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sábado, 13 de agosto de 2022

São Ponciano e Santo Hipólito

SS. Ponciano e Hipólito | arquisp
13 de agosto

São Ponciano e Santo Hipólito

Para o mundo profano este dia representa um instante negativo, mas os cristãos sabem que não é verdade. Tanto que este dia lembra um momento histórico muito positivo para o cristianismo, protagonizado pelo gesto humilde e solidário de Ponciano e Hipólito, papa e sacerdote, que viveram em Roma no século III.

Tudo começou sob o governo do imperador Alexandre Severo, que, condescendente, aceitou a diversidade religiosa, não perseguiu os cristãos e permitiu que a Igreja se reorganizasse. Durante essa trégua externa, a batalha foi travada internamente, no meio do clero católico, ocasionando a primeira ruptura na Igreja de Roma, que contrapôs ao legítimo pontífice um antipapa, no caso o próprio Hipólito.

Hipólito era um sacerdote culto, austero, pouco tolerante e indulgente, sempre enxergando, ou mesmo temendo, que cada reforma pudesse violar a verdadeira doutrina cristã. Por esse extremado cuidado acusou de heresia o papa são Zeferino e o diácono Calisto. Seu ímpeto de guardião culminou quando este último foi eleito papa em 217. Hipólito rebelou-se e acabou sendo indevidamente eleito papa pelos bispos seus partidários.

Esse cisma manteve-se na Igreja até mesmo nos pontificados de Ubaldo I e Ponciano, que foi eleito em 230. Na ocasião, morrera em combate o imperador Alexandre Severo, sendo sucedido por Maximino, tirano que retomou a perseguição aos cristãos. E começou de forma singular: deparando-se com a existência de dois papas, deportou ambos, condenando-os a trabalhos forçados numa mina de pedras da Sardenha.

Ponciano foi o primeiro papa a ser deportado. Era um fato novo para a Igreja, que ele administrou com sabedoria, sagacidade e muita humildade. Para que seu rebanho não ficasse sem pastor, renunciou ao trono de Pedro, tornando-se, também, o primeiro papa da Igreja a usar este recurso extremo. Foi sucedido pelo papa Antero, de origem grega, que exerceu a função por apenas quarenta dias.

Todavia seu gesto comoveu Hipólito, que percebeu o sincero zelo apostólico de Ponciano. Por isso também renunciou ao seu posto, interrompendo o prolongado cisma e reconciliando-se com a Igreja de Roma, antes de morrer, em 235, mesmo ano da morte de Ponciano.

O cristianismo só se beneficiou porque Hipólito tornou-se o mais importante filósofo cristão do final do século III. As suas obras mais conhecidas são "Teorias filosóficas", o "Livro de Daniel" e "A tradição apostólica", que aborda temas importantes, como rito, disciplina e costumes cristãos da época. Papa Ponciano, por sua vez, instituiu o canto dos salmos, a reza do "confiteor Deo" antes de morrer e o uso do "Dominus vobiscum". E, o fundamental: pôs fim à heresia de Hipólito.

Os corpos desses dois mártires foram trasladados para Roma no dia 13 de agosto de 354, onde, com grande honra, foram sepultados. Santo Hipólito no cemitério da via Tiburtina e o papa são Ponciano nas catacumbas de são Calisto. A festa litúrgica foi mantida neste dia para a veneração de ambos.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Ao querido papai!

Meu querido Papai! | YouTube

Dom Carlos José

Bispo de Apucarana (PR)

“Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação de vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe agrada e o que é perfeito. ”  (Rm, 12, 2)

Honrar pai e mãe! Tão importante é honrar pai e mãe que, após os três primeiros, esse mandamento vem em quarto lugar, para nos lembrar de nossas origens, do dom de nossa vida que, já desejada por Deus antes do nosso nascimento, nos remete à união de nossos pais terrenos, nossos genitores. Escolhidos por Deus para serem transmissores da vida, nossos pais são os primeiros a nos acolher com amor, carinho e afeto. Criados por Deus, homem e mulher receberam o dom divino de gerar vidas novas e únicas, perpetuando a espécie humana.

Muito se fala das mães, seja por conta da gravidez, da amamentação e dos primeiros cuidados para com os filhos e reconhece-se tudo isso no dom maravilhoso da maternidade; porém, quase nada se fala dos pais, de sua importância e missão na geração e criação dos filhos. Ao celebrarmos o Dia dos Pais, é importante que, primeiramente, nos lembremos que Deus é o Pai de todos. O amor incondicional de Deus é a fonte e modelo de inspiração para o amor paterno. Ser pai é um dom especial, é uma vocação, um chamado à participação no plano da criação, é trazer à vida um novo ser para conduzi-lo e educá-lo conforme os ensinamentos e valores desejados por Deus, como fez São José ao ser escolhido como Pai terreno de Jesus. Homem de virtudes, justo e temente a Deus, São José não mediu esforços para salvaguardar e proteger a vida do Filho de Deus, tornando-se perpetuamente, exemplo de hombridade e obediência ao chamado do Criador.   Todo filho e filha tem no pai o primeiro modelo e referência de como se deve viver e é a ele, o pai, que   imitam em suas primeiras brincadeiras e levando seus exemplos para a vida também. Ser pai é ser, principalmente, o transmissor da fé católica com atitudes e gestos concretos de quem crê que “Cristo Vive e somos suas testemunhas”, conforme nos ensina o Tema do Mês Vocacional deste ano. Diferentemente do passado, onde o pai era visto mais como provedor e chefe da família, hoje temos os pais mais inseridos na vida cotidiana de cuidados e afazeres em relação à criação dos filhos, desde a mais tenra idade destes. Isso contribui para que os filhos vejam a participação de ambos, pai e mãe, na rotina familiar, o que dá a eles novas perspectivas de unidade e comunhão familiar. Bendito os pais que se espelham em São José e, apesar de tantas tribulações e dificuldades que vivemos nos dias atuais, se empenham com destemor e coragem para criarem seus filhos para Deus e não para o mundo. Bendito os avós que assumem como pais os filhos de seus filhos. Bendito os pais que, sem poderem gerar filhos de sua própria carne, geram-nos no coração, como pais adotivos. Que todos os pais, diante das limitações humanas que possuem, possam agir como o pai da parábola do filho pródigo: amar os que estão juntos e no caminho reto, amando também os que se desviam e voltam buscando o perdão e a reconciliação. Assim como Deus que está presente em todos os momentos de nossa vida, que os pais sejam presentes no amor, na compreensão e na unidade familiar, não se conformando com as propostas deste mundo, mas pedindo em oração o discernimento necessário para cuidar dos filhos conforme a vontade de Deus. À Virgem Maria entreguemos a vida de todos os pais, rogando sua benção, proteção e intercessão.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Santa Dulce Lopes Pontes

Santa Dulce dos Pobres | Vatican News
13 de agosto

Irmã Dulce dos Pobres, mística brasileira, também conhecida como “Anjo bom da Bahia”, tinha como lema “Amar e Servir”: fez da sua existência um instrumento vivo de fé, amor e serviço aos indigentes e enfermos.

Vatican News

Dulce Lopes Pontes

A Igreja Católica recorda hoje Santa Dulce Lopes Pontes, também chamada de "Anjo bom da Bahia", a "Irmã Dulce dos pobres".

Maria Rita nasceu em 26 de maio de 1914, na freguesia de Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, Bahia, segunda filha do cirurgião dentista Augusto Lopes Pontes, professor de Odontologia, e Dona Dulce Maria de Souza. Foi batizada com o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes.

A menina era muito alegre, adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha especial predileção pelo futebol. De fato, era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time da classe operária e excluídos da sociedade.

Em 1921, aos sete anos, ficou órfã de sua mãe, falecida com apenas 26 anos de idade. No ano seguinte, junto com seus irmãos, Augusto e Dulcinha, fez a Primeira Comunhão na igreja de Santo Antônio Além do Carmo.

Aos 13 anos, graças à influência da sua família e ao seu senso de justiça, a jovenzinha passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando-a em um pequeno “centro de atendimento”, que ficou conhecido como “Portaria de São Francisco”. Na época, ao visitar com sua tia, a periferia da cidade, bairros onde moravam os pobres e excluídos, Maria Rita começou a manifestar, pela primeira vez, o desejo de dedicar-se à vida religiosa.

Irmã Dulce e suas numerosas atividades

Em 8 de fevereiro de 1933, após sua formatura em Magistério, Maria Rita entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe, onde recebeu o hábito religioso, mudando seu nome para Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.

A primeira missão de Irmã Dulce como religiosa foi ensinar em um colégio, mantido pela sua Congregação, no bairro da Massaranduba, Cidade Baixa de Salvador. Mas, seu pensamento estava sempre voltado para o trabalho com os pobres.

Em 1935, começou a dar assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas no bairro de Itapagipe, onde moravam numerosos trabalhadores. Ali, deu início a um posto médico, que, em 1936, se tornou “União Operária São Francisco”, a primeira organização católica do estado, que, depois, se transformou em “Círculo Operário da Bahia”, fundado em 1937, com Frei Hildebrando Kruthaup. Dois anos depois, Irmã Dulce inaugurou o “Colégio Santo Antônio”, uma escola pública para operários e seus filhos, no bairro da Massaranduba.

Relíquias da “Madre Teresa do Brasil”

A causa da Canonização de Irmã Dulce teve início em janeiro de 2000. Seus restos mortais, que, desde 1992 - ano de seu falecimento – jaziam na igreja da Conceição da Praia, foram transladados para a Capela do Convento Santo Antônio, sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), em Salvador.

A Congregação das Causa dos Santos, após a Positio, documento canônico sobre os dados biográficos, virtudes e testemunhos do processo de canonização, definiu a santa “Madre Teresa do Brasil” como a “Madre Teresa de Calcutá”, “conforto para os pobres e exame de consciência para os ricos”.

No dia 9 de junho de 2010, deu-se a exumação e translado das relíquias da Irmã Dulce para a Capela definitiva, na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, hoje, Santuário Santa Dulce dos Pobres, situado ao lado da sede da OSID (Obras Sociais Irmã Dulce), lugar onde a santa havia fundado o Círculo Operário da Bahia, na década de 40. Ali, se encontra o túmulo da Mãe dos Pobres, lugar de devoção e fé.

Em setembro de 2019, por ocasião da sua Canonização, presidida pelo Papa Francisco, o local foi reformado, ganhando um túmulo de vidro com uma efígie, em tamanho real, da Santa Dulce dos Pobres.

Obras sociais “Irmã Dulce”.

Maria Rita Pontes, sobrinha da Irmã Dulce, escreveu uma biografia sobre sua tia, na qual destaca os exemplos de bondade, caridade e amor ao próximo da “Mãe dos Pobres”.

IRMÃ DULCE COMPARADA COM “MADRE TERESA”

(Congregação das Causas dos Santos)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

MINISTÉRIO DO CATEQUISTA

cnbb

59ª AG CNBB: BISPOS VALIDARÃO SUBSÍDIO QUE TRATA SOBRE OS CRITÉRIOS PARA A INSTITUIÇÃO DO MINISTÉRIO DO CATEQUISTA

 

Dom José Antônio Peruzzo, presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), gravou um vídeo sobre o subsídio que trata sobre os critérios e encaminhamentos práticos para a instituição do ministério de catequista. O documento será objeto de apreciação e votação por parte do episcopado brasileiro durante a 59ª Assembleia Geral da CNBB, a ser realizada em Aparecida (SP), de 28 de agosto a 2 de setembro.

Dom José Antônio Peruzzo | cnbb

A intenção, com a votação do subsídio na 59ª Assembleia, segundo dom Peruzzo, é que os bispos reconheçam se de fato o documento é válido e se pode oferecer às dioceses uma espécie de roteiro.

“O subsídio é um referencial a partir do qual cada bispo e na circunscrição em que lhe é confiada siga o quanto possível esses critérios propostos e refletidos”, disse.

O objetivo, de acordo com ele, é que o bispos implantem o que o Papa Francisco pediu e determinou que vale como uma das expressões sublimes de evangelização: valorizar os catequistas como ministros evangelizadores.

Na gravação, dom Peruzzo esclarece que o subsídio “Critérios e itinerário para a Instituição do Ministério de Catequista” foi preparado pela Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB e teve como inspiração o Motu Proprio Antiquum Ministerium, do Papa Francisco, no qual a Igreja reconhece o Ministério de Catequista.

Ademais, o arcebispo salientou que o subsídio traz algumas considerações que podem ser colocadas em prática na vida comunitária.

Assista o vídeo na íntegra:

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Abertura Arquidiocesana da Semana Nacional da Família 2022

arqbrasilia

De 14 a 21 de agosto, acontece a Semana Nacional da Família 2022, que, neste ano, tem como tema: “Amor familiar, vocação e caminho de santidade”.

Em nossa Arquidiocese, o Setor Vida e Família convida a todos a participarem da abertura da Semana Nacional da Família no dia 13 de agosto, sábado, às 15h30 no Auditório da Cúria Metropolitana de Brasília com participação de Ronaldo da Silva – Canção Nova, e Michelle Abrantes. Às 17h, Santa Missa na Catedral Metropolitana, presidida por Dom Paulo Cezar, Arcebispo de Brasília.

Nas paróquias haverá programação de 14 a 20 de agosto.

A coordenação do Setor Vida e Família salienta a importância de procuramos nossas paróquias e nos informarmos sobre a programação da Semana Nacional da Família.
arqbrasilia

Nossa Senhora da Cabeça

Nossa Senhora da Cabeça | arquisp
12 de agosto

Nossa Senhora da Cabeça

Esta devoção mariana, de origem espanhola, teve início na Andaluzia, mais precisamente na Serra Morena, onde se encontra o Pico da Cabeça.

O pastor Juan de Rivas, depois de participar das guerras entre os mouros e os reis de Castela, mutilado e sem poder carregar armas, retirou-se à Serra Morena para apascentar um pequeno rebanho de sua propriedade. No dia doze de agosto de 1227, por volta da meia-noite, ouviu, em meio a fortes luzes que iluminavam o  monte da Cabeça, o som aprazível de uma campainha.

Vencido o temor, aproximou-se do monte e viu, no meio de uma fogueira, a Virgem Maria. A esplendorosa Senhora lhe pediu para ir à cidade de Andújar dizer a todos que era vontade de Deus que ali se construísse um templo. Juan prometeu cumprir o que era pedido, mas manifestou sua insegurança: não acreditariam nele. Adivinhando seus pensamentos, a Virgem restituiu-lhe o braço perdido. Tal prodígio serviria de prova contra aqueles que duvidassem da veracidade de suas palavras.

Sem conter sua alegria, Juan dirigiu-se ao povoado para contar o prodígio. A população delirante foi ao monte para ver a imagem. Nossa Senhora da Cabeça foi proclamada padroeira da vila. Com a ajuda de cidades vizinhas construíram um belo santuário no lugar da aparição.

Maria Santíssima será invocada sob este título em outros locais da Espanha. Conta a tradição que alguns soldados procedentes de Andújar levavam sob sua proteção uma imagem da Virgem da Cabeça. Quando passaram na vila de Casas Ibáñez, os soldados pediram abrigo para si e para a imagem. A população os acolheu. Uma vez restabelecidos prosseguiram viagem. Com o objetivo de agradecer a hospitalidade, deixaram a imagem na casa de alguma daquelas famílias que foram tão receptivas. Os ibañeses, sensibilizados com o presente e agradecidos pelos favores que começaram a ser concedidos pela Virgem, resolveram construir-lhe uma ermida. A imagem passou a ser propriedade de todos e seu culto se espalhou pelas redondezas.

No Rio de Janeiro, em sua ex-catedral, ainda hoje se venera uma imagem de Nossa Senhora da Cabeça, à qual os devotos oferecem ex-votos em forma de cabeças de cera de todos os tamanhos. Tal devoção data dos tempos da fundação da cidade.

Quando de seu surgimento na Espanha, a devoção a Nossa Senhora da Cabeça não era associada à parte do corpo humano a qual este título mariano nos remete. "Cabeça" era apenas o nome do monte onde Maria Santíssima foi vista. Aqui no Brasil, ela costuma ser invocada para males que atacam o cérebro.

Os fiéis que padecem de cefaléia e as mães de filhos com problemas escolares a ela recorrem para a solução de seus males.

As imagens espanholas de Nossa Senhora da Cabeça não trazem a cabeça de cera masculina que encontramos na imagem que se encontra na ex-catedral do Rio de Janeiro.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Dom Paulo Cezar fala da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

Hoje, 11/8, a igreja faz memória a Santa Clara. Em uma mensagem gravada ao povo fiel da Arquidiocese de Brasília, Dom Paulo Cezar, Arcebispo de Brasília, fala que “a história desta santa relembra para nós que a fé liberta.”

Hoje está sendo lida, em diversas partes do País, uma carta em defesa da democracia e do processo eleitoral, elaborada por iniciativa da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

“Que a leitura dessa carta ajude a fortalecer a consciência da democracia; a consciência de que a democracia é um grande bem a todos nós. Um grande bem a sociedade Brasileira,” conclui Dom Paulo na gravação.

Leia na integrara:

Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!

Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos Cursos Jurídicos no País, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o estado democrático de direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais.

Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal.

Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para o País sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular.

A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.

Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em um País de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude.

Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando a convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.

Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.

Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional.

Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito. Aqui, também não terão.

Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar de lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.

Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos as brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições.

No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.

Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona:

Estado Democrático de Direito Sempre!!!!

Carta publicada em : https://direito.usp.br/noticia/809469c6c4fb-carta-as-brasileiras-e-aos-brasileiros-em-defesa-do-estado-democratico-de-direito

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

O valor da família no plano de Deus, no mundo e nos santos padres

Audiência Geral de 22 de junho de 2022, na Praça São Pedro  (Vatican Media)

"Santo Agostinho, bispo de Hipona, séculos IV e V afirmou que os pais exercem uma função eclesial, sacerdotal, junto do lar familiar. Estes são todos servidores de Cristo, cada um segundo as suas possibilidades, vivendo no bem, fazendo esmolas, anunciando o nome do Senhor. "

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA

A Igreja valoriza a família porque foi criada por Deus, sendo um dom para as pessoas seguidoras de Cristo, do Evangelho e é ao mesmo tempo, responsabilidade humana, por tratar-se de uma missão assumida por duas pessoas, homem e mulher. Ela é também uma realidade eclesial, social fundamental na convivência humana. Para os padres da Igreja a família era uma comunidade que comportava igualdade entre os seus membros[1]. Os padres da Igreja seguiam a doutrina cristã proveniente da Sagrada Escritura que afirma que o homem e a mulher foram criados por Deus(Gn 1,26) e eram perfeitamente iguais diante de Deus pela dignidade e valor[2]. Tinha presentes também a igualdade entre as pessoas de filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs de Jesus Cristo[3].

O mês de agosto oportuniza a reflexão sobre as vocações sendo todas fundamentais diante de Deus porque elas nascem de Deus e tem como fim o serviço às pessoas humanas, à Igreja, à sociedade e à glória do próprio Senhor. Elas colocam a importância do batismo, da crisma, da eucaristia, os sacramentos da iniciação à vida cristã. Após a reflexão da vida sacerdotal ocorrida no primeiro domingo, no segundo domingo, a Igreja coloca a vida matrimonial como outra vocação a ser seguida pelos fieis ao Senhor do qual a grande maioria do povo de Deus a assume para a vida da Igreja, da sociedade, para honra e glória do Senhor Deus Uno e Trino.

A Igreja olha com carinho e amor todas as situações familiares, de modo que a pastoral familiar ajuda muito na resolução e no encaminhamento das diversidades de famílias. A situação familiar exige toda atenção por parte da comunidade eclesial porque se de um lado muitas famílias vivem a unidade, a indissolubilidade no matrimônio, existem outras famílias, enfrentando dificuldades de relacionamento, de separações, de casais de segunda união, e outras formas de famílias. É preciso rezar pelas famílias para que vivam na paz, no amor. A Igreja percebe com fervor os jovens que estão se preparando para a vida matrimonial de modo que constituam uma boa família, porque é das famílias que nascem as vocações.

Os documentos pontifícios ressaltaram a importância da família. O Papa João Paulo II disse que a Igreja iluminada pela fé, coloca como bens preciosos o matrimônio e a família, de modo que anuncia para eles o Evangelho, a Boa Nova para todos aqueles que são chamados ao matrimônio, bem como aos esposos e aos pais do mundo[4]. O Papa Francisco, seguindo a palavra do Senhor, afirmou que o consentimento e a união dos seus corpos, homem e mulher, são os instrumentos da ação divina tornando-os uma só carne (Mc 10,8). Pelo batismo tem as pessoas, a sua capacidade para se unir em matrimônio como ministros do Senhor, respondendo à vocação que vem de Deus[5]. “A família é o âmbito não só da geração, mas também do acolhimento da vida que chega como um presente de Deus”[6]. A seguir veremos nós a importância da família nos padres da Igreja, os primeiros escritores cristãos que em unidade com a palavra de Deus, elaboraram uma doutrina a respeito da família cristã.

 O cuidado com a própria família

São Clemente de Alexandria, padre da Igreja do século II e III disse que a escolha da família é uma vocação e pelo matrimônio a pessoa educará os seus filhos, filhas para a vida e aos valores cristãos. A pessoa age para o bem da família, tendo presente a sua importância para nunca se afastar do amor de Deus e combate contra todas as tentações que atingem os filhos, as filhas, a mulher e outras pessoas da família. A pessoa toma o cuidado com a família, para estabelecer o amor a Deus e ao próximo[7].

 A família, preocupação com o próximo

São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, séculos IV e V, afirmou a importância da família, porque ela alude a preocupação com o próximo. Os pais admoestam os seus filhos, suas filhas em vista do bem comum e do amor ao próximo, de modo que ao realizar tais coisas terão imitadores. Todos os membros da família são chamados à virtude do bem e do amor. Cada pessoa assuma como dever a salvação do próximo[8].

Na família cuidam todos de todos

 São João Crisóstomo ainda afirmou que na família haveria o cuidado de todos para com todos. Cada um dos membros possui uma ovelha para cuidar. O homem com as suas palavras e obras, torna a sua casa e a sua família mais piedosa; a mulher, por sua parte demonstre ser uma boa dona de casa e ajude para que todos os membros façam obras boas para o reino dos céus. Na vida social viva bem a família, seja nos compromissos pelos pagamentos de impostos, seja pela boa convivência junto com outras famílias, de modo que as famílias agradem a Deus. É muito importante que a família busque a virtude da caridade e também faça obras boas em favor do próximo[9].

A obediência aos pais

Teodoreto de Ciro, bispo na Síria, séculos IV e V afirmou a missão do chefe de família na casa. Ele via a importância de ter alguém para coordenar a casa de família, no caso os pais. Ele disse que existe uma semelhança com uma autoridade que também  tem os anjos que como disse a Sagrada Escritura no céu, é habitado não só pelos anjos, mas também pelos arcanjos e se estes mandam, os outros obedecem. Se nas alturas obedecem e outros mandam as ordens com sabedoria, assim também ocorre na família, onde os pais mandam sobre os filhos e filhas, para que tudo vá para frente. Esta ordem vem do Criador na família humana e também existe tal forma de mandar nos sagrados ministros, pois se alguns o Senhor os fez dignos do sacerdócio pelo episcopado, outros os colocou na ordem da obediência de modo que tudo leva as pessoas ao louvor do Criador[10].

 O oficio sacerdotal na família

Santo Agostinho, bispo de Hipona, séculos IV e V afirmou que os pais exercem uma função eclesial, sacerdotal, junto do lar familiar. Estes são todos servidores de Cristo, cada um segundo as suas possibilidades, vivendo no bem, fazendo esmolas, anunciando o nome do Senhor. Quando os pais de famílias assumem a missão de servos de Cristo, fazem o dever de amar os seus familiares com afeto paterno e materno. Eles também ajudam na educação dos filhos, os exorta para a vida familiar e cristã, servindo a Cristo para estar na eternidade com ele. Segundo o bispo de Hipona, muitos não eram nem bispos, nem sacerdotes, mas somente crianças, virgens, jovens, velhos, esposos, esposas, pais, mães de família, servindo Cristo, aos irmãos e irmãs[11].

 Um exemplo de vida familiar, Mônica

 Santo Agostinho, ainda teve presente a sua mãe, Mônica como um exemplo de pessoa na vida familiar. Ela foi educada na sobriedade, submissa aos seus pais, ao Senhor, e na idade adulta, ela assumiu o matrimônio com um marido a quem serviu como senhor. Ela quis levar o marido à vida de virtudes. Ela suportou as infidelidades conjugais, e fez de tudo para que as coisas andassem para frente com a graça de Deus. Mesmo que o pai de Santo Agostinho fosse de coração afetuoso, ele se encolerizava facilmente. Santo Agostinho disse que a sua mãe procurava o momento oportuno para mostrar-lhe a ira dada sem reflexão. Ele agradecia ao Senhor pela fiel serva em cujo seio ele foi criado. Nas discórdias familiares procurava ela quanto possível a conciliação. Nos últimos anos de vida do marido, Patrício, Mônica conquistou-o para o Senhor, buscando uma vida de conversão, de modo que ela não se lamentava mais dos ultrajes que antes sofria. Ela teve uma vida santa pelas boas obras. Ela fora esposa de um só marido, tinha cumprido seu dever para com os pais, governado a casa com dedicação e ela deu um testemunho de vida com boas obras que enalteceram o Senhor[12].

A família é uma benção de Deus Uno e Trino para a Igreja, para o mundo. Rezemos por todas as famílias para que vivam o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. As famílias de ontem e de hoje sejam oportunidades para crescer na paz e no amor no seio familiar, comunitário, social e um dia, elas parti

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[1] Cfr. Famiglia. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristiane, diretto da Angelo Di Berardino, F-O. Genova-Milano, Casa Editrice Marietti S.p.A. 2007, pg. 1904.

[2] Cfr. Idem.

[3] Cfr. Idem.

[4] Cfr. Familiaris Consortio (22 de novembro de 1981) | João Paulo II (vatican.va), 3.

[5] Cfr. Papa Francisco. Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, III, 75. Roma, Tipografia Vaticana, 2016.

[6] Cfr. Idem V.

[7] Cfr. Clemente Alessandrino. Stromata, 7,70,5-71,6. In: La teologia dei padri, v. 3. Roma, Città Nuova Editrice, 1982, pg. 373

[8] Cfr. Giovanni Crisostomo. Omelie sulla seconda lettera ai Tessalonicesi, 5,5. In: Idem, pgs. 374-375.

[9] Cfr. Giovanni Crisostomo. Commento al Vangelo di san Matteo, 77,6. In: Idem, pg. 376.

[10] Cfr. Teodoreto di Cirro. La provvidenza divina, 7. In: Idem, pgs. 375-376.

[11] Cfr. Agostino. Commento al Vangelo di san Giovanni, 51,13. In: idem, pg. 374.

[12] Cfr. Santo Agostinho. Confissões, IX, 9. São Paulo, Paulus, 1997, pgs. 252-254

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Os dez mandamentos do advogado católico

Guadium Press
Em 11 de agosto, comemora-se o Dia do Advogado.

Redação (10/08/2022 18:29Gaudium Press)

1.º) Ir à missa aos domingos (preceito de direito divino: 3.º Mandamento do Decálogo).

2.º) À medida do possível, não se esquivar de atender às demandas criminais  (preceito de direito divino positivo: Mt 25,36).

3.º) Auxiliar os pobres, preferidos de Jesus (Lc 4,18), patrocinando-lhes as contendas gratuitamente, à medida do possível.

4.º) Envidar esforços em prol da conciliação entre seu cliente e a outra parte no processo, desde que não se vulnere a justiça comutativa.

5.º) Ser humilde no falar e principalmente no escrever a fim de que as pessoas simples consigam compreender as petições, as contestações, os apelos e os pareceres.

6.º) Responder com generosidade às consultas jurídicas de seu Bispo ou de seu Pároco.

7.º) Todo dia rezar ao menos um Pai-Nosso e uma Ave-Maria, pedindo a intercessão de Santo Ivo (padroeiro dos advogados).

8.º) Rezar ao menos uma Ave-Maria ou uma Salve-Rainha (“advogada nossa”) imediatamente antes da audiência, requerendo a intercessão de Santo Ivo.

9.º) Inscrever-se em Associação de Advogados ou de Juristas Católicos.

10.º) Nunca deixar de ser estudante de Direito, reciclando-se dia a dia.

Por Edson Luiz Sampel

Advogado, presidente da Comissão Especial de Direito Canônico da OAB-SP. Professor do Instituto Superior de Direito Canônico de Londrina.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF