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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Santa Regina

Santa Regina | Jornal O São Paulo
07 de setembro
Santa Regina

Santa Regina viveu no terceiro século. Era filha de uma mulher chamada Clement Alise. Seu pai era um pagão da região de Burgundy, na França. A situação financeira de sua família era boa. Tinham muitos bens. Sua mãe simpatizava com os cristãos, mas não praticava a religião.

Morte de sua mãe

Sua mãe faleceu quando Regina era ainda muito nova. Antes de morrer, porém, sua mãe a confiou aos cuidados da empregada que já cuidava dela. Era uma mulher da confiança de sua mãe. Essa mulher era cristã. Santa Regina continuou morando em sua casa e sendo cuidada pela mulher cristã.

Reviravolta em sua vida

Quando o pai de Regina ficou sabendo que a empregada que cuidava de sua filha era cristã, demitiu a empregada e simplesmente expulsou a filha de sua casa. Sem ter para onde ir, Santa Regina encontrou abrigo na casa da mulher que a tinha criado. Esta casa ficava no bairro pobre da cidade. Lá, ela foi acolhida como membro da família e continuou recebendo a formação cristã que a empregada já vinha lhe dando. Para ajudar, ela assumiu um trabalho pouco nobre naquela época: ela foi pastorear ovelhas.

A Beleza de Santa Regina

A história de Santa Regina diz que ela era uma jovem portadora de grande beleza. E, por causa de sua beleza, o prefeito da cidade, que se chamava Olybrius, apaixonou-se por ela e pediu sua mão em casamento. O prefeito, porém, era pagão e assumidamente anticristão. E Regina, consolidada na fé cristã, recusou o pedido.

Sofrimentos de Santa Regina

Furioso, o prefeito ordenou que Regina fosse presa acusando-a de desacato a autoridade e bruxaria. Em seguida, ordenou que Regina fosse torturada até o momento em que ela renegasse a fé cristã e oferecesse sacrifícios aos ídolos pagãos que o prefeito cultuava. Santa Regina resistiu às torturas em nome de sua fé e não renegou Jesus Cristo.

O prefeito não pode prosseguir com as torturas por causa de uma viagem que tinha que fazer. Assim, mandou que ela continuasse presa, acorrentada com ferros em sua cintura e amarrada às paredes de sua cela. Quando o prefeito voltou da viagem, ainda insistiu no seu pedido de casamento, mas Regina recusou novamente.

Torturas

Não se conformando com a rejeição de Santa Regina, o prefeito passou a concentrar todas as suas forças no intuito de fazer Regina renegar Jesus Cristo. Por isso, submeteu-a as maiores torturas. Começou com açoites que fizeram sangrar todo o seu corpo. Em seguida, deitou-a em cima de um cavalo feito de madeira que machucava sua coluna e esfolava sua pele. Em seguida, suas unhas foram arrancadas e sua pele foi dilacerada por ganchos enferrujados.

Santa Regina, porém não renegou sua fé e continuou firme. Sua família adotiva sofria, chorava e rezava ao saberem de todas as torturas que Regina sofria. Ao ver que ela ainda estava viva, o prefeito mandou que a levassem novamente à sua cela. Lá, milagrosamente ela ficou curada. Ao saberem deste fato, muitos do povo se converteram a Jesus Cristo.

A visão da Cruz de Cristo

Sem saber o que fazer, o prefeito deixou-a alguns na prisão, sem comida e sem água. Numa das noites na prisão, Regina teve uma maravilhosa visão da  cruz de Jesus Cristo. Nesse momento, uma voz lhe falou que, muito em breve, ela seria libertada. Santa Regina sentiu uma grande consolação em seu coração.

Martírio

No dia seguinte, o prefeito Olybrius, vendo que Santa Regina estava curada,  começou a torturá-la de novo. Dessa vez, porém, com mais fúria ainda. Ele mandou que ela fosse queimada com tochas nas laterais de seu corpo. Depois, mandou que ela fosse crucificada. Ainda uma última vez, ele quis que Santa Regina renegasse a fé, mas ela não cedeu. Então, ele mandou que ela fosse decapitada.

Sinal de Deus

Muitas pessoas testemunharam a força e a fé de Santa Regina diante do martírio. E muitas se converteram ao presenciarem seu testemunho de fé. E Deus, que ama e defende seus santos, também quis dar um sinal em favor de Santa Regina diante de todos. De fato, antes de Santa Regina ser decapitada, uma pomba totalmente branca pousou sobre sua cabeça.

O carrasco fazia a pomba sair dali, mas a ave símbolo da paz voltava à cabeça de Santa Regina. O povo pediu que o prefeito reconsiderasse, mas este não cedeu. Então, finalmente, o carrasco decapitou Santa Regina e ela foi libertada para a felicidade eterna como lhe tinha sido prometido na visão do dia anterior.

A iconografia da Santa

Na arte cristã Santa Regina é representada de várias maneiras, fazendo referência ao seu martírio. Primeiro, como uma jovem presa à cruz e tochas acesas sendo queimando seus lados.

Outra representação é uma jovem com uma pomba branca sobre sua cabeça. Ela também é representada como uma jovem na prisão, uma pomba sobre a cabeça e uma cruz cheia de brilho. Por fim, ela é representada tendo um cordeiro junto de si e sendo açoitada com ferros.

Devoção a Santa Regina

Santa Regina até hoje é bastante venerada na região de Autun, na França e também na região sul da Alemanha. A festa litúrgica de Santa Regina acontece no dia sete de setembro.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

"Discernir é ouvir o próprio coração", afirma o Papa na Audiência Geral

Audiência Geral na Praça São Pedro | Vatican News

“Deus trabalha através de acontecimentos não programáveis, e até nos contratempos”, afirmou Francisco, dando continuidade ao ciclo sobre o discernimento espiritual. Sua catequese foi inspirada num episódio da vida de Santo Inácio de Loyola.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Santo Inácio de Loyola foi o protagonista da catequese do Papa na Audiência Geral desta quarta-feira.

Francisco deu continuidade ao seu novo ciclo sobre discernimento, contando como o fundador da Companhia de Jesus aprendeu a discernir a partir de um episódio concreto de sua vida, mais precisamente quando feriu sua perna durante a guerra.

Santo Inácio fez uma longa convalescença em casa, durante a qual se dedicou à leitura. Ele procurava por livros de cavalaria, mas, por falta de opção, pôs-se a ler a vida dos santos. Foi então que começou a descobrir outro mundo, que o fascinou. De modo especial, admirou as figuras de São Francisco de Assis e de São Domingos de Gusmão e sentiu o desejo de os imitar.

Entretanto, o mundo da cavalaria continuava a encantá-lo, mas se dava conta que os pensamentos mundanos no início eram atraentes, mas, ao deixá-los, sentia-se desiludido e vazio, ao passo que a leitura da vida dos Santos deixava-o consolado, cheio de alegria e com uma paz que perdurava no tempo.

Ouvir o próprio coração

O mesmo acontece conosco, acrescentou o Papa, quando por exemplo fazemos uma obra de caridade e sentimos felicidade. Inácio nos ensina isto: ouvindo o próprio coração, ele fez a primeira experiência de Deus.

“Para conhecer o que acontece, qual decisão tomar, julgar uma situação, ouvir o próprio coração. Nós ouvimos a televisão, o rádio, o celular, somos mestres da escuta, mas pergunto: você sabe ouvir o próprio coração? Você para para dizer: ‘Mas o meu coração como está? Está satisfeito, triste, busca algo?’. Para tomar boas decisões, é preciso ouvir o próprio coração.”

Só depois de um certo período é que Inácio percebeu esta diferença e, debruçando-se sobre ela, procurou discerni-la. Eis então o elemento da casualidade. Tudo parece nascer de um banal contratempo: não havia livros de cavaleiros, mas apenas vidas de santos. “Deus trabalha através de acontecimentos não programáveis, e até nos contratempos”, explicou Francisco.

O Pontífice então aconselhou a ficar atento às coisas inesperadas, pois ali a vida está nos falando, aprender a discernir se é o Senhor ou diabo. Até mesmo nas coisas do dia a dia, a visita inesperada da sogra ou um colega que nos pede dinheiro emprestado, devemos ficar atentos à nossa reação para aprendermos a conhecer o nosso coração.

É o discernimento que nos ajuda a reconhecer os sinais com que Deus Se faz encontrar por nós, mesmo nas situações imprevistas e contratempos, como foi para Inácio de Loyola aquela ferida na perna. Daí pode nascer um encontro, que muda a vida para sempre.

“Que o Senhor nos ajude a ouvir o nosso coração e a ver quando é Ele que atua e quando não é.”

terça-feira, 6 de setembro de 2022

É a oração a chave da vida cristã

A oração é a chave da vida cristã | Ao Único Deus
Extraído do número 01/02 - 2012 Revista 30Dias

É a oração a chave da vida cristã

“É preciso muita humildade, para rezar o Rosário e as orações mais simples, como as da devoção popular: lá entendemos como muito frequentemente é o povo que transmite a fé aos sábios”. Entrevista com o agostiniano Prosper Grech, criado cardeal por Bento XVI no último consistório.

Entrevista com o cardeal Prosper Grech por Paolo Mattei

Nas paredes do segundo andar do Institutum Patristicum Augustinianum estão pregadas algumas fotos em preto e branco. Nas molduras discretas se abrem vistas de praças e igrejas ao pôr do sol, perspectivas de marinas prateadas, perfis de homens e mulheres ao sol. No meio da manhã, os estudantes as observam tomando café no intervalo entre uma aula e outra. Talvez recuperem um pouco de fôlego, deixando que o olhar, até alguns minutos antes concentrado numa página de teologia ou de patrologia, repouse por alguns instantes nas luminosidades e nos claro-escuros dessas belíssimas cenas de vida comum.

O autor dessa mostra permanente de fotografia é um dos docentes mais conhecidos do Patristicum e atualmente um dos especialistas mais ilustres em Sagrada Escritura: o agostiniano Prosper Grech, que foi criado cardeal por Bento XVI no último Consistório. Nascido em Malta em 1925, Grech foi, ao lado do padre Agostino Trapè, o fundador do Patristicum – um centro de alta especialização que concede o bacharelado em Teologia e o mestrado e o doutorado em Teologia e Ciências Patrísticas –, que se encontra ao lado da Basílica de São Pedro. Em sua longa atividade de docência, Grech lecionou também por vinte anos Teologia Bíblica na Universidade Lateranense e por trinta anos Hermenêutica Bíblica no Pontifício Instituto Bíblico. Autor de muitos livros e artigos em revistas científicas, por mais de vinte anos consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, é atualmente membro da Pontifícia Comissão Bíblica.

Nós o encontramos no Colégio Internacional Santa Mônica, no mesmo conjunto que hospeda o Patristicum.

 

Padre Prosper Grech | 30Disas

O senhor recebeu sua educação cristã em Malta...

PROSPER GRECH: Malta tem uma longa tradição católica, e Birgu, a antiga cidadezinha em que nasci, era, e é, cheia de igrejas. Eu frequentava a de São Lourenço – onde fui batizado e depois participei da Ação Católica – e a de São Domingos. Quando criança fui educado pelas Irmãs de São José, numa cidadezinha perto de Birgu, e com elas fiz a primeira comunhão. As lembranças da minha infância e da minha juventude são cheias de imagens da devoção popular, como as procissões que ziguezagueavam, fizesse chuva ou sol, pelas ruas da pequena cidade, ou o som dos sinos que enchia o ar quando o padre levava o viático pelas ruas...

Como nasceu a vocação ao sacerdócio?

Quando eu era menino sentia alguma coisa no coração, algo não claramente definível, que me fazia pensar no sacerdócio como caminho para a minha salvação. Depois, naturalmente, como muitas vezes acontece, ao crescer a pessoa muda de ideia, e isso aconteceu comigo também. Mas aquela espécie de sugestão secreta aflorou de novo durante a guerra, no ano em que concluía o ensino médio. Foi nesse período que a semente da vocação deu seu fruto. Voltei a olhar para toda a minha vida até então e respondi sim àquele chamado.

Os anos da guerra foram duros...

Malta sofreu bombardeios devastadores, Birgu era alvo dia e noite e assim fui obrigado a refugiar-me com a minha família em Attard, um povoado no meio da ilha, longe do arsenal, mas próximo de um aeródromo constantemente metralhado. Eu tinha dezessete anos e tinha começado a frequentar a faculdade de Medicina. Chamaram-me para prestar serviço na brigada antiaérea e consequentemente eu ia às aulas de uniforme para estar sempre pronto a correr para a bateria quando chegavam os inimigos. Depois do ataque, se a universidade ainda estivesse de pé e eu, ainda vivo, voltava para a aula com os meus colegas...

Por que escolheu entrar na Ordem Agostiniana?

Bem, muito simplesmente porque tinha um primo agostiniano a quem me dirigi para obter um conselho. Em Malta já havia na época uma província da Ordem, na qual entrei em 1943.

E como nasceu o amor por Santo Agostinho?

Eu o conhecia bem pouco, mas em nosso noviciado havia um professor idoso, padre Antonino Tonna-Barthet, de origem francesa, especialista em Santo Agostinho, que nos levou realmente a amá-lo muito. Ele tinha organizado uma bela antologia de seus escritos espirituais, intitulada De vita christiana, que foi também traduzida para o italiano, e que mereceria ser republicada. Aquele foi o meu primeiro contato com Agostinho. Depois o aprofundei um pouco estudando filosofia em Malta, e também, naturalmente, no Colégio Internacional Santa Mônica, aqui em Roma, aonde cheguei em 1946 para estudar teologia e onde encontrei padre Agostino Trapè, que foi meu professor: ele era um apaixonado por Agostinho, sobre o qual eu, de qualquer forma, não sou um especialista. Eu me aprofundei mais no pensamento dos Padres dos séculos II e III.

Em Roma, o senhor prosseguiu seus estudos...

Sim, na Gregoriana para o doutorado, e no Pontifício Instituto Bíblico para o mestrado em Sagrada Escritura. E em Roma fui ordenado sacerdote, em 1950, em São João de Latrão. Depois, em 1954, deixei a cidade por um tempo, para estudar e lecionar...

Onde?

Primeiro na Terra Santa, depois novamente em Malta, onde ensinei Sagrada Escritura por alguns anos em nosso estudantado agostiniano. Em 1957, recebi uma bolsa de estudos e fui a Oxford aprender bem o hebraico, e no ano seguinte estava em Cambridge, como assistente de pesquisa do professor Arberry... Voltei a Roma em 1961.

Novamente para estudar e lecionar?

Sim, e também para escrever a tese em Ciências Bíblicas. Mas mal voltei fui nomeado secretário de dom Pietro Canisio Van Lierde, que era sacrista do Palácio Apostólico e vigário-geral de Sua Santidade para a Cidade do Vaticano. Com ele “preparamos” o conclave em 1963, aquele em que foi eleito Paulo VI.

O que o senhor quer dizer com isso?

Enquanto sacrista, Van Lierde supervisionava as cerimônias litúrgicas do Pontífice, preparava os utensílios, os paramentos e os altares para a celebração das missas. O conclave também precisava ser organizado em seus aspectos “logísticos”. Por exemplo, como na época ainda não era costume concelebrar, tínhamos de aprontar todos os altares para que cada um dos cardeais pudesse dizer a missa privadamente.

O senhor encontrou Montini naquela ocasião?

É claro. Ouvi sua última confissão como cardeal...

Foto tirada por padre Prosper Grech | 30Dias

E como foi que isso aconteceu?

Eu cruzei com ele no Palácio Apostólico e ele me perguntou se eu era o confessor do conclave. “Não, eminência, não sou eu”, respondi; “vou procurá-lo para o senhor...” “Não, não, não precisa... Não posso me confessar com o senhor mesmo?” Assim fomos à capela Matilde, que hoje se chama Redemptoris Mater, e eu ouvi sua confissão. Depois de algumas horas era Papa. Espero não lhe ter dado uma penitência pesada demais...

O senhor não ficou muito tempo nos Palácios Vaticanos...

Não, porque em 1965 padre Trapè, tão logo eleito prior geral da Ordem, me disse: “Em vez de perder tempo no Vaticano”, o que aliás era verdade, “venha ser diretor do Instituto”, que era o Studium Theologicum Augustinianum.

Alguns anos depois, com Trapè, o senhor fundou o Institutum Patristicum Augustinianum...

Sim, o Patristicum era um pouco o nosso sonho, o de ter um lugar no qual cultivar e aprofundar as ciências sagradas, o pensamento dos Padres da Igreja, de Santo Agostinho e de seus herdeiros. Como havia muitas dúvidas sobre ser possível realizá-lo e ao mesmo tempo uma certa pressa de instituí-lo, padre Trapè pediu audiência a Paulo VI, o qual o abençoou com as duas mãos e o exortou a ir em frente. Foi inaugurado em maio de 1970. No início houve dificuldades, mas depois, com o tempo, consolidou-se.

Em Roma o senhor conheceu também Albino Luciani...

Quando vinha à Urbe, hospedava-se no nosso Colégio. Era realmente bom e simpático, um homem humilde, que se escondia... Mas também afável, ríamos muito juntos. Quando estava ali, celebrávamos a missa juntos todos os dias às sete da manhã.

Ele se hospedou com vocês também antes do conclave que o elegeu Papa?

Sim, com outros dois cardeais. Naquele período eu era o “prior suplente” do Colégio, pois o titular estava ausente, e na noite antes de entrarem no conclave não sabia que palavras usar para me despedir deles: “Bem, agora não sei como cumprimentá-los, pois um ‘até breve’ é de mau gosto, e boa sorte é ainda pior...” Imediatamente depois de sua eleição, à noite, antes de ir dormir, papa Luciani nos escreveu uma carta, dirigida a mim enquanto superior temporário do Colégio, agradecendo-nos pela hospitalidade e lembrando particularmente o irmão Franceschino.

Quem era Franceschino?

O irmão leigo idoso que arrumava o seu quarto. Eu me lembro de que, numa das oportunidades em que Luciani estava conosco, Franceschino me disse: “Temos de tomar conta deste cardeal, porque um dia vai ser papa”. Eu corri o risco também de me tornar secretário suplente de João Paulo I...

Por quê?

Seu secretário, que tinha de ir a Veneza pegar suas coisas para levá-las ao Vaticano, me pediu que o substituísse por algum tempo. Eu, porém, hesitava, porque naquele momento era alvo de ataque público de certos ambientes ultraconservadores ressentidos com o fato de eu ensinar Teologia Bíblica na Lateranense: “A teologia bíblica é coisa protestante, não existe, nós temos a teologia dogmática”, diziam. Enfim, eu não queria criar embaraços. Assim, Mons. Magee foi auxiliar o Papa.

A propósito de Teologia Bíblica: o senhor a ensinou por vinte anos na Universidade Lateranense e por trinta anos manteve a cátedra de Hermenêutica Bíblica no Pontifício Instituto Bíblico. Como nasceu essa paixão pela Sagrada Escritura?

Eu a tive desde menino. Entre outras coisas, nas escolas malteses ensinavam seriamente a Escritura e eu me lembro de que como tarefa para os exames nas escolas secundárias nos apresentavam uma passagem do Evangelho pedindo-nos que explicássemos sua proveniência e a interpretássemos em seu contexto. Mas eu gostava também da leitura solitária do Novo Testamento, e preferia São Mateus e São João. Já na época do seminário manifestei ao mestre dos noviços o desejo de me dedicar ao estudo da Escritura, mas ele certamente não me encorajou: “É difícil, é preciso conhecer muitas línguas... Essa exegese, além disso, com a atenção exasperada a cada vírgula...” De fato, não exagerou demais. Seja como for, depois, o meu propósito se realizou.

Lecionando Hermenêutica Bíblica, o senhor aprofundou também questões de filosofia contemporânea...

Teólogos como Bultmann e seus discípulos – Käsemann e Bornkamm –, enfrentando a questão da separação do Jesus histórico do Jesus da fé e a da demitização do Novo Testamento, se apoiavam também no pensamento de Heidegger, que eu estudei, tal como estudei também o que afirmava Gadamer sobre o subjetivismo da interpretação, sobre a interpretação como “processo contínuo”. Eu tinha de entrar na cabeça desses filósofos, aprofundar a influência de Kant sobre o seu pensamento, e, mesmo não aceitando todas as ideias que defendiam, devo dizer que aprendi muito com eles.

Foto tirada por padre Prosper Grech | 30Dias

A paixão pela palavra escrita provavelmente deve tê-lo levado também a amar a literatura...

Sim, certamente. Gosto muito de Shakespeare, Eliot, Wordsworth e Pound. Além da literatura anglo-americana, lembro-me de que na escola líamos também poetas e escritores italianos, como Dante, Manzoni e outros clássicos, e eu gosto particularmente de Quasimodo e Montale, enquanto entre os de língua alemã prefiro Rilke e Hölderlin. Quando estava em Cambridge, me ocupei também da literatura maltesa, na qual o professor Arberry estava interessado. Com ele organizei uma coletânea bilíngue de líricas maltesas com tradução em inglês, e uma antologia de versos do poeta nacional de Malta, o sacerdote Dun Karm Psaila. Mas não sou um literato; digamos que me considero um simples diletante. Sinto-me mais preparado em relação à arte, fui amigo de Lello Scorzelli, pintor e escultor que Paulo VI chamou para trabalhar em Roma, com o qual fui também levar um busto do papa Montini à St. Patrick’s Cathedral de Nova York.

E há também a fotografia...

Sim, justamente, para mim a arte é importante também porque certas obras me servem como modelo para as minhas fotos. Há algum tempo comecei a usar também máquinas fotográficas digitais.

O senhor escreveu um notável número de ensaios e livros científicos sobre a hermenêutica e sobre a teologia bíblica. A última obra que organizou, porém, é um pequeno livro sobre a oração: Senhor, ensina-nos a rezar.

É uma coletânea, organizada por monjas agostinianas de Lecceto e editada pela Lev, das meditações que fiz aos meus confrades do Colégio de Santa Mônica durante os exercícios espirituais realizados em Cássia em 1995. Acredito ser a oração, e não certamente a hermenêutica, a chave da vida cristã. Precisamos descer dos nossos pedestais, esvaziar-nos do nosso intelectualismo e do nosso orgulho. É preciso muita humildade, para rezar o Rosário e as orações mais simples, como as da devoção popular: lá entendemos como muito frequentemente é o povo que transmite a fé aos sábios.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Ecclesia Trinitate - Igreja da Trindade

"A Igreja procede da Santíssima Trindade enquanto tem nascido da mesma 
comunhão do Deus"

"A Igreja da Trindade (Ecclesia de Trinitate) não só expressa a origem da Igreja a partir da Trindade, senão que indica também a continua participação da Igreja no mistério da vida da Trindade."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

"Para perscrutar o mistério da Igreja, é conveniente meditar primeiro sobre a sua origem no desígnio da Santíssima Trindade e sobre a sua progressiva realização na história."

“«O eterno Pai, que pelo libérrimo e insondável desígnio da sua sabedoria e bondade, criou o universo, decidiu elevar os homens participação da vida divina», para a qual a todos convida em seu Filho: «E, aos que creem em Cristo, decidiu convocá-los na santa Igreja». Esta «família de Deus» constituiu-se e realizou-se gradualmente ao longo das etapas da história humana, segundo as disposições do Pai: de facto, a Igreja «prefigurada já desde o princípio do mundo e admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na antiga Aliança, foi constituída no fim dos tempos, e manifestada pela efusão do Espírito Santo, e será gloriosamente consumada no fim dos séculos (CIC 759).”

Em sua última reflexão: "O mistério do Filho na sua Igreja", padre Gerson Schmidt* nos recordou que "a redenção do Filho se perpetua nas ações da Igreja. Quando a Igreja atua, é Cristo quem opera, por obra do Espírito, a salvação entre nós". E "pela força do Evangelho rejuvenesce a Igreja e renova-­a continuamente e leva­-a à união perfeita com o seu Esposo. Porque o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: ‘Vem’!". Dando sequência a sua exposição sobre este tema, o sacerdote gaúcho nos fala hoje sobre "A Igreja da Trindade":

"Já apontamos aqui que Deus Pai tem a iniciativa da Igreja, pois tem criado o mundo para salvar-nos em Cristo e, portanto, por meio da Igreja. Nenhum cristão julga que o concílio Vaticano II tenha inventado o Mistério da Santíssima Trindade e muito menos alterado esse mistério tão rico, profundo e importante da doutrina da Igreja, presente desde os primórdios. O concílio de modo algum poderia acrescentar ou diminuir algum dos preciosos predicados da Trindade. O mistério da Santíssima Trindade é, de alguma maneira, insondável e permanecerá imutável por todos os séculos. Deus é imutável. É consenso entre os teólogos, porém, que o concilio Vaticano II trouxe o Mistério da Santíssima Trindade para o centro das atenções: “centro na vida de cada fiel, batizado em nome do Pai, e do filho e do Espírito Santo; centro da liturgia, garantindo que toda ela se dirige ao Pai, pelo filho no Espírito Santo; centro da teologia, com destaque em todos os seus tratados; e acima de tudo, centro da Igreja que, a partir dele, passou a ser chamada Igreja da SS. Trindade”[1].

Mas antes do Concílio Vaticano II, o Mistério da Trindade parecia de fato insondável, impenetrável, como se permanecesse, como a palavra mesmo diz, um “mistério”, um segredo ininteligível, inatingível, incapaz do ser humano poder entender, adentrar e mergulhar. Não poderíamos falar desse mistério, não nos era dado desvendá-lo nem entender sua profundidade. Após o concílio não só afloraram obras sobre cada uma das pessoas divinas, como também tratados sobre a presença trinitária na vida cristã e no mundo. E por isso também a relação da Trindade com o mistério da Igreja.

O teólogo canonista Dom Dadeus Grings, hoje arcebispo emérito da Arquidiocese de Porto Alegre, escrevia assim em uma de suas inúmeras cartilhas pastorais, falando sobre os desafios do concílio Vaticano II: “A Trindade tornou-se, por assim dizer, acessível e íntima de cada fiel. O concílio indubitavelmente a trouxe para o centro da vida e das considerações cristãs. Algo semelhante aconteceu com a Igreja. Mas com algumas diferenças marcantes. O concílio Vaticano II pode ser definido como concílio não só da Igreja, mas também sobre a Igreja. Não só a tirou dos tratados da teologia fundamental, como sociedade perfeita e embasamento da teologia dogmática, mas a passou decididamente para a própria teologia dogmática, como mistério de salvação. Não só limitou a estudar mais a fundo a natureza da Igreja como tal, mas também trabalhou para sua reforma. Ou melhor, dentro da atual técnica da renovação, na Igreja não se efetua propriamente uma reforma como um restauro, o que equivale a torná-la como realmente é e era. O Papa João XXIII, ao convocar o Concílio, falava de uma atualização, ou melhor ainda, de uma ventilação que dispersasse o mofo acumulado ao longo dos séculos”[2].

A Igreja procede da Santíssima Trindade enquanto tem nascido da mesma comunhão do Deus Trino que tem querido estender sua comunhão com os homens. “A Igreja tem nascido do amor do Pai eterno, tem sido fundada no tempo pelo Filho e é vivificada continuamente pelo Espírito”[3]. A maior parte dos tratados clássicos da Igreja não sublinhavam essa conexão com a Trindade, que aparecia na maioria dos casos como uma realidade inatingível e insondável, quando na realidade a salvação cristã nasce dela e culmina nela. A Igreja da Trindade (Ecclesia de Trinitate) não só expressa a origem da Igreja a partir da Trindade, senão que indica também a continua participação da Igreja no mistério da vida da Trindade. A Igreja é ícone da Trindade, como afirmam alguns teólogos[4], no sentido que é uma imagem que participa na vida trinitária que dela vive. “A Igreja é a presença viva da Trindade no tempo pela missão do Filho e do Espírito Santo. Por isso, a unidade das pessoas divinas é para a Igreja a origem, o modelo e o fim de sua existência”[5]."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
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[1] GRINGS, Dadeus. Os desafios do Concílio Vaticano II – Cartilha da Fé Conciliar. Editora Pe. Réus, 2013, Porto Alegre, p.35.

[2] Idem, p.35-36.

[3] SAYÉS, José Antonio. La Iglesia de Cristo, Curso de Eclesiologia, Editora Pelicano, Madrid, 1999, p. 19.

[4] B. FORTE, La Iglesia de la Trinidad, 51ss.

[5] SAYÉS, José Antonio. La Iglesia de Cristo, Curso de Eclesiologia, Editora Pelicano, Madrid, 1999, p. 20.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Diocese da Holanda suspende obrigatoriedade da Missa dominical

Guadium Press
Face à falta de sacerdotes, a diocese holandesa de Roermond decidiu suspender a obrigatoriedade da Missa dominical nas paróquias de Limburgo.

Redação (04/09/2022 09:45, Gaudium Press) A diocese holandesa de Roermond suspendeu a obrigatoriedade da Missa semanal.

O vigário geral da diocese, Monsenhor René Maessen, redigiu uma carta às paróquias informando que a Missa dominical não é mais obrigatória para os fiéis da diocese..

As paróquias da província de Limburgo não podem mais garantir a celebração semanal da Eucaristia. É essa a triste conclusão da diocese de Roermond face à falta de clero.

O principal motivo é a falta de celebrantes. A falta de pessoas nas equipes paroquiais e, até mesmo, a falta de fiéis é outra realidade não menos preocupante.

A carta relata ainda o alto custo do aquecimento a gás e da eletricidade em comparação com o pequeno número de pessoas que frequentam as Missas.

“Embora as razões financeiras nunca devam ser um item principal em questões pastorais, elas também não podem ser desconsideradas”, explicou o vigário geral.

O comunicado do vigário geral deixa claro, entretanto, que as paróquias só devem adotar a medida caso não haja outra solução.

Contudo, a decisão pode representar “um primeiro passo rumo ao fechamento de uma igreja”, explicou Maessen.

Com efeito, o número reduzido de sacerdotes e fiéis é uma realidade antiga na Holanda. Em algumas regiões do país, é comum que fiéis de várias paróquias diferentes se congreguem para uma celebração em comum da Missa dominical. (FM)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Leigos holandeses pedem ajuda ao Papa

© ServizioFotograficoOR/CPP
<span class="standardtextnolink">December 2, 2013 : Pope Francis pose with the
Bishops of the Episcopal Conference of the Netherlands during their visit &quot;
ad limina Apostolorum&quot; in the Vatican.<br /> EDITORIAL USE ONLY.
NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS.</span>
IHU - Publicado em 04/12/13

Cerca de 1.300 paróquias serão extintas, milhares de edifícios eclesiásticos serão demolidos.

Por Marco Tosatti, em Vatican Insider. Tradução do Cepat.

Nesta segunda (02-12) o Papa recebeu em visita “ad Limina” os bispos da Holanda. A reunião, inicialmente marcada para a quinta-feira, 5 de dezembro, foi antecipada. Durante a semana, também se realizada a reunião, a segunda, entre os oito cardeais conselheiros do Papa para a reforma da Cúria, de forma que a carga de trabalho é tanta que não será possível conceder aos bispos holandeses um encontro individual com o Pontífice.

Paralela à visita em Roma, houve uma marcante iniciativa por parte dos milhares de católicos holandeses, que emitiram um comunicado e prepararam um documento dirigido ao Papa Francisco, intitulado “Ad Limina Apostolorum”. A situação da Igreja na Holanda (foto), difícil há décadas, parece viver uma nova crise que provoca “preocupações” em relação à “direção alarmante que a Igreja holandesa, tomada por dificuldades, tem tomado nos últimos anos”, escrevem os leigos.

Muitos deles participam ativamente nos setores científicos, acadêmicos, técnicos e no mundo dos negócios e percebem que atualmente a fé “católica, a cultura, seu patrimônio e sua herança, correm o risco de se perderem para sempre”. A impressão é de que a Igreja do país “está à deriva”, desta forma, decidiu-se lançar esta iniciativa, sem precedentes desde os tempos do Concílio Vaticano II. “Dois grupos de leigos decidiram unir suas forças, resolutos a se fazer escutar à luz de um novo curso de ‘discernimento, purificação e reforma’, como destacava a ‘Evangelii gaudium’”.

Assim, a Bezield Verband Utrecht (BVU), que tem mais de 4.000 associados e muito mais seguidores, como pode ser observado revisando as visitas que recebe em seu sítio, se uniu ao “Professorsmanifest” (PM). Este último é uma plataforma acadêmica que compreende mais de 60 professores de todas as universidades holandesas. “Há duas semanas, o grupo, em um gesto que pretende demonstrar seu constante apoio ao Papa, mostrou-se de acordo em trabalhar com a BVU na preparação de um amplo relatório intitulado ‘Ad Limina Apostolorum’”.

O relatório foi enviado ao Pontífice. Nele os leigos acusam os bispos de “terem escolhido se retirar de suas obrigações e responsabilidades com seu rebanho, citando uma longa lista de obstáculos sociais que são impasses ou que não se quer enfrentar”. Em particular, parece alarmante, segundo os leigos, o programa de suspensão das paróquias, fechamentos, vendas de bens eclesiásticos e Igrejas. Os bispos querem criar novas mega-paróquias chamadas “Centros eucarísticos”, dirigidos por “equipes de administradores” nomeados pelos bispos com um sacerdote. Estas mega-paróquias também serão chamadas de “lugares de esperança”.

Cerca de 1.300 paróquias serão extintas, milhares de edifícios eclesiásticos serão demolidos. “Há uma percepção generalizada – escrevem os leigos – de que estas ações são conduzidas com a ausência dos procedimentos prescritos relacionados com a alienação dos bens temporais, estabelecidos pelo código da Igreja”. Estas medidas foram tomadas contra a vontade dos paroquianos, muitos dos quais sentem “terem sido marginalizados e privados de seus direitos em suas próprias Igrejas”. De acordo com sua opinião, que pode ser lida nos documentos, os bispos são responsáveis por aplicar uma política de “secularização agressiva”.

E esta política, indica o relatório, teria nascido devido a uma “cultura do medo” que desmoraliza os crentes e ameaça a fé. A conclusão: “unidos, juntos na fé em Cristo e na devoção à Igreja católica universal, estamos determinados a parar a tendência de fazer calar a fé, para restaurar uma ordem justa na Igreja”. Por isso, propôs-se encontrar uma solução aos problemas com um diálogo aberto, objetivo, honesto e verdadeiro.

(IHU)

Não houve conspiração para matar o papa, isso foi inventado, diz sobrinho de João Paulo I

João Paulo I durante a oração do Ângelus no Vaticano /
Sentinelle del mattino International (CC-BY-SA 2.0)

Roma, 05 set. 22 / 01:05 pm (ACI).- Edoardo Luciani, sobrinho do papa João Paulo I que foi beatificado ontem (4), rechaçou a  história de que o papa foi envenenado no Vaticano e afirmou que seu tio morreu de forma natural.

Falando ao jornal The Daily Compass, Luciani comentou que seu tio “tinha que morrer jovem e pela graça de Deus ele sobreviveu porque sua vida tinha um propósito no plano de Deus, ele morreu da mesma forma, Deus o chamou”.

João Paulo I morreu em 28 de setembro de 1978, apenas 33 dias depois de sua eleição. “Alguns dizem que ele teve um infarto, mas ele nunca teve problemas cardíacos, seu coração era forte", disse o sobrinho.

Sobre "os boatos de que ele havia sido envenenado (risos) isso também foi inventado", destacou Edoardo Luciani.

Luciani contou que o bispo emérito de Cloyne, Irlanda, dom John Magee, “que era secretário particular do meu tio e o primeiro a pedir ajuda depois que a freira que lhe levava o café da manhã o encontrara morto”, contou-lhe qual seria a origem desta história falsa.

“Ele me disse que uma vez estava no aeroporto e encontrou David A. Yallop”, o autor de Em nome de Deus: uma investigação em torno do assassinato do papa João Paulo I, publicado em 1984 pela editora Record.

"A história do envenenamento nasceu dele", de Yallop, por isso dom Magee "perguntou-lhe onde havia obtido as provas das acusações que fez em seu livro".

Segundo Luciani, Yallop respondeu “você também tem que inventar alguma coisa quando escreve um livro para vender”.

O sobrinho de João Paulo I disse então que “as pessoas têm uma imaginação fértil, não houve conspiração. Ele morreu naturalmente."

A vida de João Paulo I "foi um milagre"

O sobrinho de João Paulo I também disse que a vida de Albino Luciani “foi um milagre e sempre foi um sinal da Providência para nós. Na época em que ele nasceu nem todas as crianças sobreviviam, muitas morriam”.

Albino Luciani nasceu em 17 de outubro de 1912 na cidade de Canale d'Agordo, na Itália. Foi batizado no mesmo dia por uma senhora chamada Maria Fiocco, ante "o perigo iminente de morte", diz o site da Santa Sé.

“Meu tio pertencia ao grupo daqueles que costumam morrer muito novos. Sua saúde era frágil e não havia os medicamentos que temos agora. Ele sofria de pneumonia e pleurisia e passava períodos no hospital. A saúde dele o afetou por toda a vida”, disse Edoardo Luciani.

Quando são João XXIII foi eleito “papa, ele disse que queria nomear bispo a Albino. Ele recebeu uma carta desaconselhando sua ordenação por motivos de saúde. Apesar dessa recomendação, ele foi ordenado”.

Albino Luciani foi nomeado bispo de Vittorio Veneto em 15 de dezembro de 1958, recebendo a consagração episcopal apenas 12 dias depois, em 27 de dezembro. O próprio são João XXIII o consagrou bispo.

Edoardo Luciani disse finalmente sobre João Paulo I que “sua vida é um testemunho de como os planos de Deus desafiam a lógica humana”.

"Sua vida é um testemunho vivo de que o que parece impossível para o homem é possível para Deus".

Fonte: https://www.acidigital.com/

Setembro amarelo: é tempo de acolher e amar a sua alma

Ylanite Koppens | Pexels CC0
Por Talita Rodrigues

Suicídio nada mais é do que a perda de sentido e de propósito diante da vida. É preciso, portanto, ficarmos atentos aos seus sinais.

No Brasil, o “setembro amarelo” é um mês dedicado à disseminação de informações, a fim de prevenir o suicídio.

Suicídio, de fato, nada mais é do que a perda de sentido e de propósito diante da vida. É preciso, portanto, ficarmos atentos aos seus sinais, inclusive, observar se eles atingem quem está próximo de você.

Pensamentos: Pensamentos remoídos obsessivamente, sem esperança e concentração são um dos primeiros indícios do suicida, assim como enxergar a vida como algo sem sentido ou propósito;

Humor: Alterações extremas no humor podem sinalizar emoções suicidas. Excesso de raiva, sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade e sentimentos intensos de culpa ou vergonha são sinais aos quais você deve ficar atento.

Avisos: Frases como “a vida não vale a pena”, “estou tão sozinho que queria morrer” ou “você vai sentir a minha falta” estão diretamente ligadas a pensamentos sobre a morte. Se a pessoa se sente um fardo, busque ajuda;

Desapego: Caso você perceba que a pessoa está começando a “fechar pontas soltas”, doar seus pertences e até visitar vários entes queridos, faça uma intervenção o mais rápido possível;

Irresponsabilidade: Comportamentos irresponsáveis e perigosos, sem medir as consequências, como o uso excessivo de álcool e drogas, direção imprudente e sexo sem proteção são indícios de que a pessoa já não dá a importância devida a própria vida;

Mudança na rotina: Todo mundo tem um lugar que gosta de frequentar em especial, então repare em mudanças extremas na rotina. Caso a pessoa pare de ir a locais que sempre gostou de visitar, tome uma medida o mais rápido possível. Abandonar atividades que lhe davam prazer é um grande sinal de alerta.

Todo mundo tem um lugar que gosta de frequentar em especial, então repare em mudanças extremas na rotina. Caso a pessoa pare de ir a locais que sempre gostou de visitar, tome uma medida o mais rápido possível. Abandonar atividades que lhe davam prazer é um grande sinal de alerta.

Fique atento: paciência e diálogos salvam vidas. Portanto, se você sente ou percebe os aspectos citados acima, busque ajuda!

É tempo de acolher e de amar a sua alma. 

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Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF