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sábado, 10 de setembro de 2022

Por que sou católico?

Rede Vida
Por que sou católico?

Veritatis Splendor - 18 de dezembro de 2010 

A dificuldade em explicar por que eu sou católico é que há dez mil razões para isso, todas se resumindo a uma única: o catolicismo é verdadeiro. Eu poderia preencher todo o meu espaço com sentenças separadas, todas começando com as palavras, “É a única coisa que …” Como, por exemplo, (1) É a única coisa que previne um pecado de se tornar um segredo. (2) É a única coisa em que o superior não pode ser superior; no sentido da arrogância e do desdém. (3) É a única coisa que liberta o homem da escravidão degradante de ser sempre criança. (4) É a única coisa que fala como se fosse a verdade; como se fosse um mensageiro real se recusando a alterar a verdadeira mensagem. (5) É o único tipo de cristianismo que realmente contém todo tipo de homem; mesmo o respeitável. (6) É a única grande tentativa de mudar o mundo desde dentro; usando a vontade e não as leis; etc.

Ou posso tratar o assunto de forma pessoal e descrever minha própria conversão; acontece que tenho uma forte impressão de que esse método faz a coisa parecer muito menor do que realmente é. Homens muito melhores, em muito maior número, se converteram a religiões muito piores. Preferiria tentar dizer, aqui, coisas a respeito da Igreja Católica que não se podem dizer mesmo sobre suas mais respeitáveis rivais. Em resumo, diria apenas que a Igreja Católica é católica. Preferiria tentar sugerir que ela não é somente maior que eu, mas maior que qualquer coisa no mundo; que ela é realmente maior que o mundo. Mas, como neste pequeno espaço, disponho apenas de uma pequena seção, abordarei sua função como guardiã da verdade.

Outro dia, um conhecido escritor, muito bem informado em outros assuntos, disse que a Igreja Católica é uma eterna inimiga das novas idéias. Provavelmente não ocorreu a ele que sua própria observação não é exatamente uma nova idéia. É uma daquelas noções que os católicos têm de refutar continuamente, porque é uma idéia muito antiga. Na realidade, aqueles que reclamam que o catolicismo não diz nada novo, raramente pensam que seja necessário dizer alguma coisa nova sobre o catolicismo. De fato, o estudo real da História mostrará que isso é curiosamente contrário aos fatos. Na medida em que as idéias são realmente idéias, e na medida em que tais idéias são novas, os católicos têm sofrido continuamente por apoiarem-nas quando elas são realmente novas; quando elas eram muito novas para encontrar alguém que as apoiasse. O católico foi não só o pioneiro na área, mas o único; e até hoje não houve ninguém que compreendesse o que se tinha descoberto lá.

Assim, por exemplo, quase duzentos anos antes da Declaração de Independência e da Revolução Francesa, numa era devotada ao orgulho e ao louvor aos príncipes, o Cardeal Bellarmine e Suarez, o Espanhol, formularam lucidamente toda a teoria da democracia real. Mas naquela era do Direito Divino, eles somente produziram a impressão de serem jesuítas sofisticados e sanguinários, se insinuando com adagas para assassinarem os reis. Então, novamente, os casuístas das escolas católicas disseram tudo o que pode ser dito e que constam de nossas peças e romances atuais, duzentos anos antes de eles serem escritos. Eles disseram que há sim problemas de conduta moral, mas eles tiveram a infelicidade de dizê-lo muito cedo, cedo de dois séculos. Num tempo de extraordinário fanatismo e de uma vituperação livre e fácil, eles foram simplesmente chamados de mentirosos e trapaceiros por terem sido psicólogos antes da psicologia se tornar moda. Seria fácil dar inúmeros outros exemplos, e citar o caso de idéias que são ainda muito novas para serem compreendidas. Há passagens da Encíclica do Papa Leão sobre o trabalho [conhecida como Rerum Novarum, publicada em 1891] que somente agora estão começando a ser usadas como sugestões para movimentos sociais muito mais novos do que o socialismo. E quando o Sr. Belloc escreveu a respeito do Estado Servil, ele estava apresentando uma teoria econômica tão original que quase ninguém ainda percebeu do que se trata. E então, quando os católicos apresentam objeções, seu protesto será facilmente explicado pelo conhecido fato de que católicos nunca se preocupam com idéias novas.

Contudo, o homem que fez essa observação sobre os católicos quis dizer algo; e é justo fazê-lo compreender muito mais claramente o que ele próprio disse. O que ele quis dizer é que, no mundo moderno, a Igreja Católica é, de fato, uma inimiga de muitas modas influentes; muitas delas ainda se dizem novas, apesar de algumas delas começarem a se tornar um pouco decadentes. Em outras palavras, na medida em que diz que a Igreja freqüentemente ataca o que o mundo, em cada era, apóia, ele está perfeitamente certo. A Igreja sempre se coloca contra a moda passageira do mundo; e ela tem experiência suficiente para saber quão rapidamente as modas passam. Mas para entender exatamente o que está envolvido, é necessário tomarmos um ponto de vista mais amplo e considerar a natureza última das idéias em questão, considerar, por assim dizer, a idéia da idéia.

Nove dentre dez do que chamamos novas idéias são simplesmente erros antigos. A Igreja Católica tem como uma de suas principais funções prevenir que os indivíduos comentam esses velhos erros; de cometê-los repetidamente, como eles fariam se deixados livres. A verdade sobre a atitude católica frente à heresia, ou como alguns diriam, frente à liberdade, pode ser mais bem expressa utilizando-se a metáfora de um mapa. A Igreja Católica possui uma espécie de mapa da mente que parece um labirinto, mas que é, de fato, um guia para o labirinto. Ele foi compilado a partir de um conhecimento que, mesmo se considerado humano, não tem nenhum paralelo humano.

Não há nenhum outro caso de uma instituição inteligente e contínua que tenha pensado sobre o pensamento por dois mil anos. Sua experiência cobre naturalmente quase todas as experiências; e especialmente quase todos os erros. O resultado é um mapa no qual todas as ruas sem saída e as estradas ruins estão claramente marcadas, todos os caminhos que se mostraram sem valor pela melhor de todas as evidências: a evidência daqueles que os percorreram.

Nesse mapa da mente, os erros são marcados como exceções. A maior parte dele consiste de playgrounds e alegres campos de caça, onde a mente pode ter tanta liberdade quanto queira; sem se esquecer de inúmeros campos de batalha intelectual em que a batalha está eternamente aberta e indefinida. Mas o mapa definitivamente se responsabiliza por fazer certas estradas se dirigirem ao nada ou à destruição, a um muro ou ao precipício. Assim, ele evita que os homens percam repetidamente seu tempo ou suas vidas em caminhos sabidamente fúteis ou desastrosos, e que podem atrair viajantes novamente no futuro. A Igreja se faz responsável por alertar seu povo contra eles; e disso a questão real depende. Ela dogmaticamente defende a humanidade de seus piores inimigos, daqueles grisalhos, horríveis e devoradores monstros dos velhos erros. Agora, todas essas falsas questões têm uma maneira de parecer novas em folha, especialmente para uma geração nova em folha. Suas primeiras afirmações soam inofensivas e plausíveis. Darei apenas dois exemplos. Soa inofensivo dizer, como muitos dos modernos dizem: As ações só são erradas se são más para a sociedade. Siga essa sugestão e, cedo ou tarde, você terá a desumanidade de uma colméia ou de uma cidade pagã, o estabelecimento da escravidão como o meio mais barato ou mais direto de produção, a tortura dos escravos pois, afinal, o indivíduo não é nada para o Estado, a declaração de que um homem inocente deve morrer pelo povo, como fizeram os assassinos de Cristo. Então, talvez, voltaremos às definições da Igreja Católica e descobriremos que a Igreja, ao mesmo tempo que diz que é nossa tarefa trabalhar para a sociedade, também diz outras coisas que proíbem a injustiça individual. Ou novamente, soa muito piedoso dizer, Nosso conflito moral deve terminar com a vitória do espiritual sobre o material. Siga essa sugestão e você terminará com a loucura dos maniqueus, dizendo que um suicídio é bom porque é um sacrifício, que a perversão sexual é boa porque não produz vida, que o demônio fez o sol e a lua porque eles são materiais. Então, você pode começar a adivinhar a razão de o cristianismo insistir que há espíritos maus e bons; e que a matéria também pode ser sagrada, como na Encarnação ou na Missa, no sacramento do casamento e na ressurreição da carne.

Não há nenhuma outra mente institucional no mundo que está pronta a evitar que as mentes errem. O policial chega tarde, quando ele tentar evitar que os homens cometam erros. O médico chega tarde, pois ele apenas chega para examinar o louco, não para aconselhar o homem são a como não enlouquecer. E todas as outras seitas e escolas são inadequadas a esse propósito. E isso não é porque elas possam não conter uma verdade, mas precisamente porque cada uma delas contém uma verdade; e estão contentes por conter uma verdade. Nenhuma delas pretende conter a verdade. A Igreja não está simplesmente armada contra as heresias do passado ou mesmo do presente, mas igualmente contra aquelas do futuro, que podem estar em exata oposição com as do presente. O catolicismo não é ritualismo; ele poderá estar lutando, no futuro, contra algum tipo de exagero ritualístico supersticioso e idólatra. O catolicismo não é ascetismo; ele, repetidamente no passado, reprimiu os exageros fanáticos e cruéis do ascetismo. O catolicismo não é mero misticismo; ele está agora mesmo defendendo a razão humana contra o mero misticismo dos pragmatistas. Assim, quando o mundo era puritano, no século XVII, a Igreja era acusada de exagerar a caridade a ponto da sofisticação, por fazer tudo fácil pela negligência confessional. Agora que o mundo não é puritano mas pagão, é a Igreja que está protestando contra a negligência da vestimenta e das maneiras pagãs. Ela está fazendo o que os puritanos desejariam fazer, quando isso fosse realmente desejável. Com toda a probabilidade, o melhor do protestantismo somente sobreviverá no catolicismo; e, nesse sentido, todos os católicos serão ainda puritanos quando todos os puritanos forem pagãos.

Assim, por exemplo, o catolicismo, num sentido pouco compreendido, fica fora de uma briga como aquela do darwinismo em Dayton. Ele fica fora porque permanece, em tudo, em torno dela, como uma casa que abarca duas peças de mobília que não combinam. Não é nada sectário dizer que ele está antes, depois e além de todas as coisas, em todas as direções. Ele é imparcial na briga entre fundamentalistas e a teoria da Origem das Espécies, porque ele se funda numa origem anterior àquela Origem; porque ele é mais fundamental que o Fundamentalismo. Ele sabe de onde veio a Bíblia. Ele também sabe aonde vão as teorias da Evolução. Ele sabe que houve muitos outros evangelhos além dos Quatro Evangelhos e que eles foram eliminados somente pela autoridade da Igreja Católica. Ele sabe que há muitas outras teorias da evolução além da de Darwin; e que a última será muito provavelmente eliminada pela ciência mais recente. Ele não aceita, convencionalmente, as conclusões da ciência, pela simples razão de que a ciência ainda não chegou a uma conclusão. Concluir é se calar; e o homem de ciência dificilmente se calará. Ele não acredita, convencionalmente, no que a Bíblia diz, pela simples razão de que a Bíblia não diz nada. Você não pode colocar um livro no banco das testemunhas e perguntar o que ele quer dizer. A própria controvérsia fundamentalista se destrói a si mesma. A Bíblia por si mesma não pode ser a base do acordo quando ela é a causa do desacordo; não pode ser a base comum dos cristãos quando alguns a tomam alegoricamente e outros literalmente. O católico se refere a algo que pode dizer alguma coisa, para a mente viva, consistente e contínua da qual tenho falado; a mais alta consciência do homem guiado por Deus.

Cresce a cada momento, para nós, a necessidade moral por tal mente imortal. Devemos ter alguma coisa que suportará os quatro cantos do mundo, enquanto fazemos nossos experimentos sociais ou construímos nossas Utopias. Por exemplo, devemos ter um acordo final, pelo menos em nome do truísmo da irmandade dos homens, que resista a alguma reação da brutalidade humana. Nada é mais provável, no momento presente, que a corrupção do governo representativo solte os ricos de todas as amarras e que eles pisoteiem todas as tradições com o mero orgulho pagão. Devemos ter todos os truísmos, em todos os lugares, reconhecidos como verdadeiros. Devemos evitar a mera reação e a temerosa repetição de velhos erros. Devemos fazer o mundo intelectual seguro para a democracia. Mas na condição da moderna anarquia mental, nem um nem outro ideal está seguro. Tal como os protestantes recorreram à Bíblia contra os padres e não perceberam que a Bíblia também podia ser questionada, assim também os republicanos recorreram ao povo contra os reis e não perceberam que o povo também podia ser desafiado. Não há fim para a dissolução das idéias, para a destruição de todos os testes da verdade, situação tornada possível desde que os homens abandonaram a tentativa de manter uma Verdade central e civilizada, de conter todas as verdades e identificar e refutar todos os erros. Desde então, cada grupo tem tomado uma verdade por vez e gastado tempo em torná-la uma mentira. Não temos tido nada, exceto movimentos; ou em outras palavras, monomanias. Mas a Igreja não é um movimento e sim um lugar de encontro, um lugar de encontro para todas as verdades do mundo.

Fonte:

CHESTERTON, G.K. Por que sou católico. Chesterton Brasil. [Traduzido por Antonio Emilia Angueth de Araujo]. Disponivel em: http://www.chestertonbrasil.org/ Acesso em: 17 dezembro 2010.

https://www.veritatis.com.br/

A Igreja que nasceu antes da Bíblia

A Bíblia Sagrada | Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

Durante 1500 anos a Igreja Católica conservou as Sagradas Escrituras e a transmitiu a seu povo através das Missas.

“Recebereis uma força, a força do Espírito Santo que virá sobre vós; e sereis então minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, até as extremidades da terra” (At 1,8).

Diante desta passagem podemos nos perguntar: “– Jesus deixou algo escrito?” Ele disse: “sobre a Bíblia edificareis a minha Igreja?” Não! Cristo fundou a Igreja sobre a vida e o testemunho dos apóstolos. Por esse motivo, não podemos afirmar que somos uma “religião do livro” – apesar de alguns estudiosos das religiões nos considerarem assim. Somos uma “religião do testemunho”.

Os livros contidos na Bíblia servem para nos relatar fatos e verdades de fé. “Diante daquilo que acabei de ler, como deve ser a minha atitude para com Deus e os meus irmãos?”. É para que façamos este tipo de confronto conosco mesmo que as Sagradas Escrituras existem. Servem para mudar a nossa vida (ação transformadora). Mas nem sempre estes textos sagrados existiram. Vejamos como se formou este conjunto de textos sagrados, para que compreendamos a essência da Palavra de Deus.

Comecemos pelo período em que alguns livros foram escritos. É importante saber que o escrito mais antigo do Novo Testamento é 1Tessalonicenses – redigido por volta do ano 51 d.C., quando Paulo se encontrava na Acaia (cf. At 18,12). É importante começarmos por este exemplo apenas para demonstrar que a Bíblia não segue uma ordem cronológica; o primeiro livro do Novo Testamento não foi o Evangelho de Mateus. Além disso, Paulo morreu e provavelmente não viu sequer um Evangelho escrito. Os fatos sobre a vida de Jesus que este incansável apóstolo tanto pregava foram-lhe relatados de maneira oral.

A Igreja, portanto, não nasceu da Bíblia, mas o contrário. Ela não precisou esperar vinte anos após a morte de Jesus para que começasse a nascer (com a carta de São Paulo citada acima). Ela já estava aí. E, além disso, havia entre os cristãos um código de conduta, uma certa tradição, que consistia em dizer com fidelidade quem era Jesus Cristo.

O último livro do Novo Testamento a ser escrito foi o Apocalipse, escrito por São João por volta do ano 100 d.C., quando este se encontrava exilado na ilha de Patmos. Nesta altura da História ainda não havia Bíblia, apesar de todos os seus livros já estarem escritos. Isto porque, quando São Paulo, São João, São Judas Tadeu escreveram suas cartas eles não sabiam que estavam escrevendo partes do Novo Testamento. Os cristãos ainda precisavam escolher quais seriam os escritos que iriam compor as Escrituras Sagradas.

A decisão do Cânone Bíblico, isto é, dos livros que iriam compor as Sagradas Escrituras demorou cerca de 200 anos. Um tempo relativamente longo. Mas a Igreja não resolveu cruzar os braços e esperar esse tempo todo para então afirmar: “Pronto! Agora somos Igreja”. Ela já era antes das Escrituras existirem.

Por volta dos anos 70 d.C. surgem os evangelhos sinóticos e, aos 100 d.C., o evangelho de São João. Não somos nem capazes, muitas vezes, de lembrarmos o que comemos ontem no almoço, como é então que 70, 100 anos depois as pessoas ainda lembravam de detalhes da fala e da vida de Jesus Cristo? Somente por obra do Espírito Santo. O que nos faz crer que a Bíblia foi inspirada por Deus.

Além de toda essa dificuldade ainda havia hereges que queriam reduzir o Novo Testamento a pouquíssimos livros, já outros queriam fazer um apanhado com mais de 40 livros – como era o caso dos gnósticos. Coube, então, aos bispos da Santa Igreja o papel de discernir quais escritos falavam de Cristo com autenticidade e quais eram apócrifos. Portanto, o Espírito deveria inspirar quem escrevia e quem lia. Cada novo escrito que chegava ao conhecimento dos bispos era como uma maçaneta nova, caso o prelado tivesse a chave, a autenticidade da porta seria provada.

Passaram-se muitos anos e já havia Bíblia em muitos lugares. Era por volta do ano de 1500. Neste período nasceu a Reforma Protestante. Para Martinho Lutero, foi fácil afirmar que sola scriptura (somente a Escritura) é fundamento para a verdade de fé, quando vivia na época da imprensa e podia fazer tiragem de cópias e distribuir Bíblia a quem quisesse.

Durante 1500 anos a Igreja Católica conservou as Sagradas Escrituras e a transmitiu a seu povo através das Missas, isto porque nem todos tinham condições de ter a Bíblia em casa. Esta era escrita em pergaminho (feito com pele de carneiro), com uma tinta especial e através de um monge que escrevia à mão a Bíblia inteirinha. Agora, imagine o preço de um produto como esse! Era caríssimo! Por isso, só era reservada a mosteiros, catedrais e bibliotecas ricas.

Mas a Santa Igreja, em sua grande sabedoria, jamais deixou de transmitir Jesus Cristo, a Palavra de Deus, o Verbo Encarnado às pessoas. Mesmo quando a Bíblia ainda nem estava escrita. Sempre foi possível falar de Jesus. Daquele homem que tocou a vida de muitas pessoas ao longo de dois mil anos.

A Palavra de Deus não é a Bíblia, é Jesus, vivo e ressuscitado. Não é um livro onde aprendemos uma doutrina. Nem mesmo um livrinho de histórias. Quando lemos sobre Jesus na Celebração Eucarística trazemos Cristo à assembleia e não apenas um saber milenar. Da mesma maneira que ele vem em forma de pão a nós, também vem em forma de palavra.

Fr. Thiago Pereira, SCJ

Fonte: https://cleofas.com.br/

Os “falsos perdões” que impedem a reconciliação do casal

Olena Yakobchuk - Shutterstock
Por Marzena Devoud

Na vida conjugal o amor sem conflito é uma doce ilusão. A regra de ouro é buscar o perdão, a fim de que as frustrações não se transformem em bombas-relógio...

A vida de um casal, por trás de um belo sorriso, às vezes esconde fragilidades que esmaltam o cotidiano de um e de outro. São desentendimentos, discussões e aborrecimentos que irrompem, arrastando os cônjuges para um certo isolamento. 

Todos os casais, mais cedo ou mais tarde serão confrontados com a questão do perdão, seja por uma pequena indelicadeza ou uma ferida muito mais profunda. E nunca é tarde demais para perdoar. “Mesmo que o desejo de perdoar às vezes se depare com emoções como raiva, desejo de vingança ou exasperação. Mesmo que o caminho possa ser mais ou menos longo e árduo, dependendo das feridas e dos recursos internos de cada um, o perdão é acessível a todos. Todos têm a oportunidade de trilhar o caminho do perdão”, explica Mathilde de Robien, autora de Se pardonner, chemins de réconciliation pour les couples (“Perdoar: caminho de reconciliação para casais”) e jornalista da Aleteia.

“Falsos perdões”

Se há perdões pequenos e grandes, ordinários e extraordinários, há também os “falsos perdões”. Ao querer perdoar rápido demais ou pela metade, perdemos o perdão real. Não recebemos seu poder libertador, aquele que nos permite recriar o relacionamento, reconstruir o vínculo rompido, restaurar a confiança. “O conflito permanece aberto, não resolvido e é material para uma nova disputa. Velhos desentendimentos, rancores e decepções podem ressurgir mais tarde e distorcer o relacionamento do casal, enquanto o problema pode ser resolvido no presente”, continua Mathilde de Robien. 

Mas, concretamente, como são esses “falsos perdões”? Abaixo, a autora os explica.

1PERDÃO “TROMPE L’OEIL”

O perdão trompe-l’oeil sistematicamente minimiza ou nega o erro ou a injúria. Acontece com todos. É o famoso “OK, tá perdoado, vamos mudar de assunto”. Mas, na verdade, a pessoa não quer reconhecer a mágoa, e permanecer em negação não permite o perdão pleno e sincero. A absolvição, portanto, não é possível para aquele que pede perdão.

2PERDÃO MAGNÂNIMO

Aqui está um “falso perdão” que desculpa tudo, não importa o “valor” do mal praticado ou da injúria. “Sim, ele me traiu com uma amiga, mas errar é humano. Além disso, foi em um contexto particular. Qualquer um poderia ter caído nessa”. Esse excesso de benevolência não corresponde à gravidade da situação e não permite que a verdade seja dita.

3PERDÃO DEVEDOR

Outro falso perdão é o perdão “devedor”, que não apaga completamente a ofensa. Esse tipo de perdão deixa o outro em dívida com o ofendido. “Eu te perdoo, mas terei dificuldade em esquecer o que aconteceu”. Esse perdão pela metade, um dia, voltará à mesa.

4PERDÃO HEROICO

Esse falso perdão é egocêntrico: não precisa do pedido de perdão do ofensor para perdoar. Ele está acima de tudo, inclusive do ofensor. É o conhecido “passei a esponja”, que significa: “Não preciso de você, nem do seu remorso, o herói sou eu.”

5PERDÃO ARROGANTE

Finalmente, há o perdão “arrogante”. É o: “Eu sou muito melhor que você, eu te perdoo”. Muitas vezes, a pessoa se sente humilhada e se defende da vergonha de ter sido traída ao infligir isso ao outro.

Perdão, caminho para uma nova luz

Ao contrário do que acontece com os “falsos perdões”, perdoar é definitivamente “rasgar a página em que se registrou com má-fé ou raiva a conta devedora do próximo”, disse o padre Henri Caffarel. É mudar o olhar para adotar um olhar de amor. 

Para São Paulo, o perdão é parte integrante do amor cristão. É essencial em qualquer relacionamento normal entre duas pessoas que se amam.

“É maravilhoso poder dizer a nós mesmos que, falhos, finitos e imperfeitos, somos criados à imagem de Deus e, portanto, capazes de perdoar. Temos essa capacidade, como seres humanos, de empreender um caminho de reconciliação para renovar nosso amor pelo outro”, conclui Mathilde de Robien.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Os ’10 mandamentos’ do miserável

Nsa. Senhora de Las Lajas | Guadium Press
Já sabemos que o pior pecado é o do orgulho, do qual vêm os outros. Contra o orgulho, nada melhor do que se sentir miserável.

Redação (08/09/2022 19:03Gaudium Press) O pior pecado é o orgulho, do qual vêm os outros. Esse foi o pecado de satanás, atrás do qual caiu a terceira parte das legiões angelicais. Foi o pecado dos nossos primeiros pais, que queriam “ser como os deuses”, acreditando na falsa promessa da serpente.

Para combater o orgulho, uma das maiores vacinas é sentir-se miserável, ou seja, fraco e necessitado de toda a ajuda de Deus. Vejamos alguns dos que poderiam ser os ‘mandamentos’ do miserável:

O miserável amará o Senhor seu Deus de todo o coração, porque sabe que tudo o que tem vem d’Ele. Ele sabe que o bem que existe em si é devido à bondade divina, e que o mal, esse sim lhe pertence. E procura permanecer nesse amor, nessa restituição e nessa gratidão, em todos os momentos.

2. O miserável terá Maria como canal necessário, como medianeira, intercessora, como sua Mãe. O miserável sabe que é muito pequeno para pedir uma audiência direta com Deus, e prefere que a Soberana Rainha Mãe, que também é sua Mãe, seja quem interceda junto ao Redentor para obter os muitos favores de que necessita para esta vida e alcançar a eternidade feliz.

O miserável, embora conheça experimentalmente sua miséria, saberá que sua natureza decaída é orgulhosa, e por isso pede à Mãe de Misericórdia uma consciência constante e renovada de sua miséria, para que não se torne orgulhoso.

O miserável não se chocará com o título de ‘escravo’, que São Luís Maria de Montfort dá aos perfeitos devotos de Nossa Senhora. Ele sabe que nesta entrega total de amor do escravo à sua Senhora, ele é o mais beneficiado, pois com total flexibilidade secundará os desejos d’Ela e assim Ela viverá nele.

O miserável não se surpreenderá nem mesmo com seu pecado, porque embora tenha o horror ao pecado do verdadeiro filho de Deus, sabe que de sua natureza debilitada e corrompida o que resulta é iniquidade e, portanto, em quedas, longe de ficar angustiado ou desanimado, ele procurará rapidamente recompor sua união com Deus, buscando o auxílio da graça.

O miserável ​​não buscará a fortaleza humana, nem acreditará que a prática da virtude reconstituirá sua força natural, mas sempre se sentirá fraco, necessitado do auxílio divino, e da consciência de sua real fraqueza clamará a Deus, para ajudá-lo em todas as suas lutas e levá-lo ao céu.

O miserável não será uma ilha no meio do grande oceano, e embora saiba a necessidade de retiro e recolhimento dos sentidos para entrar em contato com Deus, também sabe que precisa de seus irmãos, porque Deus normalmente quer a salvação no meio da comunidade, onde ele deverá realizar apostolado, e de onde também chegarão a ele luzes e notas da voz de Deus.

O miserável procurará ser exímio na virtude da Confiança, porque está bem ciente de que quem confia obtém de Deus e de sua Mãe a virtude e a proteção, e sabe que os únicos que não confiam são aqueles que acreditam que são ‘colossos’, os ‘fortes’, aqueles que no final não atingem a meta. A pessoa miserável confia em meio à tragédia, às contrariedades, até mesmo nas quedas, confia no Amor de Nossa Senhora e se deixa amar por Ela. O miserável sabe “que Deus dispõe todas as coisas para o bem daqueles que o amam” (Rm 8,28).

O miserável viverá a “infância espiritual” dia após dia, ou seja, sente-se fraco diante das grandes provações, também das pequenas, mas sabe que, implorando e confiando na graça de Deus, poderá superar os obstáculos, grandes ou pequenos, que Deus quer permitir em sua vida diária neste mundo. Ele sabe que deve pedir o “pão nosso de cada dia”, tanto material como espiritual, e que com este pão, com este leite materno, oferecido por Deus aos filhos espirituais, poderá enfrentar as lutas permitidas por Deus. O miserável está atento à voz de Deus em seu dia a dia, e procurará seguir essa voz e não suas próprias opiniões.

O miserável apreciará a oração e procurará ser um homem de oração. Ele sabe que Deus não lhe deve nada, mas a Ele deve tudo. E que também pode obter de Deus tudo o que realmente necessita se dirigir a Ele e a sua Mãe pela oração. O miserável oferece suas orações por meio de Maria, porque sabe que sua oração vale pouco diante do Onipotente, mas também sabe que Deus não despreza as súplicas intercedidas por sua Mãe.

Por Saul Castiblanco

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Schevchuk: cristãos chamados a proteger a dignidade da vida humana, desde a concepção até a morte natural

Girassol | Vatican News

"A fé cristã é o coração que aquece e protege uma pessoa das diversas filosofias e ideologias que ameaçam a sua vida no mundo moderno. Rezemos hoje: “Deus, obrigado pelo dom da vida. Agradecemos por estarmos vivos e podermos defender e afirmar a dignidade humana no mundo moderno."

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Queridos irmãos e irmãs em Cristo!

Hoje é sexta-feira, 9 de setembro de 2022 e já é o 198º dia desta grande guerra sangrenta e injusta que a Rússia está travando contra o povo ucraniano.

Tivemos mais um dia difícil e uma noite muito turbulenta. Repetidamente, lutas pesadas ocorrem em quase toda a linha de frente. De acordo com os relatórios desta manhã do exército ucraniano, 5 ataques com mísseis e 45 ataques aéreos atingiram a Ucrânia em um único dia. Nossa Kharkiv sofreu mais ontem à noite e está se transformando em uma cidade mártir: 1/3 de todos os seus edifícios já foram destruídos, e o inimigo está destruindo metodicamente a infraestrutura da cidade. Vários foguetes atingiram um estabelecimento de ensino superior, o coração da educação, ciência e cultura nesta grande cidade de um milhão de habitantes.

Mas graças a Deus, nosso exército está resistindo a esses ataques do exército russo. Recebemos ontem o anúncio de uma contra-ofensiva das tropas ucranianas em Kharkiv, bem como no Sul, na região de Kherson. E o presidente anunciou desde 1º de setembro que nosso exército havia libertado mais de 1.000 quilômetros quadrados de terra ucraniana do inimigo.

E nesta manhã agradecemos muito a Deus e às Forças Armadas da Ucrânia pelo fato de estarmos vivos, pelo fato de a Ucrânia saber não apenas como enfrentar o inimigo, mas também como triunfar sobre um inimigo injusto. E dizemos nesta manhã: “Obrigado, Deus, e nossos soldados pelo fato de estarmos vivos”.

E hoje podemos dizer mais uma vez: “A Ucrânia está de pé. A Ucrânia está lutando. A Ucrânia está rezando."

No contexto de todos os eventos que estão ocorrendo no front, notícias muito perturbadoras estão chegando dos territórios temporariamente ocupados. O inimigo parece enlouquecido pela própria impotência e intensifica o terror sobre a população local, usando a população civil como escudo humano. Até a usina nuclear de Zaporizhia é usada como escudo humano. Além disso, infelizmente temos exemplos de pessoas sendo capturadas na rua, e depois obrigadas a combater. Tais casos, em particular, ocorrem na região de Kharkiv.

E é por isso que é tão importante hoje, neste contexto de todo o drama da guerra, seguir o quinto mandamento do Guia do Crente. Este mandamento que é muito relevante nas atuais circunstâncias da Ucrânia, mas também do mundo. E ele diz assim: "Agradeço a Deus pelo dom da vida. Eu protejo a vida humana desde a concepção até a morte natural. Eu ajudo os doentes, os indefesos e os destituídos".

Acho muito importante este mandamento, de vital importância para todos nós cristãos no contexto da guerra. Os cristãos professam que o Senhor Deus é a fonte da vida. Ele é a fonte e o Mestre da vida humana, é Ele quem estabelece os limites da vida humana, do início ao fim. E o homem é chamado a cooperar com Deus para que uma nova pessoa nasça ao mundo.

Portanto, mesmo nas circunstâncias mais dramáticas de uma calamidade militar, os cristãos são chamados a agradecer a Deus pelo dom da vida e, portanto, a fazer tudo para protegê-la. No mundo moderno, vemos, existem várias ameaças muito sérias à existência humana, à vida humana. Nas culturas onde impera o culto do consumo, as chamadas culturas consumistas, onde o bem-estar é tipicamente o principal ídolo, os momentos mais ameaçados são muitas vezes o início e também o fim da vida humana. Está se formando uma "cultura do rejeito”, a cultura do descarte, como o Papa a chama, quando a dignidade humana e o direito de existir são medidos pela medida do consumo de uma pessoa. Se alguém consome muito, tem mais direitos, se alguém consome menos, tem menos dignidade. Da mesma forma, nesse tipo de cultura, onde o prazer também é um ídolo, a dignidade de tal ou qual ser vivo é avaliada na medida em que esse ser pode experimentar prazer, satisfação ou em que medida pode vivenciar dor e sofrimento. Em tal sistema filosófico, um animal pode ter mais direitos do que um embrião humano.

É por isso que, mesmo em tais circunstâncias, em países de relativa prosperidade, os cristãos são chamados a proteger a dignidade da vida humana, desde a concepção até a morte natural. Os cristãos devem ter a coragem de enfrentar os desafios do aborto e da eutanásia. A tecnologia moderna oferece muitas possibilidades de manipulação do embrião humano, vários tipos de manipulação da vida humana não nascida. E os idosos, os doentes, os indefesos muitas vezes caem sob a lei da morte forçada suave, que é chamada de eutanásia.

Vemos que existem outras ideologias misantrópicas que negam às pessoas o direito de existir por causa de sua etnia ou raça nacional. Podemos ver que a guerra que a Rússia está travando hoje contra a Ucrânia tem um claro componente ideológico, de acordo com a ideologia russa moderna e misantrópica do “mundo russo”. Toda a nação, como já mencionamos mais de uma vez, o povo ucraniano, mas também muitas outras nações, são privadas do direito de existir. E vemos quão brutal e sistematicamente os ocupantes de terras ucranianas estão destruindo o povo ucraniano hoje. É por isso que devemos nos unir hoje para proteger a dignidade da vida humana, porque ela é o fundamento de toda a sociedade humana. Os direitos humanos são um dos mecanismos legais de proteção do direito à vida humana no mundo atual. Portanto, mesmo em tempo de guerra, os direitos proclamados pelo Direito Internacional Humanitário permanecem em vigor, inclusive os direitos da população civil – o direito à vida.

Hoje, devemos nos preocupar especialmente com isso. Para que os doentes, os indefesos, os indigentes sintam verdadeiramente este oásis de dignidade humana no mundo moderno, precisamente nas nossas comunidades eclesiais.

A fé cristã é o coração que aquece e protege uma pessoa das diversas filosofias e ideologias que ameaçam a sua vida no mundo moderno. Rezemos hoje: “Deus, obrigado pelo dom da vida. Agradecemos por estarmos vivos e podermos defender e afirmar a dignidade humana no mundo moderno."

Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade, agora e para todo e sempre, amém!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Svyatoslav+
Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana
09.09.2022

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

O fascinante mistério da Natividade de Maria

Domínio Público
Por Elizabeth Scalia

Por que Maria é tão importante para os católicos? Por que honrá-la tão grandemente e chamá-la Bem-Aventurada e Santa? Ela não era "apenas uma mulher"?

Na festa de 8 de setembro, que honra o nascimento de Maria, a Mãe de Deus, o Evangelho apresenta a genealogia e a Anunciação conforme descritas por São Mateus: toda a lista de patriarcas e pais, com a ocasional menção da mãe:

Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar … Davi gerou Salomão, cuja mãe tinha sido a mulher de Urias…

E assim por diante. Até que…

Aquim gerou Eliúde. Eliúde gerou Eleazar. Eleazar gerou Matã. Matã gerou Jacó. Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo”.

A genealogia vai seguindo uma linha e, de repente, acontece uma reviravolta: mais um homem é nomeado, mas ele não é apontado como o pai de alguém, e sim como o marido daquela que é mãe! A Mãe do Criador. A Mãe do Cristo.

Esta sutileza da narrativa sinaliza que algo agora é muito diferente. A partir de agora, entendemos que nada mais será como era.

Consideremos ainda:

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus” (João 1,1).

No início, quando Deus criou os céus e a terra, a terra era um deserto sem forma e as trevas cobriam o abismo, enquanto um vento forte varria as águas. Então Deus disse: ‘Haja luz’, e houve luz” (Gênesis 1,1-3).

Ambas as passagens descrevem algo que surge do nada; ambas falam de vazios e espaços. Em março, quando falamos da Anunciação, esses textos muito bem poderiam descrever a condição do seio virginal de Maria, mas talvez, hoje, também se possam contemplar essas palavras como referência à alma de Maria no momento da sua concepção. O Deus que É, que Foi e que sempre Será sabia quem seria a Sua Arca da Nova Aliança, pois Ele próprio iria providenciá-la: aquela a quem Gabriel chamou “a cheia de graça”.

Voltando às linhas do Gênesis e de João, quase podemos considerar Maria no útero como uma espécie de espelho do “nada” em repouso que existia antes da criação: uma criatura criada, amada a ponto de chegar a ser e marcada pela graça, está esperando para nascer. Ela vive e cresce no silêncio; como modelo de quiescência.

Da folha em branco de Maria vem o resto da história. Salvação. Resgate. O Caminho de volta.

Por que Maria é tão importante para os católicos? Por que honrá-la tão grandemente e chamá-la Bem-Aventurada e Santa? Ela não era “apenas uma mulher”?

Sim, mas… não. Ela é “a cheia de graça”. E teria que ser. Eu sou apenas uma mulher; bilhões de pessoas são “apenas mulheres”; a maioria delas são pessoas boas e decentes, mas será que qualquer uma delas poderia ter sido a “Arca” excepcional destinada a carregar em si, nutrir e dar à luz o seu Criador e Salvador?

A bondade de Maria não era por mérito próprio; a ela foi dada a graça. A ela foi dada ainda a graça de dizer “sim”, mesmo quando um “não” teria sido perfeitamente compreensível, dada sua idade e sua época. Ela reconhece tudo isso em seu esplêndido Magnificat, compartilhado pelo Evangelho de Lucas.

Nós recordamos e celebramos o fato de seu nascimento porque – merecido ou não – ela foi a escolhida de Deus para acender uma chama que ainda arde na humanidade.

Celebramos hoje o nascimento de Maria, a Theotokos, aquela que nos traz o Deus encarnado; a mãe sublime que Jesus, ao pé da sua cruz, deu a cada um de nós.

O Pai se regozija em olhar para o coração da Santíssima Virgem Maria como a obra-prima de suas mãos. O Filho se regozija nele como o coração de Sua Mãe, a fonte de Seu próprio Sangue que nos resgatou” (São João Maria Vianney).

O teu nascimento, ó Virgem Mãe de Deus, proclama alegria ao mundo inteiro, porque de ti nasceu o Sol glorioso da Justiça, o Cristo, nosso Deus; Ele nos libertou da antiga maldição e nos encheu de santidade; Ele destruiu a morte e nos deu a vida eterna” (antífona do Cântico de Zacarias, na oração da manhã para 8 de setembro, dia da Natividade de Maria).

Fonte: https://pt.aleteia.org/

A figura histórica de Jesus

Representação de Jesus (Século IV) | Opus Dei

A figura histórica de Jesus

Quem é Jesus? Que sabemos sobre Ele? O autor deste artigo define a figura de Cristo como “uma pedra de escândalo para a razão”.

17/07/2012

Nos anos que marcam o começo do terceiro milênio parece que despertou no mundo um interesse especial por Jesus de Nazaré. Na realidade, os livros escritos nos últimos anos sobre sua figura e sua pessoa, mesmo que nem todos positivos, põem em relevo a atualidade e a transcendência do Filho de Deus feito homem, e como sua vida atrai as pessoas.

De fato, em sua comunhão com o Pai, Jesus se faz presente hoje diante de nós. E o que Jesus traz, o que dá ao mundo? A resposta é Simples: Deus[1].

Aviva a tua fé. – Não é Cristo uma figura que passou. Não é uma recordação que se perde na história. Vive! "Jesus Christus heri et hodie: ipse et in saecula!", diz São Paulo. Jesus Cristo ontem e hoje e sempre![2]

A pregação da Igreja primitiva apresenta sempre Jesus Cristo como Filho de Deus e único Salvador. A proclamação do Mistério Pascal levava consigo um anúncio paradoxal de humilhação e de exaltação, de vergonha e de triunfo: nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos. Mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, ele é o Messias, poder de Deus e sabedoria de Deus[3].

NÃO FOI FÁCIL PARA OS PRIMEIROS CRISTÃOS SUPERAR O ESCÂNDALO DA CRUZ

Não foi fácil para os primeiros cristãos superar o escândalo da cruz, a realidade da crucificação e morte do próprio Filho de Deus. Daí a tentativa dos docetistas e dos gnósticos de negar que Jesus tivesse um corpo real e passível, ou o de Nestório, dois séculos mais tarde, de afirmar a existência em Jesus Cristo de duas pessoas, uma humana e outra divina.

No entanto, nenhum estudioso sério nega o fato histórico “Jesus de Nazaré”. Mesmo que não haja uma grande quantidade de dados externos à Bíblia sobre sua pessoa e sua missão, são suficientes para afirmar, sem dar lugar a dúvidas, a sua passagem pela terra. É substancialmente aceito, por exemplo, o testemunho de Flávio Josefo. Em um de seus livros, este historiador judeu do século primeiro se refere a Jesus como “homem sábio (...); Ele realizou obras extraordinárias, sendo um mestre de homens que acolhem a verdade”[4]. Mais adiante escrevem sobre Jesus, durante o império de Trajano, Plínio o jovem e Tácito; e depois o fará Suetônio, secretário de Adriano.

Junto a essas referencias, os evangelhos constituem “o testemunho principal da vida e doutrina da Palavra encarnada, nosso Salvador”[5]; são as fontes que proporcionam uma visão detalhada de sua personalidade. A Tradição da Igreja, sob a inspiração do Espírito Santo, reconheceu nestes livros a descrição autêntica e segura da figura histórica do Senhor, uma figura histórica que possui um caráter divino.

O valor dos evangelhos como fontes primárias para conhecer a Jesus não foi posto em dúvida por cristãos até finais do século XVIII. Neste momento, surgiram alguns autores que pretenderam analisá-los com critérios historiográficos e positivistas, eliminando as narrações que consideravam inaceitáveis para o homem moderno; isto é: os milagres e as profecias, só explicáveis pelo caráter extraordinário da intervenção divina na história. Tratava-se da primeira tentativa de estudar os evangelhos só como livros de história, sem considerar seu conteúdo sobrenatural, um projeto que abordava os textos excluindo a fé na divindade de Cristo.

AS PRETENSAS 'BIOGRAFIAS HISTÓRICAS' DE JESUS DO SÉCULO XIX RETRATAVAM MAIS O CARÁTER DE QUEM AS ESCREVIA QUE O DE JESUS CRISTO

A partir de então, abundaram as “vidas de Jesus" nas quais Cristo aparecia como um de tantos candidatos a messias; um fracassado condenado à morte pela autoridade romana que, esta sim, possuía uma indubitável autoridade moral. Deste modo, com frequência, estas pretensas biografias históricas retratavam mais o caráter de quem as escrevia que o de Jesus Cristo.

Posteriormente, o avanço dos estudos exegéticos levou a uma forte reação contra este enfoque: passou-se a considerar os evangelhos como textos escritos com fé sincera, mesmo que desvinculados das coordenadas da história; o ceticismo sobre a divindade da figura histórica de Cristo não foi superado. Nos últimos decênios, os novos critérios metodológicos permitiram uma leitura teológica da Bíblia mais de acordo com a fé[6]. A verdade proclamada pela Igreja sobre o Filho de Deus, que depois de vinte séculos continua sendo uma pedra de escândalo para a razão, é a de uma Pessoa ante a qual cada um deve comprometer sua própria vida através de um ato de fé; porém não uma fé puramente fiducial ou crédula, mas uma fé que se apoia em que o próprio Deus falou e atuou na história; uma fé que crê na vida e obras reais do Filho de Deus feito homem, e que encontra n’Ele a razão de sua esperança.

A importância da realidade histórica da mensagem evangélica se fez patente desde os primeiros instantes do cristianismo; como diz São Paulo, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé[7].

Os milagres e a autoridade de Jesus

Nos evangelhos relata-se que Jesus faz milagres. No Antigo Testamento já se narravam prodígios realizados por profetas como Elias e Eliseu, para não falar dos protagonizados por Moisés ou Josué. Também na literatura antiga, tanto judaica como helenística, encontram-se prodígios de alguns personagens.

Aqueles que buscam negar a veracidade dos milagres de Cristo – e, em geral, de todos os que aparecem na Escritura -, costumam apoiar-se nestes últimos para afirmar que os relatos de atos milagrosos implicam em um gênero literário de ficção, talvez dirigido a exaltar um personagem histórico.

Porém as semelhanças dão rapidamente lugar a profundas divergências, que constituem sinais da credibilidade e da autenticidade dos evangelhos. Em primeiro lugar, os milagres de Jesus surpreendem por sua verossimilhança. Os evangelhos falam de prodígios; porém nada há de exagerado na forma de descrevê-los.

Um cego recupera a vista; um coxo começa a andar... Observa-se, na simplicidade do relato, que se está muito longe de pretender exaltar uma figura; são relatos alheios a toda teatralidade, e nos quais se refletem a vida cotidiana dos protagonistas.

Também chama a atenção a autoridade que Jesus exerce quando os realiza. Os prodígios narrados na literatura rabínica se obtêm depois de longas orações. Ele, diferentemente, os faz com seu próprio poder, com uma palavra ou um gesto, e o efeito é quase sempre imediato.

Outra característica única é a discrição de Jesus: raramente toma a iniciativa, mostra-se reticente, manda que não se divulgue... Inclusive em ocasiões, diz o texto sagrado, que não pode fazer milagres[8], porque não encontrou nos interessados as disposições espirituais adequadas.

OS MILAGRES DE JESUS "PARTEM DA FÉ E LEVAM À FÉ"

Por último, é importante notar como os milagres de Cristo possuem sempre um sentido que transcende o mero efeito físico. O Senhor não cede ao gosto dos homens pelo maravilhoso, ou à curiosidade: busca a conversão da alma, quer testemunhar a sua missão. Jesus faz ver que não são simples prodígios; para realizá-los, exige a fé em sua Pessoa, na missão que o Pai lhe confiou. Partem da fé e levam à fé. De tudo isso se conclui que os evangelistas se propuseram disponibilizar para todos alguns fatos históricos, para que pudessem ser completados pela fé; testemunharam que “tudo na vida de Jesus é sinal de seu mistério. Por meio de seus gestos, de seus milagres, de suas palavras, foi revelado que nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2,9)”[9].

Daí a centralidade, na vida do cristão, do conselho de são Josemaria: Saboreai as cenas comoventes em que o Mestre atua com gestos divinos e humanos ou relata com modos de dizer humanos e divinos a história sublime do perdão, do Amor ininterrupto que tem pelos seus filhos. Esses traslados do Céu renovam-se agora também, na perenidade atual do Evangelho: apalpa-se, nota-se, pode-se afirmar que se toca com as mãos a proteção divina.[10]

No entanto, a autoridade de Jesus não se manifesta só em seu modo de fazer milagres. Aparece mais claramente em seu modo de dispor da Lei e da tradição: as interpreta, aprofunda e corrige. Este é outro traço diferenciador, que não se encontra em nenhum outro testemunho da época. A originalidade desta atitude, patente nos ensinamentos recolhidos nos evangelhos, só se explica pelo caráter único do Mestre, por sua forte personalidade e doutrina.

Percebemos este poder sobre a Lei ao observar como Ele a cumpre fielmente. Nesse cumprimento Cristo mostra umas exigências que vão até o mais profundo do coração, mais além de qualquer sinal de formalismo. É Verdade que Jesus mantém a Lei, porém a interpreta segundo um espírito inovador que, ao mesmo tempo em que a cumpre, a supera; traz um vinho novo que rejeita composições com os odres velhos. Por outro lado, Jesus faz isto como um legislador que fala em nome próprio, superando Moisés. O que Deus havia dito através de Moisés, o seu Filho Unigênito aperfeiçoa.

Jesus inaugura uma nova era, a do Reino anunciado já há muito tempo pelos profetas: destrói o Reino de Satanás expulsando os demônios pelo dedo de Deus[11]. O messianismo de Jesus não pode ser uma invenção de seus discípulos concebida depois da Páscoa: a tradição evangélica contém tantas recordações sólidas e harmônicas de sua vida pública que não é possível repeli-las dizendo simplesmente que se trata de uma criação póstuma, fruto de uma suposta ideologia apologética. Os ensinamentos de Cristo são inseparáveis da autoridade com que as proclama.

A divindade de Jesus nos evangelhos

De modo análogo a como se nega a historicidade dos milagres, às vezes afirma-se que o título de “filho de Deus" só designa, nos evangelhos, uma proximidade especial de Jesus com Deus. Geralmente, argumenta-se dizendo que este título tem diversos usos nos textos da época: aplica-se a personagens que se distinguem por serem justos, ao povo de Israel, aos anjos, á realeza ou a pessoas com alguma faculdade especial. Mas quando consideramos os relatos evangélicos, novamente aparecem diferenças que só se explicam ao reconhecer a natureza divina de Cristo, proclamada à luz do mistério Pascal.

Assim, no evangelho de São Marcos se demonstra que a personalidade se Jesus é sobrenatural. Certamente, em certas ocasiões, Jesus é proclamado filho de Deus por pessoas que talvez só o façam segundo o sentido normal da época, sem conhecer a fundo suas implicações. Mas também, a voz do Pai no Batismo e na Transfiguração testemunha que Jesus é Filho de Deus; e sob a luz desta declaração pode-se apreciar em muitas outras passagens o caráter real e único da filiação divina de Cristo. Por exemplo, o próprio Jesus apresenta-se como o “filho amado" na parábola dos vinhateiros homicidas, radicalmente diferente de todos os enviados anteriores; também manifesta uma relação pessoal única de filiação e confiança com o Pai ao chamar-lhe – e este é o único evangelho que o conta – Abba[12], Papai. Neste contexto, é interessante observar como a fé do evangelista na divindade de Jesus fica marcada pelo versículo citado, Filho de Deus[13], e a confissão do centurião, ao final do texto: verdadeiramente este homem era Filho de Deus![14].

Em São Mateus, a definição divina de Jesus se apresenta com mais profusão que em São Marcos. O título é pronunciado por endemoninhados, pelo centurião, pelos que passam sob a Cruz no Calvário, pelos sacerdotes, por Pedro e os discípulos, especialmente depois de um milagre. Ainda mais claramente que em São Marcos, vê-se que nem todos os que o chamam filho de Deus o reconhecem como tal, e esta atitude serve ao evangelista como contraponto daqueles que o fizeram.

São Lucas ressalta a relação entre Jesus e o Pai, destacando-a em um ambiente de oração, de intimidade e confiança, de entrega e submissão, que termina nas últimas palavras pronunciadas na Cruz: Pai, em tuas mãos entrego meu espírito[15]. Ao mesmo tempo é fácil captar como sua vida e sua missão são continuamente guiadas pelo Espírito Santo, já desde a Anunciação, onde se proclama sua filiação divina. Junto a estas características particularmente destacadas, voltamos a encontrar outros testemunhos comuns aos demais evangelistas: também os demônios chamam Jesus de “Filho de Deus", nas tentações e nas curas dos endemoninhados em Cafarnaum e Gerasa.

Em São João a filiação divina de Cristo aparece em seu sentido mais profundo e transcendente: Ele é o Verbo, que está no seio de Deus e se faz carne; é pré-existente, já que é anterior a Abraão; foi enviado pelo Pai, desceu do céu... São características que destacam a realidade divina de Jesus. A confissão da divindade por parte de Tomé pode considerar-se o cume do evangelho, que foi escrito para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo, tenhais a vida em seu nome[16]. Em São João é patente, talvez mais que em nenhum outro evangelista, como a afirmação da divindade real de Jesus pertence ao próprio núcleo da pregação apostólica. Uma afirmação que tem as suas raízes na consciência que Cristo tinha desta divindade, em sua passagem pela terra.

Neste sentido, é de especial interesse recordar – e é um elemento comum a todos os evangelistas – como Jesus diferencia sua relação com o Pai da que tem com os demais homens: meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus[17]subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus[18]; a expressão “Pai nosso" nos lábios de Jesus só aparece em uma ocasião, ao ensinar aos discípulos o modo que devem rezar. Cristo nunca põe no mesmo nível sua especial filiação com a dos discípulos: uma amostra da consciência que Ele mesmo tinha de sua divindade.

A pregação da primitiva comunidade cristã apresenta as formas de anúncio, de catequese, de exortação ou de argumentação em favor da fé, e todas estas estão reunidas na narração evangélica. Isto influi mais em suas características literárias que no conteúdo do que aconteceu. É útil descobrir que as necessidades da pregação levaram a selecionar alguns episódios entre muitos outros[19], e que levaram os evangelistas a apresentar a vida de Cristo de modo mais teológico que biográfico, mais sistemático que cronológico. Porém não há motivo para pensar que este interesse e essas necessidades levem a falsificar as recordações, a criá-los ou a inventá-los.

OS EVANGELHOS ESTÃO REPLETOS DE EPISÓDIOS CHEIOS DE CANDURA E NATURALIDADE; CADA UM DELES É UMA MOSTRA DE VERACIDADE, E DO DESEJO DE CONTAR A VIDA DE JESUS NO SEIO DA TRADIÇÃO DA IGREJA

Mais ainda, as expressões e acontecimentos desconcertantes são mais uma prova da credibilidade dos evangelhos: por que o batismo, se Cristo não tinha pecado? Por que afirmar a aparente ignorância de Jesus a respeito da Parusia, ou que não pôde fazer milagres, ou que estava cansado? Como o são também a forma semítica das palavras, ou o uso de expressões arcaicas ou não assumidas pela teologia posterior – como “filho do Homem”.

Os evangelhos estão repletos de episódios cheios de candura e naturalidade; cada um deles é uma mostra de veracidade, e do desejo de contar a vida de Jesus no seio da tradição da Igreja. Quem escuta e recebe essa Palavra pode chegar a ser discípulo[20].

Na mensagem cristã se entrelaçam a fé e história, teologia e razão, e os testemunhos apostólicos manifestam a preocupação de apoiar a fé e a mensagem sobre fatos, contados com sinceridade.

Nessas páginas, o próprio Jesus se dá a conhecer aos homens de todos os tempos, na realidade da sua história, do seu anúncio. Lendo-as, não aderimos a um ideal moral; meditar o evangelho não é refletir sobre uma doutrina. É meditar a história de Cristo desde o seu nascimento num presépio até à sua morte e sua ressurreição[21], porque quando amamos uma pessoa, desejamos conhecer até os menores detalhes da sua existência, do seu caráter, para assim nos identificarmos com ela.[22]

B. Estrada


[1] Cfr. Joseph Ratzinger – Bento XVI, Jesus de Nazaré, cap. 1 e 2.

[2] Caminho n. 584.

[3] 1 Cor 1, 23s.

[4] Cfr. Flávio Josefo, Antiquitates Judaiae, 18, 3, 3.

[5] Conc. Vaticano II, Const. dogm. Dei Verbum, n. 18.

[6] Cfr. Joseph Ratzinger – Bento XVI, Jesus de Nazaré (I), Introdução.

[7] 1 Cor 15, 14.

[8] Cfr. Mt 13, 18; Mc 6, 50.

[9] Catecismo da Igreja Católica, n. 515.

[10] Amigos de Deus, n. 216.

[11] Cfr. Lc 11, 20.

[12] Mc 14, 36.

[13]Mc 1,1.

[14] Mc 15, 39.

[15] Lc 23, 46.

[16] Jo 20, 31.

[17] Jo 8, 54.

[18] Jo 20, 17.

[19] Cfr. Jo 21, 25.

[20] Cfr. Joseph Ratzinger – Bento XVI, Jesus de Nazaré (I), cap. 4.

[21] É Cristo que passa, n. 107.

[22] É Cristo que passa, n. 107.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF