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sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Shia LaBeouf revela que a morte da mãe dele o fez aprofundar na fé

PAN Photo Agency | Shutterstock
Por Cerith Gardiner

Em outra entrevista reveladora, o ator explicou a importância de desenvolver um relacionamento com Deus.

Shia LaBeouf, o famoso ator de “Transformers” foi notícia recentemente por causa de seu papel como Padre Pio no filme de mesmo nome e como esse personagem o influenciou a se converter ao catolicismo.

Agora, o ator revela que a morte da mãe dele em agosto de 2022 foi fundamental para confirmar sua fé católica.

O ator contou ao Hollywood Reporter que estava ao lado da cama de sua mãe quando, aos 80 anos de idade, ela partiu para a Casa do Pai:

“Minha mãe estava cheia de medo em seus últimos momentos: perguntando ao médico o que era aquele tubo e o que aquela máquina fazia. Ela estava frenética. Ela foi profundamente interessada em Deus e na espiritualidade durante toda a sua vida, mas ela não O conhecia”, declarou Shia LaBeouf.

O ator continuou: “Seu maior presente para mim foi promover, em sua morte, a necessidade de um relacionamento com Deus. Não um interesse, não apenas uma crença, mas um relacionamento construído em provas tão tangíveis quanto um abraço. Seu último presente para mim foi a persuasão final para a [minha] fé. Ela foi uma boa menina. Ela foi amada por muitos e conhecida por poucos. Deus te abençoe, mamãe.”

Shia LaBeouf e o Padre Pio

Curiosamente, Shia LaBeouf, que foi excepcionalmente franco e comunicativo em sua recente entrevista com o bispo Barron, desta vez foi bastante monossilábico e enfático sobre seus pensamentos acerca do Padre Pio.

O entrevistador, Seth Abramovitch, perguntou a LaBeouf: “Você acha que Padre Pio realmente experimentou os estigmas? Você acredita em milagres?”

Embora o ator pudesse facilmente ter entrado em mais detalhes sobre o trabalho do santo italiano que ele conhece tão bem, já que estudou muito para se preparar para o papel, ele simplesmente disse “sim”. 

Enfim, ao mesmo tempo em que Shia LaBeouf continua a encontrar as alegrias da fé, oramos pela alma de sua mãe e que ela descanse em paz!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Para Francisco no Cazaquistão

Papa Francisco no Cazaquistão | Vatican News

PAPA FRANCISCO NO CAZAQUISTÃO: EM NOME DE DEUS E PELA HUMANIDADE, NÃO A ARMAMENTOS, SIM PELA PAZ!

O último compromisso do Papa Francisco no Cazaquistão foi no Palácio da Independência, em Nursultan, nesta quinta-feira (15), quando foi feita a leitura da “Declaração Final” de conclusão do VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais. Na ocasião, o Pontífice fez o último discurso da sua viagem apostólica.

Um exemplo de futuro

E começou agradecendo por “caminharem juntos” durante esta visita ao país, através da riqueza de crenças e culturas da população, “testemunha de tantos sofrimentos passados”, mas que oferece um exemplo de futuro com “a multirreligiosidade e multiculturalidade extraordinária”. E tudo vivido “sob o signo do diálogo, ainda mais precioso neste período tão difícil sobre o qual grava, para além da pandemia, a loucura insensata da guerra”, comentou o Pontífice.

“Há demasiados ódios e divisões, demasiada falta de diálogo e compreensão do outro: isto, no mundo globalizado, é ainda mais perigoso e escandaloso. Não podemos avançar assim, ora unidos ora separados, ora interligados ora dilacerados por demasiadas desigualdades. Obrigado, pois, pelos esforços que visam a paz e a unidade.”

A liberdade religiosa é um direito concreto

O Papa então lembrou do lema da viagem, Mensageiros de paz e de unidade: “está no plural, porque o caminho é comum”. Um caminho comum que tem sido abraçado desde o início da história do Congresso, em 2003, até a Declaração Final deste ano, que “afirma que o extremismo, o radicalismo, o terrorismo e qualquer outro incentivo ao ódio, à hostilidade, à violência e à guerra”, disse o Pontífice, “nada têm a ver com o autêntico espírito religioso e devem ser rejeitados nos termos mais decididos que for possível; condenados, sem «se» nem «mas»”. Além disso, acrescentou ele, o respeito mútuo deve ser essencial, “independentemente da sua pertença religiosa, étnica ou social”:

“Há de ser sempre e em toda parte tutelado quem deseja exprimir, de modo legítimo, o próprio credo. Contudo, ainda hoje quantas pessoas são perseguidas e discriminadas pela sua fé! Pedimos veementemente aos governos e às competentes organizações internacionais que assistam os grupos religiosos e as comunidades étnicas que sofreram violações dos seus direitos humanos e liberdades fundamentais, e violências da parte de extremistas e terroristas, inclusive em consequência de guerras e conflitos militares. É preciso sobretudo empenhar-se para que a liberdade religiosa seja, não um conceito abstrato, mas um direito concreto.”

O diálogo inter-religioso é caminho sem retorno

Por isso a Igreja Católica, disse o Pontífice, “crê também na unidade da família humana. Crê que «os homens constituem todos uma só comunidade» (Conc. Ecum. Vat. II, Decl. Nostra aetate, 1)”. Assim, desde o início do Congresso, a Santa Sé, especialmente através do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, participou ativamente do evento e vai continuar a fazê-lo:

“O caminho do diálogo inter-religioso é um caminho comum de paz e para a paz, e, como tal, é necessário e sem retorno. O diálogo inter-religioso já não é apenas uma oportunidade, mas um serviço urgente e insubstituível à humanidade, para louvor e glória do Criador de todos.”

Um “caminho comum”, insistiu sempre o Papa em discurso, ao reiterar um ponto de convergência enaltecido já por João Paulo II quando visitou o Cazaquistão há 21 anos e tratou do caminho comum do homem e da Igreja:

“Hoje quero afirmar que o homem é também o caminho de todas as religiões. Sim, o ser humano concreto, debilitado pela pandemia, prostrado pela guerra, ferido pela indiferença! O homem, criatura frágil e maravilhosa, que, «sem o Criador, se obscurece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past Gaudium et spes, 36) e, sem os outros, não subsiste!”

A paz, a mulher e os jovens

O Papa, assim, deu seguimento ao discurso destacando o espírito que permeia a Declaração Final do Congresso através de três palavras: pazmulher e jovens. A primeira, disse Francisco, além de urgente “é a síntese de tudo, a expressão dum grito do coração, o sonho e a meta do nosso caminho: paz! Beybitşilik, mir, peace!”:

“A Declaração exorta os líderes mundiais a cessarem em todo o lado conflitos e derramamentos de sangue e a abandonarem retóricas agressivas e destrutivas. Pedimos-vos, em nome de Deus e para o bem da humanidade: empenhai-vos pela paz, não pelos armamentos! Só servindo a paz é que permanecerá grande na história o vosso nome.”

E, se falta a paz, acrescentou o Papa, “é porque falta atenção, ternura e capacidade de gerar vida”. Dessa forma, a mulher “é caminho para a paz” e por isso precisa ter a dignidade defendida a condição social melhorada: “quantas opções de morte seriam evitadas se estivessem precisamente as mulheres no centro das decisões! Empenhemo-nos para que sejam mais respeitadas, reconhecidas e envolvidas”.

Finalmente, e na conclusão do discurso, o Papa falou sobre a terceira palavra: os jovens, que são “os mensageiros de paz e de unidade de hoje e de amanhã”. Na mão deles, “coloquemos oportunidades de instrução, não armas de destruição! E escutemo-los, sem medo de nos deixar interpelar por eles. Sobretudo construamos um mundo pensando neles!”

Com informações de Andressa Collet - Vatican News

Foto de capa - Vatican News

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Dos Sermões de São Bernardo, abade

Maria junto à Cruz | Salesianos

Dos Sermões de São Bernardo, abade

(Sermo in dom. infra oct. Asumptionis,14-15: Opera omnia, Edit. Cisterc. 5[1968],273-274)

(Séc.XII)

Estava sua mãe junto à cruz

O martírio da Virgem é mencionado tanto na profecia de Simeão quanto no relato da paixão do Senhor. Este foi posto, diz o santo ancião sobre o menino, como um sinal de contradição, e a Maria: e uma espada traspassará tua alma (cf. Lc 2,34-35).

Verdadeiramente, ó santa Mãe, uma espada traspassou tua alma. Aliás, somente traspassando-a, penetraria na carne do Filho. De fato, visto que o teu Jesus – de todos certamente, mas especialmente teu – a lança cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um morto, não atingiu a alma dele, mas ela traspassou a tua alma. A alma dele já ali não estava, a tua, porém, não podia ser arrancada dali. Por isto a violência da dor penetrou em tua alma e nós te proclamamos, com justiça, mais do que mártir, porque a compaixão ultrapassou a dor da paixão corporal. E pior que a espada, traspassando a alma, não foi aquela palavra que atingiu até a divisão entre a alma e o espírito: Mulher, eis aí teu filho? (Jo 19,26). Oh! que troca incrível! João, Mãe, te é entregue em vez de Jesus, o servo em lugar do Senhor, o discípulo pelo Mestre, o filho de Zebedeu pelo Filho de Deus, o puro homem, em vez do Deus verdadeiro. Como ouvir isto deixaria de traspassar tua alma tão afetuosa, se até a sua lembrança nos corta os corações, tão de pedra, tão de ferro?

 Não vos admireis, irmãos, que se diga ter Maria sido mártir na alma. Poderia espantar-se quem não se recordasse do que Paulo afirmou que entre os maiores crimes dos gentios estava o de serem sem afeição. Muito longe do coração de Maria tudo isto; esteja também longe de seus servos.

Talvez haja quem pergunte: “Mas não sabia ela de antemão que iria ele morrer?” Sem dúvida alguma. “E não esperava que logo ressuscitaria?” Com toda a confiança. “E mesmo assim sofreu com o Crucificado?” Com toda a veemência. Aliás, tu quem és ou donde tua sabedoria, para te admirares mais de Maria que compadecia, do que do Filho de Maria a padecer? Ele pôde morrer no corpo; não podia ela morrer juntamente no coração? É obra da caridade: ninguém a teve maior! Obra de caridade também isto: depois dela nunca houve igual.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Servir a dois senhores

Servir a dois senhores | Guadium Press

SERVIR A DOIS SENHORES

Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)

Numa das passagens mais envolvente e dramáticas do Evangelho de Lucas Jesus põe em alerta a atenção dos discípulos e as nossas.

Em questão, os muitos amores que repartem o coração, divide a fidelidade e desaprumam os objetivos.

Considerando verdadeira o dito que onde está o teu tesouro, ali também estará o seu coração”, entendemos como é forte o alerta recebido.

À Deus se opõe muitas coisas. As mais clássicas delas, talvez, sejam as tentações de Jesus no deserto: o. poder, ser como Deus e a subsistência fácil. Os “senhores” que se opõem ao Senhor são muitos. Multiplicam-se neste mundo e ramificam por muitas partes. Cada uma delas colorida com uma cor própria e ardilosamente disposta diante dos nossos olhares.

O olhar disturbado que se perde na admiração dos muitos ídolos se afasta consideravelmente do verdadeiro tesouro.

No centro de tudo, inclusive, como medida universal está a questão do dinheiro. Ele arrasta os corações humanos e se disfarça numa infinidade de coisas. Coisas que envolvem a vaidade, sempre mesurada quantitativamente pelo que pode adquirir: admiração, louvores, reconhecimento…

Os ídolos que começam a se oporem vão se refinando no encontro de Jesus com o mundo. Razão para a idolatria pode ser até mesmo a Lei, quando se desgarram das necessidades humanas se tornam instrumento de tortura na boca dos fariseus.

Se até a Lei, forma sublime que o povo de Israel encontrou para atestar a sua fidelidade a Deus pode se tornar um ídolo em oposição a Graça que Jesus oferece, muitas outras coisas também podem sucumbirem nesse descaminho. Servir exclusivamente a si mesmo e aos seus entes queridos, também é outra trapaça que pode dividir o coração. O Cristão é chamado a se enveredar pela estrada da fraternidade universal. Sob a paternidade comum, que nos faz todos iguais, o cristianismo rompeu com as cadeias da divisão no mundo antigo, ecoando no grito de Paulo que fez tremer as bases da sociedade de seu tempo: não há mais judeus ou gregos, somos todos de Cristo.

Fechar-se em si mesmo e no parentesco mais próximo, também idolatra uma relação que deve gerar espaços novos e aumentar o seu círculo até envolver a humanidade inteira.

Por fim, o dinheiro em si mesmo. O seu acúmulo despropositado faz com que o seu possuidor não confie em mais ninguém. Apenas apaga o seu desejo de tudo possuir e de não prestar contas a mais ninguém. Um desejo profundo incrustrado no coração humano, por isso mesmo, uma das maiores tentações que há!

Achar o seu justo valor e utilidade é a chave para resistir a essa tentação. Saber que o dinheiro serve para sustentação e autonomia, ajudar aos que precisam e socorrer ao mais pobre é a arma que impede de elevá-lo a condição de ídolo. Assim, livre dessa oposição podemos reintegrar os corações para o único e verdadeiro Senhor, considerando com toda seriedade possível aquela alerta que Ele próprio nos fez: “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16,13).

Para entender a Economia de Francisco (EoF)

Revista Cidade Nova

Para entender a Economia de Francisco [com entrevista exclusiva]

por Gustavo Monteiro   publicado em 08/09/2022

A CIDADE de Assis, na Itália, se prepara para receber jovens economistas, estudantes, empreendedores e agentes de mudança do mundo inteiro entre os dias 22 e 24 de setembro. A proposta é clara e audaciosa: juntos, repensar a economia global, dar continuidade a um processo que seja capaz de realizar mudanças concretas na maneira como produzimos, consumimos e estamos no mundo. Este é o terceiro evento da “Economia de Francisco”, proposta lançada pelo papa há 3 anos e que contará, pela primeira vez, com a presença física de cerca de mil jovens de 100 países diferentes, de acordo com os organizadores.

“A Economia de Francisco é uma realidade jovem, feita por pessoas que sentem que a economia, assim como está, não basta, não satisfaz. E, em nome de São Francisco, (ou seja, em nome da paz, da fraternidade, da natureza) junto ao Papa Francisco, que é portador da mesma mensagem de fraternidade, sentem o desejo de se envolver na produção de uma economia diferente, e fazem isso em rede com todo o mundo. A força desse projeto é que ele é jovem, tem a bênção de dois Franciscos e que é global”, explica o economista italiano Luigino Bruni, primeiro idealizador do processo.

O INÍCIO DE UM SONHO

É um mundo pré-Covid 19, mas o economista Luigino Bruni, membro do Movimento dos Focolares e um dos expoentes mundiais da Economia de Comunhão, já sente que muitas estruturas estão doentes. Ele lembra da proposta que recebeu da fundadora dos Focolares, Chiara Lubich, em 1998: “deve nascer uma corrente de pensamento que atraia os melhores economistas e empreendedores de hoje, incluindo os que ganham o prêmio Nobel”. 

“É evidente que não dá para mudar o capitalismo só com os membros do Movimento dos Focolares. Mas, naqueles anos, parecia que o Movimento era o fermento e a massa ao mesmo tempo. Depois de 20 anos daquela mensagem de Chiara, estava cada vez mais forte dentro de mim a ideia de que se nós quiséssemos colocar em prática a Economia de Comunhão, deveríamos fazer isso junto aos outros; deveríamos nos tornar ativadores de processos que envolvessem a igreja e todos”, reflete Bruni. Pensando em quem, no mundo, poderia propor algo desse nível, o focolarino conseguiu chegar a apenas uma pessoa: o Papa Francisco. 

Para ele, o papa é o único que, mesmo católico, tem autoridade moral universalmente maior do que a que pode ter um vencedor do prêmio Nobel ou qualquer outra personalidade pública. Em março de 2018, Bruni enviou uma carta ao papa pedindo uma conversa de 10 minutos, e, para sua surpresa, o pontífice lhe propôs uma audiência privada no Vaticano. A ideia era envolver o papa na preparação de um evento para renovar a economia de maneira geral, mas, entre o envio da carta e a audiência presencial que aconteceria três meses depois, a vontade de propor algo para jovens estudantes de economia ganhava sempre mais peso.

 “Ele me recebeu e, conversando, eu lhe contei sobre esse desejo. O papa, então, respondeu: ‘se é para os jovens, eu me interesso. Para os adultos eu não quero. Eles normalmente só querem saber da foto oficial, mas os jovens, esses sim, são capazes de mudar realmente as coisas’. O Papa Francisco ficou muito feliz com a ideia e dali nasceu um relacionamento de confiança entre ele e eu”, relembra o economista. “Eu vi que ali, diante de mim, estava uma pessoa boa, que amava os jovens e que queria fazer realmente alguma coisa para mudar a economia. Eu percebi, antes de mais nada, o seu coração largo, mas também a sua inteligência e a capacidade de raciocínio lógico.”

Bruni entendeu, depois dessa conversa, que não teria lugar melhor para sediar um evento desse nível do que a cidade de Assis, de onde surgiu o primeiro Francisco. “Fui rapidamente falar com o bispo e a prefeita de Assis, porque se tratava de algo religioso e civil ao mesmo tempo.” Então, no dia primeiro de maio de 2019, e depois de um longo processo de organização e encontros, o Papa Francisco lançou uma carta aberta convidando os jovens do mundo inteiro que estivessem interessados em “dar uma nova alma à economia” a virem a Assis em março do ano seguinte.

DEU TUDO CERTO, OU “QUASE” 

Era fevereiro de 2020, faltavam poucas semanas para o evento, jovens de diversos países estavam com a passagem aérea comprada, quando os noticiários do mundo inteiro relataram que o primeiro país ocidental a ser atingido pelo até então desconhecido coronavírus era a Itália, lugar sede do evento. No início de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de pandemia, o que levou ao cancelamento do encontro “A Economia de Francisco” e, ao mesmo tempo, abriu as portas para um percurso de formação e encontros on-line entre os jovens inscritos. 

Em novembro daquele mesmo ano, aconteceu o primeiro encontro on-line, de três dias, transmitido diretamente de Assis. “Dezenas de milhares de jovens se conectaram via zoom nessa primeira edição. Visto que o Covid não passava, em outubro de 2021, fizemos mais um encontro virtual. Nesse meio tempo, nasceu uma escola internacional de formação on-line, com 18 estudantes e profissionais da economia, e, nos vários países, uma série de comunidades e grupos de trabalho. E agora, finalmente, nos encontraremos pessoalmente, depois de quatro anos daquele meu primeiro encontro com o papa”, comemora o economista.

DE UMA ASSIS DESERTA AO MUNDO INTEIRO 

Catalina Hinojosa, jovem do Equador formada em Ciências Políticas e Relações Internacionais, estava estudando, na Itália, alternativas ao desenvolvimento quando ficou sabendo do convite do Papa Francisco, em 2019. Como “agente de mudança”, ela se inscreveu para participar da aldeia temática dedicada à agricultura, seu tema de estudo desde a graduação, mas os primeiros meses de encontros não foram muito satisfatórios. 

Com criticidade e desânimo, ela falou pessoalmente com Luigino Bruni, que a aconselhou: “No mundo, sobretudo quando você começa a crescer no ambiente dos adultos, você vai ver, muitas vezes, coisas que não estão bem, mas nem por isso você deverá perder a coragem. Se uma realidade concreta não dá os frutos que um projeto maior está destinado a dar, não quer dizer que este projeto tenha que morrer. Talvez seja o momento de fazer ainda mais por essa realidade que está com problemas, porque acreditamos que os frutos chegarão, talvez a gente nem veja, talvez venham só no futuro, mas eles chegarão”. E foi ali que ela aceitou ser a apresentadora do primeiro evento virtual da Economia de Francisco, serviço que ela prestou também na segunda edição, em 2021.

“Pude me sentir como portadora da voz de todos os jovens. Nós não nos apresentávamos só por apresentar ou para ter algum tipo de reconhecimento, mas para ser ‘Economia de Francisco’, principalmente naquele momento da pandemia em que não podíamos sair para nada. Transmitir esse projeto para um mundo nessa situação era entusiasmante e difícil, ao mesmo tempo, porque era preciso ter dentro toda a humanidade, todos os jovens que, nos seus países, viviam pela Economia de Francisco”, lembra Catalina, que tem hoje 32 anos.

Os apresentadores se reuniram em uma Assis deserta, apenas com a equipe de filmagem e as poucas pessoas que fariam participações especiais durante esse primeiro evento on-line. Catalina lembra, com emoção, o clima de família que existia entre todos no final: “Um dos rapazes que filmava disse que nunca tinha visto isso nos outros eventos de que ele tinha participado. Era, de fato, um clima de comprometimento, mas algo muito leve, de fraternidade mesmo. Até hoje os que participaram daqueles dias de trabalho trocam mensagens, viramos amigos”.

É DE FRANCISCO E DE CLARA  

No Brasil, os participantes decidiram criar uma rede para conectar todos os participantes envolvidos com a Economia de Francisco no país. “Criamos a Articulação Brasileira para a Economia de Francisco. Na presença das mulheres aqui do Brasil, e sobretudo das mulheres jovens que estavam no primeiro evento brasileiro, houve a proposta de adicionar ‘Clara’ ao nome, para colocar em luz a representatividade feminina”, conta o jovem sociólogo Eduardo Brasileiro, de Itaquera, zona leste da capital paulista. Ele, que tem hoje 31 anos, está inscrito na aldeia temática intitulada “Negócios e paz”. “Nessa vila, a gente está discutindo como é preciso criar, dentro das empresas e dos movimentos, processos de transição para a paz.”  

Como explicou Eduardo, que está se preparando para embarcar para Assis em setembro, no Brasil, o processo que surgiu a partir do convite oficial do papa Francisco em 2019 é conhecido como “Economia de Francisco e Clara” por decisão da articulação brasileira de participantes. Maria Helena Faller, participante brasileira e presidente da Associação Nacional por uma Economia de Comunhão (ANPECOM), assim explica o processo: “É um movimento plural, democrático, que visa acolher todas as vozes, todas as perspectivas políticas e científicas, partindo dos princípios de reconstrução econômica contidos nas encíclicas do papa, em especial a Laudato Si’”. 

Em mensagem para os participantes brasileiros, Luigino Bruni encorajou o grupo: “Não caiam no erro de se tornarem adultos muito rápido e de perderem a capacidade de acreditar nos ideais, de olhar a realidade e desejar algo diverso. Ai dos que roubam isso dos jovens e acham que é tudo sonho! Mas também não caiam no erro de se perderem no completo oposto, no total idealismo e, em nome de uma crítica ao capitalismo que pode se tornar ideológica, perder a beleza da economia assim como ela já é, hoje. A beleza do trabalho de todos os dias, de um escritório, de uma fábrica, a dimensão do trabalho como ato criativo... O sonho é bom se alguém depois acorda e faz com que ele se torne realidade”. 

Catalina completa: “Economy of Francesco nasceu na Itália, mas os participantes mais numerosos são os brasileiros. Continuem a levar adiante a voz de vocês, vocês trazem importantes reflexões sobre a questão indígena, sobre os negócios em todos os níveis da sociedade: dos pobres às empresas, aos políticos, aos processos de mudança, aos direitos humanos! Entre em tudo e vejam quais são as vossas feridas e ali encontrarão a resposta. Nisso, acredito, vocês levam a voz de tantos latino-americanos”. 

ECONOMIA EM ALDEIAS

Os participantes inscritos se dividem em 12 aldeias temáticas, que representam sessões de trabalho sobre os grandes temas da economia “de hoje e de amanhã”. 

• Finanças e Humanidade 

• Negócios em transição 

• CO2 da desigualdade 

• Agricultura e justiça 

• Energia e pobreza 

• Mulheres para a economia 

• Negócios e paz 

• Vida e estilo de vida 

• Trabalho e cuidado

• Políticas para a felicidade 

• Gestão e dom 

• Vocação e lucro

Saiba mais no site oficial: francescoeconomy.org

ASSISTA A ENTREVISTA EXCLUSIVA COM LUIGINO BRUNI E CATALINA HINOJOSA


Por Gustavo Monteiro

*Matéria publicada originalmente na Revista Cidade Nova de Agosto de 2022.

Papa: em nome de Deus e pela humanidade, não a armamentos, sim pela paz!

Imagem do Papa Francisco no Cazaquistão | Vatican News

No último discurso no Cazaquistão, que concluiu o VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais, Francisco comentou a Declaração Final do evento. Um documento que enaltece que a liberdade religiosa é um direito concreto e que o diálogo inter-religioso é um caminho urgente, insubstituível, necessário e sem retorno. Ainda segundo o Papa, é preciso que "líderes mundiais cessem conflitos e derramamentos de sangue", empenhando-se "pela paz, não pelos armamentos!".

Andressa Collet - Vatican News

O último compromisso do Papa Francisco no Cazaquistão foi no Palácio da Independência, em Nursultan, nesta quinta-feira (15), quando foi feita a leitura da “Declaração Final” de conclusão do VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais. Na ocasião, o Pontífice fez o último discurso da sua viagem apostólica.

Um exemplo de futuro

E começou agradecendo por "caminharem juntos" durante esta visita ao país, através da riqueza de crenças e culturas da população, "testemunha de tantos sofrimentos passados", mas que oferece um exemplo de futuro com "a multirreligiosidade e multiculturalidade extraordinária". E tudo vivido "sob o signo do diálogo, ainda mais precioso neste período tão difícil sobre o qual grava, para além da pandemia, a loucura insensata da guerra", comentou o Pontífice.

“Há demasiados ódios e divisões, demasiada falta de diálogo e compreensão do outro: isto, no mundo globalizado, é ainda mais perigoso e escandaloso. Não podemos avançar assim, ora unidos ora separados, ora interligados ora dilacerados por demasiadas desigualdades. Obrigado, pois, pelos esforços que visam a paz e a unidade.”

A liberdade religiosa é um direito concreto

O Papa então lembrou do lema da viagem, Mensageiros de paz e de unidade: "está no plural, porque o caminho é comum". Um caminho comum que tem sido abraçado desde o início da história do Congresso, em 2003, até a Declaração Final deste ano, que "afirma que o extremismo, o radicalismo, o terrorismo e qualquer outro incentivo ao ódio, à hostilidade, à violência e à guerra", disse o Pontífice, "nada têm a ver com o autêntico espírito religioso e devem ser rejeitados nos termos mais decididos que for possível; condenados, sem «se» nem «mas»". Além disso, acrescentou ele, o respeito mútuo deve ser essencial, "independentemente da sua pertença religiosa, étnica ou social":

"Há de ser sempre e em toda parte tutelado quem deseja exprimir, de modo legítimo, o próprio credo. Contudo, ainda hoje quantas pessoas são perseguidas e discriminadas pela sua fé! Pedimos veementemente aos governos e às competentes organizações internacionais que assistam os grupos religiosos e as comunidades étnicas que sofreram violações dos seus direitos humanos e liberdades fundamentais, e violências da parte de extremistas e terroristas, inclusive em consequência de guerras e conflitos militares. É preciso sobretudo empenhar-se para que a liberdade religiosa seja, não um conceito abstrato, mas um direito concreto."

O diálogo inter-religioso é caminho sem retorno

Por isso a Igreja Católica, disse o Pontífice, "crê também na unidade da família humana. Crê que «os homens constituem todos uma só comunidade» (Conc. Ecum. Vat. II, Decl. Nostra aetate, 1)". Assim, desde o início do Congresso, a Santa Sé, especialmente através do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, participou ativamente do evento e vai continuar a fazê-lo:

“O caminho do diálogo inter-religioso é um caminho comum de paz e para a paz, e, como tal, é necessário e sem retorno. O diálogo inter-religioso já não é apenas uma oportunidade, mas um serviço urgente e insubstituível à humanidade, para louvor e glória do Criador de todos.”

Um "caminho comum", insistiu sempre o Papa em discurso, ao reiterar um ponto de convergência enaltecido já por João Paulo II quando visitou o Cazaquistão há 21 anos e tratou do caminho comum do homem e da Igreja:

"Hoje quero afirmar que o homem é também o caminho de todas as religiões. Sim, o ser humano concreto, debilitado pela pandemia, prostrado pela guerra, ferido pela indiferença! O homem, criatura frágil e maravilhosa, que, «sem o Criador, se obscurece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past Gaudium et spes, 36) e, sem os outros, não subsiste!"

A paz, a mulher e os jovens

O Papa, assim, deu seguimento ao discurso destacando o espírito que permeia a Declaração Final do Congresso através de três palavras: pazmulher e jovens. A primeira, disse Francisco, além de urgente "é a síntese de tudo, a expressão dum grito do coração, o sonho e a meta do nosso caminho: paz! Beybitşilik, mir, peace!":

“A Declaração exorta os líderes mundiais a cessarem em todo o lado conflitos e derramamentos de sangue e a abandonarem retóricas agressivas e destrutivas. Pedimos-vos, em nome de Deus e para o bem da humanidade: empenhai-vos pela paz, não pelos armamentos! Só servindo a paz é que permanecerá grande na história o vosso nome.”

E, se falta a paz, acrescentou o Papa, "é porque falta atenção, ternura e capacidade de gerar vida". Dessa forma, a mulher "é caminho para a paz" e por isso precisa ter a dignidade defendida a condição social melhorada: "quantas opções de morte seriam evitadas se estivessem precisamente as mulheres no centro das decisões! Empenhemo-nos para que sejam mais respeitadas, reconhecidas e envolvidas".

Finalmente, e na conclusão do discurso, o Papa falou sobre a terceira palavra: os jovens, que são "os mensageiros de paz e de unidade de hoje e de amanhã". Na mão deles, "coloquemos oportunidades de instrução, não armas de destruição! E escutemo-los, sem medo de nos deixar interpelar por eles. Sobretudo construamos um mundo pensando neles!"

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nossa Senhora das Dores

Nsa. Senhora das Dores | arquisp
15 de setembro

Nossa Senhora das Dores

Nosssa Senhora das Dores ou Mater Dolorosa (Mãe Dolorosa) é um dos vários títulos que a Virgem Maria recebeu ao longo da história. Este título em particular refere-se às sete dores que Nossa Senhora sofreu ao longo de sua vida terrestre, principalmente nos momentos da Paixão de Cristo.

O culto

O culto a Nossa Senhora das Dores iniciou-se no ano 1221 no Mosteiro de Schönau, na então Germânia, hoje, Alemanha. A festa de Nossa Senhora das Dores como hoje a conhecemos, celebrada em 15 de setembro, teve início em Florença, na Itália, no ano de 1239 através da Ordem dos Servos de Maria, uma ordem profundamente mariana.

As sete dores de Nossa Senhora

1.       A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas, 2, 34-35)

2.       A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus, 2, 13-21);

3.       O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas, 2, 41-51);

4.       O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas, 23, 27-31);

5.       O sofrimento e morte de Jesus na Cruz (João, 19, 25-27);

6.       Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus, 27, 55-61);

7.       O sepultamento do corpo do filho no Santo Sepulcro (Lucas, 23, 55-56).

Imagem de Nossa Senhora das Dores

Nossa Senhora das Dores é representada com um semblante de dor e sofrimento, tendo sete espadas ferindo seu imaculado coração. Às vezes, uma só espada transpassa seu coração, simbolizando todas as dores que ela sofreu. Ela é também representada com uma expressão sofrida diante da Cruz, contemplando o filho morto. Foi daí que se originou o hino medieval chamado Stabat Mater Dolorosa (Estava a Mãe Dolorosa). Ela ainda é representada segurando Jesus morto nos braços, depois de seu corpo ser descido da Cruz, dando assim origem à famosa escultura chamada Pietà.

Nossa Senhora das Dores, mãe de todos os homens

Foi aos pés da Cruz, quando Maria viveu a sua dor mais crucial, que ela recebeu do Filho a missão de ser a Mãe de todos homens, Mãe da Igreja (Corpo Místico), Mãe de todos os fiéis. Foi naquele momento de dor que Jesus disse a ela: Mãe, eis aí o teu filho (este filho está simbolizando a todos os fiéis). Foi nesse mesmo momento que Jesus disse a São João, que ali representava a todos nós: Filho, eis aí tua mãe. É por isso que a devoção a Nossa Senhora das Dores se reveste de grande importância para todos os cristãos.

Promessas aos devotos de Nossa Senhora das Dores

Nas revelações dadas a Santa Brígida, aprovadas pela Igreja Católica, vemos sete graças maravilhosas que Nossa Senhora prometeu a quem rezar a cada dia sete Ave-Marias em honra de suas Sete dores, fazendo uma pequena meditação sobre essas dores. As promessas são as seguintes:

1ª - Porei a paz em suas famílias. 
2ª - Serão iluminados sobre os Divinos Mistérios. 
3ª - Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei nos seus trabalhos. 
4ª - Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha à vontade de meu adorável Divino Filho e à santificação de suas almas. 
5ª - Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os instantes da vida. 
6ª - Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe Santíssima. 
7ª - Obtive de Meu Filho que, os que propagarem esta devoção (às minhas Lágrimas e Dores) sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhes-ão apagados todos os seus pecados e o Meu filho e Eu seremos a sua eterna consolação e alegria. 

Promessas de Jesus a Santo Afonso

Santo Afonso Maria de Ligório recebeu revelações em que Nosso Senhor Jesus Cristo prometeu aos devotos de Nossa Senhora das Dores as seguintes graças:

1ª – Que aquele devoto que invocar a divina Mãe pelos merecimentos de suas dores merecerá fazer antes de sua morte, verdadeira penitência de todos os seus pecados.

2ª - Nosso Senhor Jesus Cristo imprimirá nos seus corações a memória de Sua Paixão dando-lhes depois um competente prêmio no Céu. 
3ª - Jesus Cristo guardá-los-á em todas as tribulações em que se acharem, especialmente na hora da morte. 
4ª - Por fim os deixará nas mãos de sua Mãe para que delas disponha a seu agrado, e lhes obtenha todos e quaisquer favores.

Terço de Nossa Senhora das Dores

O Rosário das Lágrimas, ou, Terço das Lágrimas, ou Terço de Nossa Senhora das Dores é também um símbolo de Nossa Senhora das Dores. Ele tem 49 contas brancas divididas em sete partes de sete contas cada. Cada uma dessas sete partes representa uma das sete dores de Nossa Senhora. Contempla-se uma Dor de Maria e reza-se um Pai Nosso e sete Ave-Marias.

Oração a Nossa Senhora das Dores

Esta é a oração inicial do terço de Nossa Senhora das Dores.

Virgem Dolorosíssima, seríamos ingratos se não nos esforçássemos em promover a memória e o culto de vossas Dores particulares, graças para uma sincera penitência, oportunos auxílios e socorros em todas as necessidades e perigos. Alcançai-nos Senhora, de Vosso Divino Filho, pelos mérito de Vossas Dores e lágrimas, a graça...(pedir a graça). Amém.

Em seguida, reza-se o Terço das Dores, contemplando cada Dor e rezando 1 Pai Nosso e 7 Ave Marias em cada dor contemplada.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

O Papa no Cazaquistão: "ensina que globalização espiritual freia nacionalismos", diz Riccardi

Viagem Apostólica do Papa Francisco ao Cazaquistão | Vatican news

Comentando a 38ª viagem apostólica internacional que levou o Papa Francisco ao Cazaquistão, o fundador da Comunidade de Santo Egídio observa como "em um momento em que a globalização é ameaçada por um clima de grave tensão, o mundo religioso é desafiado pelos nacionalismos". Hoje as comunidades religiosas são desafiadas por nacionalismos e belicismos. "A presença do Papa nos encontros inter-religiosos é um encorajamento para não deixar cair o horizonte universalista e pacífico das religiões".

Vatican News

"As religiões juntas, sem confusão, mas em fraternidade, expressam uma globalização espiritual que contrasta a fragmentação conflituosa da vida internacional." Assim escreve o historiador Andrea Riccardi, fundador da Comunidade romana de Santo Egídio, em um editorial que a renomada revista católica italiana Famiglia Cristiana (Família Cristã) traz em sua publicação esta quinta-feira, 15 de setembro.

Comentando a 38ª viagem apostólica internacional que levou o Papa Francisco ao Cazaquistão, o fundador da Comunidade de Santo Egídio observa como "em um momento em que a globalização é ameaçada por um clima de grave tensão, o mundo religioso é desafiado pelos nacionalismos".

Cristianismo ortodoxo dilacerado pela crise ucraniana

"O cristianismo ortodoxo, devido à crise ucraniana, se encontra dilacerado. Entretanto, as religiões, com sua tensão universalista e em sua diversidade, nos lembram o destino comum das mulheres e dos homens. O diálogo entre elas e o compromisso com a paz parece ser a grande aquisição ocorrida entre o século XX e o século XXI", observa Riccardi.

"Na origem deste processo de aproximação está o encontro de líderes religiosos convocado por João Paulo II em Assis, em 1986", assinala o fundador da referida comunidade romana. Aquele evento, "superando distâncias seculares, colocou os líderes religiosos diante do desafio da paz em um mundo então marcado pela Guerra Fria".

Bergoglio impulsiona processo de paz iniciado por Wojtyla

"O Papa Wojtyla enfatizou muito este avanço: ‘Na história da humanidade, a ligação intrínseca entre uma atitude autenticamente religiosa e o grande bem da paz tornou-se evidente para todos’."

"Em mais de 35 anos - conclui Riccardi - este processo tem continuado, também devido ao impulso do Papa Bergoglio. Entretanto, hoje as comunidades religiosas são desafiadas por nacionalismos e belicismos, que exigem delas solidariedade e legitimidade. Em vez disso, a presença do Papa nos encontros inter-religiosos é um encorajamento para não deixar cair o horizonte universalista e pacífico das religiões."

(com Sir)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Santa Cruz

Santa Cruz | atquisp
14 de setembro

Santa Cruz

A Cruz recorda o Cristo crucificado, o seu sacrifício, o seu martírio que trouxe a salvação à humanidade. Assim sendo, a Igreja há muito tempo passou a celebrar, exaltar e venerar a Cruz, inclusive como símbolo da árvore da vida que se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, quando a serpente do paraíso trouxe a morte, a infelicidade a este mundo, incitando os pais a provarem o fruto da árvore proibida. (Gn 3,17-19)

No deserto, a serpente também provocou a morte dos filhos de Israel, que reclamavam contra Deus e contra Moisés (Nm 21,4-6). Arrependendo-se do seu pecado, o povo pediu a Moisés que intercedesse junto ao Senhor para livrá-los das serpentes. Assim, o Senhor, com sua bondade infinita, ordenou a Moisés que erguesse no centro do acampamento um poste de madeira com uma serpente de bronze pendurada no alto, dizendo que todo aquele que dirigisse seu olhar para a serpente de bronze se curaria. (Nm 21,8-9)

Esses símbolos do passado, muito conhecidos pelo povo (serpente, árvore, pecado, morte), nos dizem que na Festa da Exaltação da Santa Cruz, no lugar da serpente de bronze pendurado no alto de um poste de madeira, encontramos o próprio Jesus levantado no lenho da Cruz. Se o pecado e a morte tiveram sua entrada neste mundo através do demônio (serpente do paraíso) e do deserto, a bênção, a salvação e a vida eterna vêm do Cristo levantado no alto da Cruz, de onde Ele atrai para si os olhares de toda a humanidade. Assim, a Igreja canta na Liturgia Eucarística de Festa: “Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós, por Ti redimidos, te cantamos louvor!” 

A Cruz não é uma divindade, um ídolo feito de madeira, barro ou bronze, mas sim, santa e sagrada, onde pendeu o Salvador do mundo. Traçando o sinal da cruz em nossa fronte, a todo o momento nós louvamos e bendizemos a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, agradecendo o tão grande bem e amor que, pela CRUZ, o Senhor continua a derramar sobre nós.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF