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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

SANTA TERESA DE CALCUTÁ

Aleteia
05 de setembro

SANTA TERESA DE CALCUTÁ

“A santidade é um dever simples para cada um de nós”. Esse é um dos ensinamentos de Santa Teresa de Calcutá, a religiosa que surpreendeu o mundo com o seu amor, humildade, pobreza, carinho e entrega total pelos doentes e os pobres. Por meio de seu testemunho de acolhimento dos excluídos, Teresa nos ensinou que a maior pobreza não estava nos subúrbios de Calcutá, mas nos países ricos, quando faltava o amor nas sociedades e nos corações dos homens.

Agnes Gonxha Bojaxhiu – seu verdadeiro nome – nasceu no dia 27 de agosto de 1910 em Skopje, na Albânia, e foi batizada um dia depois de seu nascimento. Sua vocação para a vida religiosa despertou quando ela tinha apenas 18 anos. Atendendo ao chamado de Deus, ela ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, na Irlanda. Depois, foi enviada à Índia, a fim de iniciar seu noviciado. Sua profissão religiosa ocorreu no dia 24 de maio de 1931, quando adotou o nome Teresa, em homenagem à carmelita francesa, Teresa de Lisieux, padroeira dos missionários.

No desenvolvimento de sua vocação religiosa, Teresa serviu como professora em Calcutá por 17 anos, ensinando para as filhas das famílias mais tradicionais da cidade, mas, quando percorria os bairros pobres e as ruas, ela se impressionava com o que via: crianças desnutridas, homens, mulheres e crianças cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras enfermidades.

No dia 10 de setembro de 1946, Teresa vivenciou um fato singular e determinante em sua história; o “Dia da inspiração”. Naquele dia de graça e de revelação, em uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, ela deparou-se com um pobre homem em situação de rua que lhe disse: “Tenho sede!”. Desde então, ela teve a certeza de sua missão: saciar a sede do amor de Deus, socorrer os pobres e os marginalizados com a consciência de que “qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz”.

Após um necessário tempo de discernimento, com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua madre superiora, Teresa deixou o conforto do Colégio da Congregação para dar início ao trabalho missionário nas ruas de Calcutá. Sua primeira ação foi reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, aos quais começou a ensinar numa escola improvisada. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças e esse número não parou de crescer nos anos seguintes.

Esse início foi muito difícil, desafiador e exigente, mas Deus estava com Teresa, abençoando sua obra. Desse modo, as vocações começaram a surgir entre as suas antigas alunas do Colégio da Congregação. Em 1949, ela começou a escrever as constituições das Missionárias da Caridade e, no dia 7 de outubro de 1950, a congregação fundada pela Madre Teresa foi aprovada pela Santa Sé, expandindo-se por toda a Índia e, em pouco tempo, pelo mundo inteiro.

Madre Teresa era uma mulher pequena em estatura, magra e encurvada, mas grande no testemunho da santidade e na correspondência ao amor de Jesus Cristo. Para Madre Teresa de Calcutá, “Jesus não era uma abstração, um conjunto de doutrinas, de dogmas ou a recordação de uma pessoa que viveu em outros tempos, mas uma pessoa viva, real, alguém a ser visto no próprio coração, e pelo qual deixar-se olhar”. (Fr. Raniero Cantalamessa, Pregação na Casa Pontifícia em 2003).

No serviço aos pobres, Teresa de Calcutá defendeu o valor do matrimônio e da família e condenou inúmeras vezes a prática do aborto. Quando encontrava mulheres que estavam pensando no aborto, ela dizia: “Se vocês não querem seus filhos, podem dar para mim que eu os acolherei”.

A saúde debilitada de Madre Teresa não foi impedimento para que a sua fama de santidade se expandisse pelo mundo. Ela era reconhecida, admirada e respeitada pelos líderes políticos e religiosos do seu tempo e, por isso, no ano de 1979, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Naquele mesmo ano, o Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a tornou sua melhor embaixadora em todas as nações, fóruns e assembleias de todo o mundo.

Após uma vida inteira de amor e doação aos pobres e abandonados, Madre Teresa foi encontrar-se com o Senhor de sua vida e missão no dia 5 de setembro de 1997. Sua despedida atraiu e comoveu milhares de pessoas de todo o mundo durante vários dias. Posteriormente, ela foi beatificada pelo Papa João Paulo II, no dia 19 de outubro de 2003, no Dia Mundial das Missões.

No dia 04 de setembro de 2016, Teresa de Calcutá foi canonizada pelo Papa Francisco, dentro da celebração do Jubileu dos voluntários e operários da misericórdia. Naquele dia, em sua homilia, o Papa Francisco afirmou: “Madre Teresa inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera. A sua missão nas periferias das cidades e nas periferias existenciais permanece nos nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres. Parece-me que, talvez, teremos um pouco de dificuldade de chamá-la de Santa Teresa: a sua santidade é tão próxima de nós, tão tenra e fecunda, que espontaneamente continuaremos a chamá-la de Madre Teresa”.

Santa Teresa de Calcutá, a fundadora das Missionárias da Caridade, a defensora da vida, da família e dos pobres e modelo de misericórdia, brilha na constelação do céu da Igreja evidenciando que “não podemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz”.

Esse dia em que celebramos a Memória Litúrgica de Santa Teresa de Calcutá é um dia propício para nos questionarmos quem é Jesus para nós e o que estamos fazendo em prol do Reino de Deus. É também um dia conveniente para ouvirmos os conselhos de Madre Teresa de Calcutá que nos diz: “Amem-se uns aos outros, como Jesus ama a cada um de vocês. Não tenho nada que acrescentar à mensagem que Jesus nos transmitiu. Para poder amar, é preciso ter um coração puro e é preciso rezar. O fruto da oração é o aprofundamento da fé. O fruto da fé é o amor. E o fruto do amor é o serviço ao próximo. Isso nos conduz à paz”. (Entrevista à revista Sem Fronteira em 1997). Santa Teresa de Calcutá, rogai por nós!

Aloísio Parreiras

(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

III SIMPÓSIO INTERNACIONAL

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Seminário Arquidiocesano Missionário Redemptoris Mater - Brasília (DF)
Nos dias 22 e 23 de agosto, tivemos o privilégio de ter em nossa casa mais um Simpósio Internacional, com o tema, “Relacionalidade: chave para um humanismo integral”. O evento foi organizado pelo nosso Centro de Estudos Filosófico-Teológicos Redemptoris Mater. Contamos com a presença dos seguintes conferencistas: Prof. ANGEL BARAHONA, Dr. em Filosofia - Univ. Francisco de Vitória –Espanha; Prof. FRANÇOÁ COSTA, Licenciado em Filosofia, Dr. em Teologia - Univ. de Navarra – Espanha; Prof. PAULO DE MATOS, Dr. em Filosofia - Univ. Lateranense – Roma. Foram dois dias de muito enriquecimento para todos os presentes e àqueles que nos acompanhavam virtualmente.
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Quem quiser ser meu discípulo… reconheça as suas limitações

Guadium Press
Como alcançar a santidade, apesar das insuficiências e debilidades que sinto abundarem em mim?

Redação (04/09/2022 09:50Gaudium Press) Quantas vezes não passamos por ocasiões em que arquitetamos todo um plano e as coisas correm de uma maneira totalmente diversa à planejada. De fato, por mais que o homem almeje ser independente, traçando suas próprias vias e caminhos, a vida lhe ensina que ele é incapaz de rumar dessa forma. Não é novidade que todos temos debilidades e fraquezas. Afinal, não somos donos de nossos narizes…

Como então lidar com tais percalços sem se deixar abater pelo peso das próprias insuficiências e limitações? Eis o que nos ensina a liturgia de hoje.

“Dai ao nosso coração sabedoria”

Com o trecho do Livro da Sabedoria, recolhido para a primeira leitura desse domingo, o Autor sagrado evidencia o quanto o homem é débil, fraco e contingente: “Na verdade os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas”. (Sb 9,14)

Sublinha ainda o quanto nossa compreensão é falha e nossos conhecimentos, caducos. De fato, que valor tem o homem, pó formado dessa terra? Paradoxalmente, a esse mesmo homem o Filho de Deus convida para uma grandiosa e esplêndida missão: a de ser discípulo Seu (Cf. Lc 14,27).

Como é possível, pois, que dessa criatura tão frágil Deus exija vias heroicas como a de segui-Lo? Se não bastasse, Ele propõe, qual conditio sine qua non, um desapego ao mundo e um amor à cruz sem medidas. Pareceria proeza inalcançável.

O humilde é o verdadeiro sábio

Não obstante, conhecendo as fraquezas do gênero humano, Jesus nos mostra como realizar esse ato de heroísmo por meio de duas parábolas (Cf. Lc 14, 28-33). Nelas, tanto o construtor quanto o rei são postos em situações nas quais, apesar de débeis, devem alcançar uma determinada meta, como construir uma torre ou vencer uma batalha.

Como sair com êxito? Primeiramente, sentar e calcular os gastos; ou seja, olhar para si mesmo com sinceridade e reconhecer a própria insuficiência. Depois, enviar mensageiros a fim de negociar as condições de paz, isto é, juntar as mãos e pedir a Deus forças, pois sem elas jamais seremos dignos discípulos Seus.

É de primordial importância esse reconhecimento das próprias limitações, pois Deus só se agrada com o coração humilde.

Neste sentido, conta-se o fato de um monge chamado Moisés, o qual detinha grande força física aliada a uma força de vontade invulgar. Entretanto, pouco tempo após ingressar na vida religiosa, foi alvo de terríveis tentações contra a virtude angélica da pureza.

A fim de vencer tais provas, decidiu impor-se pesadas penitências, jejuns e orações. Desse modo agiu por muito tempo, sem, contudo, lograr vencer o demônio que lhe perseguia. Certo dia, veio ter com ele o santo abade Isidoro, que lhe disse: “Desde agora, em nome de Jesus Cristo, acabem as tuas tentações”.

E assim foi, porque nunca mais lhe vieram tais dificuldades. Isidoro acrescentou, porém: “Moisés, para que não te gloriasses nem caísses na soberba, pensando que pelos teus exercícios e esforços tinhas vencido [o demônio], permitiu Deus tão extensa tentação para o teu proveito”.[1]

Dessa maneira, sob a luz do ocorrido com o monge Moisés, cabe a nós ecoar a prece do salmista: “Dai ao nosso coração sabedoria” (89,3). Sabedoria que consiste na humildade: reconhecermos que, por nós mesmos, não podemos nada. E, por outro lado, sem jamais perder o entusiasmo; pois assim brada o verdadeiro humilde: “Tudo posso!” – e logo acrescenta – “naquele que me conforta” (Cf. Fl 4,13).

Imploremos a Nossa Senhora, sede de sabedoria e abismo de humildade, que nos obtenha tal graça, por sua maternal intercessão.

Por Jerome Sequeira Vaz


[1] Cf. RODRIGUES, Afonso. Exercícios de Perfeição e Virtudes Cristãs. São Paulo: Cultor de Livros, 2017, v. 2, p. 314.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Maláui: “Queremos chegar a todos os habitantes da diocese”

Ajuda à Igreja que Sofre (ACN)

As longas distâncias, e a escassez de sacerdotes e de estruturas eclesiais exigem a plena participação dos leigos no ministério.

Durante uma visita à sede da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (Fundação AIS), o Bispo Martin Mtumbuka, da Diocese de Karonga, no Maláui, destaca a vitalidade da Igreja Africana, e fala tanto das histórias de sucesso como das lutas da jovem diocese. 

Situada no norte do Maláui, com o grande lago Maláui a leste e as montanhas a oeste, a Diocese de Karonga foi criada em 2010. Os seus 24 padres – 17 diocesanos e sete religiosos – dão assistência a mais de 60.000 católicos num território de cerca de 12.000 km2, maior do que o Líbano, o Kosovo ou a Jamaica. 

A principal preocupação do Bispo Martin Mtumbuka nesta imensa área é a evangelização, que continua a ser muito importante para toda a região. “Devemos assegurar-nos que as pessoas não vão à nossa procura, mas que nós as procuramos. Devemos tentar estar o mais próximo possível delas”, afirma. 

O povo não partilhará os seus problemas e preocupações com alguém que mal conhece, explica, o que significa que a proximidade dos padres aos seus paroquianos é fundamental. É por isso que, apesar da sua escassez, cada padre procura visitar todos os fiéis das suas paróquias pelo menos uma vez por ano e o plano estratégico da diocese exige a presença constante de um padre num raio de pelo menos 20 km de cada paróquia de Karonga.

Mas as distâncias não são o único problema, as colinas e as montanhas constituem a maior parte da diocese. É difícil para os idosos subir as colinas para ir à igreja e as pessoas doentes também precisam de receber os sacramentos, pelo que o padre tem de chegar a eles. No entanto, as estradas nas montanhas e nos distritos rurais são muito más e os automóveis nem sempre são a melhor opção, especialmente durante a estação das chuvas. 

“A estrada é tão má que em alguns casos os padres ficaram presos e tiveram de passar a noite ao relento. No entanto, precisamos de fazer todos os possíveis para chegar aos nossos paroquianos: se não chegarmos de carro, chegaremos de mota. Senão, de bicicleta, ou a pé. Ou ainda pela rádio. Que ninguém nos possa acusar de não lhe termos levado a mensagem de Cristo. Devemos poder dizer que fomos a todas as aldeias.”

Para ajudar a tornar isto possível, e na sequência de um pedido do Bispo Martin, a Fundação AIS ajudou a financiar a compra de nove motas para ajudar no trabalho pastoral.

Ultrapassar distâncias com criatividade

As melhorias dos transportes ajudam, mas, como o bispo explica, a rádio continua a ser a ferramenta mais poderosa para o esforço da catequização em África. A Rádio Tuntufye FM foi criada em 2014, com o apoio da Fundação AIS. A língua oficial utilizada na Diocese é Tumbuka, mas a população local também utiliza Lambya, Ndali, Nyakyusa, Ngonde, bem como vários dialectos. Os sacerdotes procuram utilizar a língua da comunidade local, e a rádio transmite nas três principais línguas da diocese. 

O uso de telemóveis e da Internet é extremamente raro, mas isso não constitui um obstáculo à criatividade. Por exemplo, um dos missionários, o Pe. Federico, tem sempre um telemóvel consigo quando vai a uma aldeia remota para se encontrar com o chefe. No final da reunião, dá-lhe o telemóvel e, a partir desse dia, envia uma mensagem diária com um versículo da Bíblia a cada um dos chefes que encontra, que depois o partilham com toda a aldeia.

A fé do povo é profunda e viva. Mesmo que o padre não possa estar presente, em alguns lugares o povo reúne-se para rezar sozinho. Cada paróquia tem entre 15 e 60 pequenas igrejas ou capelas. “Quando uma comunidade pequena não tem um lugar para se reunir, eles próprios constroem a igreja”, explica o Bispo Martin. As pessoas contribuem com cimento e tijolos e colaboram como podem na construção mas, não sendo profissionais, pouco tempo depois muitos dos edifícios desmoronam. Para diminuir os problemas, a diocese está a adoptar uma abordagem comum, com normas, para a construção de igrejas e outras infra-estruturas paroquiais.

Um laicado empenhado

As longas distâncias, e a escassez de sacerdotes e de estruturas eclesiais exigem a plena participação dos leigos no ministério. O Bispo Mtumbuka acredita que “não se pode dar tudo ao padre. Por exemplo, nem todos os funerais podem ser presididos por um padre, não é possível na nossa situação. Assim, há leigos que foram formados como ministros que presidem aos funerais. A ideia é que os leigos podem desempenhar todas as responsabilidades que a Igreja permite. Temos de assegurar que as pessoas recebem uma formação muito sólida na catequese. Queremos ter o maior número possível de agentes de evangelização.”

Há um longo caminho a percorrer, mas nos 12 anos desde a sua criação houve um aumento significativo de paróquias, de 5 para 16, e muitos jovens padres juntaram-se à diocese, que actualmente conta com 28 seminaristas. Alguns padres estão a estudar no estrangeiro para serem futuros educadores e professores. 

A diocese também beneficiou da generosidade dos benfeitores da Fundação AIS que tornaram possível a realização de mais de 100 tipos de projectos, num total de quase 1,5 milhões de euros, incluindo a construção de 25 edifícios, 12 dos quais são igrejas. 

Novos desafios a ultrapassar

Agora, porém, a Diocese de Karonga enfrenta um novo desafio. Sendo uma zona rural, as pessoas costumavam contribuir para a manutenção do clero com produtos, e não com peditórios. Contudo, devido à invasão russa da Ucrânia, os preços dos alimentos duplicaram, enquanto o combustível triplicou. Os fertilizantes, que normalmente vêm da Ucrânia e da Rússia, estão agora inacessíveis. 

A guerra também afectou a actividade da Igreja local: “O óleo de cozinha costumava custar cerca de 1000 ou 2000 kwachas [entre um e dois euros, mais ou menos], agora custa 9000. O povo não tem dinheiro para isso! E isto conduz a outro problema: muito em breve os padres deixarão de ser apoiados pelo povo”, adverte o Bispo Martin.

O Bispo Martin Mtumbuka conclui a sua conversa com uma mensagem para os benfeitores da Fundação AIS: “Somos uma diocese jovem, e estamos muito gratos. Estamos a tentar fazer todos os possíveis para a salvação das almas e a glória de Deus. É uma honra trabalhar em conjunto com aqueles que ajudam a Igreja que sofre. Não queremos que a generosidade das pessoas que nos apoiam seja em vão, por isso estamos a dar o nosso melhor. E gostaria de vos assegurar que rezamos por elas. Deus vos abençoe a todos!”

(Via Fundação AIS)

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Episcopado brasileiro aprova nova marca da CNBB

Marca CNBB

A marca, com a explicação dos seus sentidos, será oficialmente lançada no dia 14 de outubro, data do aniversário de 70 anos da CNBB.

Silvonei José – Aparecida – Vatican News

A proposta de modernização da marca da CNBB foi apresentada e aprovada pelos bispos do Brasil na última terça-feira, 30 de agosto. Foi desenvolvida pela doutora em design e especialista em marcas, Dulce Albarez, a partir das indicações de um trabalho de conclusão da pós-graduação em Marketing Digital e Negócios Estratégicos realizada na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, desenvolvido pelos jornalistas Larissa Carvalho, Manuela Castro e Willian Bonfim, membros da Assessoria de Comunicação da CNBB.

O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, dom Joaquim Mol, falou que se trata de uma prática comum no mundo corporativo e das organizações, de tempos em tempos, desenvolver um processo de “rebranding” termo do campo da comunicação e marketing, que significa um processo de reposicionamento da marca junto aos seus públicos. “A modernização da marca é parte deste processo”, disse.  

O jornalista e mestre em comunicação pela Universidade de Brasília, Willian Bonfim, informou que a modernização da marca da CNBB é resultado de um estudo aprofundado e “que a sua reformulação é compreendida como parte do processo de renovação que a entidade está passando, com a atualização de seu Estatuto, a reforma de sua sede em Brasília e demais novidades que o Sínodo 2023 está fazendo brotar na Igreja”.

O jornalista lembrou também que a modernização da marca é uma das ações previstas no Plano de Comunicação da CNBB (2019-2023), aprovado pelo Conselho Permanente da entidade em 2020.

Para embasar os estudos do desenvolvimento da nova marca, foi realizada uma escuta quali-quantitativa com 848 pessoas, entre bispos, jornalistas, fiéis católicos, agentes pastorais, representantes de organismos, os bispos membros da atual presidência e membros das campanhas e projetos realizados pela entidade para diagnosticar como avaliam e percebem a marca.

“Um dos problemas identificados foi o fato de não haver um manual que padronize o uso da marca e que, em razão disto, se percebeu diferentes tipos de aplicações e usos, dificultando assegurar a identidade da CNBB”, ressaltou Willian. 

O jornalista reforçou também que a proposta de renovação da identidade visual não é uma mudança brusca, mas consiste em sua modernização, à luz das tendências do designer contemporâneo, mantendo e considerando os elementos, símbolos e significados que fazem parte da tradição da instituição, sobretudo de uma marca com 70 anos como a da CNBB.

Marca CNBB

Marca aprovada pelos bispos

 A assessora de Comunicação da CNBB, Manuela Castro, apresentou a proposta de modernização da marca que foi desenvolvida com base nas palavras e valores que mais foram sugeridos na pesquisa: “unidade, fraternidade, sinodalidade, comunhão, colegialidade e amor”.

Ela reforçou também que foi desenvolvida uma tipografia específica para a marca. “Na concepção da assinatura visual, o posicionamento do cajado mudou de sentido para que a pomba, que representa o Espírito Santo, e o olhar dos pastores estejam voltados para a atualidade, para o presente e para frente”, apresentou.  

Processo de implementação

A marca, com a explicação dos seus sentidos, será oficialmente lançada no dia 14 de outubro, data do aniversário de 70 anos da CNBB. Após a aprovação pelo episcopado, inicia-se uma fase de construção do seu Manual de Aplicação e Padronização no qual constará seus significados, sua política de gestão e as regras de sua utilização e aplicação. Cumprida esta etapa, será feita uma rodada de conversa com os departamentos, organismos vinculados e regionais da CNBB com vistas a manter a unidade na sua implantação e uso, garantido o reforço da identidade da instituição.

Fonte: Vanuza Wistuba - CNBB

domingo, 4 de setembro de 2022

A eficácia de Deus

d.ee_angelo | Shutterstock
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

A grande prova da nova humanidade que vivemos é a capacidade de comunicar a beleza do amor a todos e em tudo que fazemos.

Deus realmente age na história? A vida dos cristãos é diferente daquela dos outros seres humanos? Nós mesmos muitas vezes nos fazemos essas perguntas, principalmente em momentos de grande dor ou de flagrantes injustiças. J. Ratzinger, futuro Bento XVI, no livro Introdução ao Cristianismo (São Paulo: Loyola, 2017), com argúcia lembra que momentos de dúvida são algo que crentes e não-crentes têm em comum. O crente, em alguns momentos, duvida que Deus exista; o não-crente, pergunta se é verdade que Deus existe.

O encontro com Cristo

Numa carta ao jornalista italiano Eugenio Scalfari, datada de 4 de setembro de 2013, o Papa Francisco evoca uma passagem da Deus caritas est (DCE 1), escrevendo: “a fé, para mim, nasceu do encontro com Jesus: um encontro pessoal, que tocou o meu coração e deu uma direção e um sentido novo à minha existência”. Quem não fez esse encontro pessoal com Cristo não tem uma fé verdadeira – pode até professar os valores cristãos por uma questão de tradição, mas será uma confissão abstrata, mais próxima de uma “filosofia de vida” do que de uma experiência religiosa. Não se trata de julgar aqui a vida dos outros, alguns realmente nunca receberam o anúncio cristão, outros o receberam de uma forma adulterada e por isso não fizeram o encontro, outros ainda, quando conheceram a Cristo, não empenharam sua liberdade em conhecê-Lo.

Muitas vezes, porém, mesmo nós que temos plena consciência de termos feito esse encontro que mudou nossa vida, quando queremos testemunhar nossa fé, nos deparamos com essa questão: como explicar aos demais que Ele realmente atuou em nossa vida e na vida dos outros cristãos? Como dizer que Ele é eficaz quando existe tanto mal e tanto sofrimento no mundo?

Onde reside a eficácia de Deus

Esse tema surgiu numa reunião de minha pequena comunidade e tomo aqui “emprestada” a resposta dada por meu amigo Olívio Pereira de Oliveira Júnior: Deus se mostra eficaz na história quando faz com que transpareça, em nossa vida, uma humanidade nova – um modo diferente, mais condizente com nossos anseios mais profundos, de nos relacionarmos com os outros, com as coisas e até mesmo com nós mesmos, com nossas alegrias e dores, êxitos e fracassos.

Essa resposta inclui muitas coisas, mas devemos superar dois reducionismos igualmente fatais: o do moralismo esquemático e o da fantasia otimista.

É verdade que, nesse caminho de mudança de vida trazida pelo encontro com Cristo, tendemos a ser moralmente melhores, tanto por compreendermos mais do que é a bondade no mundo quanto por nos esforçarmos para corresponder à graça recebida. Contudo, isso é diferente de um esquema moral incapaz de aceitar os outros, de olhar com misericórdia para os próprios erros e para os erros do outro. Somos todos incoerentes, em maior ou menor grau, e nossa coerência é importante, mas não é a prova definitiva de que Deus agiu em nossa vida. Nesse sentido, a grande prova da nova humanidade que vivemos é a capacidade de comunicar a beleza do amor a todos e em tudo que fazemos. Nesse testemunho, nossa incoerência é realmente uma dificuldade, mas não dá a última palavra, pois até mesmo em nossos erros é o amor e a misericórdia de Deus que se evidenciam.

A fantasia otimista é a ilusão de que para os cristãos nada vai dar errado, como se entre nós não houvesse também aqueles que morrem precocemente por causa de doenças, acidentes ou vitimados pela violência, como se não fracassássemos em negócios ou perdêssemos combates e guerras, como se não tivéssemos mais que sofrer o cancelamento cultural ou mesmo o martírio de sangue. Deus é “nosso escudo”, como dizem vários Salmos, mas não nos termos da concepção humana. Ele reservou o martírio para seu próprio Filho Unigênito, não poupará a nós dos sofrimentos. Porém, a humanidade nova permite viver até mesmo o sofrimento de um outro modo. Sempre me marcou a experiência de um casal de amigos que, no enterro da própria filha, consolava os demais. Evidentemente sofriam uma grande dor, mas sua humanidade renovada por Cristo lhes dava uma esperança e um conforto que lhes permitia ser sinal do amor de Deus para os demais.

A liberdade ineficiente

Surpreendentemente, a nossos olhos, Deus nunca deixa de ser eficaz, de fazer sua graça agir na vida dos seres humanos e no mundo; mas, de certa forma, escolheu por não ser eficiente.

Aqui vale uma explicação técnica, do uso dos termos pelos estudiosos do funcionamento de processos e operações. Ser eficaz significa atingir um objetivo almejado, superar a dificuldade que se apresenta. Ser eficiente significa fazer isso com o mínimo de esforço, com o menor gasto de recursos. Se devemos ir de São Paulo ao Rio de Janeiro, nos perdemos no caminho e passamos primeiro por Belo Horizonte, não deixamos de ser eficazes, mas não fomos eficientes.

Deus é eficaz, garantiu que possamos ser salvos, conforme seu desígnio de amor, mas, também por amor, deu-nos o livre-arbítrio, a possibilidade de renegarmos Sua graça, de sermos incoerentes, de termos a necessidade de construir um mundo que pode ser melhor ou pior em função de nossas opções. Poucos mistérios de Deus são tão incompreensíveis para nós, seres humanos, como o do livre-arbítrio. É fato que a obra de Deus no mundo, a nossos olhos, ao menos, parece ser menos eficiente por causa dele – mas Deus parece valorizar muito a nossa liberdade, a ponto de se conter, de ser “menos eficiente”, para respeitá-la.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Cardeal dom Paulo Cezar celebra primeira missa em Brasília

Cardeal Dom Paulo Cezar | PASCOM-arqbrasilia

Cardeal dom Paulo Cezar celebra primeira missa em Brasília

Neste sábado, 03 de setembro, dia em que a igreja celebra São Gregório Magno, Papa e doutor da Igreja, dom Paulo Cezar foi acolhido como Cardeal numa solenidade realizada durante a manhã na Catedral Metropolitana de Brasília. Estiveram presentes clero, políticos, embaixadores e fiéis de diversas paróquias espalhadas pelo Distrito Federal. Antes do início da celebração, uma escolta motociclística de batedores da PMDF acompanhou dom Paulo, desde a residência oficial até a Catedral, onde ele foi recebido ao som de Ave-Maria, versão Franz Shubert e o hino Pontifício, tocados pela banda do Corpo de Bombeiros do DF.

Durante a homilia, o Cardeal ressaltou a importância do diálogo aberto e lembrou que todos devem sempre seguir o caminho de Cristo.

‘’Devemos seguir o caminho da liberdade, quem segue Jesus se torna livre, vai se tornando servidor, vai assumindo verdadeiramente o caminho do serviço. O mundo precisa de servidores e não de ditadores, de homens e mulheres fechados em si. Quem trilha o caminho da liberdade de Cristo vai se tornando livre, vai se tornando verdadeiramente um servidor.’’

Dom Paulo ainda fez questão de ressaltar que as autoridades possam olhar sempre pelas pessoas, e que aproveitem de seus cargos para servirem a sociedade, sem se esquecer de quem são.

‘’Aqui em Brasília estão as diversas esferas do governo, o perigo do orgulho poder ir minando as condições do diálogo, do construir uma sociedade pautada no bem e na cultura do encontro. Devemos ter cuidado com o perigo do orgulho, da vaidade, de se apegar aquilo que pensamos ser, e esquecer quem somos. Todos somos seres humanos, somos todos servidores de Deus, servidores do amado povo.’’

Ao final da celebração, dom Paulo agradeceu a oportunidade de poder celebrar esse momento tão especial com a comunidade.

” Uma emoção poder celebrar com o meu povo, de poder estar com aqueles que me ajudam no dia a dia, que gastam diariamente a vida comigo, buscando fazer com que a Igreja seja uma Igreja evangelizadora e missionária, permitindo que a igreja chegue a periferia humana e tantas outras periferias existenciais.”

Cardeal Dom Paulo Cezar | PASCOM-arqbrasilia
Cardeal Dom Paulo Cezar | PASCOM-arqbrasilia
Cardeal Dom Paulo Cezar | PASCOM-arqbrasilia
Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Papa promulga nova Constituição para a Ordem de Malta

Ordem-de-Malta | Guadium Press
Francisco também nomeia um Conselho Provisório, cujas nomeações entram em vigor hoje.

Redação (03/09/2022 12:03Gaudium Press) O decreto de 3 de setembro é o último passo na reforma da Ordem de Malta, ordenada pelo Papa Francisco em 2017. No decreto papal, que entrou em vigor a partir da promulgação, o Papa Francisco revogou todos os altos cargos da Ordem, dissolveu o atual Conselho Soberano, estabeleceu um Conselho Soberano provisório e convocou um Capítulo Geral extraordinário a ser realizado em 25 de janeiro de 2023, festa da conversão de São Paulo.

O Pontífice recordou que a Ordem de Malta “sendo uma Ordem religiosa, depende, em suas diversas articulações, da Santa Sé” e acrescentou que “com paternal solicitude e preocupação acompanhei o progresso da Ordem nestes anos, apreciando os trabalhos realizados em várias partes do mundo, graças também à generosa contribuição dos Membros e Voluntários e também constatando a necessidade de iniciar uma profunda renovação espiritual, moral e institucional de toda a Ordem, especialmente e não apenas dos Membros da Primeira Classe, mas também dos da Segunda Classe”.

O Conselho Soberano Provisório será presidido pelo Grande Comandante, Fra’ Emmanuel Rousseau, o Grão-Chanceler, Riccardo Paternò di Montecupo, o Grão-Hospitalário, Fra’ Alessandro de Franciscis, e o Receptor do Tesouro Comum, Fabrizio Colonna.

Juntamente com eles, o Conselho Soberano Provisório terá como membros Fra’ Roberto Viazzo, Fra’ Richard Wolff, Fra’ John Eidinow, Fra’ João Augusto Esquivel Freire de Andrade, Fra’ Mathieu Dupont, Antonio Zanardi Landi, Michael Grace, Francis Joseph McCarthy e Mariano Hugo Windisch.-Graetz.

Francisco também confirmou todos os poderes atribuídos ao seu delegado especial para a Ordem de Malta, o cardeal Silvano María Tomasi, que ficará encarregado de preparar o próximo Capítulo Geral junto com o Conselho Soberano provisório.

A Ordem Soberana de Malta é uma ordem religiosa leiga da Igreja Católica e um Estado soberano sujeito ao direito internacional. Em 2017, o Papa Francisco ordenou reformas tanto da vida religiosa da ordem quanto de sua constituição.

Ao longo do processo de reforma, surgiram preocupações de que algumas das ações do Papa Francisco ameaçam a soberania da Ordem de Malta.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Papa: a Igreja chamada a ser um “hospital de campo”

Papa Francisco com membros da Fundação AVSI | Vatican News

Em seu discurso aos participantes da iniciativa “Hospitais Abertos” o Papa convida a não desistir, ir em frente, ajudar, curar, amar. “Uma gota de água no deserto, porém até mesmo o deserto pedregoso da Síria, após as primeiras chuvas da primavera, está coberto por um manto verde”. O encontro foi nesta manhã (03) no Vaticano.

Jane Nogara - Vatican News

O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado, 3 de setembro, os participantes da iniciativa “Hospitais Abertos” na Síria. “Pensando na Síria – iniciou o Papa - vêm à mente as palavras do Livro das Lamentações: ‘Pois tão grande como o mar é a tua perdição, quem te curará’" (2,13). Estas são expressões que se referem aos sofrimentos de Jerusalém e também podem trazer à mente aqueles vividos pela população síria durante estes doze anos de conflito sangrento”.

"Quem te curará, Síria?". É a pergunta que o Papa se faz diante da realidade de hoje, continuando “a crise síria, segundo os observadores internacionais, continua sendo uma das crises mais graves do mundo, com destruição, crescentes necessidades humanitárias, colapso socio-econômico, pobreza e fome em níveis extremamente severos”. Diante deste imenso sofrimento, continuou Francisco “a Igreja é chamada a ser um ‘hospital de campo’, para curar tanto as feridas espirituais quanto físicas”.

“A Igreja, desde o tempo dos Apóstolos, tem permanecido fiel ao mandato de Jesus: ‘Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebeste, de graça dai' (Mt 10,8).”

Hospitais para todos

O Papa destacou que "Hospitais Abertos", significa, “aberto a pacientes pobres, independentemente de afiliação étnica ou religiosa. Esta característica - continuou - expressa uma Igreja que quer ser uma casa com as portas abertas e um lugar de fraternidade humana.

“Em nossas instituições de caridade, as pessoas, especialmente os pobres, devem se sentir ‘em casa’ e sentir um clima de acolhida digna.”

O efeito deste gesto recordou ainda, é duplo: “curar os corpos e recompor o tecido social, promovendo aquele mosaico de convivência exemplar entre vários grupos étnico-religiosos que é característico da Síria. A este respeito, é significativo que os muitos muçulmanos atendidos em seus hospitais sejam os mais gratos”, concluiu.

O Bom Samaritano

“Hoje vocês me presentearam com um belo ícone de Jesus, o Bom Samaritano. O homem infeliz da parábola do Evangelho, roubado e deixado meio morto na beira da estrada, pode ser outra imagem dramática da Síria, atacada, roubada e abandonada meio morta na beira da estrada. Mas não esquecida e abandonada por Cristo, o Bom Samaritano, e por tantos bons samaritanos: indivíduos, associações, instituições”. Então Francisco cita a Fratelli tutti confirmando: “A história do bom samaritano repete-se: torna-se cada vez mais evidente que a incúria social e política faz de muitos lugares do mundo estradas desoladas, onde as disputas internas e internacionais e o saque de oportunidades deixam tantos marginalizados, atirados para a margem da estrada”.

Uma gota de água é importante

Por fim o Papa disse ainda: “Diante de tantas e graves necessidades, sentimos o limite de nossas possibilidades de intervenção. Sentimo-nos um pouco como os discípulos de Jesus diante da grande multidão a ser alimentada: ‘Não temos nada além de cinco pães e dois peixes; mas o que é isto para tanta gente?’ (Jo 6,5-9). Uma gota de água no deserto, poder-se-ia dizer. No entanto, até mesmo o deserto pedregoso da Síria, após as primeiras chuvas da primavera, está coberto por um manto verde. Tantas pequenas gotas, tantos fios de grama!”

Concluindo disse:

“Que os doentes possam ser curados, que a esperança possa renascer, que o deserto possa reflorescer!”

São Marino, eremita

S. Marino | primeroscristianos
04 de setembro
São Marino, eremita

Único santo fundador e padroeiro de um Estado, Marino chegou a Rimini da Dalmácia no ano de 257 para trabalhar como pedreiro. Para escapar da perseguição anti-cristã, refugiou-se no Monte Titano, onde fundou sua comunidade junto com s. Leão. Foi ordenado diácono e morreu eremita em 366.

"Deixo vocês dois livres dos dois homens." (Marinha morrendo)

Esta frase, atribuída a s. Marino prestes a morrer, tem o seguinte significado: o santo, antes de voltar para a Casa do Pai, teria anunciado aos habitantes da pequena aldeia nascida no Monte Titano ao redor da comunidade que ele havia fundado, que teriam sido libertados ambos de a autoridade opressora do Imperador como da autoridade intrusiva do Papa.

Estas palavras são, de facto, a profecia da queda do Exarcado Bizantino no século VIII, e a fundação da independência da República que leva o seu nome e que ainda hoje sobrevive.

A chegada à Itália com seu amigo Leon

Estamos em 275. Os imperadores Diocleciano e Maximiano, além de exacerbar as perseguições contra os cristãos, decidiram reconstruir a cidade de Rimini, destruída pelos liburinos. Marino e seu amigo Léon, dois pedreiros, chegam da ilha de Arbe, na Dalmácia, e são imediatamente enviados ao Monte Titano para extrair e processar as rochas necessárias à reconstrução das paredes circundantes.

Mais tarde os dois se separaram: Leo se refugiou em Monte Feliciano – hoje Monte Feltro – Marino retornou a Rimini onde, além de trabalhar, pregou a fé e obteve muitas conversões. Logo sua fama alcançou o mar e sua terra natal, a Dalmácia. De repente, uma mulher aparece em cena alegando ser sua esposa.

Marino tem que se proteger em seu refúgio, mas isso não é suficiente: ele foge para o Monte Titano, onde constrói uma cela de monge e uma igreja em homenagem a São Pedro. A mulher, depois de algum tempo, finalmente se arrepende e retornando à cidade, antes de morrer, confessa suas falsidades.

A disputa com Dona Felicissima

A pequena comunidade fundada por Marino e León no Monte Feltro deve enfrentar novas ameaças. A terra que ocupam, de fato, é propriedade de uma certa Felicíssima e é reivindicada por seu filho, Veríssimo. Às reivindicações violentas dessas duas pessoas, os homens de Deus só podem opor suas orações.

Inesperadamente, Veríssimo adoece de paralisia e sua mãe, dilacerada pela dor, implora a Marino que rogue ao Senhor pela cura de seu filho; em troca, ele lhe dará todas as suas terras. A oração tem seu efeito e Deus concede a cura de Verissimo. Mãe e filho, além de um número considerável de parentes, se convertem e recebem o batismo diretamente das mãos de Marino.

Marino e o urso

Enquanto isso, o bispo de Rimini, s. Gaudêncio percebeu esses fatos e convocou Marino para lhe agradecer. Ele ficou tão impressionado com a personalidade dela que também lhe concedeu a ordem do diaconato. Quando Marino voltou para casa, segundo uma lenda famosa, encontrou o urso que havia despedaçado o burro que o ajudava em seu trabalho todos os dias.

O santo, então, domou o urso e "por penitência" obrigou-o a substituir o burro para realizar as atividades diárias de carregamento e transporte. Marino passará o resto de sua vida no Monte Feltro com sua comunidade, até sua morte em 366.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF