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quinta-feira, 21 de julho de 2022

Redescobrir a beleza da liturgia

L'osservatore Romano

REDESCOBRIR A BELEZA DA LITURGIA 

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) 

O Santo Padre Papa Francisco entregou-nos, no dia 29 de junho, Solenidade de Pedro e Paulo, a sua Carta Apostólica “Desiderio Desideravi”, sobre a questão litúrgica (ainda sem tradução oficial em português). Esta carta é destinada aos bispos, sacerdotes e diáconos, pessoas consagradas e todos os fiéis leigos sobre a formação litúrgica do Povo de Deus, a partir da Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium promulgada em 4 de dezembro de 1963. 

Vemos que no coração de Pastor Supremo da Igreja reside o desejo de promover a fidelidade às conclusões emanadas do Sagrado Concílio Ecumênico Vaticano II. Com o desejo de reacender o ardor e a beleza da liturgia, o Santo Padre o Papa Francisco descreve em 65 parágrafos sua meditação, reafirmando a comunhão eclesial em torno do rito romano resultante da reforma litúrgica. Esta carta merece ser meditada e aprofundada por todos nós. O Santo Padre diz que não pretende esgotar os argumentos do assunto, mas meditar alguns aspectos importantes da liturgia latina. Não se trata de uma nova instrução ou de um diretório com normas específicas, mas sim de uma meditação para compreender a beleza da celebração litúrgica e o seu papel no evangelizar. 

A Carta Apostólica composta de uma breve introdução e nove meditações vem assim disposta: Introdução (1); A liturgia: o “hoje” da história da salvação (2-9); A liturgia: local do encontro com Cristo (10-13); A Igreja: Sacramento do Corpo de Cristo (14-15); O que significa teologia da liturgia (16-19); Redescobrir todos os dias a beleza da verdade da celebração cristã (20-23); Espanto com o mistério pascal, uma parte essencial da ação litúrgica (24-26); A necessidade de uma formação litúrgica séria e vital (27-47); Ars celebrandi (48-60); Conclusão (61-65).   

Importa lembrar que desde a promulgação da “Sacrosanctum Concilium” a Igreja, Mater et Magistra, cuidadosa em sua missão evangelizadora, oferece ao povo fiel, orientações para a correta aplicação da reforma litúrgica. Para levar adiante o desejo salutar da Igreja, São Paulo VI, instituiu uma comissão especial cujo principal objetivo era o de pôr em prática, pelo melhor modo, as prescrições da referida Constituição sobre a Sagrada Liturgia, em vista de que acontecesse uma “participação ativa e consciente” na missão evangelizadora da Igreja. 

Assim temos a Carta Apostólica “Sacram Liturgiam” de 25 de janeiro de 1964, que afirma, que é nossa maior preocupação que todos os cristãos e, especialmente todos os sacerdotes, se consagrem antes de tudo ao estudo da já mencionada Constituição e, a partir de agora, decidam aplicar suas prescrições individuais em boa-fé assim que entrarem em vigor. E como é necessário, pela própria natureza das coisas, que as prescrições relativas ao conhecimento e à difusão das leis litúrgicas ocorram imediatamente, exortamos fervorosamente os pastores das dioceses que, com a ajuda dos ministros sagrados, “dispensadores dos mistérios de Deus” (CONSTITUIÇÃO, artigo 19), apressem-se a agir para que os fiéis confiados aos seus cuidados compreendam, na medida permitida pela idade, pelas condições da sua própria vida e pela sua formação mental, a fim de que eles possam participar corporal e espiritualmente nos ritos da Igreja, com toda piedade.  

É neste horizonte que creio devemos ler a Carta Apostólica “Desiderio Desideravi”, a qual, as meditações levam em conta a necessidade de toda Igreja assumir a reforma litúrgica nascida do Concílio Ecumênico Vaticano II. Assim se expressa o Papa Francisco, para que o antídoto da Liturgia seja eficaz, somos solicitados a redescobrir a cada dia a beleza da verdade da celebração cristã. Refiro-me, mais uma vez, ao seu significado teológico, como descrito admiravelmente no n. 7 da Sacrosanctum Concilium: “a Liturgia é o sacerdócio de Cristo que é revelado dado a nós em sua Páscoa, presente e ativo hoje através dos sinais sensíveis (água, óleo, pão, vinho, gestos, palavras) para que o Espírito, imerso no mistério pascal, possa, vidas transformar: nossas vidas inteiras, estamos nos conformando cada vez mais como Cristo. Neste interim, somos levados a uma contínua redescoberta da beleza da Liturgia e não a busca de um esteticismo ritual, que tem prazer apenas no cuidado da formalidade externa de um rito, ou estar satisfeito com uma observância escrupulosa das rubricas. E ainda mais o Papa Francisco nos exorta que: devemos cuidar de todos os aspectos da celebração (espaço, tempo, gestos, palavras, objetos, vestuário, cantos, música…) e observar todas as rubricas, para tanto é de fundamental importância a leitura e o estudo da Instrução Geral sobre o Missal Romano, principal livro de nossa celebração cristã, um “diretório espiritual e pastoral” de nossa celebração”. 

Prosseguindo sua meditação, o Papa Francisco aponta que os desvios e tensões na questão litúrgica não é uma simples divergência entre diferentes sensibilidades sobre uma forma ritual, mas, sim, o problema é, acima de tudo, eclesiológico. Afirma o Papa, que não entende como se pode dizer que se reconhece a validade do Concílio — embora eu esteja um pouco surpreso que um católico possa se vangloriar de não o fazer — e não aceitar a reforma litúrgica nascida da Sacrosanctum Concilium, que expressa a realidade da Liturgia em conexão íntima com a visão da Igreja admirável descrita pela Lumen Gentium. Por essa razão, afirma o Papa — como explicou na carta enviada a todos os Bispos — sentiu seu dever (como Bispo de Roma) afirmar que “os livros litúrgicos promulgados pelos Pontífices Santos Paulo VI e João Paulo II, de acordo com os decretos do Concílio Vaticano II, como a única expressão do lex orandi do Rito Romano” (Motu Proprio Traditionis custodes, art. (1).) 

A preocupação do Papa Francisco, com a formação para liturgia e da liturgia, deve ser também a de todos nós, pois, uma liturgia bem-preparada e organizada é fonte de evangelização, para tanto, precisamos de uma formação litúrgica séria e vital. Assim sendo, a configuração do estudo da Liturgia nos seminários também deve levar em conta a extraordinária capacidade que a celebração tem em si para oferecer uma visão orgânica do conhecimento teológico (…). Uma configuração litúrgica-sapiencial da formação teológica nos seminários certamente teria efeitos positivos, também na ação pastoral. Não há nenhum aspecto da vida eclesial que não encontre que ela seja cume e a fonte de onde emana toda ação da Igreja. Nesse sentido, entendemos que as palavras do Papa Francisco ao dizer: a pastoral de conjunto, orgânica e integrada, em vez de ser resultado da elaboração de programas complicados, é a consequência de colocar a celebração eucarística dominical, fundamento da comunhão, no centro da vida da comunidade. A compreensão teológica da Liturgia não permite, de forma alguma, compreender essas palavras como se tudo fosse reduzido ao aspecto cultural. Uma celebração que não evangeliza não é autêntica, como não é uma proclamação que não leva ao encontro com o Ressuscitado na celebração: ambos, então, sem o testemunho da caridade, são como um metal que ressoa ou um címbalo que atordoa (cf. 1Cor 13,1) (n. 37). 

Ele nos apresenta ainda, outra questão fundamental e decisiva a educação litúrgica necessária para adquirir a atitude interior, que nos permite situar e entender os símbolos litúrgicos. Desenvolver uma mistagogia litúrgica no processo de formação da liturgia que nos permitirá à luz do Espírito Santo celebrar o mistério da fé, com a riqueza da linguagem simbólica e gestual (n. 47). Não é necessário falar muito, não é necessário ter entendido tudo sobre esse gesto: é necessário ser pequeno, tanto ao entregá-lo, quanto ao recebê-lo. O resto é obra do Espírito. Assim, fomos iniciados em linguagem simbólica. Não podemos permitir que essa riqueza seja roubada de nós. À medida que crescemos, podemos ter mais meios para entender, mas sempre na condição de permanecermos pequenos, afirma o Papa. 

Nesta Carta Apostólica, o Papa Francisco traz a beleza do rito romano e sua riqueza inconfundível, por isso é missão dos bispos, formadores, presbíteros e catequistas proporcionar a assembleia o direito de ser capaz de sentir nos gestos e palavras o desejo que o Senhor tem, hoje como na Última Ceia, de continuar comendo a Páscoa conosco. Portanto, o Ressuscitado é o protagonista, e não nossa imaturidade, que busca assumir um papel, uma atitude e uma forma de se apresentar, que não corresponde a ele (n. 60). Presidir a Eucaristia é mergulhar na fornalha do amor de Deus. Quando essa realidade é entendida ou mesmo intuída, certamente não precisamos mais de um diretório que dite o comportamento adequado. Se precisamos, é por causa da dureza do nosso coração. 

Somos continuamente chamados a redescobrir a riqueza dos princípios gerais estabelecidos na Sacrosanctum Concilium, entendendo o elo íntimo entre a primeira Constituição conciliadora e todas as outras. Portanto, diz ele, não podemos voltar a forma ritual que os Padres Conciliares, cum Petro e sub Petro, sentiram a necessidade de reformar, aprovando, sob a orientação do Espírito e de acordo com sua consciência como pastores, os princípios dos quais a reforma nasceu. Os Pontífices Santos Paulo VI e João Paulo II, ao aprovar os livros litúrgicos reformados ex decreto Sacrosancti Ecumenici Concilii Vaticani II, garantiram a fidelidade da reforma ao Concílio. É por isso que o Papa escreveu Traditionis Custodes, para que a Igreja possa levantar, na variedade de línguas, uma oração única e idêntica capaz de expressar sua unidade. Esta unidade que, como ele já escreveu, pretende ver restaurada em toda a Igreja do Rito Romano. 

As palavras do Papa Francisco nos enchem de alegria e esperança ao dizer que: Gostaria que esta carta nos ajudasse a reacender nosso espanto com a beleza da verdade da celebração cristã, recordar a necessidade de uma autêntica formação litúrgica e reconhecer a importância de uma arte de celebração, que está a serviço da verdade do mistério pascal e da participação de todos os batizados, cada um com a especificidade de sua vocação. Toda essa riqueza não está longe de nós: está em nossas igrejas, em nossas festas cristãs, na centralidade do domingo, na força dos sacramentos que celebramos. A vida cristã é um caminho contínuo de crescimento: somos chamados a nos permitir formar-nos com alegria e em comunhão (n. 62). É por isso que o Papa diz que gostaria de deixar mais uma indicação para continuar nosso caminho. O Papa Francisco convidou a todos a redescobrir o significado do ano litúrgico e do Dia do Senhor: esta também é uma palavra de ordem do Conselho (cf. Sacrosanctum Concilium, nn. 102-111) (n. 63). 

Corroborando com o Papa Francisco e fazendo minhas suas palavras peço a todos os fiéis: vamos abandonar as polêmicas para ouvirmos juntos o que o Espírito diz à Igreja, vamos manter a comunhão, vamos continuar a nos surpreender com a beleza da Liturgia. Foi-nos dada a Páscoa, vamos preservar o desejo contínuo de que o Senhor continue a fazer Páscoa conosco.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Um truque original para tirar as crianças da frente das telas

Victoria_Art / Pixabay 10448
Por Sarah Robsdottir

Smartphone, tablet, computador, televisão… Aqui está uma solução divertida e original para desligar-se deles. Um método inspirado por Maria Montessori.

Um excesso de dispositivos digitais invadiu a nossa vida quotidiana, fazendo-nos passar cada vez mais tempo em frente das telas. De acordo com o jornal Le Figaro, as pessoas passam mais de 60% do seu tempo livre em frente das telas. Face a esta sobre-exposição, várias alternativas podem ser postas em prática, incluindo ter algumas revistas, livros ou jogos espalhados pela casa.

Como flores coloridas espalhadas num campo que atraem a atenção, livros, revistas, sudokus ou jogos recém-adquiridos criam um ambiente propício à desconexão de gadgets digitais. Para criar isto em casa, não é difícil encontrar revistas que o seu cônjuge ou filhos estejam interessados (desde revistas específicas a quadrinhos, entre outros) e espalhá-las por toda a casa.

Um método recomendado por Maria Montessori

E agora, em vez de mergulhar no seu smartphone à noite, o cônjuge está a devorar a sua revista preferida sobre história ou automobilismo. E isto sem sequer se aperceber onde está o seu telemóvel. Entretanto, os mais novos podem fazer juntos um novíssimo puzzle. E à noite, todos podem jogar um jogo de tabuleiro. Para garantir que estas noites ou tardes sem telas se prolonguem no tempo, é necessário atualizar regularmente as revistas e os jogos.

Maria Montessori, uma educadora católica do início do século XX e pioneira no desenvolvimento de métodos de ensino inovadores baseados na observação e compreensão, propôs este método para que as crianças estivessem num ambiente seguro e fascinante com oportunidades de aprendizagem prática.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Na Nigéria "ser padre hoje é assustador". Pelo menos 50 sequestrados, alguns mortos

dom Mathew Kukah, bispo da Diocese de Sokoto, com alguns sacerdotes -
Foto Arquivo | Vatican News

"Os sequestrados são muito maltratados. São forçados a caminhar na floresta sem parar, eles nunca param. Dormem ao ar livre, recebem pouca comida, alguns morrem porque doentes e sem remédios para se tratar", conta o padre somasco Ihejirika. Inicialmente, a Igreja nigeriana tomou uma posição firme: não pagava resgates, também porque eram criminosos comuns. Por um tempo, esta estratégia funcionou. Agora não é mais possível, sob pena de morte certa das pessoas sequestradas, diz ainda o religioso.

Vatican News

"Ser padre na Nigéria hoje em dia é assustador." Quem fala à agência Sir é padre Tobias Chikezie Ihejirika, o primeiro sacerdote somasco de nacionalidade nigeriana e um confrade do missionário italiano padre Luigi Brenna, que sofreu uma tentativa de sequestro em 3 de julho em sua comunidade em Ogunwenyi, no estado nigeriano de Edo. Padre Brenna conseguiu se libertar quase milagrosamente depois de ter sido espancado e atacado com um facão. Ele agora está bem e voltou para sua família na Itália.

Segundo dados divulgados dias atrás pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, 18 sacerdotes foram sequestrados até então em 2022, mas o padre Tobias informa que se fala de pelo menos 50 sacerdotes na Nigéria, a maioria deles nigerianos. E há um número desconhecido, porque muitos nem sequer relatam os fatos.

Sequestros tornaram-se comuns no país africano

"O padre Luigi foi muito corajoso porque resistiu - conta o padre Tobias -. Ele disse a seus sequestradores: 'Matem-me se quiserem, mas eu não vou segui-los'. Como não conseguiam fazê-lo andar, bateram nele e o deixaram no chão pensando que estava morto. Ele também teve sorte. É um homem de caridade e alegria."

Padre Tobias conhece outros quatro sacerdotes que passaram pela terrível experiência do sequestro, seja nas mãos de bandidos comuns ou dos mais temidos pastores Fulani, grupos armados muçulmanos que buscam pastagens para seu gado e se financiam através de sequestros.

Resgates são pagos pelas dioceses ou os membros da família

"Os sequestrados são muito maltratados - conta ele -. São forçados a caminhar na floresta sem parar, eles nunca param. Dormem ao ar livre, recebem pouca comida, alguns morrem porque doentes e sem remédios para se tratar. Alguns são até violentados. Quando a Igreja ou membros da família não pagam o resgate ou reconhecem algum dos sequestradores, eles são mortos."

Fala-se de resgates entre cinco e dez milhões de naire nigerianos (equivalentes a 10 mil/20 mil euros), mas ultimamente os Fulani têm exigido ainda mais. Inicialmente, a Igreja nigeriana tomou uma posição firme: não pagava resgates, também porque eram criminosos comuns. Por um tempo, esta estratégia funcionou. Agora não é mais possível, sob pena de morte certa das pessoas sequestradas. São as dioceses ou os membros da família que pagam.

Sacerdotes, um alvo fácil para os sequestradores

"Os padres são um alvo fácil porque estão presentes em cada aldeia - observa padre Tobias -. São vistos como pessoas que vivem com certo conforto econômico, possuem carros, por isso acham que é mais fácil conseguir um pagamento de resgate."

"Tornou-se um verdadeiro negócio para eles que serve para o financiamento da compra de armas. Há também um elemento de natureza religiosa. Diz-se que estes grupos podem ter contatos com o grupo jihadista Boko haram, que vê nos padres um obstáculo para a expansão do Islã".

(com Sir)

Fonte: https://www.vaticannews.va/

São Lourenço de Brindisi

S. Lourenço de Brindisi | igrejadoscapuchinhos
21 de julho
São Lourenço de Brindisi

Origens

O nome de batismo de São Lourenço de Brindisi era Júlio César Russo. Ele nasceu em 21 de julho de 1559, na cidade de Brindisi, Itália. Com apenas seis anos, o menino já deixava todos encantados memorizando várias páginas de textos e declamando-as perfeitamente. E assim ele cresceu saindo-se brilhante em todos os estudos. Aos quatorze anos, porém, uma reviravolta violenta aconteceu em sua vida: ele ficou órfão. Então, um tio seu o acolheu levando-o para viver na grande cidade de Veneza. Lá, apesar da dor da perda dos pais, teve mais condições de fazer desabrochar seu grande talento para os estudos.

O chamado da fé

Dois anos depois de estar vivendo em Veneza, o jovem Júlio César entrou para a Ordem dos Frades Menores Franciscanos. Depois, entrou para os Capuchinhos de Verona. Estando entre eles, recebeu a ordenação sacerdotal em 1582 e assumiu o nome religioso de Lourenço. Depois de morto, passou a ser chamado de São Lourenço de Brindisi, por causa de sua cidade natal, para diferenciá-lo de São Lourenço mártir. Completou seus estudos na famosa Universidade de Pádua. Em 1586 retornou a Veneza com a missão de ser Mestre de Noviços da Ordem. Seus dons de inteligência afloraram ainda mais e todos se encantavam com sua sabedoria.

Dons a serviço do Reino de Deus

São Lourenço de Brindisi tornou-se um grande orador, especialista e conhecedor de várias línguas. Sua sabedoria e santidade o levaram a ser eleito para vários cargos dentro da Ordem e da Igreja. Ele foi provincial da Ordem em Veneza, Gênova, Toscana e Suíca. Foi comissário de seus confrades na Baviera e no Tirol. Foi um grande e firme pregador da Doutrina Católica contra a reforma protestante. Foi eleito Superior Geral da Ordem dos Capuchinhos e embaixador do Papa Paulo V. Nessa missão, ele intermediou a paz entre poderosos líderes em conflito.

Lutando contra as invasões

Por sua fé firme e conhecimento da doutrina, animou o povo e as autoridades na luta para barrar as invasões muçulmanas. Estas ameaçavam seriamente chegar ao centro da Europa. São Lourenço de Brindisi, porém, não usava uma espada, mas sim a Palavra de Deus e o dom da sabedoria. Suas armas eram a Palavra e uma pequena cruz de madeira. Ele foi Capelão do exército romano e conselheiro general Filipe Emanuel de Lorena. 

Morte

São Lourenço de Brindisi faleceu no mesmo dia em que se comemorava o seu aniversário: 21 de julho de 1619. Este passou a ser o dia de sua festa litúrgica. Aconteceu quando ele voltou pela segunda vez em missão a Lisboa, Portugal. Sua canonização foi celebrada em 1881. Em 1959 o Papa João XXIII conferiu a ele o título de Doutor da Igreja.

Oração a São Lourenço de Brindisi

Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São Lourenço de Brindisi, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Lourenço de Brindisi, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Arquivos de Pio XII ajudam a entender período Getúlio Vargas, diz pesquisador brasileiro

O pesquisador Jair Santos / Arquivo pessoal
Por Natália Zimbrão

REDAÇÃO CENTRAL, 19 jul. 22 / 05:55 pm (ACI).- Em março de 2020, o Arquivo Apostólico Vaticano abriu aos pesquisadores os documentos do pontificado de Pio XII (1939-1958). O brasileiro Jair Santos, doutorando em História na Scuola Normale Superiore di Pisa, na Itália, teve acesso a esta documentação para sua tese de doutorado sobre as relações entre Brasil e Santa Sé entre 1889 e 1945. Santos publicou na última edição da Revista de História da USP artigo sobre uma parte desta pesquisa que fala sobre a diplomacia pontifícia na concessão de vistos para judeus migrarem para o Brasil de 1939 a 1941.

“A questão do Brasil nessa história toda já era conhecida. Eu não sou o primeiro que trata desse tema. Mas, a abertura dos arquivos de Pio XII abriu um novo leque de possibilidades e de novas perguntas. A intenção era, primeiro, chamar atenção, porque há pouquíssimos pesquisadores e historiadores brasileiros que trabalham com a documentação do Vaticano e, no entanto, é um acervo riquíssimo para a história de nosso país”, disse Santos.

Em entrevista à ACI Digital, o pesquisador falou sobre a importância das medidas da Santa Sé que põe à disposição a documentação do pontificado de Pio XII e como esses arquivos podem colaborar para os estudos sobre a história do Brasil.

ACI Digital - Após ter aberto os arquivos de Pio XII em março de 2020, a Santa Sé informou em junho deste ano a publicação on-line da série “Judeus” do Arquivo Histórico da Secretaria de Estado, com documentos relacionados ao pontificado de Pio XII sobre a ajuda oferecida aos judeus diante da perseguição nazista e fascista. Para você, o que esta medida representa do ponto de vista histórico?

Jair Santos - Primeiramente, é bom ressaltar que esses arquivos foram abertos não porque a Santa Sé não tinha mais interesse em manter essa documentação escondida. É natural não só nos arquivos vaticanos, mas nos do Brasil, que exista um intervalo relativamente longo de tempo entre o momento em que uma documentação é produzida e o momento em que é disponibilizada nos arquivos para os pesquisadores. No geral, passam-se cerca de 60 anos, no Arquivo Apostólico Vaticano. Hoje, os pesquisadores têm acesso à documentação até 1958. Se quiser fazer pesquisa nos arquivos da Santa Sé dos anos 1960, 1970, esses arquivos ainda não estão disponíveis. Isso faz parte do funcionamento de qualquer arquivo.

Por outro lado, esse fundo arquivístico acabou virando notícia porque é um tema polêmico e acabou chamando muito a atenção não só da comunidade científica, mas também da opinião pública, dos jornalistas, porque existe muita expectativa – talvez um pouco excessiva –, muita polêmica em relação a esta documentação porque trata de um período fundamental. O pontificado de Pio XII foi um período muito longo, de 1939 a 1958, então muita coisa importante aconteceu nesse período não só na história da Igreja, da Itália, mas do mundo.

A decisão recente da Santa Sé de publicar uma parte dos arquivos de maneira on-line é uma decisão nova, não existe nenhum outro fundo arquivístico disponibilizado on-line pelo Arquivo Vaticano. Essa documentação é uma seção muito específica de documentos da Secretaria de Estado. Dentro desse fundo arquivístico estão documentos de judeus, a maior parte deles convertidos ao catolicismo, que escreviam para a Santa Sé pedindo alguma forma de assistência e, a maior parte das vezes, pedindo para emigrar. Então, por se tratar de uma documentação muito relevante e uma documentação que gera muita polêmica, a Secretaria de Estado do Vaticano decidiu disponibilizar – por enquanto não toda a documentação, iniciaram com 70% – de modo a facilitar o acesso a esses documentos. Até então, o único modo de consultar a documentação do Vaticano era vindo a Roma e pedindo autorização. É uma decisão importante e que facilita a atuação dos pesquisadores e ajuda a aprofundar os estudos.

ACI Digital - E a figura de Pio XII especificamente, que iniciou seu pontificado no ano em começou a Segunda Guerra Mundial?

Santos - A figura de Pio XII hoje é interpretada segundo duas visões: por um lado uma visão mais apologista que tenta apresentá-lo como um grande defensor não só dos católicos, das populações que sofreram com as consequências da guerra, mas também dos judeus, e tentam apontar essa assistência do Vaticano como uma prova indiscutível de que Pio XII era um defensor dos judeus; por outro lado, há uma visão mais critica que sugere certa condescendência de Pio XII com os regimes totalitários, em particular o nazismo e fascismo. É claro que as duas posições são muito extremas e são exageradas.

ACI Digital - Mas por que a opinião se divide nesses extremos?

Santos - Por vários elementos que, digamos, agora podem ser melhor aprofundados com essa documentação. Por um lado, no magistério público de Pio XII nunca se faz referência à palavra antissemitismo. Aparece em referências muito genéricas e muito vagas a respeito de discriminações de raça. Mas a palavra antissemitismo não aparece nem durante a guerra nem depois. Isso acabou alimentando essa visão mais hostil em relação à figura de Pio XII. Por outro lado, existe também a questão dos refugiados, como mostro no meu artigo. A mobilização da Santa Sé foi muito intensa, mas privilegiava a assistência àqueles judeus que eram convertidos ao catolicismo. Então, poderíamos levantar a questão, afinal eram católicos. Mas, as coisas se complicam, porque existe todo um debate sobre qual era o critério para dizer que era judeu, se critério genético, de religião. Essas dificuldades, detalhes, minúcias acabaram alimentando esses debates e polêmicas.

ACI Digital - Qual é o principal interesse desses arquivos sobre a Santa Sé na época da guerra?

Santos - É justamente tirar o foco apenas da figura do papa e mostrar que existe uma gama muito grande de agentes, de pessoas que estão trabalhando, decidindo, cooperando. E meu artigo dá um exemplo muito significativo disso, pois são vários núncios apostólicos, de diferentes locais da Europa, que se colocam em contato para tentar responder a uma situação concreta. Por outro lado, você tem o governo brasileiro, extremamente complexo, com vários agentes, diplomatas, instâncias. Tudo isso buscando dar resposta a um problema e uma resposta que nem sempre é muito bem coordenada porque, quando estamos tratando de um assunto tão complicado, que envolve tantos países e pessoas, é natural que as coisas fiquem muito ramificadas. Então, do ponto de vista histórico não é prudente concentrar toda atenção na figura do presidente da República, Getúlio Vargas, ou do ministro das Relações Exteriores, ou na figura do papa, ou de seu secretário de Estado. É preciso amplificar a visão e tentar entender o que está acontecendo nos bastidores, nas igrejas locais, nos bispados, nas comunidades, nas associações. Tudo é muito mais complicado do que parece e do que essas visões simplistas que tentam apontar o papa como o defensor dos judeus ou como o “papa de Hitler”, como já foi dito em alguns livros.

ACI Digital - Como foi a sua experiência de acesso aos arquivos do pontificado de Pio XII e o processo de pesquisa com os dados aos quais teve acesso?

Santos - Na verdade, os arquivos vaticanos são abertos a todos os pesquisadores. O arquivo se chamava Arquivo Secreto do Vaticano e agora se chama Arquivo Apostólico, uma mudança recente feito pelo papa Francisco para afastar uma ideia errônea de que o adjetivo ‘secreto’ significava o desejo de esconder alguma coisa, quando na verdade significava apenas ‘privado’. Esse arquivo reúne a documentação de todos os órgãos da cúria romana. Eu trabalho especificamente com a documentação da nunciatura apostólica no Brasil, porque não me concentro só no pontificado de Pio XII. Eu investigo também a correspondência diplomática de pontificados anteriores. É um acervo riquíssimo e, no caso do Brasil, interessa muito, porque o Brasil tem um representante da Santa Sé desde o século XIX. Então, a documentação da nunciatura apostólica é muito rica e ajuda muito na compreensão na história da Igreja no Brasil.

Eu tenho feito pesquisa neste arquivo desde 2019. Dentro da Cidade do Vaticano, existem dois grandes arquivos: o Arquivo Apostólico Vaticano e o Arquivo da Secretaria de Estado. O arquivo da Secretaria de Estado se concentra nas questões políticas. Tenho desenvolvido pesquisa nesses dois arquivos.

ACI Digital - Em seu artigo ‘A diplomacia pontifícia e os refugiados judeus no Brasil (1939-1941): Uma investigação preliminar nos arquivos de Pio XII’, você afirma que já se sabia anteriormente que “uma das principais metas de emigração” dos “católicos não arianos” era o Brasil, por causa da “negociação entre o papa e o governo brasileiro para a concessão de vistos”. O que os arquivos de Pio XII trazem de novidade sobre esta negociação e a vinda de judeus para o Brasil?

Santos - A novidade é conhecer a trajetória dessas pessoas, porque nós já sabíamos que havia uma mobilização da Secretaria de Estado da Santa Sé no sentido de dialogar com o governo brasileiro para tentar obter alguns vistos. O que não se sabia eram as trajetórias, quem eram essas pessoas, porque queriam ir para o Brasil, como conseguiram, qual era o percurso. No geral, esses refugiados vinham da Alemanha, após a promulgação das leis raciais. A maior parte era alemães ou italianos, mas não só, também havia pessoas dos países da Europa do Leste. Essas pessoas pediam alguma forma de assistência e, muitas vezes, eram encaminhadas por associações como a Cáritas, que agia sobretudo na Suíça, ou associações diocesanas.

Eu cito dois exemplos no artigo, mas são apenas dois de muitos outros casos. Por enquanto, não sabemos quantos. Sabemos, por um documento do Itamaraty, que foram concedidos 959 vistos, mas não sabemos quantas dessas 959 pessoas efetivamente viajaram e conseguiram chegar ao Brasil.

ACI Digital – Quais são esses casos que seu artigo cita?

Santos - Um dos casos que cito é da jovem alemã Franziska Goldmann, que saiu da Alemanha e foi para a Áustria. Quando a Áustria foi invadida pelos nazistas, ela fugiu de novo e foi para a Suíça, onde entrou em contato com uma dessas associações que cuidavam dos refugiados e soube da medida do governo brasileiro oferecendo 3 mil vistos. Ela escreveu ao Vaticano, por intermédio do núncio apostólico na Suíça, e no final das contas conseguiu o visto. Então, há toda essa articulação desde que ela saiu da Alemanha, foi para Áustria, depois Suíça, onde entrou em contato com as associações, que, por sua vez, entraram em contato com as autoridades consulares do Brasil, as quais entraram em contato com a embaixada do Brasil na Santa Sé... Existe uma rede muito complexa que agora podemos conhecer melhor por causa dessa documentação.

Nós sabíamos que os vistos tinham sido concedidos, mas não sabíamos a história dessas pessoas e como isso funcionou na prática. Então, essa documentação agora permite contar a história dessas pessoas. A Franziska morreu no Brasil na década de 1960. A história para ela acabou bem, mas não é o caso de todos. Agora será possível investigar e conhecer a história desses católicos não arianos.

ACI Digital - Você também aborda em seu artigo a política migratória mais restritiva do governo Vargas e um “antissemitismo que circulava entre alguns membros da administração, sobretudo no Ministério das Relações Exteriores”. Como os arquivos de Pio XII contribuíram para sua pesquisa em relação essas questões da política brasileira?

Santos - A questão do antissemitismo nas políticas migratórias brasileira é antiga dentro do debate historiográfico, é discutida desde a década de 1980, graças à professora [Maria Luiza] Tucci Carneiro, que fez uma tese sobre a circulação do antissemitismo no Itamaraty na Era Vargas. A questão do antissemitismo é muito complexa porque, de fato, existiam membros do corpo diplomático brasileiro que eram antissemitas e que se opunham à migração de judeus para o Brasil. Mas, naturalmente, a questão no que diz respeito aos ‘católicos não arianos’ fica um pouco mais complicada e paradoxal porque, por um lado, eram judeus convertidos ao catolicismo, então, eram católicos. Mas, por outro lado, existiam discussões dentro do ministério sobre a validade dessa conversão. Então, existia uma discussão sobre a data do certificado de batismo, se tinha que ser de antes de 1933, ou de 1935, porque 1935 é quando começam as Leis de Nuremberg na Alemanha, quando o antissemitismo se torna uma política de Estado e as perseguições começam a tomar proporções muito maiores. Toda essa discussão, naturalmente, acaba sendo afetada pelo antissemitismo de alguns membros. Por exemplo, o caso do antissemitismo do embaixador do Brasil em Berlim [Cyro de Freitas Valle, embaixador do Brasil em Berlim de 1939 a 1942]. Nenhum dos 959 vistos que foram efetivamente outorgados partiu da embaixada em Berlim. Isso, de certo modo, corrobora aquilo que já sabíamos, que havia certa resistência por parte de alguns diplomatas, mas obviamente é preciso aprofundar mais a discussão.

ACI Digital - Após ter tido acesso aos arquivos do pontificado de Pio XI e de toda pesquisa que já realizou até hoje com esta documentação, para você, como esses documentos podem contribuir para o estudo da História do Brasil deste período?

Santos - Contribui, por exemplo, no estudo da compreensão das relações ente Brasil e Vaticano, esse é um primeiro elemento que tentei realçar. Por que o Vaticano entra em contato com o Brasil para conceder esses vistos e não com a Argentina, com a Colômbia? Porque as relações entre Brasil e Vaticano eram antigas e muito próximas. Em segundo lugar, o Vaticano conhecia o histórico do Brasil com relação à imigração, sabia que o Brasil era um país de imigração e continuava sendo um país de imigração e continuava precisando de migrantes. Em terceiro lugar, Pio XII conhecia Getúlio Vargas. Pio XII esteve no Brasil em 1934 [antes, portanto, do início de seu pontificado em 1939], retornando do Congresso Eucarístico em Buenos Aires. Ele passou dois dias no Rio de Janeiro, teve contato com as autoridades brasileiras. Essa década de 1930 é uma década em que as relações entre a Igreja e o Estado se estreitam muito, existe certa aliança entre a hierarquia eclesiástica brasileira e o governo de Getúlio Vargas no início dos anos 1930. Todos esses fatores estão conectados. Por um lado existe um renascimento do catolicismo brasileiro, por outro, há a ligação profunda com a Santa Sé. Tudo isso trabalha junto para, digamos assim, tentar estabelecer uma relação ainda mais produtiva e uma forma de cooperação ainda mais estreita.

O catolicismo brasileiro não se desenvolve de maneira autônoma. A Santa Sé participa ativamente do que acontece na vida da Igreja no Brasil, através dos núncios, através das visitas, através das intervenções de diferentes órgãos da cúria.

Então, por um lado, [esses arquivos] ajudam a compreender melhor como as relações entre Brasil e Vaticano se desenrolavam na prática, como se estreitavam durante este período. Por outro lado, abrem novas perspectivas do ponto de vista da Igreja para entender como o Vaticano olhava para essa parte do mundo, como o Vaticano olhava para a América Latina e via o potencial da América Latina não só no que diz respeito ao desenvolvimento do catolicismo, mas do potencial humanitário. Depois de 1945, quando terminou a guerra, a Europa estava em uma situação terrível, vários países em extrema pobreza, com grande destruição e populações que precisavam partir para outros lugares. Muitas delas vão para a América Latina, para o Brasil, Argentina, Chile, enfim. Depois que acaba a guerra, a Santa Sé olha para a América Latina como uma via de fuga, uma possibilidade de uma nova vida para essa população europeia que sofreu tanto com a guerra.

Então, é uma documentação relevante também para isso, não só para entender o que aconteceu antes ou durante a guerra, mas para entender o que aconteceu depois, porque o pontificado de Pio XII não acaba em 1945, acaba em 1958 e muita coisa aconteceu. Essa documentação do pontificado acaba abrindo novas perspectivas para examinar também isso, como a Santa Sé olhava para esta parte do mundo, quais eram os interesses geopolíticos que ela começa a deslumbrar em relação a esses países. Todas essas questões podem ser esclarecidas, pelo menos em parte, por esta documentação.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Dia da Criação: o convite do Papa a responder com os fatos ao "grito da Terra"

Incêndios castigam vários países da Europa. Entre eles, a França | Vatican News

Estamos chegando a um ponto de ruptura, por isso é necessária uma conversão ecológica individual e comunitária. Em vista do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, em 1º de setembro, Francisco renova seu apelo à consciência dos fiéis e à comunidade internacional, apostando em dois eventos programados para o segundo semestre: a COP 27 sobre o clima e a COP15 sobre a biodiversidade.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Foi divulgada esta quinta-feira a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, no dia 1º de setembro.

Este Dia inaugura o “Tempo da Criação”, que vai até 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis - uma iniciativa ecumênica inspirada pelo Patriarcado de Constantinopla que une os cristãos em torno da necessidade de uma conversão ecológica.

O tema deste ano é “Escuta a voz da criação”. Esta voz, lamenta o Papa na mensagem, se tornou um “grito amargo”, ou melhor, um coro de gritos em decorrência dos maus-tratos humanos: grita a Mãe Terra, gritam as criaturas, gritam os mais pobres e, entre eles, os povos indígenas, e grita a futura geração. Esses clamores provocados pelos nossos excessos consumistas, à mercê de um antropocentrismo despótico, que provocam, por sua vez, as mudanças climáticas.

Diante deste quadro, é preciso limitar o colapso dos ecossistemas e há uma única opção segundo Francisco: arrependimento e mudança dos estilos de vida e dos modelos de consumo e produção. Não só em âmbito individual, mas também comunitário. Esta catástrofe ecológica, afirma o Pontífice merece a mesma atenção que outros desafios globais, como as graves crises sanitárias e os conflitos bélicos.

Um pedido, "em nome de Deus"

Por isso, o Papa cita dois eventos de fundamental importância promovidos pelas Nações Unidas: a COP27 sobre o clima, programada para o mês de novembro no Egito, e a COP15 sobre a biodiversidade, que se realizará em dezembro no Canadá.

Francisco recorda a adesão da Santa Sé ao Acordo de Paris, que prevê limitar o aumento da temperatura a 1,5°C e para reduzir a zero, com a maior urgência possível, as emissões globais dos gases de efeito estufa. A finalidade é caminhar rumo à direção mais respeitadora da criação e do progresso humano integral de todos os povos presentes e futuros, um progresso fundado na responsabilidade, na prudência/precaução, na solidariedade e atenção aos pobres e às gerações futuras.

“Na base de tudo, deve estar a aliança entre o ser humano e o meio ambiente que, para nós fiéis, é espelho do amor criador de Deus.”

Eis então o apelo do Papa:

“Repito: Quero pedir, em nome de Deus, às grandes empresas extrativas – mineiras, petrolíferas, florestais, imobiliárias, agro-alimentares – que deixem de destruir florestas, zonas húmidas e montanhas, que deixem de poluir rios e mares, que deixem de intoxicar as pessoas e os alimentos.”

Dívida ecológica

Neste processo de conversão, aponta Francisco, não se pode negligenciar as exigências da justiça, especialmente para com os trabalhadores mais afetados pelo impacto das mudanças climáticas.

Neste sentido, escreve ainda o Papa, “é impossível não reconhecer a existência duma ‘dívida ecológica’ das nações economicamente mais ricas, que poluíram mais nos últimos dois séculos”. Por outro lado, os países menos ricos não estão isentos de suas responsabilidades. “É necessário agirem todos, com decisão. Estamos a chegar a um ponto de ruptura.”

A mensagem conclui-se com um convite de Francisco, para que neste “Tempo da Criação” as cúpulas COP27 e COP15 possam unir a família humana. “Choremos com o grito amargo da criação, escutemo-lo e respondamos com os fatos para que nós e as gerações futuras possamos ainda alegrar-nos com o canto doce de vida e de esperança das criaturas.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 20 de julho de 2022

As 10 abadias mais lindas da França

Shutterstock
Le sanctuaire du Mont-Saint-Odile (Alsace)
Por Elisabeth Bonnefoi

Na Idade Média, a França estava coberta de abadias fundadas por grandes ordens monásticas. Aqui está a nossa seleção de abadias que têm marcado a vida espiritual do Ocidente cristão.

Estas dez abadias merecem certamente o seu lugar na história da arte francesa e mundial. São protegidas pelo Estado como Monumentos Históricos, devido ao seu interesse histórico, arquitetônico e artístico.

Mont-Saint-Michel e a sua baía estão classificados como Património Mundial da Unesco, tal como o Vale do Loire. A abadia de Sainte-Foy de Conques e a abadia de La Sauve-Majeure estão entre as propriedades classificadas como Património Mundial pela UNESCO como parte das rotas de peregrinação a Santiago de Compostela.

A Ile Saint-Honorat (Abadia de Lérins) tem sido um local também assim reconhecido desde 1941. Já a abadia de Cluny recebeu a etiqueta de Património Europeu para locais que simbolizam a história europeia.

Mas estas dez abadias foram escolhidas pela sua fecundidade espiritual. As comunidades religiosas vivem hoje na maioria delas: beneditinos em Solesmes e Saint-Benoît-sur-Loire, cistercienses em Lérins, premonstratenses em Conques, monges cartuxos em La Grande Chartreuse, e uma irmandade monástica de Jerusalém em Mont-Saint-Michel.

Mas mesmo quando não habitadas, estas abadias levam uma mensagem de fé intemporal e universal. Ainda tocam as pessoas através da sua influência espiritual (a importância de Cluny) ou através da virtude do seu fundador (Saint Louis em Royaumont).

Hoje, aqueles que desejam partir em uma viagem magnífica podem procurar Deus em silêncio, rezar através da beleza do canto gregoriano, ou retirar-se do mundo em uma ilha monástica que é praticamente um pedaço do paraíso.

Veja a Galeria de Fotos:

Abadia de Moint-Saint-Michel (Normandia)
O ideal é atravessar a baía como os peregrinos da Idade Média, descalços nas areias movediças e com os olhos fixos no arcanjo São Miguel. À noite, de dia, com o tempo nublado, a abadia é um farol, uma rocha, um refúgio. Desde 2001, duas comunidades de monges e freiras das Fraternidades Monásticas de Jerusalém têm vivido na abadia. Eles prestam serviços de oração e dão-lhe as boas-vindas. © Shutterstock
Abadia de Saint-Pierre de Solesmes (Pays de la Loire)
Durante mais de um século, os monges beneditinos de Solesmes têm-se empenhado em reavivar o canto gregoriano. Os serviços diurnos e noturnos são cantados no canto gregoriano. Solesmes é uma Meca da paleografia musical e da gravação de cânticos gregorianos. Deixe-se levar pela beleza destas melodias que atravessaram os séculos. © CC / Selbymay
Abadia de Royaumont (Île-de-France)
São Luís fundou esta abadia cisterciense em 1228. Assim começou a história de um lugar que nunca foi abandonado. Royaumont foi um importante centro intelectual e espiritual na Idade Média. Desde 1964, a abadia tem sido o lar de uma fundação dedicada aos artistas, particularmente à música. Esta grande abadia real continua a ser encantadora! © Shutterstock
Abadia de Fleury à Saint-Benoít-sur-Loire (Centre Val-de-Loire)
Esta abadia beneditina foi fundada por volta do ano 630, nas margens do Loire. Os monges partiram durante a Revolução, mas a comunidade monástica foi refundada em 1944 por um grupo de monges beneditinos do mosteiro de La Pierre-qui-Vire, na Morvan. Eles ajudá-lo-ão a compreender melhor o significado da palavra "monge", Monos em grego, que significa "um".© JOLIVET Daniel I Flickr
Abadia de Cluny (Bourgogne)
Fundada em 910, a abadia espalhou-se por todo o Ocidente cristão. Tornou-se a mãe de 1.400 "filhas"! A descoberta dos restos de um centro espiritual que foi a sede da maior ordem monástica medieval do Ocidente comove sempre os visitantes. © Shutterstock
Santuário de Mont-Saint-Odile (Alsace)
Um local mítico do cristianismo na Alsácia: é de tirar o fôlego. Os edifícios de arenito vermelho dos Vosges têm vista para a planície da Alsácia e para a floresta do Maciço dos Vosges. No século VIII, Santa Odile fundou aqui um mosteiro de mulheres para levar uma vida de oração e caridade. Desde 1931, os fiéis têm-se revezado para assegurar a Adoração perpétua. A eles juntam-se frequentemente os convidados visitantes. © Shutterstock
Mosteiro de La Grande chartreuse (Rhône-Alpes)
Aproximar-se da vida deste imenso mosteiro de montanha (1.100 metros acima do nível do mar), encerrado por muros altos, onde cerca de vinte homens escolheram o silêncio e a solidão, é experimentar uma graça única. E um questionamento inevitável. O Correrie (museu e oratório) dá aos visitantes a oportunidade de descobrir a espiritualidade dos monges cartuxos e de rezar em silêncio. © Guillaume Piolle I CC BY-SA 3.0
Abadia de La Sauve-Majeure (Nouvelle-Aquitaine)
Havia 300 monges. A abadia, ricamente dotada pelos Duques da Aquitânia e depois pelos Reis de Inglaterra, acolheu os peregrinos na estrada para Compostela antes da temida travessia das Landes. As ruínas que podem ser visitadas atestam a importância deste mosteiro, do qual dependiam cerca de cinquenta priorados. © Shutterstock
Abadia Sainte-Foy de Conques (Occitanie)
Uma grande escala a caminho de Compostela a partir de Le Puy-en-Velay, Conques é descoberta no fim de um vale. Durante séculos, os peregrinos a Santiago de Compostela contemplaram cuidadosamente a famosa imagem do Juízo Final no portal da igreja da abadia. Um convite à meditação no caminho. © Shutterstock
Abadia de Lérins (Provence-Alpes-Côte d'Azur)
Saint Honorat retirou-se para esta ilha no século V. A ilha de Saint-Honorat faz parte do arquipélago de Lérins, ao largo de Cannes. Na Idade Média, era chamada "a ilha sagrada". Este local paradisíaco orgulha-se agora de dezesseis séculos de vida monástica. Que tal uma fuga para um paraíso assim? © Shutterstock
Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF