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sexta-feira, 19 de agosto de 2022

A presença de Maria no plano de Deus e na vida eclesial

Ícone de Nossa Senhora com o Menino Jesus | Vatican News

"O Papa Pio XII, na proclamação do dogma da Assunção de Nossa Senhora, primeiro de Novembro de 1950, citou um dos santos padres para fundamentar a verdade de fé, São João Damasceno, padre escritor dos séculos VII e VIII, afirmou que era conveniente que aquela que tinha guardado ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, após a sua morte, livre de toda a corrupção."

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá (PA)

O plano de Deus referente à salvação humana realizou-se pela resposta positiva de numa criatura, a bem-aventurada Virgem Maria, para ser a mãe do Salvador. O Senhor a escolheu na sua infinita bondade, para que ele entrasse na realidade humana. Desde que o homem pecou, pensou o Senhor a nova Eva, uma nova geração que seria inaugurada pelo seu Filho, Jesus, na qual haveria uma inimizade entre a primeira Eva e a mulher, entra a sua descendência e a descendência da mulher, no caso de Maria (Gn 3,15). Na anunciação disse o anjo à Maria que ela conceberia e daria à luz um filho, cujo nome seria Jesus (Lc 1,31), o Salvador da Humanidade. Ela viveu o plano do Senhor, onde em tudo se faria a vontade dele, segundo a palavra de Deus, dita pelo anjo (Lc 1,38).

Dentro do mês vocacional, no terceiro domingo, sabendo que o povo cristão, católico é chamado a rezar pelas vocações, celebramos nós a vida religiosa, e, também a Assunção de Nossa Senhora aos Céus. Os religiosos assumem os votos de pobreza, castidade e obediência, na missão evangelizadora da Igreja e no mundo. A Assunção é uma festa bonita que expressa a presença de Maria na vida do povo, as devoções, os seus títulos que fazem com que todas as gerações a chamarão bem-aventurada, porque o Deus todo-poderoso fez por ela grandes coisas e santo é o seu nome (Lc 1, 48-49). A Assunção de Maria tornou-se um dogma, verdade de fé, proclamado pela Igreja onde se afirmou que ela foi elevada aos céus em corpo e alma, associada ao mistério de seu Filho, Jesus Cristo. Ela foi concebida sem o pecado original de modo que ela teve uma morte natural, e, antes que seu corpo voltasse ao nada, ela foi ressuscitada pelo Senhor Deus, pelo Pai, em unidade com o Espírito Santo. Como criatura ela antecede a todo o gênero humano, com a ressurreição dos mortos, pois as coisas ocorridas nela logo após a sua morte serão dadas para todas as pessoas no final da história. É muito importante analisar a forma como os santos padres, os primeiros escritores cristãos elaboraram uma doutrina a respeito de Maria, a mãe do Filho de Deus.

 Um corpo livre do pecado

O Papa Pio XII, na proclamação do dogma da Assunção de Nossa Senhora, primeiro de Novembro de 1950, citou um dos santos padres para fundamentar a verdade de fé, São João Damasceno, padre escritor dos séculos VII e VIII, afirmou que era conveniente que aquela que tinha guardado ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, após a sua morte, livre de toda a corrupção. Era conveniente que aquela que trouxera no seio o Criador como Verbo de Deus encarnado, morasse nos tabernáculos divinos. Era também conveniente que a Mãe de Deus possuísse o que pertence ao Filho e fosse venerada por toda a criatura como mãe e serva de Deus[1].

Maria como a pessoa que fez a vontade do Pai e era a bem-aventurada

Santo Agostinho, bispo de Hipona, séculos IV e V especificou o motivo pelo qual Maria chamar-se bem aventurada, ao interpretar a passagem bíblica onde os seus discípulos, que estavam com Jesus disseram que sua mãe, os seus irmãos estavam lá, fora, perto dele de modo que o Senhor afirmou quem eram a sua mãe, os seus irmãos?! E estendendo a mão, Jesus disse que quem faz a vontade do seu Pai que está nos céus, era seu irmão, irmã, e mãe (Mt 12,46-50). Maria estava dentro desta palavra de salvação, porque ela fez a vontade do Pai[2].

Santo Agostinho ainda falou do elogio que o Senhor recebeu de uma mulher que disse ser bem-aventurada o ventre que o gerou e os seios que o amamentaram. Jesus afirmou que antes seriam bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam (Lc 11,27-28). Jesus teve presente a sua mãe sendo bem-aventurada porque ela observou a Palavra de Deus, proveniente do Verbo do Senhor por meio do qual foi criada e nela fez-se carne[3].

Jesus, a forma de servo

Santo Agostinho ainda disse que a Virgem Maria concebeu e deu à luz um filho, por causa da forma manifestada de servo, pois um menino nasceu para a humanidade (Is 9,6). Mas pelo fato de que o Verbo de Deus, que permanece para sempre (Is 40,8) fez-se carne para habitar entre as pessoas (Jo 1,14) por causa da forma de Deus, que está escondida, a humanidade chamou o Senhor de Emanuel, Deus conosco (Mt 1,23; Is 7,14). Fez-se homem, permanecendo Deus, para que o Filho do Homem pudesse também se chamar Deus com a humanidade. Exulte, portanto o mundo porque veio a ele aquele que o criou. O Criador de Maria nasceu de Maria, o Salvador da humanidade[4].

Cristo nasceu do Pai e de Maria

O bispo de Hipona também teve presentes as duas gerações, uma eterna e outra temporal na única Pessoa do Senhor. Jesus Cristo nasceu de Deus Pai, sendo Deus como Ele, homem pela mãe, Maria; da imortalidade do Pai, da virgindade da mãe, do Pai sem o tempo, eterna, da mãe no tempo sem a participação humana; do Pai como princípio de vida, da mãe para colocar fim à morte[5].O nascimento humano e divino de Jesus

São Cirilo, bispo de Alexandria, século V disse que o nascimento de Jesus na humanidade estava unido ao seu ser humano e em conjunto com Deus. O Verbo mesmo encarnando-se na bem-aventurada Virgem, fez dela o próprio templo, porque aquele que saiu de Maria era do ponto de vista exterior, ser humano, mas, era intimamente verdadeiro Deus. O bispo continuou dizendo que aquela que foi considerada como bem-aventurada, por isso foi com razão chamada Mãe de Deus, pois a Virgem Mãe, Maria, gerou na carne o Filho de Deus, Jesus que nasceu dela[6].

Hino à mãe de Deus

Rábula de Edessa, bispo na Síria, século V, compôs um hino à Virgem Maria como mãe de Deus. Ela é santa, mas Maria é também tesouro maravilhoso e esplêndido, dado a todo o mundo, luz irradiante do Incompreensível, templo puro do Criador de todas as coisas. Através dela foi anunciado Aquele que tirou os pecados do mundo e os redimiu. Fortalece a nossa fé e doa a paz para o mundo inteiro. O bispo teve presente que os fiéis supliquem à Maria para que a nossa maldade não leve para a ruína e Maria volta-se ao seu povo, enquanto ela reza ao seu Unigênito, o Filho saído dela, para que tenha piedade de todos os fiéis, pela sua santa oração[7].

O bispo continuou a sua súplica em forma de hino à Maria pedindo-lhe que ela intercedesse junto ao seu Unigênito pelos pecadores que nela buscam refúgio. Todos os flagelos que atingiram a precedente geração, também afetam as pessoas na vida real. Por isso os seres humanos querem pela intercessão de Maria junto ao seu Filho, a misericórdia e o Senhor tenha piedade de todos os pecadores e as pecadoras[8].

A assunção de Maria, Mãe de Deus

São João Damasceno, monge, sacerdote, de Damasco, na Síria, séculos VII e VIII, disse que Maria foi submetida às leis da natureza através da morte, o seu corpo imaculado, mas ela recebeu a graça da incorruptibilidade (1 Cor 15,53). O Criador do universo acolheu com as mesmas mãos a alma santa na qual o Deus encarnado encontrou nela, a sua habitação. O Senhor concedeu a honra àquela que pela sua natureza humana, Ele a escolheu na sua infinita bondade para com os seres humanos, como mãe, segundo o plano da salvação, encarnando-se e aceitando a convivência humana. Ela teve uma morte maravilhosa, do momento que ela foi acolhida por Deus. Ela teve a morte natural, mas não permaneceu na morte e o seu corpo não se dissolveu na corrupção. O seu corpo foi preservado, mudando-se nela em tabernáculo grandioso e divino, livre da morte e destinado a durar pela eternidade junto com Deus. Após a sua morte ela teve a graça da assunção por parte de Deus, de seu Filho, na real habitação celeste, divina[9]

A presença de Maria leva as pessoas até Deus, ao seu Filho no Espírito Santo. Maria nunca está sozinha porque ela carrega nos braços o seu Filho Jesus Cristo. Nós vivamos bem com a presença de Maria para que a nossa vida esteja ligada a Deus, ao próximo como a nós mesmos. Maria interceda por nós junto a Deus e pela paz no mundo.

______________

[1] Cfr. Da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, do Papa Pio XII. (AAS 42 [1950] 760-762. 767-769). In: Liturgia das Horas, Ofício das Leituras. São Paulo, Edições Paulinas, 1987, pg. 1515.

[2] Cfr. Agostino. Commento al Vangelo di san Giovanni, 10,3. In: La teologia dei padri, v. 2. Roma, Città Nuova Editrice, 1982, pg. 161.

[3] Cfr. Idem, pg. 161.

[4] Cfr. Santo Agostino d`Ippona. La Vergine Maria, 22. Pagine scelte a cura di Michele Pellegrino. Milano, Edizioni Paoline, 1993, pg. 67.

[5] Cfr. Idem, 28, pg. 73.

[6] Cfr. Cirillo di Alessandria. Contro coloro che non riconoscono che Maria è la Madre di Dio, 4. In: Idem, pg. 161.

[7] Cfr. Rabbula di Edessa. Inni liturgici, 1-5. In: Idem, pg. 163.

[8] Cfr. Idem, pg. 163.

[9] Cfr. Giovanni Damasceno. Omelia sul transito di Maria, 1,10-11, 12-13. In: Idem, pgs. 171-172.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

A traição dos clérigos. Da missa no tapete até a patinete no altar. A perigosa espetacularização do “Maior Mistério”

Padre Celebra Missa No Mar No Sul Da Itália. Foto: @FrancoScarsell2

Alguns banhistas, impressionados com o grupo de jovens liderados por um padre igualmente jovem, ofereceram uma esteira para servir de altar. A cena foi imortalizada e, claro, logo foi parar na rede. A diocese local, imediatamente tomada pela de Milão, criticou o gesto.

11 DE AGOSTO DE 2022

Por: Matteo Matzuzzi

(ZENIT News / Roma, 08.11.2022).- «Reconheço que me faltou a atenção necessária para valorizar um Mistério tão grande e tão indignamente confiado a nossas humildes mãos. Sempre vivi a celebração da Eucaristia com profunda consciência do imenso Mistério de amor que ela esconde e transmite, e em oito anos de ordenação foi a primeira vez que não usei pelo menos uma sobrepeliz e uma estola. Mas eu percebo que mesmo uma vez é demais. Peço humildemente desculpas do fundo do coração também pela confusão gerada pela cobertura midiática das notícias e das imagens: não era minha intenção que tivesse tanto destaque, a ponto de para a comemoração que tínhamos inicialmente escolheu um lugar isolado e longe de guarda-chuvas (embora algumas pessoas, vendo-nos de longe, tenham se juntado à festa)».

O Papa: «O padre que preside a celebração diz: «Levante o coração», não diz: «Levante o telemóvel para tirar fotos!»

Os fatos: domingo, 24 de julho, Dom Mattia Bernasconi, vigário de 27 anos da diocese de San Luigi Gonzaga em Milão, estava na Calábria com um grupo de meninos do oratório. Era o último dia da viagem, o programa era celebrar a missa num pinhal (assim à sombra) e depois regressar a casa a norte. Chegando ao local escolhido, o grupo descobriu que o local já havia sido reservado por outras pessoas e eles só precisaram se deslocar para uma praia de frente para o mar em Capo Colonna. Não havia árvores, nem sombra. E a massa? Na água. Todo junto. O único lugar, entre outras coisas, que não é escaldante. Alguns banhistas, impressionados com o grupo de jovens liderados por um padre igualmente jovem, ofereceram uma esteira para servir de altar. A cena foi imortalizada e, claro, logo foi parar na rede. a diocese local, imediatamente assumido pelo de Milão, censurou o gesto. Esta não é uma condenação ou uma repreensão ao pobre padre, mas um lembrete do significado do gesto (e símbolos) que o padre Mattia realizou no mar.

O caso está encerrado, embora o padre esteja sendo investigado pelo Ministério Público de Crotone por "ofender uma confissão religiosa", e o pedido de desculpas é especialmente sentido, a ponto de o padre dizer que "na missa que celebrei na segunda-feira por isso tarde na igreja paroquial de San Luigi, pedi perdão ao Senhor pela minha superficialidade, que fez tantos sofrer. Espero que você possa entender minhas boas intenções, manchadas por muita ingenuidade, e aceitar meu sincero pedido de perdão.

O problema é justamente aquele destacado pelas duas dioceses: entender o que se faz quando se celebra. Não é uma questão menor que não pode ser escapada. “A participação na Eucaristia faz-nos entrar no mistério pascal de Cristo, dando-nos a oportunidade de passar com Ele da morte para a vida, isto é, ali no Calvário. A missa é para refazer o Calvário, não é um espetáculo", disse o Papa Francisco há alguns anos, e acrescentou - e o ponto é especialmente doloroso - que "em um dado momento o sacerdote que preside a celebração diz: coração!", não diz: "Coloque seu celular para tirar a foto!". Não, isso é ruim! E digo-vos que fico muito triste quando celebro aqui na praça ou na basílica e vejo tantos telemóveis ligados, não só dos fiéis, mas também de alguns padres e até bispos. Por favor!

O arrependimento sincero do jovem padre que celebrou no mar e dúvidas sobre a adequação dos seminários para a formação

Durante os meses de confinamento, parecia que assistir à missa era uma questão capital: apelos públicos, redes sociais inundavam-se de gritos e lamentações de quem protestava exigindo missa, a possibilidade de sair de casa para entrar numa igreja, receber a comunhão e rezar . O governo da época disse não, apoiado na opinião não solicitada de algum canonista improvisado que encerrou a questão afirmando que a missa ainda pode ser vista na televisão. Entre um café durante a homilia, talvez uma ida ao banheiro e - por que não - um aperitivo doméstico para intercalar a celebração se o horário escolhido fosse próximo ao almoço. Por algum tempo parecia que a "questão de massa" havia se tornado central: sociólogos, bispos e teólogos refletiram sobre essa súbita necessidade do sagrado que estava chegando às famílias italianas. Foi medo? O desejo de pensar nas coisas do alto? Ou talvez simplesmente procurando uma desculpa para sair de casa como alternativa a passear com o cachorro na coleira pelo quarteirão?

De qualquer forma, passado o confinamento, as igrejas não ficaram lotadas, nem o comparecimento, que já é baixo devido à pré-pandemia. E os discursos sobre a Eucaristia, a adoração e as Sagradas Escrituras foram rapidamente substituídos por disputas sobre passarelas duplas na praia, boates fechadas e máscaras que devem ser usadas a bordo dos trens. A engenhosidade do sacerdote ambrosiano é sincera e documenta um fato evidente: na maioria dos casos, a missa é oferecida ao povo de Deus como espetáculo. Um espetáculo, como disse o Papa. Os párocos que veem os bancos cada vez mais vazios, o número de funerais aumentando ano após ano, bem como o número de líderes caninos presentes nas celebrações, provocam um frenesi que se traduz em desejo de atração. Mas não com as ferramentas simples e antigas que a Igreja coloca à sua disposição, o poder da Palavra e uma boa catequese. Não, faz isso tornando a massa "menos chata", então - dizem ingenuamente - até crianças e jovens vão. Sacerdotes mascarados, correndo de uma ponta a outra do prédio vestidos, um jogo escolar de palmas para apresentar o Evangelho (o imortal Aleluia da lâmpada que perdura por gerações). Os celebrantes deslizam pelo corredor após a bênção final (aconteceu, em Dublin), diante do delírio do riso dos fiéis. A necessidade de fazer algumas brincadeiras, antes durante e depois da homilia. Homilias que, mesmo com histórias e brincadeiras, costumam durar uma eternidade testando a psique dos pobres e poucos paroquianos presentes.

De fato, eles, os sacerdotes, são os primeiros a falhar quando se trata de "valorizar tão grande Mistério". Não se trata de rito antigo ou novo, há missas espetaculares tanto entre os fiéis do missal tridentino como os da missa de Paulo VI. A exibição de vestidos de renda na altura das axilas, que mais parecem cortinas, não está muito longe, em termos de gosto, do roupão oversized com zíper e chinelos nos pés.. Em medio stat virtus, disseram os sábios. Há celebrações seguidas pelo mundo tradicionalista em que se respira mistério e fé profunda (Enzo Bianchi, que não pode ser acusado de ser seguidor do missal de São Pio V, também o reconheceu em junho, lembrando a fecunda experiência dos monges de Le Barroux), assim como é possível assistir a "novas" missas edificantes e fortificantes, nas quais se está totalmente imerso no Mistério. O problema é quando se pensa, mesmo que seja por banal superficialidade, que a Eucaristia é algo próprio e que, portanto, pode ser mudada, adaptada, atualizada de acordo com as contingências. Não há sombra para dizer missa? Assim, todos entram na água, vestidos, com tapete e protetor solar, cuidando para que os hospedeiros não acabem entre as águas-vivas e as algas. Não é um problema de formação de sacerdotes? Será que a missa muitas vezes se reduz a uma mera repetição mecânica de gestos sem a necessária inervação espiritual? Se os padres são os primeiros a fazer, implicitamente, da celebração da Eucaristia um ato semelhante ao rearranjo da estante na sala, é difícil pensar em conquistar os fiéis tíbios ou relutantes em dedicar um espaço do seu dia à relação com o sagrado.

Ninguém se deixa levar, cativar e conquistar pela ordem alfabética dos livros nas estantes. Em vez disso, este é o momento em que as pessoas fazem fila por horas para entrar na Basílica de São Pedro quando o Papa celebra, esquecendo-se de fazer o sinal da cruz ao passar, imersos em tirar fotos, capturar o momento, para eternizar o acontecimento de estar ali com o Vigário de Cristo, supondo que quem tira a foto e a posta no Instagram sabe que ele é o Vigário de Cristo e sabe, claro, o que significa essa definição.

Esquece-se onde está, o que está fazendo, ou seja – para citar Francisco novamente – “o Calvário”. Em vez disso, aqui estamos "segurando nossos telefones celulares para tirar fotos". No entanto, há uma solução e, paradoxalmente, está enraizada na crise, na aceitação de ser uma minoria. Sem sair em uma busca frenética e sem fôlego por novos crentes. Pierangelo Sequeri escreveu no Avvenire alguns dias depois do caso da festa no colchão: «A era da missa debaixo da casa, programada para preencher todas as horas e todos os espaços da igreja, está prestes a se despedir. Não será substituído pelo serviço de quarto (para nós já era). A mega-assembléia que enche a igreja ou o estádio será mais rara (e esperamos que seja mais genuína). A massa certamente será mais preciosa. Seu lugar será mais precioso; seu tempo será mais precioso. No entanto, haverá mais convidados do que adoradores: como no tempo de Jesus. E vai ser lindo. Muitos assinantes que agora são difíceis podem achar isso muito inconveniente e se perder. Muitos dos que achavam que não tinham lugar vão se surpreender e se emocionar ao deixar de ser “os forasteiros”, com Jesus passando entre as mesas: com fotos. Claro, eles terão que ser legais o suficiente para usar pelo menos o vestido de festa, já que todo o resto é de graça." Muitos dos que achavam que não tinham lugar vão se surpreender e se emocionar ao deixar de ser “os forasteiros”, com Jesus passando entre as mesas: com fotos. Claro, eles terão que ser legais o suficiente para usar pelo menos o vestido de festa, já que todo o resto é de graça." Muitos dos que achavam que não tinham lugar vão se surpreender e se emocionar ao deixar de ser “os forasteiros”, com Jesus passando entre as mesas: com fotos. Claro, eles terão que ser legais o suficiente para usar pelo menos o vestido de festa, já que todo o resto é de graça."

Don Giuliano Zanchi, diretor da Revista do Clero Italiano, destacou que "neste ponto nossas assembléias começaram a se assemelhar a plateias que, mesmo animadas por uma certa cumplicidade participativa, assimilaram os esquemas mentais típicos do espetáculo". Não é coincidência, acrescentou ele, "que muitos que mudaram do presencial para o vídeo não tenham visto uma diferença real". As pessoas falam disso há décadas e não é preciso muita sorte, entrando em uma igreja alguns minutos antes da missa, para perceber que um espetáculo está sendo preparado: câmeras colocadas em frente ao altar para transmitir a celebração, leitores - não sempre devidamente treinados – certificando os livros litúrgicos, os coristas – nem sempre dotados para o canto fino, e não é pecado ou drama, humildade seria reconhecê-lo – ensaiar as melodias que animarão a liturgia. Os bancos estão vazios, porque serão preenchidos pelos fiéis que entrarão na igreja quando quiserem: alguns na Glória e outros no Evangelho, alguns no ofertório e outros diretamente na consagração, talvez com seus iPhones ligados para servir como pano de fundo para o momento mais sagrado. O sagrado, de fato: cada vez mais como o santo graal a ser buscado.

Já em 1975, o professor Joseph Ratzinger dizia que «mesmo com a simplificação e a formulação mais compreensível da liturgia, é evidente que o mistério da ação de Deus na Igreja deve ser salvaguardado; e, portanto, a fixação da substância litúrgica imaterial para sacerdotes e comunidades, bem como seu caráter plenamente eclesial. É por isso que é necessário opor-se, com mais decisão do que até agora, ao achatamento racionalista, aos discursos aproximativos, ao infantilismo pastoral que degradam a liturgia católica à categoria de clube de aldeia e querem reduzi-la a um nível caricatural». Há sempre a ansiedade de fazer barulho, de preencher o que se acredita ser um vazio. Mas tudo o que é necessário é mais silêncio; um silêncio que, como diz Ratzinger, "não é uma pausa em que mil pensamentos e desejos nos assaltam, mas uma recordação que nos traz paz interior, que nos permite respirar e descobrir o que é essencial». «O Pai fala uma só Palavra: é a sua Palavra, o seu Filho. Ele o pronuncia em eterno silêncio e somente em silêncio a alma pode entendê-lo”, lê-se no Máxima de San Juan de la Cruz. Menos tapetes e telemóveis, mais silêncio. Pelo menos na Igreja.

Tradução do original em língua italiana, publicado originalmente em Il Foglio, realizado pelo diretor editorial de ZENIT.

Fonte: https://es.zenit.org/

UNICEF: milhões de crianças africanas vão se beneficiar da vacina contra a malária

Crianças | Vatican News

O UNICEF compra, anualmente, mais de 2 bilhões de doses de vacinas para a imunização de rotina e responder às epidemias de quase 100 países.

Manoel Tavares - Vatican News

A malária é uma das maiores responsáveis da morte de crianças menores de 5 anos. Em 2020, só na África, cerca de meio milhão de menores morreram de malária, ou seja, uma criança por minuto.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 30 países têm áreas de transmissão moderada ou alta da malária, onde a vacina pode proporcionar proteção adicional contra a doença para mais de 25 milhões de crianças por ano.

A vacina contra a malária “RTS,S” é o resultado de 35 anos de pesquisa e desenvolvimento; é a primeira vacina, feita até agora, contra uma doença parasitária.

Em 16 de agosto de 2022, o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) fez um contrato com a GSK, a maior empresa de vacinas do mundo, para providenciar uma vacina contra a malária. O valor do contrato foi de 170 milhões de dólares. Esta importante alocação disponibilizará 18 milhões de doses de “RTS,S/AS01” nos próximos três anos, que poderão salvar, todos os anos, milhares de vidas.

Em 2020, só na África, cerca de meio milhão de crianças morreram de malária, ou seja, uma criança por minuto.

Etleva Kadilli, Diretora do Departamento de Fornecimento do UNICEF, afirmou: "o lançamento desta vacina é uma mensagem clara para que os pesquisadores de vacinas contra a malária continuem seu trabalho, porque tais vacinas são necessárias e urgentes”.

"Esperemos – continua Etleva Kadilli - que este seja apenas o início. É preciso uma contínua inovação para descobrir vacinas novas e de nova geração para aumentar a oferta disponível e permitir um mercado de vacinas mais vantajoso. Este é um grande passo adiante, em nossos esforços coletivos, para salvar a vida de crianças e reduzir o peso da malária, como parte de programas mais amplos de prevenção e controle da malária".

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 30 países têm áreas de transmissão alta ou moderada da malária, onde a vacina pode proporcionar proteção adicional contra a doença para mais de 25 milhões de crianças por ano, uma vez que a oferta aumentar.

A vacina contra a malária “RTS,S” é o resultado de 35 anos de pesquisa e desenvolvimento e é a primeira vacina, feita até agora, contra uma doença parasitária. A vacina funciona contra o “Plasmodium falciparum”, o parasita da malária que causa maior índice de mortalidade no mundo, sobretudo na África.

Em 2019, o uso do projeto piloto de rotina da vacina foi iniciado em três países: Gana, Quênia e Malavi, como parte do Programa de Implementação de Vacinas contra a Malária, coordenado pela OMS. A experiência e os testes, geradas pelos projetos-piloto, levaram a OMS, em outubro de 2021, a recomendar o uso generalizado da primeira vacina contra a malária, em países com transmissão alta ou moderada do parasita “Plasmodium falciparum”. Pouco tempo depois, em dezembro de 2021, a decisão da “Gavi”, - Aliança para Vacinas, - de financiar programas de vacina contra a malária, em países idôneos, abriu alas para uma difusão mais ampla da vacina.

Dr. Seth Berkley, diretor executivo da Gavi - Aliança para Vacinas – declarou: "recentemente, abrimos a primeira janela de inscrição para apoiar a Gavi no lançamento da vacina contra a malária. Graças ao trabalho de provisão do UNICEF, agora temos mais certeza sobre os fornecimentos e, assim, podemos dar um passo ulterior para distribuir esta vacina, que salva a vida de pessoas que mais necessitam. Com o aumento da produção, esperamos que o incremento dos pedidos leve também a preços mais baixos e sustentáveis”.

Este é o resultado de 18 meses de intensa preparação e consulta com a indústria e parcerias. O UNICEF, maior comprador mundial de vacinas, acelerou as ações para concluir as negociações de aquisição, a fim de assegurar que não haja atrasos na obtenção de fornecimentos disponíveis da vacina contra a malária para proteger as crianças vulneráveis. Espera-se que seja alta a demanda da vacina contra a malária nos países mais afetados. Como acontece com qualquer vacina nova, a oferta será limitada, inicialmente, para aumentar, com o tempo, à medida que a capacidade de produção atingir o nível necessário. Com o aumento dos pedidos, espera-se que os custos por dose possam diminuir. Já estão em andamento os planos para aumentar a produção, inclusive por meio da transferência de tecnologia, para que todas as crianças em risco tenham a oportunidade de ser imunizadas contra esta doença mortal.

O UNICEF apoia a diversificação regional da produção de vacinas e encoraja a GSK, a maior empresa de vacinas do mundo, e outros produtores de medicamentos a levar em conta parcerias com empresas africanas.

Como maior comprador de vacinas do mundo, o UNICEF tem uma experiência única e de longa data em fornecimento e logística para ajudar as crianças mais necessitadas. O UNICEF compra, anualmente, mais de 2 bilhões de doses de vacinas para a imunização de rotina e responder às epidemias de quase 100 países.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O que a sua casa diz sobre você?

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Os objetos de decoração compõem a atmosfera que você quer criar no seu lar
Por Cecília Pigg

A organização, a decoração e a atmosfera do seu lar dizem muito sobre a sua personalidade e sobre como você quer que as pessoas se sintam na sua casa.

Eu uso um diário em que, todos os dias, respondo uma pergunta em poucas frases. E, todos os anos, no mesmo dia, respondo a mesma pergunta novamente. Então, com o tempo, posso voltar e ver quais respostas dei de um ano para o outro.

A pergunta de ontem me fez largar o caderno e pensar por um longo tempo. Era, na verdade, para eu preencher a lacuna de uma frase, que dizia: “Cultivo uma atmosfera de ________ em casa”.

Hummm… Que tipo de ambiente cultivo em minha casa? Será que realmente eu tento criar e nutrir uma certa atmosfera?

A decoração faz parte disso. A forma como arrumo os móveis faz parte disso. Mas minha atitude e a maneira como me comunico também fazem parte da atmosfera da minha casa. Decidi fazer um balanço de como recebo as pessoas e que mensagem minha casa passa elas. Ou seja: o que a minha casa diz sobre mim?   

Atmosfera

Em primeiro lugar, imaginei que atmosfera quero criar na minha casa. Em outras palavras: o que eu quero que as pessoas sintam quando vierem à minha casa? Quando alguém vier à minha casa, poderá saber quem eu sou através da decoração e da atmosfera do meu lar? A forma como eu decoro revela o que é importante para mim?

Decidi que queria que as pessoas se sentissem bem-vindas, calmas e confortáveis ​​quando entrassem no espaço da minha família. Então, eu observei como minha casa foi montada. 

Quando alguém entra nela, é recebido em um grande hall. Normalmente, eu uso essa entrada para guardar coisas. Isso é útil para mim, mas fica confuso para os outros. A desorganização ali não proporciona uma sensação de paz ou calma. Então, decidi que era hora de organizar a entrada e considerar uma maneira diferente de armazenar as coisas que costumo manter no hall. Ter menos coisas lá me ajuda a me sentir mais calma, e isso me permitirá passar essa calma para meus convidados.

Em seguida, observei os principais espaços onde as pessoas se sentam e visitam quando estão aqui – a sala de estar, a sala de jantar e a cozinha. As cadeiras e o sofá pareciam estar dispostos de uma maneira propícia à conversa. Percebi algumas pequenas coisas que anotei para tentar melhorar no futuro – como talvez adicionar um pequeno banco para as pessoas colocarem bebidas durante uma conversa, colocar alguns cobertores nas proximidades nos meses de inverno e adicionar algum tipo de assento na cozinha quando alguém está por lá enquanto eu cozinho.

Decoração

Depois de considerar como eu quero que as pessoas se sintam e se a disposição dos móveis e organização ajudam ou atrapalham essa atmosfera, voltei minha atenção para a decoração.

Minhas decorações ao redor da casa contribuem para a atmosfera que eu quero criar? O que elas dizem sobre quem eu sou e o que é importante para mim?

Primeiramente avaliei quantas decorações eu tenho – pinturas, quadros, tapeçaria etc. Elas estavam confusas ou mal organizadas, deixando uma sensação de opressão, em vez de paz? Ou a casa estava muito vazia, fazendo com que ela parecesse impessoal? Acho que minhas paredes beiram a categoria mal organizada, por isso anotei algumas coisas para reorganizar. 

Cada obra de arte tem uma história, desde as muitas imagens religiosas que temos, até as peças de arte criadas pelo meu marido ou compradas em viagens. Percebi que não tinha muitas fotos da minha família, então imaginei que seria bom acrescentar. No geral, porém, senti que as decorações ao redor do espaço mostram adequadamente o que é importante para mim e minha família e adicionam uma visão sobre quem somos. 

Disposição do coração

Finalmente, eu me virei para dentro de mim mesma. Eu sei que algumas das minhas maiores lutas com a hospitalidade são minha própria falta de espontaneidade e de interesse em conversas fiadas. Percebi também que, se exalar hospitalidade e paz, minha presença é uma atmosfera mais poderosa do que qualquer coisa que eu possa criar com minhas decorações e e com a disposição dos móveis.

Que estresses e inseguranças posso eliminar para me ajudar a ser a atmosfera pacífica e acolhedora que desejo? Que boas perguntas posso fazer para deixar a conversa mais profunda, a fim de que meu hóspede se sinta bem acolhido e amado, em vez de ficar na superfície?

Fiz uma lista de pequenos passos para melhorar a atmosfera do meu coração e, consequentemente, da nossa casa. E, em vez de uma resposta curta para o meu diário, acho que vou escrever o link deste post. Vamos ver o que o próximo ano traz!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

A OAB-SP e o ensino religioso

Guadium Press
“Se Deus não existe, tudo é permitido!” (Fiódor Dostoievski)

Redação (17/08/2022 10:38Gaudium Press) Recentemente, a 116ª Subseção da OAB-SP erigiu a Comissão Especial de Direito Canônico, a primeira do Brasil no âmbito da Ordem dos Advogados. Deveras, o direito canônico, ramo jurídico autêntico, base e inspiração do direito estatal moderno, aplicável a mais de um bilhão de católicos no mundo, merecia certa representatividade no meio advocatício.

Entre outros objetivos, a novíssima comissão, na trilha da honrosa história da Ordem dos Advogados, assume mais uma pauta constitucional. Referimo-nos à implantação do ensino religioso nas escolas públicas de nível fundamental, consoante determina o artigo 210, §1º da carta política.

A questão afeta à modalidade do ensino religioso restou definitivamente resolvida pelo Supremo Tribunal Federal em 2017, que julgou em prol da constitucionalidade do artigo 11, §1º do chamado Acordo Brasil-Santa Sé (Decreto 7.107/2010). Deste modo, as aulas de religião, lecionadas nas escolas públicas terão natureza confessional, vale dizer, aulas de catolicismo para os alunos católicos, protestantismo para os protestantes, espiritismo para os espíritas, islamismo para os muçulmanos, judaísmo para os judeus etc. Enfim, toda religião disporá de seu espaço, à medida da demanda do corpo discente.

Um direito do povo Brasileiro

O ensino religioso é um direito do povo Brasileiro! Trata-se, com efeito, da única disciplina albergada na constituição federal, expressamente citada, pois a carta magna não alude nem a português, matemática, história, geografia ou a qualquer outra matéria escolar. A liça envergada pela Comissão Especial de Direito Canônico da OAB-SP implicará o diálogo com as autoridades educacionais, lembrando-lhes da responsabilidade em face do comando constitucional, que traduz antigo anelo dos brasileiros. Encetar-se-á outrossim o contato com os líderes de todas as religiões.

O ensino religioso, entre outros benefícios, revela-se portentoso antídoto contra a violência urbana. Há mais ou menos 50 anos, na monumental encíclica Evangelium Vitae, o papa São João Paulo II, após esconjurar a “cultura da morte”, impregnada na sociedade, propunha uma “virada cultural”: “O primeiro e fundamental passo consiste na formação da consciência moral acerca do valor incomensurável de cada vida humana” (n. 96). Especificamente acerca da relevância do ensino religioso, predicava o saudoso cardeal dom Eugênio Salles que as aulas de religião comunicam valores, lapidam o caráter do adolescente e forjam manticostumes.

Por que o ensino religioso?

Parece-nos claro que Deus, posto bem no preâmbulo da constituição da república, não por atavio ou tradição, mas porque efetivamente protegeu os labores da assembleia constituinte (“sob a proteção de Deus, promulgamos esta constituição”), foi, contudo, alijado do convívio social. Daí um dos motivos do quadro de terror da atualidade, com tantos assaltos, latrocínios e demais crimes! De fato, famosa a frase de Fiódor Dostoievski, no famoso livro “Os irmãos Karamázov”: “se Deus não existe, tudo é permitido!”

Não temos dúvida de que a injustiça social é uma das causas precípuas da violência que flagela o Brasil, principalmente nos grandes centros, porém, estamos também convictos de que o ensino religioso nas escolas públicas, inculcando valores transcendentais de respeito absoluto à dignidade humana, mitigará a animosidade. Por isso, bastante entusiasmados, engajamo-nos na peleja em favor da implementação do direito constitucional ao ensino religioso e, desde já, contamos com a boa vontade das autoridades e dos líderes religiosos.

Terezinha Fernandes de Oliveira

Presidenta da 116ª Subseção da OAB-SP

Edson Luiz Sampel

Presidente da Comissão Especial de Direito Canônico da OAB-SP

Dávio Antônio Prado Zarzana Júnior

Vice-Presidente da Comissão Especial de Direito Canônico da OAB-SP

Fonte:  https://gaudiumpress.org/

Presidência da CNBB envia carta à Igreja da Nicarágua

Presidência da CNBB

PRESIDÊNCIA DA CNBB ENVIA CARTA DE UNIDADE E SOLIDARIEDADE COM A IGREJA EM NICARÁGUA

“Sentimo-nos profundamente unidos aos irmãos bispos e a todo o povo nicaraguense”, afirmou a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em carta encaminhada na última segunda-feira, 15, ao bispo de Jinotega e presidente da Conferência Episcopal de Nicarágua, dom Carlos Enrique Herrera Gutiérrez. “Clamamos ao Bom Deus para que a paz e a justiça sejam alcançadas”, rogam os bispos brasileiros diante “dos acontecimentos que têm marcado a vida da Igreja na Nicarágua”.

Nas últimas semanas, o governo da Nicarágua prendeu três sacerdotes; tem mantido o bispo da diocese de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, confinado na cúria diocesana; fechou oito emissoras de rádio ligadas à Igreja e expulsou do país as religiosas Missionárias da Caridade de Santa Teresa. Há relatos também de agressões e destruição de imagens e símbolos religiosos católicos.

Também o Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) e outras conferências episcopais do continente manifestaram-se em solidariedade à Igreja e ao povo da Nicarágua, com preces pela paz.

Confira a carta da presidência da CNBB na íntegra:

P – 0260/22

Brasília, 15 de agosto de 2022

Exmo. Sr.
Mons. Carlos Enrique Herrera Gutiérrez, OFM,
Bispo de Jinotega,
Presidente da Conferência Episcopal de Nicarágua.

Ref: Unidade e solidariedade com a Igreja em Nicarágua

Prezado irmão,

“Se um membro do corpo sofre, todo o corpo sofre igualmente!” (1 Cor 12,26)

Nós, bispos do Brasil, acompanhamos com tristeza e preocupação os acontecimentos que têm marcado a vida da Igreja na Nicarágua. Sentimo-nos profundamente unidos aos irmãos bispos e a todo o povo nicaraguense. Clamamos ao Bom Deus para que a paz e a justiça sejam alcançadas.

Em oração e fraternidade,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro vice-presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo vice-presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Santa Helena

Santa Helena | arquisp
18 de agosto

Santa Helena

Flávia Júlia Helena, esse era o seu nome completo. Nasceu em meados do século III, na Bitínia, Ásia Menor. Era descendente de uma família plebéia e tornou-se uma bela jovem, inteligente e bondosa. Trabalhava numa importante hospedaria na sua cidade natal quando conheceu o tribuno Constâncio Cloro. Apaixonados, casaram-se. Mas quando o imperador Maximiano nomeou-o co-regente, portanto seu sucessor, exigiu que ele abandonasse Helena e se casasse com sua enteada Teodora. Isso era possível porque a lei romana não reconhecia o casamento entre nobres e plebeus.

O ambicioso Constâncio obedeceu. Entretanto levou consigo para Roma o filho Constantino, que nascera em 274 da união com Helena, que ficou separada do filho por quatorze anos. Com a morte do pai em 306, Constantino mandou buscar a mãe para junto de si na Corte. Ela já se havia convertido e tornado uma cristã fervorosa e piedosa.

O jovem Constantino, auxiliado pela sabedoria de Helena, conseguiu assumir o trono como o legítimo sucessor do pai. Primeiro, tornou-se governador; depois, o supremo e incontestável imperador de Roma, recebendo o nome de Constantino, o Grande. Para tanto, teve de vencer seu pior adversário, Maxêncio, na histórica batalha travada, em 312, às portas de Roma.

Conta a história que, durante a batalha contra Maxêncio, seu exército estava em desvantagem. Influenciado por Helena, que tentava convertê-lo, Constantino teve uma visão. Apareceu-lhe uma cruz luminosa no céu com os seguintes dizeres: "Com este sinal vencerás". Imediatamente, mandou pintar a cruz em todas as bandeiras e, milagrosamente, venceu a batalha. Nesse mesmo dia, o imperador mandou cessar, imediatamente, toda e qualquer perseguição contra os cristãos e editou o famoso decreto de Milão, em 313, pelo qual concedeu liberdade de culto aos cristãos e deu a Helena o honroso título de "Augusta".

Helena passou a dedicar-se à expansão da evangelização e crescimento do cristianismo em todos os domínios romanos. Às custas do Império, patrocinou a construção de igrejas católicas nos lugares dos templos pagãos, de mosteiros de monges e monjas e ajudou a organizar as obras de assistência aos pobres e doentes. Depois, apesar de idosa e cansada, foi em peregrinação para a Palestina, visitar os lugares da Paixão de Cristo. Lá supervisionou a construção das importantes basílicas erguidas nos lugares santos, dentre elas a da Natividade e a do Santo Sepulcro, que existem até hoje. Conta a tradição que Helena ajudou, em Jerusalém, o bispo Macário a identificar a verdadeira cruz de Jesus, quando as três foram encontradas. Para isso, levaram ao local uma mulher agonizante, que se curou milagrosamente ao tocar aquela que era a verdadeira.

Pressentindo que o fim estava próximo, voltou para junto de seu filho, Constantino, morrendo em seus braços, aos oitenta anos de idade, num ano incerto entre 328 e 330. O culto a santa Helena, celebrado no dia 18 de agosto, é um dos mais antigos da Igreja Católica. Algumas de suas relíquias são veneradas na basílica dedicada a ela em Roma.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF