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terça-feira, 20 de setembro de 2022

Santa Cândida

Santa Cândida | arquisp
20 de setembro

Santa Cândida

primeira referência sobre Santa Cândida foi encontrada no calendário da Igreja de Córdoba e em alguns documentos da antiga Galícia, ambas na Espanha. Mas foi pela tradição cristã do povo napolitano, na Itália, que se concluiu a história desta Santa.


A vida cristã de Cândida iniciou quando ela foi convertida, segundo essa tradição, pelo próprio apóstolo Pedro, de passagem por Nápoles. Naquela época, o apóstolo, com destino a Roma, atravessou Nápoles, onde a primeira pessoa que encontrou na estrada foi a pequena Cândida. Percebeu, imediatamente, que a pobre criança estava doente. Parou e perguntou-lhe se conhecia a palavra de Jesus Cristo. Diante da negativa e em seu ardor de levar a mensagem do Evangelho, Pedro falou-lhe da Boa-Nova, da fé e da religião dos cristãos; curou-a dos males que sofria e a converteu em Cristo.

Assim, Cândida foi colhida pela luz de Deus e curada do físico e da alma. Chegou em casa falando sobre o cristianismo e contando tudo o que o apóstolo Pedro lhe dissera. Muito intrigado e confuso, Aspreno, um parente que a criava, saiu para procurá-lo. Quando se encontraram, com muito zelo Pedro converteu também Aspreno, que o hospedou em sua modesta casa por alguns dias. O apóstolo acabou por catequizar os dois e, em seguida, batizou-os e ministrou-lhes a primeira eucaristia durante a celebração da santa missa. Esse local recebeu o nome de"Ara Petri", que significa Altar de Pedro. Depois, antes de partir, o apóstolo consagrou Aspreno primeiro bispo de Nápoles e pediu para a pequena Cândida continuar com a evangelização, salvando as almas para Nosso Senhor Jesus Cristo.

Aquele lugar onde fora celebrada a santa missa por são Pedro tornou-se de grande veneração por Cândida. Ela deixou seu lar com todos os confortos, preferindo passar seus dias numa gruta escura nas proximidades de "Ara Petri", onde vivia em penitência e oração, catequizando e convertendo muitos pagãos. Após alguns anos, o número de cristãos havia aumentado muito. Por isso, quando o imperador romano ordenou as perseguições contra a Igreja, os convertidos foram obrigados a fugir ou esconder-se. Então, o bispo Aspreno embarcou Cândida, junto com outros cristãos, com destino a Cartago, no norte da África, tentando mantê-los a salvo da implacável perseguição, mas não conseguiu. Foram alcançados, presos e torturados. Cândida foi levada a julgamento e condenada à morte porque se negou a renunciar à fé em Cristo.

No Martirológio Romano, encontramos registrado que a virgem e mártir cristã Cândida morreu no Anfiteatro dos martírios de Cartago, no dia 20 de setembro. Suas relíquias, encontradas nas Catacumbas de Priscila, agora estão guardadas na igreja Santa Maria dos Milagres, em Roma.

Muitos séculos mais tarde, pesquisas arqueológicas feitas na cidade de Nápoles encontraram no local "Ara Petri" um antigo cemitério de cristãos. O fato colocou ainda mais devoção sobre a figura de santa Cândida, eleita pelos fiéis como padroeira das famílias e dos doentes. Ela recebe, no dia 20 de setembro, as tradicionais homenagens litúrgicas confirmadas pela Igreja.


Mensagem de Santa Cândida-20/12/2009

“-Amados irmãos Meus, Eu, CÂNDIDA, serva do Senhor, de Maria santíssima e de São José saúdo-vos hoje e dou-vos a paz.

Durante toda a Minha vida amei muitíssimo ao Senhor! Quando O conheci graças à pregação de São Pedro, morri para Mim mesma e decidi seguir a corrente contrária da do mundo. Num instante, entreguei-Me completamente ao Senhor e procurei ser fiel à entrega que a Ele fiz, todos os dias de Minha vida. O mesmo hoje venho dizer-vos irmãos Meus:

Sede fiéis ao Senhor cada dia de vossa vida, procurando sempre e a todo o momento morrer para vós mesmos, cultivar em vós o verdadeiro amor a Deus, o amor que escolhe e coloca sempre em primeiro lugar o que é melhor para o Senhor, para a Sua Obra de salvação do que aquilo que é melhor para vós.

Sede fiéis ao Senhor, procurando cada dia seguir mais e mais pela estrada da humildade, do aniquilamento de vós mesmos, para que cada vez mais o vosso ‘eu’ corrompido, a vossa natureza rebelde e selvagem tantas vezes seja enfim domada, seja enfim pacificada, seja enfim submetida à vontade do Senhor.

O verdadeiro vencedor deste mundo, o verdadeiro vencedor do mundo não é aquele que ajunta muitas riquezas, que passa por homem sábio, que causa sensação nos outros com suas palavras e obras. Oh, não! O verdadeiro vencedor é aquele que vence-se a si mesmo, aquele que sujeita a sua vontade a do Senhor, aquele que sujeita a sua natureza ao amor do Senhor e à Sua bondade... Esse é o que venceu e esse é o que será considerado vencedor no Reino dos Céus.

Caminhai portanto cada dia no caminho do desprezo do mundo e de vós mesmos, da vossa vontade e das vossas inclinações corrompidas e assim cada dia crescereis mais, de vitória em vitória, até alcançar a vitória final, que é a vitória sobre a primeira morte, o inferno, e um dia no final do mundo, sereis os vencedores e conseguireis a maior vitória de todas: a vitória sobre a morte.

Vivereis eternamente em corpo e alma, glorificados com Deus e com a Sua Mãe para sempre e então os vossos hinos de louvor e de glória nunca mais cessarão, nunca mais sentireis cansaço, nunca mais vos aborrecereis com nada, nunca mais tereis nenhuma dor, nenhuma aflição ou uma angustia, porque as coisas do mundo, as coisas antigas já terão passado e o Senhor secará toda a lágrima e Ele mesmo será o cântico de alegria dos seus eleitos!

Grande é a recompensa, por isso também é grande a luta que se deve travar para conseguir a vitória e eu estou aqui, cheia de amor para vos ajudar a conseguirdes esta grande e imortal vitória e para fazer-vos entrar triunfantes entre os Anjos no Céu como Eu entrei.

Sede fiéis ao Senhor, caminhando cada dia mais no caminho do amor generoso, que nada nega ao Senhor, que nada reserva para si, que nada busca ou deseja fora daquilo que o Senhor mesmo vos mostra cada dia pela Sua Palavra, pelas Mensagens, pela união profunda de vossas almas com Ele na oração, pela vida de intimidade e pela união cada vez mais forte e perfeita da vossa vontade à vontade Dele. Desta forma, a vossa alma crescerá cada dia mais, como uma flor bela e perfumada e desabrochará para a maior glória do Senhor, para maior alegria do Coração da Virgem Maria e para a maior santificação deste mundo.

Sede fiéis ao Senhor, nestes tempos de apostasia em que viveis, nestes tempos da grande tribulação em que viveis, nestes tempos finais em que viveis em que vós sois chamados a sofrer muito, muito mesmo, devido à grande maldade que recobre toda a terra e devido ao grande afastamento de Deus em que a maioria dos homens caíram. Por causa deles os vossos dias são pontilhados de sofrimento, dor e cruz. Mas não, não vos esqueçais nunca Daquele que disse:

‘Eu estarei convosco, até o fim do mundo. Coragem! No mundo tereis aflições, mas Eu venci o mundo. ’

Aquele que disse isso continua vivo e sua parábola continua valendo. Ela valeu para Mim, Eu confiei nela: não fui confundida! Vós também, ao cofiardes no Senhor, embora sofrais, não sereis desamparados, pois Ele é o vosso Senhor que conduz o barco da vossa vida por águas tumultuosas. Muitas vezes pensais que Ele dorme, como dormiu na barca dos Apóstolos e muitas vezes pensais que naufragareis, mas, a uma só palavra Dele no momento certo todos os ventos se acalmarão, a agitação do mar cessará e a paz regressará à vossa vida. Por isso, amados irmãos, confiai no Senhor que é fiel àqueles que lhe são fiéis.

Sede fiéis ao Senhor, procurando cada dia mais viver no amor de Deus, no amor da Santíssima Trindade, na ‘fornalha’ dos Sacratíssimos Corações de Jesus, Maria e José, para que então, a vossa vida cheia do fogo divino, irradiando o calor deste fogo, possa aquecer outros corações que estão regelados e já se tornaram verdadeiras calotas polares*, tão frios e longes do amor de Deus estão!

Eu estou convosco para ajudar-vos a irradiar o calor do fogo do Senhor, para que muitas almas tornem-se um só no amor com Deus, com a Virgem Maria, Conosco os Santos e Anjos, de forma que o mundo todo seja abrasado e se torne a fornalha ardentíssima de amor que o Sagrado Coração tanto deseja e que a Virgem Santa tanto reza para que se tornem. Estou convosco todos os dias, quero rezar o Rosário convosco sempre. Rezai-o com amor, pois esta oração bendita, que Eu não conheci no Meu tempo, pois ela ainda não existia como vós a conheceis agora, essa oração é a oração predileta do Céu, a oração escolhida para conduzir milhões e milhões de almas para a glória celeste. Oh, sim! Quantas almas já estavam presas entre as unhas do dragão infernal e que a oração do Santo Rosário num instante libertou e conduziu pelo caminho da salvação!!! Abraçai esta oração com amor! Rezai o Rosário com todo o ardor do vosso coração e crede: se Eu pudesse voltar à terra novamente, somente para rezar um Rosário bem rezado que fosse, Eu voltaria, tamanho é o valor, o mérito e o poder desta oração! Não podeis imaginar quanto o Rosário é agradável ao Senhor, se rezado com amor, devoção e confiança perfeitos! Estou convosco, portanto, para ajudar-vos a rezá-lo bem, com o coração ou seja; renunciando a vossa vontade e conformando a vossa com a do Senhor pelo Rosário. Assim, a vossa oração produzirá frutos de santidade cem por um e vossas Ave Marias tornar-se-ão verdadeiras ‘rosas místicas’ que subirão ao Céu e que adornarão a morada que Santíssima Virgem lá vos prepara todos os dias, para que lá chegueis e sejais felizes com Ela para sempre!

Amados irmão Meus, sede fiéis ao Senhor na cruz, no sofrimento e ficai a saber que toda cruz, todo sofrimento desta terra, no Céu converter-se-ão em outros milhares e milhares de gozos que tereis em abraçar o Senhor e a Sua Mãe, em vê-Los face a face e em descansar suspirando de amor e de alegria para sempre no colo Deles, na Eterna Glória. Vede: o Céu vos escolheu, o Céu vos amou primeiro! Quando São Pedro Me disse que Jesus havia Me amado primeiro e que Ele havia dado a Sua vida por Mim antes mesmo de que Eu O conhecesse, mesmo quando ainda era inimiga Dele pelo pecado, mesmo quando ainda não era resgatada, mesmo quando ainda não O podia amar, senti-Me presa de amor e o Meu coração apegou-se ao de Jesus e de Maria, fundiu-se com o Deles no amor para sempre!

O Senhor vos amou primeiro! O Senhor se entregou à morte por vós, antes mesmo que vós pudésseis conhecê-Lo, amá-Lo ou fazer qualquer coisa para merecer o amor Dele! Que isto também prenda o vosso coração de amor, funda o vosso coração de amor com os Corações de Jesus e Maria no amor para que, vivendo assim como Eu, ardendo e consumindo-se incessantemente de amor vós possais subir ao Céu como incenso perfumado que se queima no altar do Senhor e sobe até os Olhos Dele para alegrá-Lo, glorificá-Lo e amá-Lo perfeitamente.

Estou convosco, mesmo que não Me vejais, podeis sentir-Me na oração profunda. Rezai-Me muito e Eu alcançarei muitas graças do Céu para vós.

A todos, neste momento, abençôo com todo o Meu coração e sobre vós invoco as mais copiosas graças do Menino Deus!”

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Oxigênio e alimento para todos: o sonho de um missionário na Amazônia

Missionário na Amazônia | Vatican News

Em parte, já é uma realidade, mas muito ainda precisa ser feito. O padre Giovanni Mometti, de 85 anos, não desiste e relança o projeto "Novo Moisés", para o cultivo de arroz e criação de peixes e suínos no Brasil, que já envolve quase três mil famílias, mas se for ampliado, "sem cortar uma árvore, poderá fazer da Amazônia o celeiro dos pobres".

https://youtu.be/GSzW4t8fc80

Cecilia Seppia – Vatican News

"Padre Gianni é louco, mas a dele é uma loucura que vem diretamente de Deus." Foi assim que o Papa Francisco descreveu o pe. Giovanni Mometti durante a homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta, em 7 de janeiro de 2019, na qual o salesiano concelebrou junto com o Pontífice. "O Espírito às vezes nos impulsiona às grandes loucuras de Deus, como aconteceu com o homem que está entre vocês hoje, e que há mais de 60 anos deixou a Itália para estar com os leprosos", disse o Papa. Natural de Brescia, missionário na Amazônia desde 1956, padre Gianni formou-se em Filosofia e Teologia em São Paulo, Brasil, onde dez anos depois foi ordenado sacerdote. Logo depois, apesar de ter sido designado por seus superiores para a Universidade Gregoriana, ele sentiu que tinha que ouvir a voz que insistia em seu coração e ouvidos: ir para aquele mundo sofredor formado de pobreza, fome e doença para levar o anúncio do Evangelho, não apenas em palavras. Descalço, como a maioria dos ribeirinhos (as populações que vivem ao longo do Rio Amazonas), de mãos vazias, mas ansiosas para ajudar, hoje com 85 anos, padre João, como é chamado pelo seu povo, vive e trabalha em Igarapé-Açu, no Estado do Pará, na Amazônia brasileira, e ao Vatican News ele relança o projeto "Novo Moisés" do qual foi um dos primeiros apoiadores. 

Padre Giovanni encontra o Papa durante o Sínodo dos Bispos para a Amazônia em 2019 | Vatican News

Origens e características do projeto

"Não é um nome escolhido por acaso", me disse o padre Gianni numa chamada de vídeo feita às 23h, horário italiano, "porque toma o nome de um fato bíblico e como Moisés por vontade de Deus foi salvo das águas do Nilo, assim nós queremos que nosso rio possa salvar, com a riqueza e abundância de suas águas, todas as populações que vivem ao longo de seu curso". O coração do projeto, ativo desde 1989 nas regiões Bragantina e Salgado do Estado do Pará e que já alimenta cerca de 3 mil famílias, é o módulo "Vibra João XXIII" que confia a cada unidade familiar 5 hectares em concessão do Estado. Um deles é transformado numa lagoa artificial, no qual se obtém uma planície para o cultivo de arroz, com uma média de três colheitas por ano. Ao redor da planície há um canal para a criação de cerca de dez mil alevinos, peixes que pesam até 2 quilos, e nas margens da lagoa se constrói um chiqueiro, que não polui a água da lagoa, mas alimenta os peixes com plâncton. Nos outros quatro hectares, a família cultiva alimentos para si mesma, e para a manutenção dos suínos. "Esses lagos - continua padre Giovanni - resolvem o problema do desmatamento que está destruindo a Amazônia. Quanto mais lagoas forem construídas, mais pessoas não precisarão cortar árvores para cultivar a terra. Então meu sonho é justamente este: fazer com que as terras banhadas pelo Rio Amazonas e seus afluentes, que são as mais férteis do mundo, se tornem o 'celeiro dos pobres', a fim de alimentar aqueles que vivem na região, mas não só. E isso sem cortar uma única planta da floresta que nos dá um terço de todo o oxigênio que respiramos".

agos artificiais para piscicultura | Vatican News

"A multiplicação dos pães e peixes"

O missionário salesiano cita Francisco várias vezes, a Encíclica Laudato si', a Exortação apostólica pós-sinodal Querida Amazônia e adverte: "O maior pecado que podemos cometer é o de não fazer o melhor uso dos dons que Deus nos deu! E Deus nos deu tudo. Este não é apenas um projeto para nós, podemos replicá-lo na África, na Ásia, onde quer que haja água. Estamos dispostos a formar os jovens, hospedá-los e ensiná-los a não morrer de fome. Aqui nós realmente experimentamos a passagem do Evangelho da 'Multiplicação dos Pães e Peixes'. Na Laudato si', o Papa também diz: sem a Amazônia, o mundo morre, a Amazônia é a vida para todos, não só para os nativos. No centro da encíclica estão os frágeis, os pobres, os últimos e certamente não se cuida deles ou do ambiente, destruindo hectares e hectares de floresta para criar gado. Temos que produzir o que a água nos dá, por isso trabalhamos apenas onde não há plantas e assim garantimos a manutenção da biodiversidade. Existem 300 milhões de hectares de terra disponíveis para realizar todos os pontos do nosso projeto. Mas tudo ainda está parado por falta dinheiro: quando eu fui assessor da Amazônia pensamos numa espécie de taxa, uma 'dívida vital' que todos devemos pagar para nos garantir os 30-40% de oxigênio que a Amazônia nos dá todos os dias".

Toda a comunidade local está feliz em participar deste projeto | Vatican News

Um círculo virtuoso

Quando fala sobre seu povo, a voz de padre Gianni "vibra". "Temos contato direto com todos, mas não é assistencialismo, fazemos isso por missão, para organizá-los, guiá-los, porque todos podem contribuir. Pelas ruas todo mundo me pede: 'Padre Gianni, vem até nós para nos ensinar como construir lagoas'! As pessoas entendem a importância e o objetivo dessa iniciativa que oferece um futuro para elas e suas famílias. A maior dificuldade é esta: não poder dar o que elas pedem. São necessários fundos para comprar ração, equipamentos. As pessoas não têm nada e começam a cavar com as mãos e o que fazemos? Ficamos parados olhando? O projeto Novo Moisés pode salvar com a força das pessoas os índios e os pobres da Amazônia, com sua capacidade, com sua cultura, não ensinando-lhes nada de novo, apenas orientando-os". Na prática, o Novo Moisés não faz nada além de criar um ciclo ecológico de produção de alimentos completamente orgânicos, uma alternativa à destruição da floresta amazônica (mais de 40 milhões de plantas já foram destruídas), porque, como explica o padre Gianni, "cada cabeça de gado precisa de um hectare de pastagem, que hoje é retirado da floresta. Essa cabeça de gado rende 300 quilos de carne por ano. O nosso projeto com um hectare de terra, sem cortar uma árvore, nos dá de 40 a 60 toneladas de alimentos. Além disso, nenhum fertilizante químico é usado para produzir arroz, pois o excremento de suínos além de se tornar plâncton para peixes, também fertiliza a planície de arroz; por fim, a água contida nas lagoas pode ser despejada nos campos próximos, fertilizando-os e melhorando assim a produção agrícola dos pequenos agricultores". Portanto, um círculo mais do que virtuoso, que realiza aquela ecologia integral da qual o Papa Francisco fala na sua Laudato si', sobretudo porque envolve o ser humano não como um carrasco do meio ambiente, mas como um guardião.

Os alevinos podem pesar até 6-7 quilos | Vatican News

O apelo

"A Conferência Episcopal Italiana – recorda por fim o missionário bresciano - em 1989 nos doou 200 milhões de liras, e com esse dinheiro iniciamos o projeto. Para realizá-lo eu me endividei completamente. As terras são estatais: o governo dá a terra em concessão por 99 anos e depois outros 99: mas se não tomarmos cuidado, quem tem dinheiro pode chegar antes de nós e fazer coisas que destroem a Criação e o ser humano. Hoje, quero renovar o apelo pelo apoio financeiro aos cristãos de todo o mundo, mas também às instituições internacionais, e a todas as pessoas de boa vontade, porque todos temos uma dívida com a Amazônia. A Amazônia pode realmente salvar o mundo: mantendo oxigênio e alimentando a todos."

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

A política é necessária?

A política | Toda Matéria

A POLÍTICA É NECESSÁRIA?

Dom Pedro Cipollini
Bispo de Santo André

Na Bíblia a palavra paz tem grande importância, em hebraico é “schalon”, palavra quase intraduzível para o português, pois designa tudo de bom, felicidade completa, realização e alegria! Traduzimos por paz que é fruto da justiça. Mas não de qualquer justiça. A justiça verdadeira é a que brota de Deus e se faz incluindo o perdão.

A justiça meramente humana quando chega a seu extremo pode ser destrutiva. Não à toa os latinos cunharam o ditado; “summum jus, summa injuria”, justiça excessiva torna-se injustiça. Para estabelecer a paz na sociedade é preciso a política.

Só existem duas maneiras de governar: com a política ou com o canhão, já dizia alguém. Política como a palavra indica vem do grego polis=cidade. Política é a arte de governar a cidade, a sociedade. É um conjunto de medidas ou ideias articuladas, visando conseguir um objetivo que favoreça a população.

Uma política sadia, a verdadeira política, é a arte de trabalhar pelo bem comum. É no dizer do papa Paulo VI, uma forma elevada de caridade, quando vivida como prestação de serviço à sociedade (cf. AO 24).

Para que exista uma vida política verdadeiramente humana nada melhor que desenvolver o sentido de justiça, benevolência e de serviço ao bem comum. O bem comum compreende o conjunto das condições de vida social, que permite às pessoas, famílias e às sociedades atingir mais fácil a consecução de seus fins.

O termo política se torna pejorativo quando se inspira na ideia de que o fim justifica os meios, separando assim a política da ética. De fato, a política que faz bem ao povo, deve fundar-se na verdade, liberdade e solidariedade. Se não for assim, a política se torna a arte de se servir das pessoas, dando-lhes a ideia que as servimos.

Pergunta-se: a Igreja deve meter-se em política? Se nos referirmos à política como a arte do bem comum, sim. Mas se nos referirmos à política partidária, não. Cada um deve escolher seu partido conforme sua consciência. Qualquer religião deve respeitar a consciência dos fiéis, que devem ser livres para escolher.

O Concílio Vaticano II nos deixou esclarecido: “A Igreja, em razão de sua finalidade e competência de modo algum se confunde com a comunidade política e nem está ligada a nenhum sistema político. Porém ela é sinal e salvaguarda do caráter transcendente da pessoa humana. Cada uma em seu próprio campo, a comunidade política e a Igreja são independentes e autônomas uma da outra. Ambas, porém, embora por título diferente, estão a serviço da vocação pessoal e social das pessoas” (GS n. 76).

O dever de participar na política é de todos os cidadãos. Se a política é ruim, sem participação fica pior. E uma das formas de participar ao alcance de todos é o voto. Estamos às vésperas de eleições e é preciso se preparar para votar. Não se deve aceitar ser um analfabeto político, como o descreveu Bertold Brecht:

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo”.

Denunciar o erro é mais fácil que anunciar a verdade, mas não torna as pessoas mais felizes

Shutterstock
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

Onde falta a luz da verdade, as coisas vão se tornando cada vez mais confusas, mas agressivas e cheias de rancor.

Vivemos um tempo de denúncias e acusações. Nos jornais, nas mídias sociais, na escola e até na família, parece que o tempo todo cruzamos com alguém denunciando os erros dos outros, acusando alguém de alguma coisa. É verdade que essa é uma função importante de algumas pessoas na sociedade. O chamado “jornalismo investigativo” existe justamente para isso – prestou, e continua prestando, muitíssimos serviços para a construção de sociedades melhores ao longo da história. O mundo está repleto de erros que têm de ser conhecidos e denunciados, pessoas que precisam ser acusadas para que parem de causar o mal.

Escolher o caminho certo

Contudo, existem muitos caminhos pelos quais podemos nos perder, poucos que nos levam a nosso destino e, provavelmente, só um pode ser considerado o mais curto e adequado. Esse é o grande limite de vivermos anunciando os erros do mundo… Não dá para chegar ao caminho certo apenas eliminando os errados. Quem imagina obter sucesso agindo assim também está, com certeza, longe do melhor caminho.

É verdade que Deus parece não se repetir, que cada um de nós tem o seu caminho de realização humana. Contudo, quem percorreu o próprio caminho de realização, aprende a identificar a sinalização que indica qual é a via de cada um, e pode ajudar quem vem atrás a descobrir o próprio caminho. Essa é a missão do mestre.

O caminho da humildade

Se a verdade é tão difícil de ser encontrada, pode parecer natural que nos desobriguemos de anunciá-la, preferindo nos contentar com a denúncia dos erros. Mas essa não é a postura que mais ajuda a nós mesmos e àqueles que encontramos a serem felizes. O anúncio da verdade é sempre humilde, nunca arrogante e prepotente. Assim como não dá para chegar à verdade simplesmente denunciando os erros, também não é possível anunciar a verdade com uma postura presunçosa.

A verdade, em toda a sua riqueza e profundidade, está quase sempre além de nosso domínio. Conseguimos apreendê-la apenas parcialmente. Conseguimos saber que certos fatos aconteceram, outros não, mas saber todas as causas e implicações daquilo que acontece é sempre difícil. Essa constatação não significa que devemos adotar uma postura relativista, como se a verdade não existisse porque não conseguimos compreendê-la integralmente. Implica, isso sim, numa postura humilde, de quem sabe que a realidade é sempre maior do que nosso entendimento.

A posição verdadeira não é tanto aquela de quem pontifica a verdade para os demais. Esse exercício de proclamação da verdade pode até ser justo em certos contextos, mas dificilmente ajuda nos momentos mais críticos. Quando a confusão parece imperar e o discernimento se faz mais necessário, a primeira manifestação da verdade não é aquela que diz isto está certo, isto está errado; mas sim aquela que diz: “estou aqui para acompanhar você na sua caminhada de descoberta da verdade”.

O caminho da caridade

A grande verdade é o amor gratuito, pelo qual Deus criou o mundo e que Ele, por sua graça, compartilha mesmo que minimamente conosco. Essa é a verdade simples, que abre caminho para o real discernimento, que, mais importante do que mostrar o erro, ilumina o caminho para a resposta mais justa para todos os problemas e dificuldades que nos afligem.

Numa postura justa, o erro se evidencia no encontro com a verdade. Podemos não entender plenamente a verdade e acreditar em algumas coisas erradas, mas – num caminho verdadeiramente iluminado pelo amor de Deus – as coisas podem ir se esclarecendo e se resolvendo. Onde falta essa luz amorosa da verdade, acontece exatamente o contrário: as coisas vão se tornando cada vez mais confusas, mas agressivas e cheias de rancor. Sem essa luz, caminhamos no escuro e, mesmo que tenhamos iniciado o caminho justo, mais cedo ou mais tarde nos desviamos dele e nos perdemos.

Essas não são questões de cunho intimista ou excessivamente profundas. Podemos perceber seus desdobramentos em nosso cotidiano, cheio de “gurus” e falsos profetas, que denunciam o erro não para nos aproximar da verdade e do amor, mas sim para fazer com que nos percamos cada vez mais no rancor e no ressentimento.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Assis 2022: a arte urbana que conta sobre o Papa Francisco

Exposição de arte urbana em Assis | Vatican News

A exposição intitulada "Papal Papal", aberta de 15 de setembro a 6 de novembro, é montada no pórtico da praça inferior da Basílica de São Francisco. As obras mais significativas do artista urbano Mauro Pallotta, dedicadas ao Magistério do Pontífice e apresentadas na quinta-feira (15) em Assis, fazem parte do amplo programa do evento Economia de Francisco, que o Papa vai participar em 24 de setembro.

Gabriella Ceraso - Vatican News

Nove das reproduções mais significativas do artista urbano italiano Mauro Pallotta, conhecido como Maupal, sobre a figura do Papa Francisco: esse é o coração da exposição intitulada "Papal Papal", apresentada na quinta-feira (15) na Sala de Imprensa do Sacro Convento em Assis. A exposição estará em exposição até 6 de novembro no pórtico sul da praça inferior da Basílica de São Francisco.

A coletiva de imprensa em Assis

As obras em exposição incluem: Super Pope (Papa Francisco super-herói), Street Pope (o Papa que joga e ganha com o símbolo da paz), Papa Saviour (o Papa que carrega o planeta Terra sobre ele), Pope and Love, Papal Papal, Exemplum Omnibus, Eco Pope, Pope's Golf e Via della Pace. Para a ocasião, uma obra inédita inspirada no Santo de Assis, intitulada MURUM, foi doada aos frades da Basílica de São Francisco, que se encontra em exposição no Museu do Tesouro da Basílica.

Exposição de arte urbana em Assis | Vatican News
Exposição de arte urbana em Assis | Vatican News
Exposição de arte urbana em Assis | Vatican News

"Papal Papal": arte urbana em Assis para contar a história de Francisco

O encontro moderado pelo diretor do Departamento de Comunicações do Sacro Convento de Assis, Frei Giulio Cesareo, contou com a presença do Custódio do Sacro Convento, Frei Marco Moroni, do artista Maupal e da curadora da exposição, Azzurra Pizzi.

"Sempre me impressionou a linguagem das obras de MauPal por seu frescor, por sua capacidade de ser imediatamente compreendido, lidando com questões importantes e desafiadoras com uma leveza poética e sorridente, nunca irreverente", disse Frei Marco Moroni. "Sei que até mesmo o Papa Francisco, que é o sujeito destas obras, aprecia este artista de rua. Temos assim a oportunidade de ver suas obras expostas aqui em um lugar onde na história muitos artistas deixaram sua marca".

"Tenho seguido o magistério do Santo Padre com grande interesse desde o dia em que ele se tornou Papa, meu objetivo", disse Maupal durante a coletiva de imprensa, "é interpretar e divulgar seu caminho através de uma síntese gráfica com uma linguagem simples e adequada a todos, inclusive aos não crentes". O artista que também está presente nas páginas do L'Osservatore di Strada, o jornal concebido e realizado pela comunidade de trabalho do Dicastério da Comunicação para dar voz àqueles que normalmente não são ouvidos, aos pobres, às pessoas feridas pela vida, para participar - diz o artista - com concretude em uma "proximidade" necessária:

"O itinerário da exposição é inaugurado com as criações artísticas mais relevantes por Maupal que desde 2014 trata de temas caros ao Papa Francisco: sustentabilidade, meio ambiente, acolhimento, paz", disse Azzurra Pizzi.

domingo, 18 de setembro de 2022

Filhos, uma bênção de Deus

Editora Cléofas

Filhos, uma bênção de Deus

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Certa vez o Papa Paulo VI disse em Roma, a um grupo de casais:

“A dualidade de sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus, e, como Ele, nascente da vida”.

Isto é, doando a vida, o casal humano se torna semelhante a Deus Criador. Pode haver missão mais nobre e digna do que esta na face da terra?

Alguém disse certa vez, com muita razão, que “a primeira vitória de um homem foi ter nascido”.

Nada é tão grande e valioso neste mundo como o homem. Ensina a Igreja que “ele é a única criatura que Deus quis por si mesma” (GS,24). Por isso o Papa João Paulo II afirmou certa vez:

“A Igreja quer manter-se livre diante dos sistemas opostos para optar só pelo homem”. “O homem é a via da Igreja”.

O Catecismo da Igreja ensina que o amor do casal é criador, por vontade de Deus:

“A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende a ser fecundo. O filho não vem de fora acrescentar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e realização. A Igreja ‘está ao lado da vida’, e ensina que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida” (CIC, 2366).

E o Catecismo ensina que o casal é chamado a participar do poder criador de Deus e de sua paternidade:

“Chamados a dar a vida, os esposos participam do poder criador e da paternidade de Deus. Os cônjuges sabem que, no ofício de transmitir a vida e de educar – o qual deve ser considerado como missão própria deles – são cooperadores do amor de Deus criador” (CIC, 2367).

Ao falar do “dom do filho”, o Catecismo ainda diz:

“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais” (CIC, 2373; GS, 50,2).

E conclui: “os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais” (CIC, 2378).

Será que acreditamos de fato nessas palavras da Igreja? Ou será que “escapamos pela tangente”, dando a “nossa” desculpa? Ah! o meu caso é diferente!

Lamentavelmente estabeleceu-se entre nós, também católicos, uma cultura “antinatalista”. Por incrível que pareça “as preocupações da vida” (Lc 12,22; Mt 6,19), tão condenadas por Jesus, sufocaram o valor imenso da vida humana, levando as gerações à triste mentalidade de “quanto menos filhos melhor”. À luz do cristianismo, é uma triste mentalidade, pois a Igreja sempre ensinou o valor incomensurável da vida.

O salmo 126 diz com todas as letras:

“Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas”. “Feliz o homem que assim encheu sua aljava…” (Sl 126, 3-5).

Acreditamos ainda nessas palavras?

O amor é essencialmente dom. São Tomás de Aquino dizia que “o bem é difusivo” (Suma Teológica, I, q. 5, a.4, ad 1). Em outras palavras: ou o amor se doa, ou então morre. E, para o casal, a maior doação é a da vida do filho.

Santo Ireneu (? 202) resumia em poucas palavras toda a grandeza do homem: “O homem vivo é a glória de Deus” (Contra as heresias IV, 20,7).Isto quer dizer que com a criação do homem e da mulher à sua imagem e semelhança, “Deus coroa e leva à perfeição a obra das suas mãos” (Familiaris Consórtio, 28).

Assim, Ele chamou-nos a participar do seu poder de Criador e de Pai:

“Deus abençoou-os e disse-lhes: crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra” (Gen 1,28).

Disse ainda o Papa João Paulo II:

“A tarefa fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela geração de homem a homem. Fecundidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos” (FC, 28).

Todos esses ensinamentos nos levam ao que a Igreja afirma constantemente:

“O amor conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida” (GS,50; HV,11; FC,29).

A situação social e cultural dos nossos tempos, dificulta a compreensão dessa verdade. Vale a pena reler o que disse o Papa João Paulo II sobre isso:

“Alguns perguntam-se se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoarão a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores.

Nasceu assim uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de muitas questões atuais: pense-se, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida.

Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida” (Familiaris Consórtio, 30).

Muitos têm medo de não educar bem os filhos. Pois eu lhes digo que, com Deus, é possível educá-los; basta que o casal se ame, crie um lar saudável, e vivam para os filhos, com todas as suas forças e com toda dedicação. O resto, Deus e eles farão. Faça do seu filho um Homem… isto basta.

Há hoje uma mentira muito difundida – infelizmente aceita também por muitos católicos desinformados – de que a limitação da natalidade é o remédio necessário e “indispensável” para sanar todos os males da humanidade.

Não há civilização que possa me sustentar sobre uma falsa ética que destrói o ser humano, ou que impede o “seu existir”. É ilógico, desumano e contra a Lei de Deus, que, para salvar a humanidade seja necessário sacrificá-la em parte.

O renomado historiador francês, professor da Sorbonne, católico, Pierre Chaunu, na entrevista que deu à revista VEJA, de 11.07.84, sob o título A Caminho do Desastre, com sua autoridade de Catedrático, com mais de 50 livros editados, afirma, entre tantos outros alertas contra o controle da natalidade, que “estamos no limiar de um mundo de velhos” e que a humanidade corre o risco de ver a “implosão da espécie humana” (em 1984) que:

“Há quinze anos entramos num processo catastrófico. As taxas de natalidade caíram tanto nos países industrializados que já não somos capazes sequer de repor a geração atual “.

No Relatório intitulado Estado da População Mundial, em 1987, da ONU, ela e afirmou:

“Depois da revolução verde, da biotecnologia, não se duvida mais que haja condições para acabar com a fome no mundo” (Folha de São Paulo, 15/06/87).

O mesmo Relatório da ONU ainda afirmava:

“Há 453 milhões de toneladas de trigo, arroz e grãos estocados em todo o mundo, e os agricultores dos Estados Unidos e da Europa Ocidental são pagos para não produzir”.

A Folha de São Paulo, em matéria intitulada Terra não terá explosão populacional, diz a ONU (05/02/98, pag.1-14), da jornalista Cláudia Pires, de Nova York, afirma:

“Depois de anos de previsões sobre uma possível explosão populacional na Terra, demógrafos e outros especialistas no assunto acabaram concluindo que o risco de um planeta super-habitado está cada vem mais distante. Atualmente existem 5,7 bilhões de pessoas no planeta. De acordo com os especialistas, se os índices populacionais forem mantidos… o total populacional na metade do próximo século deve estar beirando os 9,4 bilhões. A cifra é a metade da prevista no início deste século”.

É urgente resgatar entre os casais cristãos o valor do filho e da prole como uma “bênção de Deus”, e que só se pode rejeitar por razões sérias; jamais por comodismo, medo ou egoísmo. Os casais cristãos estão a dever ao mundo uma resposta sobre esta questão… afinal, o maior de todos os valores é a vida. E não há trabalho mais digno e sublime do que gerar e bem educar seres humanos, os filhos de Deus.

O que o nosso mundo hoje mais precisa é de homens e mulheres com vocação autêntica para pais e mães. Chega de crianças “órfãs” de pais e mães vivos, como o Papa denunciou quando esteve aqui no Brasil. Isto ocorre porque esses últimos se preocupam mais consigo mesmos do que com os filhos.

Jamais a mulher poderá se realizar mais em outra vocação do que na maternidade. É aí que ela coopera de maneira mais extraordinária com Deus na obra da criação e, consequentemente, é aí que ela encontra a sua verdadeira realização. Afinal, São Paulo afirma a Timóteo que:

“A mulher será salva pela maternidade” (1 Tm 2,15).

Certa vez o Cardeal Raul Henriques, do Chile, disse:

“Se quando minha mãe teve o 18º filho, tivesse dito basta, vocês não teriam hoje o seu Cardeal”.

Isto porque ele nasceu depois desses dezoito. Tudo é uma questão de amor e de fé.

A Igreja, no Concílio Vaticano II ensinou que:

“Não pode haver verdadeira contradição entre as leis divinas sobre a transmissão da vida e o cultivo do autêntico amor conjugal”.

“Aos filhos da Igreja, apoiados nesses princípios, não é lícito adotar na regulação da prole os meios que o Magistério reprova quando explica a lei divina” (GS, 51).

É preciso dizer aqui que a lei de Deus não é pesada e nem impossível de ser cumprida. Jesus disse que o seu “jugo (doutrina) é suave e seu peso é leve” (Mt 11,30).

“O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem de fora de teu alcance (…). Mas esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir” (Dt 30, 11-14).

Vitor Hugo disse certa vez que “um lar sem filhos é como uma colmeia sem abelhas”; acaba ficando sem a doçura do mel.

Prof. Felipe Aquino

A Pascom Brasil inicia, dia 19, a escuta de "Pasconeiros"

CNBB

EM VISTA DE SEU PLANEJAMENTO 2023, A PASCOM BRASIL INICIA, DIA 19, PROCESSO DE ESCUTA DE “PASCONEIROS”

Motivada pelo desejo sinodal e na tentativa de oferecer respostas mais concretas a partir da necessidade dos agentes, a Pascom Brasil iniciará na próxima segunda, 19 de setembro, a campanha “A Pascom Brasil quer escutar você”. Será um processo amplo diante dos questionamentos relacionados a cada eixo: espiritualidade, formação, articulação e produção.

O formulário estará disponível pelo portal da Pascom até o dia 30 de setembro. Podem participar do processo, todos os agentes que atuam na Pascom em todas as instâncias da Igreja: comunidades, paróquias, arquidioceses, dioceses e regionais.

Segundo a vice-coordenadora nacional da Pascom, Janaína Gonçalves, as respostas ajudarão muito na realização do planejamento da Pascom em nível nacional, na articulação com os Grupos de Trabalho (GTs) e facilitará para a compreensão das principais demandas dos agentes da Pascom neste momento.

“Há algum tempo estamos acompanhando a Igreja falar sobre sinodalidade, que quer dizer ‘caminhar juntos’. O Papa Francisco deixou claro que a palavra Sinodalidade pode ser simples na hora de explicar, mas não é nada fácil quando somos chamados a praticar. Para que o caminho desejado por Francisco seja percorrido com os irmãos e irmãs, com convicção e força na relação com o próprio Jesus, o início desta caminhada, ou a permanência dela, só será possível através do primeiro passo: a escuta”, afirmou.

Perguntas para escuta

Para melhor identificar as necessidades dos agentes, a escuta terá quatro perguntas que foram preparadas pela Coordenação Nacional da Pascom. Elas estarão disponíveis para preenchimento no formulário a partir de 19 de setembro, mas já informamos quais perguntas serão para ajudar no processo de reflexão.

espiritualidade é a base de todos os eixos da Pascom, sendo fundamental o cultivo da espiritualidade do comunicador. Quais as sugestões, ou necessidades, para o seu desenvolvimento?

formação tem o objetivo de qualificar as lideranças e agentes de pastorais. Pensando nisso, quais as suas sugestões para o Eixo da Formação da Pascom Brasil?

articulação é a estratégia para o fortalecimento da comunhão, da participação coletiva e da escuta atenta da realidade pastoral. Quais as necessidades você apresenta neste eixo?

No que diz respeito à produção, é necessário destacar que ele está voltado para a elaboração de materiais, nas mais diversas plataformas, sem perder a transversalidade da Pascom. Quais as suas maiores necessidades para este eixo?

Além das perguntas, o formulário terá campo para preenchimento optativo de nome, idade, tempo de atuação na Pascom e diocese. Fique atento ao calendário e não deixe de responder. Você terá até o dia 30 de setembro. Divulgue esta informação para todos os agentes da Pastoral da Comunicação de sua comunidade, paróquia, arquidiocese e diocese! É pela voz viva do Povo de Deus que a Igreja encontra a participação, a comunhão e a missão!

Com informações da Pascom Brasil

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF