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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Um conjunto de iniciativas fortalece a participação nas eleições 2022

Foto: Nelson Jr. | Ascom TSE

UM CONJUNTO DE INICIATIVAS FORTALECE A PARTICIPAÇÃO NAS ELEIÇÕES 2022 E REFORÇA A POLÍTICA COMO EXPRESSÃO DA CARIDADE

Aproximam as eleições gerais no Brasil em 2022 agendadas para o próximo dia 2 de outubro, quando acontece o primeiro turno, e 30 de outubro, em caso de um segundo turno. Nesses dias, serão eleitos o presidente, o vice-presidente, senadores e deputados federais, bem como governadores e deputados estaduais.

Esse ano, algumas iniciativas foram desenvolvidas pelas Comissões, Organismos e Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na linha de qualificar a cidadania e a participação dos católicos no processo político eleitoral, tendo em vista o amadurecimento da escolha de representantes que vão influir na elaboração de leis e na proposição e execução de políticas públicas que determinarão a vida dos brasileiros e brasileiras a partir de janeiro de 2023.

Em artigo recente, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor de Oliveira Azevedo, associou estas iniciativas à “Política melhor”, expressão cunhada pelo Papa Francisco em sua Carta Encíclica Fratelli Tutti, que aponta para a importância de qualificar a política.

O presidente da CNBB destaca que há, na Igreja no Brasil, um conjunto de esforços e investimentos para encantar a política – isto é, fazer dela, sempre mais, um serviço alicerçado na qualificada cidadania, promovendo dinâmicas que garantam justiça e igualdade, uma compreensão que articule as diferenças como riquezas na democracia. Nesta direção, dom Walmor defende a possibilidade de se fazer da política um instrumento para a promoção de valores inegociáveis, como por exemplo a defesa da vida, em todas as suas etapas.

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) defende que a política genuína é expressão da caridade e busca a promoção do bem comum. “Assim, a formação política promovida pela Igreja é apartidária, sem vínculo com candidatos ou ideologias, respeita a autonomia e liberdade de cada pessoa na definição do voto. Trata-se de uma contribuição para que a fé, adequadamente vivida na sua dimensão místico-profética, ilumine escolhas conscientes, capazes de promover mais justiça, solidariedade e paz”, disse. O arcebispo defende ainda a participação dos leigos na vida política como forma de resgatar o nobre sentido do exercício da função da política como caridade. 

Projeto Encantar a Política

Caderno Encantar a Política | CNBB

Uma das inciativas em curso é o projeto “Encantar a Política” lançado em abril deste ano por um conjunto de forças da Igreja. Além da elaboração de uma cartilha de estudo, que servirá de subsídio, o projeto organizou um curso sobre planejamento de campanha, já iniciado e com fila de espera; e a realizou de um seminário nacional, de 13 a 15 de maio, em Brasília, com o objetivo de capacitar multiplicadores e parceiros, para que todos os estados brasileiros sejam atingidos.

São parceiros na realização do projeto, as comissões episcopais para o Laicato e Ação Sociotransformadora da CNBB, o Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (Cefep), a Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), o Núcleo de Estudos Sociopolíticos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, a 6ª Semana Social Brasileira, o Conselho Nacional do Laicato do Brasil e outras organizações.

De acordo com o presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo da diocese de Tocantinópolis (GO), dom Giovane Pereira de Melo, a iniciativa vai para além das eleições 2022. “Este é um projeto de formação política permanente, que nós desejamos que contribua durante as próximas eleições”, disse.

O projeto retoma, nos subsídios elaborados, questões centrais das encíclicas do Papa Francisco – Laudato SíFratelli Tutti e da exortação pós-sinodal Evangelii Gaudium, que tratam, entre outros temas, da alegria do Evangelho, do cuidado com a Casa Comum (meio ambiente) e abordam a Política como uma decorrência ética do mandamento do amor.

Robson Sávio - PUC/Minas | CNBB

Mas por que Encantar a Política? Segundo o doutor em Direitos Humanos, Ciências Sociais e coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas, Robson Sávio Reis Souza, é preciso sim reencantar a política no Brasil, pois a mesma passou por um processo de criminalização.

De acordo com o pesquisador, a partir de 2013, ocorreu um sistemático ataque contra todo o sistema político, principalmente partidário. O pesquisador ressalta que esse processo de criminalização da política produziu uma aversão da politica por parte da população, com aumento do absenteísmo eleitoral, votos brancos, nulos e abstenções.

Com isso, conforme Robson, fortaleceu-se a ideia de que qualquer pessoa que ocupa um cargo público é corrupta e acabou redundando numa apropriação dos espaços políticos por pessoas eleitas com o discurso da antipolítica. “Observamos nos parlamentos, da câmara de vereadores até o Congresso Nacional, uma geração de políticos que não têm nenhum compromisso com os princípios basilares da democracia, do Estado de direito; com a defesa de igualdade, da dignidade humana, justiça e paz social”, refletiu.

Campanha “Eu voto pela Amazônia”

EuVotoPelaAmazonia | CNBB

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), Organismo vinculado a CNBB, em maio deste ano, a Campanha #EuVotoPelaAmazonia, com o objetivo de ajudar os cristãos e a sociedade em geral a refletir sobre a importância de eleger políticos e governos comprometidos com a Ecologia Integral, a agroecologia, a justiça socioambiental, o bem-viver e os direitos dos povos e de seus territórios.

A Campanha vendo sendo mobilizada desde maio com término previsto agora setembro e está desenvolvendo várias ações de conscientização como rodas de conversa sobre a Amazônia e eleições, reflexões, vídeos, materiais para redes sociais e roteiro de celebrações para as comunidades de dentro e de fora da Amazônia. Foi realizada, também, uma Vígilia no Dia da Amazônia, comemorado em 5 de setembro.

De acordo com o arcebispo de Porto Velho (RO) e secretário da REPAM, dom Roque Paloschi, as eleições são um espaço fundamental para o exercício da cidadania e o momento durante o qual o povo decide os rumos de sua história e salvaguarda a democracia. “Para isso, é importante uma educação integral de todos nós, povo brasileiro. Educação que ajude a fazer escolhas conscientes e pelo bem da coletividade.

Papo de jovem: Juventude & Política

Papo jovem: Juventude & Política | CNBB

Durante o mês de agosto, a Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB convidou as juventudes do Brasil para a série especial “Papo de Jovem: Juventude & Política”. Os temas que abordados: Sistema Político Brasileiro; Compromisso com a Verdade; Amizade Social e Divisão; Igreja e Política; e Cidadania e Protagonismo.

O objetivo é, em ano eleitoral, proporcionar aos jovens um aprofundamento sobre política e, ao mesmo tempo, uma reflexão se seus direitos como cidadão são reconhecidos. Semanalmente, no site e nas redes sociais do Jovens Conectados, está sendo disponibilizado um vídeo e um subsídio “Encontros” sobre o tema. O primeiro episódio foi divulgado em 1º de agosto.

O bispo de Valença (RJ) e presidente da Comissão, dom Nelson Francelino, salienta a importância de os jovens serem protagonistas da mudança em uma sociedade desencantadora para as juventudes, como a qual vivemos. “Nossa juventude é chamada a sair e se aprofundar no tema das políticas públicas, que chama toda a sociedade para resolver, dialogar e para aprofundar determinadas situações. É muito importante nesse período eleitoral não nos omitir, mas sair com ideias claras em sintonia com o Evangelho e missão da nossa juventude católica, que se compromete com a justiça e com a vida”, diz o bispo.

Curso on-line “Fake News, Religião e Política”

Fake News, Religião e Política | CNBB

De 8 a 12 de agosto foi realizado o curso on-line “Fake News, Religião e Política” com a formação de 200 lideranças católicas de todo o país. Tendo em vista o aumento substancial da disseminação de notícias falsas, o objetivo do curso foi “oferecer uma formação aos agentes da Pascom, de outras pastorais, movimentos e organismos da Igreja para que desenvolvam a habilidade de checagem de notícias, exerçam a atitude cristã de propagação da verdade e formem uma rede de checadores de notícias no âmbito eclesial”. 

O curso foi oferecido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, a Assessoria de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Pastoral da Comunicação (Pascom-Brasil), em parceria com os Jovens Conectados, com a Bereia – Informação e Checagem de Notícias e com a PUC Minas, por meios de seus núcleos Anima, Núcleo de Estudos Sociopolíticos (Nesp) e Núcleo de Estudos em Comunicação e Teologia (Nect). 

O bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, considera que “estamos assustados com diversas situações de nosso tempo, presentes no mundo e, é claro, também no Brasil. Dentre elas, a disseminação de notícias falsas, as chamadas fake news”.

Segundo dom Joel, trata-se de um fenômeno assustador, que, visando a fragilização das pessoas e da sociedade, deve ser identificado, compreendido e rejeitado com toda veemência. Para o secretário geral da CNBB, o compromisso com a verdade é uma exigência cristã, sem dúvida. “Diz respeito, entretanto, a todas as pessoas, independentemente da crença que possua, pois, quando abrimos mão da verdade, abrimos igualmente mão de nossa própria condição humana”, defende.

Cartilha de Orientação Política inspirada na Fratelli Tutti

Cartilha de Orientação Política 2022 | CNBB

Como já é uma tradição no regional Sul 2 da CNBB´, este ano, tendo em vista as Eleições 2022, o regional preparou a publicação: “Cartilha de Orientação Política 2022”, subsídio apartidário que trata sobre política na sua essência, sem posicionamento partidário ou ideológico.

A publicação reforça a posição da Igreja Católica e da CNBB, que não se identificam com nenhum partido ou ideologia política, mas são comprometidas com a democracia e o bem comum, com o objetivo de que todos tenham condições de viver com dignidade, desde a sua concepção até o seu fim natural.

Os valores de uma autêntica política, como a busca do bem-comum, que visa garantir vida digna a todos, são comuns também ao Evangelho e a Doutrina Social da Igreja. Sendo assim, como define o Papa Francisco, a política é muito nobre e é uma das mais altas formas de se viver a caridade. Por isso, a Igreja é um espaço aberto para acolher a todos, independente das opções político-partidárias, para um incansável diálogo sempre em vista do bem-comum.

Podcasts: “A política melhor”

Todos os temas da cartilha foram aprofundados por meio de uma série de podcasts, intitulada: “A política melhor”. Com o apoio da Pascom Brasil, da Signis Brasil e da Rede Católica de Rádio, semanalmente, a partir do dia 28 de abril, foram publicadas entrevistas, nas quais foram aprofundados os temas da cartilha.

Ao todo são 20 episódios, publicados semanalmente às quintas-feiras, para os quais foram convidados especialistas e peritos para abordar os temas da cartilha. O episódio de estreia foi com o tema “A Igreja Católica e a Política”, abordado pelo secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.

Outros episódios abordaram temas como “A importância do voto”, “A importância do TSE e dos TREs”, “O sistema eleitoral brasileiro”, “A política em favor da vida integral”, “Ameaças à Democracia: Fake News”, “Votar no Brasil: a urna eletrônica é segura?”, “Participação das mulheres, jovens e leigos na política”, entre outros.

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Foto capa: Nelson Jr. | Ascom TSE

Papa na festa de São Mateus: vamos ler o Evangelho todos os dias

Na "escola do Evangelho" pode-se encontrar "a luz e o apoio para o caminho",
disse o Pontífice  (Vatican Media)

Nesta quarta-feira (21), de memória litúrgica do Evangelista, Francisco reforçou o convite para se ler a Palavra de Deus diariamente, retomando as salas de aula da "escola do Evangelho". A recomendação foi dada através do Twitter e também durante a Audiência Geral.

Andressa Collet – Vatican News

A indicação do Papa Francisco no primeiro tuíte desta quarta-feira (21) reforça o convite feito repetidas vezes durante o seu magistério de levar o Evangelho "no bolso e na bolsa" para poder ler de "três a quatro versículos" todos os dias. Um pedido que tem sido incentivado pelo Pontífice através da distribuição de edições especiais da Bíblia e até de Evangelhos de bolso aos fiéis em diferentes ocasiões na Praça São Pedro. Eis a mensagem do Papa na conta oficial @Pontifex, em língua portuguesa:

“A festa do evangelista #SãoMateus, que a Igreja celebra hoje, oferece-me a oportunidade para exortar todos a ler diariamente o #Evangelho. Encontrareis nas palavras de Cristo a luz e o sustento para o vosso caminho.”

A escola do Evangelho por São Mateus

Esse foi o teor da saudação feita aos peregrinos de língua italiana na Audiência Geral, quando Francisco recomendou a ler a Palavra de Jesus, retomando a "escola do Evangelho", inclusive com Mateus, um pecador que deixou tudo para seguir Jesus e tornou-se um dos Doze. Ele é autor do primeiro Evangelho, não escrito em grego, mas, possivelmente, em aramaico. Os destinatários do Evangelho de Mateus são os cristãos de origem judaica: no texto, ele coloca em realce o fato de que Jesus é o Messias, que cumpre as promessas do Antigo Testamento.

A vocação do Apóstolo também está sendo reproposta neste dia de festa através do relato do Papa Francisco, em italiano, na produção "Rostos do Evangelho", um programa realizado pelo Dicastério da Comunicação em colaboração com a Biblioteca Apostólica Vaticana, Museus Vaticanos e Rai Cultura. A produção foi ao ar no principal canal de TV da Rai no último domingo de Páscoa e pode ser conferido no site do Vatican News.

Neste dia de memória litúrgica de São Mateus, o Papa também lembrou do Evangelista ao saudar os peregrinos de língua eslovaca na Audiência Geral desta quarta-feira (21):

“Hoje celebramos a festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista. Que sua generosa resposta ao chamado de Cristo ilumine as suas vidas cristãs. Com esses votos, abençoo vocês e a suas famílias em sua pátria. Louvado seja Jesus Cristo!”

São Mateus

S. Mateus (BAV)  (© Biblioteca Apostolica Vaticana)
21 de setembro
São Mateus

Um pecador que encontra Jesus

Levi organizou um grande banquete para Jesus, que aceitou e participou com seus discípulos. Este gesto causou escândalo entre os Escrivas e Fariseus, porque participaram da festa também publicanos e pecadores. A resposta de Jesus impressionou Mateus. “Os sãos não precisam de médico, mas, sim, os doentes”, disse o Nazareno, acrescentando: “Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

Mateus, que era pecador, deixou tudo e seguiu a Jesus, tornando-se um dos Doze. Seu nome, algumas vezes, foi citado nos Atos dos Apóstolos. O anúncio de Cristo foi a sua missão.

Segundo algumas fontes, Mateus teria morrido por causas naturais; no entanto, segundo algumas tradições, consideradas pouco críveis, a sua existência terminou na Etiópia.

Na descrição dos quatro seres do Apocalipse – águia, boi, leão, homem – São Mateus é associado àquele com aspecto de homem.

As suas relíquias encontram-se na cripta da Catedral de Salerno. Ali o Santo é festejado, em 21 de setembro, com uma solene procissão.

Autor do primeiro Evangelho, destinado aos Judeus

Mateus é autor do primeiro Evangelho, escrito não em grego, mas, quase que certamente, em aramaico. Os destinatários do Evangelho de Mateus são os cristãos de origem judaica: no texto ele coloca em realce o fato de que Jesus é o Messias, que cumpre as promessas do Antigo Testamento.

De Mateus ao Papa Francisco, através de Caravaggio

A figura do evangelista é muito requisitada pela iconografia. A famosa obra da “Vocação de São Mateus”, pintada por Caravaggio, entre 1599 e 1600, encontra-se na igreja de São Luís dos Franceses, em Roma. Trata-se de uma pintura sugestiva, na qual a luz tem um papel fundamental: como símbolo da graça, ela não provém da janela, mas de Jesus. É uma cena que atrai, sobretudo, pela sua ação dramática: o dedo de Jesus aponta para Mateus; ele, por sua vez, aponta para si mesmo, como que pedindo confirmação da sua chamada. A vocação de São Mateus e a pintura de Caravaggio marcaram a vida do Papa Francisco, que fala, sobre si mesmo, em uma entrevista ao Padre Antônio Spadaro, publicada na revista “La Civiltà Cattolica”; o Papa se autodefine “um pecador, ao qual o Senhor dirigiu o seu olhar”.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Dar uma chance à paz, desarmar os corações e serenizar os olhares

Paz nas eleições | RedeGN

DAR UMA CHANCE À PAZ, DESARMAR OS CORAÇÕES E SERENIZAR OS OLHARES.

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos

Aproximando-nos do dia 02 de outubro percebemos, com apreensão, um clima raivoso, de intimidação e cansaço. As práticas de semear fake-news desorientam e desvirtuam fatos e enlameiam pessoas. Como fazer cessar o ódio e a retaliação, o desrespeito vil, e a agressividade? Uma vez um indígena americano expressou, com uma frase, o que considerava paz: “Não é paz na Terra.

Não é paz sobre a Terra, como se a pisoteássemos, é paz com a Terra. Ouvir a Terra, ouvir o vento, as árvores, as folhas, os rios, as águas. Estar com…”. Para fazer esta experiência é necessário envolver-se, estar junto, misturado, o que nos une é bem mais que o que nos separa, somos essencialmente iguais, temos os mesmos problemas, somos da mesma família.

Caímos na armadilha de seguir líderes que, em vez de unir, nos polarizam, em vez de agregar, nos tornam inimigos, e querem que eliminemos com violência os rivais, esquecendo que precisamos de todos/as para superar e vencer as ruínas e cacos da pandemia.

Em vez de dar ouvidos a redes sociais e sua toxicidade, vamos, com gentileza, escutar nossos oponentes e aprender deles dialogando e buscando convergências. É ilusório pensar que, quem vencer as eleições levará tudo, pois terá diante de si enormes e gigantescos desafios e uma oposição ferida e raivosa.

É hora de pensar grande como fizeram os grandes políticos Adenauer, De Gasperi, Kennedy, Mandela e, aqui no Brasil, inspiradores como Franco Montoro, Alceu Amoroso Lima, Cândido Mendes e Darcy Ribeiro, em governos de União e Salvação Nacional, com um projeto político abrangente, inclusivo, transformador. Que o Bom Deus nos conceda alegria, esperança e coragem, para trilharmos juntos um caminho de paz, justiça e solidariedade. Deus seja louvado!

Não confunda cruz e crucifixo: saiba qual é a diferença

Matías Medina | Cathopic CC0
Por Francisco Vêneto

É importante que o católico tenha a consciência do que eles simbolizam.

A cruz e o crucifixo são símbolos cristãos, mas não se referem ao mesmo conceito.

Crucifixo

A palavra crucifixo vem da frase latina “cruci fixus“, que quer dizer “fixado na cruz”. Refere-se a Jesus Cristo pregado à cruz no Calvário. Um crucifixo, portanto, não é apenas a cruz sozinha, mas a cruz com a representação de Cristo afixado a ela.

É um símbolo extremamente forte do auge do sacrifício de Jesus pela salvação da humanidade – e não deve ser usado de modo superficial e irresponsável. Usar um crucifixo é carregar consigo uma lembrança física do amor sem limites de Deus por nós, a ponto de abraçar a dolorosíssima Paixão para nos resgatar.

O crucifixo é um símbolo cristão diretamente associado à Igreja Católica, já que, na sua grande maioria, as denominações protestantes costumam usar apenas a cruz em vez do crucifixo.

Muitos crucifixos católicos trazem a sigla “INRI”, que, em latim, abrevia “Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum“, ou seja, “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”.

Cruz

A cruz se tornou um símbolo universal do cristianismo, embora, em sentido estrito, o termo se refira apenas ao instrumento, sem incluir a representação do corpo de Cristo pregado a ela.

Como instrumento, a cruz é nada menos que uma forma de tortura tragicamente empregada pelos romanos para castigar e executar condenados. Jesus Cristo morreu na cruz em atroz sofrimento. Por isso mesmo, muitas denominações protestantes alegam que o crucifixo não deve ser usado como símbolo da fé cristã, já que Cristo ressuscitou e não está mais pregado à cruz.

O católico deve usar a cruz ou o crucifixo?

Os católicos certamente acreditam na Ressurreição – afinal, a própria Escritura afirma que, se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé. Entretanto, os católicos também reconhecem que a Ressurreição coroa o sacrifício de Cristo na cruz, que nos remiu do pecado e, portanto, jamais deve ser esquecido nem dissociado da glória da Ressurreição.

Tanto a cruz quanto o crucifixo são símbolos cristãos que podem perfeitamente ser usados pelos católicos. O importante é que os católicos tenham a consciência do que eles simbolizam e, principalmente, da unidade do mistério da Redenção: não existe Ressurreição sem cruz, nem existe sentido na cruz se não for em vista da Ressurreição.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Jesus Cristo, o cumpridor das Escrituras

"O Logos, Cristo, foi abertamente anunciado e também no seu tempo; mas foi
conhecido pelas almas puras, como é claro por muitos que antes foram
honrados."  (©Renáta Sedmáková - stock.adobe.com)

"Jesus é por excelência, a Palavra de Deus revelada a nós e à humanidade. Ele é cumpridor das promessas do AT e assumidas na sua Pessoa pelo NT. Sigamos a Jesus, caminho, verdade e vida (cfr. Jo 14,6) na vida familiar, comunitária, social e um dia na eternidade."

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá (PA)

Jesus, o enviado do Pai, é o cumpridor das Escrituras. Tudo nele se realizou, o Salvador da humanidade. Para os seus discípulos, como Ressuscitado disse que era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre Ele na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos (cfr. Lc 24, 44). São Lucas também colocou como Verbo Encarnado a ida de Jesus para a sinagoga de Nazaré do qual as pessoas deram o livro do profeta Isaias onde disse que o Espírito do Senhor estava sobre ele, o ungiu para anunciar o evangelho aos pobres, para proclamar a liberdade aos presos, dar a vista aos cegos, para pôr a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor. Ele fechou o livro, deu ao ajudante e sentou-se. Em seguida Jesus disse que naquele dia cumpriu-se aquela palavra das Escrituras que eles tinham acabado de ouvir (cfr. Lc 4, 18-21). O hoje de Deus é dado em Jesus, o cumpridor das Escrituras. Jesus é o realizador das promessas do Antigo Testamento (AT), dando-lhe vida e vigor novos, dos quais exigem de nossa parte, conversão de vida e compromisso de amor. A seguir, dar-se-á, uma visão de como que os padres da Igreja colocaram Jesus Cristo, como o cumpridor das Sagradas Escrituras, o Antigo Testamento, que se cumpriu no Novo Testamento (NT).

O cumprimento do Antigo Testamento em Jesus Cristo

Santo Agostinho, bispo de Hipona, nos séculos IV e V, afirmou a presença do Salvador da humanidade no AT, no ser humano que foi feito à imagem de Deus (cfr. Gn 1,26-27). Deus enviou o seu único Filho (cfr. 1 Jo 4,19) que se fez homem, para a redenção de todos. Em Cristo Jesus se manifestou o Novo Testamento proveniente do Antigo Testamento, sendo nele renovado, pela graça, o ser humano em vista da vida eterna. Ele assumiu a carne humana, fez-se pobre, aquele a quem tudo pertence e por meio de quem tudo foi criado (cfr. Cl 1,16), sofreu a morte na cruz (cfr. Mt 27,50), mas também ele ressuscitou para nunca mais morrer (cfr. Rm 6,9)[1].

O Verbo de Deus no AT

São Justino, padre da Igreja de Roma, século II disse que as palavras de Jesus ao afirmar quem o ouve, ouve aquele que o enviou (cfr. Mt 10,40; cfr. Lc 10,16) apareceram nas palavras do anjo do Senhor ao falar com Moisés da chama de fogo na sarça que ele é aquele que é, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, o Deus de seus pais, que ele era para ele descer e tirar o seu povo da escravidão do Egito (cfr. Ex 3,2; 3,6). As palavras citadas demonstraram que Jesus Cristo era o Filho de Deus, e antes era Verbo que apareceu em formas de fogo, outras em imagens incorpóreas, e, na encarnação foi feito homem por vontade de Deus, por causa do gênero humano, criado pelo Senhor Deus[2].

O Antigo Testamento se cumpriu no Novo Testamento

São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, nos séculos IV e V, afirmou que Cristo deu valor à lei antiga, porque nele se cumpriu as promessas do Antigo Testamento. Ele demonstrou que são da mesma descendência, que tem a mesma origem. A Lei não salva mais após a vinda de Cristo, porque é só em Cristo que há a salvação. No entanto todas aquelas pessoas que viveram fieis à lei, antes de Cristo, se salvarão em unidade com Cristo. Pela presença do Espírito Santo, a nova lei colocou promessas bem mais altas que a antiga lei, de modo que Deus deu a todos os seus seguidores, bens maiores. Ele, em Cristo, prometeu o céu, os bens do alto, a dignidade de serem filhos adotivos do Pai, irmãos e irmãs do Filho Unigênito, participantes da sua glória e do seu reino de modo que o Antigo Testamento se cumpriu no Novo Testamento pela presença de Jesus Cristo, o Filho de Deus na carne e na glória[3].

 Jesus Cristo, a verdade em sua plenitude

Santo Ireneu, padre da Igreja de Lião, século III teve presente a tradição apostólica na qual perdurava nos seus tempos. Os apóstolos expuseram a doutrina sobre Deus, demonstrando que nosso Senhor Jesus Cristo é a Verdade em sua plenitude (cfr. Jo 14,6). Santo Irineu afirmou que foi Davi quem predissesse o nascimento do Senhor de uma Virgem (cfr. Is 7, 14) e de sua ressurreição dos mortos. Os apóstolos foram discípulos da Verdade, que é Jesus Cristo a respeito das Sagradas Escrituras[4].

A realização das profecias

Santo Irineu ainda disse que o Verbo é de Deus, e é também verdadeiro homem, Conselheiro maravilhoso, Deus-forte (cfrIs 9,5), pois ele chamou com a sua ressurreição[5], o ser humano à comunhão divina, para participar da imortalidade e da incorruptibilidade com Deus[6]. Ele foi anunciado por Moisés e pelos profetas, do Deus altíssimo e onipotente, Pai do universo, origem de tudo, que veio à Judéia, gerado por Maria, Jesus, o Ungido de Deus, que revelou a si mesmo como o que foi predito pelos profetas[7].

A antiguidade do nome de cristãos

Eusébio de Cesaréia, bispo na Palestina, no século IV, afirmou que o nome de cristãos era uma prova da antiguidade do cristianismo. Como de fato era dado o nome dos seguidores do Senhor, comprovou que o gênero e o comportamento de vida, segundo os ensinamentos da piedade não eram recentemente inventados por eles. O povo dos hebreus foi responsável pela sua antiguidade e era conhecido, por pessoas eminentes pela piedade onde o Senhor preparou um povo para a vinda do Messias. O bispo da Palestina disse que o próprio Cristo de Deus, foi visto por Abraão (cfr. Gn 18,1), profetizado por Isaac (cfr. Gn 26,2), falou a Israel, Jacó (cfr. Gn 35,1), conversou com Moisés e os posteriores profetas. A religião dos amigos de Deus foi proclamada pela presença de Cristo Jesus juntamente com os seus discípulos na divulgação de sua doutrina e ação pelo mundo afora[8].

A salvação vem de Cristo pelos justos do AT

São Gregório de Nazianzo, bispo de Constantinopla, no século IV, falou que a salvação dos justos do Antigo Testamento derivou de Cristo Jesus. Houve o exemplo dos macabeus que sofreram o martírio antes da paixão de Cristo, por causa da lei dos pais. Para São Gregório de Nazianzo era clara a realidade que nenhuma das pessoas justas alcançou a perfeição antes da vinda do Messias, pois só a alcançaram pela fé em Cristo Jesus. O Logos, Cristo, foi abertamente anunciado e também no seu tempo; mas foi conhecido pelas almas puras, como é claro por muitos que antes foram honrados. Eles deviam ser louvados porque eles viveram conforme a cruz de Cristo dos quais deram a vida[9].

Jesus é por excelência, a Palavra de Deus revelada a nós e à humanidade. Ele é cumpridor das promessas do AT e assumidas na sua Pessoa pelo NT. Sigamos a Jesus, caminho, verdade e vida (cfr. Jo 14,6) na vida familiar, comunitária, social e um dia na eternidade.

[1] Cfr. Santo Agostinho. Primeira Catequese aos não cristãosXXII, 39-40. Paulus, SP 2013, pgs. 124-128.

[2] Cfr. Justino de Roma. I Apologia, 63, 5-10. São Paulo, Paulus, 1995, pg. 79.

[3] Cfr. Giovanni Crisostomo, Commento al Vangelo di san Matteo, 16,4-5. In: La teologia dei padri, v. 4, Roma, Città Nuova Editrice, 1982, pgs. 190-191.

[4] Cfr. Irineu de Lião, III, 5,1, São Paulo, Paulus, 1995, pgs. 254-255.

[5] Cfr. IdemDemonstração da pregação apostólica40. São Paulo, Paulus, 2014, pg. 100.

[6] Cfr. IdemV, 13,3, pg. 551.

[7] Cfr. IdemDemonstração da pregação apostólica40, pg. 100.

[8] Cfr. Eusébio de Cesaréia. História EclesiásticaI, 4, 4-15. Paulus, SP, 2000, pgs. 44-47.

[9] Cfr. Gregorio di Nazianzo. Discorso in lode dei Macabei15,1-2. In: La teologia dei padri, pg. 197.

A excelente razão pela qual Federer deixou o tênis

Atsushi Taketazu / Yomiuri / The Yomiuri Shimbun
Por Agnès Pinard Legry

Roger Federer acaba de anunciar o fim de sua carreira. E é a isto que ele vai dedicar a sua vida agora.

O mundo do tênis foi atingido por um relâmpago. Ex-número um do mundo e vencedor de vinte Grand Slams, Roger Federer anunciou na quinta-feira 15 de Setembro que estava a terminar a sua carreira.

O jogador suíço de 41 anos jogará os seus últimos jogos na Laver Cup de 23 a 25 de Setembro antes de se aposentar. Federer decidiu agora concentrar-se num desafio completamente diferente. Um desafio que exigirá qualidades semelhantes às do tênis, tais como a resistência e a perseverança!

“Ser um bom pai é o desafio da minha vida”, disse ele à revista suíça Caminada. Com a sua esposa Miroslava “Mirka” Vavrinec, o suíço é pai de quatro filhos: os gêmeos Myla Rose e Charlene Riva, de 12 anos, e os gêmeos Leo e Lenny, de oito anos.

“Há tantas coisas que passam pela mente dos adolescentes. Torna-se mais complicado, mais emocional, mais profundo. Penso que isso é ótimo, mas afeta-me mais. Como pais, temos agora de fazer um maior esforço para resolver os problemas. Dia após dia, tentamos fazer o nosso melhor.”

Abertamente católico, o campeão é conhecido pelo seu empenho no trabalho humanitário, incluindo a sua fundação para ajudar crianças carentes. Ele conheceu também o Papa Bento XVI em 2006.

A origem do Angelus

Papa Pio XII na janela do apartamento pontifício durante o Angelus dominical
Vatican News

A primeira transmissão radiofônica do Angelus foi realizada em 15 de agosto de 1954, na festividade da Assunção de Maria, quando o Papa Pio XII conduziu a oração de Castel Gandolfo.

Laura Lo Monaco - Cidade do Vaticano

Angelus ou “oração da paz” como era conhecido, tem origem no século XIII e era recitado pelos fiéis ao som dos sinos da igreja ao entardecer, período do dia em que se acreditava que o Anjo Gabriel - daí a origem do nome da oração - se apresentou à Virgem Maria.

A oração tinha o propósito de homenagear o Filho de Deus que, se encarnando no seio da Virgem Maria, trouxe os fundamentos da paz entre Deus e os homens. Sendo assim, era composta das palavras da primeira parte da Ave Maria, repetida diversas vezes.

A primeira notícia certa do Angelus Domini remonta a 1269, no tempo em que São Boaventura de Bagnoregio era superior geral da Ordem Franciscana. Na ocasião do Capitulo Geral dos Frades Menores, em Pisa, São Boaventura prescreveu aos religiosos de saudar, ao som dos sinos da igreja, a mãe de Deus ao entardecer recitando a oração da Ave Maria, recordando o mistério da encarnação do Senhor. Anos depois, no ano de 1307, um dos decretos do Sínodo de Strigonia (Hungria) prescrevia que durante o entardecer, receberiam indulgência os fiéis que recitassem três Ave Marias durante o soar dos sinos. Em um Sínodo realizado em Colônia no início do século XV, se estabeleceu que “De agora em diante, todos os dias, em todas as igrejas, próximo ao nascer do sol, se soe três vezes o sino como no entardecer, para a saudação da Virgem Gloriosíssima”. E se concedia indulgência a todos aqueles que recitassem três Ave Marias ao soar do sino.

Em 1456 o Papa Calisto III prescreveu o soar dos sinos para o Angelus também ao meio dia, com a recitação de três Ave Marias. Este foi o último a ser introduzido na prática dos fiéis, porém é o mais recitado pois é visto como uma oportunidade de elevar o pensamento à Mãe de Deus em meio à fadiga do dia a dia.
A primeira transmissão radiofônica do Angelus foi realizada em 15 de agosto de 1954, na festividade da Assunção de Maria, quando o Papa Pio XII conduziu a oração de Castel Gandolfo. No outono daquele mesmo ano, Pio XII iniciou a tradição de rezar o Angelus da janela de seu estúdio no Palácio Apostólico. No tempo Pascal, a oração do Angelus é substituída pela Regina Caeli.

Todos os domingos e dias santos ao meio dia, diretamente da Praça São Pedro, no Vaticano, Papa Francisco se une aos fiéis do mundo todo para recitar esta oração que é, acima de tudo, um momento de recordar a humildade do sim de Maria que trouxe a salvação ao mundo.

Papa Francisco saúda os fiéis reunidos na Praça São Pedro para o Angelus | Vatican News

V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria

R. E Ela concebeu pelo Espírito Santo 
Ave Maria...

V. Eis a escrava do Senhor.

R. Faça-se em mim, 
segundo a Vossa palavra. 
Ave Maria...

V. E o Verbo Divino encarnou.

R. E habitou entre nós. 
Ave Maria...

V. Rogai por nós, santa Mãe de Deus.

R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo

Oremos.
Infundi no nosso espírito a vossa graça, ó Pai; Vós que na anunciação do anjo nos revelastes a encarnação do vosso Filho, pela sua Paixão e Cruz, conduzi-nos à glória da ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor.

Glória ao Pai (3 vezes)

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF