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terça-feira, 23 de agosto de 2022

Francisco, a serviço da paz

Papa Francisco em oração   (Vatican Media)

Seis meses de guerra na Ucrânia, seis meses de apelos constantes em que Francisco, em um momento em que a "lógica diabólica e perversa" das armas parece prevalecer, implorou para evitar a catástrofe e promover a fraternidade humana.

Paolo Ondarza - Cidade do Vaticano

Quem faz a guerra esquece a humanidade. Em seis meses de conflito na Ucrânia, foram incessantes os apelos do Papa Francisco pela paz e para esconjurar o risco de uma catástrofe global.

Uma derrota para todos

O Pontífice não perdeu a oportunidade de recordar ao mundo, com um olhar que ultrapassa a contingência das fronteiras geográficas onde se combate, que "toda guerra representa uma derrota para todos" (Angelus, 27 de março de 2022), exortando a inverter a perspectiva e, portanto, "derrotar a guerra" (Audiência Geral 23 de março de 2022).

“A nossa fantasia - disse ele - parece cada vez mais focada em retratar uma catástrofe final que nos extinguirá. O que acontece com uma possível guerra atômica” (Audiência Geral 16 de março de 2022).

"Que diante do perigo de autodestruição, a humanidade compreenda que chegou a hora de aboli-la", repudiá-la, "apagá-la da história humana antes que seja ela quem apague o homem da história". "Que vitória será - perguntou - a que fincará uma bandeira num monte de escombros?" (Angelus 10 de abril de 2022). "Que o Espírito do Senhor nos liberta dessa necessidade de autodestruição".

Um ato sacrílego

A guerra é, de fato, um insensato "lugar de morte onde pais e mães enterram os seus filhos, onde os homens matam os seus irmãos sem sequer os terem visto, onde os poderosos decidem e os pobres morrem". É uma loucura que não tem justificativa - observou pensando nas muitas crianças deslocadas desde o início do conflito - “devasta não só o presente, mas também o futuro de uma sociedade. Significa destruir o futuro, provocar traumas dramáticos nos menores e mais inocentes entre nós”. Um ato bárbaro, bestial, repugnante e sacrílego: isto é, contrário à "sacralidade da vida humana, especialmente a vida humana indefesa, que deve ser respeitada e protegida, não eliminada, e que vem antes de qualquer estratégia!" (Angelus 20 de março de 2022)

O sonho e o pesadelo

“De fato, Deus é apenas o Deus da paz, não da guerra” e “fica com os artífices de paz” (Angelus 27 de fevereiro de 2022), continua a reiterar Francisco: “quem apoia a violência profana seu nome” (Angelus 13 de março de 2022) ), nega o “sonho de Deus para a humanidade que se realizou no Pentecostes, dia em que povos de diferentes línguas se encontram e se entendem. Pelo contrário, a guerra é “um pesadelo” em que “os povos se chocam, se matam e as pessoas”, em vez de se aproximarem, são expulsas de suas casas” (Regina Coeli - 5 de junho de 2022).

Nunca se acostumar com a guerra

Com seus pensamentos voltados para além da Europa, aos conflitos esquecidos na Síria, Iêmen ou Mianmar, para mencionar apenas alguns elementos desta “terceira guerra mundial em pedaços”, o Pontífice nos lembrou repetidamente a nunca considerar nenhum conflito armado como inevitável. Na verdade, é preciso se opor com toda força ao risco de se acostumar, ou mesmo esquecer a “trágica realidade” do que está acontecendo na Ucrânia, ou em outros lugares, como se fosse uma coisa distante e “esfriar o coração”: "a indignação de hoje - foi a exortação -, deve ser convertida "no compromisso de amanhã. Porque, se sairmos dessa história como antes, todos seremos culpados de alguma forma”.

Filhos de um mesmo Pai

"O Pai de todos, não só de alguém", de fato, "quer-nos irmãos e não inimigos". A guerra, em vez disso, lembra "o espírito de Caim" que matou seu irmão Abel. "A humanidade é teimosa", repete os erros e horrores do passado, observou o Pontífice: "Somos apaixonados pelas guerras, pelo espírito de Caim, pela matança, em vez do espírito de paz". (Coletiva de imprensa no retorno de Malta - 3 de abril de 2022).

“Quem persegue seus próprios propósitos em detrimento dos outros - disse o Bispo de Roma algumas semanas antes do início do conflito, convidando-os para um dia de oração pela paz em 26 de janeiro de 2022 - despreza sua própria vocação de homem, porque todos fomos criados irmãos” (Angelus 23 de janeiro de 2022).

Oração incessante

Mesmo antes do recrudescimento da violência, quando as forças armadas da Federação Russa invadiram o território ucraniano, Francisco pediu incessantemente uma inversão de rota, indicando no ensinamento de Jesus a resposta à insensatez diabólica da violência (Audiência Geral 23 de fevereiro de 2022): Na Quarta-feira de Cinzas, 2 de março, abriu a Quaresma com o jejum e a oração pela paz na Ucrânia, convidando todos a não desviar o olhar e esperar do Deus da reconciliação com a intercessão de Maria, Rainha da Paz: "Não deixemos de rezar, ou melhor, rezemos com mais intensidade!" para que "o Senhor abra caminhos de diálogo que os homens não querem ou não conseguem encontrar", admoestou na convicção de que "a paz no mundo começa sempre com a nossa conversão pessoal, no seguimento de Cristo" (Audiência Geral 2 de março de 2022 ).

Consagrados à Rainha da Paz

Ao Imaculado Coração de Maria, no dia 25 de março, dia da Anunciação, Francisco consagrou toda a humanidade, especialmente a Rússia e a Ucrânia, implorando a harmonia duradoura entre as nações sob o manto da Mãe comum: "Livra-nos da guerra, preserva o mundo da ameaça nuclear”. “Por favor, continuem a rezar o Rosário pela paz todos os dias. E rezemos pelos líderes das nações, para que não percam 'o faro das pessoas', que querem a paz e sabem bem que as armas nunca a trazem” (Regina Coeli - 8 de maio de 2022).

O risco de uma ruína

Com dor no coração diante de cenários cada vez mais alarmantes, o Pontífice exortou os líderes políticos a um "sério exame de consciência diante de Deus": "Peço a todas as partes envolvidas que se abstenham de qualquer ação que cause ainda mais sofrimento aos as populações, desestabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional”.

Constatando a impotência da Organização das Nações Unidas (Audiência Geral de 6 de abril de 2022) e na convicção de que "cada dia de guerra piora a situação para todos", pediu que "aos interesses de parte sejam antepostas iniciativas políticas e ações a serviço da fraternidade humana, com um premente apelo: "Não levem a humanidade à ruína, por favor!"

"Um "diálogo sério" é de fato, segundo o Bispo de Roma, a única solução e "as armas não são o caminho". Nunca! (Angelus 12 de dezembro de 2021): "Caso se olhar para a realidade com objetividade, considerando os danos que cada dia de guerra traz para aquela população, mas também para o mundo inteiro, a única coisa razoável seria parar e negociar" (Angelus 31 de julho de 2021). , 2022).

A lógica diabólica das armas

Daí o alerta: “Negociações reais e concretas sejam postas em prática para um cessar-fogo e uma solução sustentável. Seja ouvido o grito desesperado do povo sofredor, pare a destruição macabra de cidades e povoados”.

De fato, a guerra nunca está do lado do homem: "não olha para a vida concreta das pessoas, mas coloca na frente de tudo interesses de parte e poder. Confia-se à lógica diabólica e perversa das armas, que é a mais distante da vontade de Deus. E distancia-se das pessoas comuns, que querem a paz; e que em cada conflito são a verdadeira vítima, que paga na própria pele as loucuras da guerra”.

Negociação e bem comum

Toda crise pode se tornar uma oportunidade antes que seja tarde demais e a ucraniana, segundo o Pontífice, “ainda pode se tornar um desafio para sábios estadistas, capazes de construir um mundo melhor no diálogo para as novas gerações. Com a ajuda de Deus, isso é sempre possível! Mas é preciso passar das estratégias de poder político, econômico e militar para um projeto de paz global: não a um mundo dividido entre potências em conflito; sim a um mundo unido entre povos e civilizações que se respeitem" (Angelus 3 de julho de 2022).

Ao lado das vítimas

Constante o apelo para favorecer a abertura de corredores humanitários seguros e implementar ações de ajuda à população martirizada pelas bombas, daqueles que, a apenas três mil quilômetros de Roma, estão "no martírio" e fogem da violência, especialmente crianças e idosos, vítimas indefesas da soberba e do egoísmo.

Com a mesma preocupação, Francisco nunca deixou de agradecer a tantos homens e mulheres de boa vontade que desde o primeiro momento abriram as portas aos refugiados nos quais, recordou, Cristo está presente: "Não nos cansemos de acolher generosamente, como se está fazendo: não só agora, na emergência, mas também nas próximas semanas e meses”. “Pensemos nessas mulheres, nessas crianças que com o tempo, sem trabalho, separadas de seus maridos, serão procuradas pelos “abutres” da sociedade. Vamos protegê-las, por favor”.

A serviço da paz

Esperança, angústia e preocupação são os sentimentos que o Pontífice confidenciou para compartilhar com cada pessoa desde fevereiro passado. Nunca foi apenas o olhar solidário e solidário de um espectador: desde o primeiro momento ele se aproximou daqueles que todos os dias correm o risco de ser vítimas da ferocidade da guerra e tentou de todas as maneiras chegar ao coração daqueles que ainda podem inverter a rota.

Logo no início visitou o embaixador na Embaixada russa junto à Santa Sé russo; teve conversas telefônicas com o presidente ucraniano Zelensky; agradeceu reiteradamente aos jornalistas que, enviados a campo para garantir a informação, colocaram suas vidas em risco; encorajou e congratulou-se com a recente saída dos portos ucranianos dos primeiros navios carregados de grãos como um sinal de esperança.

Uma solicitude que se expressou no compromisso ativo da Santa Sé de trabalhar sem reservas para se colocar ao serviço da paz, com o envio à Ucrânia em março passado dos cardeais Krajewski e Czerny, respectivamente Esmoler e Prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, e em maio do arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados.

O bispo de Roma nunca o escondeu: no fundo cultiva o forte desejo de "abrir uma porta", de ir às áreas afetadas pelo conflito, primeiro em Moscou e depois em Kiev: "está na mesa", "eu gostaria de ir lá". “Para servir a causa da paz”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Nossa Senhora Rainha da Paz

Nossa Senhora Rainha | arquisp
22 de agosto

Nossa Senhora Rainha da Paz

"O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus". Disse, então, Maria: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" Lc. 1,37-38.

Ainda Lucas, nos Atos dos Apóstolos, coloca Maria no meio dos apóstolos, recolhida com eles em oração. Ela constitui o vínculo que mantém unidos ao Ressuscitado aqueles homens ainda não robustecidos pelos dons do Espírito Santo. Pois a sua extraordinária humildade e fé total na palavra do anjo, que fez descer sobre a Terra um Deus ainda mais humilde do que ela. E, através de suas virginais virtudes e pureza de coração, Maria ficou ainda mais próxima de seu Filho.

Maria é Rainha, porque é a Mãe de Jesus Cristo, o Rei. Ela é Rainha porque supera todas as criaturas em santidade. "Ela encerra em si toda a bondade das criaturas", diz Dante na Divina Comédia.

Tudo que se refere ao Messias traz a marca da divindade. Assim, todos os cristãos vêem em Maria a superabundante generosidade do amor divino, que a acumulou de todos os bens. A Igreja convida o povo a invocá-la não só com o nome de Mãe, mas também com aquele de Rainha, porque ela foi coroada com o duplo diadema, de virgindade e de maternidade divina.

A Virgem Maria Rainha resplandece em todos os tempos, no horizonte da Igreja e do mundo, como sinal de consolação e de esperança segura para todos os cristãos, já cobertos pela dignidade real do Senhor através do Batismo.

O Papa Pio XII instituiu em 1955 a festa da Virgem Maria Rainha, como consequência daquela de Cristo Rei. Inicialmente era celebrada no dia 31 de maio, mês de Maria, encerrando as comemorações com o coroamento desta singular devoção. O dia 22 de agosto era reservado à homenagem ao Coração Imaculado de Maria. Mas, a Igreja desejando aproximar a festa da realeza de Maria à da sua gloriosa assunção ao céu, inverteu estas datas a partir da última reforma do seu calendário litúrgico em 1969.

Catedral Militar Rainha da Paz - Brasília/DF | TripAdvisor

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Padre Cícero, servo de Deus

Igreja onde Pe. Cícero Romão Batista está sepultado  (Carlos Moioli)

Neste artigo, o arcebispo metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, aprofunda a vida do Pe. Cícero Romão Batista, chamado pelo povo nordestino nosso “Padim Ciço”.

Cardeal Orani João Tempesta - Vatican News

No dia de São Bernardo deste ano de 2022, na manhã de Juazeiro do Norte, em uma missa campal uma notícia foi proclamada e que iria percorrer o Brasil como um grande anúncio esperado há decênios. Isso foi anunciado pelo bispo da Diocese de Crato (CE), Sua Excelência Dom Magnus Henrique Lopes: a Santa Sé autorizou a abertura do processo de beatificação do Padre Cícero Romão Batista que, a partir de agora, receberá o título de Servo de Deus. Assim noticiou a imprensa do Vaticano:

O bispo da Diocese de Crato (CE), dom Magnus Henrique Lopes, anunciou na manhã deste sábado (20/08), durante uma grande romaria que se realiza todo dia 20, em Juazeiro do Norte, que a Santa Sé autorizou a abertura do processo de beatificação do Padre Cícero Romão Batista.

"Queridos filhos e filhas da Diocese do Crato, romeiros de todo Brasil. É com grande alegria que vos comunico nesta manhã histórica que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do Santo Padre, o Papa Francisco, uma carta do Dicastério das Causas dos Santos, datada do dia 24 de junho de 2022. Recebemos a autorização para a abertura do processo de beatificação do Padre Cícero Romão Batista que, a partir de agora, receberá o título de Servo de Deus", disse o bispo de Crato durante a romaria.

Os fiéis presentes receberam o anúncio de dom Magnus com uma salva de palmas e fogos.”

Já no passado havia gestões para esse passo e uma carta do Secretário de Estado de Sua Santidade, o Cardeal Pietro Parolin, datada de 20 de outubro de 2015 e dada a conhecer no dia 13 de dezembro do mesmo ano, data da abertura das portas santas da misericórdia nas catedrais do mundo, reconhecendo as virtudes e bem que o Padre Cícero fez ao povo de Deus no Nordeste foi amplamente divulgada. Tive a oportunidade de celebrar em dois momentos importantes nesse abençoado local e constatei a fé do povo e a importância da missão do Pe. Cícero na região do Cariri. Eu me uno a todos os que hoje se alegram com esse esperado e desejado anúncio.

Nosso “Padim Ciço” é assim chamado pelo povo que o admira e diz que é porque, após a proibição de celebrar os sacramentos, ele foi chamado a ser padrinho de batismo de muitas crianças. É com essa expressão carinhosa e confiante que muitos de nossos irmãos, nordestinos ou não, se dirigem ao Padre Cícero Romão Batista (1844-1934).

Padre Cícero nasceu no dia 24 de março de 1844, em uma casa humilde da Rua Grande, hoje Miguel Limaverde, em Crato (CE), cidade localizada no Sopé da Chapada do Araripe, como segundo filho do casal de agricultores Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana. Conta-se que, criado por duas de suas irmãs, Mariquinha e Angélica, sempre quis ser padre e já aos doze anos, depois de ler a vida de São Francisco de Sales, fez, piedosamente, voto de castidade.

Ingressou no seminário da Prainha, em Fortaleza, com 21 anos de idade e aos 26 foi ordenado sacerdote, atuando um pouco na própria cidade de Crato, depois durante 60 anos morou e atuou em Juazeiro do Norte, povoado vizinho à sua terra natal. Aí exerceu um imenso bem à população, segundo as diretrizes pastorais de seu tempo, com o incentivo de missões populares, novenas, terços públicos, procissões e celebração da Missa com frequência. Teve uma grande sensibilidade social para com os pobres e necessitados.

Aqui é preciso lembrar que era comum a celebração da Eucaristia principalmente aos domingos e durante o dia, um pouco devido ao jejum eucarístico. Nelas, na maioria das vezes, as comunhões eram raras. A Missa durante a noite, salvo a de Natal (chamada de “Missa do Galo”), só foi possível com as reformas litúrgica que aos poucos foram acontecendo e culminaram com os documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965). A comunhão frequente passou a ser estimulada, inclusive às crianças devidamente preparadas, pelo Papa São Pio X (1903-1914), por quem o Papa Francisco tem grande devoção. Desde que era arcebispo de Buenos Aires promovia, anualmente, um encontro com os (as) catequistas no dia 21 de agosto, memória do santo que fez grandes trabalhos em favor do Povo de Deus. Dessas formações de Bergoglio, resultou o livro Anunciar o Evangelho (Campinas: Ecclesiae, 2013).

Padre Cícero foi fiel ao espírito de certa recusa à obediência às ideias portuguesas que existiam na época, influenciadas pela cultura do Regime de Padroado, no qual Igreja e Estado se achavam ligados e que só seria extinto com a república em 1889. No Padre Cícero havia plena fidelidade ao Santo Padre, o Papa, e ao Bispo diocesano em comunhão com o Papa, alicerces da unidade a ser mantida na Igreja sob pena de esfacelamento da face humana do Corpo místico de Cristo prolongado na história (cf. 1Cor 12,12-21; Cl 1,24).

O Pe. Comblin, sacerdote belga que muito atuou no Nordeste na época de Dom Helder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife (PE), escreveu que o Padre Cícero “dedicou-se a corrigir os vícios e os abusos morais”. Proibiu as danças, conseguiu que os homens parassem de beber. Obrigou as prostitutas a confessar seus pecados. Em pouco tempo, Juazeiro tornou-se um modelo de ordem e de virtudes. Padre Cícero era no Juazeiro o equivalente ao Santo Cura D’Ars. (Padre Cícero de Juazeiro. S. Paulo: Paulinas, 1991, apud Henrique Cristiano José de Matos. Caminhando pela história da Igreja. Belo Horizonte: O Lutador, 1993, vol. 3, p. 172).

Insistia também com seus fiéis sobre o Juízo Final e a necessidade de se confessarem a fim de estarem puros na volta do Senhor e, consequentemente, escaparem dos castigos de Deus para a humanidade pecadora que, segundo suas pregações, não tardariam vir demonstrando a força de Deus.

Padre Cícero ficou conhecido por todo o Brasil, a partir do ano de 1889, quando se deram os chamados “milagres da hóstia”. Trata-se do seguinte: Maria de Araújo (1860-1914), conhecida como “Beata”, solteira de 29 anos e costureira de prestígio, foi comungar e viu a hóstia verter sangue, conforme ela mesma narrou ante as autoridades eclesiásticas, no inquérito instaurado para apurar os fatos. Disse Maria que, no dia 6 de março de 1889, “pela primeira vez, fui tomada de um rapto extático, resultando na transformação da hóstia em sangue, tanto que além do que não sorvi, parte caiu na toalha e parte no chão” (Maria do Carmo P. Forti.

Maria de Araújo, a beata de Juazeiro. S. Paulo: Paulinas, 1991, apud Matos, obra citada, p. 173).

O fato, tido, então, por milagroso, se repetiu diversas vezes, ocasionando muitas peregrinações do povo a Juazeiro e certo espanto no meio do clero, pouco afeito a esse tipo de fenômeno que precisa ser sempre muito bem investigado. A Igreja é prudente e não afoita na análise de assuntos como esse. Nos meios populares, no entanto, surgiu uma possível explicação para as ocorrências: ante a grande maldade do mundo, dentre as quais se destacou a Proclamação da República no Brasil, Nosso Senhor tinha decidido derramar o Seu sangue uma segunda vez para redimir novamente a humanidade. Outros, mais atentos às pregações apocalípticas do zeloso sacerdote, defendiam que o sangue saído da hóstia na boca da jovem Maria era sinal claro do Juízo Final muito próximo. (Cf. Matos, obra e página citadas).

Ora, parece que o Padre Cícero via, apoiado no parecer de um médico e de um farmacêutico local, um verdadeiro milagre na hóstia sangrante, mas o Bispo, à luz do parecer de uma comissão específica por ele nomeada, notou apenas um fenômeno incomum, mas não milagroso. Mais: ambas as lições extraídas do fenômeno foram (e são) exageradas e errôneas. Com efeito, o sacrifício de Cristo na Cruz é único e supera todos os demais sacrifícios (cf. Hb 10,10), de modo a não se pode afirmar que o Senhor voltou a derramar seu sangue pela humanidade, como se tivesse de fazer uma reedição de sua aliança nova e eterna (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 613-614). Sobre o juízo final sabemos que ocorrerá, como professamos no Credo, mas não temos, por escolha divina, como prever com certeza exata o dia e a hora da segunda vinda de Cristo em poder e glória (cf. Mt 24,36).

Pois bem, foi essa interpretação popular, mas errônea dos fenômenos – que alguns afirmavam ser apoiada pelo Padre Cícero – uma das causadoras das reservas de Dom Joaquim José Vieira (1883-1912), Bispo do Ceará, a respeito do famoso sacerdote. Suspeitando de heresia (negação de verdades de fé) e temendo um cisma (rompimento com a Igreja em sua estrutura hierárquica), o Prelado proibiu o padre de atender Confissões, pregar e orientar os fiéis. Em 1886, Padre Cícero foi suspenso de poder celebrar Missas e, mesmo tendo recorrido à Santa Sé, indo, inclusive, pessoalmente a Roma, jamais teve a alegria de poder voltar a exercer o ministério sacerdotal. Contudo – isso é importante –, segundo as notícias, ele nunca teria sido excomungado.

Além disso, outra acusação que se fez contra “Padim Ciço” foi a de ser, na opção política, um possível apoiador do comunismo. Ele, porém, rebatia a acusação dizendo que “o comunismo foi fundado pelo demônio”. E acrescentava: “Lúcifer é o seu chefe e a disseminação de sua doutrina é a guerra do diabo contra Deus. Conheço o comunismo e sei que é diabólico. É a continuação da guerra dos anjos maus contra o Criador e seus filhos”. (Autorizada pelo Vaticano a reconciliação de Padre Cícero com a Igreja, ACI Digital, 14/12/15, online). O trabalho social do Pe. Cícero levou o povo confundir a ideologia.

O fato é que em meio a tudo isso, o povo nunca deixou de procurar o padre. Ele se tornou, na verdade, o grande Patriarca do Nordeste e vivia dando conselhos, resolvendo conflitos de várias naturezas, dando remédios certos para muitas doenças e até ajudando na escolha de matrimônios (tinha fama de “casamenteiro”).

Preocupava-se também com os mais pobres, especialmente os trabalhadores e as crianças. A essas estimulava a aprenderem algum bom ofício da época a fim de se tornarem, no campo financeiro, independentes e poderem ajudar a seus pais. A partir de 1911, Padre Cícero, já afastado das atividades sacerdotais, entrou na política, muito mais forçado pelas circunstâncias do que motivado por gosto pessoal. Chegou a ser o primeiro prefeito de Juazeiro, emancipado naquele ano, e vice-governador do Ceará por dois mandatos. Em 1914, juntando-se a vários coronéis locais, foi contra a intervenção do Governo Federal no Estado.

Padre Cícero faleceu em 20 de julho de 1934, com 90 anos de idade, em paz com a Igreja que tanto amou e a quem foi obediente até o fim, tendo em seu sepultamento aproximadamente 60.000 pessoas, que logo passaram também a peregrinar a Juazeiro a fim de rezar a Deus por meio do “Padim Ciço”. Fizeram, com isso, que aquela cidade se tornasse a “cidade santa” a receber, segundo dados do site oficial do Governo do Estado do Ceará (www.juazeiro.ce.gov.br) cerca de 2,5 milhões de pessoas por ano.

Tudo isso motivou a Diocese de Crato, por meio do então Bispo Diocesano, Sua Excelência Dom Fernando Panico, a pedir que a Santa Sé estudasse o caso do Padre Cícero. Eu me recordo do seu trabalho quando ainda estava na Comissão de Cultura da CNBB e de todas as suas lutas para chegar a esse momento. Foi nessa época que o Papa Francisco, por meio do Eminentíssimo Senhor Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, enviou uma Carta na qual aponta o lado benemérito de todo o apostolado que se realiza em torno da figura do sacerdote a favor do Povo de Deus. É esse ato que a imprensa chamou de reabilitação do Padre Cícero com a Igreja, embora, como dito, ele nunca teria sido excomungado. Todos os bons historiadores garantem que ele morreu firme na fé católica. (Cf. Matos. Obra citada, p. 174). Os Bispos Diocesanos seguintes continuaram. D. Gilberto Pastana trabalhou conosco e promoveu um Seminário na PUC do Rio sobre o Pe. Cícero e realizou vários pedidos à Santa Sé.

Sempre foi do nosso desejo que a questão chegasse a bom termo, com a graça de Deus, pois Ele, dentro de seus santos e sábios desígnios, nunca deixa de atender ao seu povo sedento de santos pastores e dignos ministros, a fim de que estes possam, nas dificuldades do dia a dia, batalhar em demanda da Jerusalém celeste. Eis que agora sob o pastoreio de D. Magnus, atual bispo do Crato é anunciada a notícia traz alegria não só aos irmãos nordestinos, mas a todos os brasileiros que amamos nosso País e queremos ver o seu autêntico progresso, livre de todas as mazelas e corrupções nos vários âmbitos em que elas se encontrem.

No Rio de Janeiro a presença nordestina é grande e a influência do Padre Cicero se faz sentir com muita clareza, principalmente na “Feira de São Cristóvão” onde estive há uma semana levando a imagem de N. Sra. de Nazaré, e que concentra as tradições nordestinas (CTN) e sente-se o carinho do povo pelo seu “Padim Ciço”.

Sem dúvida que um belo sinal de trabalho evangelizador é a tradição nordestina do Padre Cícero, e a Igreja reconheceu essa missão. Agora inicia o grande processo de anos que, queira Deus, chegará ao êxito de uma futura canonização, na intenção da qual rezamos. Esse momento para a Igreja do Brasil é muito importante renovar a ligação com essas raízes neste tempo de grande necessidade de evangelização. As terras nordestinas com Pe. Ibiapina, Pe. Cícero, Frei Damião mostram os frutos da perseverança e de um povo forte como disse Euclides da Cunha em seu livro “Os Sertões”. Eis que um novo capítulo se abre, que seja para a maior glória de Deus.

Foto de Pe. Cícero Romão Batista | Vatican News
Imagens de Pe. Cícero e Nossa Senhora | Vatican News
Fiéis romeiros | Vatican News
Pe. Cícero Romão Batista | Vatican News
Pe. Cícero Romão Batista | Vatican News
Fiéis romeiros | Vatican News
Fiéis romeiros | Vatican News

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O cérebro adolescente: 4 ideias para orientar um filho adolescente

Cérebro Adolescente | es.zenit

O cérebro adolescente: 4 ideias para orientar um filho adolescente.

Como nós, pais, podemos usar essas informações sobre o cérebro do adolescente? Quatro ideias para orientar sua interação com seu filho adolescente quando se trata de desenvolvimento cerebral.

20 DE AGOSTO DE 2022

(ZENIT News – Institute for Family Studies / Estados Unidos, 20.08.2022).- Hoje se sabe que o cérebro adolescente é neurologicamente imaturo. Essencialmente, todos reconhecem e aceitam que o cérebro adolescente está "em construção". Mas a ideia de que o cérebro adolescente está se desenvolvendo é um conceito relativamente novo. Somente nas últimas três décadas entendemos até que ponto o cérebro continua a se desenvolver após a infância.

como o cérebro se desenvolve

À medida que as técnicas de imagem cerebral avançavam, surgiram teorias sobre porque os adolescentes podem ser tão difíceis. Estudos mostram que é isso que acontece à medida que os cérebros de nossos filhos se desenvolvem (e isso é visto em todas as culturas):

– Durante a infância, vemos que a massa cinzenta (comumente chamada de células cerebrais ou neurônios) aumenta enormemente rapidamente. Isso faz com que o córtex se torne mais espesso e volumoso até o início da adolescência.

– Mas, à medida que a adolescência avança, o número de células cerebrais e conexões neurais diminui (e a espessura e o volume do córtex encolhem) a um ritmo vertiginoso, eventualmente se estabilizando quando nossos filhos atingem seus 20 e poucos anos.

– Enquanto ocorre essa redução da massa cinzenta (células cerebrais), o desenvolvimento da massa branca do cérebro (mielina) aumenta através de um processo conhecido como mielinização.

– Desde a infância, o cérebro tem mais neurônios e mais conexões entre esses neurônios do que precisa. Eles se desenvolvem porque o cérebro capta informações através da experiência e retém o máximo que pode. À medida que o cérebro amadurece, deve podar o excesso de neurônios e conexões para tornar os circuitos cerebrais mais eficientes.

Pense nisso como sua conexão de banda larga. Funciona muito bem até que todos usem o WiFi. Quando você tem cinco telefones, três laptops e duas TVs baixando conteúdo, não consegue acompanhar. Demasiadas ligações. Então, assim que você começa a desligar alguns desses dispositivos para manter o sinal onde você mais precisa, o cérebro começa a podar células e conexões para melhorar a conectividade e a eficiência.

À medida que os neurônios são podados, a mielina começa a se desenvolver. A mielina atua como isolante, tornando o processo de envio e recebimento de sinais mais eficiente. Essa mielina funciona da mesma maneira que a borracha ou o plástico que envolve um cabo elétrico. Ele direciona o sinal de A para B sem difundi-lo nos arredores. E acelere o sinal.

Porque és importante

Pense no que acontece quando a rede rodoviária em sua área está sendo atualizada e reformada. Geralmente envolve atrasos. É preciso ir devagar e contornar os congestionamentos com paciência e compreensão, sabendo que, com o tempo, as obras serão concluídas e o trânsito fluirá melhor do que nunca.

Neste momento, o cérebro do seu filho adolescente é como aquela rede rodoviária. E vai levar alguns anos de atualizações antes de chegar onde você quer. O importante é lembrar que podemos ajudar esses cérebros em desenvolvimento mantendo as coisas niveladas e equilibradas.

Existem duas áreas de comportamento que são particularmente problemáticas durante a adolescência: comportamento de risco e falta de preocupação com os outros. Vamos ver como essas áreas se relacionam com o desenvolvimento do cérebro e o que podemos fazer a respeito.

Neurônios | es.zenit

Correr riscos na adolescência

Muitas vezes ouvimos que a tomada de decisão na adolescência é comprometida pela diferença entre o desenvolvimento do sistema límbico (onde estão as emoções) e o desenvolvimento do córtex pré-frontal (onde ocorre o pensamento). É essa discrepância de desenvolvimento que explica as decisões inseguras, insalubres e imprudentes na adolescência.

No entanto, se você observar a idade em que nossos jovens experimentam o maior desalinhamento do desenvolvimento neural, é em torno de 13 a 15 anos. Este é o momento em que a lacuna entre o desenvolvimento do córtex pré-frontal e o desenvolvimento do sistema límbico é maior. Então, em teoria, devemos ver mais comportamentos de risco e de risco nos primeiros anos da adolescência do que em qualquer outra idade.

Em contraste, as crianças no início da adolescência não tendem a se envolver em comportamentos de risco na mesma proporção que as crianças no final da adolescência ou início dos 20 anos. Em grande parte, isso ocorre porque a assunção de riscos e a curiosidade combinam com a oportunidade no final da adolescência para criar comportamentos de risco. Afinal, jovens de 13 anos não podem dirigir de forma imprudente, abusar do álcool ou usar cigarros ou vape (pelo menos não legalmente) da mesma forma que um jovem de 18 anos.

Essa ligação entre oportunidade e comportamento de risco também é afetada pelo gênero. Os homens se envolvem em comportamentos mais arriscados, mas não há diferença significativa na propensão a correr riscos entre os gêneros. Ou seja, as meninas são tão propensas a ter o desejo de se envolver em comportamentos de risco, mas não o fazem como os meninos. Os meninos simplesmente têm mais oportunidades – e correm mais riscos – do que as meninas.

Além disso, algumas pesquisas sugerem que o comportamento desafiador do adolescente é o resultado de uma profecia auto-realizável. Estudos mostraram que os adolescentes que concordaram com declarações mais negativas sobre o desenvolvimento do cérebro adolescente exibiram um comportamento mais arriscado em comparação com os adolescentes que discordaram dessas declarações.

Parece que o comportamento de risco do adolescente tem menos a ver com o desenvolvimento do cérebro e mais a ver com uma combinação de curiosidade, influência dos pares, busca de status, oportunidade e uma profecia auto-realizável que leva nossos filhos pelo proverbial caminho do jardim quando é sobre seus comportamentos desafiadores.

empatia na adolescência

A empatia cognitiva, ou seja, a capacidade mental de assumir o ponto de vista dos outros, começa a aumentar constantemente em meninas a partir dos 13 anos, de acordo com um estudo de seis anos publicado na Developmental Psychology. Essa capacidade é processada no córtex pré-frontal, o órgão executivo do cérebro que é relativamente subdesenvolvido (ou seja, com muitos neurônios e pouca mielina) durante a adolescência. Curiosamente, não vemos ganhos semelhantes em empatia cognitiva em meninos até os 15 anos.

Não apenas os meninos adolescentes carecem de empatia cognitiva, mas a mesma pesquisa descobriu que entre as idades de 13 e 16 anos, a empatia afetiva dos meninos (que é a capacidade de reconhecer e responder aos sentimentos dos outros) diminui. Recupera-se no final da adolescência. Mas no caso das meninas, está sempre lá: estável e elevado.

O cérebro está envolvido no desenvolvimento da empatia. Mas as evidências sugerem que não há diferenças específicas de gênero nos padrões de atividade neural para empatia, apesar do fato de as mulheres pontuarem mais em quase todas as medidas de empatia. Isso nos diz que a empatia tem menos a ver com o desenvolvimento do cérebro e mais com o condicionamento social e as expectativas culturais.

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Quatro ideias para pais

Há muitas pessoas que se esforçam para entender o cérebro. Embora seja fascinante aprender e descobrir como nosso cérebro funciona, esta é minha opinião: você não precisa de um doutorado em neurociência para ser um bom pai. Na verdade, ter uma visão incompleta ou excessivamente simplificada do desenvolvimento do cérebro pode até dificultar a paternidade. A pesquisa do cérebro pode informar a prática dos pais em geral, mas não nos diz o que fazer ou como fazê-lo no momento.

Tudo isso nos leva à pergunta final: como podemos, como pais, usar essas informações sobre o cérebro adolescente? Vou compartilhar quatro ideias para orientar sua interação com seu filho adolescente no que diz respeito ao desenvolvimento do cérebro.

1.     Lembre-se de que existem dimensões positivas e negativas para o comportamento de risco. É possível satisfazer a curiosidade e o desejo de excitação dos adolescentes com segurança. Assumir riscos de forma saudável é:

- Socialmente aceitável

– Uma parte necessária da adolescência

– Algo que permita que os adolescentes explorem e desenvolvam suas próprias identidades

– Algo que permita que os adolescentes pratiquem a tomada de suas próprias decisões

– Ao praticar a tomada de risco saudável, os adolescentes têm a oportunidade de desenvolver seu sistema de controle cognitivo, preenchendo a lacuna de desenvolvimento entre a busca de recompensas e a autorregulação. Isso significa que, quando uma decisão precisa ser tomada, devemos fazer uma pausa e convidá-los a explicar o que estão pensando e dar-lhes a oportunidade de escolher com sabedoria e segurança. E se um adolescente confessar que está fazendo algo inseguro, insalubre e imprudente, evite constrangimento. Uma discussão contínua na qual estamos curiosos, não zangados, pode fazer uma grande diferença.

2.                "Meninos serão meninos" não é desculpa para mau comportamento. Não se apresse em justificar as diferenças de gênero como sendo devido a diferenças cerebrais. Embora isso desempenhe um papel pequeno, também pode dar às crianças uma desculpa para um comportamento abaixo do ideal. Nossos caras podem fazer melhor.

3.     Em vez de se concentrar nos "déficits" do cérebro adolescente, concentre-se nos benefícios. Os adolescentes têm mais células cerebrais do que os adultos e são mais capazes de construir sinapses entre os neurônios, o que significa que são capazes de aprender com mais facilidade e rapidez. Deixe-os saber disso e direcione suas expectativas para o desenvolvimento e o crescimento, em vez de tolices e riscos.


Finalmente, aqui está um passo crucial que devemos sempre dar, independentemente do desenvolvimento do cérebro:

4.                Enfatize a conexão sobre a correção e a direção. Certifique-se de que eles se sintam vistos, ouvidos e valorizados. Seus adolescentes devem saber que você os ama. Diga-o regularmente. E lembre-os de que você os ama, não importa o quê.

Educar adolescentes pode ser difícil. Mas a boa notícia é que a grande maioria sobrevive à adolescência e se torna um adulto respeitoso e completo. E se enfatizarmos a conexão, podemos passar pela adolescência com nossos relacionamentos não apenas intactos, mas prósperos.

Dr. Justin Coulson é um autor best-seller, marido e pai de seis filhos. Seu último livro é Miss-Connection. A tradução do original em inglês publicado originalmente no Institute for Family Studies sob o título  Understanding the Teenage Brain  foi feita pelo diretor editorial de ZENIT.

Fonte: https://es.zenit.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF