na cidade de Milão.

Reformador

Mais tarde Santo Antônio Maria Zacarias, ajudado por uma condessa chamada Ludovica Torelli, ele fundou uma congregação feminina chamada Angélicas de São Paulo. Mas seu trabalho não se restringiu apenas ao círculo religioso. Preocupado com a situação das famílias, ele fundou o Grupo de Casais, com o objetivo de ajudar os leigos a viverem bem o sacramento do matrimônio, para que as famílias fossem mais felizes. Toda a Obra de Santo Antônio Maria Zacarias se voltou, então, para a reforma dos padres, das religiosas e dos leigos.

Devoto da Eucaristia

Santo Antônio Maria Zacarias foi um grande devoto da Eucaristia. Neste sentido, ele deixou marcas na Igreja. Foi ele quem instituiu o toque dos sinos das igrejas às três horas da tarde, para lembrar a todos a hora da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele também instituiu o que ficou conhecido como "quarenta horas de adoração ao Santíssimo Sacramento".

Morte

Santo Antônio Maria Zacarias pregava missões em vários lugares na Itália. Numa dessas missões ele contraiu a peste proveniente de uma epidemia que contagiava toda a região. Ele tinha apenas 36 anos quando pegou a peste. Sabendo, como médico, que não teria chances de sobreviver, voltou para a casa de sua mãe e veio a falecer nos braços dela. Santo Antônio Maria Zacarias faleceu na mesma casa onde tinha nascido, no dia 5 de julho de 1539. Sua canonização aconteceu em 1897.

Oração a Santo Antônio Maria Zacarias

Ó Deus, que destes a Santo Antônio Maria Zacarias a graça de conhecer-vos profundamente e de dedicar sua vida ao vosso Reino, dai também anos a caridade, a fé e a perseverança que fizeram dele um exemplo de vida cristã. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. Santo Antônio Maria Zacarias, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

O Papa recorda o cardeal Hummes: pediu-me que não me esquecesse dos pobres

Dom Cláudio Hummes com o Papa Francisco na Praça São Pedro | Vatican News

No telegrama de pesar pela morte de dom Cláudio, Francisco recorda os "longos anos de seu dedicado e zeloso serviço, sempre pautado pelos valores evangélicos", e seu compromisso "em anos recentes pela Igreja que caminha na Amazônia".

Vatican News

O Papa Francisco enviou um telegrama de pesar ao arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, pelo falecimento do cardeal Cláudio Hummes, na última segunda-feira (04/07).

Francisco recebeu "com profundo pesar a notícia do falecimento do eminentíssimo cardeal Cláudio Hummes", antecessor de Dom Odilo "na condução pastoral da dileta Arquidiocese de São Paulo".

"Quero assegurar-lhe dos sufrágios que elevo ao altíssimo pelo eterno descanso deste querido irmão. Minhas preces são também de gratidão a Deus pelos longos anos de seu dedicado e zeloso serviço, sempre pautado pelos valores evangélicos, à Santa Mãe Igreja nos diversos encargos pastorais que lhe foram confiados tanto no Brasil quanto na Cúria Romana, e por seu empenho em anos recentes pela Igreja que caminha na Amazônia", ressalta o Papa no telegrama.

"Trago sempre vivas na memória as palavras que dom Cláudio me disse no dia 13 de março de 2013, pedindo-me que não me esquecesse dos pobres", escreve Francisco, enviando a bênção apostólica ao arcebispo de São Paulo e a todos os que se unem em oração para as exéquias do cardeal Hummes, como penhor de consolação e de esperança na vida eterna.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Falece aos 87 anos o cardeal Cláudio Hummes

Cardeal Cláudio Hummes Vatican News

O cardeal franciscano faleceu nesta segunda-feira. Seu longo ministério foi dedicado, em particular, ao acompanhamento dos povos indígenas, do qual trouxe a voz ao Sínodo para a Região Pan-Amazônica em 2019.

Vatican News

Com uma nota de "pesar e esperança",  o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, comunicou o falecimento nesta segunda-feira, 4 de julho, do cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero:

Comunico, com grande pesar, o falecimento do Eminentíssimo Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo emérito de São Paulo e Prefeito emérito da Congregação para o Clero, no dia de hoje, com a idade de 88 anos incompletos, após prolongada enfermidade, que suportou com paciência e fé em Deus. O médico Dr. Rodrigo Paulino constatou a morte do Cardeal, ocorrida um pouco após às 9h da manhã de 04/07/2022. Nascido em Salvador do Sul (RS), em 08.08.1934, entrou na vida religiosa da Ordem Franciscana dos Frades Menores; recebeu a ordenação sacerdotal em 3 de agosto de 1958 e a ordenação episcopal em 25 de maio de 1975. Foi bispo diocesano de Santo André (SP), Arcebispo de Fortaleza e Arcebispo de São Paulo. Foi feito membro do Colégio Cardinalício pelo Papa São João Paulo II no Consistório de 21 de fevereiro de 2001. De 2006 a 2011 trabalhou ao lado do Papa Bento XVI em Roma, como Prefeito da Congregação para o Clero. De volta ao Brasil, ocupou a função de Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, da CNBB, e da recém criada Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). Convido todos a elevarem preces a Deus em agradecimento pela vida operosa do falecido Cardeal Hummes e de sufrágio em seu favor, para que Deus o acolha e lhe dê a vida eterna, como creu e esperou. Deus acolha em suas moradas eternas nosso irmão falecido, cardeal Cláudio Hummes, e faça brilhar para ele a luz eterna. Seu corpo será velado na Catedral Metropolitana de São Paulo, onde serão celebradas Santas Missas em diversos horários a serem oportunamente divulgados. 

Também o arcebispo do Rio de Janeiro, card. Orani João Tempesta, lamentou a morte de Dom Cláudio com estas palavras:

“Neste momento em que o Cardeal Hummes volta para o Pai, a Nossa Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, reza pelo seu repouso eterno. Para que possa contemplar a visão beatífica e o amor misericordioso do Pai. Que aqueles que desfrutam da sua amizade próxima, seus familiares, a arquidiocese de São Paulo, as congregações romanas que ele presidiu e serviu e em especialmente os povos da Amazônia, a quem também serviu na recém criada Conferência Episcopal da Amazônia, possam experimentar a nossa fraternidade solidária e nosso abraço fraterno. Que a esperança esteja cada vez mais presente no coração de todos.”

Trajetória

No seu brasão episcopal lê-se "Omnes vos fratres" (Vós sois todos irmãos), ecoando a expressão de São Francisco de Assis, "Fratelli tutti”, que inspirou também a última encíclica do Papa. Outro sinal evidente daquela unidade de propósitos e pensamento que o ligava ao outro Francisco, o Pontífice reinante, cujo nome foi fruto de sua sugestão.

“Dom Cláudio”, como era chamado carinhosamente por quem conhecia o cardeal Cláudio Hummes, faleceu nesta segunda-feira, 4 de julho. Ele tinha 87 anos e um grande coração que pulsava - e não há retórica em dizer isso - pelos "pobres". Os povos indígenas da Amazônia, como os missionários consagrados e leigos; os sedentos e famintos do “Sul do mundo”, como os operários mal pagos ou as vítimas das mudanças climáticas.

Ele os tinha em mente o tempo todo, mesmo nas últimas votações do Conclave de 2013 que elegeu o arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio. Ao amigo argentino, sentado ao seu lado, quando alcançou o número de votos necessários para ser eleito, sussurrou-lhe ao ouvido: "Não se esqueça dos pobres". Da intuição surgiu outra intuição do Papa recém-eleito para a escolha do nome. Foi o próprio Francisco a revelar aos jornalistas que encontrou na Sala Paulo VI em 16 de março de 2013:

Tinha ao meu lado o Cardeal Cláudio Hummes, o arcebispo emérito de São Paulo e também prefeito emérito da Congregação para o Clero: um grande amigo, um grande amigo! Quando o caso começava a tornar-se um pouco «perigoso», ele animava-me. E quando os votos atingiram dois terços, surgiu o habitual aplauso, porque foi eleito o Papa. Ele abraçou-me, beijou-me e disse-me: «Não te esqueças dos pobres!» E aquela palavra gravou-se-me na cabeça: os pobres, os pobres. Logo depois, associando com os pobres, pensei em Francisco de Assis. 

Hummes alegrou-se com aquela eleição e ao Papa, pelos microfones da Rádio Vaticano, desejou "um pontificado prolongado", porque, afirmou, "a Igreja precisa deste pontificado, a Igreja precisa deste projeto que ele manifesta e que colocou em andamento".

Hummes sempre rezou pela Igreja, para que ela fosse sempre firme e unida, não cedendo às ameaças externas e internas. “A Igreja defende a sua unidade como unidade da pluralidade. As divisões são um mal”, disse o cardeal, diante de quem questionava a autoridade do Papa.

Nesta Igreja que desejava pobre e sempre "em saída", o arcebispo emérito de São Paulo fazia votos que pudesse ressoar com força a voz das populações amazônicas, feridas pelo desmatamento, por projetos predatórios e doenças da terra e das pessoas, bem como os problemas pastorais. Outro motivo de grande alegria para o cardeal foi, de fato, a convocação do Sínodo para a Região Pan-Amazônica em outubro de 2019, uma oportunidade para concentrar a atenção coletiva em uma parte do mundo muitas vezes esquecida.

Nomeado relator geral, no pronunciamento introdutório propôs aos participantes da assembleia concentrar seus trabalhos em novos caminhos para a Igreja na Amazônia: inculturação e interculturalidade, a questão da escassez de sacerdotes; o papel dos diáconos e das mulheres, o cuidado com a Casa Comum no espírito da ecologia integral. “Os povos indígenas demonstraram de muitas maneiras que desejam o apoio da Igreja na defesa e proteção de seus direitos, na construção de seu futuro. E pedem que a Igreja seja uma aliada constante”, disse o cardeal na Sala nova do Sínodo. “Aos povos indígenas devem ser restituídos e garantidos o direito de serem protagonistas de sua história, sujeitos e não objetos do espírito e da ação do colonialismo de ninguém”.

Ao contrário daqueles que olharam apenas para os resultados imediatos do Sínodo, julgados insatisfatórios em relação aos pedidos de muitos dos participantes, Hummes sempre olhou além da assembleia no Vaticano. Não ao Sínodo, mas ao processo que o Sínodo abriria na Amazônia e no mundo.

Nos últimos tempos, especialmente desde 2020, ano de sua nomeação como presidente da recém-criada Conferência Eclesial da Amazônia, insistia de fato na “aplicação” das indicações do Sínodo. “O Sínodo é o ponto alto que ilumina os caminhos. Porém continua agora, todo o processo continuará também na aplicação pós-sinodal, no território e em todos os lugares onde exista uma conexão", disse sempre aos meios de comunicação vaticanos, através dos quais denunciou também a "grave crise climática e ecológica" que realmente coloca em risco "o futuro do planeta e, portanto, o futuro da humanidade".

Esta mesma urgência foi reiterada pelo cardeal em uma carta de julho de 2021, na qual pedia ao mundo que passasse do "ter que fazer", portanto de belas promessas, ao "fazer", ou seja, à ação concreta, para que as resoluções do Sínodo na Amazônia não caiam no vazio, mas encontrem aplicação prática nas diversas comunidades. “Está certo em continuar discernindo o que devemos fazer, mas mesmo que isso seja bom, não é o suficiente”, escreveu o cardeal.

Nascido em Montenegro, Rio Grande do Sul, de família de origem alemã, Auri Afonso - este é o seu nome de Batismo - assumiu o nome religioso Cláudio ao ingressar na Ordem dos Frades Menores em 1956. Em Roma estudou filosofia e especializou-se em ecumenismo no Bossey Institute em Genebra; foi professor, reitor, teólogo, bispo. Passou vinte e um anos, a partir de 1975, em Santo André, onde se destacou pela defesa dos trabalhadores, por apoiar os sindicatos e participar de greves como bispo encarregado da Pastoral Operária em todo o Brasil. Em 1996 foi nomeado arcebispo de Fortaleza, no Ceará. Durante seus dois anos de ministério foi responsável pela família e cultura na Conferência Episcopal Brasileira em Brasília. Foi, portanto, um dos arquitetos do II Encontro Mundial das Famílias com o Papa, realizado no Rio de Janeiro em 1997.

Em 15 de abril de 1998, João Paulo II o quis como arcebispo metropolitano de São Paulo, onde deu impulso à pastoral vocacional, à formação dos sacerdotes e à evangelização da cidade. O papel desempenhado no campo da comunicação de massa também foi importante, porque a Igreja - afirmou - tinha que falar com a cidade, aproximando os católicos e levando o Evangelho às famílias.

Wojtyla também o criou cardeal em 21 de fevereiro de 2001. Em seguida, participou do Conclave em abril de 2005 que elegeu Joseph Ratzinger. E o próprio Bento XVI o nomeou prefeito da Congregação para o Clero em 2006, em sucessão ao cardeal Darío Castrillón Hoyos. Em maio de 2007 participou da V Conferência Episcopal Latino-Americana, mais conhecida como Conferência de Aparecida, cujo relator do documento final foi o cardeal Bergoglio.

Em 2010, Hummes renunciou ao cargo de prefeito e presidente do Conselho Internacional de Catequese, órgão vinculado à Congregação, ao atingir o limite de idade. Em 29 de junho de 2020 foi eleito presidente da Conferência Eclesial da Amazônia, instituída como uma "ferramenta eficaz" para implementar muitas das propostas que surgiram do Sínodo e se tornar "uma ponte que anima outras redes e iniciativas. ambientais a nível continental e internacional". O que Dom Cláudio tentou fazer até os últimos dias de sua vida terrena.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Os Apóstolos e nós

Os 12 Apóstolos | Editora Cléofas

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará (PA)

Os Bispos do Brasil vivem neste período a “Visita ad Limina Apostolorum”, ao Papa e aos organismos da Cúria Romana, experimentando uma graça especial, o encontro com o Sucessor de Pedro, nosso querido Papa Francisco. Impressiona muito ver a têmpera com a qual o Papa enfrenta as dificuldades ligadas à idade e à saúde, sem diminuir o vigor com o qual exerce seu ministério, num testemunho de coragem e santidade. Sendo os Bispos sucessores dos Apóstolos, podem retornar às suas respectivas Dioceses acolhidos com amor pelo Papa e revigorados para o trabalho pastoral, prontos a confirmar na fé todos os fiéis, alentando-os ao testemunho de Jesus Cristo e ao amor à Igreja. 

A Solenidade de São Pedro e São Paulo, celebrada neste próximo final de semana em nosso país, oferece a oportunidade para refletir sobre o chamado dos Apóstolos, seu ministério e a incidência de seu testemunho em nossa vida. O Senhor percorreu os caminhos da Galileia, onde chamou a maior parte de seus discípulos, encontrando pessoas vindas de várias profissões e estados de vida, cada uma delas com sua história, seu temperamento, qualidades e defeitos, todas muito parecidas conosco, ainda que vivamos em tempos diferentes e cultura diversa. 

A lista dos doze apóstolos, depois enriquecida com os discípulos por ele chamados, oferece indicações significativas para nossa vida de Igreja. Nela, sempre aparece em primeiro lugar Simão, a quem Jesus atribuiu o nome de Pedro. Se foi feito rocha sobre a qual a Igreja veio a ser edificada, episódios de sua aventura vocacional o mostram bem arenoso! Trata-se de um homem rude, pescador de profissão, com temperamento de uma parte impulsivo, outras vezes inseguro, frágil, ao mesmo tempo capaz de chorar amargamente de arrependimento, ousado nas respostas e na afirmação do amor a Jesus. Podemos imaginar o vigor com que se lançou nas águas, indo ao encontro de Jesus numa das aparições do Ressuscitado. Deus soube recolher todas as marcas de sua personalidade, de forma a nenhum de nós poder oferecer desculpas. Se fez de Pedro um santo e uma rocha, pode fazer maravilhas também conosco e em nós! Dele aprendemos a generosidade, a espontaneidade e a sinceridade no reconhecimento de nossas falhas. Com ele, temos a certeza da unidade da Igreja, edificada sobre uma rocha firme, que é Cristo.  

Quase como um maravilhoso intruso, a festa de São Pedro traz ao seu lado São Paulo, cujo nome aponta para a pequenez e seu porte apostólico indica o gigante. Obviamente seu nome não consta da lista constante nos evangelhos, pois veio depois, considerando-se um abortivo: “Por último, apareceu também a mim, que sou como um aborto. Pois eu sou o menor dos apóstolos, nem mereço o nome de apóstolo, pois eu persegui a Igreja de Deus. É pela graça de Deus que sou o que sou. E a graça que ele reservou para mim não foi estéril; a prova é que tenho trabalhado mais que todos eles, não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo” (I Cor 15,8-9). Do Paulo convertido e missionário, aprendemos a ousadia na missão, vencendo barreiras, para que a Boa Nova do Evangelho chegue a todos. 

Lemos no Evangelho de São Marcos (Mc 3,13-19), que “Jesus subiu a montanha e chamou os que ele quis; e foram a ele. Ele constituiu então doze, para que ficassem com ele e para que os enviasse a anunciar a Boa Nova, com o poder de expulsar os demônios. Eram: Simão, a quem deu o nome de Pedro); Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer ‘filhos do trovão’; e ainda André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu” (Mc 3,13-19). Com os doze aprendemos as lições da vida e o caminho de conversão que nos é proposto. 

Com Tiago e João, envolvidos com a própria mãe que foi a Jesus pedindo para eles posições de destaque, aprendemos a lição da humildade e o controle dos impulsos, pois podemos imaginar as razões do nome de “Filhos do Trovão”! André foi corajoso ao dar o primeiro passo, e nos ensina a comunicar a Boa Nova, como fez com seu irmão Simão. Filipe, na santa ingenuidade de pedir que Jesus lhes mostrasse o Pai, nos faz buscar o essencial e escolher Deus como tudo de nossa vida. Ao seu lado está outro Tiago, parente de Jesus, corajoso na condução da Igreja e no martírio. Bartolomeu, desconfiado, reconheceu em Jesus o Salvador e o seguiu, para que superemos nossos medos. Mateus indica o quanto é desejável e possível mudar a vida de um homem, mesmo quando vive um ambiente cheio de corrupção. Simão, o Zelota, vindo de um ambiente de radicalismo político também se tornou apóstolo. Judas Tadeu, que alguns julgam ter sido funcionário público, tanto seguiu Jesus que a devoção do povo de Deus lhe dá imensa importância! Até de Judas Iscariotes podemos aprender, para não roubar de ninguém e não nos desesperarmos. 

Falta um, justamente, cuja festa comemoramos no dia três de julho. “Tomé, chamado Gêmeo, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe: ‘Nós vimos o Senhor!’ Mas Tomé disse: ‘Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei’. Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco’. Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!’ Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus!’ Jesus lhe disse: ‘Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!’ (Jo 20, 24-29). Muitos o consideram o homem da dúvida, quando, na verdade sua lição maior se encontra na exclamação “Meu Senhor e meu Deus!”. Com ele, nós entramos na história da Ressurreição de Jesus e somos chamados a testemunhá-la, seguindo o rastro deixado pelos Apóstolos”!  

Concelebrando com o Papa no dia vinte e nove de junho, saibam todos que os Bispos de nossa região carregaram o jugo suave de todo o nosso povo, renovando a entrega de vida e as disposições para edificar a Igreja, pois todos somos de verdade a Igreja viva do Senhor. Nestes dias, celebramos também na Basílica do Santíssimo Salvador em São João de Latrão, para reforçar nossa comunhão com a Igreja. Fomos à Basílica São Paulo fora dos muros para renovar o impulso missionário. Concluímos na Basílica de Santa Maria Maior, com a consciência da missão confiada à Virgem no coração da Igreja. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Por que você deve aproveitar ao máximo seus “anos ocultos” como mãe

Shutterstock | Inside Creative House
Por Theresa Civantos Barber

A maternidade exige grandes esforços, mas é preciso aproveitar ao máximo esta fase da vida: ela pode ser muito mais frutífera do que pensamos.

Não pude resistir a um suspiro melancólico quando vi a foto de uma amiga minha no Instagram.

Nós estudamos juntas durante muito tempo e compartilhamos muitos interesses comuns. Mas, agora, ela estava viajando pelo mundo, participando de eventos fabulosos, conhecendo pessoas influentes e postando fotos glamourosas de suas viagens e aventuras.

Mas agora, ela estava viajando pelo mundo, participando de eventos fabulosos, conhecendo pessoas influentes e postando fotos glamourosas de suas viagens e aventuras.

Enquanto isso, eu fico em casa, embalando meu bebê, como tenho feito nos últimos nove anos, filho após filho.

Normalmente, eu não deixo essas coisas me derrubarem. Eu sei que é para criar uma família que Deus está me chamando nesta época da minha vida. Sei que todos os meus sacrifícios pelos meus filhos valerão a pena. Também sei que o trabalho árduo e sagrado de cuidar de minha família é profundamente importante e significativo.

E eu adoro passar meus dias com meus queridos bebês. Mas, naquele momento, não pude deixar de sentir um pouco de inveja. “Por que ela consegue sair e fazer esse trabalho público legal e emocionante enquanto eu estou escondida aqui no coração da minha casa, dificilmente indo a lugar algum?”, pensei com uma explosão de autopiedade.

“Por que ela consegue sair e fazer esse trabalho público legal e emocionante enquanto eu estou escondido aqui no coração da minha casa, dificilmente indo a lugar algum?” Eu pensei com uma explosão de autopiedade.

Levei essa pergunta à oração e recebi uma resposta que mudou completamente a maneira como eu pensava sobre esta época da minha vida.

“Estes são seus anos ocultos”

Lentamente, percebi o que isso significava.

Anos atrás, na aula de teologia, aprendi sobre o mistério dos “anos ocultos” de Jesus. Sabemos muito pouco sobre a maior parte da vida de Cristo: os primeiros 30 anos de sua vida são quase totalmente indocumentados, exceto o início de sua vida e quando ele ficou perdido por três dias aos 12 anos. 

Os teólogos chamam esses anos de “anos ocultos” de Cristo, e há algo profundo em Sua decisão de passar tanto de Seu curto tempo na terra escondido no coração da casa de sua família. Mons. Charles Pope explica lindamente:

“Nesses anos ocultos, o Senhor nos mostra a beleza de nossas próprias vidas ocultas e comuns. Ensina sobre a dignidade da vida familiar e do trabalho. Ao morar em um vilarejo pequeno e humilde, trabalhando e vivendo em família, o Senhor santificou essas coisas e as recomenda a nós como importantes e essenciais.”

O privilégio dos anos ocultos

Enquanto pensava nisso, comecei a ver a conexão. Como mãe escondida no coração do meu lar, tenho a oportunidade privilegiada de usar esses anos para dar glória a Deus.

Em vez de gastar meu tempo me sentindo frustrada e ressentida com as limitações desta fase da vida, posso procurar imitar o amor alegre que Cristo deu à sua família durante seus anos ocultos. 

Percebi também que as mães de pequeninos não são as únicas que se sentem escondidas.

Talvez você seja um cuidador de um parente idoso, viva em um lugar isolado ou esteja mergulhado em uma época cansativa de sua profissão. Por tantas razões, podemos nos encontrar em “anos ocultos”.

Assim, ao continuar nesta fase, sinto-me chamada a viver bem esses anos, a aproveitar ao máximo esse tempo em casa. 

E o descanso?

Recentemente, perguntei a um padre como buscar descanso quando estou em uma época de sacrifício profundo, e ele disse: “Sempre que você tiver um momento de silêncio, mesmo que seja apenas enquanto prepara o jantar ou dobra a roupa, deixe seu coração descansar no amor de Deus.”

Quero deixar meu coração descansar em paz com a vontade de Deus para mim agora, em vez de sentir inveja de pessoas chamadas para coisas diferentes.

E não posso esquecer que os anos ocultos de Cristo foram um tempo de preparação para seu ministério público posterior. Esta fase pode não ser seguida por uma fase de trabalho público, mas esses anos também são uma preparação para a próxima vida, no Céu.

Pois bem: estou tentando descansar no amor de Deus, em vez de fazer comparações. Se você também está em seus “anos ocultos”, vamos tentar viver bem este tempo e aproveitar ao máximo essa oportunidade que nos é dada.  

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Com pedido de trégua para a Amazônia, bispos concluem visita ad Limina em Assis

Bispos da Amazônia em Assis | Vatican News

A cidade de São Francisco foi escolhida para “para agradecer a Deus o fortalecimento da comunhão com o Papa Francisco, que os encorajou na missão diante dos grandes desafios da Amazônia, e para manifestar o compromisso com os novos caminhos propostos no encontro jubilar de Santarém, em junho 2022”.

Vatican News

Gratidão e compromisso: com estes dois sentimentos, os bispos dos regionais Norte 2 (Tocantins e parte do Mato Grosso) e Norte 3 (estados do Pará e Amapá) encerraram no sábado a sua visita ad Limina.

E o lugar escolhido foi Assis, “para agradecer a Deus o fortalecimento da comunhão com o Papa Francisco, que os encorajou na missão diante dos grandes desafios da Amazônia, e para manifestar o compromisso com os novos caminhos propostos no encontro jubilar de Santarém, em junho 2022”.

De fato, na missa celebrada na Porciúncula de Santa Maria dos Anjos os bispos assinaram uma carta intitulada “Gratidão e compromisso” pela urgente proclamação de um jubileu - uma trégua – para a Amazônia.

Bispos assinam a carta "Gratidão e compromisso" | Vatican News

Segundo eles, o cenário da Amazônia é “desolador e de muito sofrimento para os povos e para a criação que está gemendo como que em dores de parto” (Rm 8,22). “O jubileu seria um novo tempo de justiça e paz, de libertação das terras e das águas, o direito e à cidadania da região e o resgate das dívidas sociais para que tragam a dignidade e o respeito pela vida em todos os sentidos”, escrevem.

Depois, os bispos levaram essa carta e uma vela ao túmulo de São Francisco, na Basílica a ele dedicada, construída logo após a sua morte e cuidada pelos franciscanos da Ordem dos Frades Menores Conventuais. Ali invocaram a intercessão de São Francisco pela Amazônia e foram recebidos pelo vigário da Basílica, Frei Teófilo.   

Assis foi escolhida pelos bispos para a realização deste ato porque é a terra de São Francisco, que há 800 anos já descobrira a irmandade cósmica e louvava a Deus pela criação e até hoje é  exemplo de respeito à casa comum.

Os bispos reconhecem que a mística de Francisco é inspiradora para a Amazônia: “A mística de Francisco de Assis poderá salvar a Amazônia. Essa mística poderá inspirar o ano jubilar - a trégua - para que cessem a violência contra os indígenas, quilombolas, ribeirinhos e contra todos os defensores dos povos tradicionais, dos territórios e do bioma Amazônico”.

Bispos da Amazônia em Assis | Vatican News

Visitas ad Limina dos bispos brasileiros

Com o encerramento da visita dos regionais Norte 2 e 3, haverá uma pausa na presença de bispos brasileiros em Roma nos meses de julho e agosto. Os próximos regionais aguardados são Oeste 1 e 2 (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), cuja visita ad Limina está prevista a partir de 9 de setembro.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“Conversando sobre a Bíblia”

New Africa | Shutterstock
Por Vanderlei de Lima

Sem a fé não se consegue extrair da Bíblia o seu imenso tesouro espiritual para nós, de modo individual e comunitário.

“Conversando sobre a Bíblia: perguntas e respostas” é o título da obra escrita por Margarida Hulshof, esposa, mãe e avó, que, por longos anos, escreveu sobre temas da fé católica e, depois, reuniu suas reflexões em vários livros. Este sobre a Bíblia (Cultor de Livros), lançado em 2017, alcançou, já no ano seguinte, a segunda edição.

Logo nas páginas 15-16, a autora apresenta a razão de ser de sua obra. Diz ela: “Tendo atuado por vários anos na área da catequese, pude perceber a grande importância de uma adequada formação bíblica. A leitura individual e comunitária da Bíblia foi sendo cada vez mais valorizada em todos os ambientes eclesiais a partir do Concílio Vaticano II, e de forma especial na catequese, cuja metodologia tornou-se essencialmente bíblica, e depois também celebrativa e querigmática”. E continua: “Dessa popularização da Bíblia surge, como consequência natural, a necessidade do estudo, do conhecimento, de uma adequada capacitação para interpretar e compreender corretamente a Palavra de Deus, especialmente o Antigo Testamento”.

Um pouco adiante, Margarida constata a oposição entre a interpretação terrena ou horizontalista da Palavra de Deus escrita e a sobrenatural ou verticalista, que é a correta. Afinal, sem a fé não se consegue extrair da Bíblia o seu imenso tesouro espiritual para nós, de modo individual e comunitário: “Não é tão difícil encontrar subsídios de qualidade para o estudo bíblico, pois há muito material disponível. E também não é tão complicado, nem tão demorado assim, adquirir a formação básica indispensável. A maior dificuldade, a meu ver, é de outro tipo… e não atinge apenas o estudo bíblico, mas todo o processo catequético, a liturgia e até a própria teologia. Essa dificuldade reside principalmente na tendência que se manifestou nas últimas décadas entre os teólogos e biblistas, a uma interpretação demasiadamente racional ‘terrena’ da Bíblia” (p. 16).

Por fim, a autora louva as novas pesquisas, mas diz que elas só trazem benefícios ao se manterem fiéis ao Magistério da Igreja, única instância apta a interpretar corretamente a Palavra de Deus (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 84-95). Com efeito, “os novos estudos, ideias e teorias são bem-vindos e podem ser benéficos à Igreja, mas a exegese bíblica, assim como a teologia, só será autêntica e confiável se se mantiver fiel ao Magistério da Igreja em comunhão com o Papa, pois essa é a única instância garantida pelo Espírito Santo. Temos visto ultimamente uma avalanche de interpretações bíblicas não autorizadas sendo difundidas e ensinadas como verdade inquestionável, sem levar em conta a limitada capacidade de assimilação e de crítica das pessoas comuns… Esse descuido e falta de prudência tem sido causa de escândalo e de confusão para muitos fiéis, além de contaminar lamentavelmente a formação dos seminaristas. A maioria dos textos incluídos neste livro é uma tentativa de esclarecer essas dúvidas e confusões, em resposta a perguntas que me foram dirigidas pelos leitores da minha coluna no jornal católico ‘O Lutador’” (p. 17).

Nas páginas 45 a 64, a autora trata da longa e, portanto, lenta formação da Bíblia e das suas línguas originais, ou seja, o hebraico, o aramaico e o grego. A título de demonstração da união entre a exegese (= interpretação) científica e a espiritualidade teológica, citemos as palavras de Margarida sobre o triste episódio de Caim e Abel (Gn 3,4-5): “A grande lição que o texto nos ensina é: o pecado rompe a fraternidade. Longe do amor de Deus (paraíso), os homens tornam-se incapazes de amar, e deixam-se dominar pela inveja, pelo ódio, pelo desejo de vingança. Quem não é pecador, torna-se vítima, como aconteceu com Jesus, de quem Abel é figura. Quem tem o coração mau, não suporta os bons, porque estes, com a sua vida, denunciam seu pecado” (p. 91).

Três destaques finais: a linha do tempo, p. 395-399, ficou excelente. Também é esclarecedora a nota 19 da página 140. Apenas sugerimos a troca da expressão “dia-a-dia”, na p. 16, por dia a dia (sem hífen). 

Parabéns à Margarida Hulshof, destemida missionária, por mais esta obra!

Mais informações em: https://www.cultordelivros.com.br/produto/conversando-sobre-a-biblia-78447

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa desmente rumores de renúncia e diz querer viajar a Moscou e Kiev

Entrevista da Reuters ao Papa Francisco (Reuters)

Entrevista da agência Reuters com Francisco, que disse "respeitar" a decisão da Suprema Corte dos EUA sobre o aborto e reiterou sua condenação à interrupção da gravidez

Vatican News

O Papa Francisco nega ter qualquer intenção de renunciar ("Nunca me passou pela cabeça. Não por enquanto"), nega os rumores de que ele estaria doente de câncer. E reitera, ao invés, seu desejo de ir à Rússia e Ucrânia assim que for possível, talvez em setembro. Também diz respeitar a decisão da Suprema Corte dos EUA sobre a interrupção da gravidez e reitera sua forte condenação ao aborto. O Bispo de Roma concedeu uma longa entrevista ao correspondente da Reuters, Phil Pullella, no sábado. O encontro durou cerca de 90 minutos e este é um relato inicial com alguns dos conteúdos publicados pela agência.

Como é sabido, de acordo com vários artigos e comentários na mídia, alguns eventos recentes ou programados (desde o consistório no final de agosto até a visita a L'Aquila onde Celestino V, que renunciou em 1294, está enterrado) sugeririam a intenção do Papa de renunciar ao pontificado. Mas Francisco desmentiu esta interpretação: "Todas estas coincidências fizeram alguns pensarem que a mesma 'liturgia' ocorreria. Mas isso nunca me passou pela cabeça. Não por enquanto, não por enquanto. Realmente!" Ao mesmo tempo, o Papa, como havia feito várias vezes no passado, explicou que a possibilidade de renunciar é levada em consideração, sobretudo após a escolha feita por Bento XVI em 2013, caso a saúde o impossibilite de continuar em seu ministério. Mas quando perguntado quando isso poderia acontecer, respondeu: "Não sabemos. Deus dirá", com palavras semelhantes às usadas na sexta-feira 1º de julho em uma entrevista com a agência de notícias Télam.

Sobre a questão dos problemas no joelho, Francisco falou sobre o adiamento da viagem à África e da necessidade de terapia e descanso. Ele disse que a decisão de adiar lhe causou "muito sofrimento", sobretudo porque ele queria promover a paz tanto na República Democrática do Congo quanto no Sudão do Sul. O Papa, observa o entrevistador, usou uma bengala para entrar na sala de recepção no andar térreo da Casa Santa Marta, no Vaticano. E em seguida deu detalhes sobre o estado de seu joelho, dizendo que sofreu "uma pequena fratura" quando deu um passo falso enquanto um ligamento estava inflamado. "Estou bem, estou melhorando lentamente", acrescentou, explicando que a fratura está curando, auxiliada pela terapia com laser e magnetes.

Em seguida, Francisco desmentiu os rumores de que havia sido diagnosticado com câncer há um ano, quando foi submetido a uma operação de seis horas para remover uma parte de seu cólon devido a diverticulite, uma condição comum em idosos. "A operação foi um grande sucesso", disse o Papa, acrescentando com um sorriso em seu rosto que "eles não me disseram nada" sobre o suposto câncer, o que descartou como "fofocas de corte". Sucessivamente, declarou à Reuters que não queria uma operação no joelho porque a anestesia geral da cirurgia do ano passado tinha tido efeitos colaterais negativos.

A entrevista abordou em seguida questões internacionais. Falando da situação na Ucrânia, Francisco observou que houve contatos entre o Secretário de Estado Pietro Parolin e o Ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov, sobre uma possível viagem a Moscou. Os sinais iniciais não eram bons. Falou-se desta possível viagem pela primeira vez há vários meses, disse o Papa, explicando que Moscou respondeu que este não era o momento certo. Deixou entender, no entanto, que algo poderia ter mudado agora. "Eu gostaria de ir à Ucrânia e queria ir primeiro a Moscou. Trocamos mensagens sobre isso, porque pensei que se o presidente russo me concedesse uma pequena janela para servir a causa da paz.... E agora é possível, depois que eu voltar do Canadá, que eu consiga ir à Ucrânia. A primeira coisa a fazer é ir à Rússia para tentar ajudar de alguma forma, mas eu gostaria de ir às duas capitais."

Por fim, o Papa na entrevista com Phil Pullella tocou no assunto da decisão da Suprema Corte dos EUA que derrubou a histórica decisão Roe contra Wade que estabelecia o direito de uma mulher a abortar, Francisco disse que respeitava a decisão, mas não tinha informações suficientes para falar sobre ela de um ponto de vista jurídico. Mas também condenou fortemente o aborto, comparando-o - como havia feito muitas vezes antes - à "contratação de um sicário". "Eu pergunto: é legítimo, é justo, eliminar uma vida humana para resolver um problema?"

O Papa também foi solicitado a comentar sobre o debate em curso nos Estados Unidos sobre se um político católico, que se opõe pessoalmente ao aborto, mas apoia o direito de outros de escolher, pode receber a comunhão. A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, por exemplo, foi proibida de receber a Eucaristia pelo arcebispo de sua arquidiocese, São Francisco, mas recebe regularmente a comunhão em uma paróquia em Washington, e na semana passada recebeu a comunhão de um padre durante a Missa em São Pedro presidida pelo Pontífice.

"Quando a Igreja perde sua natureza pastoral, quando um bispo perde sua natureza pastoral, isto causa um problema político", comentou o Papa. "Isto é tudo o que posso dizer."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 3 de julho de 2022

HISTÓRIA DE SÃO PEDRO

S. Pedro, apóstolo | comorezar

São Pedro nasceu em Betsaida, um pequeno vilarejo às margens do lago de Genesaré, ou Mar da Galiléia, no norte de Israel. Seu nome de nascimento era Simão. Quando conheceu Jesus, Simão era casado (os Evangelhos falam da cura da sogra de Pedro) e morava em Cafarnaum, importante cidade às margens do lago de Genesaré. Era filho de Jonas e tinha um irmão, André. Este foi quem o apresentou a Jesus. Os dois se tornaram discípulos de Jesus e mais tarde apóstolos. São Pedro era pescador e possuía um barco, em sociedade com seu irmão. Ambos trabalhavam no Mar da Galiléia, um lago de água doce formado pelo Rio Jordão, na região da Galiléia em Israel.

O chamado de Jesus a São Pedro

Quando Jesus conheceu Simão, disse a ele uma frase que mudaria sua vida: Você será pescador de homens. A partir daí, Simão começou seguir Jesus. Num determinado momento, Simão confessou a Jesus: Tu és o Messias, o Filho de Deus. Por isso, Jesus disse que, daquele momento em diante, seu nome seria Pedro, Cefas, Kephas em aramaico, palavra que significa Pedra.  Mais tarde o significado disso ficou claro: Pedro foi o primeiro Papa da Igreja, tornou-se a Pedra onde a Igreja encontra sua unidade.

Negações de São Pedro e perdão de Jesus

Quando Jesus foi preso no Horto das Oliveiras, pediu que seus discípulos fossem liberados. São Pedro foi liberado, mas seguiu Jesus de longe, às escondidas. Levaram Jesus preso ao Palácio de Caifás. Pedro e João entraram no pátio palácio e ficaram ali esperando o desfecho de tudo.

No pátio, alguns reconheceram São Pedro e perguntaram se ele era um dos discípulos de Jesus. Por três vezes, porém, Pedro negou e o galo cantou, como Jesus havia profetizado: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. Pedro chorou amargamente, arrependido. Quando Jesus ressuscitou e apareceu aos discípulos às margens do Mar da Galiléia, ele se dirigiu a Pedro e perguntou se Pedro o amava.

Jesus perguntou isso por três vezes. Pedro respondeu que sim as três vezes. Foi uma forma de Jesus curar o remorso no coração de Pedro por causa das três negações que tinha feito de seu Mestre. Jesus o perdoou e, em seguida disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

As chaves do Céu

Quando Jesus deu a São Pedro a missão de ser líder da Igreja, disse a ele: tu és pedra, e sobre essa pedra edificarei a minha igreja. Pedro era um homem simples, extrovertido, falava sem pensar. Por outro lado, era acostumado às dificuldades da vida de pescador. Mas depois de três anos seguindo Jesus, e depois da receber o poder do Espírito Santo em Pentecostes, Pedro se tornou um grande líder, um apóstolo, palavra que quer dizer enviado.

Depois de Pentecostes, São Pedro reunia multidões em suas pregações. Ele tinha o dom da cura de tal forma que as pessoas queriam tocar em seu manto, ou passar sob sua sombra para que fossem curados e libertados, como nos atesta o livro dos Atos dos Apóstolos. Ele escreveu duas cartas que estão no novo testamento, animando e exortando a Igreja nascente.

São Pedro, o primeiro papa

Depois de Pentecostes, Pedro passou a ser um evangelizador por todos os lugares onde passava. Sua autoridade como o líder da Igreja nascente sempre foi respeitada e atestada por vários documentos da Igreja. Nunca foi questionada. De fato, São Pedro assumiu as chaves da Igreja e seus sucessores, os Papas, são continuadores de sua autoridade e de sua missão dada pelo próprio Jesus cristo.

Devoção e morte de São Pedro

Por pregar o Evangelho destemidamente, São Pedro foi preso várias vezes. Uma vez, em Jerusalém, um anjo de Deus o libertou da prisão passando por vários guardas. Depois de evangelizar e animar a Igreja em vários lugares, Pedro foi para Roma. Lá, liderou a Igreja que sempre crescia, apesar das perseguições.

Assim, os romanos descobriram seu paradeiro, prenderam-no e condenaram-no à morte de cruz por ser o líder da Igreja de Jesus Cristo. No derradeiro momento,São  Pedro pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por não se julgar digno de morrer como seu Mestre.

Seu pedido foi atendido e ele foi morto na região onde hoje é o Vaticano. Seus restos mortais estão no altar da Igreja de São Pedro em Roma. A festa de São Pedro é celebrada no dia 29 de junho.

Oração a São Pedro

Glorioso São Pedro, creio que vós sois o fundamento da Igreja, o pastor universal de todos os fiéis, o depositário das chaves do Céu, o verdadeiro vigário de Jesus Cristo; eu me glorio de ser vossa ovelha, vosso súdito e filho. Uma graça vos peço com toda a minha alma; guardai-me sempre unido a vós e fazei que antes me seja arrancado do peito meu coração do que o amor e a plena submissão que vos devo nos vossos sucessores, os Pontífices romanos.

Viva e morra como filho vosso e filho da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Assim seja.

Ó glorioso São Pedro, rogai por nós que recorremos a vós. Amém.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF