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domingo, 10 de julho de 2022

Por que é preciso evangelizar?

Evangelizar no dia-a-dia | Aleteia
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

Uma nova evangelização, adequada aos nossos tempos, tem que ser integral, assumindo todas as dimensões do ser humano.

Há muitos anos, quando o tema religião e política não estava tão polêmico como hoje, perguntei a um amigo, militante político ateu, muito consciente e comprometido, qual seria – na visão dele – a principal contribuição que a Igreja poderia dar para a sociedade brasileira. Para minha surpresa, respondeu “converter o povo”. Explicou-me que percebia como as pessoas tinham necessidade de uma resposta religiosa para os problemas da vida e que, quando o que ele chamava de religiões sérias e bem-intencionadas, não conseguiam dar essas respostas, o povo acabava aderindo aos mercadores da fé, que se aproveitavam das expectativas e da ingenuidade dos fiéis, com consequências políticas que ele previa serem catastróficas.

Meu amigo, mesmo não tendo fé, percebeu com grande clareza o significado da religião na vida das pessoas. Rezo para que ele encontre a Cristo nas tantas voltas de sua vida. Enquanto isso, gostaria de salientar duas implicações de sua resposta, que me parecem particularmente importantes para nós.

Todos os seres humanos têm a exigência de Deus em seu coração

Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI, em Introdução ao cristianismo (Loyola, 2005), considera que ateus e crentes têm em comum os momentos de dúvida. Por mais fé que tenhamos, sempre existe aquele momento de provação em que nos perguntamos “será que Deus existe mesmo?”. Os ateus também têm momentos em que se perguntam “e se Deus existir de fato?”. As perguntas últimas, a ânsia pelo infinito e pela eternidade, a busca de um amor totalizante e realmente libertador estão inscritas no coração de todo ser humano – quer ele as desenvolva, quer não. Por isso as igrejas são um bem público e, potencialmente, servem a toda a população.

No século XX, a ideologia secularista teve uma grande difusão, chegando a entrar dentro da Igreja. Considerava que essas questões seriam resolvidas pela filosofia e pela ciência, de tal forma que nas populações escolarizadas a religião perderia sua função. Nessa perspectiva, muitos imaginaram que a função social do cristianismo, no futuro, seria apenas a de exortar o povo a uma libertação política ou ao respeito a valores morais fundamentais. O tempo passou e a ânsia por Deus continua viva no coração das pessoas, agora talvez até mais dramática, pois temos que reconhecer que as pregações das grandes religiões têm tido muita dificuldade de responder às novas perguntas e dúvidas que lhes tem sido dirigidas.

Tanto a conversão quanto o abandono da fé dependem da resposta adequada que a religião consegue dar em momentos críticos de nossa vida, como na morte, na doença, no desemprego, na educação de um filho problemático, na relação com um marido bêbado, ou mesmo de êxtase e maravilhamento, como acontece com aqueles que iniciaram sua conversão ao entrar numa igreja, assistir uma missa ou contemplar a beleza do céu.

Ao nos apresentar o amor de Deus, a religião nos liberta do medo do mal e da morte, nos dá a confiança necessária para enfrentar as dificuldades e os desafios da vida, gera a gratidão que nos torna comprometidos com o bem e dispostos a nos sacrificarmos por nossos irmãos. O anúncio desse amor é a mensagem fundamental que a pessoa religiosa deve levar ao mundo – a mensagem que meu amigo, mesmo mantendo-se ateu, reconhecia como necessária ao mundo.

O encontro com Cristo deve abranger todas as dimensões da vida

Muitas vezes nos tornamos vítimas de um debate inadequado sobre a importância da espiritualidade, da moralidade e do compromisso social no anúncio cristão. Uns são acusados de espiritualistas, outros de moralistas e outros de politiqueiros, em função de qual aspecto enfatizam mais em seu testemunho e em sua comunicação do cristianismo aos demais.

É verdade que algumas pessoas se fixam num aspecto do cristianismo e tendem a esquecer os demais, mas devemos ter claro que uma nova evangelização, adequada aos nossos tempos, tem que ser integral, assumindo todas as dimensões do ser humano. “Sou homem: nada do que é humano me é estranho”, a frase do poeta latino Terêncio, não pode ser considerada específica para os cristãos – vale para todos os seres humanos e, de fato, foi considerada lema por pessoas das mais diferentes correntes de pensamento. Contudo, não seria adequado um anúncio cristão que não estivesse imbuída desse espírito.

O grande desafio do anúncio e do testemunho evangelizadores é superarmos os particularismos que são inerentes a nosso temperamento. Cada um de nós, humanos que somos, tendemos a sublinhar alguns aspectos do nosso encontro com Cristo, em detrimento a outros. Alguns de nós, por exemplo, são mais apegados à liturgia, outros ao compromisso social; uns sentem mais necessidade da vivência comunitária, outros preferem um encontro mais privado com Deus… Nossa forma de viver e anunciar, contudo, deve abranger todas as dimensões de nossa vida. Aquelas dimensões que nos são mais distantes devem, inclusive, receber maior atenção de nossa parte, para não serem ignoradas.

A vivência de um cristianismo integral nos obriga ao exercício tanto da caridade quanto do discernimento, nos ajudando a enfrentar os desafios morais, culturais e políticos de nosso tempo, anunciando de forma efetiva o Evangelho.

Nas palavras de Francisco

Em Querida Amazonia, Francisco expressa bem essa questão:

“Como cristãos […] embora queiramos empenhar-nos lado a lado com todos, não nos envergonhamos de Jesus Cristo. Para quantos O encontraram, vivem na sua amizade e se identificam com a sua mensagem, é inevitável falar d’Ele e levar aos outros a sua proposta de vida nova […] A autêntica opção pelos mais pobres e abandonados, ao mesmo tempo que nos impele a libertá-los da miséria material e defender os seus direitos, implica propor-lhes a amizade com o Senhor que os promove e dignifica. Seria triste se recebessem de nós um código de doutrinas ou um imperativo moral, mas não o grande anúncio salvífico, aquele grito missionário que visa o coração e dá sentido a todo o resto […] Eles têm direito ao anúncio do Evangelho, sobretudo àquele primeiro anúncio que se chama querigma e […] é o anúncio de um Deus que ama infinitamente cada ser humano, que manifestou plenamente este amor em Cristo crucificado por nós e ressuscitado na nossa vida” (QA 62-64).

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa: caminhando com Jesus, se aprende a ver o outro e sentir compaixão

Papa Francisco no Ângelus deste domingo | Vatican News

"O Evangelho nos educa a ver: orienta cada um de nós a compreender corretamente a realidade, superando preconceitos e dogmatismos dia após dia. E depois seguir Jesus ensina-nos a ter compaixão: estar atentos aos outros, especialmente aos que sofrem, aos que mais precisam. E intervir como o samaritano."

https://youtu.be/fDgH9MAphXw

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

“E Jesus perguntou: “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”. Lc 10, 36-37”

É importante conhecer a Deus, prestar-lhe culto, mas acima de tudo, é importante colocar em prática o que se aprende “caminhando nas pegadas de Cristo”, como o samaritano, pois se aprende “a ver e a sentir compaixão.” E quando dou esmola, se não olho nos olhos da pessoa que ajudo, se não toco a sua miséria, então aquela esmola é para mim mesmo.

Viu e sentiu compaixão

“Ver e sentir compaixão”: dirigindo-se aos milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro para o Angelus dominical deste XV Domingo do Tempo Comum, o Papa inspirou sua reflexão a partir dessas duas palavras presentes na Parábola do Bom Samaritano, narrada no Evangelho de Lucas (Lc 10,25-37). Duas atitudes que o “discípulo do Caminho” aprende ao mudar gradativamente seu modo de pensar e agir ao seguir o Mestre, conformando-se a Ele.

Toda a cena se passa na estrada de Jerusalém a Jericó, onde à beira do caminho está um homem que foi espancado e roubado. Por ele passam um sacerdote - que “o vê, mas não para, segue adiante” - e um levita. Quem para diante da cena, é um samaritano que estava viajando: “chegou perto dele, viu e sentiu compaixão", diz o Evangelho:

Não se esqueça destas palavras: “sentiu compaixão dele”; é o que Deus sente cada vez que nos vê em um problema, em um pecado, em uma miséria: “sentiu compaixão dele”. O evangelista faz questão de salientar que ele estava viajando. Portanto, aquele Samaritano, apesar de ter seus planos e estar direcionado para um objetivo distante, não encontra desculpas e se deixa interpelar pelo que acontece ao longo do caminho. Pensemos nisso: o Senhor não nos ensina a fazer exatamente isso? Olhar para a frente, para a meta final, prestando muita atenção, no entanto, aos passos a serem dados, aqui e agora, para chegar lá.

Aprendizado dos "discípulos do Caminho" é contínuo

O Papa recorda que os primeiros cristãos eram chamados de "discípulos do Caminho", pois no seguimento de Jesus estão aprendendo todos os dias, em caminho, viajantes, o que muito os assemelha ao samaritano:

O discípulo de Cristo caminha seguindo-o, tornando-se assim um "discípulo do Caminho". Ele vai atrás do Senhor, que não é um sedentário, mas sempre em movimento: pelo caminho encontra pessoas, cura doentes, visita povoados e cidades.

Assim – observou Francisco - o "discípulo do Caminho" vê que “seu modo de pensar e agir muda gradativamente, tornando-se cada vez mais conforme ao do Mestre. Caminhando nas pegadas de Cristo – diz o Papa - torna-se um viajante e aprende - como o samaritano - a ver e a ter compaixão”. Mas antes de tudo, ele vê:

Ele abre os olhos para a realidade, não se fecha egoisticamente no círculo de seus próprios pensamentos. Em vez disso, o sacerdote e o levita veem a vítima, mas é como se não o vissem, seguem adiante.

Mas o seguir Jesus, além de ver,  também ensina a ter compaixão:

O Evangelho nos educa a ver: orienta cada um de nós a compreender corretamente a realidade, superando preconceitos e dogmatismos dia após dia. Tantos crentes se refugiam nos dogmatismos para defender-se da realidade. E depois ensina-nos a seguir Jesus, porque seguir Jesus ensina-nos a ter compaixão: estar atentos aos outros, especialmente aos que sofrem, aos que mais precisam. E intervir como o samaritano, não seguir em frente, mas parar.

Pedir a graça de ver e sentir compaixão

E diante desta Parábola – chama a atenção o Papa – pode existir o risco de apontarmos o dedo para os outros, “comparando-os ao sacerdote e ao levita”, ou para nós mesmos, “enumerando a falta de atenção ao próximo”. Assim, o exercício a ser feito é outro, sugere:

Não tanto o de nos culpar-nos. Claro, devemos reconhecer quando fomos indiferentes e nos justificamos, mas não nos detenhamos aí.  Devemo-lo reconhecer, é um erro, mas peçamos ao Senhor que nos faça sair da nossa indiferença egoísta e nos coloque no Caminho. Peçamos a ele para ver e sentir compaixão. Esta é uma graça, devemos pedi-la ao Senhor: "Senhor, que eu veja, que eu sinta compaixão, como Tu me vês e Tu sentes compaixão de mim". Esta é a oração que vos sugiro hoje (...). Que sintamos compaixão daqueles que encontramos ao longo do caminho, especialmente aqueles que sofrem e estão necessitados, para nos aproximarmos e fazer o que pudermos para dar uma mão.

Tocar a miséria daqueles a quem ajudo

Então, saindo do texto preparado, o convite do Santo Padre a tocarmos as misérias dos que sofrem:

Tantas vezes quando me encontro com algum cristão ou cristã, que vem falar de coisas espirituais, eu pergunto se dão esmola. “Sim!”, me dizem. Diga-me: Tu tocas a mão da pessoa para a qual dás a moeda? “Não, não, a coloco ali”. E tu olhas nos olhos dessa pessoa? “Não, não me vem em mente”. Se tu dás a esmola sem tocar a realidade, sem olhar nos olhos da pessoa necessitada, aquela esmola é para ti, não para ele. Pense nisso. Eu toco as misérias - também aquela miséria que eu ajudo -, eu olho nos olhos das pessoas que sofrem, das pessoas as quais eu ajudo? Deixo-vos esse pensamento. Ver e ter compaixão!

Que a Virgem Maria - disse ao concluir - nos acompanhe neste caminho de crescimento. Ela, que "nos mostra o Caminho", isto é, Jesus, também nos ajude a ser cada vez mais "discípulos do Caminho".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 9 de julho de 2022

Agostinho Zhao Rong e 119 Companheiros

Agostinho Zhao Rong e Companheiros | arquisp
09 de julho

Agostinho Zhao Rong e 119 Companheiros

A Igreja Católica levou a luz do Evangelho ao povo chinês a partir do século V. No seguinte, já existia a primeira igreja católica e a primeira sede episcopal, na cidade de Beijin. A adaptação da liturgia católica foi possível porque o cristianismo era visto, naquele período, como uma realidade que enriquecia e não se opunha aos mais altos valores das tradições do povo chinês. Para o qual o sentimento de natural religiosidade é uma das características mais profundas da história de sua nação, em todos os séculos.

A Igreja Católica deu um novo impulso na evangelização da China após a divulgação de vários decretos imperiais, os quais concediam liberdade religiosa para todos os súditos e autorizavam os missionários a evangelizar em seus vastos domínios. Mas a questão dos "rituais católicos chineses" começou a irritar o imperador, que, influenciado pela perseguição aos cristãos no Japão, resolveu promover a sua também.

No início, a perseguição ocorreu disfarçada e veladamente. Os massacres sangrentos dos cristãos só começaram em 1648. Na época, todos os decretos foram cancelados e as execuções autorizadas, apenas os que renegassem a fé seriam poupados. Do século XVII até a metade do século XIX, muitos missionários e fiéis leigos foram mortos, inclusive monsenhor João Gabriel Taurin Dufresse, das Missões Exteriores de Paris, e que depois também foi beatificado.

Agostinho Zhao Rong foi um soldado chinês que escoltou monsenhor Dufresse até a cidade de Beijin e o acompanhou até sua execução por decapitação. Ele ficou muito impressionado com a serenidade e a força espiritual de Dufresse, que, apesar de torturado, não renegou a fé em Cristo. Foi assim que Agostinho se viu tocado pela luz da fé e rogou para que Dufresse o convertesse. Depois, foi batizado e enviado ao seminário, de onde saiu ordenado sacerdote diocesano. Quando foi reconhecido como cristão, ele também sofreu terríveis suplícios carnais antes de morrer decapitado, em 1815. Entretanto, jamais renegou sua fé em Cristo.

No início de 1900, ocorreu a revolução comunista chinesa, provocada por motivos políticos reprimidos há anos, com novas ondas de perseguições aos cristãos. Porém o motivo foi exclusivamente religioso, como comprovaram os documentos históricos. Desde então, uma sangrenta exterminação aconteceu, matando um número infindável de catequistas leigos, chineses convertidos, sacerdotes chineses e igrejas. Todos os nomes não puderam ser localizados, porque a destruição e os incêndios continuaram ao longo do novo regime político chinês. A última execução em massa de cristãos na China, de que se tem notícia, aconteceu em 25 de fevereiro de 1930.

No ano do Jubileu de 2000, o papa João Paulo II proclamou bem-aventurados Agostinho Zhao Rong e 119 companheiros mártires da China. Eles passarão a ser venerados e homenageados no dia 9 de julho, pois constituem um exemplo de coragem e de coerência para todos cristãos do mundo.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Fonte: https://arquisp.org.br/

Irlandeses se arrependem de ter aprovado aborto

AP
Por Francisco Vêneto

Muitos cidadãos agora enxergam que foram enganados pela narrativa mentirosa de que a liberação diminuiria os abortos.

Os irlandeses estão dando mostras de arrependimento por terem aprovado o aborto no país em 2018, quando dois terços da população referendaram a legalidade de abortar sem necessidade de qualquer justificativa até a 12ª semana de gestação e, em alguns casos, até a 24ª semana.

Neste último 2 de julho, porém, o grande sucesso do evento pró-vida “Rally for Life” mostrou que muitos irlandeses reconsideraram o seu posicionamento a respeito dos direitos do nascituro.

Megan Ní Scealláin, porta-voz do Rally for Life, comenta:

“Sei que até as pessoas que votaram sim [no referendo pró-aborto] estão agora chocadas com o aumento surpreendente da quantidade de abortos. A ministra Mary Butler relatou no parlamento que pelo menos 21.000 abortos foram realizados em apenas três anos, apesar das garantias do governo e de outros que, durante a campanha de revogação da lei anterior, afirmaram que o aborto seria ‘raro’”.

Esta, aliás, é uma das mentiras mais recorrentes dos militantes abortistas: a de que, ao se liberalizar a prática, a quantidade de abortos diminuirá.

As estatísticas de diversos países comprovam o exato contrário.

A legalização do aborto leva mais mulheres a utilizá-lo como “método contraceptivo”, como se viu na Rússia e em outros países da falida União Soviética, como a Estônia: afinal, se uma mulher engravida, ela pode simplesmente recorrer à rede pública de saúde para eliminar seu filho sem qualquer necessidade de justificativa, ainda que ele seja saudável, ainda que ele não tenha sido gerado num estupro e ainda que não haja qualquer risco de vida para a gestante. Simplesmente porque sim. Quem “agradece” muito por esse “progresso”, diga-se de passagem, são os homens irresponsáveis, que podem fazer sexo ainda mais despreocupadamente.

O Uruguai descriminalizou o aborto em 2012 e, segundo a ideologia que o defende, deveria registrar uma “grande diminuição” do número de abortos realizados. Na vida real, porém, os números oficiais apresentados pelo Ministério da Saúde do país continuaram elevados, inclusive com consistente crescimento durante a sequência demonstrada no site do próprio ministério.

A suposta “grande diminuição” também não foi registrada na Espanha, que legalizou o aborto em 2010, nem em Portugal, nem em países que já o legalizaram há décadas, como o Reino Unido ou os Estados Unidos.

O que acontece na prática é a banalização da vida humana, da gravidez e do sexo, que, aliás, já é banalizado por si só em qualquer cultura que o dissocia do amor e do comprometimento. Neste panorama, o aborto tende a se tornar não apenas um “método contraceptivo”, mas também uma prática disseminada de eugenia: basta constatar o aborto sistemático de bebês com síndrome de Down, a ponto de que, por exemplo, na Islândia praticamente já não nascem pessoas com a síndrome porque são assassinadas no ventre materno simplesmente por esta causa.

As tergiversações dos números são recorrentes na militância pró-aborto. Visando a descriminalização, é comum que ativistas inflem as estatísticas de abortos ilegais e de mortes de gestantes como estratégia narrativa para impressionar o público e induzi-lo a achar que existe um imenso número de mortes e abortos ilegais.

É o que os irlandeses começaram a perceber.

Entretanto, os ativistas do aborto querem mais ainda. A porta-voz do Rally for Life denuncia:

“Os eleitores tiveram a garantia de que as mulheres teriam um período de três dias para refletir entre a sua primeira consulta de aborto até que o médico lhes desse a pílula abortiva. E é terrível ver os ativistas pró-aborto agora pressionarem para que esse tempo seja eliminado”.

Por outro lado, a decisão da Suprema Corte norte-americana de reconhecer a inconstitucionalidade da antiga legislação sobre o aborto vem inspirando outros países a repensar sua própria legislação. Megan Ní Scealláin observa:

“A revogação da sentença Roe versus Wade mostra o poder da perseverança e que a cultura pode mudar. Podemos garantir opções melhores para mães e bebês”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Santa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus

Santa Madre Paulina | Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino
09 de julho

Santa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus

Por ocasião da celebração da Santa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, achamos interessante divulgar este interessante artigo publicado em 2012, no site Gaudium Press. É bom para nossa caminhada reavivar a nossa fé conhecendo os exemplos dos santos da nossa Igreja.

Conheça um pouco mais sobre a vida de Santa Paulina:

Santa Paulina

Na Praça de São Pedro, o Papa João Paulo II é o oficiante de uma longa,bela e concorrida cerimônia. O Vigário de Cristo afirma em sua homilia: Foi num Hospital que o seu “ser-para-os-outros” constituiu-se no pano de fundo de toda sua vida. “No serviço aos pobres e aos doentes, (essa santa) tornou-se a manifestação do Espírito Santo: consolador perfeito; doce hóspede da alma; suavíssimo refrigério”.

Milhares de fiéis vindos de todo o mundo se entusiasmam: eles aplaudem, emocionam-se, dão glórias a Deus. Era um domingo de sol da primavera romana, com um céu azul, lindo. Tudo muito diferente de como viveu Amabile Lúcia Visintaimer. Enquanto religiosa, sua vida teve características semelhantes às de um interminável inverno de céu cinzento, de uma noite escura e cheia de dificuldades, sacrifícios, humilhações, incompreensões…

Naquele domingo (19 de maio de 2002) a Igreja declarava,”com pompas e circunstâncias”, –Urbi et Orbe– que Amabile tinha passado sua existência terrena praticando heroicamente todas as virtudes católicas. Seu modo de vida levou-a de um inverno momentâneo para a primavera sem fim; ela caminhou na noite para chegar à eterna luz; as humilhações lhe conduziram à glória. A mais alta das glórias.

Na Praça de São Pedro vivia-se uma ocasião memorável. Um dia providencialmente próprio para ser honrada e elevada às glórias dos altares aquela que, no país que a adotou como filha, foi chamada de Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Aquela que agora, em todo o mundo, passava a ser conhecida como Santa Paulina.

Quem foi Madre Paulina? – A primeira Santa brasileira!

– Brasileira? Sim. Aqui ela é considerada brasileira. Na verdade, ela nasceu na Itália mas, vivendo quase 70 anos no Brasil, compreendeu as características da alma do povo brasileiro como poucos.

Amando e assimilando a vocação que a Divina Providencia colocou no coração do povo desse país enorme, ela adotou o Brasil como sua pátria e os brasileiros como irmãos… E foi por isso mesmo que ela compreendeu que o “próprio dos grandes é servir”, que “é a noite que é belo crer na luz” e viveu tendo como única alegria o seu “ser-para-os-outros” empregado no serviço aos irmãos.

Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, nasceu em Vígolo Vattaro, Trento, na Itália, aos 16 de dezembro de 1865. Era a segunda filha de Antônio Napoleone Visintainer e Anna Domênica Pianezzer. No dia seguinte de seu nascimento, ela foi batizada com um nome cuja sonoridade lembra algo que tem em si uma luz afável e bondosa: Amabile Lúcia…

Pobre, imigrante e órfã: “toda de Jesus”

Amabile era de uma família pobre e precisou trabalhar para ajudar no sustento da casa. Com apenas 8 anos, ela já trabalhava numa fábrica de tecidos, em Trento. Ali mesmo a generosidade de sua alma começou a desabrochar: em seu trabalho repartia com as companheiras mais pobres o lanche que trazia de casa.

Ainda não tinha 10 anos quando sua família emigrou-se para o Brasil. Fugia da pobreza e das dificuldades tremendas pelas quais passava o povo italiano.

Em 1875, com seus pais, seus irmãos e outras famílias da região de Trento ela chegou na cidade de Alferes, Santa Catarina, que, então, passou a denominar-se Nova Trento. Essas famílias iniciaram o povoamento de uma localidade que foi denominada Vígolo. Construíram ali uma pequena capela e deram a ela o mesmo nome da Igreja de Vígolo Vattaro, na Itália: São Jorge.

Amabile crescia como boa menina e boa filha: obediente, honesta, trabalhadora e muito piedosa. Pouco tempo depois da chegada, em 1887, com 12 anos, ela recebeu a primeira comunhão. Foi nessa ocasião que ela pode dizer a Deus, presente em sua alma, um desejo sincero que há tempo acalentava em seu coração.

– “Quero ser toda de Jesus”, disse a Cristo Sacramentado.

Apesar das ocupações e trabalhos, desde pequena ajudou na Paróquia de Nova Trento, especialmente na Capela de São Jorge, em Vígolo. Liderou um grupo de jovens na compra da imagem de Nossa Senhora de Lourdes que até hoje se conserva. Amabile nunca havia tido contato com Religiosas, contudo, sentia grande desejo de consagrar-se inteiramente a Deus.

Dos 15 aos 25 anos, juntamente com uma grande amiga, Virgínia Nicolodi, a pedido do pároco, Pe. Augusto Servanzi, SJ, ela dedicou-se a uma missão: catequizar as crianças da comunidade, dar assistência aos enfermos e cuidar da Capela.

Quando sua mãe faleceu, em 1887, Amábile viu seu desejo de consagrar-se a Deus ser temporariamente ofuscado. Ela estava com 22 anos e teve que assumir todas as tarefas de dona de casa, até que seu pai contraísse um novo casamento.

Os Convites de Nossa Senhora: sonhos ou visões?

Parece que a resposta a seu pedido “quero ser toda de Jesus”, feito entre 12 e 13 anos, foi respondido uns dez anos depois. A certeza de que uma semente de vocação para o serviço de Deus havia sido plantada em sua alma eclodiu entre os anos de 1888-1890.

Em três noites consecutivas, Nossa Senhora de Lourdes lhe aparece em sonho e lhe faz um pedido:

– É meu ardente desejo que comeces uma obra… – Amabile pergunta à Virgem:

– Mas como fazer, minha Mãe? Sem meios,…tão miserável? – Mais adiante, em outro sonho, Nossa Senhora lhe pergunta:

– O que decidistes, minha filha? – Enchendo-se de coragem e de humildade, Amabile responde:

– Servir-vos, minha querida Mãe! Mas eu sou uma pobre criatura… No entanto, prometo esforçar-me o quanto puder. A Virgem encerra o diálogo acalentando a esperança de Amabile. Anima-a confirmando a vontade de Deus a respeito dela:

– Dar-te-ei alguém que poderá te auxiliar. Mais tarde mostrar-te-ei as filhas que te quero confiar.

A partir de então, a vida de Amabile confunde-se com a história de sua obra. Uma é a mesma história da outra. Não foram unidas de modo forçado e extemporâneo: as duas formam uma só realidade.

A Cancerosa e a Ação do Espírito Santo

Certo dia chegou a sua pequena cidade uma senhora cancerosa necessitada de ajuda. Amabile e Virgínia foram indicadas pela comunidade para se ocuparem da doente.

Deixando a casa de seus pais, elas acolheram a enferma. Com carinho e dedicação, trataram a pobre doente. A ação do Espírito Santo se manifesta aqui, de modo especial, na vida e missão de Amabile inspirando-a a constituir, juntamente com suas jovens amigas, uma casa de acolhida que o povo logo batizou de “Hospitalzinho São Virgílio”. Ela estava situada num velho casebre abandonado que lhes tinha sido oferecido para que pudessem cuidar da pobre senhora que o câncer consumia.

A ação de Amabile não ficou só nesse atendimento. O “Hospitalzinho São Virgílio” foi destinado à atenção material e espiritual de doentes e desamparados que por ali aparecessem.

Assim foi que, nessas circunstancias, com este gesto de amor ao próximo por amor a Deus, que, em 12 de julho de 1890, teve início a primeira Comunidade religiosa do sul do Brasil. E a comunidade nascia para atender planos da Providência Divina. Mais tarde ela seria reconhecida pela Igreja como sendo a “Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição”.

Após a morte daquela primeira enferma, em 1891, juntou-se às duas amigas uma outra moça: Teresa Anna Maule. No “Hospitalzinho”, amando a Deus no serviço ao próximo, esse piedoso trio de jovens vivia como pessoas de vidas consagradas, embora nem tudo fosse só alegria e realizações na vida delas. Justo nesse ano de 1891, Amabile passou por uma doença bastante grave. Para imitar mais a Jesus, ela experimentou ali também os sofrimentos. Era também o começo de sua paixão.

Depois de algum tempo no “Hospitalzinho”, em 1894, as três companheiras mudaram-se para a cidade de Nova Trento. Aproveitaram o terreno e a casa de madeira que dois benfeitores lhes haviam oferecido e ali passaram a viver. Na festa de São José, (19 de março) inauguraram oficialmente uma Capela dedicada a São Jorge.

Reconhecimento: a Providencia tinha pressa

No dia 17 de agosto de 1895 foi escrita uma carta ao bispo Dom José de Camargo Barros, Bispo de Curitiba. As três amigas pediam ao Bispo a aprovação para elas de um estado oficial de vida religiosa, uma irmandade religiosa de vida consagrada, pela qual tanto rezavam e pediam a Deus.

A resposta foi imediata: a 25 de agosto Dom José, constatando que o pedido estava de acordo com “os planos divinos”, concedeu aprovação diocesana para a criação e ereção da “Pia União da Imaculada Conceição”.

A 7 de dezembro de 1895, Amábile e suas companheiras pronunciaram os votos religiosos. Nessa ocasião foi que elas assumiram seus nomes religiosos Amábile tomou o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus; Virgínia passou a chamar-se Irmã Matilde da Imaculada Conceição e Tereza, recebeu o nome de Irmã Inês de São José.

Acertos Jurídicos, Superiora Geral “ad vitam”

Em 1896, ano seguinte à oficialização da congregação, cinco noviças recebem o hábito religioso. Era um novo reforço para a obra recém-fundada, um auxílio vigoroso para a ação junto aos doentes, órfãos e idosos.

Amábile, que já era a Irmã Paulina, passou a ser tratada como Madre Paulina. A congregação continuou crescendo: em 1900, na passagem do século, cinco anos depois de constituída, ela já contava com 20 religiosas.

O grupo de Irmãs tomava, cada vez mais, a forma de uma Congregação. No mês de novembro de 1902 foi escrita a primeira carta circular a elas.O Padre Luiz Maria Rossi, SJ, era quem possuía todas as faculdades para a direção das Filhas da Imaculada Conceição. Ele cuidou de modo exímio da organização jurídica da nova Congregação.

No dia 2 de fevereiro de 1903 ele promoveu a reunião das representantes da nova comunidade religiosa. Era o primeiro Capítulo da Congregação. Nele, a comunidade das Irmãs escolheu Madre Paulina como Superiora Geral. E a escolha foi “ad vitam”. Ou seja, ela estava sendo eleita como Superiora Geral da nova Congregação por toda a vida.

O governo de Madre Paulina durou 6 anos, nos quais, com o aumento do número das vocações, a Fundadora pôde consolidar a obra e edificar outras Casas.

Viagens, crescimento, expansão e…

Foi no ano de 1903, no mês de julho, que Madre Paulina fez a difícil e perigosa viagem de Nova Trento para São Paulo. Ali chegando, logo deu início a uma obra de assistência aos filhos de ex-escravos, localizada junto ao Santuário Sagrada Família, no bairro do Ipiranga. Era o Asilo da Sagrada Família.

Neste local foi que ela fixou residencia, juntamente com as Irmãs Luiza e Serafina e a Postulante Josefina Pereira Gonçalves que a acompanharam desde Nova Trento. Teve sempre o apoio do Padre Rossi e a ajuda de Benfeitores, especialmente do conde José Vicente de Azevedo.

No ano de 1905 ela deu início à fundação da Santa Casa da Misericórdia de Bragança Paulista. E, em 1909, as dirigidas de Madre Paulina passam a administrar, ainda em São Paulo, a Casa de Saúde Dr. Homem de Mello, localizada no Bairro das Perdizes. Foi ainda nesse ano que Madre Paulina assumiu a direção da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos do Pinhal.

Era notório e surpreendente o crescimento da Congregação, sobretudo nos Estados de Santa Catarina e São Paulo. As Irmãs assumem missões evangelizadoras onde lhes for possível: na educação, na catequese, no cuidado às pessoas idosas, doentes e crianças órfãs. A influencia da Congregação cresce, o apostolado floresce. Tudo caminhava bem. Só faltava a manifestação do ódio, da inveja, do ressentimento… Ela chegou logo.

…a deposição, a perseguição, o desterro.

Ainda em São Paulo, a Fundadora passou por uma prova terrível.

No mês de agosto de 1909, pessoas estranhas, apoiadas por algumas religiosas e pela maior autoridade eclesiástica local, intrometeram-se nos assuntos internos da Congregação e conseguiram que, por decisão de um manipulado Capítulo Geral, Madre Paulina fosse deposta do cargo de Superiora Geral e substituída por uma nova superiora.

Tiraram tudo dela. Restou-lhe apenas o título de “Veneranda Madre Fundadora” o que, aliás, deixar de reconhecê-lo, seria pecar contra o Espírito Santo, negando uma “verdade conhecida como tal”. Além de tudo isso, ela ainda foi desterrada para Bragança Paulista.

Ela enfrentou essa provação com altaneria. E teve a oportunidade de manifestar a todos que seu único desejo era de que a Congregação progredisse e que Jesus fosse conhecido, amado e adorado por todos, em todo o mundo.

Quanto a ela, seu desejo era de ser apenas instrumento da obra de Deus. Por isso é que ela costumava dizer: “quero ser a última de todas, contanto que a Congregação vá adiante”.

E este é o tipo de expressão que só pode vir da boca de quem tem uma convicção verdadeira de que realmente sabia ter recebido de Deus uma missão. Aceitou tudo, obedeceu sem reclamar ou murmurar, tomou sua cruz e caminhou para onde pode testemunhar a heroicidade de suas virtudes de humildade e amor ao Reino de Deus.

De 1909 a 1918 viveu “exilada” em Bragança, na Santa Casa da Misericórdia que ela havia fundado. Em julho de 1910 Madre Paulina foi transferida para o novo asilo São Vicente de Paulo, de Bragança Paulista. Como simples súdita, lavou e consertou a roupa dos asilados, servindo-os carinhosamente em tudo.

Seu livro de cabeceira era o “Imitação de Cristo”, de Tomás de Kempis. Ele interpretava bem a vida que ela levava. Foram nove anos de provações, incompreensões e humilhações materiais. Foi o longo período da noite escura de sua alma. Mas a Fé de Paulina lhe dava a convicção de que Deus estava com ela: “A presença de Deus me é tão íntima que me parece impossível perdê-la”.

Segundo o Padre Rossi, SJ, que a conhecia bastante bem, estes anos foram uma clara permissão de Deus para que Madre Paulina se tornasse “vítima de amor e reparação” pela santificação de suas filhas. E isso é bem verdadeiro. Seu exemplo de caridade e resignação no sofrimento fez com que muitas irmãs deixassem o mundo e abraçassem a causa de Cristo.

Nesse mesmo ano de 1909 outro fato inesperado aconteceu em meio a essa borrasca toda: em 29 de agosto foi definido, de vez, o nome de das religiosas de Madre Paulina: “Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição”.

O reconhecimento, a justiça, o exemplo

Em 1918, Madre Paulina foi trazida de volta para Casa Geral em São Paulo, com pleno reconhecimento de suas virtudes. Ela leva uma vida de santidade e serve de exemplo para as jovens vocacionadas da Congregação…e para as mais antigas também.

Ela passou a ser fundamental na ajuda da elaboração da História e do resgate do Carisma da Congregação. Na Casa Geral de São Paulo pôde rejubilar-se com o Decreto de Louvor dado à Congregação pelo Papa Pio XI, em 1933. Ela era quem orientava e abençoava as Irmãs que partiam em missão para novas fundações. Alegrou-se muito com as aquelas que foram enviadas para a catequize dos índios de Mato Grosso, em 1934.

No período em que ela viveu na Casa Geral de São Paulo ela distinguiu-se mesmo foi pela oração constante, pela amorosa e contínua assistência às irmãs doentes, quer de corpo, quer de alma.

“Seja feita a vontade de Deus”

A “via sacra” de Madre Paulina continuou com o agravamento de sua saúde: uma diabetes de há muito tempo vinha tirando-lhe a vida. Com o agravamento dessa doença, em 1938, ela perdeu um dedo da mão direita. Pouco dias depois, seu braço teve que ser inteiramente amputado.

Além das progressivas amputações, sua visão também foi piorando até chegar à cegueira total. Outros sofrimentos ainda viriam com o agravamento da moléstia. Com uma jaculatória —“Seja feita a vontade de Deus!”— ela respondia aos comentários feitos sobre sua saúde.

No dia 8 de julho de 1942, a Veneranda Madre Fundadora chegou à situação de pré-agonia. Confortada pelos sacramentos da Igreja, pelas orações, carinho e dedicação de suas filhas espirituais, no dia seguinte, 09 de julho de 1942, ela falecia. Estava com 77 anos e tinha cumprido sua missão. Ela deixava a vida terrena para entrar na história e ingressar na Pátria Celeste.

Morreu Amabile. O que restou de Paulina? O que restou de Paulina?

Dela restou a certeza do que, naquele domingo de primavera de 2002, João Paulo II afirmou ao proclamá-la Bem Aventurada: ela foi a “manifestação do Espírito Santo: consolador perfeito; doce hóspede da alma; suavíssimo refrigério”.

Restou-nos a convicção de que ela viveu as virtudes da Fé, Esperança, Caridade e também as demais virtudes em grau heroico. Ficou a recordação de que ela foi irrepreensível na prática e observância dos votos religiosos – Castidade, Obediência e Pobreza.

Restou na memória de todos que ela tinha profunda compreensão do valor da Cruz e que tudo ela sofreu com heroica resignação e por amor a Deus. Embora o sofrimento – físico e moral – tenha sido seu companheiro inseparável em todas as jornadas de sua vida.

De Madre Paulina ainda resta a lembrança de que ela teve uma alma, acima de tudo, profundamente contemplativa. Uma alma que dedicava muitas horas à oração, que rezava enquanto a comunidade das irmãs descansava.

Dessa Veneranda Fundadora permanece a recordação de sua adoração constante ao Santíssimo Sacramento, de seu amor abrasado pelo Santo Padre e pelo clero e sua preocupação pelo triunfo futuro da Igreja desejando evangelizar o mundo inteiro. Permanece arecordação de seu amor entranhado à Imaculada Conceição da Santíssima Virgem.

Resta a certeza de que os milagres e graças alcançados por sua intercessão mostram que, diante de Deus, Madre Paulina foi fiel ao seu projeto de vida como filha dileta do Pai.

Deixou ainda mais?

Sim. Deixou o legado de seu carisma plantado na alma de suas filhas e seguidoras: “Sensibilidade para perceber e disponibilidade para servir, especialmente aos irmãos mais necessitados”. Deixou o exemplo de toda sua existência que foi uma tradução prática do seu propósito fundamental:

“Sou somente do meu Jesus, que tanto amo”, “Quero ser vossa para sempre, ó Senhor, a última das vossas filhas, que quer ser sempre a última, para estar mais próxima de Vós, meu caro Jesus”. Deixou, por fim, seu testamento que dizia: “Confiai sempre muito na Divina Providência; nunca, jamais, desanimeis, embora venham ventos contrários. Novamente vos digo, confiai em Deus e em Maria Imaculada; permanecei firmes e radiantes” (JSG).

Fonte:

– Homilia do Santo Padre João Paulo II na cerimônia de Canonização de cinco santos no Domingo de Pentecostes – 19 de maio de 2002
– www.vatican.va/…/ns_lit_doc_20020519_paulina_po.html Paulina do Coração Agonizante de Jesus
– http://www.santuariosantapaulina.org.br/index.php/santa-paulina/sobre-santa-paulina
– www.ciic.org.br – (Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição – São Paulo)
– www.frasesnaweb.com.br/autor/santa-paulina

https://cleofas.com.br/

Padre desafia católicos que ensinam doutrinas contrárias à Igreja na internet

Foto ilustrativa / Unsplash

MADRI, 08 jul. 22 / 11:47 am (ACI).- Padre Jesús Silva, espanhol formado em Teologia Patrística, lançou um desafio aos pastores católicos que ensinam doutrinas contrárias à Igreja na Internet, especialmente nas redes sociais.

Em um tuíte publicado na quarta-feira (6), o padre dirigiu-se a todos os pastores católicos “que pregam, promovem ou insinuam quaisquer doutrinas que não correspondam ao Magistério da Igreja expresso no Catecismo e nos documentos magisteriais”.

A todos eles e “em nome de todos os católicos em comunhão com a Igreja Católica Romana” Jesús Silva lançou o seguinte desafio:

1 - "Ou você se converte, abre espaço a essa mudança de mentalidade, aceita o que a Igreja ensina e ensine assim".

2 - "Ou você sai formalmente da Igreja Católica para que fique claro que você não ensina o que a Igreja diz, para que não haja confusão".

Caso não decidam pela segunda opção, disse: "Peço-lhes, pelo menos, que não usem a sua influência como pastores nas redes sociais para pregar as próprias ideias contrárias ao Magistério”.

Ao fazer isso, advertiu, cometem um “abuso de autoridade e de consciência” e causam “muito dano ao rebanho de Cristo”.

O respeito pela alma do próximo: O escândalo

O Catecismo da Igreja Católica fala sobre o tema do escândalo nos números 2.284 a 2.286.

“O escândalo é a atitude ou o comportamento que leva outrem a praticar o mal. Aquele que escandaliza torna-se o tentador do próximo. Atenta contra a virtude e a retidão; pode arrastar seu irmão à morte espiritual”, diz o Catecismo.

"O escândalo constitui uma falta grave se, por ação ou omissão, conduzir deliberadamente o outro a uma falta grave", acrescenta o texto.

O escândalo inspirou Jesus a dizer, como está escrito em Mt 18,6: “Caso alguém escandalize um destes pequeninos, melhor será que lhe pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezas do mar”.

Segundo o catecismo, “o escândalo é grave quando é dado por aqueles que, por natureza ou por função, devem ensinar e educar os outros”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Proximidade do Papa ao povo japonês pela morte de Shinzo Abe

Memorial em homenagem ao ex-premier japonês Shinzo Abe neste sábado em Nara, no
Japão
 Foto:Philip Fong/AFP

O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe não conseguiu sobreviver: ele morreu nesta sexta-feira (8) após ter sido baleado durante um ato de campanha eleitoral na região de Nara, oeste do Japão.

https://youtu.be/S0h4MOTHaAw

Vatican News

Em um telegrama de condolências, o Papa Francisco expressou profundo pesar pelo assassinato do ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e convida seus compatriotas a fortalecer seu "compromisso histórico" com a paz e a não violência.

Como nas mensagens enviadas de várias partes do mundo, também o Santo Padre demostrou sua dor pela brutalidade de um gesto que definiu como "insensato", e o fez por meio de uma mensagem assinada pelo cardeal secretário de Estado Pietro Parolin, endereçada ao núncio apostólico no Japão, Dom Leo Boccardi.

No telegrama, o Santo Padre também apresentou suas condolências à família de Shinzo Abe, ex-primeiro-ministro da Terra do Sol Nascente, assassinado a tiros na sexta-feira enquanto participava de um comício eleitoral.

A proximidade do Pontífice também teve a intenção de abraçar e consolar todo o povo japonês. Rezo, diz o texto do telegrama, para que a sociedade "seja fortalecida em seu compromisso histórico com a paz e a não violência".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 8 de julho de 2022

A dica rápida do Papa Francisco para encontrar tempo para a oração

Antoine Mekary | ALETEIA
Por Kathleen Hattrup

"Se você não reza pela manhã, você não reza mais tarde", afirmou o Papa.

O Papa Francisco reuniu-se com um ex-membro de sua equipe, o padre argentino Guillermo Marcó, que esteve à frente do escritório de imprensa da Arquidiocese de Buenos Aires durante 10 anos, na época em que Bergoglio era o Arcebispo local.

O Padre Marcó transmitiu uma parte da conversa, cerca de 22 minutos, em seu podcast.

Ele perguntou ao Papa sobre sua vida de oração, se seu estilo de oração havia mudado desde quando ele era padre. Francisco, então, respondeu:

“Desde a época em que eu era padre, sim. Mas é mais ou menos a mesma coisa de quando eu era bispo.

A oração de um bispo é para por seu rebanho, em termos evangélicos, e o Papa é um bispo, por isso ela segue o mesmo estilo. É semelhante: pedir, interceder, agradecer por todo o bem que é feito.”

“O senhor ainda acorda cedo para rezar?” – perguntou o Padre Marcó. E o Papa respondeu:

“Sim, porque se você não reza pela manhã, não reza mais tarde, porque você fica preso no moedor de carne”.

Certamente, nem todos podem seguir o conselho do Papa a este respeito, dependendo das situações da vida, mas ele ecoa os conselhos de muitos santos, com uma pitada de seu próprio humor.

As orações do Papa

Em geral, o Papa encoraja repetidamente orações curtas e simples. Em uma audiência geral de 2021, ele sugeriu que a oração é como a música, e a “melodia” da vida está escrita nela. Disse o Pontífice:

“Pequenas orações: ‘Senhor, tem piedade de nós’, ‘Senhor, ajuda-me’. Portanto, a oração é uma espécie de pauta musical, onde inserimos a melodia de nossas vidas. Não está em contraste com o trabalho diário, não contradiz com as muitas pequenas obrigações e compromissos; é o lugar onde cada ação encontra seu significado, sua razão e sua paz.”

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF