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sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Papa: o amor de mãe pode salvar os filhos do suicídio

Antoine Mekary | ALETEIA

Um tributo especial de Francisco ao amor materno!

Durante a Audiência Geral de 7 de setembro de 2022, véspera da festa da Natividade da Virgem Maria, o Papa Francisco prestou uma homenagem especial ao amor de mãe. “O amor materno pode nos salvar do desespero”, disse o Pontífice, acrescentando que esse amor também pode evitar que os filhos cometam suicídio.

Falando da Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa evocou o significado da festa litúrgica da Natividade da Mãe de Cristo, que se comprometeu ternamente com a missão do filho. Em seguida, o Santo Padre afirmou:

“Desejo manifestar a minha proximidade a todas as mães. De modo especial às mães com filhos que sofrem: filhos doentes, filhos marginalizados, filhos encarcerados. Uma oração particular pelas mães dos jovens prisioneiros: para que não falte a esperança. Infelizmente, nas prisões há muitas pessoas que se suicidam, às vezes até jovens. O amor de uma mãe pode preservar deste perigo”.

O Bispo de Roma ainda pediu à Virgem Maria que ampare as mães:

“Nossa Senhora console todas as mães aflitas devido ao sofrimento dos filhos.”

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O pesar do Papa: Elizabeth, um exemplo de devoção ao dever

O Papa com a Rainha Elizabeth e Filipe | Vatican News

O Papa recorda Elizabeth II e seu incansável serviço ao bem. Num telegrama de pesar, Francisco manifesta suas condolências e assegura orações pela Rainha e pelas altas responsabilidades às quais o novo Rei Carlos III é chamado.

Vatican News

"Profundamente entristecido com a notícia da morte de Sua Majestade, a Rainha Elizabeth II, estendo minhas sinceras condolências a Vossa Majestade, aos membros da Família Real, ao povo do Reino Unido e à Commonwealth." É o que escreve o Papa Francisco num telegrama enviado a Carlos III, o novo Rei da Inglaterra.

"Uno-me a todos aqueles que choram por ela, rezando pelo descanso eterno da falecida Rainha e prestando homenagem à sua vida de serviço incansável ao bem da Nação e da Commonwealth, ao seu exemplo de devoção ao dever, ao seu firme testemunho de fé em Jesus Cristo e à sua firme esperança em suas promessas", prossegue o Papa.

"Confiando sua nobre alma à bondade misericordiosa de nosso Pai Celestial, asseguro a Vossa Majestade minhas orações para que Deus Todo-Poderoso o sustente com sua graça inabalável, enquanto assume agora as altas responsabilidades como Rei. Sobre o senhor e sobre todos aqueles que guardam a memória de sua falecida mãe, invoco a abundância das bênçãos divinas como penhor de conforto e força no Senhor", conclui Francisco.

A força da Palavra de Deus na vida de um povo!

A força da Palavra de Deus | pnscjm

A FORÇA DA PALAVRA DE DEUS NA VIDA DE UM POVO! 

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Como Povo de Deus a caminho da casa do Pai, alimentamos a nossa vida de fé com o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia, para que, diante das provações deste mundo, não nos faltem as forças humanas e divinas, para darmos testemunho do amor, da fé e da esperança, da presença do Senhor ressuscitado, que caminha conosco, mesmo quando nos sentimos feridos e fragilizados pelos acontecimentos que tocam e muitas vezes ferem a nossa vida e a nossa dignidade de filhos e filhas amados de Deus. 

A Palavra de Deus alimentou a esperança do povo da Antiga Aliança, através da voz dos profetas, mas foi também pela palavra – “Verbo” – que o “Senhor Jesus”, nosso Redentor, se encarnou no seio da Virgem Maria, para viver a nossa realidade humana, com a missão de resgatar a humanidade ferida pelo dor do pecado.  

A Igreja Católica no Brasil convida seus filhos e filhas a celebrar o “Mês da Bíblia”, que neste ano destaca o livro bíblico de Josué, com o versículo: “O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (Js 1,9). Ele nos ajuda a refletir e ter presente a força divina da Palavra de Deus, mas também a sua capacidade transformadora, quando a acolhemos no coração, deixando que ela oriente a nossa vida pessoal, familiar e a nossa missão, nos passos da nossa vida, que constroem a nossa história pessoal e a história de um povo a caminho. Um povo que não se prostra diante das dificuldades, mas, à luz da fé, se alimenta da Palavra de Deus e da Eucaristia, para continuar construindo a sua história, sem deixar de ser protagonista do presente, mantendo viva no coração a esperança em relação ao futuro. 

A Palavra de Deus, na verdade, é a expressão da vida de Deus que transmite “energia nova” às comunidades da Antiga e da Nova Aliança, no árduo caminho da coerência de fé, na peregrinação para a casa do Pai.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Elizabeth II, uma verdadeira soberana cristã

Lindsey Parnaby / AFP
La reine Elizabeth II après avoir assisté à un service religieux à l'église
St Mary the Virgin à Hillington, Norfolk, le 19 janvier 2020.

Por Marzena Devoud

Esta semana, o Reino Unido celebra o 70º aniversário do reinado de Elizabeth II. Muitos artigos foram publicados sobre a sua longevidade, o seu caráter, os seus problemas, as suas alegrias... Poucos artigos sublinham que a Rainha é uma verdadeira soberana cristã.

Para os súditos de Elizabeth II, a mensagem de Natal da Rainha tem sido um acontecimento particularmente solene desde o início do seu reinado em 1952. Tal como os católicos que seguem a bênção urbi et orbi do Papa, milhões de britânicos nunca perdem este momento na televisão para ouvir com emoção a sua Rainha e chefe da Igreja de Inglaterra. Primeiro transmitida na rádio, depois transmitida pela televisão em 1957, é a única cerimónia em que ela se dirige à nação sem consultar o governo. As únicas pessoas que sempre passaram os olhos no texto que a Rainha estava a preparar eram o seu Secretário Privado, o conselheiro teológico nomeado pela Família Real e, claro, o seu marido, o Príncipe Philip, que morreu a 9 de Abril de 2021. Por que a exceção? Provavelmente porque as suas reflexões sobre a importância da fé cristã na sua vida têm uma dimensão pessoal óbvia.

Com a sua ascensão ao trono, a Rainha tornou-se também a governadora suprema da Igreja da Inglaterra. Como todos os monarcas britânicos, Elizabeth II foi coroada e consagrada pelo Arcebispo de Cantuária numa cerimónia que tem a sua origem na coroação dos reis da França. Como tal, ela é “Rainha pela graça de Deus, defensora da fé” (Dei Gratia Regina Fidei Defensor). Muitas celebrações religiosas moldam a sua vida pública como “Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra”. Mas é a mensagem anual de Natal que revela claramente a sua relação com Deus e a sua fé pessoal. Esta ligação era visível mesmo antes de ela ser coroada.

Rezai por mim … para que Deus me dê sabedoria e força para cumprir as promessas solenes que estou prestes a fazer, e para que eu possa servi-lo fielmente, e a vós, todos os dias da minha vida.

Elizabeth II

Este foi o pedido de oração feito pela Rainha na sua primeira mensagem de Natal em 1952, seis meses antes da sua coroação a 2 de Junho de 1953, na Abadia de Westminster, Londres.

https://youtu.be/lZwH_TTrP-g

AFP

Fé, a âncora da sua vida

Os seus discursos de Natal revelam ano após ano uma certa evolução na forma como evoca a sua fé pessoal e valores cristãos tais como o perdão, a reconciliação, o amor ou o sentido do serviço. Foi durante os últimos 22 anos do seu reinado que as suas mensagens assumiram um tom diferente, quase íntimo. A Rainha gosta de falar da sua fé como “a âncora da sua vida”. De fato, desde 2000, Elizabeth II decidiu dedicar a sua mensagem de Natal à vida e ao ensinamento de Cristo. Aquele que lhe proporciona o enquadramento para “conduzir a própria vida”.

Para muitos de nós, as nossas crenças são de importância fundamental. Para mim, os ensinamentos de Cristo e a minha responsabilidade pessoal perante Deus são o quadro dentro do qual tento viver a minha vida. Como muitos de vós, tenho-me confortado muito em tempos difíceis com as palavras e o exemplo de Cristo.

 https://youtu.be/lZwH_TTrP-g

O seu discurso abertamente cristão assumiu um tom ainda mais pessoal em 2014:

Para mim, a vida de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, cujo nascimento celebramos hoje, é uma inspiração e uma âncora na minha vida. Um modelo de reconciliação e perdão, ele estendeu a mão com amor, aceitação e cura. O exemplo de Cristo ensinou-me a procurar respeitar e valorizar todas as pessoas, independentemente da sua fé ou falta de fé.

 https://youtu.be/ojAOaTWzgCk

Dois anos mais tarde, a Rainha explica sob a forma de testemunho como encontra em Cristo “a luz que guia a sua vida”:

Bilhões de pessoas hoje seguem os ensinamentos de Cristo e encontram nele a luz que guia as suas vidas. Sou uma delas porque o exemplo de Cristo me ajuda a ver o valor de fazer pequenas coisas com grande amor, não importa quem as faz e não importa quais são as suas próprias crenças.

 https://youtu.be/DBfy5cGyEf8

Finalmente, em 2020, na véspera de Natal, do Castelo de Windsor, onde ela e o Príncipe Philip ficaram isolados devido à pandemia de Covid-19, ela assegurou as suas orações depois de evocar a parábola do Bom Samaritano:

Claro que, para muitos, esta época do ano será tingida de tristeza: alguns choram a perda de entes queridos; e outros amigos e familiares estão longe por segurança, quando tudo o que realmente desejariam para o Natal é um simples abraço ou aperto de mão. Se estás entre eles, não estás só, e deixa-me assegurar-te os meus pensamentos e orações.

 https://youtu.be/OZbCRN3C_Hs

O credo pessoal

De acordo com alguns observadores reais, foi claramente no 2000º aniversário do nascimento de Cristo que a Rainha decidiu falar mais abertamente sobre a sua fé. Outros veem-no como a mão de George Carey, então Arcebispo de Cantuária. Para Ian Bradley, Professor de História na Universidade de St Andrews e autor de God Save the Queen – The Spiritual Heart of the Monarchy, é mais a influência direta do Príncipe Philip: “Depois do seu relato muito pessoal em 2000, a Rainha foi encorajada a continuar a falar sobre a sua fé. Foi-me dito que ela recebeu 25 vezes mais cartas do que o habitual em resposta a essa mensagem de Natal e que teve um enorme apoio do Duque de Edimburgo para continuar a falar ao povo britânico sobre o seu credo pessoal”, explicou Ian Bradley numa entrevista ao The Guardian.

O que é impressionante é o detalhe que muda: na sua primeira mensagem Elizabeth II pediu para rezarem por ela. Na mensagem que ela proferiu na véspera do seu jubileu de platina, assegurou aos seus súditos as suas orações. Um sinal de que a sabedoria, o sentido de serviço e a busca de Deus de Elizabeth II têm continuado a crescer e a agregar, tornando-a uma das soberanas mais radiantes e amadas, muito além do Reino Unido.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

A interpretação da Ave Maria desta senhora de 96 anos é simplesmente deslumbrante

Screenshot | The Magda Olivero Archives | Youtube
Por Cerith Gardiner

A soprano italiana foi capaz de alcançar algumas notas milagrosas nos seus últimos anos.

Com a tenra idade de 96 anos, Magda Olivero pode ainda honrar a Santíssima Virgem com uma Ave Maria perfeita.

A soprana italiana cantou uma Ave Maria de coração numa igreja católica na Itália. De fato, todos os anos a antiga cantora de ópera emprestava os seus talentos à Igreja de Sulden, ou à Parrocchia di Solda no dia 15 de Agosto, feriado nacional do país.

Apesar da sua idade avançada, Olivero manteve o sentido de drama, clareza, e belos tons pelos quais é conhecida. Como a Classic FM partilhou, há mais de meio século, um crítico escreveu: “O seu talento é espantoso [com] uma intensidade, tanto musical como dramática, o que foi bastante extraordinário”.

A cantora começou na década de 1930, e fez a sua última atuação com a incrível idade de 99 anos, em 2009. Durante mais de sete décadas, Olivero pôde partilhar o seu talento dado por Deus, antes de morrer em 2014, com 104 anos de idade.

Embora o vídeo só tenha sido descoberto em tempos recentes, é uma lembrança importante de que a idade avançada não tem de nos definir ou limitar.

E mesmo após a sua morte, Olivero continua a inspirar-nos a todos a viver com grande amor e a usar ao máximo os nossos talentos.

https://youtu.be/AlQdsi-inCk

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O desafio da autossustentabilidade da Pastoral Juvenil

CNBB Setor 2

O DESAFIO DA AUTOSSUSTENTABILIADE DA PASTORAL JUVENIL

Dom Antonio de Assis
Bispo Auxiliar de Belém do Pará (PA)

O DESAFIO DA AUTOSSUSTENTABILIDADE DA PASTORAL JUVENIL (PARTE 10) 

autossustentabilidade é a condição pela qual uma instituição (ou indivíduo) busca o seu equilíbrio existencial para manter-se “de pé”, dinâmico e atuante. Muitos fatores concorrem para isso, além da própria vontade. A ausência da sustentabilidade gera desequilíbrio, perda, enfraquecimento, queda, paralisia e morte!  

A autossustentabilidade significa o esforço próprio de uma instituição ou de um sujeito em vista da manutenção do seu dinamismo. Instituições insustentáveis estão a caminho da falência porque não conseguem providenciar aquilo que é necessário para a sua subsistência e cumprir sua missão. 

O termo autossustentabilidade nos fala de dinamismo da vida de um sujeito. Os antigos gregos definiam o fenômeno vida como “autopoiésis”, ou seja, aquilo que tem dinamismo próprio, que se move por si mesmo, que é capaz de reproduzir-se, movimentar-se etc. De fato, é assim o mistério da vida! Mas autossustentabilidade não é sinônimo de autossuficiência. A autossustentabilidade é um fenômeno interativo; a autossuficiência significa a pretensão de bastar a si mesmo. Esse é um tema muito significativo numa perspectiva pastoral. Dessa forma podemos falar da autossustentabilidade de uma diocese, prelazia, paróquia, movimento, grupo e também das pastorais. Quando não há esforço para a continuidade e manutenção daquilo que fazemos, certa será a sua crise, o esvaziamento, o envelhecimento, a redução de vigor e a morte.   

 A autossustentabilidade econômica da Pastoral Juvenil 

A pastoral tem uma dimensão econômica e administrativa. Isso deve ser levado a sério, porque sem essas dimensões as atividades não têm “combustível” para se manterem. Na área pastoral tudo aquilo que formos promover necessita de recursos financeiros, materiais, técnicos, didáticos, esportivos etc. Também a promoção da liturgia tem um custo, pois necessitamos de velas, vestes, papel, vinho, hóstias, energia elétrica etc. Tudo tem custo. Nada cai do céu de graça! Por isso, não basta sonhar, é preciso organizar-se estrategicamente para termos os recursos necessários para a promoção e estabilidade do dinamismo pastoral.  

A vitalidade de uma pastoral se expressa concretamente através de atividades, eventos, processos, formação, ambientes preparados; isso implica o uso de materiais como, equipamentos, transporte, material de consumo etc. Quem providencia o que é necessário e de onde vem os recursos?  

Nem sempre a administração paroquial tem recursos financeiros suficientes para subsidiar todas as despesas ordinárias de manutenção, pessoal, as demandas dos grupos e das diversas pastorais. Isso significa que será necessário que cada pastoral assuma uma postura criativa, empreendedora e estratégica para que possa captar os recursos dos quais precisa para o pleno desenvolvimento das atividades previstas, renovar-se e ainda avançar sempre mais. Quando faltam os recursos, em geral, a tendência é a redução das atividades.  

Os jovens deverão ser estimulados e educados para que não sejam dependentes, assumindo uma postura passiva diante das próprias necessidades pastorais e sonhos. Isso também faz parte do protagonismo juvenil. Uma pastoral bem organizada, com dinamismo empreendedor, vence com facilidade os obstáculos econômicos. Já está constatado pelo mundo afora, que onde não há recursos econômicos disponíveis também não há dinamismo pastoral.  

 A necessária mudança de cultura 

Por muitos anos as atividades pastorais da Igreja eram sustentadas através de projetos subsidiados por instituições europeias. Todavia, essa realidade mudou completamente. É chegada a hora da corresponsabilidade do povo. Até mesmo a Pastoral da Juventude viveu por muito tempo nessa dependência e um dos fatores do seu atual enfraquecimento nacional tem uma dimensão financeira.    

É chegada a hora da mudança de cultura, atitudes e estratégias! Por isso a perspectiva da autossustentabilidade da pastoral juvenil, visa sensibilizar, animar e educar os jovens para o compromisso com a dimensão econômica na promoção da evangelização dos outros jovens. Quando a corresponsabilidade econômica é promovida se estimula a captação de recursos através de muitas formas. Entram nesta dimensão a busca de amigos, colaboradores, apoiadores, parceiros, patrocinadores, dizimistas… 

A mudança da cultura da passividade e dependência deve ceder lugar à cultura empreendedora, da projetualidade administrativa, mentalidade orçamentária, visão estratégica e preventiva daquilo que devemos fazer. Isso é impossível, sem o incentivo do protagonismo juvenil. O protagonismo juvenil tem uma dimensão administrativa e financeira.  

 Algumas dificuldades 

Em geral os jovens vivem numa fase em que não dispõe de recursos próprios porque, em geral são estudantes, e dependem de seus pais. Quando não, vivem do subemprego e, como autônomos, recebem poucos recursos para a própria manutenção. A pastoral juvenil é naturalmente dinâmica e, isso, requer recursos financeiros.  

Constata-se que, muitas vezes, em diversos contextos, a pastoral juvenil fica atrofiada, enfraquecida e reduzida por causa da falta de investimentos. Sem recursos, os jovens caem na dependência, são alvos de antipatia, rotulados, vistos como peso para a paróquia. Duas questões devem ser aprofundadas: de um lado é a necessária promoção do protagonismo juvenil que tem muitas dimensões e, por outro, o necessário apoio dos líderes de base, párocos e bispos, capazes de educar os jovens, orientá-los, desafiá-los, acompanhá-los, ajudá-los concretamente a saberem buscar recursos com inteligência pastoral.  

Apesar das dificuldades, na verdade, há muitas possibilidades a serem consideradas apara a consolidação da autossustentabilidade da pastoral juvenil. Vejamos algumas possíveis iniciativas: 

·         Formar os jovens para que cresçam na compreensão da cultura projetual; não basta ter ideias, é necessário considerar a necessidade de processos executivos das atividades;  

·         Favorecer o crescimento dos jovens na cultura orçamentária; isso significa considerar o fato de que tudo tem um custo e é necessário prever os investimentos; 

·         Não basta ter boas ideias, é importante que os jovens aprendam a elaborar projetos de acordo com as necessidades, considerando tudo o que é importante para a sua execução com bons resultados;  

·         Articular estratégias variadas de captação de recursos financeiros; uma podem ser ocasionais, outra permanentes;  

·         Muitas formas de captação de recursos por parte dos jovens são possíveis promover em vista da manutenção da pastoral juvenil, tais como: promover pequenas iniciativas pastorais a partir de projetos autossustentáveis de evangelização; estimular o crescimento na conscientização dos jovens sobre a importância da cultura do voluntariado e da solidariedade dos próprios jovens, das famílias e instituições católicas; 

·         investir em meios e eventos extraordinários de geração de receitas como venda de produtos, eventos, confecção e venda de objetos; contribuição mensal dos jovens e de parceiros amigos dos jovens;   

·         Negociação de parcerias e ou permutas com governo municipal, empresas e outras instituições;  

Jesus Cristo, educou o povo a saber partilhar e o responsabilizou diante das próprias carências, não deixando que os apóstolos fossem buscar recursos em outros lugares (cf. Mc 6,34-44). O evangelista Lucas conta que Jesus e os doze contavam com um grupo de mulheres que auxiliavam em suas necessidades (cf. Lc 8,3). A pastoral juvenil deve ter seus colaboradores. Mas isso deve ser planejado. Também São Paulo estimulou o povo a cultivar a atitude de autossustentabilidade na evangelização; com seus esforços sempre procurou manter sua missão por onde passava (cf. At 20,35;1Cor 9,6-14; Gal 6,6; 2Ts 3,9). Confiar na Divina Providência é essencial e fazer com inteligência estratégica o que podemos é necessário.  

PARA REFLEXÃO PESSOAL: 

O que significa a autossustentabilidade pastoral? 

Quais dificuldades a autossustentabilidade da pastoral juvenil deve enfrentar? 

Quais são as consequências da cultura da passividade e da dependência na pastoral?

Nossa Senhora do Monte Serrate

Nsa. Senhora de Monte Serrate | Arquisp
08 de setembro

Nossa Senhora do Monte Serrate

“Nossa Senhora do Monte, que estais no monte a rezar, pedi por nós, vossos filhos, que não vos cessam de amar.” (Hino)

Foi tocado pela graça que Inácio de Loyola dirigiu-se a Barcelona e retirando-se na solidão de Manresa pendurou sua espada e prostou-se aos pés da Virgem de Montserrat. Foi também aos pés da Ssma. Virgem que Inácio traçou as linhas gerais de seu célebre livro “Exercícios Espirituais”.
Outros tantos santos estiveram em Barcelona e no majestoso Santuário de Nossa Senhora de Montserrat, encontraram as respostas de tantos anseios, entre eles destacamos: São João de Matha, São José de Calasanz, São Vicente Ferrer, São Pedro Claver etc.
Origem da Devoção
O culto a Virgem Senhora do Montserrat remonta aos primeiros tempos do cristianismo e faz referencia ao apóstolo São Pedro, que segundo a tradição, levou em sua viagem a península Ibérica uma imagem da Virgem Maria, esculpida em madeira e conhecida como a Senhora Jerusalemitana.
Pelo ano de 546, na Cataluña, ao sul da Espanha, um monge chamado Querino, fundou um rudimentar mosteiro consagrado a referida imagem, que alguns séculos antes, fora trazida por São Pedro.
No tempo das invasões, pelos árabes a imagem foi escondida numa caverna e só encontrada dois séculos depois por pastores da região, que a levaram de volta ao mosteiro em solene procissão.
Conta-se que os referidos pastores de Obesa passavam pela montanha quando ouviram cânticos celestiais e foram atraídos por uma luz esplendorosa que saía do interior do rochedo. Encantados com o som e com as luzes subiram o monte e pasmados caíram de joelhos diante da imagem da Virgem Maria. Estava a imagem em uma cavidade natural na elevação da montanha.
Rapidamente desceram o monte e cheios de alegria foram ao encontro do bispo de Manresa e revelaram o ocorrido.
Em companhia dos pastores, o Senhor Bispo sobre o monte e comprova o fato, e extasiado pela beleza da imagem e pelos detalhes, pode confirmar que a imagem era a mesma da igreja de Barcelona e que tinha sido escondida para não ser profana pelos infiéis.
Tão logo os habitantes da redondeza souberam da noticia, correram ao local e tentaram retirar a imagem e transportá-la para um local mais elevado da montanha. Apesar de todos os esforços não conseguiram move-la do lugar. Todos foram unânimes em concordar que havia algo de sobrenatural e assim sendo, a imagem permaneceu no Plateau da montanha, onde foi erguida uma capela sob a proteção dos monges de ministrol.
Subiram o Montserrat para prestar culto e veneração a Virgem Morena, príncipes prelados e altos servidores da corte. Até os reis católicos de Aragão, de Castella e de Navarra subiram o monte humildemente, e foi com os donativos da nobreza que foi erguido o majestoso edifício do Mosteiro de Montserrat, que foi entregue aos beneditinos.
Foi erigido em Abadia, quando do Papa Bento XV que também lhe conferiu grandes prerrogativas. Leão XIII declarou-a, canonicamente como padroeira da Catalunha.
La Morenata, como é chamada carinhosamente pelo povo da Catalunha e cuja entronização ocorreu em 1947.
A Imagem assim como a cadeira onde ela está sentada são de madeira escura. O manto é de ouro, sua túnica interior e o véu dourados. O menino Jesus em seu regaço, também foi esculpido em madeira escura.
O tradicional mosteiro se eleva entre as gigantescas rochas, que o rodeiam, e que seus picos em forma de serra circundam o trono da Virgem Morena, La Moreneta de Montserrat.
No Brasil o culto a Virgem de Montserrat chegou com os dominadores espanhóis. Foi em 1590 que D. Francisco de Souza fiel e fervoroso devoto da Virgem, divulgou o culto da Senhora de Montserrat por onde passou. Foi em Tacagipe na Bahia, em São Sebastião do Rio de Janeiro, e ergueu uma ermida na vila de São Paulo de Piratininga, bem no local onde se encontra hoje o Mosteiro de São Bento.
Aos passar em viagem pelas capitanias do sul, visitou a de Santos, onde também mandou erguer uma Capelinha em honra a Virgem de Montserrat, a devoção atravessou o tempo até ser declarada oficialmente a padroeira da cidade de Santos.
Foi dos lábios de minha Avó Chiquinha que ouvi relatos prodígios e dos milagres operados por intercessão da Virgem de Montserrat. Por muitos anos ela morou em Santos e incontáveis vezes prostou-se aos pés da Virgem, entre lágrimas...
Ainda conservo comigo uma pequena Imagem que sempre a acompanhou... Eu herdei o amor por Nossa Senhora, de minha Avó e Madrinha.
“Aos vossos pés suplicando, erguemos a humilde voz: Nossa Senhora do Monte, rogai a Jesus por nós.”
Amém! Paz e bem!

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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O Papa: estamos vivendo uma guerra mundial, paremos!

Sepultamentos em Bucha - Ucrania | Vatican Ness

Um apelo, quase um grito do Pontífice na Praça São Pedro, endereçado aos fiéis durante a Audiência Geral, mas na realidade a toda humanidade para que cada um se sinta responsável como construtor da paz.

Gabriella Ceraso – Vatican News

Na Ucrânia é o 196º dia de guerra, "a terra ainda treme e o povo ucraniano chora", disse em sua última mensagem do arcebispo-mor da Igreja greco-católica ucraniana, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, referindo-se aos combates que continuam nas regiões de Kharkiv, Donetsk e Luhansk. Na Audiência Geral desta quarta-feira (07/07), realizada na Praça São Pedro, o Papa Francisco voltou o seu olhar para a Ucrânia, onde viu entre a multidão algumas bandeiras com as cores amarela e azul da terra ucraniana:

E não me esqueço da martirizada Ucrânia. Há bandeiras ali.

Imediatamente o Papa fez um apelo, quase um grito, que chama todos à responsabilidade porque, como já havia dito na quarta-feira passada na Audiência Geral, a guerra agora é mundial:

Diante de todos os cenários de guerra do nosso tempo, peço a cada um para ser construtor da paz e para rezar a fim de que no mundo se espalhem pensamentos e projetos de harmonia e reconciliação. Hoje, estamos vivendo uma guerra mundial, paremos, por favor!

A Maria, a quem consagrou a Rússia e a Ucrânia, a quem dedicou a oração do Terço e a quem sempre invocou incessantemente, Francisco voltou-se mais uma vez para obter proteção e confiar a ela aqueles que neste momento sofrem mais:

À Virgem Maria confiamos as vítimas de todas as guerras, de todas as guerras, especialmente da querida população ucraniana.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Dos Sermões de São Bernardo, abade

Canção Nova

Dos Sermões de São Bernardo, abade

           (Sermo 5 de diversis, 4-5: Opera omnia. Edit.Cisterc. 6,1[1970]103-104)  (Séc.XI)

Os graus da contemplação

Firmemos os pés no reduto, na pedra solidíssima, apoiados com todas as forças em Cristo, como está escrito: Firmou meus pés sobre a pedra e dirigiu meus passos (Sl 39,3). Assim firmes e estáveis contemplemos para ver o que nos dirá e o que responderemos ao que nos repreende. 

O primeiro grau da contemplação é então este, caríssimos, que consideremos sem cessar o que quer o Senhor, o que lhe agrada, aquilo que é aceito diante dele. E já que em muitas coisas todos nós faltamos (Tg 3,2) e nossa força vai de encontro à retidão de sua vontade, sem poder unir-se ou adaptar-se a ela, humilhemo-nos sob a poderosa mão do Deus altíssimo e procuremos mostrar-nos bem miseráveis aos olhos de sua misericórdia, dizendo: Cura-me, Senhor, e ficarei curado; salva-me e serei salvo (Jr 17,14), e ainda: Senhor, tem compaixão de mim, cura minha alma porque pequei contra ti (Sl 40,5). 

Com o olhar do coração purificado por estes pensamentos, já não nos entretemos com nosso espírito na amargura, porém, muito mais com o espírito divino com grande atrativo. Não refletimos mais sobre a vontade de Deus em nós e sim no que ela é em si mesma. 

Na vontade de Deus se encontra a vida (Sl 29,6 Vulg.). Por isto não duvidamos de que, em tudo, o mais útil e fácil para nós é aquilo que é conforme a sua vontade. Então com a mesma solicitude com que desejamos conservar a vida de nossa alma, não nos desviemos dela, na medida do possível.  

Enfim, tendo-nos adiantado um pouco no exercício espiritual, guiados pelo Espírito, perscrutador das profundezas de Deus, pensemos na suavidade do Senhor, como é bom em si mesmo. Com o profeta, roguemos ver a vontade de Deus e visitar já não mais nosso coração, mas seu templo; dizendo, contudo, Dentro de mim, minha alma está perturbada: por isso lembrar-me-ei de ti (Sl 41,7). 

Nestes dois pontos consiste toda a nossa vida espiritual: olhando para nós, nos perturbemos e entristeçamos, para nossa salvação; e respiremos desafogados na consideração das coisas divinas, para recebermos a consolação na alegria do Espírito Santo. De lá nos venha o temor e a humildade, e daqui, brote em nós a esperança e a caridade.

Direita, esquerda e o sangue dos mártires: a ideologia mata

Sdecoret - Shutterstock
Por Júlio César de Paula Ribeiro

O Papa Francisco alertou: “Exorto-vos a ter cuidado com as ideologias. As ideologias destroem porque nos fazem ver de uma só maneira e fecham a visão universal".

A Doutrina Social da Igreja (DSI) é, desde seu início, um obstáculo às ideologias extremistas e forças políticas opressoras, tornando-se um incômodo aos mais diversos regimes e governos. Católicos que pregaram a DSI sofreram perseguição e até mesmo o martírio. Direita e esquerda, quando vividas de forma fechada, radical e apaixonada, levam à morte, destruição e opressão. A história prova isso, mas também os mártires são testemunhas do perigo das ideologias. 

Em El Salvador, em 1980, o então bispo São Óscar Romero, foi assassinado por criticar a ditadura militar do seu país, colocando-se ao lado dos pobres e denunciando o autoritarismo de direita que fez muitas vítimas. Três anos antes, o Beato Padre Rutílio Grande já tinha sido morto, acusado de ser comunista e crítico ao governo, como confessou um dos assassinos. 

No Vietnã, em 1975, o Cardeal Van Thuan foi preso pelo regime comunista, acusado de conspirar, junto com São Paulo VI, contra o governo autoritário do seu país. 

O próprio São Paulo VI, quando padre dos universitários, foi perseguido pelo fascismo, acusado de atividades revolucionárias e antipatrióticas, viu amigos serem mortos, como o hoje Beato e Mártir Teresio Olivelli, ícone do antifascismo, preso e torturado na Itália, em 1945. 

Em 1945, na Itália, foi cruelmente assassinado o Beato Rolando Rivi, por guerrilheiros comunistas. 

Na Guatemala, em 1981, o Beato Padre Rother foi assassinado por um grupo paramilitar que caçava comunistas; o missionário, que havia anos assistia aquele povo, teve sua casa invadida e foi morto. 

No México, em 1927, o Beato Padre Miguel Pró foi morto por militares a serviço do governo liberal, nacionalista, revolucionário, do maçom Plutarco Calles. 

Na Espanha, nos anos 1930, muitos cristãos foram perseguidos pelos comunistas, entre eles o Beato Álvaro del Portillo, preso e torturado. 

Na Hungria, em 1949, o Cardeal Mindszenty foi preso e brutalmente torturado pelo regime comunista soviético, acusado de conspirar contra o governo. Antes disso, já tinha sido preso pelo regime nazista (que por sinal era opositor do comunismo). 

Na Argentina, um bispo, dois padres e um pai de família foram beatificados (os mártires de La Rioja). Eles foram alguns dos assassinados, nos anos 1970, pela ditadura militar argentina, que perseguia “comunistas” e se dizia cristã. 

Casos como esses são inúmeros, cada país sabe quem são suas vítimas do fanatismo político. Também no Brasil, em toda a América, na Europa, África etc., muitas foram as vítimas das ideologias radicais, opostas entre si, mas iguais no autoritarismo, esperando apenas a oportunidade para atuar. 

Já há algum tempo, as ideologias políticas não usam mais armas de fogo para matar, mas continuam fazendo vítimas seus opositores, seja pela destruição da reputação, o cancelamento, as fakes news, o patrulhamento/milícias digitais, o ódio ou qualquer forma mais discreta de eliminar. 

O Papa Francisco alertou: “Exorto-vos a ter cuidado com as ideologias. As ideologias destroem porque nos fazem ver de uma só maneira e fecham a visão universal. As ideologias destroem a humanidade de uma pessoa”. “Não vos deixeis arrastar por ideologias míopes que pretendem mostrar-vos o outro, o diverso, como um inimigo. O outro é uma riqueza.” – discurso aos reitores, 16/05/2022, e aos jovens, 06/07/2022, respectivamente. 

A DSI, e eu destacaria as encíclicas do Papa Francisco, são caminho de reflexão e cura para esse mal incutido em nossa sociedade. Sem o diálogo, o olhar de que todos somos irmãos, às vezes adversários políticos, mas não inimigos, e a abertura para ouvir o diferente, não conseguiremos superar o perigo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF