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segunda-feira, 11 de julho de 2022

A atenção para com o pobre em São Basílio Magno

Ter misericórdia com os mais pobres (AFP or licensors)

O bispo de Cesareia, século IV, trabalhou muito com pessoas que não tinham meios para a sobrevivência de modo que ele denunciou situações de injustiças pelos quais muitas pessoas pobres passavam por necessidades para terem uma vida digna.

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA

São Basílio, bispo de Cesareia, século IV, hoje na Turquia, foi um dos grandes defensores dos pobres. A palavra pobre vem do latim, pauper-eris, cujo significado é o que tem escassos meios econômicos, que tem a falta do dinheiro necessário para viver[1].

O bispo de Cesareia trabalhou muito com pessoas que não tinham meios para a sobrevivência de modo que ele denunciou situações de injustiças pelos quais muitas pessoas pobres passavam por necessidades para terem uma vida digna. Ele os encontrava nas praças, nas ruas, nas periferias dos povoados, nos campos e nas cidades. Era preciso realizar uma missão que ajudasse a viver melhor o cotidiano de suas existências. Para isso ele organizou políticas, como formas de caridade, que ajudasse os mais necessitados, através do movimento monacal, fundado por ele para que este não se estabelecesse no deserto, como era a prática daquele tempo, para se encontrar com Deus, com Jesus, mas ele quis que os monges estivessem nas periferias das cidades, ajudando-os nas suas necessidades materiais e espirituais. O encontro com o Senhor era dado nessas situações. A seguir ver-se-á alguns pontos de sua doutrina e vida.

Misericórdia e generosidade

Em suas regras pastorais, o bispo insistiu junto aos seus fiéis para serem misericordiosos e generosos para com aqueles e aquelas que não tinham os meios necessários para as suas vidas, porque muitas vezes os pobres eram colocados sob acusação, ou seja, eram criticados pelas pessoas que tinham o poder econômico ou político. Deste modo ele insistia para que qualquer coisa que alguém tivesse a mais do necessário para viver, fosse dado a eles em beneficência, segundo o preceito do Senhor, através da pregação do Precursor, João Batista que exortava a todos aqueles que tivessem duas túnicas, doassem as pessoas uma para quem não a tivesse e a quem possuísse comida fizesse o mesmo, através da partilha com os mais necessitados (Lc 3,11). A palavra de Deus também se concretizava pela exortação de São Paulo aos Coríntios que diz que todas as coisas que a pessoa possui é dom de Deus (1 Cor 4,7)[2].

A abundância dos bens

São Basílio dizia que as pessoas não buscassem a superabundância dos bens na vida, nem fossem solícitas pela opulência, mas que os fiéis se mantivessem puros diante de toda espécie de ganância e de toda a vontade da busca pela riqueza[3]. O bispo seguiu a palavra de Cristo no sentido de permanecer longe de toda a ganância pela riqueza, porque a vida de um ser humano não consiste na quantidade de bens (Lc 12,15). A vida presente não é dada só pelos bens, porque estes passam, enquanto as relações que foram mantidas com as pessoas, com os pobres e com Deus, estas permanecem[4]. Ele também colocou a necessidade de ser fiel a Deus, porque não se pode servir a Deus e ao dinheiro (Mt 6,24)[5].

O trabalho dignifica o ser humano

São Basílio também teve presente a necessidade do trabalho para ganhar o pão de cada dia. Ele seguia São Paulo que exortava a todos para o trabalho para assim a pessoa ir para frente e louvar a Deus (2 Ts 3,10-12). Quem tem a possibilidade de trabalhar ajude as pessoas mais necessitadas. No entanto quem não quisesse trabalhar não era julgado merecedor de comer (2 Ts 3,10). Como São Paulo, o bispo afirmou que se deve prestar socorro aos débeis e que há mais alegria em dar do quem em receber (At 20,35). São Paulo ainda disse que as pessoas deixassem de roubar e fizesse um trabalho honesto com as suas mãos para ter coisas para serem dadas a quem está na necessidade (Ef 4,28)[6]. O trabalho é fundamental diante da problemática do desemprego, do pobre que passa por necessidades, de modo que se ele tiver algum trabalho tem condições de trazer para a sua casa alimento para os seus familiares.

A venda dos bens?

São Basílio afirmou as palavras do Senhor que o seu seguimento exigia a venda dos bens, seja dado aos pobres e a pessoa teria um tesouro nos céus e depois, seguiria a Jesus (Mt 19,21) ou mesmo aludindo à outra palavra de Jesus que diz que é para vender tudo aquilo que a pessoa tem e seja dado em esmola (Lc 12,33). São Basílio afirmou que a pessoa que se aproximasse ao serviço de Deus não desprezasse ou abandonasse os bens que lhe competem. No entanto o bispo dizia que a pessoa fizesse o possível de administrar no modo mais racional todos os bens que têm tomado com grande diligência, como se fossem consagrados ao Senhor[7], sabendo sempre que os bens são sempre instrumentos para melhor trabalhar para o engrandecimento do Reino de Deus e jamais eles serão fim em si mesmo, porque distorceriam o plano de Deus a respeito das riquezas, como criaturas, pois só Deus é o Criador de todas elas.

Aqueles que vivem no luxo?!

São Basílio teve uma palavra bem clara no sentido que o luxo é um mal para ser evitado. A pessoa é chamada a viver bem, como criatura e não no luxo, diante da situação de pobreza de milhares de pessoas. Não há ocasião de fato que tenha algum reconhecimento que não seja a sua condenação. O bispo disse que aqueles que vivem no luxo desordenado e se ungem com as essências refinadas e bebem o vinho filtrado (Am 6, 6) são condenados pela Escritura. Ele tinha também presente a parábola do pobre Lázaro e o rico epulão. Este foi privado do paraíso por causa de seu luxo aqui na terra (Lc 16,22)[8].

São Basílio também disse que não há como repartir as coisas para quem vive na opulência, porque o opulento busca a si mesmo, enquanto o pobre ajuda o outro pobre. Se alguma pessoa veio de fora e ela tem o mesmo objetivo na vida com a dos seguidores de Jesus, reconhecerá à mesa a ele familiar, encontrando tudo aquilo que ele abandonou na sua casa. Se ele for fatigado da viagem, as pessoas fornecerão o quanto lhe serve para que ele se restaure da fadiga[9].

A vida do cristão segundo São Basílio não é dada no luxo pelas coisas que passam, mas para a glória de Deus. A palavra de São Paulo é clara no sentido de que se a pessoa coma, beba, ou faça outra coisa, tudo seja feito para a glória de Deus (1 Cor 10,31)[10].

Aquilo que vai além do necessário

São Basílio dizia que deveria ter moderação na mesa sem que não se ultrapassasse os confins do necessário. Este é o limite a quem acolhe as pessoas que iriam às casas dos fiéis, sabendo que o abuso é o gasto que vai além do necessário. Ainda que seja o alimento de um dia, no entanto, se estiver bom é usado para as pessoas, mesmo aqueles que vêm de longe. O alimento, como dom de Deus não pode ser desperdiçado pelo luxo, pois ele saciaria a fome dos famintos ou de pessoas necessitadas de alimento[11]. O fato é que quem aprecia o luxo não vive bem porque faz desperdício de muitas coisas possibilitando o aumento das injustiças no meio onde as pessoas vivem.

Próximo aos pobres

São Basílio se aproximava na casa dos pobres também para aprender com eles a forma de viver, com pouca coisa ou quase nada para assim servir melhor o Senhor. Ele tinha presente a palavra de São João Batista para dar uma túnica a quem tivesse duas para alguma pessoa que não a possuísse (Lc 3,11). O próprio Senhor disse que se a pessoa desejasse a perfeição, ela venderia aquilo que tivesse, daria aos pobres, tendo um tesouro no céu e em seguida o seguiria (Mt 19,21)[12].

São Basílio, bispo, seguiu o Senhor, vivendo de uma forma pobre, sendo defensor dos mesmos diante das injustiças que eram percebidas naquela época nas famílias, nas comunidades e na sociedade. Ele agiu para o bem dos pobres, porque ele o fazia com amor e para seguir a Jesus Cristo, o pobre entre os pobres. Ele amou os mais necessitados de modo que viveu a alegria de estar com o Senhor que quer o bem de todos, sobretudo os mais necessitados, os pobres em vista do Reino de Deus.

__________________

[1] Cfr. Pòvero. In: Il vocabolario treccani, Il Conciso. Milano, Trento, 1998, pg. 1241.

[2] Cfr. Regole morali 48, 1-2. In: Basilio di Cesarea. La cura Del povero e l´onore della ricchezza. Testi dalle regole e dalla omelie, a cura di Luigi Pizzolato. Milano, Paoline, 2013, pg. 165.

[3] Cfr. Idem 48, 4, pg. 167.

[4] Cfr. Idem48,5. Pg. 167.

[5] Cfr. Idem48, 5. Pg. 167.

[6] Cfr. Idem48, 7. Pg. 171-173.

[7] Cfr. Piccolo Asceticon 5, 1. In: Idem, pg. 175.

[8] Cfr. Regole Diffuse, 20, 1, pg. 187.

[9] Cfr. Ibidem, pg. 187

[10] Cfr. Idem20,2, pg. 189.

[11] Cfr. Idem20,3, pg. 193.

[12] Cfr. Excursus. Eraclide, Lettera CL. 3 (Ad Anfilochio, Vescovo di Iconio), 3. Idem, pg. 205. 

Fonte:https://www.vaticannews.va/pt

São Bento de Nórcia

S. Bento | arqbrasilia
11 de julho
São Bento

Vida de São Bento

São Bento nasceu em Núrsia – atual Norcia, cidade da Úmbria, Itália – por volta do ano 480. Tinha uma irmã gêmea que também abraçou a vida monástica, Santa Escolástica.

O livro II dos Diálogos de São Gregório Magno é a principal fonte para se conhecer a vida de São Bento. Esta obra foi redigida por volta de 593, com base em fatos narrados por monges que conviveram com São Bento e procura enaltecer a santidade do patriarca e legislador do monarquismo ocidental.

Segundo São Gregório, São Bento era filho de um nobre romano, tendo realizado os primeiros estudos na sua cidade natal. Mais tarde, foi enviado a Roma para estudar humanidades, mas, tendo se decepcionado com a decadência moral da cidade eterna, abandona logo a capital e se retira para Enfide (atual Affile). Ajudado por um monge da região chamado Romano, instalou-se numa gruta de difícil acesso, a fim de viver como eremita. Depois de três anos nesse lugar, dedicando-se à oração e ao sacrifício, foi descoberto por alguns pastores, que divulgaram a sua fama de santidade. A partir de então, foi visitado constantemente por pessoas que buscavam conselhos e direção espiritual.

É então eleito abade de um mosteiro em Vicovaro, no norte da Itália. Por causa do regime de vida exigente, os monges tentaram envenená-lo, mas, no momento em que dava a bênção sobre o alimento, saiu da taça que continha o vinho envenenado uma serpente e o cálice se fez em pedaços. Com isso, São Bento resolve deixar a comunidade e retornar à vida solitária, vivendo consigo mesmo.

Pouco depois, recebe grande quantidade de discípulos e funda doze pequenos mosteiros, sendo o de Subiaco o que ainda subsiste.  Em 529, por causa da inveja do sacerdote Florêncio, tem de se mudar para Montecassino, onde funda o mosteiro que viria a ser o epicentro da expansão do monarquismo beneditino. É nesse episódio que Florêncio lhe envia de presente um pão envenenado, mas Bento dá o pão a um corvo que todos os dias vinha comer de suas mãos e ordena à ave que o leve para longe, onde não pudesse ser encontrado. Durante a saída de Bento para Montecassino, Florêncio, sentindo-se vitorioso, saiu ao terraço de sua casa para ver a partida do monge.

Entretanto, o terraço ruiu e Florêncio morreu. Um dos discípulos de Bento, Mauro, foi pedir ao mestre que retornasse, pois o inimigo havia morrido, mas Bento chorou pela morte de seu inimigo e também pela alegria de seu discípulo, a quem impôs uma penitência por regozijar-se pela morte do sacerdote.

Em Montecassino escreve a Santa Regra, que viria a ser a legislação monástica mais observada em toda a Idade Média. Morre em 21 de março de 547, tendo antes anunciado a alguns monges que iria morrer e seis dias antes mandado abrir sua sepultura. Sua irmã gêmea Escolástica havia falecido em 10 de fevereiro do mesmo ano.

As representações de São Bento geralmente mostram, junto com o santo, o livro da Regra, um cálice quebrado e um corvo com um pão na boca.

O Papa Paulo VI, em 1964, proclamou São Bento patrono da Europa, por ocasião da dedicação da Igreja Abacial de Montecassino, reconstruída após os bombardeios da II Guerra Mundial.  No dia 11 de Julho, data em que parte de suas relíquias foram trasladadas para a Abadia de Saint-Benoît-sur-Loire, na França, é comemorada a sua Solenidade e no dia 21 de março a Festa do seu trânsito.

A CONGREGAÇÃO BENEDITINA DO BRASIL

Os primeiros monges beneditinos chegaram ao Brasil, provenientes de Portugal, por volta de 1582, data da fundação do primeiro mosteiro beneditino de toda a América, a Arquiabadia de São Sebastião da Bahia. Quatorze anos mais tarde, em 22 de agosto 1596, com a elevação dos mosteiros de Olinda e do Rio de Janeiro à condição de abadias, foi criada a província brasileira da, hoje extinta, Congregação Beneditina Portuguesa. Esta condição de província se manteve até 1º de julho de 1827, quando, contando o Brasil apenas cinco anos da sua independência política de Portugal, pela Bula Inter Gravissimas Curas, do Papa Leão XII, foi fundada a Congregação Beneditina do Brasil. Neste longo período de província foram fundados muitos mosteiros e a ordem prosperou bastante em solo brasileiro, dando uma contribuição considerável para a formação de algumas das principais cidades do Brasil: Salvador, Olinda, Paraíba (atual João Pessoa), Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Sorocaba, dentre outras cidades menores que acolheram e foram acolhidas pelos monges nos tempos difíceis de colônia.( Fonte: https://www.msbento.org.br/)

Instagram @msbento

Medalha de São Bento

 

msbento.org

A medalha de São Bento tem duas faces. Na frente, há a imagem de São Bento com uma cruz na mão e na outra, um o livro das regras de seus religiosos. Ao redor da medalha, lê-se Eius in Obitu nro Praesentia Muniamur, que quer dizer: “Na hora da nossa morte sejamos protegidos pela sua presença”.

Ao lado do santo se diz: “Crvxs  Patris Benedicti” (cruz do Santo Pai Bento). Há também o desenho de um corvo e um cálice do qual sai uma serpente.

Na parte inferior central: “Ex. S. M. Cassino MDCCCLXXX” (Do Santo Monte Cassino 1880).

No Verso

Em cada um dos quatro lados da cruz:

C.S. P. B. Crux Sancti Patris Benedicti.

 Na vertical da cruz:

C.S. S. M. L.

Crux Sacra Sit Mihi Lux.

Que a Santa Cruz seja minha luz

Na horizontal da cruz:

1.    D. S. M. D. Non Draco Sit Mihi Dux.

Que o demônio não seja o meu guia

Começando pela parte superior, no sentido do relógio:

1.    R. S.

Vade Retro Satana.

Afasta-te Satanás

1.    S. M. V.

Nunquam Suade Mihi Vana.

Não me aconselhes coisas vãs

1.    Q. L.

Sunt Mala Quae Libas.

É mau o que me ofereces

1.    B.

Ipse Venena Bibas.

Bebe tu mesmo teu veneno

No alto da cruz PAX ou Paz, que é o lema da Ordem de São Bento.

Oração 

A Cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão meu guia.
Retira-te satanás!
Nunca me aconselhes coisas vãs.
É mau o que tu me ofereces, bebe tu mesmo o teu veneno!

Ó Glorioso São Bento, que sempre se mostrou compassivo com os necessitados, fazei que também nós, recorrendo à Vossa poderosa intercessão, obtenhamos auxílio em todas as nossas aflições.
Que em nossas famílias reine a paz e a tranquilidade, que se afastem todas as desgraças, sejam corporais, temporais ou espirituais, especialmente o pecado.
Alcançai São Bento, do Senhor Deus Onipotente, a graça que necessitamos:

(Peça a graça necessária)

São Bento dai-nos a graça de que, ao terminar nossa vida neste vale de lágrimas, possamos ir louvar a Deus convosco no Paraíso.
Rogai por nós, ó glorioso patriarca São Bento, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

São Bento, libertai-nos do mal!

São Bento, libertai-nos da inveja!

São Bento, libertai-nos do medo!

São Bento, libertai-nos do pecado!

Amém.

Informações:
Mosteiro de São Bento
Telefone: (61) 3367 2949
Site: www.msbento.org.br

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Papa: não se deixem arrastar por ideologias que mostram o outro como inimigo

Jovens na Missa da JMJ no Panamá 2019 (Vatican Media)

O outro é uma riqueza. Nenhuma discriminação contra ninguém, por nenhuma razão. Sejamos solidários com todos; não só com quem se parece comigo ou mostra uma imagem de sucesso, mas também com aqueles que sofrem, independentemente da sua nacionalidade e condição social. Palavras do Papa aos participantes da Conferência Europeia da Juventude, que se realiza de 11 a 13 de julho em Praga, na República Tcheca. Francisco destaca a figura do educador brasileiro Paulo Freire.

Raimundo de Lima – Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes da Conferência Europeia da Juventude, que se realiza de 11 a 13 de julho em Praga, na República Tcheca, convidando-os a transformar o “Velho Continente” num “continente novo”, e isto só é possível convosco, frisou.

“Vós, jovens europeus, tendes uma missão importante. Se outrora os vossos antepassados se aventuraram para outros continentes, nem sempre por interesses nobres, agora compete-vos a vós apresentar ao mundo um novo rosto da Europa”, é a exortação do Pontífice já no início de sua mensagem. Francisco dedica grande parte da mesma à iniciativa, lançada em setembro de 2019, designada Pacto Educativo Global.

Educar as gerações para a fraternidade

“Trata-se duma aliança entre os educadores de todo o mundo com a finalidade de educar as gerações jovens para a fraternidade. Mas, vendo como está a andar este mundo guiado por adultos e idosos, parece que deveríeis antes ser vós a educar os adultos para a fraternidade e a convivência pacífica!” – observa.

Entre os primeiros compromissos do Pacto Educativo, aparece o de ouvir as crianças, os adolescentes e os jovens. Por isso, acrescenta o Santo Padre, “queridos jovens, fazei ouvir a vossa voz! Se não vos ouvirem, gritai ainda mais forte, fazei rumor, tendes todo o direito de dar a vossa opinião sobre o que diz respeito ao vosso futuro. Encorajo-vos a ser empreendedores, criativos e críticos”.

Paulo Freire: todos chamados a educar-nos em comunhão

Neste Pacto, não há “remetentes” e “destinatários”, mas todos somos chamados a educar-nos em comunhão, como sugeria o pedagogo brasileiro Paulo Freire, aponta o Pontífice.

De entre as várias propostas do Pacto Educativo Global, o Papa destaca a de “abrir-se ao acolhimento”, ou seja, o valor da inclusão, referida também na Conferência dos jovens. Francisco exorta os jovens a não se deixarem “arrastar por ideologias míopes que pretendem mostrar-vos o outro, o diverso como um inimigo”.

O Santo Padre destaca ainda que o objetivo principal do Pacto Educativo é educar a todos para uma vida mais fraterna, baseada, não na competitividade, mas na solidariedade.

Conflito na Ucrânia, uma guerra absurda

O Papa volta seu olhar para o conflito na Ucrânia: “Queridos jovens, ao mesmo tempo que estais a realizar a vossa Conferência, na Ucrânia (que não é União Europeia, mas é Europa), combate-se uma guerra absurda. Esta, juntando-se aos numerosos conflitos em curso em diversas regiões do mundo, torna ainda mais urgente um Pacto Educativo que a todos instrua para a fraternidade”.

Francisco acrescenta que a ideia duma Europa Unida brotou dum forte anseio de paz, depois de tantas guerras travadas no Continente, e levou a um período de paz que durou setenta anos. “Agora todos  devemos nos empenhar para pôr fim a esta loucura da guerra, onde, como de costume, uns poucos poderosos decidem e mandam a combater e morrer milhares de jovens. Em casos como este, é legítimo rebelar-se!”

Europa seja, para todos,  terra de paz, liberdade e dignidade

Disse alguém que, se o mundo fosse governado pelas mulheres, não haveria tantas guerras, porque elas que têm a missão de dar a vida não podem abraçar opções de morte, disse ainda o Santo Padre. “De modo semelhante apraz-me pensar que, se o mundo fosse governado pelos jovens, não haveria tantas guerras: aqueles que têm toda a vida diante de si, não a querem esfrangalhar e malbaratar, mas vivê-la em plenitude”, ressalta.

Antes de concluir, o Pontífice os convida a todos para a Jornada Mundial da Juventude do próximo ano em Lisboa, “onde podeis partilhar os vossos sonhos mais belos com jovens de todo o mundo”.

Por fim, o Papa Francisco faz uma premente exortação aos participantes da Conferência: “que sejais jovens generativos, capazes de gerar novas ideias, novas visões do mundo, da economia, da política, da convivência social; e não só novas ideias, mas sobretudo novos caminhos para serem percorridos juntos. E que sejais generosos também em gerar novas vidas, sempre e só por amor! Amor ao vosso marido e à vossa esposa, amor à família, amor aos vossos filhos, e também amor à Europa a fim de ser, para todos, terra de paz, liberdade e dignidade”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 10 de julho de 2022

O “católico” Biden assina ordem executiva para proteger o ‘direito’ ao aborto

Presidente Joe Biden | Foto: Wikipedia
Ele também pediu aos eleitores que votassem, em novembro, em seu partido para promover a legislação federal sobre o aborto.

Redação (09/07/2022 14:00Gaudium Press) O presidente Joe Biden, que se apresenta como um “católico devoto”, assinou hoje uma ordem executiva para “proteger” o ‘direito’ ao aborto, após a queda do Roe vs. Wade nos últimos dias. Uma ordem executiva é um decreto com caráter de direito administrativo, de acordo com os poderes outorgados ao executivo americano.

A ordem insta o Ministério da Saúde a garantir o acesso a medicamentos abortivos, aumentar a proteção para os profissionais de saúde que realizam abortos e também reforçar as campanhas de conscientização sobre o aborto em centros públicos.

Biden também mostrou sua intenção de “aprovar uma lei nacional” “como a “maneira mais rápida de restaurar Roe”, contradizendo também o sentido da sentença da Suprema Corte americana no caso Dobbs v. Jackson Women’s Health Organization, que afirmou que a regulamentação do aborto era de responsabilidade de cada um dos vários estados da união.

Biden pediu aos eleitores, que irão às urnas em 8 de novembro, que apoiem o Partido Democrata nessas eleições para promover a legislação abortista. Nesse dia, serão eleitos 435 membros da câmara baixa e 35 dos 100 membros do Senado.

Diante de posições tão extremamente contrárias à moral católica, não são poucos os que pedem que medidas semelhantes às que o arcebispo de São Francisco aplicou a Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, sejam aplicadas também a Biden. Pelosi não pode receber a Comunhão em sua diocese até que ela concorde em “repudiar publicamente seu apoio ao ‘direito’ ao aborto, confessar-se e receber a absolvição no Sacramento da Penitência por sua cooperação com este mal”, segundo determinou Mons. Salvatore Cordileone.

Com informações Infocatólica.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Mosteiro de São Bento celebra 35 anos

msbento.org

Mosteiro de São Bento celebra 35 anos com exposição de arte sacra

Mosteiro de São Bento de Brasília | Wikimedia Commons

Apreciadores de arte sacra e devotos de Nossa Senhora e de São Bento terão a oportunidade de visitar a exposição preparada pela Locus Mariologicus em comemoração dos 35 anos de fundação do Mosteiro de São Bento em Brasília.

De 14 a 17 de julho os visitantes poderão apreciar as obras dos artistas Rafaello, Sassoferrato, Peter Paul Rubens, Fra Angélico, Caravaggio, entre outros nomes que estarão representados na instalação preparada com réplicas das obras.
Para tornar ainda melhor essa experiência haverá um ciclo de formação sobre Mariologia com o professor Daniel Afonso, Doutor em mariologia e fundador da Locus Mariologicus em Roma.

Os participantes poderão aprender sobre a iconografia mariana desde a antiguidade até os dias de hoje e adquirir as réplicas exibidas.

Para garantir a participação na Semana de São Bento é necessário fazer a inscrição com Keicy Cavalcante pelo número (61) 99308-4444.

Confira a programação da Semana de São Bento:
14/07 – 19h30 – Iconografia mariana na arqueologia cristã
15/07 – 10h – Maria na expressão renascentista de Michelangelo
15/07 – 19h30 – Maria na tradição beneditina
16/07 – 10h – Maria na expressão de São Bernardo Claraval
17/07 – 16h30 – Iconografia mariana hoje

O Mosteiro de São Bento fica na Ermida Dom Bosco,  no Lago Sul.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Reflexão para o XV Domingo do Tempo Comum

Representação da parábola do Bom Samaritano - Van Gogh | Vatican News

“O QUE É MEU É TEU! QUERO QUE VOCÊ TENHA VIDA!”

Padre Cesar Augusto. SJ - Vatican News

A primeira leitura da liturgia deste domingo nos fala da maravilha que é possuir uma lei feita por Deus e que, por isso mesmo, leva à Vida. Essa Lei está impregnada em nosso ser.

O Livro do Deuteronômio diz que ela “está ao seu alcance: está na sua boca e no seu coração”. Isso significa que não deveremos ficar presos a um código de regras, de prescrições, mas que nos entreguemos, sem reservas, à promoção da Vida.

No Evangelho, a parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus, deixa isso claríssimo. O Mestre dá a essa Lei um nome: misericórdia!

A misericórdia promove a Vida. Ela não faz rodeios para salvar o ser humano. A Vida está em primeiro lugar. Salvaguardar a Vida, seja de quem for, é a Lei Máxima! E quando se fala em Vida não se restringe à vida física, mas se compreende também a moral, a psíquica, a espiritual.

Fala-se da Vida do Homem. Tudo deve estar subordinado a esse valor, porque Deus é Vida e Ele assim determinou que fosse. Por isso, matar alguém, física ou moralmente é um pecado grave.

Do mesmo modo é desconhecimento da revelação do Amor de Deus, qualquer atitude que demonstre falta de misericórdia. Está escrito: “Quero a misericórdia e não o sacrifício”.

Por que é um samaritano quem pratica a misericórdia na parábola contada por Jesus? Será que Jesus quer simplesmente incomodar os judeus? Não, não é nada disso. Ele até pode ter esse desejo, e certamente o tem, de alertar seus concidadãos. Mas a figura do samaritano, nesta parábola, tem o significado de ser alguém que desconhece um código de leis.

Jesus quer destacar que esse homem nascido na Samaria agiu somente por causa de seu coração. Ele teve a sensibilidade de perceber a situação de miséria em que se encontrava o homem assaltado. Ajudou muito para que tivesse compaixão, sua origem samaritana, de marginalizado. Ele se identificou com o pobre coitado e agiu como Deus, isto é, teve compaixão.

Segundo Lucas, somente Jesus tem compaixão. É um gesto eminentemente divino! O QUE É MEU É TEU!  QUERO QUE VOCÊ TENHA VIDA!

Podemos apreender o seguinte ensinamento: para alguns, a salvação está no cumprimento das leis; para outros, nos atos realizados dentro de um templo; para o samaritano, está em assumir a Vida e colocar-se a caminho dos que estão sendo privados dela. Ao se solidarizar com o marginalizado, o samaritano encontrou Deus e a verdadeira religião.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Conferência Episcopal da Colômbia apoia referendo para defender a vida na Constituição

Imagem ilustrativa / Unsplash

BOGOTÁ, 08 jul. 22 / 03:29 pm (ACI).- O presidente da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), dom Luis José Rueda Aparicio, disse que a Igreja Católica deseja "acompanhar todos os processos de defesa da vida", e nesse sentido destacou a iniciativa civil de fazer um referendo para que o povo decida se a vida deve ser protegida na Constituição e se o aborto deve ser proibido.

Durante a entrevista coletiva de quinta-feira (7) na sede da CEC, Aparicio disse que a Igreja "faz muita coisa" a favor da proteção da vida humana em todas as suas fases, acompanhando famílias e mulheres "que passaram pela situação dramática do aborto”.

Nós queremos "acompanhar todos os processos de defesa da vida, e há uma proposta, que é bem civil, e é um referendo para que o povo colombiano se manifeste sobre o assunto", disse.

Aparicio se referiu à iniciativa de um grupo de parlamentares pró-vida e representantes da sociedade civil, para que seja feito um referendo sobre a modificação de três artigos da Carta Magna, e assim se determine a “proteção constitucional dos colombianos que estão por nascer” e se diga “que não há o direito ao aborto”.

Esse referendo “foi uma iniciativa de diversos setores da sociedade e da Igreja; liderada por leigos, por pais, por homens e mulheres”, disse.

Durante a entrevista coletiva, dom Rueda Aparicio destacou que os bispos ainda não falaram sobre aborto com Gustavo Petro, que assumirá a presidência da Colômbia em 7 de agosto.

“Este é um tema fundamental e prioritário, e a Igreja é clara sobre isso. A Igreja é defensora, promotora, companheira da vida em todas as etapas”, desde a sua concepção no ventre até o seu processo final, “quando as doenças, os sofrimentos, também acabam com a possibilidade de trabalhar e produzir”, afirmou.

“Nós nos declaramos defensores da vida em todos os cenários e em todas as fases dela”, dom Luis José Rueda Aparicio.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Iraque: dedicação de jovens cristãos permite reabertura de bibliotecas e livrarias

Jovens iraquianas em vestes tradicionais na acolhida ao Papa Francisco
na Igreja da Imaculada Conceição em Mosul, em 7 de março de 2021 
(AFP or licensors)

A verdadeira invasão do Iraque pelo autoproclamado estado Islâmico, causou não somente enormes perdas humanas e materiais, mas também destruiu parte da história conservada em livros e manuscritos. Muito material conseguiu ser salvo da fúria jihadista também com ações individuais. Agora, investe-se no recomeço também da vida cultural. Fundamental neste sentido, a iniciativa de algumas jovens cristãs.

Em Mosul e na Planície de Nínive, a rede de bibliotecas e livrarias também pagou um alto preço pela ocupação jihadista e pelas intervenções militares que a combateram. Naqueles anos difíceis, de 2014 a 2017, livrarias foram fechadas, bibliotecas de valor histórico foram destruídas, coleções de livros e manuscritos antigos foram levados para longe como única forma de salvá-los de saques e da destruição.

Agora, entre os sinais de um "recomeço" da vida social e comunitária naquela região do Iraque, está também a reabertura de bibliotecas, livrarias e centros culturais. Um fenômeno que envolve de forma singular alguns jovens pertencentes a comunidades cristãs autóctones.

No povoado de Sirishka, no distrito de Alqosh, nordeste de Mosul, por exemplo, cresce o interesse e o envolvimento da população local em torno da iniciativa de Janan Shaker Elias, a jovem que abriu ao público uma biblioteca privada que logo se tornou um centro de encontros e intercâmbios culturais. Atualmente, o local oferece quase 2 mil volumes para consulta gratuita (número em crescimento lento, mas constante), divididos por gêneros e disciplinas, além de funcionar como centro de reservas de livros para a compra.

A ideia de abrir uma livraria - contou Janan à imprensa local – já estava em sua mente há algum tempo, visto que mesmo antes do último conflito, era sempre obrigada a encomendar livros on-line e esperar longos prazos de entrega.

O propósito se fortaleceu ainda mais quando Janan e sua família viram-se obrigados a deixar seu povoado, ameaçado pelo avanço dos jihadistas do Estado Islâmico (Daesh).

De volta a Sirishka, e depois de terminar seus estudos universitários, Janan finalmente conseguiu realizar seu sonho, com o qual espera contribuir para a recomposição do tecido social, cultural e comunitário dilacerado por conflitos e impulsos sectários.

A preocupação dos jovens cristãos pelo papel desempenhado pelas bibliotecas e livrarias na retomada da convivência civil na região iraquiana, que por anos permaneceu sob ocupação jihadista, também veio à tona no final de junho na Faculdade de Letras da Universidade de Mosul, onde várias pessoas assistiram à discussão da tese desenvolvida pela estudante Sanbla Aziz Shihab sobre o tema da destruição de bibliotecas e seu impacto negativo na paz comunitária no Iraque. Em sua pesquisa, a estudante de pós-graduação se concentrou na destruição de bibliotecas cristãs em Mosul e nas cidades da Planície de Nínive durante os anos da recente ocupação jihadista.

Em fevereiro passado, a reabertura da Biblioteca da Universidade de Mosul, reconstruída após a devastação sofrida durante as ofensivas militares contra os ocupantes do Daesh, foi apresentada pela mídia internacional como um sinal objetivo do "reinício" da metrópole do norte do Iraque, após anos de massacres, bombardeios e fugas em massa.

*Com Agência Fides

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt



Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF