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sexta-feira, 15 de julho de 2022

Alerta vermelho para a saúde das crianças: COVID alimenta a maior queda nas vacinações nos últimos 30 anos

A COVID contribuiu para a diminuição das vacinações de
crianças no mundo  (ANSA)

Segundo a OMS e o UNICEF, o declínio deve-se a muitos fatores, incluindo o aumento do número de crianças que vivem em contextos de conflito e fragilidade, onde o acesso às vacinas é muitas vezes difícil, o aumento da desinformação e problemas relacionados com a COVID-19, como interrupções nos serviços e a cadeia de abastecimento, desvio de recursos para atividades de resposta à pandemia e medidas de contenção que limitaram o acesso e a disponibilidade dos serviços de vacinação.

Marília Siqueira - Vatican News

Vinte e cinco milhões de crianças, em 2021, não receberam uma ou mais doses de DTP (vacina tríplice bacteriana indicada para prevenir a difteria, o tétano e a coqueluche ou pertussis) dos serviços de vacinação de rotina, 2 milhões a mais do que aquelas que pularam a vacinação em 2020 e 6 milhões a mais do que em 2019.

A cobertura da primeira dose do sarampo caiu para 81% em 2021, o nível mais baixo desde 2008. Isso significa que 24,7 milhões de crianças não receberam a primeira dose da vacina contra o sarampo em 2021, 5,3 milhões a mais do que em 2019. Outros 14,7 milhões não receberam a segunda dose necessária.

Em comparação com 2019, mais 6,7 milhões de crianças não receberam a terceira dose da vacina contra a poliomielite e 3,5 milhões não receberam a primeira dose da vacina contra o HPV.

Os números oficiais divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) registram a maior queda prolongada nas vacinações infantis em quase 30 anos. 

A porcentagem de crianças que receberam três doses da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP3) – com um indicador de cobertura vacinal usada entre países - caiu 5 pontos percentuais entre 2019 e 2021, chegando a 81%.  

Com este resultado, 25 milhões de crianças em 2021 não receberam uma ou mais doses de DTP dos serviços de vacinação de rotina. Isso é 2 milhões a mais do que aqueles que pularam a vacinação em 2020 e 6 milhões a mais do que em 2019, destacando o número crescente de crianças em risco de doenças terríveis, mas evitáveis.

O declínio deve-se a muitos fatores, incluindo o aumento do número de crianças que vivem em contextos de conflito e fragilidade, onde o acesso às vacinas é muitas vezes difícil, o aumento da desinformação e problemas relacionados com a COVID-19, como interrupções nos serviços e a cadeia de abastecimento, desvio de recursos para atividades de resposta à pandemia e medidas de contenção que limitaram o acesso e a disponibilidade dos serviços de vacinação. 

Dezoito das 25 milhões de crianças não receberam nem mesmo uma dose de DTP durante o ano, a maioria das quais vive em países de baixa e média renda, com Índia, Nigéria, Indonésia, Etiópia e Filipinas apresentando os maiores números. Entre os países com os maiores aumentos relativos no número de crianças que não receberam vacinas entre 2019 e 2021 estão Mianmar e Moçambique. 

Sarampo e poliomielite

A cobertura da primeira dose do sarampo caiu para 81% em 2021, o nível mais baixo desde 2008. Isso significa que 24,7 milhões de crianças não receberam a primeira dose da vacina contra o sarampo em 2021, 5,3 milhões a mais do que em 2019. Outros 14,7 milhões não receberam receber a segunda dose necessária. Da mesma forma, em comparação com 2019, mais 6,7 milhões de crianças não receberam a terceira dose da vacina contra a poliomielite e 3,5 milhões não receberam a primeira dose da vacina contra o HPV, que protege as meninas do câncer de colo do útero na velhice.   

Alerta vermelho

"Este é um alerta vermelho para a saúde das crianças. Estamos vendo o maior declínio das vacinas infantis em uma geração. As consequências serão medidas em vidas humanas", disse Catherine Russell, Diretora-Geral do UNICEF. "Enquanto no ano passado se esperava que a pandemia tivesse uma repercussão após as interrupções e fechamentos causados ​​pelo COVID-19, o que estamos vendo agora é um declínio persistente. O COVID-19 não é desculpa. Precisamos recuperar o atraso. Vacinas para milhões de crianças desaparecidas, caso contrário veremos inevitavelmente novas epidemias, mais crianças doentes e maior pressão sobre os sistemas de saúde já em dificuldades".

Globalmente, mais de um quarto da cobertura vacinal contra o papilomavírus humano (HPV) alcançada em 2019 foi perdida. Isso traz sérias consequências para a saúde de mulheres e meninas, pois a cobertura global da primeira dose da vacina contra o HPV é de apenas 15%, apesar de as primeiras vacinas terem sido autorizadas há mais de 15 anos. 

Esperava-se que 2021 fosse um ano de recuperação, durante o qual os programas de vacinação sobrecarregados seriam reabastecidos e o grupo de crianças não alcançadas em 2020 seria formado. Em vez disso, a cobertura de DTP3 foi empurrada de volta ao seu nível mais baixo desde 2008 e, juntamente com o declínio na cobertura de outras vacinas essenciais, afastou o mundo de alcançar metas globais, incluindo o indicador de vacinação para os Objetivos de Desenvolvimento.  

Um cenário de taxas crescentes de desnutrição

Esse recuo histórico nas taxas de vacinação ocorre em um cenário de taxas crescentes de desnutrição aguda grave. Uma criança desnutrida já tem a imunidade enfraquecida, e vacinas perdidas podem fazer com que doenças infantis comuns se tornem rapidamente letais para ela. A convergência de uma crise de fome e uma crescente escassez de vacinação ameaça criar as condições para uma crise de sobrevivência infantil.   

A cobertura de vacinação diminuiu em todas as regiões, com a região do Leste Asiático e Pacífico experimentando a maior reviravolta na cobertura de DTP3, caindo nove pontos percentuais em apenas dois anos.  

Planejar e lidar com a COVID-19 deve andar de mãos dadas com a vacinação para doenças com risco de vida, como sarampo, pneumonia e diarreia”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Não é uma questão de um ou de outro, é possível fazer os dois." 

Países que seguraram o declínio

Alguns países seguraram o declínio. Uganda manteve altos níveis de cobertura em programas de vacinação de rotina, ao mesmo tempo em que lançou um programa de vacinação direcionado contra o COVID-19 para proteger populações prioritárias, incluindo profissionais de saúde. Da mesma forma, o Paquistão voltou aos níveis de cobertura pré-pandemia graças ao envolvimento do governo de alto nível e aos esforços significativos de vacinação de recuperação. É de elogiar que isso seja alcançado em meio a uma pandemia, quando os sistemas de saúde e os profissionais de saúde estavam sob considerável pressão.  

Serão necessários esforços monumentais para alcançar níveis de cobertura universal e prevenir epidemias. Níveis inadequados de cobertura já causaram surtos evitáveis ​​de sarampo e poliomielite nos últimos 12 meses, ressaltando o papel vital da vacinação na manutenção da saúde de crianças, adolescentes, adultos e sociedade.  

O progresso de dez anos perdido em dois

A queda acentuada destes 02 anos segue quase uma década de progresso estagnado, ressaltando a necessidade de abordar não apenas as interrupções relacionadas à pandemia, mas também os desafios sistêmicos relacionados à vacinação para garantir que todas as crianças e adolescentes sejam atendidos. 

A OMS e o UNICEF estão trabalhando com a Gavi, a Vaccine Alliance e outros parceiros para implementar a Agenda Global de Vacinação 2030 (IA2030), uma estratégia para todos os países interessados ​​e parceiros globais alcançarem os objetivos estabelecidos para a prevenção de doenças por meio de vacinações e fornecimento de vacinas para todos, em todos os lugares e em qualquer idade. 

"É doloroso ver mais crianças perderem a proteção contra doenças evitáveis ​​pelo segundo ano consecutivo. A prioridade da Aliança deve ser ajudar os países a manter, restaurar e fortalecer as vacinações de rotina, juntamente com a implementação de planos ambiciosos de vacinação contra a COVID-19, não apenas por meio de vacinas, mas também com suporte estrutural personalizado para os sistemas de saúde que as administrarão", disse Seth Berkley, CEO da Gavi, Aliança para as Vacinas.

Agenda Global de Vacinação 2030

Os parceiros do IA2030 convidam governos e interessados ​​a: 

Intensificar os esforços de vacinação de recuperação para resolver os atrasos na vacinação de rotina e expandir os serviços de disseminação em áreas carentes para alcançar crianças desaparecidas e implementar campanhas para prevenir surtos; 

Implementar estratégias personalizadas, centradas nas pessoas e baseadas em dados para criar confiança em vacinas e vacinas, combater a desinformação e aumentar a aceitação de vacinas, principalmente entre comunidades vulneráveis; 

Garantir que a atual preparação e resposta à pandemia e os esforços para fortalecer a arquitetura global de saúde levem ao investimento em serviços de atenção primária à saúde (APS), com apoio explícito para fortalecer e apoiar vacinações essenciais; 

Assegurar o compromisso político dos governos nacionais e aumentar a alocação de recursos nacionais para fortalecer e apoiar a vacinação na atenção primária à saúde; 

Priorizar o fortalecimento dos sistemas de informação em saúde e vigilância de doenças para fornecer os dados e o monitoramento necessários para que os programas tenham o máximo impacto.  

Alavancar e aumentar o investimento em pesquisa para desenvolver e melhorar vacinas e serviços de vacinação novos e existentes que possam atender às necessidades da comunidade e atingir as metas do IA2030.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 14 de julho de 2022

É natural que o casamento fracasse?

presbiteros.org.br

É natural que o casamento fracasse?

Por Padre Cormac Burke

O casamento é, obviamente, uma das tendências mais naturais da natureza humana. Ora, se é assim, parece difícil imaginar que, em circunstâncias normais, seja natural que o casamento fracasse. Se tantos casamentos fracassam hoje em dia, talvez seja porque as circunstâncias que cercam o matrimônio já não são normais. Ao invés de o casamento estar fracassando para o homem, não será o homem que vem fracassando em relação ao casamento? Não será que o erro, ao invés de residir no casamento, reside no homem moderno, e mais especialmente no modo como ele encara o casamento? Inclino-me a pensar que sim, porque me parece que há pelo menos três pontos principais em que o homem encara mal o casamento:

1. a) o homem moderno tende a “deificar” o amor humano, esperando dele o que – como qualquer cristão sabe – só Deus pode dar;

1. b) tende também a inverter a ordem de prioridades quanto aos fins do casamento, ou seja, pensa que o casamento existe em primeiro lugar para exprimir o amor e desfrutar dele, e só em segundo lugar (quando muito) para ter filhos.

1. c) tende ainda a encontrar oposição entre esses dois fins, em lugar de vê-los como complementares.

Examinemos cada um destes pontos mais de perto.

O QUE SÓ DEUS PODE DAR

A principal esperança do homem é ser feliz. O ser humano foi feito para a felicidade e procura-a necessariamente. Mas somente encontrará frustração se procurar a felicidade onde ela não estiver…; ou se procurar uma felicidade ilimitada onde não houver senão felicidade limitada…; ou se procurar a felicidade onde ela se encontra, mas não do modo como se pode encontrá-la…

A felicidade pode ser encontrada no casamento, mas não de um modo ilimitado; pedir ao casamento uma felicidade perfeita é pedir demais. Contudo, o homem foi feito com a capacidade e a sede de uma felicidade ilimitada. É por isso que se pôde dizer com tanto acerto que “a mulher promete ao homem o que só Deus pode dar”. Qualquer pessoa de fé sabe que a felicidade perfeita só pode ser encontrada de modo real e permanente em Deus; e sabe também que essa felicidade não é possível nem duradoura nesta terra, mas somente no Céu. O ateu ou semi-ateu esquece-se deste dado. E quando o homem começa a esquecer Deus e perde a esperança na vida eterna, o seu coração polariza-se nas coisas terrenas e procura satisfazer nelas a sua sede de felicidade. Não o conseguirá.

Nem mesmo o casamento, que dentre todas as coisas humanas é a que promete mais felicidade e é capaz de dá-la, conseguirá satisfazer o seu desejo.

Quem tiver presente esta realidade, procurará a felicidade no casamento, mas não esperará uma felicidade perfeita, pois sabe que seria pedir-lhe o que ele não pode dar. A pessoa que esquece Deus tenderá a “deificar” o amor humano, o que praticamente significa garantir o fracasso do amor humano.

Se alguém espera demais do amor e do casamento, está destinado a decepcionar-se profundamente.

Quando se põe demasiada pressão numa caldeira, esta acaba por explodir; quando se exige demais do casamento, este entra em colapso. Muitos divórcios de hoje encontram aqui a sua explicação.

OS FILHOS COMO “ACESSÓRIOS OPCIONAIS”

A segunda razão pela qual o casamento muitas vezes não dá certo hoje em dia é a tendência do homem moderno de criar uma nova ordem de prioridades quanto aos fins do casamento, convertendo o amor mútuo no principal objetivo ou mesmo no objetivo total e único do casamento. Ao mesmo tempo, reduz-se a possibilidade de ter filhos – um ou dois filhos – a uma simples circunstância; a maioria dos casais quererá tê-los como parte da sua auto-realização, ao passo que outros, de modo igualmente legítimo, talvez prefiram um ou dois carros, uma ou duas casas…

Para muitas pessoas de hoje, os filhos desempenham no casamento o mesmo papel que os acessórios num automóvel: são “opcionais”. Inclua-os, se você gosta deles ou pode arcar com o gasto.

Caso contrário, o casamento – como o automóvel – “funcionará” perfeitamente sem eles.

A isto, a Igreja responde com um rotundo “Não”. Somente em casos realmente excepcionais é que um casamento “funcionará” bem sem filhos, sem os filhos que Deus quer dar a cada casal em particular. Pode acontecer que Ele não queira que um determinado casal tenha filhos, mesmo que marido e mulher estejam ansiosos por ter uma família. Essas uniões (materialmente) estéreis podem ser felizes, se ambos os cônjuges aceitarem a vontade de Deus. Nesse caso, receberão graças especiais de Deus para aprenderem a amar-se um ao outro mais e mais com o passar do tempo. E podem – e até devem – conquistar uma fecundidade espiritual, dedicando o tempo e as energias que teriam investido nos filhos a atividades educativas e apostólicas que ajudem os outros. A exclusão deliberada dos filhos, porém, quer seja total, quer parcial, leva necessariamente qualquer casamento a “funcionar” muito mal.

Trata-se de uma verdade – de uma regra ou lei de vida – que se encontra implícita no ensinamento da Igreja a respeito dos fins e prioridades do casamento.

OS “MOTIVOS” NEM SEMPRE SÃO “FINS”

Uma vez que o homem contemporâneo pode apresentar poucas evidências em favor das modernas filosofias sobre o casamento, não lhe faria mal reexaminar o ensinamento da Igreja segundo o qual “o matrimônio e o amor conjugal se ordenam por natureza para a procriação e educação dos filhos [1].

Deverá refletir também sobre a afirmação de que este ensinamento corresponde ao conceito autenticamente natural do casamento.

Para começar, talvez seja útil mostrar-lhe que a maioria das pessoas que consideram errado o ensinamento da Igreja não compreendeu bem o que ela realmente ensina. Com efeito, ao fazer essa afirmação, a Igreja não se refere aos motivos que os indivíduos possam ter para casar-se, mas aos fins do casamento como instituição. E um pouco de reflexão torna claro que os motivos pessoais e subjetivos não coincidem necessariamente com os fins objetivos.

Sem dúvida, o principal motivo que leva a maioria das pessoas a casar-se é o amor: “Por que quero casar-me com essa pessoa e não com outra? Porque a amo”. Isto é evidente. Normalmente ter filhos, conta, quando muito, como motivo secundário, e hoje em dia, em muitos casos, nem sequer chega a apresentar-se como motivo.

Esta hierarquia de motivos – em primeiro lugar, amor; em segundo (quando muito), filhos – pode facilmente levar muitas pessoas a concluir que um casamento feliz e bem-sucedido depende desses mesmos fatores e nessa mesma ordem; ou seja, a felicidade no casamento depende principal ou mesmo exclusivamente do amor mútuo, e só secundariamente, ou de modo algum, dos filhos. No entanto, não existe especial evidência de que esta conclusão seja correta. Afinal de contas, uma coisa são os motivos para casar-se, e outra bem diferente é o modo como o casamento traz felicidade.

COMO O CASAMENTO TRAZ FELICIDADE

Não é errado casar-se por amor, como não o é esperar felicidade do casamento. Mas as pessoas podem enganar-se se fizerem depender todas as suas esperanças de felicidade no casamento de um único fator – o amor mútuo -, quando a própria natureza determinou que a felicidade no casamento proviesse da delicada e exigente interação de dois fatores: amor e filhos. Em outras palavras, as pessoas podem enganar-se ou fracassar por não terem compreendido como o casamento deve “funcionar”, por não terem entendido o mecanismo pelo qual ele realiza todas as suas possibilidades, entre elas a de trazer felicidade. E é neste sentido que o ensinamento da Igreja pode resolver muitos problemas.

Somente a ignorância – ou algo pior do que a ignorância – seria capaz de apresentar o ensinamento tradicional da Igreja a respeito do casamento como resultado de um legalismo medieval, como fruto da atitude de um grupo de inflexíveis clérigos celibatários que estariam apontando o seu dedo reprovador para o homem moderno: “Você talvez esteja interessado na felicidade. Mas isso não passa de um desses modernos contos de fadas, e é melhor esquecê-lo se quiser continuar a ser um membro obediente da Igreja. Porque a Igreja não está interessada em saber se o casamento traz ou não felicidade. A Igreja só se interessa pela prole – traduzida em números – e pela lei: indissolubilidade…”

A IGREJA E A FELICIDADE HUMANA

Trata-se de uma paródia caluniosa e grosseira da atitude da Igreja. A Igreja está plenamente consciente de que a verdade que ela sustenta – o ensinamento tradicional a respeito do matrimônio – lhe foi confiada pelo próprio Cristo. Sabe, portanto, que não tem autoridade para alterá-la ou deixar de proclamá-la. Ao mesmo tempo, contudo, tem também plena consciência de que a sua concepção do casamento leva em conta todos os elementos naturais dessa instituição, incluída a promessa de felicidade que o casamento parece oferecer ao ser humano.

Quando a Igreja une os seus filhos pelo vínculo matrimonial, é a primeira a alegrar-se. O divino Mestre está sempre disposto a ser convidado para uma festa de bodas, e gosta de confirmar a alegria de Caná. Mas é para Ele que o jovem casal deve olhar, se deseja que o vinho da sua felicidade atual se torne mais saboroso e abundante, e não se esgote nem se transforme em vinagre [2].

Quando o Senhor diz aos cônjuges – através da Sagrada Escritura – que são uma só carne e que não podem separar-se (cf. Mt 19, 6), que devem crescer e multiplicar-se (cf. Gên 1, 28); ou quando ensina através da sua Igreja (mais uma vez com palavras do Vaticano II) que “a instituição do matrimônio e o amor dos cônjuges estão pela sua índole natural ordenados para a procriação e educação dos filhos, nos quais encontram a sua coroa de glória” [3], o que faz é pensar na felicidade deles: não somente na felicidade eterna (embora seja esta a única que importa essencialmente), mas também na felicidade relativa, mas muito real, que podem alcançar aqui na terra, e que Ele quer que alcancem.

DO AMOR CONJUGAL AO AMOR FAMILIAR

Talvez possamos explicar melhor a questão desta forma. Parece evidente que a busca de uma promessa de felicidade no casamento faz parte da ordem natural do homem; ora bem, se – tal como a Igreja ensina – também faz parte da ordem natural ter filhos, mais ainda do que desfrutar do amor, então – a não ser que a natureza esteja mentindo ou seja incoerente – a felicidade no casamento dependerá, normalmente e a longo prazo, da geração e educação dos filhos mais do que do amor entre marido e mulher e dos modos de expressão desse amor. Sem dúvida alguma, depende de ambos os fatores; mas o ensinamento da Igreja parece sugerir que, em última análise, os filhos têm uma influência muito mais decisiva na formação da felicidade conjugal.

Suponhamos agora que alguém se levantasse e dissesse que essa afirmação é absurda, pois equivaleria a considerar um elemento fisiológico (a procriação) mais importante do que uma realidade espiritual (o amor). Eu lhe responderia que não é bem isso o que se quis dizer. O que se quer dizer é que o amor no casamento, certamente mais amplo do que o mero amor físico, é também mais amplo do que o mero amor conjugal.

O amor no casamento não está destinado a permanecer apenas como amor entre duas pessoas.

Provavelmente nem sequer sobreviverá, se não ultrapassar esse estágio. A sua vocação natural é expandir-se, estender-se, incluir cada vez mais elementos. O amor conjugal está na verdade projetado para se tornar amor familiar; está destinado a crescer e, nesse crescimento, a incluir e acolher outros seres humanos, que serão precisamente o fruto desse amor. “O verdadeiro amor mútuo transcende a comunidade de marido e mulher e estende-se aos seus frutos naturais, os filhos”*. E com isto chegamos ao terceiro ponto das nossas considerações.

A FELICIDADE CALCULISTA

Uma época que não encara os filhos como uma conseqüência natural do amor conjugal pode estar a caminho de encará-los como seus inimigos naturais. Foi por isso que mencionei, como o terceiro dos principais motivos do malogro de tantos casamentos atuais, o avanço da tendência moderna não só de antepor o amor mútuo aos filhos, mas de opor os dois fins entre si, em vez de ver que são complementares.

Influenciadas pela mentalidade e pela propaganda do controle da natalidade, muitas pessoas incidem nesse engano que acabo de delinear: pensam que a felicidade humana no casamento depende essencialmente do amor, e muito menos – ou nada – da paternidade. Gostaria de saber quantos estão conscientes de que esta idéia pode representar o primeiro de uma série de passos que acabarão por arrastá-los muito mais longe do que tinham pensado ou desejado, na esteira de uma filosofia que tem uma força poderosa e uma direção própria.

Analisemos um pouco mais profundamente este primeiro passo na filosofia antinatalista, e como é fácil deixar-se guiar por ela – na trilha descendente do calculismo, não no caminho ascendente do amor.

O primeiro princípio desta “filosofia” moderna do casamento diz que o amor é o ingrediente essencial e suficiente da felicidade conjugal, e que os filhos devem ser vistos apenas como uma possível ajuda – mas também como um possível obstáculo – para esse amor. Com efeito, os filhos trazem consigo a sua carga de exigências, e hoje em dia vem ganhando popularidade uma concepçãodo amor que não quer submeter-se a exigências. Com esta mentalidade, o amor é pensado acima de tudo em termos de satisfação pessoal (e não de autodoação, de crescimento por alcançar um ideal elevado, com tudo o que isso implica de esforço e sacrifício); e, em conseqüência, o vago anseio de paternidade é insuficiente para compensar as “desvantagens” de ter filhos. Isto é especialmente verdade no caso das mulheres, que tendem cada vez mais a sentir o peso da gravidez e o cuidado das crianças como um preço excessivamente alto a pagar pelas possíveis alegrias da maternidade.

A felicidade é o resultado de uma dedicação generosa a alguém ou a alguma coisa que vale a pena.

É o resultado de saber dar-se ainda que custe, e sem preocupar-se pelo fato de que custa. A felicidade não é algo que se possa comprar com dinheiro ou obter através de cálculos. No entanto, a moderna filosofia do casamento está repleta de cálculos, quase todos cálculos frios, muitos deles totalmente egoístas e totalmente errados.

O primeiro cálculo é – como vimos – o de que bastam duas pessoas para que uma faça feliz a outra. O segundo cálculo é que um determinado número de filhos – um ou dois – pode reforçar essa felicidade, ou pode prejudicá-la… O terceiro cálculo – que para muitos vem adquirindo a força de um dogma – é que ultrapassar um determinado número de filhos (dois ou três no máximo) certamente contrariará a felicidade e o amor conjugais. Ora bem, a partir do momento em que se conclui que um determinado número de filhos – quatro, por exemplo – é inimigo do amor, é fácil acabar por considerar qualquer número – mesmo um só – como inimigo. Esta é, simplesmente, a conclusão lógica de um casamento submetido ao controle da natalidade.

Quando duas pessoas começam por pensar que “foram feitas uma para a outra”, podem acabar por julgar que não foram feitas para mais ninguém, e que não precisam de mais ninguém; que qualquer outro – mesmo um filho, e especialmente o filho – pode ser um rival do seu amor. Uma ou outra (ou ambas) podem prever – e recusar – a possibilidade de que o filho absorva parte do amor que o cônjuge lhe dedica de modo exclusivo. Não há dúvida de que muitas pessoas casadas, ao tornarem-se pais, experimentam algumas reações de ciúme quando percebem que já não são objeto exclusivo do afeto do outro. É natural sentir alguns ciúmes passageiros neste sentido, mas também o é saber superá-los. O que não é natural, quando se prevê esta possível nova orientação ou ampliação do amor do cônjuge, é querer evitar o filho que a causará. Semelhante atitude é mera expressão de um espírito possessivo, egoísta e avaro: a perfeita antítese do amor.

O amor sexual e a procriação estão associados um ao outro nos planos de Deus, e assim unidos constituem um inabalável fundamento natural para a felicidade no casamento. É claro que o homem pode separar o que Deus uniu. Mas esta separação antinatural pode deixar o amor conjugal sem suporte. E um casamento sem o seu suporte natural entra logicamente em colapso.

Os que pensam que a filosofia do controle da natalidade favorece o casamento e o amor deveriam reparar melhor nas suas possíveis conseqüências. Aldous Huxley parodia-as muito bem no seu livro, Admirável Mundo Novo, atroz sátira de uma sociedade futura sem alma, que hoje já parece muito mais verossímil do que há cinqüenta anos, quando Huxley a concebeu. Essa “admirável” e “liberada” visãode um futuro em que tudo é planejado – o amor e o sexo identificados (ou melhor, um amor desorientado e sufocado pelos instintos animais descontrolados); o matrimônio, proscrito e abolido; os filhos (o “repovoamento”) reduzidos a produtos de laboratório nas mãos seguras e exclusivas do Estado -, essa visão não passa de uma projeção fantasiosa, mas coerente, da filosofia do controle da natalidade.

(BURKE, Cormac Pe.; AMOR E CASAMENTO – Editora Quadrante, Brasil, 1991).

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

São Francisco Solano

S. Francisco Solano | arquisp
14 de julho

São Francisco Solano

Francisco era descendente de nobres, nasceu no dia 10 de março de 1549, em Montilla, na Andaluzia. Os pais, Mateus Sanches Solano e Ana Gimenez, cristãos fervorosos, muito cedo o enviaram para o colégio dos jesuítas, que formariam seu caráter. Aos vinte anos, por inspiração e dons, ordenou-se franciscano. A sua conduta exemplar logo o levou a cargos importantes dentro da Ordem, os quais logo abandonava. O que mais ansiava era ser um missionário. Mesmo não tendo uma retórica eloqüente, arrebatava seus ouvintes pela convicção na fé que professava.

Contudo teve de adiar por uns tempos a execução de seus planos de viajar, porque precisou socorrer sua própria pátria. Uma devastadora peste atacou a Espanha e ele logo pediu para ser aceito como enfermeiro. Tratando dos doentes, principalmente dos mais pobres, acabou contraindo a doença. Mas isso não o abateu. Assim que se recuperou, voltou a cuidar deles.

Enfim, Francisco foi escalado para uma missão evangelizadora no novo continente latino-americano, embarcando em 1589. No caminho, já começaram a despontar os dons que marcariam toda a sua existência. Os relatos informam que uma violenta tempestade atingiu o seu navio, que encalhou num banco de areia. A situação era muito crítica e poderia ser fatal para todos. Porém, com sua presença e palavra de fé, acalmou as pessoas. Em vez de pânico, o que se viu foi brotar a confiança em Deus. Com isso, acabou batizando muitos passageiros e também os escravos negros que viajavam com eles. Logo depois, o que Francisco dissera aconteceu. Um outro navio os avistou e a salvo chegaram ao destino: Lima, no Peru.

Foram quinze anos de apostolado incansável, marcados pela caridade cristã e pela pregação da palavra de Cristo. Francisco protagonizou vários acontecimentos que marcariam não só sua história, como a da própria Igreja. Tinha uma capacidade milagrosa para aprender as novas línguas e a cada tribo catequizava em seu próprio dialeto, conquistando os índios de maneira simples e tranqüila. Além disso, curou muitos doentes, apenas com o toque de seu cordão de franciscano. Livrou totalmente uma vasta região da praga dos gafanhotos. E fez brotar água num lugar seco e deserto, onde muitos doentes se curaram apenas por bebê-la, hoje conhecida como "Fonte de São Francisco Solano".

Enfim, percorreu os três mil quilômetros entre Lima e Tucumán, às margens do rio da Prata, na Argentina, deixando um rastro de pagãos convertidos e feitos fantásticos. Mesmo viajando sem cessar, de Missão em Missão, como catequista, jamais abandonou a caridade e o cuidado com os doentes, características típicas de um frade.

Passou os últimos cinco anos de sua vida em Lima, reformando os conventos de sua Ordem e restaurando a disciplina franciscana que fora perdida. Aos sessenta e quatro anos, pela graça de seus dons, conheceu com antecedência a hora de sua morte. Preparou-se, assim, para sua chegada em 14 de julho de 1631.

Ele foi canonizado, em 1726, pelo papa Bento XIII. São Francisco Solano, também chamado de Apóstolo do Peru e da Argentina, venerado como Padroeiro dos Missionários da América Latina, é festejado no dia de sua morte.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Amoris Laetitia

laityfamilylife.va

AMORIS LAETITIA

Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

AMORIS LAETITIA = A ALEGRIA DO AMOR – III 

Queridas famílias. Em mensagens anteriores tecemos algumas considerações sobre a Exortação Apostólica do Papa Francisco: Amoris Laetitia = A Alegria do Amor. Hoje continuamos nossa reflexão a respeito do documento papal, a partir do cap. VII, que aborda o tema da educação dos filhos, pois compete à família ser apoio, guia e acompanhamento dos filhos, gerando processos de amadurecimento da sua liberdade, de crescimento integral e de cultivo da autêntica autonomia ou liberdade responsável (cf. n. 260-262). Apoiados pela escola, os próprios pais precisam ser dignos de confiança, o que inspira respeito amoroso. O processo da formação ética seja indutivo: o filho possa gradualmente descobrir por si mesmo a importância dos valores e normas, em vez de impô-los como verdades indiscutíveis (cf. n. 263-264 e 273). É também sadio criar hábitos na educação, como dizer: “Por favor”, “com licença”, “obrigado” (cf. n. 266). A criança precisa dar-se conta que as más ações têm conseqüências; por isso são legítimas algumas sanções, desde que não sejam agressivas, mas estímulo para crescer (cf. n. 269). A família é a principal escola dos valores humanos: “É o primeiro lugar onde se aprende a relacionar-se com o outro, a escutar, partilhar, suportar, respeitar, ajudar, conviver… É lá que se rompe o primeiro círculo do egoísmo mortífero” (n. 276). Nesta educação para o amor, para a doação mútua deve entrar a educação sexual, positiva e prudente, proporcional à fase da vida (cf, n. 280-282). A família é igualmente o lugar da transmissão da fé. Ela é dom divino, mas os pais são instrumentos de Deus para a sua maturação, como testemunhas e primeiros catequistas (cf. n. 287-290). 

O cap. VIII convida a Igreja a acompanhar, discernir e integrar a fragilidade de muitos casais e famílias, pois ela dirige-se com amor especial àqueles que participam na sua vida de modo incompleto (“hospital de campanha”), mas não deixa de anunciar o ideal: “O matrimônio cristão, reflexo da união entre Cristo e a sua Igreja, realiza-se plenamente na união entre um homem e uma mulher, que se doam reciprocamente com um amor exclusivo e livre fidelidade, se pertencem até a morte e abrem à transmissão da vida, consagrados pelo sacramento que lhes confere a graça para se constituírem como Igreja doméstica e serem fermento de vida nova para a sociedade” (n. 292, 307). Muitos, sobretudo jovens, desconfiam desse compromisso e o adiam indefinidamente ou facilmente separam-se e contraem nova relação. O caminho da Igreja não é de condenação, mas de paciência e de misericórdia para os que a procuram, evitando ocasiões de escândalo ou de condenações gerais (cf. n. 296, 299, 301 e 308). Os divorciados, que vivem nova união, podem encontrar-se em situações muito diferentes e assim precisam ser acompanhados com discernimento pessoal e pastoral em vista do bem possível: “A sua participação pode manifestar-se em diferentes serviços eclesiais… Eles não apenas não devem sentir-se excomungados, mas podem viver e amadurecer como membros vivos da Igreja, sentindo-a como uma mãe que os recebe sempre” (n. 299). Contudo, acentua o Pontífice: “Não devia esperar-se do Sínodo ou desta Exortação uma nova normativa geral de tipo canônico, aplicável a todos os casos” (n. 300 e 308). A caridade pastoral convida, sobretudo, os pastores a escutar e a entrar no coração do drama das pessoas para ajudá-las a viver melhor e encontrar o seu lugar na Igreja: “Um discernimento pastoral cheio de amor misericordioso, que sempre se inclina para compreender, perdoar, acompanhar, esperar e sobretudo integrar” (n. 312).  

O Senhor abençoe nossas famílias: aquelas que são felizes e as que sofrem.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Como evitar que as férias se tornem estressantes

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Una familia en un día de excursión al aire libre
Por Violeta Tejera

Manter certas regras e abusar da criatividade em família evitarão que as férias se transformem em estresse e dor de cabeça.

Partimos do princípio de que, nestas férias, os pais não devem entreter as crianças o tempo todo, já que eles não são animadores socioculturais dos pequenos. É por isso que precisamos planejar as férias sob dois aspectos:

  1. Como organizar o tempo?
  2. O que quero reforçar na educação das crianças durante o período escola?

Pensemos que estar de férias não significa fazer nada, mas fazer outras atividades que não podemos fazer durante o ano.

A importância do planejamento

As férias chegam, mas a casa não pode se transformar em anarquia. Devemos continuar a manter certas regras em prol da coexistência. 

Por isso, estabeleça um horário para as crianças acordarem e também para elas irem dormir- especialmente os adolescentes. Dedique uma hora para fazer as tarefas domésticas e envolva as crianças nelas. É bom que eles tenham aquela rotina de arrumar a cama, arrumar o quarto ou colocar a mesa. Ajudar na cozinha agora que eles estão mais relaxados pode fazê-los querer aprender novas receitas.

Como podemos fazer isso?

Pendurar um calendário em um local visível pode ser uma boa ideia. Nele, as crianças verão quanto falta para fazer um plano especial, uma excursão ou iniciar uma viagem. Isso os ajuda a gerenciar os dias sem aulas.

Orientar o seu tempo livre também é essencial. Deve ser feito sempre de acordo com a idade. Eles têm tantas opções que, às vezes, não sabem o que fazer e acabam se apaixonando pela tecnologia. Portanto, dar a eles ideias que sabemos que eles gostam evitará que eles percam tempo.

Estresse nas férias

Cerca de 59% dos pais experimentam estresse durante as férias. De acordo com um relatório do Lingokids, os períodos de descanso são responsáveis por 10% dos problemas de convivência em casa. Você tem que cuidar das crianças, sabendo que apenas dois em cada 10 pais podem fazer isso enquanto o outro trabalha. É preciso buscar alternativas em uma situação que é uma verdadeira “gincana” para a maioria das famílias.

Como explica a orientadora escolar Alejandra Corredera, “planejar e ajustar as expectativas é essencial para aproveitar estes dias e evitar aborrecimentos”.

Envolva as crianças

Uma coisa deve ficar clara, ressalta a orientadora: “Quem decide são os pais, mas é enriquecedor ouvir e planejar junto com as crianças as atividades que eles vão realizar durante as férias. Se realmente os conhecermos, saberemos do que eles gostam e o que eles podem querer fazer nesses dias de folga.”

É essencial dedicar um momento do dia para ouvi-los e compartilhar o planejamento com eles. “A hora do almoço, sem dispositivos móveis na mesa, pode ser uma boa oportunidade para envolvê-los e conversar com eles, sabendo que somos o exemplo”, explica a orientadora.

Evitar frustração

“Mesmo nas férias, nem tudo vai ser ótimo. Você tem que ser realista. Crianças também são crianças nas férias e terão suas birras como no resto do ano. Por isso não devemos gastar toda a nossa energia em conflitos específicos e devemos focar no que realmente nos interessa para evitar frustrações”, aconselha a orientadora educacional.

É aqui que a “negociação” entra em jogo. Satisfaça os pequenos, dê-lhes tempo para fazerem todas as atividades que gostam, com a certeza de que existem planos inegociáveis ​​que eles devem respeitar. É um momento de descanso, mas não de rendição: “Muitas famílias se tornaram parques de diversões e não há problema em deixar as crianças descansarem e se entediarem, isso as levará a estimular sua criatividade e buscar recursos para se divertir”, diz Corredera.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Santa Catarina Tekakwitha

Sta. Catarina Tekakwitha | arquisp
14 de julho

Santa Catarina Tekakwitha

Kateri Tekakwitha, para nós Catarina, foi a primeira americana pele-vermelha a ter sua santidade reconhecida pela Igreja. Ela nasceu no ano de 1656, perto da cidade de Port Orange, no Canadá. Seu pai era o chefe indígena da nação Mohawks, um pagão. Enquanto sua mãe era uma índia cristã, catequizada pelos jesuítas, que fora raptada e levada para outra tribo, onde teve de unir-se a esse chefe. Não pôde batizar a filha com nome da santa de sua devoção, mas era só por ele que a chamava: Catarina. O costume indígena determina que o chefe escolha o nome de todas as crianças de sua nação. Por isso seu pai escolheu Tekakwitha, que significa "aquela que coloca as coisas nos lugares", mostrando que ambas, consideradas estrangeiras, haviam sido totalmente aceitas por seu povo.

Viveu com os pais até os quatro anos, quando ficou órfã. Na ocasião, sobreviveu a uma epidemia de varíola, porém ficou parcialmente cega, com o rosto desfigurado pelas marcas da doença e a saúde enfraquecida por toda a vida. O novo chefe, que era seu tio, acolheu-a e ela passou a ajudar a tia no cuidado da casa. Na residência pagã, sofreu pressões e foi muito maltratada.

Catarina, que havia sido catequizada pela mãe, amava Jesus e obedecia à moral cristã, rezando regularmente. Era vista contando as histórias de Jesus para as crianças e os idosos, que ficavam ao seu lado enquanto tecia, trabalho que executava apesar da pouca visão. Em 1675, soube que jesuítas estavam na região. Desejando ser batizada, foi ao encontro deles. Recebeu o sacramento um ano depois, e o nome de Catarina Tekakwitha. Devido à sua fé, era hostilizada, porque rejeitava as propostas de casamentos. Por tal motivo, seu tio, cada vez mais, a ameaçava com uma união. Quando a situação ficou insustentável, ela fugiu.

Procurou a Missão dos jesuítas de São Francisco Xavier, em Sault, perto de Montreal, onde foi acolhida e recebeu a primeira comunhão, dando um exemplo de extraordinária piedade.

Sempre discreta, recolhia-se por longos períodos na floresta, onde, junto a uma cruz que ela havia traçado na casca de uma árvore, ficava em oração. Sem, entretanto, descuidar-se das funções religiosas, do serviço da comunidade e da família que a hospedava. Em 1679, fez voto perpétuo de castidade, expressando o desejo de fundar um convento só para moças indígenas, mas seu guia espiritual não permitiu, em razão da sua delicada saúde.

Aos vinte e quatro anos, ela morreu no dia 17 de abril de 1680. Momentos antes de morrer, o seu rosto desfigurado, tornou-se bonito e sem marcas, milagre presenciado pelos jesuítas e algumas pessoas que a assistiam. O milagre e a fama de suas virtudes espalhou-se rapidamente e possibilitou a conversão de muitos irmãos de sua raça. Catarina, que amou, viveu e conservou o seu cristianismo só com a ajuda da graça, por muitos anos, tornou-se conhecida em todas as nações indígenas como "o lírio dos Mohawks", que intercedia por seus pedidos de graças.

A sua existência curta e pura, como esta flor, conseguiu o que havia almejado: que as nações indígenas dos Estados Unidos e do Canadá conhecessem e vivessem a Paixão de Jesus Cristo.

O papa João Paulo II nomeou-a padroeira da 17a Jornada Mundial da Juventude realizada no Canadá, em 2002, quando a beatificou. Ao lado de são Francisco de Assis, a bem-aventurada Catarina Tekakwitha foi honrada pela Igreja com o título de "Padroeira da Ecologia e do Meio Ambiente". Sua festa ocorre no dia 14 de julho.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Papa nomeia três mulheres para o Dicastério para os Bispos

Irmãs Raffaella Petrini e e Yvonne Reungoat e Doutora Maria Lia Zervino

"Estou aberto para que seja dada a oportunidade", havia antecipado o Papa Francisco na entrevista à Phil Pullella, da Agência Reuters, ao dizer que seriam nomeadas duas mulheres para o Dicastério para os Bispos.

Vatican News

Não duas, como havia anunciado na entrevista à Agência Reuters, mas três. Nesta quarta-feira, 13, entre os novos membros para o Dicastério para os bispos nomeados peloo Santo Padre, estão as Irmãs Raffaella Petrini F.S.E., secretária geral do Governorato do Estado da Cidade do Vaticano, e Yvonne Reungoat, F.M.A., ex superiora geral das Filhas de Maria Auxiliadora; além da doutora Maria Lia Zervino, presidente da União Mundial de Organizações Femininas Católicas.

Na entrevista à Reuters, em que havia antecipado que nomearia duas mulheres para o Dicastério para os Bispos, o Papa também anunciou que vislumbrava no futuro a possibilidade da nomeação de leigos à frente de Dicastérios como Leigos, Família e Vida, para a Cultura e para a Educação, “ou a Biblioteca, que é quase um dicastério".

Francisco recordou ainda ao jornalista que em 2021, pela primeira vez, havia sido nomeada uma mulher para o cargo número dois do Governatorato da Cidade do Vaticano, a Irmã Raffaella Petrini, hoje membro do Dicastério para os Bispos. Mas também a Irmã Nathalie Becquart, religiosa francesa das Irmãs Missionárias Xavierianas, subsecretária do Sínodo dos Bispos, e irmã Alessandra Smerilli, das Filhas de Maria Auxiliadora, número dois do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Enquanto no Dicastério para os religiosos é subsecretária a irmã Carmen Ros Norten.

Entre as mulheres leigas que já ocupam cargos de alto nível no Vaticano, além da Irmã  Petrini,  estão Barbara Jatta, a primeira diretora dos Museus Vaticanos, Linda Ghisoni e Gabriella Gambino, ambas subsecretárias no Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; a professora Emilce Cuda, secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, Nataša Govekar, diretora da Direção teológica-pastoral do Dicastério para a Comunicação, e Cristiane Murray, vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé. E em janeiro de 2020, uma mulher foi nomeada pela primeira vez subsecretária da Seção da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados e as organizações internacionais, Francesca di Giovanni, responsável pelo setor multilateral. Todas foram nomeadas pelo atual Pontífice.

Cardeal José Tolentino de Mendonça

Os outros membros nomeados são: Anders Arborelius, O.C.D., bispo de Estocolmo (Suécia); José F. Advincula, arcebispo de Manila (Filipinas); José Tolentino de Mendonça, arquivista e bibliotecário da Santa Igreja Romana; Mario Grech, secretário geral do Sínodo dos Bispos; os bispos cuja nomeação como cardeal foi anunciada recentemente: Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; Lazzaro You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero; Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha (França); Oscar Cantoni, bispo de Como (Itália);  Dom Dražen Kutleša, arcebispo de Split-Makarska (Croácia), e Dom Paul Desmond Tighe, secretário do antigo Pontifício Conselho para a Cultura; padre Dom Donato Ogliari, O.S.B., abade da Abadia de São Paulo fora-dos-muros e administrador apostólico da Abadia Territorial de Montecassino (Itália).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A quietude, fruto da despretensão

Guadium Press
Eis o meio de melhor alcançar a quietude, ser desprendido dos bens terrenos.

Redação (13/07/2022 11:17Gaudium Press) “Conserva-te submisso à minha vontade, e não padecerás dano algum.

“Se buscares isto ou aquilo, e quiseres estar aqui ou ali por teu proveito e própria vontade, nunca terás quietação, nem estarás livre de cuidados; porque sempre te há de faltar alguma coisa que desejes, e em todo o lugar acharás contradições”.

TOMÁS DE KEMPIS. Imitação de Cristo. 2. ed. Rio de Janeiro: Petra, 2021.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF