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sábado, 23 de julho de 2022

A paz na vida atual e nos Padres da Igreja

Papa Francisco na Audiência Geral de 15 de maio de 2013  (Vatican Media)

"Nas Igrejas, nas orações, nas saudações invoca-se a paz, muitas vezes. Ela se constituiu como a mãe dos bens divinos e o fundamento da alegria. Onde a paz não reina, tudo é vão. É a paz que predispõe o caminho do amor. Quem preside a Igreja não diz somente paz às pessoas mas também paz a todos."

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

A paz é dom de Deus e é também responsabilidade humana. Ela seja estimulada por todas as pessoas de boa vontade em vista de sua construção real. É preciso rezar para que o dom divino da paz se concretize em nosso mundo a fim de que todas as pessoas se amem de verdade. Nós presenciamos algumas guerras pelo mundo afora e também em nossa nação de modo que estas sejam superadas pelo diálogo, pela reconciliação entre as pessoas e entre os povos.

Como já se aproximam as eleições, estamos vendo nesses dias, casos violentos, mortes de familiares, motivados também pelas radicalizações políticas, partidárias. São casos relacionados por mortes de inocentes. Pelo fato de que ainda não estamos no período da propaganda eleitoral, elevemos a nossa voz ao Senhor, para que haja a paz entre todas as partes. As autoridades cuidem nos seus discursos a fim de não inflamar mais ainda o tecido social, tão ferido, sobretudo para com os mais pobres. É fundamental construir laços de paz entre as partes interessadas, pelo diálogo, pela aceitação das diferenças partidárias, ideológicas, e buscar o amor de Deus, ao próximo como a si mesmo. A democracia é ação a ser implantada sempre mais na sociedade e no mundo de hoje. Veremos a seguir a forma como os padres da Igreja, os primeiros teólogos cristãos construíram laços de paz entre os diferentes povos onde o cristianismo foi divulgado.

A paz dá-se na concórdia

Santo Agostinho, bispo de Hipona, séculos IV e V, afirmou que a paz é um grande dom de Deus dado na concórdia entre as partes. A paz do corpo é dada pela ordem nas suas partes. A paz da alma racional é o consenso ordenado do conhecimento e da ação. A paz entre o corpo e a alma é a vida ordenada e bem estar físico. A paz entre os seres humanos é a concórdia ordenada. A paz entre o ser humano mortal e Deus é a obediência ordenada na fé sob a lei eterna do amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. A paz de todas as coisas é a tranqüilidade da ordem[1]. Deus criou tudo em paz de modo que os seres humanos são chamados a construir relações de paz.

Amor para os seres humanos

Santo Agostinho ainda disse que é preciso ter amor para com todos os seres humanos, pela diversidade de opiniões e de ações. Isto deve ser sempre mais estimulado na convivência a fim de estabelecer a paz entre todas as pessoas. A distinção entre bons e maus não é uma ação segura para ninguém. A separação cabe Àquele que não erra porque não colocará o mau à direita nem o bom à esquerda. Nesta vida é difícil o conhecimento próprio, quanto mais será difícil proferir ao outro uma sentença improvisada. Desta forma o conhecimento de alguma pessoa que hoje está na maldade, talvez será mudado amanhã e o que hoje é odiado de uma forma intensa, será nosso irmão e irmã, logo mais. É preciso odiar com segurança a malicia dos maus e amar a criatura de tal sorte que amemos o que Deus criou nas pessoas. Todas as pessoas são chamadas a amar o que Deus criou e odiar o que fez ser humano, o pecado, para assim ter paz necessária para todos[2].

 O amor cristão é dado para todas as pessoas

São Fulgêncio de Ruspe, atual Tunísia, bispo nos séculos V e VI afirmou que os cristãos eram chamados a viver a palavra de Cristo do amor para com todos os seres humanos, conhecidos e desconhecidos, bons e maus, amigos e inimigos. A caridade cristã é benfazeja, não é invejosa, ambiciosa, não busca o seu próprio interesse, não goza da injustiça, mas se alegra na verdade; nela tudo crê, espera, suporta o bem que jamais passará (1 Cor 13, 4). A caridade abraça os amigos estendendo-se também aos inimigos. O próprio Senhor disse para amar os inimigos, fazer o bem para aqueles que odeiam a vida da gente e pregar por aqueles que perseguem os fiéis e caluniam a vida dos seguidores de Cristo (Mt 5,44). O Senhor ordena para os seus discípulos de estender o amor até aos inimigos, de dilatar a bondade de coração cristã até aos perseguidores. Quem amará os inimigos e beneficiará a quem os odeia, será filho de Deus Pai que está nos céus (Mt 5,45)[3].

O desejo da paz

São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, séculos IV e V, afirmou o desejo da paz que está no coração de todas as pessoas e dos povos. Cada fiel possui um anjo, como disse Jacó que educa a pessoa e defende-a desde a juventude (Gn 48,16). Por isso os fiéis suplicam em alta voz ao anjo da paz e em todo o lugar pedindo ao Senhor a paz porque nada a iguala. Nas Igrejas, nas orações, nas saudações invoca-se a paz, muitas vezes. Ela se constituiu como a mãe dos bens divinos e o fundamento da alegria. Onde a paz não reina, tudo é vão. É a paz que predispõe o caminho do amor. Quem preside a Igreja não diz somente paz às pessoas mas também paz a todos. A paz é um bem muito grande que são chamados filhos de Deus aqueles que a operam e a difundem (Mt 5,9). O Filho de Deis veio neste mundo para estabelecer, na palavra do apóstolo Paulo, a paz, para que ela reine seja na terra, seja no céu (Cl 1,20)[4].

São Jerônimo, presbítero dos séculos IV e V, disse que a paz se constrói pelo desejo e pelos fatos entre as pessoas e os povos. Só o desejo de realizá-la terá a sua recompensa por parte de Deus, mas o fundamental é poder dar-se a reconciliação, entre as partes conflituosas. O Apóstolo São Paulo já dizia da importância de as pessoas manterem a paz com todos os seres humanos (Rm 12,18). As pessoas imploram a implantação da paz, aquela que vem de Cristo, a paz autêntica, sem resíduos de hostilidade, uma paz que não esconde em si a guerra, mas aquela paz que une a todos em Cristo na amizade e no amor[5].

A paz é feita pela caridade

São Jerônimo ainda dizia que a paz é feita pela caridade. O fato é que onde existe o ódio tem hostilidade, não tem paz. Mas onde existe a caridade, lá existe a paz e vale o contrário, onde a paz é percebida, a caridade reina nas pessoas. Quem não anda em comunhão, dilacera-se da vida da comunidade eclesial, não se sentindo feliz e contente. A paz é dada pela caridade, de quem de fato a procura em sua vida e na vida das pessoas. Jesus disse que a oferta verdadeira é aquela da reconciliação com o próximo, porque caso contrário a pessoa deixará sobre o altar a sua oferta para ir se reconciliar com o outro e depois sim poderá oferecer a sua oferta a Deus (Mt 5,23s), de modo que a pessoa estará em paz por uma ação caritativa[6].

A paz é um dom de Deus para ser construído nas relações humanas. Ela é a vivência do amor. Os padres da Igreja eram bem objetivos em perceber a importância da paz nas relações familiares, comunitárias e sociais. A paz verdadeira era aquela que vinha de Cristo Jesus na qual consistia na construção de harmonias, de vivências de perdão e do amor ao próximo, do amor a Deus como a si mesmo. O povo de Deus é chamado a viver em paz para testemunhar o amor misericordioso do Senhor para todas as pessoas. Nós rezemos para que paz reine na família, na comunidade e na sociedade.

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[1] Cfr. Agostino. La Città di Dio, 19,13. In: La teologia dei padri, v. 3. Roma, Città Nuova Editrice, 1982, pg. 204.

[2] Cfr. Santo Agostinho. Comentário aos Salmos, 139, 2. São Paulo, Paulus, 1998, pgs. 894-895.

[3] Cfr. Fulgenzio di Ruspe. Prediche, 5,4-6. In: La Teologia dei padri, v. 3, pgs 209-210.

[4] Cfr.Giovanni Crisostomo. Commento alla lettera ai Colossesi, 3,4. In: Idem, pg. 211. 

[5] Cfr. Girolamo. Le Lettere, III, 1-2 (A Teofilo). In:idem, pgs. 213-214.

[6] Cfr. Idem, pg. 214.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Por que a religião nos torna mais felizes?

NaughtyNut / Shutterstock
Por Theresa Civantos Barber

Ser “espiritual, mas não religioso” é se vender aquém de todos os benefícios que a prática de uma religião proporciona.

Uma pesquisa recente mostrou que um em cada cinco americanos se considera “espiritual, mas não religioso“. E o número de pessoas nessa categoria está crescendo.

Não posso deixar de me perguntar se as pessoas que têm fé, mas não estão envolvidas em uma comunidade da igreja, sabem o que estão perdendo. 

Se as últimas descobertas das ciências sociais forem verdadeiras, ser uma pessoa de fé que não pertence a uma igreja – isto é, ser “espiritual, mas não religioso” – é se vender aquém de todos os benefícios que a prática de uma religião proporciona.

Inúmeras pesquisas mostram que a religião oferece incríveis benefícios à saúde mental. Mas é a prática da fé, não apenas acreditar em Deus, que realmente traz ajuda.

O tema é explorado no livro How God Works: The Science Behind the Benefits of Religion (“Como Deus Trabalha: A Ciência Por Trás dos Benefícios da Religião”). O autor, David DeSteno, é professor de psicologia na Northeastern University. 

O foco da carreira dele é “descobrir maneiras de ajudar as pessoas a se tornarem mais compassivas e mais resilientes”, como ele mesmo explica no livro.

DeSteno explorou esses tópicos por meio de pesquisas e dados. Como cientista pesquisador, ele conduz experimentos psicológicos para estudar essas grandes questões. 

O que ele encontrou não foi o que ele esperava

Ele escreve:

“À medida que continuei a estudar cientificamente as questões que me fascinavam – questões sobre como melhorar a condição humana – fiquei surpreso que muitas das respostas que encontrei estavam alinhadas com ideias religiosas.”

Ele concluiu que as comunidades religiosas haviam conduzido seu próprio tipo de “pesquisa” ao longo de muitos séculos. Essa “pesquisa” levou à criação de “tecnologias espirituais” que são incrivelmente eficazes:

“[A religião inclui] uma série de rituais, costumes e sentimentos que são eles próprios resultados de experimentos. Ao longo de milhares de anos, esses experimentos, realizados na bagunça da vida em oposição aos laboratórios estéreis, levaram ao projeto do que poderíamos chamar de tecnologias espirituais – ferramentas e processos destinados a acalmar, mover, convencer ou ajustar a mente.”

De fato, a pesquisa em ciências sociais nos últimos anos confirma a eficácia dessas “tecnologias espirituais”. Mas ainda mais importante, segundo o autor, é que os cientistas podem realmente aprender com a religião:

“Os líderes espirituais geralmente entendiam – de maneiras que agora podemos confirmar cientificamente – como ajudar as pessoas a viver melhor. Os cientistas sociais são os novos garotos do pedaço… Ignorar esse corpo de conhecimento é retardar o progresso da própria ciência e limitar seu benefício potencial para a humanidade”.

Já está comprovado que as práticas religiosas podem diminuir a ansiedade, reduzir a depressão e até aumentar a saúde física. Aqueles que participam regularmente de práticas religiosas relatam maior bem-estar do que aqueles que não o fazem. 

Entre muitas outras coisas, ele cita os benefícios consideráveis ​​de práticas como agradecer, meditar e cantar em união com outras pessoas durante os serviços religiosos. 

A religião tem que ser colocada em prática

Ele escreve:

“O ponto-chave aqui, porém, é fácil de perder. Dizer que é religioso não importa muito para a saúde e a felicidade. É ser religioso — participar dos rituais e práticas de uma fé — que torna a vida melhor.”

Portanto, se você é “espiritual, mas não religioso”, talvez este seja o seu sinal para se juntar a uma comunidade da Igreja. Há tantos benefícios para a saúde mental, muitos mais do que eu poderia começar a listar.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Alegria, oração e serviço no caminho até à JMJ Lisboa 2023

Jovens JMJ Lisboa 2023. Foto de Alberto Conceição  (Foto Alberto Conceição )

Em Portugal os voluntários preparam-se para a JMJ e os símbolos estão a encher de esperança as dioceses por onde passam em peregrinação.

Rui Saraiva – Portugal

Em Portugal, nos dias 5, 7 e 9 de julho teve lugar em Lisboa um encontro que juntou cerca de 150 chefes de equipa de voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, vindos de todo o país.

Viveu-se, entre os chefes de equipa de voluntários, uma alegria enorme e contagiante – revela no site oficial do evento, Margarida Manaia, responsável pela Direção de Acolhimento e Voluntariado (DAV).

Esta foi uma oportunidade para os jovens conhecerem toda a envolvente da organização de uma JMJ, “rezarem juntos” e “perceberem que não estão sozinhos, que há mais jovens com vontade de servir” – salienta ainda Margarida Manaia.

Toda esta alegria, oração e disponibilidade para o serviço estão a ser vividas nas dioceses com a ajuda da peregrinação dos símbolos da JMJ. Jovens e menos jovens estão cada vez mais envolvidos por este grande evento.

Desde novembro de 2021 que a cruz e o ícone “Salus Populi Romani” peregrinam em Portugal. Algarve, Beja, Évora, Portalegre-Castelo Branco, Guarda, Viseu, Funchal e Angra do Heroísmo são as dioceses portuguesas que já receberam os símbolos da JMJ. Neste momento os símbolos estão em Lamego.

Crónicas locais

As reportagens da Rádio Vaticano e do Vatican News, desde o início da peregrinação dos símbolos, procuraram transmitir a vivência local deste acontecimento único. Dessa ideia surgiram as crónicas locais no texto e na voz de quem acompanha na proximidade concreta a peregrinação. Uma forma de gerar participação e pluralidade de olhares.

Desse trabalho que tem vindo a ser feito assinalamos a colaboração de colegas profissionais de comunicação de órgãos diocesanos como o Samuel Mendonça do jornal “Folha de Domingo”, o Pedro Conceição da Rádio Esperança de Évora, o padre Francisco Barbeira do jornal “A Guarda” e a Inês Silva da diocese de Viseu, dando ainda os primeiros passos no trabalho jornalístico.

Mas, as crónicas locais também têm tido o sabor do gosto amador por comunicar. Foi assim em Beja, no cuidado pastoral do padre Francisco Molho, que foi selecionando jovens leigos para participarem no texto ou no áudio das colaborações. O mesmo aconteceu com a participação da Vanessa Alves na passagem dos símbolos por Portalegre-Castelo Branco.

Símbolos em caminho com as pessoas

Os símbolos ao fazerem peregrinação pelas paróquias de Portugal, colocam-se ao lado de cada um, partilhando o caminho das pessoas que os acolhem. É a presença real de uma cruz e de um ícone que já foram vistos e tocados por milhões de outros cristãos em todo o mundo.

E os símbolos não têm passado só pelos ambientes eclesiais, mas têm sido motivo de encontro, por exemplo, com os reclusos, na visita a estabelecimentos prisionais. A cruz peregrina e o ícone mariano também têm estado em contacto com os mais frágeis visitando os idosos em lares e os doentes nos hospitais. Muito importante registar a passagem dos símbolos na visita às escolas e às universidades.

No concreto das reportagens ficam para memória futura os testemunhos de quem vive de perto a experiência de receber na sua paróquia a cruz e o ícone. Destacamos aqui dois testemunhos vindos do Alentejo em janeiro deste ano.

No trabalho do jornalista Pedro Conceição recordamos o testemunho da jovem Vitória, em pleno Alandroal, afirmando que os “símbolos” são marca “de alegria, de paz, de união, de fé” e “de esperança”.

“Foi com muita ansiedade e ao mesmo tempo com muita alegria que recebemos os símbolos das jornadas mundiais da juventude aqui no Alandroal. Símbolos que são de alegria, de paz, de união, de fé, mas sobretudo símbolos de esperança” – afirmou a jovem Vitória.

Não menos significativo o testemunho de Leonor Barradas, de Vila Viçosa que partilhou ter sido a passagem dos símbolos pela sua paróquia um dia “cheio de Deus e cheio de paz”.

“Foi um dia que vai ficar para sempre no meu coração. Um dia cheio de Deus e cheio de paz. Um dia muito especial porque pode ter sido a primeira e a última vez que estive tão perto dos símbolos” – sublinhou Leonor Barradas.

Encontrar Cristo Vivo

Do caminho feito até ao momento pelos símbolos da JMJ nas dioceses portuguesas fica a certeza de uma semente de esperança. Vivida em oração e encontro fazendo a preparação para o grande evento que vai decorrer de 1 a 6 de agosto de 2023 em Lisboa.

A este propósito, recordamos as palavras de D. Américo Aguiar durante a presença dos símbolos na diocese de Viseu em abril passado. O bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 assinalou a necessidade de se fazer caminho com os símbolos porque “é daí que nasce Cristo vivo” – afirmou D. Américo Aguiar sublinhando a necessidade de cativar os jovens para que estes se sintam convidados a participar na JMJ em Lisboa.

“Nós temos que fazer caminho, cada um e com todos, e é daí que nasce Cristo vivo, vida plena, vida total, que nos ilumina, nos fortalece, nos encoraja. E é esse Cristo vivo que nós queremos que os jovens do mundo inteiro encontrem em Lisboa, na JMJ, mas para isso acontecer eles têm de ser convidados, para isso acontecer eles têm de ser contagiados, para isso acontecer todos nós temos de ser portadores de convite” – disse D. Américo Aguiar na ocasião.

A cruz e o ícone mariano estão neste mês de julho a peregrinar em Lamego. Estarão naquela diocese até ao dia 31 de julho. 

A Rádio Vaticano e o Vatican News continuam a acompanhar a preparação da Jornada Mundial da Juventude que decorrerá em Lisboa em agosto de 2023.

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Ela queria abortar, mas descobriu que estava à espera de trigêmeos

Altrendo Images | Shutterstock
Por Annalisa Teggi

A surpreendente história de Janey: ele queria o aborto, mas de repente viu que o amor transbordava dentro dela.

Um efeito secundário amargo após a decisão do Supremo Tribunal dos EUA sobre o aborto tem sido uma onda de slogans e argumentos abstratos sobre o tema da vida e da interrupção da gravidez. É a única arma da voz ideológica que reverencia o aborto como um direito da mulher. Os argumentos, os silogismos, os gritos de fúria social, já os ouvimos todos.

O tema da vida não é jogado na ponta da língua, mas na ponta da experiência. É por isso que, especialmente na América, aqueles que defendem a vida estão mais preocupados do que nunca em trazer à luz – para colocar no centro do palco – histórias, vozes que não trazem meras racionalizações, mas sim testemunho.

Entre estas histórias, retratei uma sobre uma rapariga sem-abrigo do Missouri cuja gravidez inesperada a levou a dar um salto de vida.

Sem-abrigo, descobre que está à espera de trigémeos

Sem-teto abrigo e acolhida por um conhecido para dormir no sofá com a sua filha de 4 anos, ter outro filho pareceu-lhe não tanto um inconveniente, mas impossível. No entanto, ela não previu que as coisas fossem muito mais complicadas – e também muito melhores.

A história de Janey, do Missouri, foi contada num site que recolhe informações e testemunhos sobre centros de ajuda à gravidez americanos. Menos conhecidos do público em geral do que as clínicas de aborto, mas presente e em funcionamento.

E foi a um destes centros que Janey foi, para se reconciliar com a sua situação: sem casa, sem emprego, uma filha de quatro anos, uma nova gravidez. Atravessando o limiar de uma clínica de aborto, suponho que ela sairia rapidamente. Esgotada da vida.

No centro de ajuda à gravidez, ela foi acompanhada para aprofundar a sua história, circunstâncias práticas e problemas íntimos. Sem escolhas forçadas, mas uma entrevista centrada nas questões e na vulnerabilidade de toda a sua pessoa. Janey estava pronta para ter outra entrevista, mas algo inesperado aconteceu. Ela não se sentia bem e teve de ir para as urgências. Aqui a grande surpresa:

“O técnico que fez a minha ecografia e a enfermeira presente confirmaram que havia três bebês no meu ventre. Os médicos tentaram falar comigo, mas só consegui pensar que a minha vida estava a desmoronar-se muito rapidamente”, disse.

Uma casa, um trabalho

Quando uma nova vida começa, não é uma mera alegria ou um problema para a mulher que a tem na barriga. Uma presença humana não é um assunto apenas privado, mas um ganho social imensurável. Um dos pontos mais aguçados e venenosos da propaganda abortista é precisamente o recinto da solidão em que a experiência da gravidez se destina a ser encerrada.

Na história de Janey, um cenário alternativo ao aborto foi possível porque toda uma comunidade ficou ao lado desta jovem mãe. Reunião com voluntários do centro de ajuda à gravidez, Janey e a sua filha foram acolhidas em St. Raymond’s, um lar temporário para mulheres que enfrentam gravidezes inesperadas.

Ali ela passou o tempo até o parto, e esse apoio foi decisivo.

Para qualquer família, acolher trigémeos seria uma novidade desestabilizadora, mesmo com toda a abertura à vida possível e imaginável, mesmo com toda a paz de espírito financeira. No caso de Janey este choque ‘plural’ foi o golpe vencedor para a tirá-la para fora do pesadelo do aborto.

O pai, um protagonista oculto

Os trigémeos, duas meninas e um menino, nasceram prematuramente com 28 semanas. Depois de um tempo na unidade de cuidados intensivos neonatais, foram para casa com a mãe.

Uma coisa leva a outra – dizem. E de fato o nascimento é um critério explosivo da realidade, generativo na sua totalidade. O sim de Janey à vida também gerou outra coisa. O homem com quem ela tinha concebido os trigémeos decidiu assumir o papel paterno.

Enquanto Janey se preparava para se tornar mãe de quatro filhos, Dustin, o pai dos trigémeos, deu um passo à frente para assumir um papel fundamental na vida da família. Ele esteve presente no nascimento das crianças e pediu ajuda à Sra. Dalton [do centro de ajuda à gravidez] para lidar com a experiência da paternidade.

E este é mais um retrato muito autêntico e verdadeiro da natureza humana. Este nascimento surpreendente aconteceu em 2017. Foi recontado recentemente porque a longo prazo a parábola é ainda mais encorajadora: Dustin e Janey são uma família, os gémeos estão prontos para a escola e nos últimos cinco anos Janey estudou e enveredou por uma carreira profissional.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Santa Maria Madalena

Sta. Maria Madalena | arquisp
22 de julho

Santa Maria Madalena

Magdala - aldeia situada na margem ocidental do lago de Genesaré, na Galiléia - é a terra natal de Maria, denominada propriamente de Madalena, que se distingue totalmente da outra Maria, a de Betânia, irmã de Lázaro e Marta.

Maria Madalena é a fiel discípula que segue o mestre da Galiléia à Judéia junto com muitas outras mulheres, que entregavam seus haveres a Jesus e aos apóstolos. É ainda ela quem está ao lado de Maria, a Mãe de Jesus, junto à cruz, compartilhando as dores da crucificação e a morte do Filho. É também quem permanece em vigília amorosa na madrugada do primeiro dia e é a primeira a correr ao sepulcro.

Aquela que, em seu ardente amor, foi premiada pelo Ressuscitado, que se fez conhecer pronunciando-lhe apenas o nome, com se faz com quem é familiar:"Maria!". É a ela que o Salvador confia o grande anúncio da ressurreição: "Vai a meus irmãos e dize-lhes:Subo a meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus".

Essa a Madalena que a Igreja hoje comemora, com presença obrigatória no calendário geral. Anteriormente, a liturgia ocidental - influenciada pelos escritos de São Gregório Magno e pela identidade de nome - confundira numa só pessoa Maria de Betânia e Maria de Magdala. Tal identificação fora sempre recusada pela tradição da igreja oriental e pelos escritos dos padres gregos. Com ambos está concorde agora o novo Calendário romano.

Constitui pura lenda a viagem e a estada de Madalena na Gália. Segundo uma antiga tradição grega, Maria Madalena teria ido viver em Éfeso junto à Mãe de jesus e ao apóstolo João.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Opus Dei: Motu proprio para proteger o carisma e promover a evangelização

O Papa com dom Fernando Ocáriz e monsenhor Fazio | Vatican Media

Com o documento 'Ad charisma tuendum', a partir de 4 de agosto, o Papa dispõe para a Prelazia a transferência de competências passando-as do precedente Dicastério para os Bispos para o Dicastério para o Clero e estabelece que o Prelado não pode mais receber a ordem episcopal. Dom Fernando Ocáriz: Francisco pede que o novo Prelado seja um guia, mas, acima de tudo, um pai.

Alessandro De Carolis – Vatican News

Quarenta anos após a Constituição Apostólica Ut sit, que erigiu por obra de João Paulo II a Prelazia do Opus Dei, Francisco modifica algumas de suas estruturas com base na Praedicate Evangelium, com o objetivo de "proteger o carisma" e "promover a ação evangelizadora que seus membros realizam no mundo" difundindo "o chamado à santidade no mundo, através da santificação do trabalho e dos compromissos familiares e sociais". A nova orientação é estabelecida pelo Motu proprio Ad charisma tuendum, promulgado esta sexta-feira, 22 de julho, com o qual o Papa modifica alguns artigos da Ut sit, harmonizando-os com o que foi estabelecido pela recente Constituição apostólica.

Mais Carisma do que autoridade hierárquica

Em primeiro lugar, lê-se no primeiro artigo, com base no artigo 117 da Praedicate Evangelium, o Dicastério vaticano de referência para o Opus Dei não será mais o dos Bispos, mas o do Clero, ao qual o Prelado, a mais alta autoridade, apresentará um relatório anual sobre o estado da Prelazia. O próprio Prelado, diferentemente do passado, não poderá mais ser nomeado bispo e isto - explica-se no artigo 4 do Motu Proprio - para "reforçar a convicção de que, para a proteção do dom peculiar do Espírito, é necessária uma forma de governo fundada mais no carisma do que na autoridade hierárquica". Portanto, o título que caberá ao Prelado do Opus será o de Protonotário apostólico supranumerário com o título de reverendo monsenhor.

Em sintonia com o fundador

Recordando a "grande esperança" com que a Igreja dirigiu "seus cuidados maternos e suas atenções para com o Opus Dei" no momento de sua constituição como Prelazia, segundo as palavras do Papa Wojtyla na ocasião, com este Motu próprio, se acrescenta no texto do documento papal, "pretende-se confirmar a Prelazia do Opus Dei no âmbito autenticamente carismático da Igreja, especificando sua organização de acordo com o testemunho do Fundador, São Josemaría Escrivá de Balaguer, e com os ensinamentos da eclesiologia conciliar a respeito das Prelazias pessoais". Estas disposições entrarão em vigor em 4 de agosto próximo.

Dom Ocáriz: o novo Prelado "um guia, mas, acima de tudo, um pai"

Ao aceitar "filialmente" o que Francisco dispôs, o Prelado do Opus, dom Fernando Ocáriz, espera em uma carta enviada aos membros da Prelazia que o convite do Papa "ressoe fortemente em cada uma e em cada um deles" como uma "oportunidade de compreender em profundidade o espírito que o Senhor infundiu em nosso fundador e de compartilhá-lo com muitas pessoas do ambiente familiar, profissional e social". Com relação à figura do Prelado a partir de agora, enquanto expressa sua gratidão "pelos frutos da comunhão eclesial que o episcopado do beato Álvaro e de dom Javier representou", dom Ocáriz reconhece na carta que "a ordenação episcopal do prelado não era e não é necessária para conduzir o Opus Dei. O desejo do Papa de enfatizar agora a dimensão carismática da Obra nos convida a reforçar o ambiente de família, afeto e confiança: o prelado deve ser um guia, mas, acima de tudo, um pai".

Perguntas e respostas para entender a mudança

A carta do Prelado é acompanhada por uma série de oito perguntas e respostas sobre o significado do Motu Proprio e suas implicações mais diretas na vida dos membros da Prelazia. Em particular, sobre a relação entre carisma e hierarquia, ressalta-se que no Motu próprio "se recorda que o governo do Opus Dei deve estar a serviço do carisma - do qual somos administradores, e não proprietários - para que ele cresça e dê frutos, com a fé de que é Deus quem opera tudo em todos".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Vaticano: onde o dinheiro das viúvas e fiéis não pode ser investido

Dolar | Guadium Press
A Santa Sé publicou a política de investimentos: não podem ir contra a doutrina católica.

Redação (20/07/2022 12:27Gaudium Press) Algo que deveria ser claro como a água; mas, enfim, o Vaticano teve que lembrar que os investimentos da Santa Sé devem “estar alinhados com os ensinamentos da Igreja Católica, com exclusões específicas para investimentos financeiros que contrariem seus princípios fundamentais, como a santidade da vida ou a dignidade do ser humano ou do bem comum”.

Esses investimentos serão feitos pela APSA, a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, e serão supervisionados por um comitê de quatro pessoas, presidido pelo cardeal Kevin Farrell.

A política de investimentos do Vaticano define claramente linhas vermelhas, ou minas que não podem ser pisadas: não será possível investir em produtos e tecnologias relacionados com “pornografia e prostituição; jogos de azar; indústria armamentista e de defesa; centros de saúde pró-aborto; e laboratórios ou empresas farmacêuticas que fabricam produtos contraceptivos e/ou trabalham com células-tronco embrionárias”.

Os setores que não são estritamente proibidos de investimento, mas devem ser evitados: petróleo e mineração, energia nuclear e bebidas alcoólicas.

É claro que essas políticas não surgiram por acaso: no ano passado, a Santa Sé foi acusada por um programa de pesquisa italiano de investir cerca de 24 milhões de euros em empresas farmacêuticas envolvidas na produção da abortiva “pílula do dia seguinte”.

As diretrizes do Vaticano agora excluem (e não se pode deixar de pensar aqui na Sloane Avenue de Londres) investimentos projetados para serem especulativos ou de uma estratégia especulativa “a menos que seja necessário para a eficiência das transações de investimento ou para cobrir o risco”.

Com informações CNA

Fonte: https://gaudiumpress.org/

A Igreja Católica no Canadá

Santuário Mariano (Canadá) | Guadium Press

Inserida em um contexto multirreligioso e multiétnico, a Igreja Católica canadense é a maior denominação religiosa do país. Os batizados católicos são 44% da população, seguidos por protestantes de várias denominações (quase um terço da população). Os ortodoxos são menos de 2%. Depois estão presentes várias minorias religiosas, incluindo muçulmanos (3%), judeus (1%), budistas (1%), hindus (1%).

As origens

A fé católica chegou ao Canadá após a descoberta desses territórios pelos europeus no século XVI. Em 7 de julho de 1534 um sacerdote francês que acompanhava o explorador Jacques Cartier celebrou a primeira Missa nas praias da península de Gaspé, na então Nova França.

A colonização começou com a fundação da cidade de Québec em 1608 e Ville Marie, hoje Montreal, em 1642. Muitas congregações religiosas francesas enviaram homens e mulheres, iniciando um intenso trabalho missionário entre as populações autóctones formadas por quatro grandes povos: os Hurons e os Algonquians em territórios colonizados, os Sioux, a leste, e os Inuit, ao norte.

Um papel de destaque foi desempenhado pelos jesuítas que se voltaram em particular para as tribos Huron, entre os quais suas missões prosperaram no século XVII. Seu trabalho missionário foi muito frutífero, como destaca o testemunho de Kateri Tekakwitha, (1656-1680), a primeira Santa indígena da América do Norte, canonizado por Bento XVI em 21 de outubro de 2012 e depois proclamada Padroeira do Meio Ambiente juntamente com São Francisco de Assis.

A conquista inglesa do Canadá na metade do século XVIII marcou uma fase delicada para a Igreja Católica. No entanto, após as dificuldades iniciais, o caminho para a convivência civil foi rápido e quando na Inglaterra os católicos tiveram seus direitos civis reconhecidos na primeira metade do século XIX, o catolicismo pôde se difundir livremente nos territórios de língua inglesa.

Em 1841, o Ato de União deu pleno reconhecimento legal à Igreja no Canadá, cuja vitalidade também é testemunhada pelo nascimento de várias ordens religiosas. Também as Igrejas de Rito Oriental desempenharam um papel importante no desenvolvimento da Igreja Católica no Canadá, especialmente na parte ocidental do País onde se registaram grandes migrações da Europa do Leste, nomeadamente da Ucrânia. Hoje a Igreja ucraniana é a maior Igreja Oriental presente em Canadá. Outras comunidades de rito oriental reúnem os eslovacos, os armênios, os greco-melquitas, os maronitas, os caldeus e os siro-malabares e siro-malancares.

O país foi visitado por São João Paulo II três vezes: em 1984, em 1987 e finalmente em 2002, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude em Toronto.

A Igreja canadense hoje: desafios e problemas

Inserida em um contexto multirreligioso e multiétnico, a Igreja Católica canadense é a maior denominação religiosa do país. Os batizados católicos são 44% dos população, seguidos por protestantes de várias denominações (quase um terço da população). Entre estes últimos, predominam os fiéis pertencentes à Igreja Unida (que desde 1925 reúne congregacionistas, metodistas e dois terços dos presbiterianos), seguidos por anglicanos, luteranos, batistas e pentecostais. Os ortodoxos são menos de 2%. Depois estão presentes várias minorias religiosas, incluindo muçulmanos (3%), judeus (1%), budistas (1%), hindus (1%).

O desafio da secularização

A complexidade e o pluralismo religioso, étnico e cultural marcam fortemente portanto este país, em cuja história não faltaram tensões e conflitos, o que teve um efeito profundo no “modo de ser” da Igreja Católica no Canadá, em suas relações com outras Igrejas e denominações religiosas e com a sociedade canadense como um todo. Uma sociedade que, como todo o Ocidente, sofreu uma marcada secularização.

De fato, a partir da década de 1960, houve um progressivo afastamento dos fiéis da Igreja e o declínio das vocações, especialmente em Ontário e no berço do catolicismo canadense: Québec. A Igreja nesta província perdeu o papel de centro de influência religiosa e cultural que deteve por algumas décadas. Um indicador disso é a evolução do sistema escolar, que assumiu uma fisionomia cada vez mais laica, além de outras escolhas políticas, em franco contraste com a doutrina católica.

O Canadá, de fato, provavelmente hoje é a realidade mais 'avançada' entre as sociedades ocidentais na experimentação de novas formas sociais, culturais e jurídicas. Reprodução assistida, clonagem humana, o status da família e do matrimônio, a eutanásia e o suicídio assistido: sobre estes temas no centro do debate político nestes nas últimas duas décadas no país, a Igreja tem feito ouvir repetidamente e com força a sua voz, nomeadamente por meio da seu Organismo para a Família e a Vida (OCVF).

Ao compromisso da Igreja na questão da proteção da vida, desde a concepção até a morte natural, junta-se àquela em favor da família natural fundada na união entre o homem e mulher. Neste contexto se insere sua oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo (legal desde 2005), bem como à prática da barriga de aluguel (legal desde 2017 somente na forma gratuita) e a promoção da ideologia de gênero nas escolas.

O compromisso com a paz, o meio ambiente e os direitos humanos

Mas a Igreja no Canadá sempre esteve muito presente também em outros temas fortes como a paz mundial, o desarmamento, o desenvolvimento sustentável, o meio ambiente, a justiça social, a defesa dos direitos das populações nativas canadenses, imigrantes e refugiados e de todos os excluídos da sociedade de bem-estar. Um compromisso assumido pela Comissão episcopal para a Justiça e a Paz juntamente com a Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Paz. Desde 2010, este último organismo atua como interface entre a CECC e o OCCDP, a Organização católica canadense fundada em 1967 com o duplo objetivo de oferecer ajuda ao desenvolvimento aos países mais pobres, aos refugiados e às vítimas de guerras e desastres natural, bem como sensibilizar os católicos canadenses sobre essas questões.

Não menos intenso o compromisso em defesa dos direitos humanos: inúmeras denúncias e apelos dos bispos para que o Canadá faça ouvir a sua voz em favor dos cristãos perseguidos e por todas as vítimas de perseguições, guerras e violência no mundo.

A Igreja canadense compartilha também as crescentes preocupações da sociedade civil com o meio ambiente. Para ajudar os fiéis a refletir e contribuir para a construção de uma nova cultura ambiental, em 2013 o Comissão de Justiça e Paz disponibilizou para dioceses e paróquias um pequeno compêndio de oito grandes temas abordados no ensino mais recente da Igreja sobre o meio ambiente: a criação à imagem de Deus; a ordem intrínseca da Criação; a relação entre "ecologia humana" e "ecologia ambiental"; a responsabilidade do homem para com a criação; a solidariedade; a Criação e a espiritualidade e as respostas necessárias aos problemas ambientais de hoje.

Publicado antes da Encíclica do Papa Francisco Laudato si’ sobre o cuidado da casa comum, o documento é acompanhado de várias citações significativas retiradas de mensagens, discursos, homilias e Encíclicas do Papa São João Paulo II e de Bento XVI.

Sempre no contexto da defesa do meio ambiente e dos direitos humanos, os bispos do Canadá intervieram em várias ocasiões na questão da exploração mineral em países do Sul do mundo (no qual muitas empresas canadenses também estão envolvidas), denunciando os danos e injustiças ambientais e afirmando que a atividade econômica deve ser sempre realizada com respeito aos direitos humanos e ao ambiente.

Preocupação com as Primeiras Nações

Em relação às questões internas, a Igreja canadense tem há anos uma particular preocupação pastoral pelos povos indígenas (Primeira Nações, Inuit e Métis) que ainda hoje pagam as consequências da colonização europeia. Se na história da evangelização destas populações numerosos são os exemplos de missionários e bispos comprometidos com a defesa dos direitos dos ameríndios, uma parte da Igreja tornou-se corresponsável pelo sofrimento infligido pelos colonos europeus.

Responsabilidades reconhecidas pelos bispos que assinaram a Declaração de Nações Unidas 2007 sobre os direitos dos povos indígenas, com especial referência à liberdade religiosa. O caso das escolas residenciais indígenas é particularmente doloroso. Por mais de um século elas abrigam mais de 150 mil crianças indígenas tiradas à força de suas famílias para serem educadas na cultura europeia, no contexto das políticas de assimilação conduzidas pelo governo canadense.

Depois do clamor suscitado no verão de 2021 com a descoberta no terreno de algumas antigas escolas residenciais católicas dos restos mortais de algumas crianças indígenas, a Conferência Episcopal solicitou formalmente perdão pelo mal causado ​​e se empenhou em colaborar com os líderes das Primeiras Nações para apurar a verdade, bem como para financiar caminhos de cura e reconciliação.

Neste contexto, se insere a visita ao Vaticano - programada para se realizar inicialmente em dezembro de 2021, mas adiada devido à Covid – de uma delegação formada por sobreviventes, bispos e líderes indígenas para se encontrarem com o Papa Francisco.

A recordar que a Igreja Católica canadense vem há algum tempo apoiando ativamente a causa das Primeiras Nações pelo reconhecimento de seus direitos (a começar por aquele à terra e acesso aos recursos naturais do país) por meio de um intenso trabalho de denúncia, educação e conscientização da opinião pública. Soma-se a tudo isso os numerosos programas promovidos em colaboração com a Assembleia das Primeiras Nações (ANP) para melhorar as condições dos povos indígenas. Às First Nations é dedicada uma seção especial do site da CECC-CCCB.

O diálogo com outras Igrejas e confissões religiosas

Neste, como em outros âmbitos, a Igreja Católica trabalha em estreita colaboração com outras comunidades cristãs, por meio do Conselho Canadense de Igrejas, do qual passou a fazer parte de forma permanente em 1997, mas também com outras confissões religiosas presentes no Canadá com as quais existem relações baseadas no respeito mútuo e valores de convivência e solidariedade.

A colaboração e solidariedade com as outras comunidades religiosas é um dos frutos mais visíveis do empenho da Igreja canadense com a promoção do diálogo ecumênico e inter-religioso iniciado durante o Concílio Vaticano II, com a participação em 1965 no diálogo teológico católico-ortodoxo norte-americano e continuado com o nascimento de uma Comissão Anglicana-Católica em 1971, com aquela para o diálogo com a Igreja Unida em 1974 até aquela com os bispos ortodoxos canadenses em 2001, sem esquecer o Grupo de trabalho judaico-cristão, ativo desde 1977.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Piso da Basílica do Santo Sepulcro é restaurado

Fotos: Divulgação/Patriarcado Latino de Jerusalém.
O projeto de restauração do piso está sendo realizado sem impedir a realização de cerimônias religiosas e a visitação de peregrinos no local.

Jerusalém – Israel (20/07/2022 10:13, Gaudium Press) A Custódia da Terra Santa divulgou uma nota sobre os trabalhos de restauração realizados no interior da Basílica do Santo Sepulcro pela equipe do Departamento de Ciências da Antiguidade da Universidade Sapienza de Roma.

Fotos: Divulgação/Patriarcado Latino de Jerusalém.

Obras de restauração não impedem a realização de cerimônias litúrgicas

Iniciadas em maio de 2022, as investigações arqueológicas estão envolvendo parte da nave norte da basílica, conhecida como “Arcos da Virgem” e a parte noroeste. Segundo o projeto de restauração do piso, a escavação segue por áreas sucessivas, de forma a permitir a realização das liturgias e o fluxo dos peregrinos que visitam o local diariamente.

Uma sequência estratigráfica foi identificada na área da nave norte, permitindo retraçar os túneis escavadas pelo padre Virgilio Corbo na década de 1960, além de permitir a obtenção de novos dados. Algumas das novas informações são relacionadas aos canteiros da época de Constantino, referindo-se à construção do complexo religioso implantado numa área de pedreira. Além disso, foram encontrados mosaicos relativos à decoração de pisos.

Fotos: Divulgação/Patriarcado Latino de Jerusalém.

Novas descobertas ao longo dos trabalhos de restauração

Um túnel foi encontrado na porção centro-norte da área, próximo à edícula do Santo Sepulcro. Este túnel desce verticalmente junto à edícula por uma profundidade de 2,80cm, conectando-se ao sistema de escoamento de água. A descoberta é importante para o estudo dos aspectos arquitetônicos que estão sendo analisados ​​no projeto.

Todas as informações obtidas e processadas durante os trabalhos de escavação estão sendo inseridas em um banco de dados criado previamente e vinculado às diferentes fontes históricas e de arquivo, graças ao suporte remoto em Roma. Recentemente, os líderes das comunidades cristãs visitaram o local, onde puderam conversar com os arqueólogos e obter informações sobre os trabalhos de restauração. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF