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sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Cinco histórias reais para assistir no Dia dos Pais

Evgeny Atamanenko/Shutterstock
Reunir a família para assistir a um bom filme: eis uma boa maneira de comemorar o Dia dos Pais!
Por Beatriz Camargo

Seja na vida real ou na ficção, os pais também sempre são grandes protagonistas. E, para homenageá-los neste Dia dos Pais, preparamos uma lista com histórias verídicas sobre homens que lutaram dignamente pela família.

Não raro, a programação da TV voltada a comemoração do Dia dos Pais, nos lembra que filmes baseados em fatos verídicos costumam ser cativantes, e se tornam ainda mais emocionantes quando retratam a força dos elos familiares.

Eventualmente encontrarmos grandes histórias centrados na figura paterna, em pais lutadores, obstinados, que não medem esforços para ver o bem-estar dos filhos.

Portanto, no próximo domingo há um motivo especial para ver – ou rever – uma memorável história inspiradora. É a comemoração do Dia dos Pais e, após dar aquele abraço no paizão, entregar o presente e colocar a conversa em dia, é hora de aproveitar a companhia de todos numa sessão pipoca especial.

Antes de mais nada, peça para o seu pai escolher qual será a atração. Para facilitar, preparamos uma ampla lista com títulos que agradarão toda a família.

Certamente seu pai vai encontrar algo que agradará toda a família e, de quebra, acrescentar alguns destes títulos na lista do que quer assistir futuramente.

Ademais. o melhor é que todos desses filmes estão disponíveis em conhecidos serviços de streaming, como Globoplay, HBO Max, Netflix e Star+. Confira quais são nossas recomendações para o Dia dos Pais:

Dois Filhos de Francisco (2005)

Inegavelmente, o cineasta Breno Silveira, morto em maio deste ano, deixou em sua filmografia uma das melhores produções do cinema nacional das últimas décadas. Neste Dia dos Pais, com certeza muitos se emocionarão novamente ao rever a história de Francisco José de Camargo.

Incansável, esse pai não mediu esforços para estimular os filhos a buscarem espaço no mercado musical. Sua fé era inabalável e, graças a ela, Zezé di Camargo e Luciano se tornaram uma das principais duplas sertanejas do Brasil.

King Richard: Criando Campeãs (2021)

Com certeza você vai se recordar de nossa matéria repercutindo o tapa que Will Smith deu no rosto de Chris Rock na cerimônia do Oscar. Mas é capaz de lembrar o nome do filme que ele protagonizou e com o qual ganhou o prêmio de melhor ator pela primeira vez?

Afinal, o reconhecimento de sua atuação no papel de Richard Williams – pai das campeãs do tênis Serena e Venus Williams – acabou sendo ofuscada pelo lamentável episódio.

Sendo assim, é hora de dar uma chance ao filme e descobrir como esse dedicado pai trabalhou incansavelmente para fazer com que as filhas chegassem ao topo do tênis mundial.

Em busca da felicidade (2007)

A saber: sim, essa produção também é inspirada em uma história real e foi protagonizada por Will Smith! Outra coincidência: ela também garantiu a Smith uma indicação ao Oscar de melhor ator.

Dessa forma, muitos o consideram o melhor filme da carreira do artista. Afinal é impossível não se emocionar com a Cris, um cativante e batalhador pai solteiro. Em sua jornada, ele nunca perde a esperança e luta para dar um lar ao filho Christopher, de apenas 5 anos.

Em Nome do Pai (1993)

Antes de tudo, é preciso lembrar que esse filme protagonizado por Daniel Day Lewis persiste há mais de 30 anos na memória de muitos cinéfilos. Quem já passou dos 40 com certeza se renderá à atmosfera setentista embalada na voz de Bono Voz.

Em síntese, a obra retrata a saga de Gerry Conlon, que ficou conhecido internacionalmente como um dos “Quatro Guildford”. Erroneamente condenado à prisão perpétua por um ataque terrorista do IRA que matou quatro pessoas, ele lutou ao lado do pai na busca por provar sua inocência.

Decerto nem todos irão se recordar do “Caso Kalinka Bamberski”, crime que aconteceu na França em 1982 e levou quase três décadas para ser solucionado.

Conforme o desfecho, o documentarista Antoine Tassin revisitou todos os detalhes da morte da jovem seguindo a perspectiva do pai. André Bamberski, nunca acreditou que a morte da filha Kalinka ocorreu em decorrência de uma insolação e buscou – de forma implacável – por justiça.

O filme mostra como a impressionante determinação investigativa do pai levou o caso à uma reviravolta inimaginável. Com efeito, o documentário acaba revelando fatos surpreendentes que acabam por torná-lo imperdível!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O espírito do Concílio, a comunhão eclesial e o imaginário incêndio da biblioteca de Alexandria

Concílio Vaticano II. Foto: Wikipedia
“Os ensinamentos do Concílio não constituem um sistema orgânico e completo da doutrina católica; ela é muito mais ampla, como todos sabem.”.

Redação (11/08/2022 09:33Gaudium Press) Marcou o século XX, e marcará a História da Igreja, a assembleia conciliar que reuniu, pela primeira vez, mais de dois mil prelados de todo o orbe católico, para tratar da renovação da Igreja ante os desafios de um mundo descristianizado. Convocado por S. João XXIII, e tendo ele sido chamado por Deus à sua presença, foi S. Paulo VI o pontífice encarregado de dirigi-lo e levar a termo.

De outubro de 1962 a dezembro de 1965, vieram a lume diversos e significativos documentos, sob variadas epígrafes: “Declaração”, “Decreto”, “Constituição”, “Constituição Pastoral” ou “Constituição Dogmática”.

Nova eclesiologia

As centenas de páginas assim aprovadas pelos bispos, arcebispos e cardeais do mundo inteiro, levam – todas – a assinatura do Papa S. Paulo VI, o que lhes confere particular autoridade como magistério da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Magistério completo? Magistério Infalível? Magistério inovador? Magistério substitutivo do anterior?

De então para cá, muito se tem falado do sentido profundo de tais documentos, do surgimento de uma “nova eclesiologia”, ou seja, uma nova visão da Igreja querida por Cristo, que ficara ignorada, ocultada, esquecida ao longo dos milênios.

Mudanças litúrgicas, de organização e de governo tem se operado no Corpo eclesial. Muito se tem falado do “Espírito do Concílio”, indicando algo que estaria por detrás e por cima da simples leitura dos textos oficiais, e que seria a verdadeira “chave de interpretação”. Mas de modo tal que, separando-se desta “chave”, o batizado estaria abandonando a “comunhão eclesial”, ainda que siga fielmente a “letra” do Concílio, mais ou menos (ou até pior) como um luterano que se destaca do Santa Mãe Igreja.

Biblioteca de Alexandria

Guadium Press

Surgiria, assim, a imperiosa necessidade de aplicar, aos textos anteriores do Magistério, dos Padres da Igreja, dos Doutores e dos Santos, a legendária pena imposta pelo conquistador muçulmano Omar ibn al-Khattâb, em 642, ao ingente acervo de obras da filosofia e da cultura clássica, grega e romana, síria ou egípcia, contidas na Biblioteca de Alexandria:

Se indicam o bom caminho, já temos o Alcorão; caso contrário, não devem ser conservados”.

E todos os milhares de manuscritos teriam sido jogados numa enorme fornalha. Pura lenda. Muito repetida.

Guadium Press

Devemos tornar realidade em nossos dias, a imaginária queima dos rolos alexandrinos? Apenas os textos do Vaticano II refletem a doutrina da Igreja e apenas eles podem ser citados?

Espírito Conciliar

Quando surgiram estas formas de interpretar os documentos conciliares em função de um suposto “Espírito Conciliar” inovativo e supra textual?

Pode causar surpresa a alguns.

Foi nas vésperas da festa da Imaculada Conceição, a 7 de dezembro de 1965, quando a última sessão conciliar teve lugar. Nela, S. Paulo VI lembrava as palavras de seu predecessor ao iniciar os trabalhos do magno sínodo: “O que mais importa ao Concílio Ecumênico é o seguinte: que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz” (Discurso na última sessão pública, 7/7/1965).

No alvorecer da madrugada seguinte, algumas centenas de padres conciliares, teólogos, secretários e auxiliares iniciavam as viagens de retorno, carregados de recordações. E também surgia, como uma névoa matinal em dia de inverno, a singular expressão de “espírito do Concílio”.

O próprio papa manifestou surpresa. E, na primeira catequese das quartas feiras (a 12 de janeiro de 1966), chamou a atenção para tal singularidade.

“O legado do Concílio – afirma o papa – consiste nos documentos que foram promulgados nos diversos momentos conclusivos de suas discussões e deliberações… Conhecer, estudar, aplicar esses documentos é o dever e a sorte do período pós-conciliar”.[1]

Porém, enfatiza S. Paulo VI, “devemos ter cuidado: os ensinamentos do Concílio não constituem um sistema orgânico e completo de doutrina católica; isso é muito mais amplo, como todos sabem, e não é questionado pelo Concílio nem substancialmente modificado… Não devemos separar os ensinamentos do Concílio do patrimônio doutrinal da Igreja, por isso é bom ver como eles se encaixam nele, como são coerentes com ele e como testemunham, aumentam, explicam e aplicam”.

E lembrando seu predecessor sublinha: “esta foi a primeira ideia que moveu o Papa João XXIII, de venerável memória, a convocar o Concílio, como bem disse na sessão de apertura: ‘ut iterum magisterium ecclesiasticum. . . affirmaretur’; ‘Era nossa intenção, assim o expressou, ao convocar esta grande assembleia, reafirmar o magistério eclesiástico’ (AAS 1962, p. 786).

Portanto, não seria verdade quem pensasse que o Concílio representa um desprendimento, uma ruptura, ou, como alguns pensam, uma libertação do ensinamento tradicional da Igreja”.

O pensamento do Concílio

E não querendo dar azo a interpretações errôneas, a respeito do valor magisterial dos documentos por ele promulgados em união com os Padres Conciliares, categoricamente declara:

“Há quem se pergunte qual é a autoridade, a qualificação teológica, que o Concílio quis atribuir aos seus ensinamentos, sabendo que evitou dar definições dogmáticas solenes, comprometendo a infalibilidade do magistério eclesiástico. E a resposta é conhecida por quem se lembra do esclarecimento conciliar de 6 de março de 1964, repetido em 16 de novembro de 1964: dado o caráter pastoral do Concílio, evitou pronunciar de forma extraordinária dogmas dotados da nota de infalibilidade; mas, no entanto, forneceu seus ensinamentos com a autoridade do supremo magistério ordinário, o qual magistério ordinário – é tão claramente autêntico – deve ser aceito docilmente e sinceramente por todos os fiéis, de acordo com o pensamento do Concílio quanto à natureza e finalidades dos documentos individuais”.

Existe, pois um “Pensamento do Concílio”, um “Espírito do Concílio”, transcendendo a letra dos documentos do magistério ordinário, cuja assimilação é mais importante que o próprio Magistério? Para o Papa este pensamento e este espírito consistem na fidelidade aos elementares critérios multisseculares, que hierarquizam os ensinamentos do Magistério: sem lhes tirar a importância que merecem, e sem os relegar a um segundo plano apenas porque “não são infalíveis”. Eis as palavras do Papa: “Devemos entrar no espírito desses critérios básicos do magistério eclesiástico… Porque o ‘Espírito do Concílio’ quer realmente ser o Espírito da verdade (Io. 16, 13)”.

Afastar-se-ia, pois do “Espírito do Concílio” (como explicado por S. Paulo VI) quem tentasse dar a seus documentos um valor que eles não quiseram ter, inventando uma nova fábula, calcada da imaginária destruição da biblioteca de Alexandria por Omar ibn al-Khattâb, pois “os ensinamentos do Concílio não constituem um sistema orgânico e completo de doutrina católica; ela é muito mais ampla, como todos sabem”.

Por José Manuel Jiménez Aleixandre


[1] Cf. https://www.vatican.va/content/paul-vi/it/audiences/1966/documents/hf_p-vi_aud_19660112.html

Fonte: https://gaudiumpress.org/

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Da Carta a Santa Inês de Praga, de Santa Clara, virgem

Santa Clara de Assis | Claretianas

Da Carta a Santa Inês de Praga, de Santa Clara, virgem

(Edit. I. Omaechevaria, Escritos de Santa Clara, Madrid 1970, pp. 339-341)             (Séc.XIII)

Contempla a pobreza, a humildade e a caridade de Cristo

Feliz a quem foi dado participar do sagrado convívio, de forma a aderir com todas as veras do coração àquele cuja beleza as santas multidões dos céus admiram sem cessar. Sua ternura comove; sua contemplação fortalece; sua benignidade cumula, sua suavidade satisfaz, sua lembrança ilumina docemente, seu odor revitaliza os mortos, e a sua gloriosa visão encherá de gozo os habitantes da Jerusalém do alto. Ele é o esplendor da eterna glória, fulgor da luz eterna, espelho sem defeito (Sb 7,26). Olha todos os dias neste espelho, ó rainha, esposa de Jesus Cristo, e contempla sempre nele tua face. Assim te adornarás toda inteira, por dentro e por fora, coberta envolta de brocados, enfeitada com as vestes e as flores de todas as virtudes, como convém à filha e esposa castíssima do sumo Rei. Neste espelho refulgem a ditosa pobreza, a santa humildade e a indizível caridade, como poderás contemplar, pela graça de Deus, no espelho todo.


Quero dizer: vê no começo do espelho a pobreza daquele que foi posto no presépio, envolto em faixas. Ó admirável humildade, ó estupenda pobreza! O rei dos anjos, o Senhor do céu e da terra é deitado numa manjedoura! No centro do espelho, considera a humildade, quando não a ditosa pobreza, os inúmeros sofrimentos e penas que suportou pela redenção do gênero humano. No fim desse espelho, contempla a indizível caridade que o levou a sofrer no lenho da cruz e nele morrer a mais ignominiosa das mortes. Este espelho, posto no lenho da cruz, aos que passavam para ver estas coisas, advertia: Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor igual à minha dor (Lm 1,12).


Respondamos, então, numa só voz, num só espírito ao que clama e se queixa: Lembro-me intensamente e dentro de mim meu coração definha (Lm 3,20). Assim te inflamarás cada vez mais fortemente comeste ardor de caridade, ó rainha do rei celeste.


Contemplando, depois, suas inexprimíveis delícias, riquezas e honras perpétuas, suspirando pela veemência do desejo do coração e do amor, exclames: Atrai-me, e correremos atrás de ti ao odor de teus perfumes (Ct 1,3 Vulg.), ó esposo celeste. Correrei sem parar, até que me introduzas em tua adega, teu braço esquerdo ampare minha cabeça e tua direita me abrace feliz e que me beijes com teu ósculo de suprema felicidade (cf. Ct 2,4.6). Entregue a esta contemplação, não te esqueças desta pobrezinha, tua mãe, pois sabes estar indelevelmente gravada tua suave lembrança nas tábuas de meu coração e que para mim és a mais querida de todas.

Santa Clara de Assis

Santa Clara de Assis | arquisp
11 de agosto

Santa Clara de Assis

Clara nasceu em Assis, no ano 1193, no seio de uma família da nobreza italiana, muito rica, onde possuía de tudo. Porém o que a menina mais queria era seguir os ensinamentos de Francisco de Assis. Aliás, foi Clara a primeira mulher da Igreja a entusiasmar-se com o ideal franciscano. Sua família, entretanto, era contrária à sua resolução de seguir a vida religiosa, mas nada a demoveu do seu propósito.

No dia 18 de março de 1212, aos dezenove anos de idade, fugiu de casa e, humilde, apresentou-se na igreja de Santa Maria dos Anjos, onde era aguardada por Francisco e seus frades. Ele, então, cortou-lhe o cabelo, pediu que vestisse um modesto hábito de lã e pronunciasse os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência.

Depois disso, Clara, a conselho de Francisco, ingressou no Mosteiro beneditino de São Paulo das Abadessas, para ir se familiarizando com a vida em comum. Pouco depois foi para a Ermida de Santo Ângelo de Panço, onde Inês, sua irmã de sangue, juntou-se a ela.

Pouco tempo depois, Francisco levou-as para o humilde Convento de São Damião, destinado à Ordem Segunda Franciscana, das monjas. Em agosto, quando ingressou Pacífica de Guelfúcio, Francisco deu às irmãs sua primeira forma de vida religiosa. Elas, primeiramente, foram chamadas de "Damianitas", depois, como Clara escolheu, de "Damas Pobres", e finalmente, como sempre serão chamadas, de "Clarissas".

Em 1216, sempre orientada por Francisco, Clara aceitou para a sua Ordem as regras beneditinas e o título de abadessa. Mas conseguiu o "privilégio da pobreza" do papa Inocêncio III, mantendo, assim, o carisma franciscano. O testemunho de fé de Clara foi tão grande que sua mãe, Ortolana, e mais uma de suas irmãs, Beatriz, abandonaram seus ricos palácios e foram viver ao seu lado, ingressando também na nova Ordem fundada por ela.

A partir de 1224, Clara adoeceu e, aos poucos, foi definhando. Em 1226, Francisco de Assis morreu e Clara teve visões projetadas na parede da sua pequena cela. Lá, via Francisco e os ritos das solenidades do seu funeral que estavam acontecendo na igreja. Anteriormente, tivera esse mesmo tipo de visão numa noite de Natal, quando viu, projetado, o presépio e pôde assistir ao santo ofício que se desenvolvia na igreja de Santa Maria dos Anjos. Por essas visões, que pareciam filmes projetados numa tela, santa Clara é considerada Padroeira da Televisão e de todos os seus profissionais.

Depois da morte de são Francisco, Clara viveu mais vinte e sete anos, dando continuidade à obra que aprendera e iniciara com ele. Outro feito de Clara ocorreu em 1240, quando, portando nas mãos o Santíssimo Sacramento, defendeu a cidade de Assis do ataque do exercito dos turcos muçulmanos.

No dia 11 de agosto de 1253, algumas horas antes de morrer, Clara recebeu das mãos de um enviado do papa Inocêncio IV a aguardada bula de aprovação canônica, deixando, assim, as sua "irmãs clarissas" asseguradas. Dois anos após sua morte, o papa Alexandre IV proclamou santa Clara de Assis.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Edith Stein se converteu ao catolicismo depois de ler este livro

Natata | Shutterstock
Por Philip Kosloski

Foi depois de ler a história de vida de uma santa que a filósofa ateia começou sua jornada na Igreja Católica.

Embora criada na fé judaica, Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz) se distanciou de todas as religiões na idade adulta. No entanto, ela seguiu em busca da verdade, principalmente através do estudo da filosofia moderna.

Essa jornada intelectual a levou a explorar os escritos cristãos, como o Novo Testamento e os “Exercícios Espirituais” de Santo Inácio de Loyola.

No entanto, sua cabeça e seu coração foram cativados pela autobiografia de Santa Teresa de Ávila (“Livro da Vida“).

Cultor de Livros

A biografia de Edith Stein publicada no site oficial do Vaticano ilustra esta passagem da vida dela:

“De maneira brilhante obteve o doutoramento em filosofia e tornou-se assistente universitária do seu mestre, Edmund Husserl. Incansável e perspicaz investigadora da verdade, através do estudo e da frequência dos fermentos cristãos e, por fim, através da leitura da autobiografia de Santa Teresa de Ávila, encontrou Jesus Cristo que resplandecia no mistério da cruz e, com jubilosa resolução, aderiu ao Evangelho.”

Segundo o Instituto de Estudos Carmelitas, havia muito para Edith Stein aprender com a vida de Santa Teresa, incluindo suas lutas com a oração e a vida interior:

“[St. Teresa de Ávila] começa contando como desde muito cedo começou a receber a abundante graça de Deus. Ela foi apresentada ao caminho da oração e, aos 20 e poucos anos, isso até a levou a alguma experiência inicial na oração mística. Embora ela tenha frustrado repetidamente a obra de Deus, até o ponto de abandonar a oração e a vida interior, Sua misericórdia finalmente foi vitoriosa sobre seu próprio estado lamentável. Quando, no final, ela se rendeu mais totalmente à Sua graça, Deus começou Sua obra admirável e mais imediata na alma dela.”

Alguns meses depois de ler o livro, em 1º de janeiro de 1922, Edith Stein recebeu o batismo na Igreja Católica e acabaria se tornando uma freira carmelita, escolhendo o nome Teresa em homenagem a Santa Teresa de Ávila. 

Presa com outros judeus na Holanda, ela foi enviada para Auschwitz, onde foi morta na câmara de gás.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa Francisco fala sobre a vida depois da morte

Papa Francisco durante Audiência Geral (Foto de arquivo) / Daniel Ibáñez
(ACI Prensa)

Vaticano, 10 ago. 22 / 09:22 am (ACI).- “A nossa vida não se destina a fechar-se em si mesma, numa imaginária perfeição terrestre: está destinada a ir além, através da passagem da morte, visto que a morte é uma passagem. Na verdade, o nosso lugar estável, o nosso ponto de chegada não é aqui, é ao lado do Senhor, onde Ele habita para sempre”, disse o papa Francisco na Audiência Geral de hoje (10).

Francisco entrou com a ajuda de uma bengala e não em cadeira de rodas na Aula Paulo VI do Vaticano para a audiência geral semanal.

O papa continuou com a série de catequeses sobre a velhice. Ele refletiu sobre a “comovedora intimidade da despedida de Jesus dos seus, amplamente narrada no Evangelho de João” destacando as “belas palavras do Senhor” ditas no discurso de despedida que “começa com palavras de consolação e promessa: ‘Não se turbe o vosso coração’; ‘Quando Eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, virei novamente e levar-vos-ei comigo, para que onde Eu estiver estejais vós também’”.

Segundo o papa, “a velhice é o tempo propício para o testemunho comovedor e jubiloso desta expectativa. O idoso e a idosa permanecem à espera, à espera de um encontro. Na velhice, as obras da fé que nos aproximam, a nós e aos outros, do reino de Deus, já estão para além do poder das energias, palavras e impulsos da juventude e da maturidade. Mas tornam ainda mais transparente a promessa do verdadeiro destino da vida”.

“E qual é o verdadeiro destino da vida? Um lugar à mesa com Deus, no mundo de Deus", disse Francisco.

Para Francisco, “a presunção de parar o tempo – desejar a juventude eterna, a riqueza ilimitada, o poder absoluto – não só é impossível, mas delirante”.

Por isso, explicou ele, “a nossa existência na terra é o tempo da iniciação à vida: é vida, mas que te leva em frente para uma existência mais plena, a iniciação daquela mais plena; uma vida que somente em Deus encontra o cumprimento. Somos imperfeitos desde o início e continuamos imperfeitos até ao fim”.

"Aqui na terra começa o processo do nosso ‘noviciado’: somos aprendizes da vida – no meio de mil dificuldades – aprendemos a apreciar o dom de Deus, honramos a responsabilidade de o partilhar e de o fazer frutificar para todos. O tempo da vida na terra é a graça desta passagem”.

Refletindo sobre a promessa de Deus, Francisco afirmou que “o espaço de Deus, que Jesus nos prepara com todo o cuidado, é superior ao tempo da nossa vida mortal” e acrescentou: “eis: a velhice aproxima a esperança deste cumprimento. A velhice conhece definitivamente o significado do tempo e as limitações do lugar em que vivemos a nossa iniciação. É por isso que a velhice é sábia: é por isso que os idosos são sábios”.

“Seria interessante ver se nas Igrejas locais existe alguma referência específica, destinada a revitalizar este ministério especial da expetativa do Senhor – é um ministério, o ministério da expetativa do Senhor – encorajando os carismas individuais e as qualidades comunitárias da pessoa idosa" convidou o papa.

O papa convidou a viver na expectativa do Senhor para que "a 'apologia' da fé, que dá razão de nossa esperança para todos" torne transparente "a promessa de Jesus, projetando-se para a Cidade santa, da qual fala o livro do Apocalipse”.

“A velhice é a fase da vida mais adequada para propagar a boa notícia de que a vida é uma iniciação para um cumprimento definitivo. Os idosos constituem uma promessa, um testemunho de promessa. E o melhor ainda há de vir. O melhor ainda há de vir: é como a mensagem do idoso e da idosa crentes, o melhor ainda há de vir. Deus conceda a todos nós uma velhice capaz disto”, concluiu o papa.

No final dos resumos da catequese em diferentes idiomas, o papa permaneceu sentado e cumprimentou pessoalmente vários grupos de fiéis, incluindo grupos de freiras e uma delegação do México em trajes indígenas nativos. Por fim, Francisco percorreu os corredores em cadeira de rodas para saudar e abençoar as pessoas presentes.

Fonte: https://www.acidigital.com/

“Nenhum governo tem garantido o pleno exercício dos direitos dos povos da Amazônia”

Jovem indígena participante do X Fórum Social Pan-Amazônico.
Foto: RosaMMartins

De acordo com Declaração, Amazônia vive sob múltipla opressão de um sistema patriarcal, racista, capitalista e colonial.

Rosa M. Martins/REPAM-Brasil

A afirmação faz parte da Declaração divulgada no final do X Fórum Social, por representantes dos mais variados povos dos países Pan-Amazônicos. O evento aconteceu de 28 a 31 de julho nas dependências da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA.

Ao denunciar que nenhum governo, até o exato momento, tem garantido o pleno exercício dos direitos dos povos amazônicos na defesa da Mãe Natureza, o Documento se faz consonante com a fala do Papa Francisco, em janeiro de 2018, – às portas do Sínodo para a Amazônia -, em Porto Maldonado, Peru, capital do Estado Madre de Dios na Amazônia, uma região que passou por desmatamento significativo (62.500 hectares entre 2012 e 2016) e também por violência significativa devido à mineração ilegal. No seu discurso Francisco foi enfático ao dizer que “a Amazônia está sendo disputada em todas as frentes e  existe a pressão exercida por grandes interesses econômicos que concentram sua avidez sobre o petróleo, gás, madeira, ouro e monocultivos agroindustriais. (…)”.

Francisco ainda chamou a Igreja e a sociedade para responsabilidade de mudança ao ressaltar que “nós devemos romper com o paradigma histórico que vê a Amazônia como uma fonte inesgotável de suprimentos para outros países, sem ter em conta seus habitantes.”

De acordo com a Declaração, a desigualdade social e a violência estrutural e factual que destroem e envenenam a vida no território, como a falsa premissa do desenvolvimento, a extração da borracha, madeira, petróleo, agronegócio, grandes hidrelétricas e mega-mineração que avançou sobre os diferentes territórios amazônicos e foi inserida em modelos de caráter colonial, incluindo propostas de mercantilização de elementos do bioma, são ameaças reais pelas quais têm passados os povos e a floresta.

O Documento traça proposta políticas e exigem “um modelo político, social e econômico que priorize a integridade de nossa casa comum, que reconheça e respeite os territórios e o pleno exercício dos direitos dos povos amazônicos e dos direitos da Natureza”.

Leia a íntegra do Documento:

Abraçados em frente ao Rio Guamá, no grande encontro de toda a diversidade que habita a Pan Amazônia, nós, indígenas, negros, quilombolas, camponeses, ribeirinhos, urbanos, de todos os gênero e faixas etárias dos nove países da Bacia Amazônica: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, reafirmamos a viagem que começamos há 20 anos, desde o Primeiro Encontro como Fórum Social Pan-Amazônico, com a esperança de um “Outro mundo possível”. Não podíamos imaginar, na época, que hoje o mundo seria ainda pior.

2.    Hoje, a Amazônia está no seu pior momento, devastada por governos para os quais a natureza é uma mercadoria e os direitos dos povos não têm validade. Até hoje, nenhum governo tem garantido o pleno exercício dos direitos dos povos amazônicos na defesa da Mãe Natureza. Nesta situação, é necessário chamar os movimentos sociais, apelar para a criatividade, aprender com os erros e continuar a luta.

3.    O que percebemos ontem como ameaças são hoje realidades derivadas de um sistema de opressão múltipla: patriarcal, racista, capitalista e colonial, que localizou a grande Bacia Amazônica como sua mais recente fronteira de expansão, colocando em risco todas as formas de vida e aqueles que as defendem.

Sob a falsa premissa do desenvolvimento, a extração da borracha, madeira, petróleo, agronegócio, grandes hidrelétricas e mega-mineração avançou sobre os diferentes territórios amazônicos e foi inserida em modelos de caráter colonial, incluindo propostas de mercantilização de elementos do bioma. Sob este pretexto, os territórios estão sendo militarizados e os bens comuns saqueados, para gerar lucros. A desigualdade social e a violência estrutural e factual estão se aprofundando para a todas as populações da região Pan-Amazônica, que hoje vê como toda a vida está sendo destruída e envenenada.

4.    A atual crise climática e sua ameaça civilizacional, consequência do modelo de desenvolvimento, levou o ecossistema amazônico ao ponto de não retorno, ameaçando com a perda irreparável da floresta tropical mais importante do planeta e lar de mais de 50 milhões de pessoas, juntamente com boa parte da biodiversidade planetária. Se não pararmos esta tendência agora, amanhã será a morte da região Pan-Amazônica, vital para frear o aquecimento global e garantir a vida no planeta. O tempo está se esgotando.

5.    Indígenas, camponesas, negras, quilombolas, mulheres populares e urbanas, mulheres trans e lésbicas, uma força de resistência em defesa da vida, continuam a ser violadas pela ação e omissão dos Estados, fundamentalismos políticos e religiosos, patriarcalismo, racismo, militarização e corrupção, enraizadas e instaladas na nossa sociedade capitalista, que através de corporações transnacionais e forças econômicas expropria territórios com impunidade e promove a violação de corpos, o tráfico e controle de pessoas e modos de vida, a violência sexual, feminicídio, violação de direitos sexuais e reprodutivos, ataques contra a diversidade, dissidência sexual e de gênero.

6.    Toda a Bacia Amazônica está passando por uma situação de guerra não convencional, com a participação de forças militares estatais, paramilitares, milícias e traficantes de drogas agindo em conexão com grandes interesses econômicos. A isto se somam medidas coercitivas unilaterais, bloqueios financeiros e econômicos e ameaças militares impostas por grandes potências globais e por grupos fundamentalistas.

7.    Reiteramos que, embora os perigos tenham aumentado, as lutas e resistências adquiriram uma força sem precedentes, a partir da experiência das espiritualidades de nossos povos, que devem continuar a crescer como filhos da Mãe Amazônia. Neste sentido, os povos da Pan-Amazônia estão se organizando, se unindo, lutando por seus territórios e culturas, para tornar possível um futuro. Assim avançam as lutas anti-racistas, anti-patriarcais e anticoloniais, mantendo o otimismo que nos tem caracterizado, mas com um realismo que nos obriga a exigir o que é (im)possível. Este outro mundo é possível.

EXPRESSAMOS A NOSSA PROPOSTA POLÍTICA

8.    Exigimos um modelo político, social e econômico que priorize a integridade de nossa casa comum, que reconheça e respeite os territórios e o pleno exercício dos direitos dos povos amazônicos e dos direitos da Natureza.

9.    Recuperar, valorizar e proteger o conhecimento de homens e mulheres e as formas ancestrais de organização de nossos povos para o cuidado e gestão da água, a proteção de nossos territórios, que incluem nossos rios, limpos e livres de megaprojetos.

10. Nossas alternativas para uma terra sem males são a produção agrícola e florestal diversificada em harmonia com a natureza, agroflorestação, agroecologia, projetos para produção e consumo local, manejo comunitário dos bens comuns, florestas e território, uso de sementes nativas, ecoturismo comunitário, projetos de energias alternativas, cuidado e manejo integrado e participativo de bacias hidrográficas e biorregiões, e muitas outras iniciativas voltadas para a vida e não para a mercantilização da natureza.

11. Propomos articular esforços e lutas em defesa dos territórios da Pan-Amazônia e da vida, bem como, com outros movimentos sociais em outras regiões do mundo, contra o modelo econômico neoliberal patriarcal, colonial e racista que viola todos os nossos direitos individuais e coletivos, contra a corrupção e contra os fundamentalismos políticos, econômicos, socioculturais e religiosos.

12. Exortamos os governos dos países pan-amazônicos a porem em prática seus discursos contra a crise climática e os direitos da Mãe Terra, com medidas reais contra o desmatamento, a degradação e o aumento das emissões, e não com as maquiagens das chamadas economias verdes. Exigimos que eles cumpram e fortaleçam seus compromissos, assumidos em nível internacional.

13. Promover o exercício da autogestão e autodeterminação dos povos indígenas, negros, quilombolas, camponeses e costeiros, permitindo o exercício da gestão pública baseada em sua própria visão normas e procedimentos; isto requer, entre outras coisas, a implementação de mecanismos adequados às novas formas de planejamento que garantam seus modos de vida, respeitando suas cosmovisões. Sem a autogestão territorial dos povos, não há futuro para a Amazônia, nem para o mundo. Exigimos que os Estados cumpram plenamente as sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Além disso, o veredicto de 2015 de Kalina e Lokono pronunciado pela OEA deve ser aplicado pelo governo do Suriname. Finalmente, exigimos a autodeterminação da Guiana, ocupada pela França. Nossa Bacia Amazônica não estará completa até alcançarmos sua descolonização.

14. Rejeitamos as políticas públicas extrativistas dos governos que ameaçam a vida e a natureza. Exigimos o cumprimento do Acordo 169 da OIT, a assinatura, ratificação, respeito e implementação do direito de consulta e consentimento livre, prévio e informado, que inclui o direito de veto devido a objeção de consciência cultural no âmbito da autodeterminação dos povos, e exigimos manter os hidrocarbonetos no subsolo e uma Amazônia livre de mineração.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Arquidiocese de Brasília lança ação de combate à pobreza no Distrito Federal

Ação de combate à pobreza | arqbrasilia

“Partilha Brasília” une Igreja e parceiros no desafio de impedir que população passe fome ou tenha insegurança alimentar.

De um lado, um número cada vez maior de pessoas convivendo com a fome e outras consequências da pobreza. Do outro, dezenas de iniciativas que, de forma isolada, buscam atender essas famílias. Para aproximar esses dois universos, organizar e ampliar a assistência a quem está em situação de vulnerabilidade social, a Igreja Católica lança na próxima segunda-feira (15) a ação Partilha Brasília. Idealizado pelo arcebispo, Dom Paulo Cezar Costa, o projeto tem como principal propósito mobilizar diferentes atores sociais tanto do setor público quanto da iniciativa privada e da sociedade civil em torno de uma grande ação em defesa dos mais pobres.

No lançamento, marcado para as 10 horas na sede da Cúria Metropolitana, será apresentado um pacote de ações a serem executadas a partir da estrutura da Arquidiocese e também do trabalho de parceiros. Serão firmados termos de cooperação entre a Igreja e instituições do Sistema Fecomércio (Senac e Sesc), as secretarias do Trabalho e de Justiça do GDF, a Universidade Unieuro, além de empresários, entre outros atores que já aceitaram o convite para colaborar com a iniciativa.

A percepção de que a Igreja poderia emprestar credibilidade e estar na linha de frente do enfrentamento à miséria começou a ganhar força há cerca de dois meses, quando foi divulgada uma pesquisa nacional que aponta que mais da metade ( 57%) da população brasileira está em situação de insegurança alimentar e que 33 milhões de pessoas passam fome. Um cenário que também é crescente no Distrito Federal, sobretudo nesse momento de pós pandemia. “Na celebração de Corpus Christi, deste ano, percebemos que não podemos continuar a celebrar e a participar da Eucaristia com a consciência tranquila, mediante esta situação. Compartilhamos essa realidade com o Governo da Arquidiocese e com os padres, na reunião do clero e assim nasceu o projeto”, explica Dom Paulo Cezar.

As ações serão desenvolvidas por meio do Vicariato Social e poderão envolver todas as paróquias da Arquidiocese e as Obras Assistenciais da Arquidiocese de Brasília (Oassab), além de associações, congregações e parceiros externos. “Responderemos às necessidades imediatas através da doação de cestas básicas, mas queremos ajudar as pessoas a saírem de sua situação, a serem sujeitos da própria história. Queremos, como nos pede papa Francisco, ser uma Igreja missionária, uma Igreja que vai ao encontro das periferias humanas e existenciais”, completa o arcebispo.

Presidente da Oassab, frei Rogério Soares, explica que a ação Partilha Brasília é uma frente na atuação social da arquidiocese. Segundo ele, tão logo a ideia de Dom Paulo foi apresentada, começaram as articulações para viabilizar o projeto por meio de convites e do envolvimento de vários parceiros. Ele faz questão de dizer que se trata de uma atitude cristã, bíblica, mas também de uma ação de cidadania e defesa do bem comum. “A ideia é que venha mais gente, mais instituições e que possamos ter ações de enfrentamento à desigualdade e à pobreza com intervenções exitosas e eficazes também na oferta de atividades de qualificação técnica, formação profissional e pela oferta de microcrédito”, exemplifica.

Ponto de partida – Já na próxima segunda-feira serão anunciadas algumas medidas concretas e de funcionamento imediato. Uma delas será o funcionamento de três pontos de atendimento aos mais pobres: no Prédio da Oassab, 601 Sul, no Santuário São Francisco de Assis que fica na 915 Norte e na Paróquia Sagrado Mercês, localizada na 615 Sul. Outra frente será a confecção do cartão-atendimento – uma espécie de cartão de visita com os endereços dos postos de atendimento. Nesse caso, a medida pretende facilitar o direcionamento das pessoas em situação de vulnerabilidade para que possam chegar aos locais de assistência.

Também será anunciada a abertura de vagas em comunidades terapêuticas para acolher quem necessita desse tipo de suporte especializado, além de ações para atendimento à população em situação de rua. O lançamento de um programa de  microcrédito, por meio do qual, pequenos empréstimos serão concedidos a pequenos empreendedores é outra frente a ser oficializada no dia 15 de agosto. Na mesma data, durante a solenidade de lançamento do Partilha Brasília, Dom Paulo Cezar fará um chamamento público para que toda a sociedade participe de uma grande campanha de arrecadação de donativos e cestas básicas.

Serviço:

O Que: Lançamento da Ação Partilha Brasília – Ação Social da Arquidiocese de Brasília

Quando: 15 de agosto às 10 horas

Onde: Cúria Metropolitana de Brasília – 601 – Esplanada dos Ministérios – Lote 12, Edifício João Paulo II

Contatos:  Dione Tiago 61 99256 20 53

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Uma economia nova

Economia de Francisco | Vatican News

Francisco pede para rezarmos “para que os pequenos e médios empreendedores, atingidos fortemente pela crise econômica e social, encontrem os meios necessários para prosseguir com a própria atividade, ao serviço das comunidades onde vivem”.

Ir. Darlei Zanon -  Religioso Paulino

É já muito evidente o empenho do Papa Francisco na promoção de um novo modelo econômico, que privilegie a vida e as pessoas ao invés dos números e as finanças. O evento mais significativo, que ainda está em processo de aplicação, é o Economia de Francisco, no qual o Papa pede sobretudo que a sociedade ponha em prática “uma economia diferente, que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a devasta” (cf. Carta aos jovens para o evento Economy of Francesco).

No seu vídeo do mês de agosto, Francisco aborda novamente esse tema, mas sob nova perspectiva. A sua intenção de oração do mês põe ao centro os pequenos e médios empresários, muito afetados sobretudo no atual contexto de pandemia e guerras. Francisco pede para rezarmos “para que os pequenos e médios empreendedores, atingidos fortemente pela crise econômica e social, encontrem os meios necessários para prosseguir com a própria atividade, ao serviço das comunidades onde vivem”. O Papa enfatiza o potencial destes líderes para mudarem a situação socioeconômica a partir das bases, pois são eles que geram empregos e movimentam a economia familiar, investindo as suas reservas para o bem comum e não as escondendo nos paraísos fiscais, ou vivendo de especulação financeira.

O foco no bem comum e na valorização da pessoa (o trabalhador) aparece em diversos discursos e mensagens do Papa. Aos membros da associação italiana ANIMA, por exemplo, em março deste ano, afirmou: “Se quisermos que o mundo futuro seja habitável e digno do homem, a economia deve ser mais livre do poder das finanças e mais criativa na procura de formas de produção orientadas para uma ecologia integral. A economia deve ser concreta, e não “líquida” nem “gasosa”, como é o perigo das finanças. A globalização deve ser “governada”, para que o global não seja em desvantagem do local, mas as duas dimensões permaneçam numa ligação virtuosa e frutuosa. Penso, e espero, que a construção de uma nova economia que respeite a dignidade humana e o meio ambiente pode e deve começar de baixo. De facto, já começou de baixo: em todo o mundo há muitas experiências de empresas éticas e sustentáveis que estão a traçar um caminho. Precisamos de encorajar a comunicação e a partilha entre estas experiências, para que se forme uma rede que possa ter um impacto a uma escala cada vez mais vasta.” (14 março 2022)

Em outra recente mensagem, aos participantes da Conferência Europeia da Juventude, que aconteceu de 11 a 13 de julho em Praga, na República Tcheca, o Papa exortou os jovens a serem empreendedores, criativos e críticos. “Fazei ouvir a vossa voz!” exortou o Pontífice, afirmando ainda: “Que sejais jovens generativos, capazes de gerar novas ideias, novas visões do mundo, da economia, da política, da convivência social; e não só novas ideias, mas sobretudo novos caminhos para serem percorridos juntos.”

O empreendedorismo exaltado pelo Papa Francisco, no entanto, tem características muito concretas. Num discurso a uma delegação de empresários franceses no início deste ano, o Papa desenvolveu quatro conceitos-chaves que definem e ao mesmo tempo orientam o empreendedorismo cristão. O primeiro é o dilema entre ideal e realidade. A procura do bem comum é o ideal de todo empreendedor católico, deve ser o elemento determinante no discernimento e nas escolhas dos líderes. No entanto o Papa recorda que esse ideal muitas vezes é obstaculizado pela realidade, ou seja, ele “deve conformar-se com as obrigações impostas pelos sistemas econômicos e financeiros atualmente em vigor, que muitas vezes ridicularizam os princípios evangélicos de justiça social e caridade”.

O segundo binômio recordado pelo Papa naquela ocasião é o da autoridade-serviço: “O exercício da autoridade como serviço requer a sua partilha.” Francisco encorajou os empresários franceses – e encoraja agora todos os empreendedores do mundo – a “estar perto daqueles que trabalham convosco a todos os níveis: a interessar-vos pelas suas vidas, a terdes consciência das suas dificuldades, sofrimentos, ansiedades, mas também das suas alegrias, projetos e esperanças” (7 de janeiro de 2022). Considerando cuidadosamente o lugar atribuído a cada pessoa da empresa, o dirigente cristão é chamado a tomar decisões corajosas, mas envolvendo o máximo possível todos os colaboradores.

Durante este mês de agosto, unamo-nos ao Papa, não apenas rezando pelos pequenos empreendedores, mas sobretudo pelo florescer de uma economia diferente, que privilegie a vida e a dignidade humana, refutando qualquer forma de exploração, abuso ou descarte. Boa oração e bom mês a todos!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF